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Todas essas tentativas de poesia foram fruto de muita vivencia na cidade, seja de dia, de

noite, de bike, de carro. No entanto todos esses momentos que consegui expressar essas
palavras tem uma coisa em comum, estava sozinha, em todos eles, por que assim que
me sinto, como muitas mulheres no mesmo?
Estar inserida nesse contexto urbano atual, de segregao dos espaos, vivencias
humanas cada vez mais isoladas, e distante da rua, me fez querer descontruir isso tudo, e
nem sinto mais que preciso explicar o porqu, at porque muito obvio. Comeou com
a bike, depois com minha identificao enquanto mulher feminista, e agora com o
desenho. Todos esses atos, tudo isso que eu sou hoje, fruto de uma vontade gigante de
tentar descontruir todos esses padres impostos.
rvores
podadas,
cortadas,
espremidas,
dividindo avenidas.

Funo,
Esttica,
Embelezamento urbano
N A T U R A L.

Entre muros pintados,


Revestidos,
Espremidos,
Brotam a luz,
Resistncia tem nome de planta,
Nestes solos marcados,
Tanta dor,
Tanto dio,
Tanto brotou.

Ansiei por me perder nos ventos,


Poeira de estrada,
Vento que s esbarra em muralha,
Cidade,
De porta fechada.

Quem viu a madrugada,


Encontra em toda muralha,
Feito cor,
Vermelho,
Azul,
Verde.

Meus cabelos
Que se confundem com o ar
Ar mesmo livre a circular
Sempre encontra muro para esbarrar
Ansiei por me perder nos ventos
Mas parei nos muros da cidade.

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