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COLEÇÃO SENAR - 133

COMO PRODUZIR
LEITE DE QUALIDADE

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL


ADMINISTRAÇÃO CENTRAL
SGAN 601, Módulo K, Edifício CNA, 10 andar
Fone: (61) 2109-1300 - Fax: (61) 2109-1325
70.830-903 - Brasília-DF
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SERVIÇO NACIONAL DE
APRENDIZAGEM RURAL
COLEÇÃO SENAR - 133

COMO PRODUZIR LEITE


DE QUALIDADE

1
SERVIÇO NACIONAL DE
APRENDIZAGEM RURAL
ADMINISTRAÇÃO CENTRAL

Fábio de Salles Meirelles


PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO

Daniel Klüppel Carrara


SECRETÁRIO EXECUTIVO

Andréa Barbosa Alves


CHEFE DO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL - DEP

Rodrigo Sant’Anna Alvim


PRESIDENTE DA COMISSÃO NACIONAL DE PECUÁRIA DE LEITE DA
CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL - CNA

2
COLEÇÃO SENAR - 133

ISBN 85-8849-725-5

COMO PRODUZIR LEITE


DE QUALIDADE

Reimpressão
BRASÍLIA – 2007
3
Copyright  2007 by SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

Coleção SENAR – 133


Como produzir leite de qualidade

COORDENAÇÃO EDITORIAL
Fundação Arthur Bernardes – FUNARBE

COORDENAÇÃO EDITORIAL DA 2ª EDIÇÃO


Plugar Brasil Comunicação

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Dürr, João Walter


Como produzir leite de qualidade / João Walter Dürr - Brasília:
SENAR, 2007. 2ª edição reimp.
36 p. il. ; 21 cm. (Coleção SENAR, ISSN 1676-367x, 113)
ISBN 85-8849-725-5

1. Leite. 2. Leite – Produção. I. Título. II. Série.


CDU 634.1.076:631.41

IMPRESSO NO BRASIL
4
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ....................................................................7

PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DA QUALIDADE DO


LEITE ......................................................................................9

COMO PRODUZIR LEITE DE QUALIDADE ............................11

I ADOTE MEDIDAS DE HIGIENE NA ORDENHA .....................13

1 Conheça a Mastite ............................................................. 15


2 Controle a Mastite ............................................................. 17
3 Conheça outras medidas importantes no controle da
Mastite ............................................................................................ 18
II CONHEÇA AS FORMAS DE FAZER A REFRIGERAÇÃO DO
LEITE ....................................................................................19
1 Conheça os equipamentos de refrigeração ...................... 19

2 Faça a refrigeração .............................................................. 20


III TRANSPORTE O LEITE ......................................................21

IV ANALISE O LEITE ..............................................................22


1 Conheça as análises a serem realizadas pela RBQL ......... 22

2 Conheça os limites de contaminação bacteriana ............ 23

3 Conheça os limites da contagem de células somáticas ... 24

4 Conheça a análise da composição do leite ...................... 25


5
V FORNEÇA A CORRETA ALIMENTAÇÃO ÀS VACAS ..........26

VI EVITE A CONTAMINAÇÃO DO LEITE POR MEDICAMENTOS


VETERINÁRIOS ........................................................................27

VII FAÇA O CADASTRO NA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS ....30


VIII CONHEÇA O CONTROLE DE QUALIDADE FEITO PELA
INDÚSTRIA ..............................................................................30
IX CONHEÇA AS PRÁTICAS DE MANEJO PARA OBTENÇÃO
DO LEITE..................................................................................32

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APRESENTAÇÃO

A s cartilhas são recursos instrucionais de extre-


ma relevância para o processo da Formação Profissional
Rural e Promoção Social e, sendo elaboradas segundo
a metodologia preconizada pela Instituição, constituem
um reforço de aprimoramento técnico para o avanço
de conhecimento dos produtores e trabalhadores rurais
após os cursos ou treinamentos promovidos em todo o
Brasil pelo SENAR.
O Comitê Editorial do SENAR, após um levan-
tamento de necessidades vem, ao longo dos anos, de-
finindo as prioridades para a produção de cartilhas de
interesse nacional ou regional.
A presente cartilha faz parte da Coleção SENAR,
composta, até o momento, de 133 títulos, e é mais uma
contribuição da Administração Central visando à melhoria
da qualidade dos serviços prestados pela Instituição.

Fábio de Salles Meirelles


Presidente do Conselho Deliberativo do SENAR

7
Com a melhoria da qualidade
do leite, a população consumirá
produtos lácteos mais seguros

8
PROGRAMA NACIONAL
DE MELHORIA DA
QUALIDADE DO LEITE

O Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do


Leite (PNQL) quer mudar a forma de se produzir o leite no
Brasil com o objetivo de melhorar sua qualidade e garantir
à população o consumo de produtos lácteos mais seguros,
nutritivos e saborosos, além de proporcionar condições para
aumentar o rendimento dos produtores.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-
mento (MAPA) publicou, em 2002, a Instrução Normativa
nº 51, IN 51, que regulamenta a produção, identidade,
qualidade, coleta e transporte do leite A, B, C, pasteurizado
e cru refrigerado. Esta norma entrou em vigor no dia 1º de
julho de 2005 nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e nas
regiões Norte e Nordeste entrará em 1º de julho de 2007.
A implementação da Instrução Normativa nº 51 abrirá as
portas de novos mercados para o leite brasileiro, garantindo
a sustentabilidade da produção pelos próximos anos. Para
isso, todos os elos da cadeia devem estar integrados no
esforço comum de produzir leite de qualidade.

9
10
COMO PRODUZIR
LEITE DE QUALIDADE

A produção de leite de qualidade abrirá as por-


tas de um mercado consumidor exigente no Brasil e no
mundo. Hoje, no nosso país, a maioria dos produtores
produz o leite cru refrigerado e existe uma tendência
clara de valorização do leite que atenda às exigências
de qualidade pelos laticínios, que chegam a pagar um
preço diferenciado por ele.
A higiene do animal, do ordenhador e das instala-
ções são ações necessárias para atingir esse objetivo. Para
uma correta higienização, os vaqueiros devem limpar e
desinfetar as instalações e utensílios utilizados, lavar as
mãos antes da ordenha, desinfetar as tetas do animal e
realizar testes de mastite, antes da ordenha.
Outra ação importante é a conservação do leite
ordenhado em baixas temperaturas. O leite deve ser
resfriado em tanques de refrigeração por expansão direta
ou em tanques de imersão do latão em água gelada,
devendo ser recolhido e transportado por caminhões
isotérmicos até o laticínio. Caso o produtor não tenha
como resfriar o leite na fazenda, deverá resfriá-lo em

11
um tanque comunitário ou no próprio laticínio, desde
que seja entregue, no máximo, 2 horas após a ordenha.
Complementando as orientações, os produtores deverão
enviar, mensalmente, amostras de leite aos laboratórios
credenciados na Rede Brasileira de Laboratórios de Con-
trole de Qualidade do Leite (RBQL).
Seguindo essas recomendações, os produtores
poderão melhorar a qualidade do seu leite e aumentar
a sua renda familiar.

12
ADOTE MEDIDAS DE
I HIGIENE NA ORDENHA
As bactérias estão em todos os lugares, por isso
o produtor deve adotar medidas para que o leite não
seja contaminado:
• Manter a sala ou local de ordenha sempre limpos

• Usar roupas limpas para ordenhar as vacas


• Utilizar água de boa qualidade (potável)
• Lavar as mãos e mantê-las limpas durante a ordenha
(de preferência, usar luvas de borracha)
• Imergir as tetas em solução desinfetante antes e após
a ordenha
• Secar as tetas com papel toalha descartável

13
foto ordenha mecanica

• Lavar os equipamentos e utensílios após cada orde-


nha com água aquecida, usando os detergentes de
acordo com o manual do fabricante dos mesmos
• Trocar borrachas e mangueiras do equipamento
de ordenha na freqüência recomendada pelo
fabricante ou quando ocorrerem rachaduras

14
• Lavar os tanques de
refrigeração, usando
água aquecida e de-
tergentes adequa-
dos cada vez que o
leite for recolhido
pelo transportador

1 CONHEÇA A MASTITE
A mastite é a inflamação do úbere da vaca e deve
ser reconhecida e tratada para não afetar a produtividade
do rebanho. Existem dois tipos de mastite:
• CLÍNICA: é fácil de perceber, pois a vaca pode
parar de comer, ter febre e reduzir muito a
produção de leite, o úbere fica inchado e aver-
melhado, e o leite apresenta grumos, pus e
outras alterações.
Deve ser tratada, pois a vaca pode transmitir a in-
fecção a outros animais
ou, mesmo, correr risco
de morte.
Esta mastite pode
ser detectada pela elimi-
nação dos primeiros jatos
de leite de cada teta em
caneca de fundo escuro
ou telado.
Se assim mesmo
houver dúvidas, deve ser
feito o teste do CMT, sigla
de “California Mastitis
Test”.

15
TESTE DO CMT

• SUBCLÍNICA: não apresenta nenhum dos sinto-


mas acima, a não ser redução da produção de
leite, que quase sempre passa despercebida.
Para sabermos se a vaca está com mastite subclínica,
temos que observar se houve um aumento da Contagem
de Células Somáticas (CCS) no leite, por meio de análise
laboratorial.
O problema é que quase todos os casos de mastite
são da forma subclínica, fazendo com que o produtor
muitas vezes não perceba que tem um problema sério em
seu rebanho: como ele não enxerga a doença, as mastites
são de longa duração e causam enormes prejuízos, princi-
palmente pelo leite, que deixa de ser produzido. Por isso,
a CCS é uma ferramenta muito importante no manejo do
gado leiteiro.
O MAPA e as indústrias estão preocupados com as
conseqüências da mastite no rebanho, pois essa doença
altera profundamente a qualidade do leite, reduzindo o
rendimento industrial, a validade dos produtos lácteos,

16
além de afetar o produto oferecido ao consumidor. A
mastite causa prejuízo para todos, desde o produtor rural
até o consumidor.

2 CONTROLE A MASTITE

Em caso de mastite (inflamação do úbere), as células


de defesa do animal passam do sangue para o leite em grande
quantidade. A função destas células é combater as bactérias que
estão causando a mastite e “limpar” as áreas inflamadas.
Sempre que o número dessas células (CCS) aumentar no
leite, pode-se dizer que a vaca está com mastite.
Para prevenir a mastite, deve-se seguir uma rotina
rigorosa na ordenha:
• Manter a máxima higiene durante a ordenha (mãos
e equipamentos limpos e desinfetados)
• Retirar os primeiros jatos de cada teta em uma caneca
de fundo escuro, e colocar para o final da ordenha
as vacas cujo leite apresente grumos, filamentos,
pus ou sangue
•Imergir as tetas em solução bactericida antes da
ordenha

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• Acoplar as teteiras em tetos limpos e secos
• Ordenhar primeiro as vacas saudáveis (baixas CCS)
e, separadamente, as vacas com mastite clínica e as
tratadas com antimicrobianos
• Imergir imediatamente as tetas em solução bacteri-
cida após a ordenha

3 CONHEÇA OUTRAS MEDIDAS


IMPORTANTES NO CONTROLE DA
MASTITE
• Anotar em planilhas simples informações importan-
tes, como a identificação das vacas e das tetas que
tiveram mastite clínica e as datas de ocorrência, o
nome dos antimicrobianos usados para o tratamento
das mastites e as datas de aplicação, a identificação
das vacas e dos tetos que tiveram mastite subclínica
(alta CCS) etc.

Atenção: Tratamentos usados para curar ou pre-


venir a mastite são os principais responsáveis
pela contaminação do leite por antimicrobia-
nos. Com a prevenção desta doença, o produ-
tor corre menos risco de contaminar o leite
com essas substâncias.

18
• Descartar vacas com problemas de mastite crônica
(recorrente)
• Fazer o tratamento em todas as tetas de todas as
“vacas secas”
• Assegurar-se que animais compra-
dos não estejam com mastite
• Caso o produtor queira, quando
realizar o controle leiteiro, ele poderá
encaminhar amostras de leite de cada
vaca para análise de contagem de cé-
lulas somáticas (CCS) nos laboratórios
da RBQL

CONHEÇA AS FORMAS DE
II FAZER A REFRIGERAÇÃO
DO LEITE
1 CONHEÇA OS EQUIPAMENTOS DE
REFRIGERAÇÃO
Os produtores rurais deverão utilizar tanques de refri-
geração por expansão direta a 4º C ou por imersão de latões
em água gelada a 7ºC por até, no máximo, 48 horas antes
de ser transportado.

19
2 FAÇA A REFRIGERAÇÃO

Mesmo que o produtor mantenha a máxima higieni-


zação na ordenha, alguma contaminação vai ocorrer no leite.
A IN 51 estabelece que, para inibir a multiplicação das bac-
térias e evitar que o leite deteriore, ele deve ser refrigerado,
no tempo máximo de 3 horas após o término da ordenha,
respeitando os critérios:

• A 4º C em tanques de refrigeração por expansão


direta
• A 7º C quando mantido em latões dentro de tan-
ques de imersão em água gelada
Os produtores vizinhos poderão utilizar os chamados
tanques comunitários, nos quais o leite de mais de uma pro-
priedade é armazenado em um mesmo tanque de refrigeração
por expansão direta.
O tempo máximo de conservação do leite na pro-
priedade até o momento do transporte à indústria é de 48
horas.

20
TRANSPORTE O LEITE
III
O leite cru refrigerado deverá ser transportado a
granel da propriedade para a indústria, em tanques rodovi-
ários isotérmicos.

O leite cru não refrigerado poderá ser transportado


em latões, desde que chegue à indústria até duas horas após
a ordenha.

21
ANALISE O LEITE
IV
A IN 51 estabelece que o leite deverá ser analisado
em laboratórios credenciados para o monitoramento de sua
qualidade.
A indústria deverá enviar, pelo menos uma vez por
mês, amostras do leite de cada produtor para análise em
laboratório credenciado na Rede Brasileira de Laboratórios
de Controle de Qualidade do Leite (RBQL). Os produtores
receberão o resultado de suas análises. Com isso, o MAPA vai
acompanhar a qualidade do leite em cada propriedade rural,
e exigir que os problemas detectados sejam resolvidos.

1 CONHEÇA AS ANÁLISES A SEREM


REALIZADAS PELA RBQL
As análises são:
• Contagem Bacteriana Total (CBT)
• Contagem de Células Somáticas (CCS)
• Determinação dos teores de gordura, lactose, pro-
teína, sólidos totais, sólidos desengordurados
• Pesquisa de resíduos de antimicrobianos

22
2 CONHEÇA OS LIMITES DE
CONTAMINAÇÃO BACTERIANA
A CBT indica a contaminação no leite expressa em
Unidade Formadora de Colônia por mililitro (UFC/ml).
Bactérias são seres conhecidos popularmente como
micróbios que se alimentam dos componentes do leite, cau-
sando prejuízos para produtores, indústrias e consumidores.
As bactérias estão em todos os lugares, como na água,
na poeira, na terra, na palha, no capim, nos corpos e pêlos
das vacas, nas fezes, na urina, nas mãos do ordenhador, nos
insetos e em utensílios de ordenha sujos.

23
Para se evitar altas contagens bac-
terianas é preciso trabalhar com higiene
e refrigerar o leite o mais rapidamente
possível após a ordenha, mantendo-o
refrigerado na propriedade por, no má-
ximo, 48 horas até o transporte para a
indústria.

TABELA 1
DECRÉSCIMO NA CONTAGEM BACTERIANA TOTAL MÁXIMA ESPERADO COM O PNQL
A partir de 1/7/2005 A partir de 1/7/2008 A partir de 1/1/2011
nas regiões Centro- nas regiões Centro- nas regiões Centro-
Oeste, Sudeste e Sul e Oeste, Sudeste e Sul e Oeste, Sudeste e Sul e
a partir de 1/7/2007 a partir de 1/7/2010 a partir de 1/7/2012
nas regiões Norte e nas regiões Norte e nas regiões Norte e
Nordeste. Nordeste. Nordeste.
1.000.000 UFC/ml 750.000 UFC/ml 100.000 UFC/ml

3 CONHEÇA OS LIMITES DA
CONTAGEM DE CÉLULAS
SOMÁTICAS
Para sabermos se a vaca está com mastite subclínica,
temos de observar se houve aumento da Contagem de Células
Somáticas (CCS) no leite, por meio da análise laboratorial.

TABELA 2
DECRÉSCIMO NA CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS ESPERADO PELO PNQL
A partir de 1/7/2005 A partir de 1/7/2008 A partir de 1/1/2011
nas regiões Centro- nas regiões Centro- nas regiões Centro-
Oeste, Sudeste e Sul e Oeste, Sudeste e Sul e Oeste, Sudeste e Sul e
a partir de 1/7/2007 a partir de 1/7/2010 a partir de 1/7/2012
nas regiões Norte e nas regiões Norte e nas regiões Norte e
Nordeste. Nordeste. Nordeste.
1.000.000 células/ml 750.000 células/ml 400.000 células/ml

24
4 CONHEÇA A ANÁLISE DA
COMPOSIÇÃO DO LEITE
Além de determinar a CBT e a CCS no leite de cada
produtor rural, os laboratórios da RBQL ainda vão analisar
a composição do leite entregue para a indústria.

TABELA 3
COMPOSIÇÃO MÍNIMA DO LEITE CRU REFRIGERADO
Gordura (%) 3,0
Proteína (%) 2,9
Sólidos não gordurosos (%) 8,4

Os componentes do leite, com exceção da água,


constituem os sólidos totais e são responsáveis pelo seu valor
nutricional.
O teor de sólidos determina o valor industrial do leite,
pois quanto mais gordura e proteína, maior o rendimento que
a indústria terá ao fabricar os derivados lácteos.

25
Alguns fatores que podem interferir na produção e
composição do leite:
• Raça
• Estágio de lactação
• Herança genética
• Porção e intervalo entre as ordenhas
• Estação do ano
• Saúde da vaca
• Mastite

11
FORNEÇA A CORRETA
V ALIMENTAÇÃO ÀS VACAS
As vacas devem receber uma dieta equilibrada a base
de alimentos volumosos (pastagens, fenos, silagens) de boa
qualidade e uma suplementação com alimentos concentrados,
de acordo com o seu potencial genético. O produtor rural
deve planejar a produção de alimentos para o ano todo, a
fim de evitar que a produção e a composição do leite sejam
prejudicadas em determinadas épocas.

26
EVITE A CONTAMINAÇÃO
VI DO LEITE POR
MEDICAMENTOS
VETERINÁRIOS
Além do PNQL, o Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (MAPA) também implementou o Plano
Nacional de Controle de Resíduos (PNCR) para monitorar
a presença de resíduos de medicamentos veterinários e
outros contaminantes em leite e demais produtos de origem
animal.
Leite com resíduos de medicamentos veterinários
não deve ser comercializado, pois pode:
• Trazer prejuízos à saúde do consumidor (alergias,
anemias, problemas no fígado, problemas nos rins,
problemas reprodutivos)
• Desenvolver resistência em bactérias causadoras de
doenças nos consumidores
• Inibir ou interferir no crescimento dos fermentos
usados na produção de queijos e iogurtes

27
• Causar a condenação e o descarte de uma grande
quantidade de leite e produtos lácteos

• Impedir que produtos lácteos brasileiros sejam ex-


portados para outros países

Tratamentos térmicos como pasteurização e ultra-


pasteurização não eliminam os resíduos dos medicamen-
tos veterináros presentes no leite.
Para evitar problemas com resíduos de medicamentos
no leite, o produtor rural deve:
• Aplicar medicamentos somente nos casos recomen-
dados pelo Médico Veterinário que assiste a proprie-
dade
• Descartar o leite das vacas tratadas durante o prazo
de eliminação do produto no leite, escrito na bula
• Marcar as vacas tratadas com pulseiras, carimbos
ou outra forma de identificação, para que todos os
envolvidos com o rebanho saibam que o leite deve
ser descartado
• Anotar em planilhas simples e ao alcance de todos o
dia e a hora do tratamento, o medicamento usado
e o prazo de eliminação do produto no leite, escrito
na bula
• Lavar bem equipamentos e utensílios sempre que
ordenhar uma vaca tratada
• Fazer o tratamento de “vaca seca” em todos os ani-
mais, 60 dias antes do próximo parto, observando
o período de ação do produto, para evitar resíduos
no leite após o parto

28
Os principais medicamentos utilizados em vacas
leiteiras são os antimicrobianos, os antiparasitários e os an-
tiinflamatórios.
Antimicrobianos são medicamentos extremamente
eficientes para o combate de micróbios causadores de doen-
ças nas vacas, desde que sejam utilizados corretamente,
sob a orientação de um Médico Veterinário. Estes incluem
antibióticos, sulfas e outras bases farmacológicas.Tratamentos
para curar ou prevenir a mastite são os principais responsáveis
pela contaminação do leite por antimicrobianos. Prevenindo
essa doença, o produtor corre menos risco de contaminar o
leite com essas substâncias.
Antiparasitários são produtos veterinários usados no
combate a carrapatos, moscas-dos-chifres, berne e também
às verminoses. Ao contrário do que muitos pensam, esses
medicamentos também causam resíduos no leite, que deve
ser descartado durante o prazo de eliminação informado na
bula.
Antiinflamatórios podem ser usados para reduzir os
efeitos de uma inflamação, além de diminuírem a dor que
o animal possa estar sentindo. Estes medicamentos também
deixam resíduos no leite e devem ser usados sob a orientação
do Médico Veterinário.
Quando um medicamento é aplicado em uma vaca
para combater uma infecção, o leite que ela produz passa a
conter resíduos desse produto por um determinado tempo.
Durante esse período, o leite não deve ser aproveitado ou
comercializado, sendo muito importante verificar e seguir as
informações do fabricante do medicamento.
Existem no mercado medicamentos com menor
período de carência. O Médico Veterinário poderá orien-
tá-lo na aquisição desses produtos.

29
FAÇA O CADASTRO
VII NA INDÚSTRIA DE
LATICÍNIOS
O MAPA criou o Cadastro Nacional de Produtores de
Leite, no qual as indústrias de laticínios deverão cadastrar
todos os produtores rurais que lhes fornecem leite. Uma
vez cadastrado, cada produtor será monitorado pelo MAPA
enquanto ele produzir leite no Brasil, mesmo que passe a
vender para outra empresa. Com isso, o MAPA vai fiscalizar
a qualidade do leite em cada propriedade rural do país, ga-
rantindo alimentos lácteos seguros à população.

CONHEÇA O
VIII CONTROLE DE
QUALIDADE FEITO
PELA INDÚSTRIA
Cada indústria deverá ter seu próprio programa de
controle de qualidade do leite cru refrigerado, onde estará
definido quem vai coletar as amostras de leite para envio aos
laboratórios da RBQL. Após a análise do leite, os resultados
serão enviados ao MAPA e também para as indústrias, que
deverão apresentá-los a cada produtor.
30
Num primeiro momento, os produtores serão orien-
tados quando um resultado isolado estiver fora dos limites
estabelecidos.
O MAPA vai sempre avaliar as “médias geométricas”
da CCS e da UFC dos últimos três meses de análise, o que
dá bastante tempo para produtores e indústrias tomarem as
devidas providências para evitar problemas com a qualidade
do leite.
Veja os exemplos na Tabela 4, onde fica claro que,
mesmo após contagens elevadas, o produtor pode evitar
que a média geométrica trimestral esteja acima do máximo
estabelecido (1 milhão de UFC/ml):

TABELA 4
VANTAGEM DE SE FAZER A MÉDIA GEOMÉTRICA TRIMESTRAL
EXEMPLO 1 EXEMPLO 2 EXEMPLO 3
CBT no 1o mês 1.200.000 3.000.000 10.000.000
CBT no 2o mês 1.400.000 600.000 390.000
CBT no 3o mês 590.000 500.000 250.000
Média Aritmética 1.063.333 1.366.666 3.546.666
Média Geométrica 997.058 965.489 991.596

O MAPA estabelecerá os critérios a serem adotados


para os casos de resultados fora dos limites estabelecidos.

31
CONHEÇA AS PRÁTICAS
IX DE MANEJO PARA
OBTENÇÃO DO LEITE
Todas as práticas de manejo que garantem a obtenção
de leite de alta qualidade na fazenda aumentam a rentabili-
dade da propriedade rural:
• Leite com baixa CBT indica que o leite foi obtido
com higiene e bem conservado, o que evita perdas
por leite ácido
• Leite com baixa CCS indica que as vacas não têm
mastite, o que evita quedas na produção e melhora
o rendimento industrial do leite
• Leite com altos teores de sólidos indica que as vacas
estão sendo bem alimentadas, o que aumenta a
produção individual e total do rebanho
• Leite sem resíduos de antimicrobianos indica uma
boa prevenção de doenças e um bom controle do
descarte de leite contaminado, o que reduz as chan-
ces de penalidades por parte da indústria

32
As indústrias de laticínios estão começando a pagar
mais pelo leite de melhor qualidade, premiando aqueles pro-
dutores que investem na melhoria da qualidade do leite.
Melhorar a qualidade do leite não é uma opção, é
um compromisso de quem produz.
Produzir alimentos seguros é garantir saúde à popu-
lação.
Cada um de nós deve fazer a sua parte!

33
ELABORADOR

João Walter Dürr


Professor da Universidade de Passo Fundo - RS
Presidente do Conselho Brasileiro de Qualidade do Leite

COLABORADORES

Albenones José de Mesquita (UFG)


Eduardo Gonçalves Esteves (Lanagro-MG)
Guilherme Nunes de Souza (Embrapa Gado de Leite)
Héber Brenner Araújo Costa (MAPA)
José Augusto Horst (APCBRH)
José Renaldi Feitosa Brito (Embrapa Gado de Leite)
Leandro Diamantino Feijó (MAPA)
Leorges Moraes da Fonseca (UFMG)
Marcelo Costa Martins (CNA)
Mônica Maria Oliveira Pinho Cerqueira (UFMG)
Paulo Fernando Machado (Esalq-USP)
Paulo Humberto de Lima Araújo (Dilei/MAPA)
Priscilla Bagnatori Rangel (Dilei/MAPA)

34
REDE BRASILEIRA DE LABORATÓRIOS
DE CONTROLE DA QUALIDADE DO LEITE

Serviço de Análise de Rebanhos Leiteiros (SARLE)


Universidade de Passo Fundo - Passo Fundo - RS
Fone: (54) 316-8191 - E-mail: sarle@upf.br

Clínica do Leite
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
Universidade de São Paulo - Piracicaba - SP
Fone: (19) 3429-4278 e (19) 3422-3980 - E-mail: cleite@esalq.usp.br

Laboratório de Qualidade do Leite (LQL)


Universidade Federal de Goiás - Goiânia - GO
Fone: (62) 521-1576 (ramal 21) - E-mail: lql@vet.ufg.br

Laboratório de Análise da Qualidade do Leite (LabUFMG)


Universidade Federal de Minas Gerais - Belo Horizonte - MG
Fone:(31) 3499-2136 - E-mail: labufmg@vet.ufmg.br

Laboratório de Qualidade do Leite Prof. José de Alencar


(LQL-Embrapa)
Embrapa Gado de Leite - Juiz de Fora - MG
Fone: (32) 3249-4826 - E-mail: lableite@cnpgl.embrapa.br

Programa de Gerenciamento de Rebanhos Leiteiros do Nordeste


(PROGENE)
Universidade Federal Rural de Pernambuco - Recife - PE
Fone: (81) 3302-1550 - E-mail: progene@ufrpe.br

Programa de Análise de Rebanhos Leiteiros do Paraná (PARLPR)


Universidade Federal do Paraná - Associação Paranaense de Criadores
de Bovinos da Raça Holandesa - Curitiba - PR
Fone: (41) 367-7556 - E-mail: parlpr@holandesparana.com.br

Laboratório Estadual de Qualidade do Leite


Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina
Universidade do Contestado - Concórdia - SC
Fone: (49) 3441-1084
AGRADECIMENTOS

CENTRO NACIONAL DE PESQUISA


DE GADO DE LEITE - EMBRAPA

COMISSÃO NACIONAL DE PECUÁRIA


DE LEITE - CNA
COLEÇÃO SENAR - 133

COMO PRODUZIR
LEITE DE QUALIDADE

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL


ADMINISTRAÇÃO CENTRAL
SGAN 601, Módulo K, Edifício CNA, 10 andar
Fone: (61) 2109-1300 - Fax: (61) 2109-1325
70.830-903 - Brasília-DF
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www.senar.org.br

SERVIÇO NACIONAL DE
APRENDIZAGEM RURAL

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