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STOEL ANALY NAS PROPRIAS MAOS coma mea) PROPRIA BIOGRAFIA 0 CONHECIMENTO DAM Laa eats DO DESENVOLVIMENTO HUMANO Escrito originalmente para publica- ¢ao na Alemanha em 1992, o pre- Eon M hE COn omeo le: UCN reelaborado para esta edigao em portugués, tendo sido enriquecido com novas abordagens e mencoes literarias préprias do contexto brasileiro. Indicando no préprio titulo seu propdsito instigante e encorajador, a Autora, com base oreo rmecevtelce (om weln ite it aneen acy biografia humana, convida o leitor a repensar sua trajetéria de vida e, quica, a redireciona-la para novos objetivos. Enfatizando a observa- cao das peculiaridades dos seténios na evolucao biogra dra. Burkhard subsidia os aspectos creole eM ome TCM STU Le L Oy aqui, a titulo de exemplo, algumas autobiografias especialmente soli- citadas a terceiros a guisa de exer- cicio terapéutico. Seu métedo dos Peyote ee Me tle tc ee Meet ares cao dos ritmos na biografia, a evidenciagao do /eitmofiv indivi- dual ea fixacao de metas e objeti- vos para 0 futuro sdo alguns dos pontos-chaves para um Perla ren eee Cee w pL cons pria vida — com vistas a realmen- RUC SCRE ee nCctecwe ec le 6 cts) nao hesita em finalmente apresen- tar ao leitor seu proprio caminho biogrAfico, analisando-o com a metodoldgica clareza aplicada a priori em cada caso apresentado. TOMAR A VIDA NAS PROPRIAS MAOS Gudrun Burkhard Tomar a vida nas proprias maos Como trabalhar na prépria biogratia o conhecimenta das leis gerais do desenvolvimento humano 2 ANTROPOSOFICA © Gudrun Burkhard ua Direitos desta edigae reservados & Eurora Antromesdnca LTO8, — R, da Praternidade, 174 4J4738-020 $50» Paula - SP — Tel/Fax (11) 5687-9714 www antropusaliea.com.br — edittira@antraposoli Revisdo preliminnr: Maria Mercedes Gainba Redagito fal projeta grdtico- Jacica Cardoso Apois especial: Assnciagaa Beneficente Tobias P edigao: 2000 2 edigao — 2001 Primeira reimpressao: 2002 Segunda reimpressiio — 2004 ISBN $5-7122-124-9 Dados Internacionais de Catalogagao na Pubhicacaa (CIP) (eamara Brasileira do Livro, SP Brasil) ukee Guster Comal, ‘8230 Sieist sus nae prserae hacia cooena sas Agradecimentas fe livre é dedicado @ meus mestres Ruud Steiner, Ite Wegman, Norbert Glas e Bernard Liecegoud, ¢ tambénre Heimutd Ten Siethatt que Ad 27 anes dew a num ea meu do Daniel as buses para o trabalho biograles, tendo permitida desentialvermos nosse prépria metodologia. aplicada no Brasil desde 1978. Agradeco especialmente aos participantes dos cursos biaureti- cos que fizeram conmibuicdes fundamentais pari este liera poder acontecer, Cont a inicio da Artemisia, em 1983 fe. pde 189}, este wabatho adquirty uma dimensde nove e aprofunducda, permitindy que os pur tcipantes se hospedassem no préprio taca{ do curso acompankadas por um Gtendimento médica, divtética e revitatizante Agradeco, portanto, a todos as cofaboradores que passarasn pela Arteniixia dando suas vatiosas conmribuirdes. lin agradecimenta especial ao meu primeira marido Pedra Schmidt e a nossas quatro filhos — Agiaia, Solway, Thomus e Tiago — cada qual tendo contribuide para uma purte do meu propria de- senvoltimenio, ¢ Hinaimente aq meu segundo mards, Daniel Burkhard, com o qual pude desenvotver este irabulha durante muitos anes a partir de ime metodologta inddita Na elabaracae do lieve participaram Luigia Nardone, Mercedes Gamba (principatmente ag recisdo preliminar da portugués) e¢ Katia ‘aria Bortaluzzi, com todo o trabaliw de digitacda ¢ organizacde ee texto. Os desentios sde do fivro de titulo correspondente em alemda, eluboradas por Michael Seltz. cAgradeco ao meu destine ed vida pela oportunidade de poder dedicarme a este trabalho maraciiosy com o que de mais preciaso id no ser Aumano: sua biagratia. GB Em cada um vive agen daquele que deve vir a ser. Enquanta ele a4 a realiza, nae alcanga a sna paz Friedrich RickerL Sumario Nota pretiminGr voccsccscscncvsiv ss sowseuncenane TI Prefivio d edigdo alemd......, 13 Pretécio 4 edicdo brasileira pene es a 13 Intradugio: 7 Capitulo £ — Visao geral da biografia .. Capitut it Capttute: Mt Capitula IV Biografia 1... Biografia 2... As fases de Qa 21 anos: a preparacio para avida 43 © primeiro seténio..... O segunda seténio O lerceiro seténio As fases de 21a 42 anos: etapas do desenvolvimento animico. ‘Tornar-se homem. Tornar-se mulher’. wc. e i enema 16. Biografia 3... A fase dos 21 aos 28 anos Ags 28 anos: a crise dos talentas Alase dos 28 aos 35 anos . Alase dos 45 aos 42 anos Espelhamento animico-psicolégice: retamadas |. 121 As fases de 42 a 63 anos: a realizacao de vida .,..., 127 Atase dos 42 aos 49 anos Biografia 4......... A fase dos 43 aos 56 AMOS wesc Biografia 5 .. A lase dos 56 aos 65 anas , a 145 Ww Cuptiulo ¥. Capituto VE Cupitute Vil Capitulo VII Capitula IX Capitirla X. Capitulo XT. Epilago .... Tomar wines mas prdpras Biografia sob forma de conto de fadas ......-— Espelhamentos e transformagoes na hiegratia. Metodoloyia pratica Rilmas na biografia A mativacdo de wida. A missdo de vida. Como trabalharo presente: metas ¢ abjetivos para o fulura ... ¢ O que é0 trabalho biografico e a Artemista 1 Autobingrafia coc Indicacées hibliogrdfices da edtcde brasileira 152 185 Nota preliminar Das Leben in dre Hand nefmnen (Tomar a vida nas maos), titulo de meu livre original publicado na Alemanha em 1992, pela editora Freies Geislesleben, esta hoje em sua sétima edicdo. J foi traduzi- do para varias linguas: inglés, francés, holandés, espanhol e polo- $s. Para a lingua portuguesa, este livro foi reeserito, ampliato e aptado, Portanto, nau se trata aqui de uma traducao. e sim de uma recriacdo. Eu yostaria. porém, dé reproduciy a seguir 0 prefacio da edi- cao alema, escrito pela Dra. Michaela Gockler, médica antroposéti- ca responsavel pela Secao Médica do Goetheanum Prefacio a edicao alema O trabalho bingrdtico é hoje muite atual. Tém surgido muitos livros sobre este tema. e os cursos € palestras subre o assunto saa muito procurados, pois tal trabalho nao és6 para pessoas em seu dia-a-dia ou em épocas de crise, mas também para a compreensio deseu proprio destino, mesmo em se tratanda de pessoas doenles. O trabalho biogralico é uma ajuda para todos os que querem aprofundar seu autoconhecimento €, ao mesma tempo, desenvol- ver interesse © compreensao por outras pessoas ¢ suas sitliacdes de vicla, A autora escreveu seu livre a partir de seu trabalho na prati- ca, cujo pano-de-fundo € sua experiéacia médica. Ela fala a partir da antrepologia antroposdlica, elaboradia individualmente e apon- tando para as leis do desenvalvimento bivgralico. Faz questao de ressaltar os lados luminosos ¢ sormbrios em cada biogralia, trazen- do-os @ consciéneia ce maneira a permitir As pessoas intesrd-los em sua propria biografia e reconhecer nela y valor desses aconte- cimentas. Para isso. parte de relatos ¢ exemplos sempre extraidos de situagoes coneretas da vida, levando a leitor a sentirse esti- mulado a pensar para frente € a explorar sua propria biogratia como material de trabalho. Na segunda parte indica-se uma metadologia para o tra com. a propria biografia, permitinde um inicio nesse sentide: Gudrun Burkhard € fundadora da medicina antroposdtica no Brasil e da Clinica Tobias, em S40 Paulo. que se tornou centro de medicina antropasofica rio Pais. Nos altimos anos. ela tem-se dedi- cado a prevencao lo cincer, & dietética e. principalmente. ao |ra- balho bivgrafico, para o qual fundow a Art ia — local de revitalizagao, auledesenvelvimento e prevencae de doencas.:Des- de entao. tem ampliado lambém sua atividade em cursas e& workshops na Eurapa, em especial na Suica, Alemanha, Fspanha, Portugal, lnglaterr @cia ¢ Chile. para onde é sempre convidada. allio aX. p I88, it Tomar anda nas pre Sempre foi intengao de Gudrun Burkhard ligar seu trabalhe do Brasi! As metas espirituais da Secao Médica do Goetheanum e cultivé-los. Que seus pontos de vista sabre o trabalho biografico passam juntar-se de mancira construtiva As publicacoes sobre o tema na lingua alema. Michaela Gldcklier Secan Médica de Goetheanum Dornack (Suiga), agosto de 1992 Prefacio a edi¢ao brasileira Querido Leiter Tomar seu clestirio Ao falarmos em destino, sempre o ligamos a algo que cai so- bre nés come uma fatalidade da qual naa pedemos escapar. Por exemplo, faz parte do meu destino solrer varios acidentes de carro, passar por varias separagoes. ter sido rejeitada em varios empre- gos e assim por diante: sera que nao podemos mesmo modificar essa tonica de vida que ver vindo, vem-se repetindo ¢ lazende ‘o destino’ parecer algo ameagador. vindo de fora? Sim, podemos modificar esta situagao, Para isso necessi- lames primero conhecer anés mesmos, conhecer nossa biogra- fla, saber por que as coisas acontecem. Com a retrospectiva da vida. pexlemos, na curso biogrdfico, acordar a vontade de modifi caro futuro. Esta @ a meta dus cursos biograficos que realizamos. Assim podemos realmente definir 4tdnicae ocursy de nossa vida, O que eu guero eu Consiga! Nossa biografia é tal qual um rio que pode fazer varios percur- sos, escalhendo a lerreng por onde padera melhar fluir. Aos pou- cos vamos percebendo sermos nds que va construinde nosso proprio desting. Ao inves de sermos um joguete. um barce sem rum que o mar leva para qual¢uer praia, aprendamos a pegar o leme mais firmerite na mao e conduzir ¢navio para o porly que nds mesmos escolhertios, Cada um traz dentrr préprias maos — sera iste possivel? rde si uma questao biog gunta ao procurar-tios para um cursa biogralic livro coiney este para ler Queride leitor, vacé sabe qual é a sua pergunta? Perguntas, todos 16s as temas. Flas podem parecer banais mas multas vezes sdo essenciais. Como primeiro exercicio, tente formular para si mesmo a sua pergunta! éfica, uma per- OU 40 pegar um 16 Tomar @ vida nus priprics adios Tem puctencia coir tudo vido resolnido em reu coragdo e dente uncer as peeguntas em ti courte sé fossem quartos francadas ou fieros escritos em idioma estrunka. Ado pesquises em busca de respostas que ado fe podem ser duces, purgue (tr ido as podes viber e Irqiaese de il er do. Live 03 grandes pergurntes agora Talves num dia fongingno, Sem 0 percebercs, te famillarizerds com a respostu, Puiner Maria Rilke Serras que vdeo se destapande pars desiupur oulras serv Téat todas as coisas Vivendo se aprende, mas $6 0 que se aprende Mas sti o que se aprende é c fazer cutvas malnres pergunters J. Guraardes Rosa Introducao Téin surgido cada vez mais blografias jublicadas. Na Alemae nha, por exemplo, uma dinica editora, a Ro-ro-ra. tem mais de qui- nhentas publicacées: a Herder mais outro tanto. Sao publicacdes de pessoas iamosas ¢, interessante, mais de hemens do que de mulheres. Todos esses trabalhos si0 compra- dos ¢ lidos, Por qué? Sera que a identificagao com alguns elemen- tos da biografia dessas pessoas desperta a curiosidade em saber come o auter Conseyuiu dar salugdes avs seus problemas, buscan- do-se assim, cliretamente, solugdes para as problemas proprios? Contudo, para encontrarmos solugses para nos mesmos teres mos dle comhecer nossa propria biogralia, ou seja, nosso caminho terreno do nascimento até a morte. Nem sempre o interesse pelas biogralias foi tin grande, Se alharmos as obras de arte antigas — do antigo Egito, da antiga Babilénia, da antiga Grécia —, perceberemos que elas nao levam assinaturas, Nao se conhece sua autoria, Mesmu os canticos aos herdis dos povos celtas naa cantam um heréi em especial, e sim feitos daquele povo. O que valia, tanto no pove egipeio come no pove hebreu, era a linhagem de sangue Somente na época gréga mais moderna € que comecaram a destacar-se individualmente fildsofos, eseritores, poetas. Com a vinda do Cristo a Terra, o processo de individuacaa, ou seja, odes- taque da individualidade, comecou a ser cada vez mais consciente. Com isso também vieram as leis de desenvolvimento do ser huma- no. Embora estas ja fossem conhectdas bem antes, foi sé.na Grécia que este poema de Solon (mais ou menos 640-553 aC.) foi escrito: Quando, no sétima ano de vide, 0 menino se destas du prix meiro ciclo deatdria, ele & ainda bem imearuro, mul tem a dominio da feta. Se, no enianto, Baus @ aperterca recerdi sinals dé que agora ay Brora-the a barba na terceira st aeentua seu matic, # parsais sete anos, jd apa. wentude estd unudurecenda no, ea pele a desabrochar cu coRnG esitcaae cheia de farce is Tomar a vida nas preipricas mdios Porgm o forga do homem desenvolvese ao manta surnente agara, no quarta se@niv, O homem realize faganhas Na quite setinig o homem procura casarse, pura que no futuro cresca Uintd geracda prospera. Depuis, no sexto, a utitude moral do homem amadurece @ se Jortulece: futuramente ele ndo querend mais ocupurse COM? bra att Por caturze anos, no sélimd eno oftuvy seiénios, prosperam sua fala e sew espirite com abundancia ¢ forca No none também ainda Noresce alguria coisa, mas da alture da corayem varonl emana dele @ sabedoria e @ palavra Se Deus, porém, completar o fim do décimo seténia. at wore the acorrerd num tempo bei propicio. Para 0 grego, au contrario do egipcio (para este, quanto mais velho se lornava o individuo, mais valor se Ihe atribuia). havia wna idade ideal do ser humang, No caso, até o décimo selénia, ou seja, setenta anos, Embora hoje a expectativa de vida aumente cada vez mais, cosinicamente os 72 anos de um individue sao 0 ponte ei que. no movimento de precessao solar, a estrela de naseimento fica a descoberto em relacio av Sol, pois este se desloca em um grau desde o Momento do nascimenta. E coma sé chamasse o in- dividuo de volta para o Cosmo (conforme uma citacao de Rudalf Steiner). A expectaliva de vida aumentada toma necess: rig Que o ser humano Jide mais conscientemente consigo mesmo, em fases anteriores da vida, para poder desfrutar de uma velhice harmon! cae sadia. Como vimes no pooma de Sdlon, a vida se transforma an lon- go dos anos, € os selénios (ciclos de sete anos) marcam passagens importantes av longo desse percursa. Rudolf Steiner retomou a questo dos seténios elaborando sua dinamica em muitas pales tras pedagdgicas ¢ gerais. Com o processo de individuagaa cada vez maior. qual éa situacaa do homem moderno haje? O ser humane perde, cada vez mais, sua relagho com a fai lia, com seu povo. Ser patriota virou uma blasfémia. Morar na casa. dos pais, come adulto, 36 mesmo por uma necessidadc financeira. A familia, mais na Europa do que no Brasil, esta em ultimo plano. OQ ser huinano perdeu arclagay com a natureza ¢ COM O08 3e- res pertencentes a ela. Da natureza quer-se lirar a maxim ce du- cro. explorande-a, destruindo-a, Raros sao os que culdar dela. Ags introducsies 13 poucos ela nao nos farnecera nem mais alimentos basicos, dos quais lecessitamos para sobreviver, nem tampoucoo petrdleo para nos. $a potentes maquinas —nossas automdveis. O ser humano perdeu a relagdo como mundo espiritual—até ComLseu préprig guia {o anjo}, e muito mais: com toda a concepeaa do Cosmo e das foreas criadoras. A religido tornou-se, muitas 2e8, Uma Casca vazia, sem Contetide, nao dando o alimento espiri- tual buscado — cada qual tem de encontré-la em si mesmo. Perdeu-se a relagdo mais intima com as outras pessoas. tanta no aspecto de trabalho quanto na afetive ¢ pessoal, As relaches sc lornaram cada vez mals superticiais, formais—e o ser humanv se sente incompreendido e solitario. Religiosidade Mundo espiritual Nossos amiyos Familia Pova A natureza © sus seres FIGURA I ido isso leva a uma solidéo cada vez maior, a uma incompreensao em relacao ao préximo e ao proprio ser. Tenla-se, tiuitas vezes, sair dessa situagao por meiv do alcoolismo, das dro- gas, das videos, da tevé, da Internet, Passa-se a usar uma forma de 2) Tomar @ vider nas prdpras indos comunicacao ficticia com outras pessoas, sem estabelecer uma verdadeira relagaa com elas. Esta é a situacao da nossa época, em que cada um tem de assumir cada vez mais a si proprio. ser ele mesmo. [sto tem seu aspecto positive, mas por outro lado pode fazer brotar um eyois- mo ferrenho, capaz de lewar & destruigao. Rudolf Steiner fala, numa palestra proferida em 12.12.1918, das forgas anti-sociais da nossa €poca Coma nés as superamos? Despertanda o interesse verdadeiro pelos outros! Ele dadeis exe cicios basicos, ambos empregadys no trabalho. Um trata da retros- pectiva dos aconteclinentos da vida, co outra da retrospectiva cle jodas as pessoas que encontrames na vida e que exerceram algu- ma influéncia sobre nds. Quando encontramos uma pessoa que ha muito tempo nao vemos, ovorre um [ato interessante, Primeiro tentarmios lembrar- nos de seu nome, de onde a conhecemos, ha quantos anos isto ocorren, e comecamos a contar o que aconteceu em Nessa vidas desde aquele tltime encontro. Contames um pedaco de nossas biografias. c com isso a lembranga vai aparecendo, cada ver mais nitida, diante de nds. Se fizermos este levantamento da histéria da vida de maneira sistermitica, estaremos entao fazendo um traba- lho biogralica. Esse trabalho poderd ser feito tanto individualment® quanto com urn terapeuta ouem grupo, comy éieito na Artemisia (Centro de Desenvolvimento Humano}, conforme a necessidade individual edgy momento. Ametodologia sera cescrita na segunda parle deste livro. Na biografia humana existem leis gcrais de desenvalvimento para cada fase da vida, e durante 6 trabalho biografica cada um identifica, em sua vida, elementos semelhantes aos de Gutras pes- soas da mesma idade ou fase, mesmo aqueles tao peculiares ¢ que lém aver como destino de cada um. Saber discernir o que é pro- prio da idade eo que é 86 seu. bem inclividual, assim come o que é repetitive, é iinportante para o autoconhecimento. Os acontecimentos individuais muitas vezes tem de ser trala- ihados, digeridos. Nos acontecimentos comuns ou gerais, temos situacdes passageiras. iguais as de muitas pessoas das quais sabe- mos que, passande aquela fase da vida, melhoram por si, Isto nos consola ¢ nus faz serlir participantes de uma mesma 6poca ou de uma geragao Inivadugdis a Muitas pessoas passam par psicanalise, na qual fases dificeis sao minucivsamente enfocadas ou trabalhadas: porém se esque- cem das fases boas, ou do lado bom de cada fase dificil. A visaa global de toda a biogralia permite, por sua vez, ter uma visao total, @Nao so dos lados de sombra, Por meio dela percebe-se quantos Jados bons é de luz também se teve na vida. Conseguindo resgatar esses lados bons, elaborando e integranda também as sombras dos acontecimentos negativos, torna-se possivel comecar a perceber a vida como uma grande paisagem. Luz e sombra em conjunte for- mam as cores, A vida torna-se uma paisagem multicolorida ao in- vés de permanecer cinza e rotineira, como muitas vezes acontece nos dias de hoje. Podemos usar outra imagem para lornar esta visio um pouce mais clara: é come seno dia-a-dia tocdssemas um instrumenta mu- sical. A cada época temos tons dilerentes, eno final da vida tudo se campds como partes de uma grande sinfonia. F claro que esta sin- fonia nos pareceré inacabada, mas apos termos uma visio clara da vida perceberemos que a sinfonia ja esta escrita, que é muito bela gue aprendemos a ama-la. Somente arnande a si mesmo @ a6 seu destino voce serd capaz de amar os outros, e por conseqiiéncia os outros também oamarao erespeitarao, Muitas pessoas dizem: "Nag quero me lembrar das coisas negativas. elas jd se foram!” Porém se nao forem digeridas, mais tarde elas voltarao & tona e poderao trazer distirbios até meso psicossomaticus, Aintencéo do trabalho biogrdlico naa € a pessoa se prender aa passado, mas entendé-lo ¢ integré-lo para poder viver 0 presen- te, livre do passado, e nortear melhor o futuro ~& medica que ela amaciurece se torna cada vez mais livre, Para isso, no entanta. é preciso ter claborado, integrado € aceito o praprio passado. Casa contrario, © passadly algema © amarra Alegrias sd dddivus do desting que Comprovam sew valor no presente. Prsares, aa conirdria, sao funtes de con rado se revela in fut cimenta Rucll Steiner pensamene 18), ns ‘calletanea de varias autores? (2. ed, Sag Paula: Antero. posdilica, | Capitulo I Visdo geral da biografia Antes de entrarmos nos detalles de cada scténio — pois & com base neles que iremos dividir a biografia —, primeiramente goslariamos de trazer wine visao biogrdfica geral mediante algu- mas imagens, e depais entraremos na parte conceitual Muitas vezes falamos das fases da vida coma se fossern as eslacdes do ane. Assim, a primavera seria tuda aquela fase na qual nds nos encorpaios, crescemos e amadurecemos fisicamente, até é por volta dos 21 anos, O verao, quando as plantas se expandem e atingem o maximo de sua vitalidade ¢ tamanho, corresponderia a fase expansiva da vida, dos 2] aos 42 anos, aproximadamente. 14 0 outone, quandoas cores se modificam (ha paises onde as folhas se colorem para depois cair), a natureza se torna especialmente colo- rida e as frutos amadurecem, seria aquela fase de nossa vida em que observamos também um leve declinio de nossas forcas, por volta dos 42 aos 63 anos de idade. Em seguida entrariamos no in- verno. quando. nos palses de estacdes marcacas, a maior parte das plantas perde a forga, as sementes caem no chao e la ficam, a espe- rade uma nova primavera. Permanecem os ‘esqueletos’ das arvo- res, ou, paderfamos clizer. sua esséncia, pois muitas vezes & por meio da forma das arvores desfulhadas que conseguimos identificd- Jas eas reconhecemos até mais facilmente do que com plena copa folhada, Esta fase se situaria apOs 08 63 anos. Podemos tomar uma outra imagem, usando uma nica planta que possua umciclo de umano. Na primeira fase (que corresponde a primavera}, Quando a semente é colocada na terra. cla precisa de bastante cuidado para germinar. Precisa de terra iérlil, agua. luz. calor, espaco adequado ete., semelhantemente as primeiras fases da vida humana, quando a criancanecessita de intmeros cuidados para seu desenvolvimento lisico e seu crescimenta (atéos 2] anos). Logo vem o estado em que a semente langa as Taives na terra e ergue secu caule para a luz, quando se vao formande folha por folha, galho por galho. Seria, novamente, aquela fase que corresponde ao verao da vida. na qual a plantase expande. torna-se geval da bi visivel av mundo. Equivale 4 fase dos 21 aos 42 anos, denominada fase do desenvolvimento animico ou psiquica, Nessa época a alma desabracha, abre-se para o mundo todo. faz trocas como ambiente extern, para no final, com a amadurecimento psiquico — seme- Jhante as flores que comecam a formar-se na planta, abrir-se ao sol. Nossa alma. esta grande flar aberta au sol ¢ a luz agora se mostra em sua riqueza de cores, exala perfumes, toca-nos profun- damente, atrat-nos —e entao vem insctos, horboletas. abelhas, aves, colibris para buscar seu néclar e, assim, fecundar a flor. A flor é fecundada de fora, de cima, do Cosmo, e deste modo entramos terceira grande fase, Aquicomeca a frutificagao. Esta lase necessita de calor e luz para que os frutes amadurecam, for- mem a substancia adlovicada € se tornem saborosos. Se chover e fizer frio, teremos frutas azedas. Dos 42 anos em diante, nossa frutiticac4o, ne decurso da vida, tem de vir dé uma outra diregao, ista é, do ladle eésmico, espiritual. Genominamos esta fase como fase do desenvolvimente espiritual davida. Aqui importam as qua- lidades sutis, tais come calor e luz, é nda mais Agua e lerra, coma nas primeiras tases da vida. Por outro lado, é muita indiviclual o que ocorre com cada um para fru ar. Ha muitas formas de se buscar a espiritualidade ¢ encontrar o ‘guia’, 0 anjo, ou Eu Supe- rin’, que é de natureza espiritual Finalmente, a planta que frutificou comega a murchar: suas folhas caem, as sementes so colhidas, caem na terra, para mais tarde germinar. Novamente falamos daquela fase das 63 anus em diante, em que a esséncia do ser humane aparece — fase & qual decicamas 6 livro Livres na terceira idade!* IGOR, ‘Ed, brasileira eu trad. dle Karin Staseh (Sao Pauley 1. trepostilica, 2 44 Tomar a wit ins pripeias méas Observando as plantas, muito podemos aprender sobre o de- senvolvimento humano. Por exemplo: para colhermos as frutos maduros & saborosos, precisamos ter paciéncia, pois cles sO ama durecem na estacdo certa. $e.o8 colhermys antecipadamente, eles se tornarao indigestos, Em nossa ansiedade, prépria da aceleragdo da nossa epoca, estamos sempre querendo collier frutos antes da estacao e, com isso, até prejudicamos a planta. Saber esperar até que algumas hae hilidades desenvolvidas amadurecam é o grande segredo de viver as fases da vida, 0 conhecimento destas fases permite-nos conhe- cer melhor os frutos de cada estagao. &, por analastia, novamente a nalureza nos mostra como algumas plantas florescem rapidamen- te. dando frutinhas saborosas que logo se desenvolvem (por exer plo, 08 moranguinhos) ¢ ja podem ser saboreaclas, enquanto ou- tras levam trés quartos de ano até poderem ser calhidas Cada ser humano pode ser um jardineire de seu proprio po- mar para saber quando é ahora de plantar, adubar, regar e depois calher os frutos Qs chineses possuem 0 seguinte provérbio para expressar as fases da vida: “Levamos vinte anos para aprender, vinte anos para lutar e vine anos para tornar-nas sibios.” Ao contrario dos ani- mais, realmente levamos muita tempo para tornar-nos sdébios, 0 bezerro, quando nasce, | sai andando e sabe onde encontrar seu alimento. O ser humiano, porém, leva catorze anos até poder iniciar acapacidade reprodutora e 21 anos para tarnar-se adulte ¢ ‘de maior idade’, ou seja, totalmente responsavel por seus atos. Por que essa diferenga? Ao olharmos o ser humano, precisames levar em conta suas trés instancias, canhecidas desde épocas biblicas: a fisico-biolégi- ca. que denominames corpo vivo, a animica (ou alma) ea espiritual — ou seja: corpo. alma e espirito, Aparte fisico-biolégica engloba nao sé acorpdrea visivel, mas também a fisioloyica. isto é,a vida ea funcao dos Grgaos que eman- cipam as substancias fisicas de nosso corpo das leis fisico-quimi cas, dando-lhe foreas vitais. Na Antroposofia, Jala-sc em ‘corpo fisi- co’ e em ‘corpo vital’ (au etérico). Nas plantas, este corpo vital faz com que elas crescam oa direcao oposta & pravidade: sao lorcas centrifugas que aluam através da periferia, do Cosmo, No homem elas (ormam um corpo individualizada — nosso corpa vital de hungrehas isda gor A distingao entre alma ¢ espirito nao é facil, mas o seguinte boema de Goethe nas aiudara: Canto dos expiritos sabre as dguas 4 uline do omen é come a dauo do céu wer, a0 Céy sabe, dele de nen tem que descend terre em sua madange elerna Corre do alia rockeda a ping © veiv puro, enna em bi mii de ones dle advo a eacoiiids de manso cai, tido velando, era baixe murmiirio, id para as profundas Erquemese peniaseos de encontra d quedo. Vor espumande ent rawa degra ein degvess para abismo No fete bape destiza 90 longo do nate relvada eae fago manse Basse a rasta Os astray tudor, Vanta € de vaga co belo amante bento mistira ae funda ac cine ondas espumantes Alma de humem, és como daua! Destine do homens, és coma a Goethe AF @ Lida nas pripriay imais A alma humana ou psitque (la palavra grega psyele. mais abrangente do que a palawra pertusuesa “psique )engloba nao sta alividade pensante do ser inmmano. mas também a parte do senti ento ea parte do agir no munede. Rivloll Steiner fala em pen sentir s atividades possuem m a. juerer. No organismo humano, es scus 6rgays ou instrumentos fisicos correspondentes, No organs: mo neure-sensorial, com sede na cubeya, reside o pensar, o sentir reside ue organisma ritmico, ou seja, oo coracdy & nos pulmoes portanto, oo térax; ¢ o querer reside no sistema metabdlico- locomotor (incluindse toda a parte metabdlica, os drga. reprodutores ¢ as argéos volitives) — portanto. onde existe agar existe incanseléneia, como ites Gryaos metabélicus & nos membros com seus musculos* Aparte espiritual do ser humano ¢ aguela relacionada ao seu eu. O eu éa expressao ce sua individualidads, que € Unica, ¢ ex pressa-se mediante @ que chamartios de destino, No mundo nao existem dois seres humatios iguais. mesmo que se trale de os gémeos. Cada um possui una individualidade ¢ um destino diferen- les, Como reconhecerrios uma pessoa’! Por seu mode de andar, pelos estos. pela fisionomta, pela muneira de falar (sem vée-la reconhecemo-la pela voz}. A policia, por exemplo, reconhece-a pe digital Guia. pelo cédigo genético, DNA. ete. mas também a bine gralia dessa individualidade, desde o nascimento até a morte, & absolutamente finica. Para mim. que fad ouvi mais de mil biegralias. sempre ¢ maravilhoso, com cerleza, escutar o desenrolar da bie- grafia ao longo dos anos; # todas s&o Gnicas, lascinantes. Come so inter-relacionam o espiritg, a alma eo corpe av lon go da. > Pademos representa-los por curyas no decorrer das anos: 4 Curva capiratual Ss neve a Curva biologic FIGURA 8 Para profindar a Lema. vide Walther Bul trad, Ursula Szajewshi (2 20. S80 Pau (2 coupe coun Assaeineda Benefcerste Tobias. 8821 Visdo geral die ntogratne 2 Widualidade, de natureza spiritual (Goethe denomina-a "). ven do Cosmo e.gradativamente, a partir da concepyin, val se-encirimido ne corpy bielégica. atingindo, aos ua plena encarnagéa — a permeacao eo entrosamento total do corpa, tendo trabalhade intensamente na estruturacao do mesmo ¢ amadurecide as trés organizacde dos lrés pri- meiros serenios (sistemas neuro-sensorial, ritinico ¢ metabdlico- scumatar), &incdividualidade permanece profundamente livada a parte somatica também em toda a tase dos 2) aos 42 anos. para dep: sracativamente, desprender-se ches tr@s sistemas —o que acontecerd em sentido inverso ao da encarmacao. ou seja. primeiro do melabdlicodacamelar, depois deritmice ¢ por fim de neuro- sensorial. voltando gradativamente As suas origens césmicas. Pow demos também denominar este pracesso coma encarmatéria e excarmatdrio. O desenvolvimento co corpo bielégiea se da em senticy as- cendente desde o momento da tecundacdo, quande coueca amul- tiplicagdo celular ¢ a diferenciacao organica alé a total maturacdo das Grgdos, por volta dos 21 anos de idlace. Ai se inicia uma fase ern que parece nie haver biolagicamente mais modificaydes, embora haja uma constante renovacao de subslancias. Anabolismo ¢ catabolisma, regeneracao @ desgaste par ea pessoa nem percebe seu envelhecimento mento, porém, o waste sobrepuja a regenel tvelheci- mento bioldgico s¢torna cada vez ma: ivel_oqueavorre princi- palmente a partir dos 42 anos, Entaoa curva binlgica comeca rapi- damente seu declinio até o momento da morte Sera que nesta jase ha apenas percas’? Nao. A medida que o desgaste hiologico ocorre, a consciéncia, gravas ag elemento espi- | individual. tem a possibilidade de se ampliar Co que nao ocor- ai}, Assim, entra-se na fase que é denaminada 'lase do crescimento espiritual’ ou ‘fase ca sabedoria’. Aampliagao da cons- ciéncia Gcorre gragas ao desgaste das farcas vitals. que sao elariorioseadas, Vejamos agora o que aconteec cam a Curva animica. Tambérn ela é ascendente, e, & medida que as trés sistemas amadurerem tambéi a alma vai desithrochando em suas qualidades do pensar, sentir e querer (ou agir). aeterna 21 anas, cem estar em equilitrin, m determinada mo- vi 28 Tomar a vide mes priprias mas Aos 21 anos, 0 eu, agora ndo mais engajado na maturagac dos Srgdos, fica livre para a atividade mais consciente. A alma é porta- dora nao sé de sentimentos nobres, mas também de cobigas, pai- xées e de seu lado mais instintivo-animal. Por intermédio do eu. ela é trabalhada, purificada, enobrecida. Este trabalho se proces- sa em trés grandes etapas, dando origem ao que Rudolf Steiner denomina ‘alma da sensacao’, ‘alma racional ¢ da indole’ e “alma da conseiéncia Como veremos nos préximos capitulos, o desenvolvimento daaima racional ¢ da indole e, mais ainda, da alma da consciéneia 86 é possivel por meio de um trabalho do eu. Este empenho do eu para o enobrecimento cada vez maior da alma é 0 que chamainos de crescimento inlerior, amadurecimento psicalégica ou antic Ele nao se faz por sisé, ¢ sim pelo trabalho consciente do eu. Dai em diate entende-se que, aos 42 anos, quando o maior declinia biglégico comecaa se fazer sentir, existem trés possibilidades para a curva do desenvolvimento animico ou psicolégico, conforme a figura 3: a primeira é@ de acompanhar esse declinio (¢); a segunda, de tentar manter orendimento maximo dos anos anteriores (6) ale que o organismo nao mais agiiente ¢ advenha o stress ou crise car- diaca, ou uma outra crise mais grave que obrigue a uma parada forcada: a terceira possibilidade é4 de acompanhar, no desenvol- mento animico. a ascensao da curva espiritual (a) e deixar frutifi- car a parte mais espiritual da vida amplianclo, cada vez mais, a cons ciéncia & medida que o envelhecimento acorre. Se observarmos a biografia no sentido acima, poderemos compara-la a um dia; — Pela manha, chegamos cdesse desconhec! do mundo da noite. Durante a noite, nosso elemento animico-es ritual est4 mergulhado no Cosmo, nas origens; 26s nos encarnarios pela manba, levands algum tempo até estarmos totalmenle presen- les em nosso corpo inteiro. Para isso alguns precisam de um bom café ou de um cigarro: outros, de uma ducha fria gu uma caminha- da. Aes poucos vamos chegando ao nosso corpo, ¢ iste corres- ponde aquela fase da vida cm que rendemos o maximo, para de- pois. no final do dia, quando ja nos sentimos cansadas, irmo-nos desligando’ até que nos desprendamos completamente e penetre- ims novamente no mundo do qual temos pouca consciéncia — o da noite. Assim, podemos também falar do ‘amanhecer’ ¢ do ‘entardecer’ da vida. jo sera! da bingralie ay ja fase em que estamos entrando para a vida, a educacao eo ambiente precisam contribuir para que o corpo se fortilique e se desenvolva sadiamente. E precisa que ¢radativamente ‘ponhamas os pés no chao’. O corpo saudivel é a condigdo para que, mais tarde, tenhamos uma vida animica e espirttualmente harménica Na segunda metade ca vida, especialmente apds os 42 anos. sera a maior consciéncia espirilual que contribuira para a harmo- nia do toda, mesmo que o corpo ja esteja afetado por doencas on mazelas da idade, Um equilibrio animice e espiritual é premissa para o bem-estar fisico. Na fase do meio, da desenvolvimento ani mico ou psicoldgica, a maneira camo nos relacionamos cam os outros ea nossa relagdo com o munca externo é fundamental para obem-estar ea harmonia. Assim, existe a possibilidade de um de- sabrochar conlinuo. fisico, animico e espiritual, e até o final da vida podemos aprender de nossas vivéncias € experiénclas, mesmo que sejam dolorosas, Para dar inicio a apresentacdo das biagrafias. trage priteira- mente a de uma pessoa mais idosa, para observarmos melhor ‘o caminho de vida’, percebenda como ele se estende tal qual um pa- norama 4 nossa frente Biografia 1 Nasci em Portugal, numa pequena aldeia perto de Coimbra. Lé Aawie muito verde, multes drvares, endo muito lunge havia mente nhas. Ere um recanto bonita # calma, Eu sou a terceira # tenho dois uimdos mais vethos: um tres anos mats velhe @ o aulre catarze meses Mitiha primeira lembranca éstd por volta da meu segundo ani. versdrio, quando nuscen a minha imdsinhe, Euescuter svites dea minha mde, que provavelmerte estaca em trabalho de parta, Meus irmaus estavam fora de casa e eu me sent mutta sosinha. Subi numa cadeira Bara olhar pela janela e ver as manianhas € 03 cavaios, Afvino céu a Mde Maria, comm um vestida cermeiia e um marta azul Eu me assuster imnia € fugt (Quando, aos 68 anos, voltei aqueta casa, vi axatamente aquela cudemra e aquela jarteic, ¢ senti unt arrepio Con- sequin visualizar a imagem daquela epoca.) Apis trés anos, nasceu mais unm ind, drs ras prdprias més Quandy eu tinhe és anos, meu pai perdeu indas os seus bens Nos mudamus pura a casa dos meus avds em Aveiro. Meu pai resok eu emigrar para Salvador, na Bahia. Na épaca cu linha quarro anos Logo em seguida, minha mde — que estave nevaimente gro —, Meus quatre inmdos @ eu viemos também para a Bala. Ali, emi uma semana minhas mnds morreram de uma cliseriteria bacilar por terem tomado dgua coritaminada Lima semana depots, nascew mt nha outra irmazinia, da qual mamde estava gravida. Como ela esta- ba cercada de tudos os cuidados, para compentsar a perda das outras duns filhas, eu ficava cam hastante citimes Quando eu tinha cinco anos, a familia toda se mudou para o Rio de Janeiro, ¢ (d tuda ere dificil Como minta mde vivia adoentada, resalveu vollar para Aveta cam os quaire filhos, para a casa de meus auds. Meu pai permanecei no Brasil, trabalhando em representaga comerciais. Alaum tempo depois ele se mudou pure Sao Paulo. Aveiro € ume cidade muito bonita e limpa, com muitas flores. E atravessada pelo braga de um rio, 0 que para nds cinco era wma grande atragdu, Pussavam muitos barcos e navios enfeitados com desenhos. Era uma vida muito colorida Mens irmdos fregtientavam o gindsto ¢ eu fazia curso primd- rio num colégio de freiras. Apds quatro anos enlref para uma outra escola de freiras, na qual aprendi um bom portugues e trabalhos manuais, Cam onze anas advect. Tive pararifo Meu pai, nesse interim, hacia fundado uma fibrica de cerami- ca. Mais tarde comprou uma fibrica de filiras que limpavam e esteri- fizavarn agua. interessante como uma experiéncia negativa do destino — a perda das duas filnas por causa de agua poluida — reverteu-se numa atividade profissional nova € positiva.] Em Aveiro minha vida era ain hanto triste, pois minfa mae des- viave toda a sua atengdo para minha irmd e eu me sentia deixada para irds. Huje entendo que essa irmd fora salvacda ee minha mde que havia perdidd as outras duas flhas. Depais de seis anos voltamos parc o Brasil, mas deste vez dire- jamente para Sao Paulo. Na époce ex finka quase doze ames, ¢ meu pai jd possuta entéo a Kibrica de filtros, Ags dose eu ive minha prt- ineira menstruacdo, Fui para um colégio de freiras, o ‘Sao José’, pare repetir a quarta série. Dessa época escolar néo guardet boas lem- brancas. Seatia-me rejeitada, estanha e posta de tadu, Mew soraque portugués era motive de cagoada das colegas, Na aul de Histéria, a ‘sfin yerat da baografe 4 professor sempre falava mal dos portirgueses, Ew ficdva muito aber recida © recriminava mew pai por terme tirado de Portugal. Secretamente, fazia planes para voltar para id. Nessa fase eu me nite) muito para dentro de mint, tornando-me timida e fechada Com catorze anos comece! unt curse dé secretartadi, Quena romnarme secretania. Minha mde trabaliava numa casa comercial Quando eu estava com dezesseis anes, ela fundou uma foja para as Filtrosd dgua, onde ex comeceia trabuthay todas as tardes, De manhd estadewa inglés ¢ piano. Pouce tempo depois jd me torne/ responsa. pel pelo caixa, pela contabilidade ¢ pelo secretarado da loja. Nessa époce eu me sentia wti! e mutto feliz, dedicando-me totalmente ao gobaiio. Tinke tambern minha independéncia financeira Mais ou menos aos dezoito anus, Nz com meus pats e inmdos uma fonga e bunifa clagem para Portugal Era uma graney alegria rever og parenies @ os iugures de minha inféincia, Av voller, retomel imeu trabalho e meus estudes. Recebia mew satiric, tina uma sensa- cao de independéncia, podendo comprar o que quisesse [geralmente avtigos importudes |. Sentia-me feliz e importame. Ao mesmo tempo, percebia um grande vazio em minha vide, que me tornava irtstonfa Em algum lugar me sentia superficial, vazia e initil. Eu gastewa de ajudar e ter a sensagde de gue alouém precisave de nim. De vez em quando wajave com meu pai para o Rio de Janeiro, onde tinhames uma filtal, A vida familiar continudaea. Meus irmidos se casaram ¢ jd Nasceram os primeiras sobrinhe S56 aos 25 anos encontret o homem que mais tarde se tornow meu maridy, dande uni save seatide d minha vide. Ndo ftquet apat sonada, mas senita uma grande simpatia e admiracde por ele. Aes poucos se desenvolrew um amor profunde, cursolidads @ bonita, Contudo, casetine sonmiente aas 28 anos Justamente no dia de meu casamento, meu patestava viajanda éteream darame, Nesse ano ele viajou mals uma vez para Portugal e morreu quando eu tinha 29 anos, na casa de meus ands, em Avera, onde foi enterrade Minha vide decorria entre mabaiho e lar, Eu admirava a inieli- gencia de meu marida, seu cardter, sua maneiva de trabalhar. sua moral. Ele eva mutta bondoso, mas também muito clumento. Avs 37 anos e nein eu tive uma infeccdo intestinal, com mais de 40°C de febve. Entdo tive o mesmo sanho que tvera durante minhas doencas infanits fsarampo e paratifo): — Sonhei que subiae subta, e t 32 Tomar a vide nus priprias mans chegava no céu. Ld um vetho de barba (Sde Pedro) veio ao meu encantro e me abriu us portas celestes, Tudo era maracilfiaso; tons de musica, flores brancas Também Santo Antémo vinha ao meu encan- tra, Foi tnesquecivel e tdo belo! De repente, alguém me disse que eu ainda nao poderia ficaralt, que préecisava voltar Grier e despenquet rapidamente, cade vez mats depressa, cuindo no arame furpade e ficando toda ensanuiiertuda (desde os seis anos de wade este sumho aconfecfa, sempre cum os mesmos detaties ). Acorder. A partir dat, a cada vez que acordava eu ftenve apeverada e com meda, Pusset, depois da doenee, algumdas semanas ne cuse de minha made até me recuperar, No mesmo ano, estende eu com 32 anos, wey marido leve ume espécte de polineurite e precisou submeter-se a aria puncde da medulu. Demurow até que se fizesse a diagndstico certo. Trés anos depois, ele —ainta sem diagndstica — comucau a Fregtien- tar secdes espiritas @ a experimentar de tudo. Os médicos pensavam que ele esfivesse com reumatisina infeccioso, mas todos as exames resuitavam negativos. Nessia ocasidu civ aa Brasil @ Dr, Alexandre Lerot (médica antropesdfico, portugués, da ha Wegrian Klinik em Arlesheim, Saica} pura dor patestras ¢ suspeitou que se tratusse de esclerose multipla, o que foi confirnutdy. Durante quinze anos meu marido sofreu desser dence, & com ela surgiu a@ tarefa que eu tanta desejef pora mim. a de cuidar de alguem e ser tii No meu 36% ana de vida viajamos & Sufca para ficar aigum tern pone Ha Wegman Klinik, Eneontramas ld pessoas importantes @ co- mecamos como estudo da Antraposofia. Aas meus 37 anos passamos, ainda, alguns meses na casa de meus avds, em Aveiro, 2 so depuis refornamas do Brasil. Meu marida Jd necessitava de cadeira de rodas. Bin SGo Paulo ede continuow cont o @utamento arniroposdlice, agora lumber com massagens e ewritmia corativa * Sew estado era varidvel — ara methor, gra ptor Enquernio eu cuidave dele, seritia que favia passacde por profi das madificacdes, Enire nds se esinheleren um amor espirilual Me profunde que nunca terminaria. Be manhd eu cuidave de meu mart do e @ tarde trabultao. Nesses qrinze anus, efe foro isirumento de minha purificagdo, de minha elevacda ¢ crescimenta espiritual. bur jarritmia! arte antroposdtica do movimento. padendo ser artistica, curativa ou pedagogica, (NE) ndo me sentia mais mde, infeliz ou vaste. Intertormente estave em formoma, @ a forte relacdo com meu marido ultrapassou e imarte profevenda-me ¢ sutmlome até hoje Ags meus 43 anus minka mde vrera morar conosco, Un aie mars tarde, meu marido e eu estivemas juntos numa fazenda de pa- rentes, Mew maride possou male nde mats abandandvamos @ casa. Uni ano mais tarde, mew sobrinta de dezenave anos morreu num aeidente de autamovel Mea marido © eu famos padrahas de casamerte de aura sobrinka (um outro deles substituiu meu mari no attar) Eu estava cam 47 anos quando mirnint niie comegou a ter per turbacdes cardiacas, Além disso. minha empregada, que jd estava ha anos roresco © que j@ kavia gatade meu merida em sua infancia, ficou com Hebite. terdo de ser aperada das varizes. Acabei, entau, tendo de cutdar de tres deentes A parutisia de imeu marido progredia e ele acabou falecende quando eu esiava com 48 anas. Ficemaus juntos por yinte € dois anos, @ le cra meu melhor amiga Apss a morte de meu maria, alirerme no pabaihe. Montei cadrias is que somaram quatre grandes fnjas, as quais eu linia de admi- nisirar, Porém a@ partir dos 56 anos comecei a delegar as lojas e, finalmente, aprend! a dar mais autononia cos outros, Eu adoro a contato com clientes A notte eu ia para casa, ande morave suzinka Hume sentia um tanio preguicosa ¢ bem estabelec Gi ue Hig senti-me inde] — queria achar wna Jarefu, Havia neve anos que trabalhava sem férias. Gostaria ainda de ciajer pare a Suica e Porte wala te, alids, sd aconteceu aas 66 anes — quande, depots de tinta anos, resolv visitar na Suiga @ clinica de Arleshein, aprovertando pare visitar ¢ Goetheanum. com a@ famosa escultura de Cristo em madeira (o representante do ser humano. segunda Rudall Steiner) Alids, desde o primeiro contare na Suica eu estudava Anfraposotia e Juntamente con: amen inaride, regientaca a Comunidade de Crisiies* No volta posse! em Portugal @ pernotte® na casa da minha infancia Sobre o Coe: woniota nap: 1s O Represent wa enjalnada em madeira pelo proprio Rucall Ste mureradiara entre dois podeves espirizua:s apast extrema alienago do munco & 9 extres erist seia. + Movimenso religiosa cristao com base nos mar a et prdprios méos Voltando ao Brasil, decid? vender a iillima [oja. Afinal, eu trabe- Jhara ininteruplamente de 1960 a 1988 — portanto, 28 anas A floje fol enfregue a.um dos sobrinhos, gue acabou monteneo ue foja em Sdo José des Campos, a qual, porér. fechou departs de wri ene. Em Sao Paulo vendi minka case, que havia side assaltade dias res, fut viver num apartamento. No final do ano eu je estave cov 68 anos ¢ passe? a sofrer de pressde alte. Nos anes uneriores, depois de fechar @ lofa, eurespordic finan cefrumente por um cege, o que me deixava bem feliz. As difeuldades Jinanceivas dos anos etre 1990 © 1992 se tornaran coda vez mate res, @ eu vivia relirada ao apartament Nos fins-de-semanc. muiites ezes eu passeave com minha ind numa fozenda do interior, Aos 74 anos, aaulora da autobiogratia resolveu mudar-se para ointerior, onde vive com sua irma, tambem vitiva. A falta de conta to com a Antroposofia ¢ com a Comunidade de Cristaos tornaram- na bastante depressive, Visde geral resumida da Biografia | 2 anos; Primeira lembranga ( o Brivil rua Brasi? (Salvador). 3 éncia éspititiwl| Fanos: Pai se muda f as duas iemismer anos. Ela mesmavemy Lago s se; nasce: wir: 3 Mora na ca Vole para Porcugul. Freqienta escols ee # em) Aven. f anass Pasa (S50 Paulut. Fr aoa, Comege formagio’ come sect etaria ra 0 iJ anes quemta cscols de fieinas, Times 7 16 anos’ Comeca a wabelhar na loja da mae: amos: Venger Portngsl. Visite a lugares:da is 25 nos? Conkeve seu futuro mariga. Ba Cusamente: Morte de pai Atnal, Febre aliz, Vivercia espiritcal enoss Iniece’e 14 32 anos: Mavide adecee. 46 anos: Conhece a clinica fa Weaman [em Arieshein Anos de crescimente interior fe blegrestios 35 Visdo ger 37 anos: Viagem a Aveito, Portugal. Volla pica o Brasi Panos: A mde vem mocar env sua case Morte de maridy, unos de #xpansie comercial! Fre amente. ag lojas grad meatcendn esenus com una 62 anus: Continua tabathasde mensivanzence pe boiz (nunca sai de fériags 66 anos!) Wiagem i Suica a Atiesheim. 3 clinica. ay Ge Nek Vene 2 A? aves: Venue a lojs. Sabrinho sbre eave Je fecha apis unas 68 aves! D em Sie José los Ca nO nance vas. Venda €a casa ldades 74 anos: Modsnes para jurio ex inn Biografia 2 Eu fui a séima dentre doze trmdos Meu pat ere indio ¢ minha mide portiguesa. Meu pat ere comerciante Ea vivia com minder avé muma oca pequena, atrés da casa prin cipal da famiha. Minka avé e eu iamas dtariamente & mata colher ercas, fiitas comesiiveds @ folhas de tabace, ela conversave en tin Bud tridigena com meu pur Eu de frangar as fas para a voor poder fazer suas tecela- geas. Guonde as folhas de fume estivam maduras, eram calhtdes e secadas. Eu tinha de mucd-las. ¢ minha avd fazia cordées escurns, negros, O fume era usaco pard wera, mes termbem para o cachimbo da ritha acd. Ela era ume curandeira, @ muitas @ procuravem para @ Curae para buscar cansethos. Todos recebiem uma rez, Assim. cedo eu confect a3 ervas usades pura acura e as rezas para cada mat. Aleo me hacia escethide dentre fades os wmdos para ser sna SuCessord, upesar dé eu dy ser sua neiinie preferida. Ela amaca minta irma bracquinhe, gue gezave do pricitégia de fiear em seu colo, POreM 86 eu finfia acesso a cesse dl Ave ed’ davam —a mde inka vergonha da ‘v6 ea ‘v6 cha ‘branca de merda’ Tode notte eu athave pelas frestas da aca para assistiv uo ritual vespestine dos mitios, reuntlos para suds cantorias. Minguém podia participar, Por isso o reste de familia ficave escondida denira de casa. MEG SE nave d tde’ de 36 Tomar @ tide nus sriprios maos Quandy ev estava com vile anes, meu irmda mais velho, de 22 anos, fertou trés veses estuprarme, A partir dat ive pesadelos: @ ‘pai’ interferiu, trancando o quarty do irmdo, mesnto sem saber bein por gue los seds anos eu aprendi a dere a escrever por mim mesmut, meu pai me ensinou a escrever cartus @ outras cotses: As meus nove anos mite avd volteu da mata, disse que esta- be muita corisada e se deftou na rede. Mandou chamar seu filha @ Ihe disse que ia morrer. Ele nde acerou 9 sacraments indigena da morte @-culncou seu caixdo na casa principal Depots ce ela esiar enterra- dda, aconteceu © inesperado: meu pai incendiou a aca onde vayd¢ eu mordvamos, sdrestando um monte de cinzas, Enid veio a pergunta, a que seria de mim agora? Apds esse episddia, nunha familia comegou a empabrecer, meu pai Comiprou roupas moves € passeave ra rua com outras mulheres. Eu era responsdével pete alimentacdo da Jantilia, pois era quem co- nhecia os Atlus ¢ as raizes na mata. Meu paise metia em politica, O governo mudou ¢ ele fol per- seguidy Agora. sem minha aué, éu tinka de acompanhar meu pai, numa pequena sacole tecida por ela, fevace o reediver dele. Quan- do eu tina onze anos men pai me deu de presente um pequeno revolver enfeitado com wudrepérola, ¢ eu me exercitava con ele para atingire alu. Nessa époce minha familia tina ume eriugda de galithas, que euusave como alvo, iste aborrecta minha mde, que em vez de vender as galinhes tinhe de cozinini-las. Mas eu ajudata mutta em casa ¢ vendia também énuitas galinhas, Hu era mutto prestativa. Camecet a ensinar os camparieses da redondese a tere a escrever. Ao enirur para a escola, paler os trés primeiros anas e, apesar disso, era sem prea melhoraluna Nao tinha amizades Insisti a pedi ao men pai para pader irae gindsio que licata a ame hora de distancia, na cidade vizinha, de Snibus. Tive de fazer ume prove dified! e fut aprovada. Era a primeira mulher na farriha a poder esiudar. Tambdrm no gindsio eu era a melhor alund Mantinka nie finan- ceirantente frebaihando na ianchonete da escola e dando aulas pur- liculares para ¢ criancada Continuava ensinando os camponeses a ler e a escrever. iste yerul dee brograta Nessa €poce, a inde eos iNhus aderiram ao protestaritistna, Hew pai os agredia por cause disso, Eu saide casa por desentendtinentis ¢ paysei a morar ne cerry estudantil Cin dia, alguns aduitos me observurum e comegaram a truzer me livros secretos. Brant livros politicos socialistas. Ev wemirava tais ideias; passed a fatar na radio e funder um jornal. Assim, rornerme conhecida, até que o regime militar comegou ame observer, gueren- do me eliminar Fu furte me escandt, 4 policia fechoe a ridiv ea formal, e meu pai, Inocentemenie, revelou meu esconderija, pats querin que eu aban- donasse 0 comunisme. Ev fit presa, ftcands por um ane me cativerro entre os desessele @ os dezotto anos, Sofri bastante, lai estuprada por policiais, sentinds Gdio, mas nunca me corrampi: era justa, clara, & jure née falar sobre meus companherras, safrendo par tnteira as tor turas, Daf fii levade para ume cete, Nesse ambiente de pristu cunse- Jet muitus mutheres & ensinei presos a ler eq escrever Era bastante soltcitada por eles. Depots de fiberlada, furfazer um tabalhe ros campos de cama de Rio, junta com um padre hetandes, e depois fur pera Brasilia, cam operdrias de constucde, Em Brasilia entre: para a Universidade, na drea de Ciéncias Brofégicas, Junto com o padre, irabalhet no institute de ensino, Nessa €poca ttve os prumeiros neumerados. Gostave de dors mas ndo me ligave a nenhum, pals sabia que ndo ite fear muito tempo. Levave ume vida tuple oe Universidade era ure coisa, @ po- fitica outra. Porém comecei a destriteressarme do PC Nessa €poce comecou a ser planejade 0 movimento de guerri- fas. For consirvide uma estrada que adedreva o Paraguat, a beira dessa estrada hacia muitas fazendas que abrigavan os querrilheiras. Nesse planejamento eu trabalhes intemsamente, até que novemente fit parar ne prisde, par dais anos, Mais tortures. Bem mais violentas. Eu jurei manterme em silencio, 9 que consegut cumprir, Todo a mew corpo se cobriv de fendas, gue sangravam. Mintas vezes tice febre e rolenta dor nas juntas Lim die iive umn sangramenta muito forte, ¢ sentiine d beira da morte. Fui hospitatzada, eands triarnada por seis meses, sem esclarecimento de diagndstica. De la consegui ingir com gd ajuda dos companheiros. Numa fazenda consegur ajuda médi- ca, sendo feite o diagndstico. era lipus. ¢, apds eu tomer cortisona, a8 Tomar a vider ners primis em ducs semanas todas as feridas creatrizoram. Eu estava exatamen te com 2] anus Consegui fagir e passar por edrios paises da América de 5. num detes consegui terminaros estudas, formendc-me em Sociologia For num deles tantbém, aos 25 anes, que comhect meu printwiry reari- du. Eramos colegas na politica ¢ no trabaile. Ele trouxe para o casa- mento um filha Eu gastove da vide famitiar ¢ aprendi a convirercom a docura que aparecia de feripos em tempos Asituagdu nos paises subamericanos ficave cada ves nats ait cil para os exilaces politicos, que entde, com a aruda do ONT! foram para a Europa, onde tambem passaram por vdrias paises. Aas 28 anos nasceu men primero filha com mew merida Passei bem ne gravides feua escondera. pois ent dias vezes anteriores fore nconselhada, pur ordem médica, a evitéte devide @doenca). Nasceuw um filhe sadio e forte; irés meses depois, tive uma crise bastante forte. Na ocasida sroraen em Portugal, e fiz umn iralamento na Franca fu dava aulas, vabalhave mama editora e minha vida transcurris normalinente A saudade do Brasil, porém, era grande. Ainda nesse aire me mostraram um filme em que, chorarida, eu me despedia de mimhas crianicas, que vinham para o Brast! O filme me esiave sendo exibidy com cerla infengae, porém eu nde deivet que isso acontecesse Faia primeira vez que me revolte! e me recusei a vero filme. Sent que eu erd eu mesma, endo mais ume figura do arupe de extludns, No mes- ma ane sala a lei em que ox exilados poderiam voltur uo Brasil, assin, voltainos. e a minta familia veto me receber, Meu marida teve dificuldade em readaptar-se no Pais; ndg con seguic emprege, ¢ eu é que consegutu vu dinietra, dando aulus. Ele se tornou diferente: eva descjada pelas mulheres, por ser um extlada politico, ecamegouasaircom elas, bin dia, chegou com uma mutter de salros altus, querenda que Coneivessemos vs Irés, a mesnia casa. Isso eu née suparter. Sai de casa com os duis filftes, profunda- mente deprinida e magoude. Nae entendia como. depois de tude a gue nds vivérames jivios, ele podia pegar u primeira muther que aperecera. Enfim. a separapde acenieceu aos minta aries. Deniorow dois anos pant eu me reequiltbrar Comecei a me recuperar, o trabatig me satistazia, comecel a frebolher com cinemarngrafia e cam propagendi, @ ainda fazia daces (que ume amiga minha vende) Assim eu me susieniava, bent cunne aos dots filhos, Aas quase 33 anos me dpaixone’ mas era unt usnor prealizdvel Engracidei, mas perdt a erianca aes irés meses. Nessa época, vrei exmaride buscou as duas crrangas. Eu entrei na maior crise: estava SO, 5en7 as crivneas, € Sena um vazio crescente dentro de nvim Jd me favie atastade de politica: aos pouros, sentia dentro de NUM und pequend semente que comecava a gerninar aes 37 Eu procareca o lado espirilual que minha aud hewia plantado dentro de mint Meus filhos coltaram para casa eeu sentia uma vile nova Aos 38 anos, confeci um newo parceira, Nos éramas duay alnas um so coracdo, cumpletdvamo-nos mutuantente: Ads 38 anos camecet a estudy da Antroposalia, co antes fniciara um ratemente an sohico, Fai justamente aus 29 anus que five navamerte febre alta. Era a primeira vez que ev ia & Artemisia. Seatade em minha cania, linha & sentimenta de que devia pedir cigo a Deus, Sentime perimeadea de calor v uz, © assim tive vagem de pedir a Ele para sarar, pare poder educar meus filhos A partir desse momento, tive a impressdo de que iria tornarme mais sadia. E fot a gue econteceu, Piz és curses biogrdficos e, mats tarde. decidt fazer a Forma- cdo Biografica, pure enter na parte trupéutica Ja que rabaihave unid bez por semana coma voluntarta awn hospital de cdncer, Minka vida profisstonal (ranscorreu ntwit bem nestes silinmos anos. Até ave um eshidto prépria de producgdo Meus fithos tram creseunda & eu fiz quesiga ra de casa gucnde a fas, Dols Sent Recessulude de reorganizar minke casa Meu relacionaments amoreso, que camecou aos 38 anas, a ate os 44, Comecei a seniinme muite talhida em muha tiherdade Liberdade, ritmo, orgunizacde eram tmportantes pare mim, A separur Cdn nao fui Aici, mas certa Tene wna amisede com aiguénr que vine nos BUA Ele te uma mulher paraiitica é nds, juntas, fizemas wahbalhas no Chile. Ester amizade & satistatria para mini OS, HO Que pour ro No ambiente de filmagem. existem mitilas pessous que toma wis au dleoel Bu tenho de negociar cam eles, Muitas veces. es funde sentada & masa com eles. observa certos ‘seres’ que fazenr caretas € que parecer sugd-ios: por mein de aracdo, consigo afaste ap Tomar a vida nas prijerias macs los deles. Av adormecer, tento enlregar-me consclenlemente ao mun- do espiritual; ali vejo mutitas coisas de épocas passudas da Terra, do bem € da mat Ans poucos, com os cdrias cursos biogrdficos, fui descobrindo minka missdy; sintn que cada vez mais devo resgatar os confectmen- tos € a origem de minha avd. A lembranca ders ervas medicinais, das oracdes, das massagers me vem cada vez mals a lembranca, Quere direcionar-sme cada vez mais para « curd é uniro antiga ao navn. Algumas vicéncias espirituerts: Quando estive presa pela segunda ves, perdi muito sangue (gin escorria ralo abaixe}; penser “Minha vida estd-se aseaindo ralo abai- xO; et poderia me entregar & morte.” At repentinamente, despertow uma grande forge em mim. Consegui arrastarme até a parede du cela, encostar-me @ ver meu corps, Peguei um pano molhady para estencaro sangue. Calor e luz me permeavam, e au percebi que uma mao wvisivel se estandia para mim. Encostada na parede, pude dor- mur até o dia seguinte, quando erido fut leveda ao hospital, Hoje set que foi a forca de Cristo e a may de Cristo que me ergucrari Lima outra vivéacia espiritual fol a que tive durante uma crise de lupus: Durarite a internagda, live sete pneumonias. Estava sentada na cama, 30, quando se aproxtmon de mim uma figura toda luminosa era um anjo, que me dizta: “A voed u vida foi doula alé que curnpra sua missdo aqui na Terra, * O que esta biografia nos mostra? Uma crianga que é tratada como adulto, que cedo é colacada perante grandes responsabilidades ¢ ndo cresce coma familia € irmaos, mas com sua velhaavé; esta necessita dela e quer tornd-la herdeira de seus conhecimentas e responsabilidades. Ans nove, vivencia um grande chogue ao morrer a avé ¢ ver queimada sua oca. Uma vida nova comega com mais response dades ainda; novamente 9 pai e, mais tarde, os politicos se aprovel- tam dela. Ela esta disponivel para tuo, Durante as prisées passa por grandes provagdes. mas se man- téim em sua moralidade e 6, até certo ponto, protegida por sua inge- Visdio xera! det tiogratia Al nuidade; porém Li adoece de uma enfermidade gray diagnosticada mais tarde: lupus. Na época dos 21 aos 35 anos, da chamada alma da sensacdo (21-28) e do intelecto & da indole (28-35), ela passa pur muitas decepedes, para finalmente, aos 37 anos (segundo node lunar) en- contrar seu fio condutor espiritual interne, Avida nao se torna mais facil, porém cada vez mais conscien- te, cla aprencde a conviver cada vez mais com as crises da propria doenga.As eri seacentuam em mamentos de espelhamentos de lases anteriores, como veremos mais larde, . que s 6 dz Tomar o vida nes peiprias maos Resume dos dados principais da Biografia 2 att Sd; Niisce em Sacramento, MG Sélima Rihaentie dome inne Pai filma de india. dacrino craa, Ne poruguess. Sav fico pai, entie: com 17 anus. farart pe- gus etarides para Minas, onde foram hativades: Cetariaa da ¢ Moacur da Sena. ee Piesencia invent: eompanhso pai cintega revélver para ele. Prtra escola, dizcta a quaita nie 13 Gras. FArunos TTains TH wags: Presa, sulle wnuias. & estuplada per palivsais. orna.se g hosamente presi par a8, sangramencos. tis, dhimos seis meses hospitalizads Diagnostica Danes: Fuga, cxlig, varie paises da erica dy Sul. Terming © | estude de Sociologia 46-an 44 anos 38 anos 38 ation ST anos FF anes Novo relacionamenta com alexém que tem wna mules letraplégiea € que canzecew'ne Chil Neva scparacic, perda de liherdade. rume ¢ espero priprius Comey [gulamenta, antinpce sofico c eacunina a anitoposctia. Enconura neve compa: coro qual Ke grande wen Reacs, Relacirnamenta dura Som Hay Tem um sek 18 perde a etia mands dais filhias para inocer cam cle. Sensavto de giands vazie. Trabalka propa ft eineme, 2 da manga, Tam a Vila ih Nase sitio pata © Brasil m1 Til wus eseremln, Passa 90 varios pafges dt Bed Capitulo H As fases de (a 21 anos: a preparacao para a vida Sta graiie lase é mareada por trés scténies: 0 prim até amaturidade escolar, gue ocorre pur valta dos sete anos: o seguiide val até a puberdade, por valta des catarze anos: n lerceira yal alt maioridade. aos 21 anos Esses perfodos sao marcado. gicas e lisivlégicas. Tais modificag is enitidas para os pals.A propria crianca pode acampanhar seu crescimen tivo de seu orgulho. Lembro-me de que em casa. numa das portas, acada meio ane meu pai marcave com o lapis o quante eu lav crescida. e para nos dois era uma salistacae poder observar da nas fases si crescimente ¢ interlor, portanta primeira fe fisiea. Veja oval ainles madificagtes bia- tes, de 21 a 42 anos e de 42 até 63. esse Ao mais palpavel. Po 1380 CS eda vida é também cenominatls ‘fase do crescimenta setenio ein seténio O§ agort u que acoutece O primeiro selénio A fase desde nascimento até os sete anos No primeira sete felias Go enconira enire a parle espiri- tual da indis dade —o eu = ea parte biehawica, preparada apos a lecundacdo no ventre materna. Muntas yezes e auos pals sentem & aproximagay desse ser espiritual. Parece. que uma crianga esta-se aproximando. Gu enldo, como expre: “Sinto que ainda esta faltando um em nossa familia’ — e esse al- guéin no tardau a eparecer Aentidade espiritual escolhe, bem 08 pais que poderao fornecer-Ihe amassa hereditana adequada. o corpo para a realizacde de seu destino. Por isso as pessoas sensi Veils paderao sentir sua apn esila fecundaciy SOL. Wine mde: cu nascimenta. es de § aw a baila nas prtiprias mics Mas o que sera que acontece quando alguém bate 4 porta e é rejeitaco? Para onde ird essa individualidade? Quero deixar estas perguntas em aberto, por screm questoes que surgem quando o ser humano € encarado integralmente, em suas trés instancias es- senclais: espirito, alma e corpo. Urn aborto nau € apenas a climina- ao de um germe de um corpo vivo, Nessa tomada de posse do cu sobre seu corpo bioldgico. a qual ocorre por volta da terceira semanade graviclez, a individuali- dadé comega a moldar o corpo de tal maneira que, aa nascer. a crianca jd apresenta caracteristicas individuais (por exemplo,.2 li- nha das plantas dos pés, usada para identificagao) Porém todo este primeire seténio tem como pano de fundo a reestruturacdo das subslaacias ¢ a individuacao somética. O que quer dizer isto? Quer dizer que as proteinas, principalmente do recén-nascieo, foram formacdas pela mae ¢ lém de ser eliminadas Primeira o bebé perde peso, para depois ganha-lo novamente, Uma grande parte dessas substancias herdadas serio eliminadas pelo organismo, e assim novas substincias, orlundas da alimentagao do bebé, sao aqui jé orientadas ¢ estruturadas pela prépria indivi dualidade Esse processe nao ocorre sem crises, ¢ as grandes criscs da erianga nesse scténio sao de ordem somdatica (fisica}: 540 as doen- cas infantis (tais camo sarampo, rubéola, vericela. caxumba, losse comprida), que aceleram o processo da troca de substanclas Tan- to é que as quatro primeiras sao eruptivas ¢, aalhos vistos, obser- va-se a pele e mucosas eliminando substancias em trande quanti- dade. Apas uma docnea infantil a crianga fica completamente reno vada, poderilo-se observar modificacoes sutis em sui fisionomia, ett seu comporiamento e em seu equilibrio interior, Novarente se levanta a pergunta: qual sera o efeito das vacinas, por mela das quais as criangas sao impedidas de adquirir as doengas infanti Quere frisar que paralisia infantil nao é ‘doenca infantil’ no sentido costumeiro da palavra. Sabe-se, eslalisticamente, que docngas auto- imunes, alergias, etc. tém aumentade assustadoramente. Numa doenca auto-imune, 0 ser humano tenta destruir a substancia de seu corp, lentandedacer aquilo que deveria ter gido feito na infan- cia, comaajuda das doencas infantis. Trata-se, porém, de dais pro- cessos diferentes. As fases de ha 2) anos 4 Ahereditariecace esta bem marcada nas células do corpo na primeiro seténio. Fla é superada por intermeédio deste processo de individuacao somatica, fayorecendo, também, a prevengao de cer- tas doen¢as. as assim chamadas heredilarias. Por outro lado, é na constitui¢ao fisica que se torna visivel, ne primeiro seténio, a agdo. das forcas herdaclas, deixando sua marca na fisionomia do carpo do individuo, Nao deixamos de ser fisicamente parecidos com nos- S08 ancestrais Nesse primeiro seténio, realiza-sc a estruturagdo do sistema neuro-sensorial, Portanto, falamos principalinente dos drgans da cabeca, do sistema nervoso central e dos érgaos dos sentidos Uma lesao no sistema nervosa central, decorrente de parto. encefalite, meningile, etc, pode causar deformacdes para resto da vida. Ea partir do sistema nervose (da cabeca) que a crianca se estrutura e da forma ao seu organismo. A cabeca é a parte mais desenvolvida de uma crianca pequena e, geralmente, 6a primeira que aponta para © exterior no parle ea primeira que faz esforco para crguer-se da posigdo horizontal paraa vertical. £ ai que, orga- hivamente. somos mais maduros, mais ‘prentas’ ¢ menos vitais. Os Orgaos das sentidos sao janelas para o mundo, De manha ao acordar, ‘abrimos as janelas' para fazer contato com oderredor, Acrianga, por meio dos Orgaos, vai-se abrindo eradativamente para o mundo, O cuidada com os Grgaos dos sentidos é fundamental. Existem quatro sentidos corpéreas basicos: 0 do tato, a vital,o do movimento €.o do equilibrio, os quais precisam ser bem cuidados. Podemos dizer que a crianca pequena é, principalmente, o proprio sentido de tate espalhado pelo corpe inteiro & par meic do qual ela vivencia prazer edesprazer. Receber cuidados carinhosos Com @ talo, como ser seguracla ao ser amamentada, usar roupinha adequada, ser massageada (ao se passar Gleo) 2, mais tarde, entrar em contato com agua, terra, areia e seus brinquedos, tuda isso lhe proporciona uma vivéncia positiva de expressao em seu corpo. de entrega, sensacdes (40 néecessarias para os contatos, mais tard: na vida. Ao contraria, @ tate por meio dé agressées como belis- cOes, tapas au surras faz com quea crianga se sinta retraidae, mais tarde, se turne uma crianga timida, assustada, medrosa esem con Hancga no mundo. Porém nao se trata apenas do tato. O'sentislo vilal’, que nos indica bem ou o mal-estar em nosso corpo. tem a vercom ocorpa a6 is mos etérico ou vital, que nessa época necessita, para sua fortificagay, deritmos bem distribuidos: alimentacan adequada, ritmo nas retei- goes (nao rigidos, mas perscrutados na propria crianga), ritme adequado de sono ¢ vigilia. lemperatura acdequada de 4gua para « banho e veslimenta adequada a lemperatura externa. Imagine como voce reagiria se, num dia frio. tivesse de tomar banho gelado! A reacao seria de contrayao. encolhimento, Ao contrario, numa be- nheira de agua adequadamente aquecida, arcagao é de expansaa ¢ relaxamento. Na primeira situacao de banho. a conseqiéncia é urn querer afastar-se do munclo. encolher-se, nao tomar posse do cor: po, Jana segunda situacao hé o sentit-s¢ bem ¢ expanclirse, isto &, sentir-se em casa no préprie corpo eno mundo, Estamos verde que uma forma de nos apossarmos dé nosso corpo é por meio dus drgaos dos sentidas. Assim lambém acontece com ¢ sentido do movimento e ado cquilibrio, que sac-importantes ¢ devem ser desenvolvidos. Tadao esforco de erguer-se. dar os primeiros passos. implica em teres code movimento. ou soja, ao invés d# um ambiente confinade, um ambiente espagosa # ventilade; mais tare, poder trepar em tron- cas ou drvores, em gengorras ¢ em balangos. Tudo isso exercila estes dois sentidos. que sap inteiramente ligados. Imagine navamente — pals vocé ja deve ter presenciado — aquela situagae da mae medrosa que, # cada pequena aventura do filho, sal correndy e divendo “Filhinho, wocé vai cair e se mach carl”, Grando-lhe a oportunidade de exercitar a persisténcia, o cair e levantar-se. Nesse seténio, a crianga precisa ler lisicamente liber- dade para, mais tarde. nas fases dificeis da vida, cair e conseguir levantar-se cain perseveranca. Os sentidos do paladar, do olfata, do calor (]4 mencionady) da visau eda audicao também necessitam ser bem cuidados. O. que acarretard, mais larde, no ser humane. o fato de ele ter crescide num ambiente de tumantes, ou de nao ter podida saborear as sopi- nhas? Qu, ainda. de nao ter visualizado a nalureza — por exemple, munca ter olhado ‘aquela figueira’ nem ouvide os sons dos passari- nhos: ao contrario, ter tide como panorama edificios cinzas, de dentro de um aparlamento luminoso, oluseante. cescutade apenas ruides meeanicos de enceradeiras, maquinas i+ lavar e avides pas- sando por sobre sua cabeca? pa Nein vamos entrar aqui nos rletalhes sobre tevé. wide CtC., pois, NuIna crianga pequena cujos Greaos estan ainda em for- macao. ésles exercem uma influéncia que penetra até na estrutura somdatica mais sutil, deixando muitas vezes a crianca estarrecida ¢ sem movimento Nessa fase dos primeiros sete anos, a crianga estA aberta aa mundo, sendo toda ela Grgao dos sentidos, eas impressGes pene- tram em seu interior sem nenhuma protecaa, por todas os laclos Esquematicamente, podemos representé-la- desta mar acoes organicas posteriores Tada isso ocorre de maneira muito sutil, impercep! que ne delicado tecide vital deixs um imprint — uma impr sutil que val manifestar-se mais tarde como distarbio fisiolégico de determinadas drgaos, A personalidade dos pais, as ‘tias’ das c ches, as professoras de jardim-de-infancia sao influéncias m grandes quanto 4s impressdes sensoriais que a crianga recebe de Por meio dessas relagdes ela ira ligar-se a seu corpo €ao mun- vivencianda que “o munda é bam”, ou ird desligar-se deste nde ruim ¢ agressivi:, dificultands seu entrasamento na vida de adlulto, Olhemos agora para os cuidades animicos com a crianga, Nessa fase ela precisa de aconcheyo, carinho, calor, alimento. limi- les e. acima de tudo, conflanga, Por natuveza, a erianca vem ao muntlo trazendo em si uma confianca basica. Para aprender a an- dar. ela se apbia na mao da mae ou do pai Quando aprende a subir numa arvore, mas ainda nao aprenden a descer, joga-se nos & TACOS da mae ou do pai, sem restrigda, Quando é que, na vida adulta ite Tomar a vide nus priprias mos lemas essa confianga ¢ entrega total —o que, para muitos relacio- namentos, fundamental? Quando é que essa confianca é rompicla? Quando mae da ar. dens ou projbe algo. mas, se a crianca insiste, acala ganhando a que quer: ou quando 0s pais sacm A nuile e a crianga acorda assus- tada, sem ter alguém presente; ou, come {oj 9 caso de um senhor que, quando crianca. para ir cortar @ cahelo precisava que o bar- beiro Ihe contasse que estava construindo um avido para os dois podcrem viajar juntos: apos cinco anos da mesma forma. a pai dix Acrianga que tudo aquilo é uma mentira, A descontianga em rela- ag adulta permaneceu nesse senliwr para o resto da vida Numa cidade grande, ensina-se as criangas que ndo contiem nos adultes estranhos; e. sem confianga, o amor ea entrega nao siio possiveis: todos descanfiam um ilo outro, ¢ entag a guerra de todos contra todos nao demora a acontecer, Calor, confianga, amor — cis os trés alimentos animicos im- prescindiveis 4 crianga. Quem cria tal atmosfera para a crianga Sag os pais. Se um das pais esta ausente, o esforco do outro tera de compensar. Porém nessa tenra idade a presenga da mac € funda mental, pois alé os sete anos permanece a clo de ligagdo comamie através do corpo vital invisivel, que 54 aos sete anos sé rompeée & tornaa crianga auldnoma. Acesarmonia do ambiente em torne da erianga é, muitas ve- zes, acausa de dores de barriga, diarréias ¢ inquictagac mela. Quan- do ha muitas brigas ou sao praticados atus imorais, Mesing wm pouco longe da crianga, ela absorve tudo (mesino ¢ que nes pareca invisivel para ela}, a ponto de mais tarde, por ela ler incorporado em seu tecido sutil lais atos imorais, estes poderem Lomar-se ob- sessivas. Nessa fase. o aprendizado da erianga se laz por imitagao. A erianga pequena, observande o adulto, lava louga € roupa, quer ajudar, quer fazer a mesmo que ele. Mas também manus Costumes & atédeficiéncias de adultos proximos sag intitados: um pai que manca pode fazer com que filha manque, #, quando cssa crianca for leva- ila ao médico, sera diffeil descobrira causa, a nao ser que e propric pai a leve ao cansultério Acrianea é, portanto. um espellie dos bons @ maus atos reali- zados perante cla. pela imitacao que ela aprende, também, as trés As fases de Ga ZF anos faculdades eminentemente humanas: o ergucr-se ce andar. o falare o pensar. Erguendo-se e andando, a crianca conguista o espace fisico em sua volta. O andar nao deve ser forcado; ele acontecera espon- taneamente quando a crianca estiver madura para ele, Algumas 0 fardo aos doze meses, algumas $6 dois ou trés meses mais tarde, ¢ sé excepcionalmente artes dos doze meses Em seguida a crianea jai balbucia silabas, consegue formar palavras e designar coisas (rmama’,“aueau’, ‘dada’, ete,), E, repenti- hamente, comeca a lormar pequenas frases: "Maria quer dada”, “Esta quente’. etc., demonstrando que agora é capaz de fazer associagao de idéias. Eo pensar que esta surginda. Essas trés etapas do desenvolvimento. o ser humano as apren- de anles de ler memoria. Quando o sistema nervoso ainda esta em formacao, em ceterminacdo momenta, por valta dos trés anos, de- vido a maturagao do sistema nervosa e 4 mielinizagao, o eu pode usay este sistema camo instrumento. A crianca pereebe que o mun- doe ela sao duas coisas diferentes. E a primeira fase do reconhe- cerse como individualidade, a primeira consciéncia da eu. Agora nia serd mais “Joaozinho quer!" e& sim “Eu quero!”. E segue-se aquela fase do ‘ndo", em que tudo é negado, o que da autocentianga iierianga As etapas do andar, do falar e do pensar sao como que reyidas por mang de anjos, por seres espirituais (Anjos. Arcanjos, Arqueus} que doam parte de suas forgas ao ser humano para que elas po: sam ser realizadas. 86 depois disso o ser humano tera a conscién- cia do eu, O ser humana deve. sempre. sentir gratidao quando seu an- dar. seu falar ¢ seu pensar funcionam sem obstaculos. ¢ também tentar vivenciar come seria a situagag se, pelas circunstancias da destine, ele nao conseguisse andar. expressar-se ou pensar. Junto com a consciéneia do eu desperta a primeira memoria Na biografia do ser humane, é importante identificar qual loi sua primeira lembranea. Foi o nascimento clo irmao? Foi umasurra que recebeu? Ou terse sentido sozinho na rua quando os pais ja esta. vam longe? Ou relimpaga @ trovao? Ou. como na Biografial, a ima- gem de Maria com Jesus nos braces” Aprimeira lombranca tem a ver. prolundamente, com toda a biografia, F importante resgaté-la, Nao ¢ aquilo que os pais contam. 50 Tomar a vida nas priprias mdas mas aquilo que vacé, pelo esforco, pode respatar como sendo a sua primeira memoria, Para mim, por exemplo, foi quando cu estava brincandos com bolinhas de gucle na cama de minha avoe. de repen- te, ocerreram um raig eum trovae e sairam faiscas da tomadal! Até hoje tenho bastante respeito pelos raing @ trovies. Chitros elementos importantes deo primeira seténia sao os brinquedes dacrianca. 0 brincar é extremamente importante, pois éole que ira. mais tarde, incentivar acriatividade no trabalho. Quen aprendeu a brincar na primeira infancia tera, mais tarde. mais ale- gria e criatividade em seu trabalho. Ha criangas que sito extrema- mente fantasiosas ¢ criativas cm seus brinquedes: outras precisam ser estimuladas &. como estao na fase da imitacao. o adulto tem de aprender a ser crianga quande tem filhos pequenos! Resvatar a crianga dentro de si taz bem para qualquer adultu. Se mio sda os pais que o fazem, os avés poderao jazé-lo. Ter ava ¢ ave nesta épo- cada vida éum privilégio. Coisas proibidas em casa s40 permitidas pelos avés, ¢ por isso eles sfo lo queridos: Acrianga pequena tem em volla ce si ura aura, uma luz, pois ainda nao esta tutalmente encarmada. No iclosy esse aura esta Interiorizada, ¢ cle é luminoso por dentro. desde que nao esteja esclerosado, Se estiver, sua lug interior estara encoberta. Velho ec crianga sao, pois, dois pélos que se atraem —um pela luz externa e outry por sua lug interna Fuma pena a vivencia das crianeas que, na hora de brincar ou de ouvir um conto de lacas. 40 colocadas na frente da tevé para que nado perturbem os pais, que eslao exaustas pelo trabalho do dia e nao querem mais preocupar-se com elas. Mal sabem estes pais » quay relaxanle &, apds um dia intenso de traba- Iho, ler-um conto ¢ Viajar ne mundy imaginario infaneia com seus lilhos! E de se lamentar, também, por aquelas criangas em cujos la- res nao existe a religiasidade, a compreensay ¢ 0 encanto pela na- lureza. ou pequenos fituais como acender umd vela au tleilar-se, com uma oragao para dormir, au. um pequeno cantico ao acordar, ou uma béncgap as releicbes. As festas do ano. como aniversdrics Natal, Pascoa, Sau Joao, primavera & outros também podem dar alegria c colorido 4s semanas rotineiras do ano. Em minha ne! ll comlava as semanas para chegar 0 Natal —nao pelos presentes «jue receberia, mas pelas velas do presépia, pela arvore enteitacia As fares de fa 2) anes 51 pelo mistério & pelo segredo, Tudo iste desperta um sentimento religioso na crianga, Haveria muilo mais a ser comentado sabre o primeira seténio, mas 4 bibliografia indicada no final do livre poderd ampliar o ca- nhecimento sobre a riqueza deste seténio, ag fundamental para a satide fisica de toda a nossa vie Cada seténin € marcada por trés pequenis etapas. Assim, no primeira seténio temas, de zero a trés anes, uma caracteristica que @o dominio das farcas lormativas da cabeca. Dos trés-aos cinco anos ja despertam mais os sentimentos da crianga, sua busca pela admiragao do mundo. E na fase dos cinco ads sete anos. em quea vontade da crianga se lorna cada vez mais manifesta. ela eritra para a fase pré-escolar, sendo preciso to: omaior cuidady para naa prejucdicar sua vontade, a forca ative de seus membros —a movie Inento —. integrando-a gradativamente ao social sem, porém, que rer ministrar-Ihe ensinamentos tedricos ou até ensindta a ler e escrever A itltabetizagao precoce rouba da erianca [orcas vitais muito hecessdrias mais tarde em sua vida adulta, ao desenvolvimento da vontade, da agaa, a penile de poderem surgir, em tarno dos 36 aos 03 anos (época em queas forcas se liberam do ambito da cabega), fonomenos de desvitalizagdo precoce ou mesmn esclerose, s¢ isso nao lor compensada preventivamente. Somente com a expulsao das céluias hereditdrias mais duras do corpo, representadas pelos dentes de ltite, é que a rees- Iruturacdo organica, substancial estara completada. © corpo se torna 9 instrumento adequade aquela individualidade, Quando ista acontece, pur volta do sétimo ano de vida (portanto. entre seis e sete anos) essas foreas sao metamorioseacias € ja podem ser usa- Gas para o aprendizado escolar. $6 ai équea cranca atinge matu- ridade escolar, o que delimita o final deste selénio, E como sé nes- Se lempo aindividualidade construlsse sua prdpria casa, Paraisso, Muitas vezes 6 necessario quebrar paredes ¢ abrirjanelas para sen- tirse bem na propria casa. Esse periodo necessita de forca e tempo. Quem jd construiu sua propria casa sabe disso. Precisamos dar tempo 4 crianga para gue tudo acortega de forma harindnica. 52 Tomar a vida nas prvigrias Quero terminar com uma oragao que os pais podem fazer com as criangas deste seténio, a qual expressa esse amor € essa con- fianca necessarios para que elas se desenvolvam nessa época. Da cabega aos pas sou a imagens de Deus Dy coragéo As maas sinto a Adiita de De Quanda Deus eu avisto em todas os partes, no pal ¢ na nnde, ent todas as pessaus queriders. no animal ¢ rer na drvare & na pedrer, nda sinter medo de nade sdamor A tude o gue estd ao men redor. O segundo seténio A fase dos sete aos catorze anos Acrianga passa do lar. da escola maternal ou do jardim-de- infancia para a escola. Um grande momento: o primeiro dia de aula! Quando se possul irmaofs) mais velho(s). esse dia €aguardado com muita expectativa, pais cleseja-se ser igual a ele(s). Quando acrian- ca €o primeiro filo ou filho Gnico, as vezes esta passagem 4 ur pouce doida..o que sempre pode ser abrandado por um bom pro- fessor ou professora. Do ambiente protegido passa-se a uma porcao de conlronta- cées e desafios, O prédio da escola. o percurso até ela, os professo- res que representam uma nova autoridade, os colegas. Enfim, o murudinho no qual se vivia é ampliada eo palco escolar acaba sen- doocentra, As vezes a separagao da mae é sentida como ur verda- deiro parto, pois agora, neste segundo seténio, dd-se a indivi- dualizagao do corpo vital. Aquele cordac umbilical invisivel que se manteve durante o primeiro seténio é cortado, 0 que significa uma independéncia maior em relagao & mae. As foses de tha 27 anos 53 Nesta nova fase, a do segundo selénio, encarnamo-nas mais profundamente. Os érgaos do sistema ritmico, aqueles contidos na caixa toracica — coracao e pulmao — amadurecem, Ambes tém un ritmo: a pulsac&o cardiaca, pela qual o coragaa se contra © se ex- pande, Contraindo-se eleabsorve o sangue periférico, ¢ expand. do-se novamente envia sangue para todas as partes do organismo. promovenda a oxigenagae dos Orgaos até que a Ultima célula do organismo seja nutrida e oxigenada. Esse ritmo é a expressao de ritmos casmicos salares bem matores, A pulsacio m de 7. batimentos por minute expréssa a vida média do ser humano; em 72anos.o movimento de precessdo do Sol é de | yrau. Se vivermos 72 anos, sende que o ano tem 360 dias, teremas no total 25.92 dias, NOs respiramos 18 vezes por minuto, ou seja, 1.080 vezes par hora, o que significa 25.920 vezes por dia: e 25.921 dias é a que se denomina um ane platanico: éo tempo que o Sol leva, em seu moa mento de precessao, para passar pelas doze constelacées do zodia- co. Portanto, a ligagao do homem — especialmente de seu sistema ritmico — com o Cosmo é existen: Arespiragao do ar mediante inspiragao e interigrizagao & guida por expiracac ou expulséo do mesmo, num movimento de exterinrizagao. Goethe expressou estes dois movimentos de forma poética: Dyas gracas Ad no respira inspirar oar e dele se ivrar, jnspirar constrange, expirar liberta. Tao linde 4 feita da vida wine mescla Agradece a Deu fe fe aperte. e ugradeee de nave quando te dibere Grete Inspira-se nao apenas o ar — na realidade. mundo inteiro & inspirado. F nesta fase que o muido externo chega a nds. ¢ nds, a partir de dentro, podemos manifestar-nos e expandir-nos no mundo. Esquematizando de forma grafica esse movimento. temos for- cas entrando ec torgas sainds. 4 caracteristica deste seténio éa troca. 54 Romar vreder nas yardisrias maos FIGURA 5 QO mundo nos é transmitido # apresentaco por uma instaneia superior: o professor. E ele quem chama a atencao para o mundo. trag conceites, faz vibrar os sentimenlos e incentiva as agdes da crianga. 0 professor (ou professura) passa a ser a figura principal para a criange nesse scténio, princi palmente em se tratando de uma escola Waldo: due rante todo a primeiro grau, iste 6. do primeiro aa vitave ano escolar Essa inslancia é uma autoridade amada para a crianca. Sem amor, apenas com autoridade, a crianga nada aprende, Se tentar- mos lembrar quais foram nossas matérias preferidas. percebere. mos que eram aquelus ministradas pelos professores de quem mais gostavamos, Lembro-me de ter tido, na escola, muita diliculdade com Th tdria até que tive um professer co qual consegui gastar. Alids, to todas nés aprencdemoas @ em que o professor de classe a acompanha a dos os alunos gastavam dele, & ase matéria com a maior facilidade Jessa épara cla vida. nds incorporames uma porgao de condi- cionamentos. Para essa fase. a visio behaviorisia do mundo {Skinner} tem sua justificativa: o homem nasce como uma tébua rasa, na qual tudo pode ser condicionada! No aspecto conceitual, niga absarve os canceitus Irans- militlos pelo professor. F. quan diferente é, para cada uri, aimagem de ser humano! Para uns o homem é apenas um animal superior, c para outros é uma criagao divina. Mais tarcle. o adulto se pereebe preconceituose e nao sabe ident scrigens das concepeoes tao arraigadas nele. Na primeira jase deste seté o pensar deve acordar de for- ma imaginativa. Grandes imagens. lendas, pardbolas e contos de- ver levar A crianga as verdades universais, A fantasia. no sentido de pensamento criative, deve ser incentivada; igualmente amemo- As Moses de tha 27 ria. Decorar poemas. aprender linguas estrangeiras, representar wm papel teatral sin boas maneiras de conseguir isso. Os Grgaas ritinicos exigem regularidade para seu desenval- vimento adequado. O ensino deve ser ritmico, Nas esculas Waldart as matérias s4o dadas em 'épocas’. isio &, seis semanas de época de Historia, par exemplo, allernadas com seis semanas de mate- matica, e assim por cianle, vcuperde as duas primeiras horas da nha Alivar o pensamentu, porém coma participacaa do sen to, semipré inlercalaney com uma atividade mais lidica, ou esporliva. é fundamental. O sistema ritmico é a sede de nosso sentir. Os sentimentos podem ser ativados por qualquer atividade artistica: mosica. eurritmia (uma arte da movimento)", pintura, modelagem. teatro, etc. Por seu intermédio, a alma recebe alimen- to eos sentimentos desabrocham. Nessa época.¢ importante a crian¢a vivenciar que ‘o mundo é& ma religiosidade ajuda ¢ cesenvolver os sentimentos Isto pode ser conseguida por meio de leilura de historias, de con- tas de facdas ou dy estimulo a leitura de historias hiblicas. lendas ¢ biografias de homens santos, bem coma do cultive da religiasidade ein Sie do amor pela propria natureza e por todaa Criagdo Divina, Har os de muitas biografias passadas em escolas de fre adres ou outro tips de sacerdécia nos quais se percebe pre- cero autorilarisma de normas rigidas, e nay o amor € o senti- mento de veneracdo neste seténio; em tal caso se alcancaocontra- rio do desejado. ¢ o sentiment ttiy se fecha Vejamos certas normas de comportamenta implantadlas nes- sa fase: “Menino ndo chora — tem de ser valente”, "Me deve lular com meninos nem subir em dérveres”, “Falar sobre s ¢ pecado”. Fstas rormas fieam theo prafundamente arraigadas na pessoa que muilos homens se tornam incapazes de chorar ou de mostrar seus sentimentos, o que muitas vezes impede uma relacao mais profunda com a parceira ou com os fillhos. Ha mulheres que separadas dos maridos, tém filhos para criar ¢. por sua vez. ndo 56 Tamar a ida ads priiprias mous aprenderam a hitar ¢ a vencer os obstaculos, ficanda totalmente perdidas diante de sua nova realidade Quando recebe normas rigidas demais, a crianga fica como que sufocada. F. como inspirar constantemente sem expirar. Isto poderd tornd-la uma pessoa timida ou introvertida, Por outro lad, quando nao ha nenhuma autoridade que impouha limites, écoma ge constantemente ela expirasse sem conseguir inspirar, Como conseqtiéncia. tornar-se-d um adulto extrovertide demais. sempre yoltado para fora, invadindo os limites do outra. Nessa época da vida, 6 necessdrio construir um equilibrio sadia entre esses dois extremos. Deve haver espaco para a interioridade e espace para sair de si mesmo e ir para o mundo. Quem aprendeu, nessa época ainspirar ¢ éxpirar sadiamente tera uma boa base para a convivéncia social mais tarde. na vida. Tera aprendido a estar consige mesmo-e a cstar com 9 Gulro nos mo- mentos adequados. Além do mais, neste scténio a relagao "eu e voce! e voce eeu vai-se estabelecendo. Criam-se os primeiros lagos de amizade, Amar e lutar fazem parte dessa época, bem come chorar e dar grandes. gargalhadas. Agora o senso de justi¢a é muito acurado. Do mesmo mode como luta ese revolla muito perante as injusli¢as cometida contra os outros, a jovem 4 exiremamente sensivel as injusticas cometidas contra ele proprio. Certas expressdes como “Voce ten tluas maos esquerdas” ou, coma me dizia um professor, “Quem € burro permanece burro. nao adianta remédio nem compressa fria” ficam impregnadas. e mais tarde, na vida, custard 4 pessoa um bom preco descobrir que nao é tao burra assim. Nestes casos, frecien- lemente a crianca comega a sentir-se cada vez mais incapaz, seus potenciais nao desabrochain. Além dos conceitos € normas que se condicignan os costumes Vao-se formando. Costumes sao atos condicionados. Por exemplo, escovar os dentes apds as refeigdes, comer verduras, beijar ¢ abragar ao acordar ou deitar-se, ¢ assim por dlante. Os costumes vao-se inscrevendo em nosso corpe elérice au vital, que élambém o corpo da nossa memoria. Tudo o que acontece na vida fica como que inserilo em nosso corpo vilale pode, com estorcoda memdéria, ser novamente ai buscado, Muita coisa, porém, fi inconsciente, podende aflarar ou nfo a consciéncia também As faves de Ua 22 anns Nosso corpo vital é responsavel por nossa satide. Ele regene- ra, ajuda asanear as doencas, daa sensacan de torea e bam-estar! Uma vida ritmica nesta fase dd boa vitalidade para o resto da vida. Osistema riumico também é aquele que equilibra as forgas exce- dentes da cabeca — que sio forcas da consciéncia e do cdesgaste com as forcas metabolicas, regeneradoras do sistema metabolico, as quais em excesso também podem lewar a desequilibrios Assim. podemos falar desta fase como senda a fase mais sau- d4vel da vida, E. realmente, $40 poucas as doengas que nela apa- recem, # M0 ser que a Crianga esteja estressada pelo excesso de a pouco tempo para esporte e lazer, au ainda para brin- car. Brincadeiras € jogos coletivos sao muito importantes nessa época. De mesmo modo como na fase anterior (de zero a sete anos). podemos distinguir. nesta fase de sete a catorze anos, trés fases menores: dos sete aos nove anos, quando ainda permanece tos elementos da fase anterior ese continua aprendende por imita- cdo; a fase do meio, dos nove aos doze anos; e 4 fase dos doze aos catorze anos, ja na préspuberdade Aos nove anos, geralmente a crianga passa por ui dp ea’ no plano de sentimento; ou, expressanda melhar, o senti- tent Lorma-se mais individual. E a époea em que a crianca fica ensimesmada, comecando a perceher cliferengas de tratamenta dado a ela pelos pais em relacao ao tratamento que as amigas rece- hem em casa; éla percebe que o pai ou o irmao chuta o gato pela porta. enquanto cla, toda carinhosa, cuida de seu gatinho. Coisas deste tipo passam a chamar muito sua atencan. Nessa época, muitas vezes 0 menino tem o primeiro amor pla- tGnico par aquela menininha de tranges loiras ou a menina por aquele garote que todo dia passa de hicicleta na frente de sua casa, mas como qual ela ner ousa falar. A fase dos nove aos doze anos é ¢ aulas e ten ie acardar de maior religiosidacde, A crianca adora ser anjode procissao ou coroinha de missa, Ela apre- cla os rity. [4 aos doze anos é acometida por novo impulso de crescimento rumo a adolescéncia, Amenina passa pela menarca (primeira menstruacda) ¢ se agsusta coma forma de scu corpo; ou entao pe enchimernto no para parecer mais encorpada sul 58 Fomar a mans Oniening se conironta coma mudanga da voz e. 5 tem sua pritieira ejacula cao. Um novo iinpulso da incivitlualicade faz sonhar mais cone tamente cum a profissao que mais tarde se quer abragar. Para il guns. poréni, o assunto fica por mais algum tempo ‘encubada’: ou tras ja manilestam a vocacdo profissional claramente, & em outros ainda isso sd ind A crianga asta, agora ¢ ca ca. a quinica ¢ 4 bidlogia de mancira mais cientilica Podetios comparar os daze anas com aquele moments em que Menino Jesus é levado ao templo e comeca a falar com sabe- «loria, despertando a admiragiu de todos as farlseus aa seu redo fa époea. entre doze e calarze anos. em que alguns entram para o iiunde das drovas, levadis pelos mais velhos, ou ja vecessilan trabathar para o suslento ca familia (embora ainda lena bern menos de 18 anos). An ollarmos retrospectivamente paraa nossa vida nessa fase, vale a pena resgatar as Mudangas que OCOrreram CMtre aos Nave & os doze anos Dos doze wus catorze anos, é¢ muito importante que acrianga nha una pessoa mais velha com quer se abrir ou conversar, il- usive sobre coisas mais fntimas. Muitas vezes cla naa tern liter dade corm os praprios pais, ¢ sim com amigos ou amigas mais ve- lhas. AL@ mesma pessoas inalinlormadas acabam ‘eselareeendo’ sobre questies sexuais. que mereceriam muite didloge @ alenga Em tempos antigos, o rile era conhecide como doador de forga. Hoje muilas pessoas adultas reclamain da falta de ritmo du- rante o dia, semana. més ou ano, Rectamna-se de um cansage cromi- coe, cada vez mals. de perturbagées do ritmo cardiace, do ritmo digestive. de asma, de insdnia. etc. Sera que estas perlurbacte nao terian Sua origem no seguro seténio? Tente olfiar para tras c verilique como foi o seu. Este segundo selénio é fundamental para desenvolviment psiquico posterior, principalmente entre 21 e 42 anos, quancds de pendemos intensamenle dos rélacionamentos sociais. Na Biografia 1 podemos ver como avs onze anos houve una mudanga radical para a menina, de Portugal para o Brasil, Devido 40 sotacue portugués, foi-lhe dilicit adaptar-sc ao seu neve ambieule escolar, 24 rejeicdo das colegas se transformau numa forte intro- nena, nanifestar-se por volta dos dezuilo anos vez mais, apta para encarar a fi te 3 Ag tases de a 27 anos 30 versio. Ela nio conseguiu vencer os desatios que vinham do mun- do exterior naquele momento ce sua vita. Na Bingrafia 2. 0 evento mais marcante deste seténio ocorreu justamente aos nove anos, com a morte da avd &, por conseqgGén- cia, como ineéndia da oca (casinha de palha) em que elas mora- wiuml juntas ¢ qué se transformou num montao de cinzas Irias, A pergunta da menina foi: "O que vai ser de mim?” Mais tarde este fio, num espelhamenta biogratico, manifesta-se sob forma de depressao, ¢ quando identificady desperta um sentimente de liber- lagao. tal qual o da fénix que se ergue das cinzas. Assim como ne primeiro seténio do ser humano se define a a fisica. no segundo seténio se define o temperamento, De acerds com a composigao do corpo etérico e a predominancia das forcas ctéricas do fogo, da ar. da 4gua ou da terra, surge no individuo a temperamento fcolérica, sangiineo, fleumatica ou melancalica), Na €paca escolar. a influéucia do professor ecoensi- ho sobre o temperamento do aluno é decisive no sentide de uma harmonizagao de unilateralidades decorrentes do temperamento. (Vide literatura especifica indicada no final do livro.) Resumida- menle, existem quatro temperamentos bisicos, de acordo com os quatro elements: loge, ar, gua ¢ terra, Também os gregas ja os conheciam. ¢denominaran o temperamento mais fogose como 'co- lérivo’ (cholé. em grego. significa ‘bile que flui rapidamente’); 0 tem- péramenty aéreo como ‘sangiines’ — ent que a leveza do ar preda- mina. senda tude leve, saltitante. alegre, c que é, por natureza. o temperamento tipico da infancia (quando sadia}: como ‘fleumati- co’ lemperamento em que predominao elemento aquose — fluin- do tutlo devagar. viscosamente, ¢ predaminanda o metabolismo: e finalmente come ‘melancélico’ o mais terreno —em que a bile {lui devauar (metagchalia, em grego, significa ‘bile preta’) eo peso da terra se lag sentir, bem como a dor eo sofrimento da vida. princi- palmente ne adulto, Nas escnlas Waldorf, as temperamentas das criangas mere- cem especial atencao. O professor e o médico que conhecem ¢ temperamentos podem. neste seténio em que ojovem selhes mani festa mais nitidamente, influencié-loc ajudé-lo acorrigir-seem seus aspectos negalivos, estimulando os positivos. Modificar o tempe- ramento, porém, nav é possivel. sends preciso aceila-lo e conviver com séus lados bons e ruins durante a vida toda. Tomar a vile nes prdprias maos Faz parte de nosso auloconhecimenta saber qual termpera- mento possuimos. Porém todos nds lemos os quatro temperamen- tos, com predominancia de um del Quero finalizar este capitulo com o verso que Rudolf Steiner deu para as classes das escolas Wallor! apos a quinta série, mies- tran esse grande despertar da alma infantil para o mundo. Eu cantempla o mu onde o sul relus onde esirelas briltiam, oade as pedras dormem, wide as pluntas vive @ vivendo crescem, mide os bichus senierrt e sentindo wivem, onde jd. o homes, tendo em sia alma, abrigou o espiria Ev contemplo a alma que reside em mim, O Diviny Espirito age dentro deta Gssim cure alu sobre a iuzdo sol. Ele paira fora ne amplidde de espage nas profundesas.do alma também A wey suplico Dive Eypirito, que béngdos & farces para o aprender ‘para 0 trabathar, crescum dentro de mim. We Rudolt Steiner O terceiro seténio A fase dos catorze aos 21 anos A passagem do segundo para o terceiro selénio representa uma crise maior. As modificagoes corporais da puberdade exigi- ram uma constante adaptagdo. 540 os membros alongados, cresci- As fases de Ga 27 gains 1 dos e desajeitadins que precisam ser coordenados (c para isso as atividades esportivas ajudam bastante he mening corre a modificacao da woz; ra meninia, o cresei mento dos seias e dos quadris. A diferenciagao sexual entre o ho- mem ¢ a mulher se torna agora evidente. Podemos comparar a pu- berdade a imagem biblica da Queda do Paraiso: o ser humane sai do mundo mais paradisfaco e cosmica da infancia e entra no mun- do terreno: ele se torna cidadao terrestre, co-participante da cida- dania de seu lugar, da sociedade, do mundo, Ima cdupla separagao ocorre, Uma é a separacao do celeste. do diving, que remanesce como uma saudade indefinida, gerando uma constante busea do ‘Paraiso perdido’, mas que também resul tard na busea de si mesmo, da uniao com o divine, do autodesen- velvimento. A segunda separagao é a sexual. em que homem ¢ mu- Iher. agora bem diferentes — nao sé fisica, mas também animi- camente —, safram daquela unidade primordial e comecam a bus- ca a complementacao um no outro. uma nova umiao. Na livro Ho mentnudher a tlegracde come caminho de desenvolvimental talo detalhadamente sobre a separagao dos sexos; recomenda, pois, essa leitura, porque aqui no entraremos em cdetalhes. A encarnagéo processa-se. agora, num nivel ainda mais pro- tuneo, eos érgdos que amadurecem s4o os sexuais. cuja secrecdo dos hormndnios leva a todas as modificagdes corporeas externas: dase a consolidacaa dos ossos ea fertilicagao dos masculos. Por- lanto, principalmente os membros s40 os atingidos. Os membros se fortificam, tornando-se aptos a transformar a lerra e o mundo. E por meio da acio que a humanidade cria e transforma o mundo externo, tal coma internamente o fazem os Organs digesti vos (mctabdélicos). que também agora, ¢ cada vez mais, vao elabo- rando os alimentos ingeridos, que sau absorvides e transtorma- dos, tornando-se a ‘carne’ do corpo humany. A partir da adolescéncia, o jovern se Lorna responsavel por seu destino, ‘toma a vida na proprias maos’, rewolta-s¢ contra 08 pais e quer lazer as coisas por simesmo. Se atéentao, por exemplo, foi ajudado por seus pais nas tarcfas escolares, ou eles insistiam para que estudasse, ista agora de nada vai adiantar, pois o joven lem de arear com as Conseqléncias cle seus atas: se esludou, sera a, 1898 Antropeséti ne Toe a exdta sey prcpraas sits promovido: se nao estudau, vai repetir o ano, ou mais tarde naa passard no vestibular. A adolescéncia € como um terceiry mascimento. E quandy a corp astral ou carpo das emagées, comoa designa R. Steiner, “pas- sara pelo processo de individuacdo”. Se ainda no segundo seténia » joven tinhauma dependéncia emocional ¢ afetiva muito grande tlo pai. da mae, da familia, agora esses lagos se tornam mais frou- xos. Ele foi jogado no mundo, na sociedade — muitas vezes ainds ile forma mais protegida quando vai av culégio ¢ logo em seguida a universidade. porém muitos ja vau para uma escola técnica profissionalizante. ou mesino ja iniciam sua vide de Lrabalho, ¢s- lancdo totalmente cxpostos ao ambiente. Com o nascimento do corpo astral!’ ou das emogdes. que bor nece o substrate para nossa alma, adveém ume visdo bem pura de umideal humano aser alcancado. Talvez nunea mais em nossa vida essa imager ideal seja 40 clara, tio pura como éna adolescéncia Por putro lade, nosso corpo astral é também portador da cans- éncia, de nossas emocécs. instintos, paindes. desejos, cobicas. curiosidades — todas os elementos que despertam intensamente na adolescéncia Nesta épova formase uma lensdo muito grande entre o ideal a ser alcangade @ os instintos. cobicas, desejus, que cobram suas necessicades. E o joven esta sempre em conilito: quer realizar a imagem ideal. de um laco. mas ¢ puxado para o outra. Por exemplo. a curiosidade de fumar cigarro, ou mesmo maconha, é grande; mas existe a ponderagag: “Se eu comecar a fumar, depois vou ter de fazer um enorme esferes para largar de nove; entao éimellier nem comecar! Surge a perecpcao de que as regras externas tém de ser substiluidas, por meio da auto-educagao, por regras que ele me: ino se impoe Essa busea do ideal leva-ya projetar umaimagem do que gas- laria de vir a ser; muilas vezes ele faz imagens de pessoas que Ihe parecem ser aquele ideal. Figuras da politica, da Histéria, mais freqientemente idolos do esporte. da misica ou do cinema server aeste fir {Came o proprio e- astral — riz. cate lem aver com os astros: ¢, de tato.es turgas que nele atuam se torgas inter fe poténcias pianetdrias: |ia. Merctirio, Viuus, Sol. Marte, Jipiter 6 see de da 2f ar O jovem passa facilmente, nesta fase, de uma ideolagia para outra. aderinda aos mais diversos ‘ismas’. Mas o que é que, no fun- do, ele esta procurando? E a si mesmo! “Quem sou eu? De onde — perguntas ineons- cldgica, religioso, prolis- éa minha tarefa neste mundy? vena? Qu clentes, formulacdas para os universos sional € sexual. Nan é facil aa joven encontrar-se. A distingaa do gue é reak mente dele eo que é resultado da influéncia clos pais precisa ser feita. Par exemplo. “Sera que eu quero ser mesmo engeriheiro” — ou médico etc. —“ou esta fol uma idéia que vein dos meus pais?” Talvez seja um desejo que o pai nao conseguiu realizar e quer ver realizado no filho, Ou “Fui educaca como catélico; sera que esta é amirtha religiae?” Valvez ele participe com tada o entusiasmo no. movimento de jovens da igreja, mas de repente se dd conta de que nao é nada dis. Novamente podemas distinguir tr@s tases: a dos catorze wos devesseis anos, quande todos as desajustes corporais de cresei- mento exigem muila energia e paciéncia para sua adaptacao. enem sempre desenvolvimento animico consegue acampanhar o de- senvolvimenta fisieo: na segunda lase, clas dezesseis aos dezoito oudezoita anos e meio mais precisamente, que é a fase mais ‘religio- sa’,a joven procura ‘religarse’a algo. sendo estaa busca do Parai- so perdido: e na fase des devoito, dezaito anos e meio até os 21 anos, cle amadurece internamente para escolher a profissio, aque oniece mais precisamente aos dezoito, dezoite anos emcio Aqui no Brasil esta escolha é feita, muitas vezes, bem antes desse periorio, por causa das especializactes do ensing — par exem- lo. paya as ciéncias ou para as letras: acontece que o jovern toma uma decisdo forgada, faz cursinbo, até passa no vestibular &, de repente. se da conta de nao serisso o que queria. Se houvesse uma eportunidade cde o jow rem diversas profissdes, para depois fazer a escolha, ele nao estaria perdenda tempo, como pude parecer. mas ganhando tempo para ter qualidade de vida e satisfa- cao interna maiores. Porém os adultes sao apressados, amgustia- dos, querem sempre colher frutos ainda imaturos, principalmente em relagao a seus filhes Ags dezoito anos € meio a adolescente passa pelo que. astro- nomica ¢ astrolagicamente. se denomina nedo lunar. Trala-se de uma situagao da relagdo Lua-Sal semeihante 4de nascimento. Po- Tomar e vida nes prépries dos demos dizer, novamente, que as portas do Paraiso se abrem urn pouco ¢ que se pode vislumbrar a miss4o terrena, Ocorrem, muitas vezes. perecpcdes sutis e fugazes que podem passar desapercebi- das; parém muitas vezes as circunstancias externas da vida nos tazem olhar retrospectivamente para essa fase, ¢ ai vamos descu- brir ter sido justamente nesta Gpoca que decicdimos fazer vestibu- lar para determinada area, ou entramos para a faculdade, ou sofre- mos um acidente, etc. Esses dezoito anos € meio sao come que uma despedida da passado, da adolescéncia, antes de entrarmos para a vida adulta. Muitos até expressam isso dizendo nao quererem assumir a res- ponsabilidade do adulte, querem manter-se adolescentes, o que com certeza vai gerar uma crise. Outras vczes vem um sinal de fora — um acidente. uma perda, etc., para que acontega essa conscientizacao maior, Outros, ao contrario, percebem mais cons- cientemente anova fase que esta chegando. as perspectivas para o future, e. com alegria e bem-estar. vo em frente. Para mim, aépoca do node lunar, quando entrei na faculdade de Medicina, foi gratificante. Eu me identifiquei com a ciéncia: ana- lomia, histologia, bioquimica, ete, Na Biografia 1, este momento é a viagem para Portugal e a retomada dos locais da infancia. Na Biografia 2. é a luta pela causa, pelo ideal que, mesmo apds um ano de prisao, desperta mais inten- samente. Na fase da adolescéncia, a dindimica que surge é de dento para 4 ee fora. ‘ + v Gemokok ana FIGLRA 6 Osentimento do jovem é 0 seguinte: “Eu estou aqui, com tod. a minha potencialidade. e quero modificar o mundo.” O ensimes- mar-se raz a sensacao de solidaa, dendo ser compreendido. mas claro que este é ur estado que nao se agitenta por muilo lempo. Querseacontate com o mundo, com os outros. Alorma de contatar é dando flechadas. Langam-se eriticas contra tudo ¢ contra todos Quer-se fazer refortias dentro dé casa. modificar a alimentavdo da familia, a religiae, a sociedade, ete. Ag fases de fa 21 anos Quando projetamos essa atitude de critica para a vidade adul- to, mais tarde sabermos que uma pessoa muito crilica em relacdo aos outros poderd estar passando por uma fase de isulamento e de solidao. A critica nae 6 a forma mais sadia de comunicacao, mas para o adolescente talvez seia a unica. Um professor Waldorf dizia que, nessa époea da adolescén- cia, a crianga coma que leva uma placa no peito dizendo: “Fechada para reforma”, ou “Deixe-me em paz!”. As meninas sao mais ‘coquetes’, gostam de aparecer, de chamar a alencao, de provocar os professores, enquanto os meninas sio mais timidos e muitas vezes Lém vergonha. A vergonha é algo natural desta idade. A adolescéncia é 0 momento €m qué “eu, como personalidade, me torna mais visivel para o mundo. ¢ disso 6 que tenho vergonha. Nao ha ninguém que me faga tocar um solo de violing ou flauta em publico, ao passo que no grupo, na erquestra, tenho como apaio og outras membros, ¢ nao havera problema. A busca de um grupo onde sou aceilo me da reforco naguilo que ainda nao tenho coragem de enfrentar sozinho’ ho primeiro seténie podemoes usar a frase “O mundaé bom" eno segundo seténio “O mundo é belo”, para o terceiro seténio teriamos “0 mundo é verdadeiro”. E esta busca pelo verdadeira no mundo que o jowein almeja. Ele precisa encontrar veracidade, au tenticidade nos adultos que o cercam, Um professor de javens que maa seja auténtico, que fale da boca para fora, nio sera aceito. Tampouce os pais conseguem, por exemplo, simular urna 'relagdo perfeita’ perante a jovem: em pouco tempo ele saberd da verdlade e que foi enganado. Q arlulta que admite seus erros e fraquezas é Mais aceito do que aquele que simula perfeigdo. Nesta fase a ciéncia é apontada como tmica verdade. porém sabemos gue a estatistica também pode ser usada para demons- trar coisas incorretas. Portanto, usar a ciéncla como tolalmente verdadeira é ter como base uma falsa vercacle, Mas onde estaria a verdadeira ciéncia? Além da realidade fisica, cientifica. existe uma realidadé animica ¢ uma realidade espiritual. A matematica éa rea- Jidade espiritual mais pura. Esta verdade o jovern também tem de conhecer. Neste seténio se langa o fundamento para uma vida espi- ritual que vira mais larde, per meio do que é verdadeiro. 0 principio educativo neste seténio nao € mais aimitacae (do primeira seténio) — embora muilos jovens tentern imitar os cale- 66 Tomar @ vida Ras préprias mios gas ou seus idolus —nem aautoridadde (do segunclo seténio).cs a liberdade. Ao falar de liberdade, pedemos falar de uma liberdade interna ede uma liberdade externa. A liberdade externa é atjuela mediante a qual conseguimas, a medida que vamos amadurecenda, fazer cada vez mais coisas no mundo externe e, ao mesmo tempo. assumir a responsabilidade por tais atos. Aliberdade interior éalgo mais sutil. Eo respcito pela perso- salitade do outro, Implicaa conseientizagao, no adulto, de que agora ele tem uma indivicualidade diante de si. tal qual ele propria. As sim come exigimos respeito por nos. precisarmos respeitar o Io- vem. Rudolf Steiner, na escola Waldorf. fazia questo de chamar os alunos por Sie, isto é,'o senhor’ ou ‘a senhora’, cm respeito a essa individualidade. A libercade acontece em trés niveis. O primeire é 0 do espa- 0 fisico: o jovem necessila ter seu proprio espago — seu prdprio quarto, ov pelo menos sua propria cara —, seu canto privative. onde cle tenha o direito de pendurar os posters que desejar. Quan- do se necessitar desalojar alguém na casa para acomedar visitas, ou a irma que se desquilou, nao é o quarte dele que devera ser buscada, Oespaco animico éigualmenteimportante. Por exemplo, seus: telefonemas nao devem ser interceplacos. as cartas nao deve ser abertas. seu diario, se por acaso ele o esqueceu na escrivaninha, nao pode ser lido, ¢ assim por diante. O espaco espiritual se refere, agora, mais ao aspecto prolis- sional: “Sera que cu sou apoiady em minhas intengoes de vida?” Isly se refere. também e especialmente, a parte profissional. Por exemplo, o javem quer lornar-se apicultor, may @ familia quer que ele se prepare para assumir a fabrica do pai, com a qualele ndotem afinidade alguma. JA comentamos que esta questao profissional deve tarnar-s mais visivel a partir dos dezvito anas ¢ meio. Nesse period ja am. dureceu o ‘eu social’, como o denomina o professor Lievegoed. referindy-se ao modo come ‘eu’ atuo no mundo. Contude, para muitos javens hoje a escola protissional é dificil. As vezes eles passam por varias experiéncias de trabalho até encontrar seu ambiente, au trocam freqientemente de faculdade. E preciso ter paciénela, Se 4s frser de Oa 20 gins Na fase dos dezvile anos ¢ meio atis 21 anos. temos come que ura matural final do nossa cérebrn (alias, esta fase se iniciou aus catorze anos). As células nervosas sao sensiveis ao dlcoal, as drogas ¢ aos téxicos. Por ssa, tratase de uma fase em que pessoas sesiveis podem ter prejuizas para o resto da vida, ¢ © cérebra, instrutmento do eu. nao permile a desabrochar da personalidade #m sua total plenitude. Essa é, entaa, wma épaca em que doencas Hatricas podem tornar-s senda também propi 5 SeiLas que praticam ‘lavagem cerebral nos jovensa fim de angaria log para seus propdsitos. Também éa spocaem que na maioria das es esta instituido o alistamento militar. Par outro lade, no as pecta do trabalho muitos jovens ja es como aprendizes onesta gidrics no Ambito de ulna proposta profissional; e ainda é impar- lante que tenham lazer. ¢ nio $4 trabalho @ estudo. para seu desa- rar animica: Para um trabalho com jovens. é preciso atentar esuecialmente a isto Representacto vrafi nifestas psic pall ada dinamica deste: 8 seléniogg: 2 auleyuizidla diticara furtes dq iri exp ftsiva FIGURA 7 Tipos pleneririos Para uma orientagao profissional ou educativa, vale a pena olharmos para os lipos planetarios (criunidus das sete poléncias planetarias) que aparecem na adolescéncia, superpando-se aotem- peramento, qué ja vimas anteriormente, oR Tomar a vide acs pedprias mitos 0 tipo saturnino E um tipo autoconseiente, voltado para o imerior, desenvel- vendo uma atividade pensante inlensa. Criticas ¢ aulocriticas sao claras ¢ objetivas, Sua maneira de pensar éinci penetrando na esséncia das coisas. Fle é detalhista, analista, tem altos ideais hu- manos. Entende o passado, a Histéria, tem boa memoria e, ao mes- mo tempo, vislumbra as metas do futuro, Sua marieira de pensar, de aprofundar-se em algo com persisténcia ¢ sem desvios, dathe a possibilidade de ser um bom pesquisador — muitas vezes unilate- ral e até bitulado. No ambito do sentimento ele parece (rio, nao demonstra suas emocoes,¢ € dificil entrar em contate com ele. Conseguido a conta- to, cle se mostra extremamente fiel por meio das agdes, E extrema- mente responsavel por seu dever, persistente, um tanto lerdo ¢ com pouca flexibilidade para improvisagées. Tem pouco humor € pede tornar-se egocéntrico ¢ egoista. Como exemplos do tipo saturnino temos Friedrich Schiller (poeta alem4o), Victor Hugo, Marie Curie. Fsta dltima, mals conhe- cida entre nés. é um exemplo de abneyagao e. cm sua pesquisa, passuu por muitas privegdes. Fez a pesquisa pela pesquisa em si, sem pensar em sua aplicacaa pratica A temiatica da morte € ressurreigdo ¢ uma Constante na vida de um saturnino. Para entendé-lo, temos de posicionar-nos com 4 mesma profundidade ¢ seriedade que ele. Fle precisa aprender a lazer perguntas para os outros ¢ a superar seu egoisimo por meio da compaixao. Tem muita semelhan¢a com o lempéramento me- lancélico. Como profissional, se for colucaco na drea de pesquisa tera sucesso, assim como em areas filosdlicas ou que lidem cam Historia, Arqueologia e afins. O tipo jupiteriano £ um tipo em que a vida externa ¢ a interna estdo em equili- brio. Pessoa calma. inteligente, jovial e com forte senso de justica Seu pensar é abrangente. global, visualizando o todo, enaeo detalhe. Tem facilidade em chegar a uma ‘imagem do todo’, auma sintese, a um conceito. No sentimento ele é uma pessoa alerta, jovial, radiante. Nav é a qualquer um que permite aproximacao. Relaciona-se facilmente, As fases de 0 @ 2 anss of eésua alma é multicolorida. Aprecia atos cultuais ¢ esta disposta a fazer sacrificios quando estes levam 4 harmonia. Na acao ele gosta de ordem, harmonia, tem uma capacidade inata para liderar ¢ conhece as aptiddes dos outros, sabendo caloca- los no devido lugar. Sabe transformar a experiéneia da vida em sa- bedoria e aproveilaro momento. O perigo é 0 de tornar-se autorité- rio, impaciente e orgulhoso. F importante que ele aprenda a humildade, Coma imagem desta hurnildade termos Jesus, que lava os pés de seus discipulos na Quinta-feira Santa Exemplos tipicos sao W. J. Goethe e Aristateles As areas prolissionais adequadas seriam como empresdrio, gerente, lider politico e estratégico, organizador: mas também pen- sadores ¢ filésofos podem ser jupiterianes F importante que a esse jovem sejam dadas, desde cedo, con- telides pensav 0 tipo marctano Ele € a expressao da forga acumulada que se dirige para o exterior e para o futuro. Aqui na Terra. tenta transformar seus ideais em realidades praticas. tendo portanto todas as caracteristicas de um iniciador —de um pioneire. Marte 60 simbelo da forga masecu- lina (mas também ha mulheres do tipo Marte), bem tipica do tipo colérico. 4 vontade domina o sentimento @ 6 pensamento, Ele tem de sentir-se livre e desimpedido, ou a confrontagao com ele termi- na em briga. Vo pensar, o lipo é bem acordade & presente. Tem pensamen- tos priticos e direcionados 4 matéria {‘acerta na mosca’ com scus comentarios). Sua memidéria é fraca, esquecendo o passado. Ele é bom e convincente no discurso, na palavra. No sentimento ele é entusiasmado, apaixonadey e calorosa Nao Iolera ser posto de lado ou ndo ser percebide. Muitas vezes, porém. esconde seus sentimentos atras de um escudo. Na acao, é do tipo ploneire, ative, realizando suas metas. F dificil desligar-se de seu trabalho. Sua forga ele a coloca no espor- te, no trabalho. Precisa sentir-se livre para o movimento. Sente se- guranca e independéncia. Nao tolera criticas. O excesso de forgas de Marte padem leva-lo 4 agressividade cescontrolada. principal. 70 Tomar a vida nas proprias mitos mente se ingere bebida aleodlica E importante que seu interlocutor consiga manter a calma. F pessoa de coragem. Como exemplos histéricos femos Napoledo ¢ Beethoven. Todas as alividlades praticas lhe sao preferidas: ele gosta de vencer desulivs ¢ abre frentes para algo poder acontecer. 0 tipo mareiano tem de aprender a superar a si mesmo e a dirigir suas forcas para o ambite certo F importante que execute trabalhos onde possa usar sua forga fisica. O lips venusiano Osentimento predomina cm relacdo ao pensar ¢ ao agir. Ba tipo feminino por exceléncia, mas que pode ocorrer também no homem, dando-Ihe senstbilidade. Eo tipo estético, que gosta de beleza e irradia amor. No aspecta do pensar, o sentimento participa tarnando-o fantasioso. criative e cheio de imagens e pereepgoes do ndv-visi- yel. Fle pode apresentar uma certa vidéncia, que precisa ser orde- nada pelo pensamento para nao tornar-se alucinagao. No sentir, o tipo yenusiano é calorosa e movimentado. Ora esta nos céus, ora nu abismo. As simpatias e antipatias sio direcionadas pela estélica, Ele se deixa levar por fantasias ¢ ilu- sdes, Gosta de sentimentos religiosos. Na agao, é uma pessoa que gosta de cuidar dos outros ¢ de tornar @ ambiente agradavel. Da valor as aparéncias. Sua motiva- cao 6 amor. pelo qual até se sacrilica. Uma de suas atividades principais é a arte, que ele pralica como hobdy ou profissao. Muitas atividades terapéulicas necessitam dessa qualidade venusiana. Entre os miisicns, por exemplo, Haydn possui uma qualidade venusiana; lambém a possuem Madre Teresa ¢ Sao Francisco de Assis. E importante que 9 tips venusiano aprenda a objetivar pensa- mentos ¢ sentimentos, que a parté do pensar logico seja ativada ¢ que ele aprenda a cislinguir a fantasia da realidade, © tipo mercurial Epequeno, dyil, [lexivel. Esta com todos e com ninguém, ¢um mediador entre o mundo externo ¢ interno, entre o céu ea Lerra Vive no presente. As fases de 0 @ 21 anos i No pensar, tem uma faculdade de combinacaa muito grande. Por exemple, de muitos sinlomas deduz um diagnéstico, Podemos falar de um pensar associativo; ele perecbe logo onde ha escassez ® vai buscar onde hé excesso, F came o tipo sangiiineo: tem dificul lade em concentrar-se e pula de um assunto para outro. Ele é Avido de saber e curiose, E inteligente e tem boamemd- ria, inclusive dos detalhes. Fala bastante, tem presenca de espirite, Em seu sentimento 6 aberto, tem bom relacionamento com todos, mas certa dificuldade em relacionar-se mais profundamente com alguém. F. como o marinheiro, que em cada porto tem uma amante. E menos alive. mas reage ao munde externo. Geralmente é alegre e tem bom humo: Na acho ele é rapicl, flexivel, ajcitado e se adapta facilmente as Circunstancias. Gasta de ser Gtil, imorovisa ¢ inventa. Por sua capacidade associativa, sera um bom comerciante, guia turist mas também mécico ou mediador de negdcios ou de conflite entre pessoas. Poe as coisas em movimento e traz inovagdes; no deixa as coisas estagnar, El# precisa aprender a fazer escolllas entre ag mulitas coisas gue aprecia fazer e ligar-se mais profuncamente a uma delas, e igu mente no relacionamenta. Deve aprender a escutar é, por meio de perguntas. interessar-se mais profundamente pelo outra Come exemplos do tipo mercurial temos Morzart € Albert Schweizer 0 tipo lunar E mais arredondado. parecide com o ser de temperamento Heumilico, sempre aparentandy ser mais jovem do que realmente éTrradia calmae é bem passivo; espelha, como a Lua, o ambiente Seu pensar tem uma earacterislica de espelhaments, isto é, repete muita coisa que © outro {4 disse. Tem meméria boa, uma mamaria fatografica ¢ ordenada. E sonhador No sentimento, nao 4 de facil acesso — pois, como espell tudo, é@ preciso que se chegue atrds do espelho, Atua de acardo com seu instinto e assume facilmente uma atitude paternal e ma- ternal. protetora ¢ nutriente. A relagdo cle igual para idual é dificil Quanto 4 acao, que tem uma forte ralacao com a nalureza, ele “acorda com o sol e deila como sal”, Gosta de ritmo. A familia & a Tomar a ude nas pripriay mans importante; sem familia ele se sente pouco realizado, ou busca ou- tras alividades em lugares como jardins-de-infancia ¢ creches. ou ainda onde encontre doentes para cuidar. Gosta de manipular ali- mentos ¢de zelar pela alimentacao. Pode atuar em profissoes comu de cozinheiro, dietista, nutricionista, agricultor, horticullor, pecuarista. O tipo lunar gosta de colecionar coisas e ordend-las; de pin- tar a nalureza ou reproduzi-la em fotografias; arquivar ¢ preservar o passado para ser consultado no futuro. Como exemplo de tipas lunares temos 0 misico Schubert, cheio de fantasias ¢ deserigdes da natureza em seus motives musicais. A artista de cinema Marilyn. Monroe também é um tipo lunar. Gocthe, que era predominante- mente jupiteriang, tinha bastante elementos lunares, o que lhe per- mitiu fazer uma enorme colegao de cois#s da nalureza eda arte. cataloga-las e depois usa-las para suas pesquisas. O tipo lunar deve ser ativado para sair de sua passividade, principalmente por meio de atividades artisticas. Ss O tipo solar Eum tipo em que, de cerla forma, as outras seis forcas estao em equilibrio: as forgas do coragag predoriinam; ele term um cora- ¢40 magndnimo e um grande senso de justica, O Sol traz lux (ex- pressag da sabedoria), calor (expressao do amor) ¢ vida (expres- sao da criatividade). 0 tipo é sébio e tem clareva de espirito, gran deza de alma, magnanimidade e altruismo, Embora seja pessoa lu- minosa, necessita da luz externa, do Sol, ¢ de bastante claridade. Come é bem dotada, o grande perigo é a indoléncia. O que us gu- tros lipos tém de lutar para conquistar, o salar possui por nature- za, como a capacidade de sintese de varias opinides, sabendo apro- veilaré que os outros dizem (que é a capacidade solar pensarite). No aspecto do sentimento, ele 6 calorosa e contiante, caracte- risticas que lazer com cue confie demasiadamente nos outros. Em sua agao ele é criativa Das personalidades ja mencionadas, tanta Mozart quanto Albert Schweizer e Francisco de Assis possuem este elemento so- lar, S40 como o dirigente, o maestro, aquele que consegue fazer com que varios instrumentos toquem uma sintania. As fuses de 9. 21 anos 73 Tu que dumines o Universa, fuming também @ nim tira a vende dos meus obhos para gue eu veja o Sot verdadeine. Es nda caberto com ws entrefonto, em um mar de fransluc minha adme. Agora concede-me vito na imagem du claridade @ da verdade pura Deina que reconfieca em Sud lez quais séo os meus deveres E jogo. terminada a viagem ‘agar ao Lugar Sagrado, pasale do Universe, brinda.me a fora para afeangdeto em realidarte FE Tu, 6 Amor Divino, acalhe-me em meus desigatas @ mavitém pure o eteme raio de minha fel vontade Questies relativas aos seténios entre 0 ¢ 21 anos: De tla 7 anos J— Qual 4 a sua primeira lembranga? Para responder a esta pergunta sobre # primeira lembranga. lembre-se de que a primeira Jembranca deve ser resgatada pela memoria, ¢ nao pelo que os outros Contam sobre voc, Ii — Quais foram as primeiras impressdes sensoriais? Ill — Como era a casa, o lar, 9 ambiente eas pessoas do lugar onde vocé morava nessa época? I¥— Qual cra a sua relagao com pai, mae, irmaos, avs? Mora- vam todos na mesma casa que voce? Tomar a vide ous prdprias mdos V— Quais cram os seus brinquedos? VI— Havia aconchege em seu lar? De 7a 14 anos: 1 — Com que idade yocé ingressou na escola? Tl—Com que idade vové foi allabetizado(al? li —Lembra-se dos professores e das matérias preferidas? IV — Quais foram os conceitos, normas e costumes que rece- beu naquela epoca? V— Como foi sua educagao religiosa (rituais. festas etc.}? Vi — Quais eram suas atividades arlisticas (musica, pintura, modelagern, teatro. trabalhos manuais, marcenaria ete)? Vil — Voeé teve oportunidade para praticar algum esporte. fazer excursdes, ter contato com a nalureza? Vill — Como eram suas férias? IX— Aos nove anos aconteceu algum fato marcarte? X—Eaos doze ans? X] — Naquela época houve algur
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