KL 070208
Frente: 01 Aula: 01
PROFº: RAMIRO
A Certeza de Vencer
O Renascimento I.
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I - NOÇÕES PRELIMINARES
Na imagem acima, a Pietá, do genial Michelangelo.
"A transição do feudalismo para o capitalismo não deve
ser analisado apenas sob a perspectiva das transformações
económicas e políticos. E importante considerar que o crise do
século XIV manifestou-se, também, nos planos intelectual e
cultural. Assim, os movimentos renascentista e reformista
representam importantes respostas a uma tentativa de
compreender o homem e, em última instancia, o próprio
universo à época da crise geral do feudalismo europeu.
O Renascimento traduzia as novas concepções que
tinham como referência, essencialmente, o humanismo,
enquanto base intelectual que procurava definir e afirmar o novo
papel do homem no universo".
1.1 CRÍTICA AOS VALORES TRADICIONAIS
MEDIEVAL
Em outras palavras, o Renascimento ocorreu num
período da Idade Média marcado por grandes e
fundamentais transformações, como o crescimento urbano
e do comércio. Vale lembrar que a intensificação da vida
urbana deu uma sacudida, também, nas mentalidades.
Com isso, os chamados valores tradicionais medieval, que
a cúpula da Igreja defendia como o padrão medieval de
verdade, foram questionados com maior veemência. Para
os intelectuais do Renascimento, era importante uma
ruptura com a tradição. É dentro desse cenário que vai
ganhar destaque, por exemplo, os chamados Humanistas,
que entendiam que as transformações não se davam
apenas no interior da alma humana, como afirmavam boa
parte da teologia medieval, mas que o homem, em sua
relação com a natureza, com a realidade concreta, era
agente de transformações. Em outras palavras, o ser
FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!
O RENASCIMENTO I
humano é capaz de realizações e consequentemente de
interferir e transformar seu próprio destino.
Dessa forma, enquanto a tradição clerical defendia
que o homem deve-se submeter à onipotência divina e a à
ordem medieval, o renascentista procurava valorizar o
que de divino havia no homem. Afinal, se somos a
imagem e semelhança de Deus, também somos capazes de
criar. Deus deixa de ser um ser distante e acusador, visão
que a postura religiosa oficial acabava reforçando, e passa
a estar mais próximo do homem.
1.2 O RENASCIMENTO E A IDADE MÉDIA: UMA
REFLEXÃO CRÍTICA.
Se por um lado, os renascentista criticavam os
valores da ideologia dominante do medievo, como certos
aspectos da concepção coletivista e do próprio
teocêntrismo, não podemos esquecer que o Renascimento
foi um movimento medieval. Se por um lado, é inegável
que a renascença foi de uma primordial influência na
construção do arquétipo de homem moderno, por outro,
devemos reconhecer que essa rica experiência artística,
filosófica e intelectual dos séculos XIV, XV e XVI surge,
desenvolve e ganha singular brilhantismo dentro do
período medieval. Veja o que diz sobre isso o historiador
Hilário Franco Júnior:
“ O Renascimento dos séculos XV e XVI, recorreu a
modelos culturias clássicos, que a Idade Média também
conhecera e amara. Aliás, foi em grande parte através dela
que os renascentistas tomaram contato com a
Antiguidade. As características básicas do
movimento(individualismo, racionalismo, empirismo,
neoplatonismo, humanismo) estavam presentena cultira
ocidental pelo menos desde príncipios do século II.”
1.3 O MECENATO
Na imagem acima, a obra A Criação de Adão, pintada por
ENSINO MÉDIO - 2008
Michelangelo no teto da Capela Cistina.
A ação dos mecenas é uma das grandes marcas do
tempo da Renascença, estes eram geralmente burgueses,
nobres que haviam conservado fortuna, reis e mesmo a
própria Igreja Católica que se preocupavam em financiar
 os trabalhos dos artistas. Estes "protetores das artes"
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poderiam ser vistos como homens que são produto de
uma nova forma de pensar e de valorizar os talentos
humanos, ou apenas pessoas que buscavam prestígio
social. Um dos mais conceituados trabalhos do "gigante"
Michelângelo foi fruto de um contrato feito pela Igreja,
trata-se dos afrescos do teto da capela Cistina em Roma. A
imagem acima é uma das mais importantes desta obra,
trata-se de "A Criação de Adão", no texto abaixo
observamos uma exaltação ao seu autor:
"(...) não houve nomeada como a de Miguel Angelo (...).
Na idade de ouro do mecenato, não hesitou em entrar varias
vezes em atrito com o iroscível Júlio II, que em todos as ocasiões
tomou a iniciativa da reconciliação. A.Chas+el acentua que
Miguel Angelo foi o primeiro artista a quem recebeu uma
biografia em vida; o primeiro a receber, depois de morto, uma
espécie de culto: o primeiro a ter a honra de funerais oficiais.
Vasori exprimiu uma opinião corrente em meados do século XVI
quando escreveu:
'Nenhum artista, por excepcional que seja, poderá
alguma vez ultrapassar esta obra no desempenho ou na graça...
Miguel Angelo só por si próprio pode ser vencido'".
II. CARACTERÍSTICAS DO MOVIMENTO
2.1 VALORIZAÇÃO DA CULTURA CLÁSSICA
Os humanistas era grandes amantes da cultura
Greco-Romana, dedicavam-se a reunir manuscritos
produzidos neste tempo e liam quase que religiosamente
os chamados clássicos, um autor florentino do século XV
chamado Leonardo Bruni recomendava: "Aconselhovos a
ler os autores que possam ajudarvos, não somente pelo
seu assunto, mas também pelo esplendor do seu estilo e o
seu talento literário, a saber: as obras de Cícero e as de
todos aqueles que se aproximam do seu nível..., pois
quereria que um homem distinto seja muito erudito e
capaz de dar aos seus conhecimentos uma formulação
elegante... É por isso que se não deve somente seguir as
lições dos mestres, mas também instruir-se com os poetas,
os oradores e os historiadores, para adquirir um estilo
elegante, eloquente..."
Acima, a belíssima obra de Sandro Botticelli, O Nascimento
de Vênus.
Para exemplificarmos esta característica
escolhemos uma imagem e um fragmento de texto, no
primeiro caso trata-se de "O Nascimento de Vénus" de
Sandro Botticelli (observe que a protagonista é uma deusa
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greco-romano), em seguido vemos os versos retirados do
poema épico "Os Lusíadas" do poeta português Luís de
Camões, a intenção do autor seria exaltar os feitos
lusitanos durante o processo das Grandes Navegações,
para tanto ele decide compará-los aos dos mais festejados
personagens do período clássico:
"Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandre e de Trajano
A fama das vitorias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Netuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canto,
Que outro valor mais alto se alevanta".
LUÍS DE CAMÕES. 'Os Lusíadas
2.2 ANTROPOCENTRISMO
Durante a Idade Média, boa parte das produções
filosóficas e artísticas estiveram rrelacionadas à
religiosidade, Deus era o centro da maioria dos trabalhos e
as interpretações dos fatos passariam pelo filtro da fé. Os
homens da Renascença, amantes da cultura clássica,
observavam o mundo segundo a percepção humana,
ressaltando as suas virtudes e a sua capacidade de criar.
2.3 RACIONALISMO
O crescimento científico dessa época, marcado
pelo método experimental, leva à rejeição das
interpretações dogmáticas e à valorização da Razão. Só se
pode aceitar como verdade em ciência aquilo que o
homem pode compreender através do seu intelecto.
Abandonam-se, pois, superstições e lendas típicas do
período medieval.
A prensa de Gutemberg (Considerado inventor da imprensa)
foi fundamental para a popularização do conhecimento e da
cultura.
2.4 INDIVIDUALISMO
Procurava-se abandonar o espírito
ENSINO MÉDIO - 2008
corporativo que predominava até então. Os nobres e
burgueses não tinham mais nenhum pudor em mandar
fazer um retrato ou uma estátua de si mesmos; os artistas
passaram a assinar suas obras.