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MODULO 1—A cultura da Agora Peroursos Gaso praties inicial ~0 Corpo Estédio Municiza! de Braga (2008), de Souto de Moura ‘0 Homem da democracia de Atenas 10 século Va. C., 0 século de Péricles (0 tempo) 2 Atenas (0 espaco) 3.A Agora (0 local) 4A organizagao do pensamento (Sinise) 5 Biografia— 0 grego Péricles 6 Acontecimento — ha de Salamina A Arte Greya. Em busca da harmonia ¢ da proporgo TA arquitectura grega BAeescultura grega 9A cerémica e a pintura: arquives de imagens da Civilizacao Grega Caso pratica 1 ~ Os tempos do Parténone de Atena Nik Caso pratics 2 ~ 0 dialogo entre 0 Coro e Xerxes em Qs Persas, de Esquilo Caso prética 3-0 vaso Pronamos Actividades: MODULO 2 -A cultura do Senado Percursos Caso pratico inivial — A Lei Escadas nas Minas da Ouro de Serra Pelada, Brasil (1996), de Sebastiao ‘Salgado (n. 1944) Alei e a ordem do impéria 1 Séeulo ta. C/1d.C., 0 sScula de Augusto (0 tempo) 2 Roma (0 espago) 9.0 Senazta (0 local) 40 6cio (Sirtese) 5 Blogratia — 0 romano Octavio (632, 6-144. C.) 6 Acontecimento—0 incéndio de Roma (64) por Nero (27-68) AArte Romana. Entre o belo eo itil 7 A arquitectura: 3 ulidade ea grendiosidade BA escultura:indvidvalismo, realism e idealieagdo A pinturae 0 masaico: a vida enquanto forma de arte Caso pratico 1~ A Coluna de Trajano (96-117) Gaso pritice 2 - Frescos de Pompeia (73) Caso pritioa 3 - 0 Antiteatro Flavio, Foma (in. 72.4.) Actividades MODULO 3-A cultura do Mosteiro Percursas Case prética inicial — A tgreja Annonciation (1995), Anglin Prejoca (7 1957) 0s espagos do Cristianismo 1 Séculos IX-KIl. Da eorganizagao cristal da Europa 20 crescimento e alirmagda urban (0 tempo) 2A Europa dos reinos cristdos. A geooralia miondstica da Europa (0 espayo) 3.0 mosteiro (0 local) 4 0 poder da escrita (Sintese) i Biografia —0 cristo Sao Bernardo (¢, 1090-1153) $6 Acontecimento - A coraagao de Carlos Magno (800) (Aconiocimento) 45 47 49 1 53 or 70 76 78 83 BRRSRS ‘A Arte Romanica. Deus, fortaleza da Humanidade T A arquitectura: dos primérdios da arquilectura cristé& arquitecturabizantina, A importéncia da aire antiga 8 A escultura romanica: os poderes da imagem GAs artes da cor: pintura, mosaico, luminure 10.A Europa sob o signo de Ald: um deus conquistador Gasos praticos 1 - 0 canto gregor Gasos préticos 2—Sdo Pedro de Rales Gasas praticas 3 ~ Livro de Kells (200 d. Cj, ianda Actividades MODULO 4-A cultura da Catedral Percursos Caso pratice iniclal— A Cidade Vile en extension (1970), de Vieira da Silva (1908-1992) e Cidade em ‘crescimento, 1997. pane! de azulejas da estacdo de Metro do Rato, Lisboa, de Manuel Cargaleiro (0. 1925) As cidades e Deus 1 Do século Xl primeira matade do século XV (0 tempo) 2 A Europa des cidades (0 espago) 3 Acatedal (0 local) 4A cultura cortesd (Sintese) 5 Biografia—0 "ltrado” Dante Alighieri (1265-1321) G Acontecimento ~A Peste Negra (1348) Aarte gética. Em louvor de Deus © dos homens TA arquitetura gética na Euroga {80 Gitico em Portugal. 0 Manvelio, enrea lade Média eo tempo novo 9A escultura gética 10.0 viral ea lluminura. 0 gétioo covtesdo 41 A tela ea Flandies 12 Ainda sob 0 signo de Als dos reins tila 8 arte do wing de Granada; 2 arte mudjar aso pritioa 1 - A Catedral de Notre-Dame de Amiens, Franca Caso pratico 2~As testas da casamento de Frederico Ill com D. Leonor de Portugal, ce Nicolau Lanciman de Vaickenstein Caso pratico 3 Alegoria do Bom Governo: Efeitos do Bom Governa na Cidade, 1337-1340, de Ambrogio Lorenz (¢. 1290-1348); Siena, Palécio Pabico, Sala das Nove resco Actividades MODULO 5 - A cultura do Palacio Poroursos Casa préticainicial -A Art. Serte-me, Cuve-me, Vé-me. Sedurrseie de abet de Helena Almeia c. 1970) Homens noves, espagos novos, uma meméria cléssica 1 Primeira metade do séoulo XV —1618. De meados de Quatropetes a0 nico da Guerra dos Trina Anos (0 tempo) 2 A Europe das mtas comercais, das ideias e dos objects de culture (0 espaco) 30 paléco, habitagdo das eile. As artes no pac (0 local) 4.0 Humanismo e imprensa (Sinese) $5 Blografia ~ 0 mecenas |ourengo de Medicis (1449-1492) 6 Acontacimento ~ 0 De Revolutionibus Orbium Ceelestium (1543), de Nico'au CopSirio (1473-1543) 4s artes do Renascimento @ Maneirisma. 0 Homem, unidade de medida 7 A pinturarenascentsta enquanto exercicio intelectual 8 A arquitectura renascentista coma metétora do Universo ‘9 A oscultura renascentista, Entre o Gaitica eo retorno ao Antigo 10 0s) Maneiismo(s), da regraa transgress20 1A Europa entre Renascimento e Manetismo Caso pratica 1 ~ A Anunciagao (1473-75), de Leonardo da Vinci (1452-1519) (Caso pratico 2—Fala da Licenciado « Didlogo de Tod-a-Mundo Ninguém, usta, 1522, de Gi Vicente (1405-1536) Caso pritico 3 Requiem ~ Intraito (1625), de Fre! Manuel Cardoso (1566-1650) Actividades, Bibliogratia 90: 106t 109 2 18 119 sat 123, Estadio Municipal de Braga (2003), de Souto de Moura “HISTORIA DA CULTURA E DAS ARTES TRONCO COMUM HisTORIA DAs ARTES Visuals CS an ] © Homem da democracia de Atenas | Aare Grega 10 século Va/G Ose do Pericles (0 tenga) | FM Busca da harmoniae da proporcao 4 2 Atenas (0 espago) | 7A arquitectura grega «| 3A égora (0 local) 8 A escultura grega: 4A orgenizagao do ponsamento (Sines) © Homem em todas as suas dimensdes 9 A ceramica e a pintura: arquivos de imagens da Civilizagao Grega 5.0 grego Péricles (Bio, 6 A Batalha de Salamina (Acontecimenio) CASOS PRATICOS = 10s templos do Parténon e de Atena Niké 2.0 didlogo entre’o Coro e Xerxes em Os Persas, de Esquilo 3 0 vaso,Pronomos ls PERCURSOS CASO PRATICO INICIAL 0 Corpo Estadio Municipal de Braga (2003), de Souto de Moura (n. 1952) A obra, pelo autor A massa impllantagaa [na encosta ni e Casio) &consequéncia de nto devermnes fazer uma “barragem” @ fina de gua que ali corre. A alternativa fo loca do|ao estado} para poente, adossande-c a encosta, c | Hoje, 0 futetol wm expectiicalo, come al a pede por “fazer apenas duas haricadas. Hoje bo ins das balizas | A cobertera surgi inciamente com wma longa pal continua, mas por condi amrientos € viagens optdonos por eleg | | Soutede Tanto quanto se sabe, foram os Gregos que inventaram o estadio na moderna acepeSo da palavra ~ um espago ao ar livre para a actuagio de faganhes fisicas (e psiquicasl, desempenhadas por uns e observa- das por outros com admiraga. Umo arena para o espectéculo ofe- recido pelos corpos dos desportis- tas, em competigao saudavel pela busca da “exceléncis". Na Grécie Antiga, presenteavam-se 0s deuses com jogos e por isso nfo hevia santudrio nem cidade sem 0 seu estédio, onde, em dia de festa, camo referencia as pontes 5 ormal dos Arapultecs. 09 138.8 cas do Peru. ee de 2090 se excitavam as emogdes, ape- Jando a emulagao. Qs estédios modernos so também templos @ paicos de diversio, de alienagdo @ de emulacao. Respon- dom as necessidades de uma sociedade complexa, onde 0 corpo continua a ser exaltado, explorado, admirado, profanado. No Estadio Municipal de Braga, Souto de Moura respeitou & tra ¢8o com inovago, @, simultanea- mente, usou a tecnologia avancada do nosso tempo para salientar a Natureza. Exticlo Municipal de Braga, planta 1. Ertrads ¢ bancada rescore, 2 Bancada superior construc na ocha. O que interessa saber: # Que aspoctos tornam esta obra in vvadora para 0 seu tempo? De que modo serve a fungao que justifica? Bhs cman © Cam O Homem da democracia de Atenas 10 século Va. C., 0 século de Péricles (0 tempo) No século Va. C., toca a backs do Meditersineo €, no. getal, toda a Europa do Sul, o Norte de Africa eo Proximo Oriente eram domina- dos pela superioridade da Civilizaglo Grega, ou Helénica, que em sucessivos movimentos emigratérios havia fundado colonias um | Pouco por todas estas regies [2]. Essa superioridade nao se devia 2 qualquer hegemonia politico- militar, pois, a0 contririo de outros povos, os Gregos nunca cons- 6, encontrando-se divididos em varias cidades- -estados, quténomas entre si. O seu prestigio resultava antes do seu regime politico ~ a democracia (i assente na maior pare das suas Pills) —e do seu moda de vids, onde o trabalho na terra, na oficina jo no comérco era equlibrado pelo Gcio (a diversio, o entreten- mento) e neste as actividades culturais ~ como o teatro, a musica, OF — eram dominantes. Hogos, a poesia, « filosotia esromw oa Cocruna ans Antes 7 1. AGrécla Antiga ‘nserida na bacia do Mediterraneo oviental, ‘4 Peninsula Baletnica possul um solo manta: ‘nho¥o © apreste @ um lNoal oxenso 0 tocar tado. polvihado de cabos, golles, balas e Aas, dou quais sabreceaom as poninculas do Peloponeso eda Atica AAs consigbes. geogriticas intluenciaram 0 ‘© mar tol, de tact, a grande esirade dos Gre ‘9p8, Induringo-os. desde coda, & exploracao ‘do novas teras @ 20 comerco. 2. 0 mundo grego no séeuio Va. C. Em terms histérioos @ atsticas # costume vies a Misra da Grici em ts poriodas ‘0 afealca, que ocorreu entre fnais do século 1X00 iniciado stoulo Va. Cs ‘0 cléssien, haizado entra 0 2° quart do sécolo ¥ eo sécule IV 2.€. 0 0 helenistica, entre os séculos II) ela.c. tie ter inva te ere ue 9 Gages ‘ae na pita, ke ca Paula Bac 8. Oficina de sapatoiro (llustragéa do um vaso atios das figuras nepras, do ecuto Va C) [A maior porte das sctividades artesanais om ‘Atenas estavam na méo de metecns (estan ‘era, ja que estes do posta pons ter ‘rat, O f0u trabalho fo Importante para a ‘cidade, trazenda nqueza @ movimento & &gora a0 morass Entre ay cidades-estidos gregas, sobressti, no século V ; ade Atenas, nio 86 por nela se poderem observar ao mais alto grave as caracteristicas que acabimos de enunciar, mas também pela! hegemonia que exercia sobre as restantes, a nivel politico, econd- mico e sociocultural Com efeito, apés as Guernas Persas, em 449 a. C., Atenas viveu um. tempo de paz © prosperidade econdmico-cultural que, conjugado com s governagio de homens dotados ~ como a de Péricles, que chefiou a cidade entre 460 © 429 a. €., ano da sua morte (ver Biogas} contribuiu para clevar a cidade a “escola” da Grécia ¢ para fazer entrar a Grécla na sua “idade de ouro’, ou seja, a sus época chissica 4. Diacurso de Péricles om louver de Atenas. A nossa forma dé governd nada tem a invojar ds lets que regem os nossos vizinbos. Longe de imitar os cutros, somos antes um exemplo a seguir. Em virtude do facto do Estadio, entre nés, ser administrado no interesse da massa w ndo duma minoria, 0 nosso regime Jomo 0 nome de democracta. No que diz respeito aos diferendas peartictlares, a todos, pelas lets, 6 parantila a igualdade, mas no que refere a participacao na vida tniblica, cada um obtém a consideragdo por virtude do seve mérito ¢ a classe & qual pertence importa menos que 0 seu valor pessoal. Além disso, riinguén € prejndicado pela pobreza |..J. A liberidade @ & nossa regra no governo da repiiblica Lj. Sabemos conctliar 0 gosto do belo com a simplicidade, 0 gosto dos catudtas com a-enengiet |..] Samos os tinicos a considerar'o bomem que ndo participa na vida potitica como um inutile nao como um ociaso. [J Bis, portanto, aguilo em que nas distinguimos dos outros: sabemns dar as nossas iniciativas tanto a auddeta como a reftexd f.) Numa palavra, garauto eu, a nossa cidade no seu conjunto é a escola da Grécia e. quanto aos inetividwes, & nosso Homwem sabe dobrar 0 sew compa a todas as circunstdnciets com uma graca e uma desireza extraordinanias Pericles, etude por Tucidlides. Guerru do Puloponesn, Livro IL 2 Atenas (0 espago) Apélis Para os Gregos antigos, a palavra prilis significava a commnidade das pessoas, 0 conjunto das cidadaos livres que vivem em comum num determinado territério que Ihes pertence. Como membro da polis, © cidadao ateniense € um animal politico (Aristételes, em 4 Politica), membro activo da comunidade, simulaneamente gover nante € governado que, acima de tudo, tem de saber viver em socie dade, segundo os principios por esta democraticamente adoptado: formando-se nas qualidades éticas racionais da areté e da time (exceléncia e dignidade), a todos aplicéveis. Em compara¢io com outras formas de organizagao politica + social deste tempo, a organizagio da cidade-Estado de Atenas gerida pela democracia, foi mais justa, humanizada, livre e evoluid: como 0 comprovam os testemunhes da €poca [4] Para a polis ateniense, o seu territério era a Atica, uma pequena peninsula dos Baleas, projectada sobre o mar Egeu ¢ as Ciclades, No século Va. €., moravam no territ6rio da cidadle-Estado de Ate~ nas cerca de 350 000 habituntes, mas desses apenas 10% eram consi- derados cidadios de pleno direito, sendo os restames mulheres, mictecos ¢ escrivos. Esta populagao viveu, neste perfodo, uma con- fortivel situago econcmica € social, Combatendo a pobreza do solo @ da agricultura local, os Atenienses haviam desenvolvido as trocas comerciais com a Grécia Insular (ilhas do mar Egeu), com a Grécta Asidtica (cidades litorais da Asia Menor) e com a Magna Grécta (egides do Sul de Ilia © Sicilia) e ainda com as regides vitais do mar Negro (como a Crimeia), de onde importavam trigo, cares, madeiras ¢ metais, Esta expansao maritimo-comercial permitiu o flo- rescimento interno dos oficios e das indtistrias (8) (muitos deles loca- Lizaclos em quatteitdes © baitros proprios, como o Bairro do Ceri- mico) e fayoreceu a colonizagio de terras fora da Atica para fixagao de excedentes populacionais e explonigio de produtos agricolas. A situagao politica foi, também, estivel pois estava consolidada a democracia, devido as medidas de Péricles (ver Biografia] que garanti~ ram que a democracia de lei fosse efectivamente vivida por todos os cidadios, mesmo os mais pobres. Assim, na Atenas de Péricles, em que 0 cidadao era o autor € 0 destinatirio das leis, 2 vida social floresceu. Ao longo do ano, reali- vavam-se na cidade mais de 60 lestividades religiosas e cfvicas (ji que a religito éstava a cargo do Estado) que s¢ compunham de representagdes musicais e teatrais, de revitais de poesia, de provas de destreza fisica e até de concursos de beleza masculina, Para os festejos, que decorriam sempre a0 ar livre, afluiam a Ate- as numerosos visitantes, 30 86 da Atica, como de todas as partes da Hélade, fazenclo destas ocasioes momentos privilegiados de con- vivio social e cultural. Este benvestar politico, econdmico € social, bem como a politica cultural de Péricles, atrairam a Atenas, vindos de todo 0 mundo grego, talentosos artistas, fildsofos intelectuais. Isto permitiv criar na cidade uma sintese cultural original, que resultou da amélgarna de saberes ¢ tradigdes que ali se entreeruzaram. Contudo, a prosperidide foi efémer, pois, logo nos finais do século V, a Guer do Peloponeso (431-404 a. €.), que opds Atenas a Espana, haveria de iniciar uma decadéncia que levou Atenas & perda da independéncia, primeiro face A conquista de Filipe da Macedonia (438 a, C) e€ depois face aos Romanos. No entanto, a cidade manteve-se um importante centio filosélico, cientifico € artis tico durante (oclt @ Antiguidade Classica, Um olhar sobre a planta de Atenas. O mar e o porto A semelhanga de outras cidades grepas, © tusritGrio de Atenas continha um espago urbano — a cidade, propriamente dita = © uma ng rural envolvente que, segundo Arist6teles, garantia as subsis- clas. term ot Caroma ens Ans | 9 Em Atenas, $6 eram considerados eiaacios ‘0s naturals da cidade ge sexo masculin que fossem masclos de pai # me alenienses. SO ‘sts tintam irelto a0 exercicio plano da emocraci Os construtores da domocracia ateniense foram teuistadores camo Solon, Piststrato, (igtenes (este considarado 0 verdadeiro Sun |tador da demnocraca, pos fol sob 0 seu gover- No que se insttuiu # ‘sonoma. ow iguakiade Derante a lel, a isocracia, ou igualdade no acesg0 20s cargos, ea Segara guasdade na so da plava)e Efates. Chama-se Aniguidads Cléssica so neriodo os Historia que comprende a orgem e 0 deson- ‘woWimento das civilizagoes grega e romana, Val do 1." milinio @. C. 2-476 6. C., data da ‘quads do inipéno Romano do Ocideme 0 adjectivo “eldssico”refare-sea lado 0-que caste parioda ou com ele ge assameine. 5. A acrépole de Alenas na actualidade, 0 Partenon 2 acrdpcle ora a pare lta Jas cidade gre ‘gas, sempre murainaca. E pols a sua cicada var, tarsblen 0 local onde se guurdam os bans ‘mais preaosos da cidade: of torplos.« caus tetouros, o arsenal, o& impostos. Por sac tava um earactor capac. 1.08 lemantosiniopensivea& pata Vojamos quantos elementos So Indispensavets a existéncia da cidade [...J. em primeiro ugar, as substudnctas; depors, as artes inidispensdveis a vida, que procisam de muitos insirumentos; @ segulr, as armas; em quarto jugar, ceria abundancia de riquezas: em quinto lugar, que ‘poderiamas ter posto no tnicio, 0 cute dino fd ow 0 sacendixcio: Jfinatmente, ¢ este & 0 elemento mais importante, a dectsdo dos assuntos de interesse geral e os (processos ineliusduiis 1. Acidade de Atenas © 0 porto do Pireu todos us portos da Gréci, odo Prev, 2 10km de Alenas, fle 6 ¢mwis tamoss; apresantn I Dla, duns dae qunie soraam de andaagas para naview de queda (1. © 2. 8 ‘para Zoro comarcia! (emporiem, proxmo, rodeados do péricos, havin semanéns para guardar ¢ Yeeder produtos olga), oma Bolsa 6 tambo instars agminisalivas,navaise wigiosas. tia 08 fortes hava uma gor, um teatro, um sumuaro © baines de habiapke. Temstoces, 478-476 a. C., preocupade com & delera do Alonas 6 do port, organiza a cana dos Lan (905 Moros ou Grands Murwms, eo proecto, assim coma 6 da cidade de Pia, fol aga pal ftesato 0 geémara Hipsdumes do Mleto £8, Planta do tertério da zone urbana de Atenas no século V 2. C. Iniclaimente, 26 8 Aetpele, no porte mais al, nha murals. Apés us segundas Guo Potsas Prices, na'svaretorma urbana, mandou rodear toda. a cidade, © porte © 8s entradas ce comunica Go, com longas murahss da protec. © espago urbano [8] compunha-se cle uma fortaleza, no ponte mais alto — a aerdpote [8] ~, de usr zona habitacional, labirintica, ns parte baixa, que incluia a dgora = praca publica - ¢ do porto, o de Pireu [6], porta aberta para o mar. Estes elementos enum suficientes, segundo Aristételes [7], par girantir a polis de Atenas tudo o que esa necessirio & sua sobrevi ¢ independéncia socioecondmica, cultural € politica, Hoaroma oa Gutrana ens Anz (14 3 A agora (0 local) A agora, nome que os Gregos davam & praca publica da cidade. era o verdadeiro centro civico das cidades gregas. Por norma, era um simples terreiro aberto entre © emaranhado dos bairros habita- cionais, na zona baixa da cidade, onde a populagto se reunia para as deliberagdes da Eclésia ou Assembleia, No seu centro, em hancadas muitas vezes improvisadas, insta- ase o mercado, didrio ov semanal; 4 volta, foram aparecendo com o tempo virios equipamentos, como templos, edificios pa reunides da governagao (da Assembleia, do Tribunal, da Pritania..), soas ou grandes pérticas que abrigavam o comécio fixo € © outro, quando © clima o exigia, e também os cidadios nos momentos de 6cio, protegendo-os do sol do meio-dia ou da chuva Ponto de encontro da populacto, a agora fervithava constante- mente de gente: habitantes da cidade e forasteitos; mulheres a cami nha do mercado ov politicos cancli de simpatizantes; criancas atos 35 magistraturas & procura dolescentes na brincadeira; e filasofos amantes da observacio do outro (como Sécrates), Ali todos s zavam, todos se conheciam, todos convers: seja para “maar 0 tempo” im_ quanto. mais 1 Foi esta convivéncia efectiada num clima social livre & diversifi- cado que levou © poeta grego SimOnidas (séculos VIV a. C.) a dizer que a polis era “a mestra das homens” 4A organizagao do pensamento (Sintese) i Como reflexo das condigdes especiais em que evoluira a sua ivilizacado, assistimos, na época clissica, a um extraordindrie desen svolvimento do pensamento rcional entre ps Gregos 8, A dgora de Atonas, do tempo de Pericles 0 periodo helenistico (reconstitulg30) Legenda da imagem: 1. Coina da seropote: 2. Mone Hema: 8. Mox ‘numento 8 Flopape: 4, Areopago; 8, Skea de ‘alo; 6. Biblioteca de Panteno; 7, Via des Penateneies, 8. Oded de Agrpa: 9, Stoa do Mado, 18. Praga do Sul, 11, Hea (Tabara 12. Fonte de sioests: 18, Thats (Templo te onda} 1, Bulow 18, Hotes 16. Arse- hal 7. Metont 1, Terie de ADG Palos: 18 Pértco de Zeus Blevereos 8. Porto reo! 1. Mar dos Doze Deuses; 2. Templo de Ares; 2A. Ana de Zeus Agornos; 24. Monuerto 303 hhevois Eponimos. 25. Temolo ce sudest 25. Templo 27. Temelo helenistics; 7, Me ado rorane 10. Busto de Sécrates, sdeulo V a. C. Frundador da Foss Moral ~ 2 wneud ¢ co: ‘ahecimento — ¢ da Dialéctca, defondeu que £6 pelo método do dilogo o Homem chegava, 20 entendmento da 61 prépto © co mundo. Para ai, estipulava dois processos: alravéx da argumeniagdo incutva ~ maidutica ou ene ‘de augers ~# pela barack do er ~ fora ‘ou art oe ntrrogar 11, Busto de Plato, século Va. (Das suns obras conhecere 19 Cartas v.40 Dilonos, eites asibo esextos como se los- ym conyersas com Socrates, o meihor @ mais justo de todes 03 nemens. Pato pon sou sobre 0 suu tempo, avaliou-o, julgou-o, reordanou-o, encontrando uma salucde na Flegotia © no ieakono e33rtuat 12, Busto de Aristotetes ‘Apecar do vor consign 0 funeadoe da Lo- gies, tormousse conhecido pelas rellextes, ‘0010 a Poitca 2 Consiturso da Atenas, 158 540s obeas mais rojevartes. Fo mente Wo ‘Alexandre Magno da Macedénia @ tvz dole jo 94 um amnane do haleniso, como © 464 rpelher vulgar. Elevando-se acima do mito, isto é, do empirismo e da tell dade do saber antigo, os Gregos inerrogarum-se sobre os enigmias da Natureza ¢ do Universo, procurando a origem das coisas de modo it fornecer uma ordem inteligivel (relaghes de curicter permanente ou leis natwrais) 10 munclo cadtico das aparéncias visiv A esta ansia de conhecimento e de explicagito das coisas, os Gregos deram © nome de filosofia, entendendo-a como uma activi- it todo © tipo de saberes. Como actividade sistematica, a filosofia nasceu nas col6nias gre- gas da Asia Menor ¢ da Magna Grécia, regides que, pela prosperi- dade econdmica ¢ pela estabilidade politico-social atingidas, pude- ram desenvolver mais cedo 0 écio, condicio do aparecimento da reflexio filos6fica. Esta beneficiou também do maior imercamisio cultural que ai se viveu, fruto de autiiplas tradigdes ¢ influéncias: egipcias, fenicias, mesopotamicas € outras. Por isso, foi nas col6nias que surgiram os primeiros filésofos da cultura grega (Tales, Anaximandro, Anaximenes, Pitégoras de Samos...) que no tarcaram a formar, em tomo de si, verdadeiras escolas de pensamento © sabedoria Mas foi em Atenas, no século V a. C., que a actividade filoséfica enveredou por outtos caminhos que nio apenas o da explicagao e interpretagio da Natureza. Os iniciadores desta mudanga foram os sofistas, quando, exaltando © espirite critica, puseram em causa 0 conhecimento empirico que consideravam relative © ilusdtio ¢ sempre referente ao individuo que 0 construt © reconhecimento da importincia do ser pensante na construcio do conhecimento fez centtur a reflexio filos6fict no proprio Homem © na descoberta do seu “eu” interior, racional e afectivo, Iniciada pelos sofistas, esta visio antropologica da filosofia desenvolveu-se, sobretudo, com Sécrates ¢ seus discipullos, Platio € Aristételes, nos séeulos Ve IV a, C. Socrates (470-399 2. C,) [10] foi um dos mais influentes pensado- res da Grécia clissica, Desviando a actividadie racional para o conhecimento do Homem, efa ele que aconselhava aos seus disc pulos “Conbece-te a ti mesmo’. Contrariamente aos sofistas, seus contemporiineos, interessou-se pela consciéncia moral do Homem incentivando a descoberta da Verdade pelo conhecimento racional A moral socritica assentava na Razdo € no culto da Vinude, identi ficando © Util com o Bem. Platio (c. 429/27-348/47 a. C.) [11] foi o principal continuador de Sécrates. Possuindo uma concepgo idealista do Mundo ¢ do Homem desenvolven a teoria de que as coisas nao se podem conhecer pela suas aparéncias sensiveis, mas apenas pelos conceitos racionais, iso & pelas Ideias, Estas representiriam a verdadeira esséncia clas coisas consirufdas pela mzo divina, precsistente em relagio ao Homem. Plato foi o fundador da Academia, espécie de escola onde s estudava Psicologia, Matematica, Geometria, Astronomia € Logi Aristoteles (384-322 a. C.) [12] foi discipulo de Plitio e mestr de Alexandre Magno. Fundou 0 Licex ¢ criou 0 métado peripaté ico de ensino, Dotado de espirito enciclopédico, interessou-se po conhecer todas as coisas, us materiais € as espirituais, sende o fun dador da Logica e © precursor do espirito cientifico contemporineo, BIOGRAFIA 5 O grego Péricles (c. 495/492 - 429 a. C.) Hist na Currueac ons Antes 119 Nascido no seio de uma familia aris- tocrétice, ligada, por tradi¢ao, a0 “partido democratico” de Atenas, Péricles cresceu num ambiente que ihe proporcionau © conhecimento © as experiéncias necessarias para se tornar 0 que realmente foi — um homem de Estado, elarividente e diplomata, democrtico convicto, simultaneamente prudente @ deste= mido, juste ¢ desinterassado, que soube, acima de tudo, servir Atenas, 8 sua patria, quiando-a ao mais alto poder ante as outras pélis gregas. Tanto quanto se sabe, comegou a sua vida politica em 466, ao lado de Efiates © em favor de democracia, procuranda restringir os poderes do ‘mais antigo tribunal de Atenas, 0 Arednago. Apos a morte de Efialtos, em 461, vence Cimon, filho de Mil- clades, na sleigao pera o cargo de ‘estratego, posto que iria ocupar por cerca de trinta anos (460-428) a0 mais alta nivel e sempre com 0 ‘apoio da populacao ateniense que, durante 15 eleic6es seguidas, 0 reinvestiu no cargo. 0 cargo de estratego-autokrator [chele do colégio dos dez estrate gos da Constituigao de Atenas), 0 mneis alto posto entre as magistratu- ras atenianses, concedia-Ihe 0 oder maior a nival militar e pol tico, transformando-o em algo p. cido aos actuais chefes de governo. Durante os trinta anos da sua magistratura, Périclas orientou a Sua actuagao em duas direcgdes. A nivel interno, procurou consolidar j2 democracia e trazer a ordem, a p22 v a prosperidade aos Atenien- ses. Fe-lo, restringide os poderes das velhas instituigdes eupatridas {como 0 Arebpago, ao qual retirou o direito de veto sobre a assembleia) e incentivando a participagao dos mais pobres na vida democrética (acesso ao arcontado e cacao das ‘mistoforias™), Preacupou-se, também, com a reconstrugao da cidade, que sinda acusava a destruico causada pelos Persas. A reforma da acropole — ‘obra da qual encarregou o seu ‘amigo Fidias ~ foi o pretexto para atrair & cidade uma pléiade de artis: tas @ intelectuais cujas obras @ actuagao fizeram de Atenas a capital do mundo civiizada da sua época, A nivel externo, procurou assegurer a defesa de Atenas @ outras cid des gregas contra inimigos estran- geiros, reforcando o poder hélico e interventivo da Liga de Delos, da qual se tornou repidamente presi- dente, Na direc¢ao da Liga, Péri- cles privilegiou sempre os interes- ses de Atenas, que nesse periodo alargou as suas redes de comércia ® exerceu completa hegemonia sobre a Grécia. Esse imperialismo seria 0 motivo das crescentes riva- lidades com outras cidades-este- dos, 0 que acabaria por conduzir Atenas a uma guerra desastrosa com Esparta ~ @ Guerra do Pelo- poneso, iniciada em 431 a, C, Foi no segundo ano dessa guerra que Péricles morreu, vitima de uma epi- demia de peste que havia afectado Atenas. Péricles matcou de tal modo a vida do seu tempo que ao século Va C. @ comum chamar "o século de Pericles". Pericles, cenominado O Olimpico. num busto em masmore de autoris se Crésias, siculo Va, C. (0 capacete asconde 0 seu erdnio oblongo, de tamanho anormat segundo 05 seus bidgratos), (1) Subaldo afi & parloagt na Elba As virtudes de Péricles Segundo Tuctalides, (Pericles) & 0 primetro dos Atenienses. Keune na sud pessoa quatro viriudes que, ligadas umas as outras, definen 0 grande bomem de Fado. Tem a inteligincta, io 6, @ faculdade de anolisar uma situagdo politica, de prever exae: tamente 0 acontectmenta e de responderthe com wn acto. Tem a eloquéncia que comvonce, que faz que o peeo lntetro partictpe na sta acgao. tudo: 0 patriotismo mais pruro — para ele. nada esta acima do interesse da comunidade dos al Tercera vir- crdadaos, acima da honra da cidade dle Atenas. Finalmente, 6 do mais puro desinienssse. Andre Bonmard, Cselizagadey Grog, O que interessa saber: © Quais as principais medidas governa- tivas de Péricles? ‘© Qual o seu perfil de homem poiltica? © Porque chamamos ao século V a. C. “o século de Péricles"? Mills ~ACONTECIMENTO 6 A Batalha de Salamina (480. c,) 28 de Scent, 9.350 2003. Ct [a neon —yranpa] [Batalha de Salamina | ‘gpa da Batatha de Satamina (segundo Paul Adam, citado por F. Chamoux, A Chiao Groga, Edgdes 70) A Bataine do Salamina é um dos episédios mais famosos da guerre entre Gregos e Perses 0 aquele cujo destecho decidiu # sorte final da ‘contenda. Desejoso de incluir a Grécia no seu impétia, o jovem rei Xerxes, filho 0 sucessor de Daria |, falecido em 486 0. C., preperou um grande e poderoso exército, constituido por soldados persas, assitios, drabes, egipcios, lidios © indianos © com- posto por unidades de terre (infan- taria) e de mar (a armada persa era formade por 1207 navios de grande calado). Assim equipado, partiu da Pérsia, transp6s 0 Helesponto (estreito que separa o mar Egeu do mar Negro) € tentrou na Peninsula Balcanice pelo norte, O avango daste imenso e irresistivel exército fez tremer os Gregos que, sob a terrivel ameaga, esqueceram as diferencas entre as vérias cita- des-estados e resolveram formar uma unigo militar para preparar a resisténcia, Um dos episédios mais tristemente lebres é o da batalhe do destila- deiro das Termopilas, & entrada do Peloponeso, onde 300 espartanos, chefiados por Lednidas, lutaram até & morte para impedir a passagem dos Persas. Mas estes venceram e avangaram sobre Atenas, cujos habitantes assustedos fugiram para a ilha de Salamina, situeda em frente do seu porto, 0 Pireu. Atenas foi invadida, os resistentes chacinados #8 cidade saqueada e incendiada. Entretanto, Temistocles, chefe da frota ateniense, arganizou um plano de resistincia: com sstacia, straiu a frote persa para o gotfo de Sal mina, fazendo correr 0 boato de que 08 Gregos se iam entregar. Conhe- cedor da zona, Tamistocles sabia as dificuldades que os pesados navios persas iriam ai encontrar para conseguirem manobrar entre correntes e baixios. Assim, coloca estrategicamente as 300 trirremes F292 [ver mapa], que, com pericie @ inteligancia, cercaram e derrotaram ‘armada persa, que no teve outra ‘aida sendo retira Avitéria de Satamina acelerou o fim das Guerras Persas, confirmau a independéncia da Gracia ¢ colocou ‘Atenas, 9 salvedora da Hélade, em posigdo de lideranga ¢ hegemania, como a Liga de Delos, fundada em 478 a. C., veio compravar. ‘Modelo de uma trereme grega. Estes navi, leves 8 ages ras munctras, medar cerca de 35 metios de comprmonto @ 5 de arguta. oka stray grande veloccase gracas bs Wes ‘orden de ramacores © mudar rapidamente de sarooyao 0 que interessa saber: © Como explicar a vitoria de Atenas em ‘Selamina? © Qual & importncia desta tatalha na Historia de Atenas e da Grécia? Is = CASO PRATICO 1 0 Templo do Parténon (447-436 a.C.), de itino e Caicrates i ‘Templo do Parténon na actuaiade(lachadss esto @ esto) CO nexne significa, & lta, casa da Visqor”« juctica-s visto este lomo sar dedicado a Atena Pala, 8 deusa-vepom que &, também, a deusa potectora da cisade-Estado de Atenas. Intseo do pértico do Parténon, conhecida or iriso das Panateneias [As cenas daserevem © grande corejo aru ‘Com quo 9€ alanienses homenagaavam a eusa 90 da do seu erworsio, motive para ‘andes fostas na case, ois grupos excultéricos que compunhem, com muita outras pogas, a decorago dos tim panos do Parténoa O Parténon & um templo dérico, periptero (por ter colunes a toda a volta), com oito colunas nas facha- das mais estreitas e dezassete nas laterais. Foi construido em marmore do Monte Pentélico (usaram-se nele 22 mil toneladas) com as mais modernas e sofisticadas técnicas conhecidas na época. A sua base, ou esteredbata, que tem trés altos degraus, mede 30,80 x 69,47 metros; e as colunas exteriores, que radeiam toda a massa do edifici sm 10,43 metros de altura. E 0 maior ¢ mais carisma- tico dos tempos gregos da Antiqui- dade, para 8 gloria da cidade que o construiu. Acima das colunas, de elegantes capitéis geométricos, encontra-se 0 ‘entablamento, cujo friso alterna tri- glifos com métopas esculpidas. ‘A rematar as fachadas mais estrei- ‘a8, 08 timpanos dos frontées, for- mados pelo telhado de duas aguas, O que imressa saber: ostentavam, na sua época, uma riquissima decoragao escultérica, pintada em cores vivas, tal como os outros elementos construtivos ~ fustes, capitéis e entablamento. No intarior, 2 enorme cella (30 m de comprimento por quase 20 de la gure), dividida em naves, abrigav ‘a meio da nave central, a estétu: Aten Parteno, executada por Fidias em marfim @ ouro, O tecto, plano & de madeira, era trabalhado com relevos pintados a dourado. A luz penetrava no templo pelas portas cerimoniais rendilhadas. A decoragao esculpida, de autoria da escola de Fidias, relata-nos cenas mitolégicas e a vida da deusa, entre as quais 8 do seu nas- cimento, no frontéo este. Pelas suas proporgdes e pelo equi- librio formal e decorative, o Parté- non & 0 paradigma do pensamento arquitecténico grego da época classic: © Que ceracteristicas arquitecténicas @ estéticas individualizam o Templo do Parténari CaSO PRATICO O Templo de Atena Niké (432-420 a. C.), de Calicrates O tempio de Atena Wiké 6 um pe- queno templo da ordem jonica, cons- truido em marmore pentélico sobre um embasamento de 8.25 x 5,64 me- tros. Sé possui quatro colunas a frente @ atrés, nas fachadas mais estreitas @, por isso, diz-se anfi- préstilo, Devido as suas reduzidas dlimensBes, todo 0 espago interno é ocupado com a cella, nao pos- suindo opistédomus. A decoragéo, de autoria de Agord- crite, concentra-se nos elegantes capitéis de volutas enroladas, no friso continuo (com cet de 30 metros de perimetro) € nos tim- panos dos fronties. Tempio de Atona Nika, vst frontal ‘Overadaro rome deste terplo 8 Nike Agere, que agnitca ‘vita som anas” (hd quem gn que thas ‘oubaram por serem ‘de our). Esté sno ‘baste rnta' ca smuraba da actépole, teeal ato 0 ende se pdt coremplar oda ‘regio at no mer 0 friso contém, a leste, os deuses do Olimpo que seguem as batalhas dos cavaleiros Gregos e Persas; nos outros lados, esto representa- das lutas entre hoplitas (soldados) gregos @ persas. Nos timpanos dos frontoes, a deco- ago apresenta uma tematica dife- rente: a dos gigantes, a este, ea das amazonas, a este, Por se encontrar junto @ um precipi- cio, este templo estava rodeado por uma balaustrade de 1,05 m de altura, decorada por uma série de Vitérias aladas (nika, em atitudes gracioses e de grande finurs de proporgdes, erguendo troféus @ celebrando sacrificios. 4} Oue caracteristicas arquitectonicas e estéticas indvidvalizam 0 Templo de Aten 5 Nike? itn ous Anes suas | 37 ‘Vista to capite! de esquina e de parto do entabiamento do Templo de Atena Nikd ‘Nike Desapertando 2 Sandia, cona da Dalaustrada do Templo de Atona Niké A decoragio occupa testo terelo # um \ardedairo hina & belara. Tal camo nosta ‘lke, 08 corp08 apatecam envoltos 6m ‘rapeacios Ruantos e "raneparente”, dos. ‘qua scbressal ima sonsunicade sbi a CASO PRATICO 2 Dialogo entre o Coro e Xerxes em Os Persas, de Esquilo Esquilo (525-465 2. €), num bust ‘da 6poca Nasceu em Atenas de urn fama nubre e combate nas Guerras Per sas. Dedicow se, desde mutto cede, poesia e ao teatro, Foo verdadeire findador da tragéda grega e era dor das wrilagias (0 que the vatew 0 |. itis de pai" da rages A sua primera vitsria num festival | wrdgico fol alcangada em 485 a. C. Escreveu cerca de 90 pecas, das | quai hoje sé se camhecer sete |_ Os seus arguments era o mites ateogonia eas lendas herdicas como a Guerra de Tr6ia e a Historia des Argonautas; a grande excepeio fo em Os Persas, om tema da histéria | recente de Atenas. Nas suas obits, are ica, iherdade fumeana ¢ fatalismo foram concilia des, apebanit & conscbricia moral do ‘espectador ea cbediéncia a les Derravadl por Ssfacles ne concurso | de trageitas de 468 aC, retirwese | para a Sica, onde falece. Os Perses 6 0 ttula de uma conhe- cida peca de teatro grega, escrita pelo dramaturgo Esquilo, no século Va. C. Trata-se de uma tragédia @ esté escrita em verso, como era usual na época, Foi representada pela primeira vez em 472 a. C., no teatro de Dioniso, em Atenas, ¢ Péri- cles foi 0 seu corego (magistrado encarregatio da organizagan dos concursos teatrais). Os actores, todos homens, para de decla- marem os seus papéis, dancavam e ‘cantavam ao som de flautistas rica- mente vestidos, tornando mais cla~ morose a manifestagéo dos senti- mentos. O assunto da poga é a invasdo da Grécia pelos Persas e 3 derrota des- ‘tes na batalha de Salamina |vez Acon- \ccimenio), No entento, o grande tema 6, na verdade, o castigo dado pelos douses 4 soberba e arrogancia dos Homens, aqui personificados nos persas sobretudo no seu rei, Xer- x3, por tamanha ambigdo. As personagens envolvidas sao: 9 coro de 12 nobres ancidos persas a rainhs Atossa, mae de Xerxe: alma do rei Dario I, pai de Xerxes @ esposo de Atosse, que aparece sob forma de uma sombra; o Mens geiro, miitar persa que traz @ notci da derrota; 0 jovem rei Xerxes; ¢ 0 corifeu (personagem principal do coro) que dialoga com os outros actores, 0 local onde se passa « acgio da pega 6 a praga do palécio, na cidade ‘de Susa, capital do reino persa, & acgao comeca com um longo monélogo do corifeu (prétago) que ‘se inquieta com a auséncia de noti- clas sobre o grande exército que partira para a conquista da Grécia. No pérodo, 0 coro descreve a passe- gem do exército persa da Asia para 2 Grécia © 0 desejo de Xerxes do conguistar 0 mundo; a0s poucos, pressente-se a desaraca, reforcada por um mau augdrio que inquietou a ‘ainha, Entretanto, chega o Mensa~ geiro com a noticia da derrota @ das muitas perdas sofrides pelo exército persa. Em desespero, a rainha reza e @ alma do ex-marido, Daria |, apa- rece-Ihe prevendo uma série de calamidades o crticando o filho pela insensatez e ambigéo desme abatido e desgostoso, culpabi- lizando-se, perante 0 coro, pela der- rota e pelas muitas mortes ocorridas. A linguagem teatral de Esquilo 6 simples (para ser bem entendida por todos), mas constréi-se num crescendo de tensdo e fatalismo, com sentido ético e moralizador. Cumprindo as regras da tragédia ‘grega, ele ndo faz um relato factual dos acontecimentos, antes procura levar o pitblico a reflectir sobre o comportamento humana e o sentido da existéncia, sobre a liberdade da ceo humana face aos designios dos deuses (Destino) e 8 sua sede de vinganga, Nesta pecs, Esquilo expressou 0 seu nacionalismo, valorizando a vitéria dos Gregos; contudo, mos- trou também compaixéo pelos ven- cidos @ ensinou a moderagao, a ética, 0 humanismo e 0 pacifismo, no 56 aos Gregos do seu tempo, como a toda a Humanidade. 0 que interossa sabe De que fala Xerxes, no mondlaga transerite? Porque? * Como the respond 0 Coro? Porgua? Que sensagdes provocariam no piblico? * Qual o papel do teatro na polis groga? Heron ong Armes Vie | 39 Didlogo entre 0 Cora e Xerxes na tragédia Os Persas, de Esquilo Xerxes — Oesventurado de mim, tertivel ¢ inesperada fol a sorte que me coube! Com que crueza o destino feu 3 raga dos Persas! [J Quebram-se-me os membros na presenga dos \vaneracos homens da cidade. Poraae no partbel eu. 6 Zeus, 4 sorte dos meus querreiras que o destino mergulhou nia morte? Cortteu — Ai de nés, 6 rei? Deploro 0 nosso soberbo excite, dre do imperio persa; depioo esta vested quereiras gus 0 Destino cefou (Cora - 0 pais chora a venture que brotcu do Sau solo, mas~ saoreda por Xenees, fomecedor do Hades que abasteceu de Pures || Coromas,chremos ot nonce vale ders res! A Asia. 6 rei desta terra! Lastimavelmente, lastimavel- mente dobrou 0s joeinos. Xerxes - Fu cu, ai de mim! misero e deploravel,o fiagelo da ‘minha raga € da minfa patria, |.) Dai ive curso 203 vessos assentos dolorosos, gemebundos e ligubres pois © destino fer-se meu a6versaro! (Coro ~ Sim, soltarei a torrente dos meus gemidos para deplo- ‘aro inaudito golne que te fru ne mar. Carpitels cidade e a ‘age gritare: a minha dor 2 atogar-me-ei em Kigres. Xerxes ~0 Ares da Jonia de tudo nos privou. O Ares marino da Jénie com seus navios te2 pender 3 balanga pare 0 outro ‘ado, cefando a planicieligubre ea dolorosa marger. Coro — Miseravel que sou, resta-me grtar e saber tudo até 20 fim. Onde estao 0s sobreviventes, 08 poucos que restam da ‘maltidio dos teus amigos? Onde se encontram os teus lugar res-tenentas, Farandaques, Sousas, Pelagon, Dotamas. Agda- balas, Psamis,¢ Susiscanes que partiam da Ecbataia? Xentes — Todos pertes. Precpitaram-se de um navi tigi, le deixel-os res costas de Saiamina onde Se debatiam contra a ud alsa, (Caro - Horror! Horror! F que fizeste ds Farnoucos 2 do bravo Ariomardes? Onde esta 0 princine Seuaques? E o nobre bios? Onde estio Mentis, Tarbis: Masisiras, Artembares © Histaiernas? Respond! Xerxes — Desgragado de mim! Desgragado de mim! Esses contemplaram 2 antiga e odiosa Atenas, @ agora os seus co%- ‘p05 jazem palpitantes no areal. (Goro ~ E aquele que por miriades enumerave os soldados per 525, Abpists. 05 Teus olhos fis, ‘tho de Batancos,filho de Sesamas? E Partos? E o grande Oitares? Abandoraste-0s? (Oh! Oh, desventurat Dores maks que dolorosas para os altos Persas! Xertes — Com essas horivas @ crutis palavas, palavras mais ‘que pungentes, acordas em mim a insuportivel saucade dos ‘meus bravos companheiras. Do funda dos meus membros 0 coragao rita (Coro — Lamentamos ainda Xentis que comandava dez mil Mar- os, 0 0 marcial Ancares @ Digs @ Arsames comandantes de cavalaria. E Dadaques ¢ Litres, msacidval langadar de dar- dos? Esnanta-me, espante-me no os ver escoltar © teu carro com taldaquino, ertes —Tocos os que comandevary o meu exécto morreram. Coro — Morreram, ai deles! Sam gléva.[.] Os deuses prove- {am ura ime caste Cam te expense man Al Xerces — Forvos feridos implacavelmente. A nossa ferida & incurdveh, Coro - Fomos feridos implacavelmente. Desoraga por demas wsivel, Xernes — inaucto inartinio! Inaucito intortinio! Cora - Por dasgrara nossa. anfentérmos os marinhelres da ‘Jona A raga dos Persas tem mi sorte na guerra. Xerxes — Seguramente, Que acipe t20 cruel para mim ter per- (ido tae poderoso extcitot Coro - due resta dele? Como era grande 0 pacer dos Persas! eres = Vis aqui teto 0 que soba do meu equipamento Cora —Vejo, vejo. Xerues - Fst estojo de fechas. Cora ~ 54 isso? Nao salaste mais nade? Xernes — apenas uma reserva de fechas, Coro ~ Uma misia er rtagao 30 que teva Xernes ~ Perdemos os nossos baluartes, Coro - 0 povo da Jénia ndo volta as costas a0 combate. Xerxes ~ € combative er axiramo. 05 meus olhos contempia- ‘am uma inesperada catstrofe. Coro — Reteres-te& dertota aval? Xerves — Quando vital calamidade rasgue as minhas vests. Coro —Desventura! Dasventura! [| Xernes ~ A nossa dor @ a alegra Jos n0ssos inimigos. Coro — Perdamas a nossa tora eras —Perd a minha escola Cora ~ 0 mar fn0s hosti (Kerxes ~ Chora, ciors © desastroso sucesso'e regresss 30 palico,) Coro ~ Aide nbs, ide nos, que adversidatle, que adversidade! Xerxes — Aos meus gritos respande com os teus gritos. Coro ~ Miservel favor de miseréves para consobr miservels, Xernes - Mstura os teus cantes gemedundos nos meus can- ts. Desvertua,tpia desventural Cora — Desventura, tripla desventurat Mais este peso acres- onttare aos meus solrimentos. (a Xerxes ~ Inunda os teus ohos de armas, Cora — As lagrimas inundam os meus ofnos. Xernes — Aos meus gritos response com os teus gritos Cora ~ Ai demi! Ai de mim! ‘Xerces ~ Regressa a0 paidci em pranta Coro — Aide mim! Aide im! Xerses — Desventutaca cioade! Cora ~Dasventura, sim, desventurada! Xerxes — Soluca. oh ISnau'do cortejal Coro - Pobre tera da Pérsia, pisada pei intortinio! Xernes — infelizes daquoies a quem as galotas com Wis fas de ramos teram perecer! Coro — infezes, sim! Os meus soluges Kigubves te sevirdo de soot, Exquilo, Dudlago entee 0 Cond @ Xerses.ers Os Persas, Edisoes Bertrand (irdhucio de Natalia Correia), pp. 97-103 Bille CASO PRATICO 3 0 vaso Pronomos, 410-400 a. c. D vaso Pronomos é uma cratera de volutes de grandes dimensdes (75 cm de altura, 33,5 de diémetro na parte mais larga), encontrado fem Ruvo di Puglia, na Magna Gré- cia, Italia, em 1838. Estilisticamente, portence ao “esti- lo das figuras vermelhas e foi exe- cutado numa Oficina atica, por um artista conhecide por “pintor de Pronomos’. A poge esta coberta a verniz preto, de onde ressaltam os motivos decorativos ne cor natural da argita ou a branco, com os por- menores anctados a negro. A decorago concentra-se no gar- alo, nas asas em forma de volutas eno bojo. As duas primeiras con- tam motivos naturalistas estilizados, organizados em frisos separados por linhas ou faixas horizontais. 0 bojo recebe uma rice decoragso figurativa, organizada em d sistos paralelos, No registo cuperior do lado A, vo- mos numerosas personagens que representam um grupo de actores de teatro preparando-se para en- trar em cone (alguns seguram na mo es respectivas mascaras), pe- rante 0 clhar dos deuses Dioniso e Ariadne, 00 centro, abragados e ricamente vestidos. Dioniso segura com a mo direita o seu bastio e esta coroado de heras, como é seu atributo. A esquerda do casel de deuses, de joelhos, esta o pequeno re- Himeros que estende as maos em direccao @ mascara segura pela personagem a sua frente. No registo inferior, a0 centro, esté a figura do flautista Pronomos, um misico da Beécia que ganhou fama ‘em Atenas no século V a. C, (é esta personagem real que dé o nome ao vaso), Encontra-se ricamente vestido e coroado de louros, A esquarda e a direita de Pronomos, varias figuras que representam jovens coreutas (um deles mascarado de sétiro a dangar) e masicos com os seus ins- trumentos. No lado B, a composigao 6 um pouco menos densa, embora se dis- tribua igualmente por dois registos. No superior, ao centro, vemos de novo Dioniso @ Ariadne, abragados, caminhando, Ao lado de Dioniso ha um pequeno Eros flutuando. Em baixo, @ da esquarda para a direita, encontramos um coreuta-satiro, ensaiando um passo de danga, uma pantera entre duas Ménades e um sétira nu. A importincia do vaso Pronomos reside no seu valor documental, Ele comemora, come num manifesto, os membros de uma companhia tea- tral, colocando-os em paralelo com Dioniso, Para além disso, contém numerose informagao sobre os actores, suas vastes @ mascaras, € sobre os misicos que os acompa- nhavam, © Como se caracteriza, estilisticamente, 0 vaso Pronamos? Di que nos fala a sua dacoragan? ‘= Porque dizemos que a cerdmica grega ¢ “um arquivo de imagens”? ACTIVIDADES a Hesrimu onc Ants ious (t Observe os documentos abaixo apresentados, Visite também o sitio htipy/wwww.culture.gr. Em seguida responda as questies. 1, Reldade de Atonas (roconsitgz0grea) 2. Acidade groga —testemunhos excitos Na Grecia, oHomem “vive por ele e para ele"|..k Sente-se responsdvel tanto pela sua pessoa como pela cidade, wma cidade civili zada¢ livre. Rerié Huyphe, Semi e Desig da Arte Reigbes76, Havia, na dgora, pldianos plartados por Cimon. Lojas-eofcinas sem

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