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Comércio Exterior | 1
Comércio Exterior | 1
2 | Comércio Exterior
Comércio Exterior | 3
A Namíbia e a busca por novos mercados
Programação 10
Sumário
Painel II | Energia para o desenvolvimento 18
Curtas 46
FCCE - Seminário Bilateral de Comércio e Investimentos Brasil - Namíbia
6 | Comércio Exterior
“É muito fácil
investir na Namíbia”
embaixador Hopelong Uushona Ipinge
Comércio Exterior | 7
Entrevista
Embaixador da
Namíbia elogia a FCCE
pela realização do
seminário
Namíbia no Brasil há quatro nente, a África do Sul, e também volvimento das relações.
anos, Hopelong Uushona Ipinge, tem fronteira com Angola, outro
vem procurando intensificar as país importante da África. É Em que setores o senhor
relações entre os dois países. um país novo, com apenas 20 acha que o Brasil pode
Para o diplomata, o seminário, anos de independência política, contribuir para a economia
organizado pela FCCE, serviu mas que, aos poucos, consegue da Namíbia?
como ótimo catalizador para maturidade econômica e busca Hopelong Ipinge - O Brasil é um
o incremento do fluxo comer- cada vez mais se inserir no país que tem know how em tec-
cial, sobretudo para reforçar a comércio mundial. nologias em áreas nas quais elas
importância de se estabelecer podem ser aplicadas na Namíbia.
o comércio entre os países do Para o senhor, qual foi As áreas seriam na agricultura,
hemisfério sul. Administrador a importância deste têxtil, mineração, tecnologia da
e economista, Ipinge ressaltou seminário? informação e setor de óleo e
que a Namíbia aposta no know Hopelong Ipinge - A importância gás. Por isso, queremos apro-
how e eficiência das empre- deste encontro foi muito gran- veitar todo o conhecimento que
sas brasileiras para auxiliar o de. Isso porque pretendemos as empresas podem trazer ao
processo de desenvolvimento estender as nossa relações com nosso país. O nosso objetivo é
da Namíbia e aumentar a, ainda o Brasil, atrair investimentos não somente sermos receptores
incipiente, corrente comercial. brasileiros e a via comercial é o de investimentos,mas, também,
principal agente para que haja buscar criar mão-de-obra quali-
O senhor poderia contatos bilaterais maduros e ficada e preparada para atender
descrever a Namíbia? de alto nível. A Namíbia observa as demandas das empresas.
Hopelong Ipinge - A Namíbia é como importante a coopera- Recentemente, firmados um
um país de grandes contrastes. ção e o interesse de empresas acordo com o Ministério da
É um país de belezas naturais e brasileiras no nosso país, e este Agricultura do Brasil para inves-
de grande extensão territorial. seminário pode representar timentos na área de agricultura.
Só para exemplificar, o territó- o começo de uma nova etapa
rio do meu país equivale aos da para o nosso relacionamento Como o senhor avalia
França, Alemanha e Reino Unido bilateral. Vejo a enorme serie- os números da corrente
juntos. É um país rico em mine- dade dos participantes deste de comércio entre Brasil
rais e que é vizinho da maior seminário e a vontade de se e Namíbia?
Entrevista | 9
E há iniciativas internalizado,o acordo vai os brasileiros como nossos
governamentais que podem estabelecer preferências para irmãos. A única barreira exis-
ser encampadas para que o comércio de cerca de 1.900 tente entre os nossos países
haja a solidificação das itens. Ainda há pendências a é o idioma. No entanto, vemos
relações comerciais? serem resolvidas sobre reci- um espírito de cooperação que
Hopelong Ipinge - Sim, os procidade de tratamentos. O está crescendo entre os nossos
nossos governos estão tra- acordo será baseado em regras povos. Recentemente, os nossos
balhando nisso, em âmbito específicas de origem que ain- governos firmaram acordo no
bilateral e regional. No plano da estão sendo negociadas,mas qual isenta os nossos povos da
bilateral, foi criada, em 1994, esperamos que ele entre em exig~encia de visto de turismo.
uma parceria entre Brasil vigor em 2012. Essa isenção é válida por 90
e Marinha na formação de dias. Isso vai fazer com que haja
pessoal, nos mais diversos Quais são as vantagens de um maior incentivo ao turismo,
níveis, totalizando cerca de se investir na Namíbia? que é um grande mecanismo
466 vagas utilizadas, sendo 48 Hopelong Ipinge - É muito fácil para o intercâmbio cultural.
para oficiais e 418 para pra- investir na Namíbia. No nosso Conheço muitos brasileiros
ças. Em 2001, foi assinado um país há o marco regulatório, que, depois de irem visitar a
acordo entre os dois governos segurança jurídica e incenti- África do Sul, estiveram na
para uma cooperação naval, vos fiscais. Tudo isso permite Namíbia e se encantaram com
em que a Marinha do Brasil se ao empresariado brasileiro as belezas naturais e a poten-
propôs a fornecer à Namíbia o garantias de que os seus cialidade turística do país. E, de
Navio-Patrulha (NPa) “Brendan investimentos não sofrerão com fato, nós oferecemos seguran-
Sinbwaye” à Marinha do nosso imprevisibilidades legislativas. ça, parques ecológicos, safaris.
país. Isso foi apenas um dos A Namíbia oferece oportunida- Estamos conversando com
pontos de destaque da coo- des em vários setores como na agências de turismo no Brasil
peração entre o Brasil e a agricultura, saúde, educação, para podermos divulgar ainda
Namíbia. Em 2004, foi assinado pesca, mineração, manufatura- mais a Namíbia para os brasi-
um acordo para fornecimento dos e turismo. Tendo criado um leiros, negociando com empre-
de um NPa de 200 toneladas e ambiente ideal para os negó- sas de turismo namibianas
de duas Lanchas-Patrulha para cios, o nosso país tem elabo- promoções para fechamento de
a Marinha namibiana. rado grandes incentivos fiscais pacotes turísticos.
Membros componentes
Sessão Solene de Abertura da Delegação da Namíbia Pronunciamento
Presidente da Sessão: Carlos Thadeu de Freitas Especial: Tjekero Tweya
Prof. Teóphilo Azeredo Gomes (Chefe do Departamento (Vice-Ministro de Estado da Indústria
Meziat (Secretario do (Presidente da HRT OIL & GAS) Jovelino Gomes Pires
desenvolvimento da Produção John Smith(Presidente do (Presidente da Câmara de Logística da AEB)
Trabalhando
para aumentar a
cooperação bilateral
Embaixador da Namíbia no Brasil diz
que é possível aumentar a corrente de
comércio entre os dois países
A Sessão Solene de Abertura do Conselho Superior da FCCE. Para Para ele, nos últimos anos, as rela-
12 | Abertura
Seminário Bilateral de Comércio fazer o pronunciamento especial, ções entre Brasil e Namíbia vêm
Exterior e Investimentos Brasil- Santos convidou o embaixador alcançando um estágio de melho-
Namíbia, o 49º seminário bilateral da Namíbia no Brasil, Hopelong rias e, por isso, o encontro serviu
realizado pela FCCE, conforme Ipinge. De início, o embaixador para sedimentar, ainda mais, esse
lembrou o presidente desta institui- Ipinge agradeceu a iniciativa processo. “A iniciativa dos gover-
ção, João Augusto de Souza Lima, da FCCE promover o primeiro nos dos dois países, que almejam
foi presida pelo professor Teóphilo seminário bilateral de comércio e aumentar as relações e coope-
de Azeredo Santos, presidente do investimentos entre os dois países. rações nas áreas de comércio e
investimentos, é parte dos nossos demonstra grande interesse por e as vantagens de o país estrei-
Abertura | 13
esforços para encorajar e consoli- investimentos brasileiros em tar contatos comerciais com a
dar a nossa balança comercial den- áreas como energia, construção Namíbia. “O tamanho, a população,
tro do contexto de relações Sul-Sul. civil, telecomunicações, alimentos os recursos naturais e a tecnologia
Namíbia e Brasil estão trabalhando processados, couro, têxtil, manufa- avançada do Brasil falam por si
juntos em vários foros, incluindo turados e carnes. mesmo. A Namíbia é, também,
a Rodada de Negociações sobre O embaixador ressaltou que os rica em recursos naturais e busca
Acordos Comercial de Preferência contatos governamentais têm tido implementar políticas públicas
Mercosul-SACU (União Aduaneira papel de destaque. Ele lembrou avançadas, como o planejamento
dos país do sul da África,em sua que as relações diplomáticas se de marcos regulatórios direciona-
sigla em inglês), que pode forne- fortaleceram após a visita pro- dos para promover um ambiente
cer para os países dos dois blocos movida pelo presidente do Brasil, em prol do desenvolvimento do
isenção tarifária de mil produtos Luiz Inácio Lula da Silva à Namíbia, setor privado, comércio e coope-
a serem comercializados entre as em novembro de 2003. Em 2004, ração internacional”, comentou
regiões”, disse o diplomata. o então presidente da Namíbia, o diplomata. Ele explicou que em
Sam Nujoma, retribuiu a visita razão do seu passado colonial e
Cooperação e, em 2009, o atual presidente sua pequena população, a Namíbia
Para Ipinge, as excelentes rela- namibiano, Hifikepunye Pohamba, talvez não tenha suficiente know-
ções bilaterais entre os dois encontrou-se com o presidente how e tecnologia de ponta disponí-
países podem funcionar como Lula para elaborar, em conjunto, vel. No entanto, o diplomata disse
um importante ímpeto para que inúmeros acordos de cooperação que o governo namibiano trabalha
se promova parcerias e coopera- e Memorandos de Entendimento. para treinar a mão-de-obra do país,
ção econômica.”Nesse sentido, a Um dos acordos assinados foi o que está investindo no desenvolvimento
cooperação bilateral entre Brasil determinou a criação da Comissão da infra-estrutura e busca manter
e Namíbia é de grande potenciali- de Cooperação Brasil-Namíbia, o clima de estabilidade política e
dade. A Namíbia ganha, cada vez que irá ser efetivada em 2011. de paz interna, verificado desde a
mais, representatividade no conti- independência do país,há 20 anos.
nente africano. Por isso, estamos Recursos naturais “A partir desses objetivos men-
empreendendo esforços para que O embaixador ressaltou o fato de cionados, o governo da Namíbia
haja um verdadeiro desenvolvi- o Brasil estar se colocando para está determinado em construir um
mento econômico”.analisou. Ele a comunidade internacional como duradouro processo de integração
acrescentou que o país africano um país de economia emergente econômica com o Brasil”, concluiu.
Conhecer e investir
Representantes do governo da Namíbia
comentam sobre as oportunidades de
investimentos no país
sobre os destinos dos investi- laços entre Brasil e Namíbia se çou o discurso que os dois paí-
mentos é condição primordial fortalecem a cada dia. Temos ses têm laços de fraternidade
para que empresários e investi- interesses mútuos. A economia desde quando a nação africana
dores consigam ter sucesso em brasileira chegou num ponto no tornou-se independente em
suas investidas,sobretudo no qual ela precisa buscar rela- 1990. “A nossa relação bilateral
campo externo. Em virtude da ções mais fortes com países continua a crescer e manter-se
importância do tema, o Painel como a Namíbia, que buscam forte. Nossos dois países esta-
I, intitulado: Oportunidades de por investimentos de empresas beleceram uma sólida relação
negócios e investimentos na brasileiras”, disse o economista. diplomática que auxiliou a
Namíbia, serviu para que os Ele lembrou aos presentes que elaborar e assinar diversos
palestrantes expusessem para a o Brasil tornou-se um país que acordos de cooperação de
platéia as potencialidades reais tem grandes empresas investin- interesses mútuos. A Namíbia
existentes hoje na Namíbia. Os do no exterior. “No passado, cos- abriu a sua embaixada em
expositores convidados foram: tumávamos receber investimen- Brasília em outubro de 2003 e
o vice-ministro da Indústria e tos estrangeiros. Hoje, isso se desde então temos realizado
Comércio da Namíbia, Tjekero dá em caminho inverso. Temos inúmeras consultas para troca
Tweya; o secretário Permanente uma moeda forte, um grande de visitas entre os nossos che-
do Ministério da Indústria e volume de reservas, ganhamos fes de Estado”, avaliou Tweya.
Comércio da Namíbia, Nghidinua competitividade internacional e Entre as ações de integração
Daniel; e a gerente Operacional entendemos que possamos nos existentes, o vice-ministro citou
do Ministério da Indústria e relacionar com países como a a construção e venda do navio-
Comércio da Namíbia, Charity Namíbia, fornecendo produtos patrulha “Brendan Simbwaye”e
Nwiya. A sessão foi presidida e serviços”, concluiu, passando duas lanchas-patrulha feitos
pelo chefe do Departamento a palavra para o vice-ministro pela Marinha brasileira para
Econômico da Confederação da Indústria e Comércio da a Marinha daquele país afri-
Nacional do Comércio, Carlos Namíbia, Tjekero Tweya. cano; projetos de desenho
Thadeu de Freitas Gomes. hidrográficos ao longo da costa
Ao abrir o Painel I, o repre- Laços de fraternidade da Namíbia auxiliados, tam-
sentante da CNC elogiou a Após fazer os agradecimentos bém, pela Marinha brasileira e
iniciativa da FCCE em realizar aos organizadores pela realiza- baseado na Convenção da ONU
o Seminário Bilateral Brasil- ção do evento, o representante sobre o Direito do Mar; suporte
Painel I | 15
da comunicação a cabo entre Contudo, eu me mostro muito ressaltando que o Brasil, pelo
os dois países. “Esses projetos, otimista e tenho certeza que Mercosul; e a Namíbia, pelo
não só permitiram a ligação do o atual estágio de contatos SACU; são países signatários
nosso país pela via da infra- comerciais vai ser mudado do Acordo sobre Preferências
estrutura,mas propiciaram para melhor”, previu. Ele Tarifárias entre os dois blocos
ao Brasil ter mais acesso às acrescentou que as missões regionais. Este acordo fornece
informações sobre as condi- e encontros de promoção acesso preferencial de bens e
ções econômicas da região comercial, como o realizado serviços originados dos países
sul do continente africano. pela FCCE, têm um impor- membros dos dois blocos
Temos,então, nos esforçado tante papel facilitador para econômicos. “O Brasil, com
para nos aproximar cada vez que o quadro atual mude para sua forte indústria de bens
mais em áreas como agricul- melhor. “Este seminário reúne manufaturados, pode suprir a
tura, mineração e geologia. empresários que, primeira- demanda por esses produtos
Apenas um oceano separa o mente, puderam se conhecer na Namíbia de forma bastante
Brasil da Namíbia;’, ressaltou. para que, depois, consigam satisfatória para as empresas
explorar áreas de interesses brasileiras”. Na avaliação do
Incentivar o comércio em comum. Por isso, foi com palestrante, Brasil e Namíbia,
bilateral muito prazer que eu trouxe apesar de serem diferentes
Para Tweya, as excelen- uma delegação de 20 empre- em tamanhos, têm seme-
tes relações diplomáticas e sários e políticos namibianos”, lhanças, sobretudo no que
os ricos recursos naturais afirmou. A delegação chefiada diz respeito à abundância de
dos dois países reforçam as pelo vice-ministro da Indústria recursos naturais e potencial
expectativas de boas trocas e Comércio da Namíbia con- turístico. “Além de minerais
comerciais. No entanto, ele tou com empresários do setor e produtos alimentícios como
alertou que essa potencia- de transporte, logística, cons- peixe, temos muito interesse
lidade não tem se dado de trução civil, indústria de couro em estabelecer joint ventures
forma tão proveitosa. “O nível e artesanato, energia renová- com companhias brasileiras,
de comércio entre Brasil e vel e do setor automotivo. sobretudo porque ao bus-
Namíbia ainda é muito baixo e car parcerias com empresas
Tweya destacou o comprome-
não reflete o verdadeiro poten- namibianas, as empresas
timento de Brasil e Namíbia
cial de cooperação mútua brasileiras terão acesso a um
mercado de 300 milhões de trante seguinte. Ele iniciou ção de diamante; e 34%, para
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Painel I | 17
relatório do índice de competi- saudável é muito importante entre 2007 e 2008, enquanto
tividade global de 2009 colocou para o governo da Namíbia. as exportações para a África
a Namíbia como o sexto país Quantos países têm sacrificado cresceram somente 18% no
mais competitivo da África. a sua independência política ao mesmo período. “Em termos
Nosso PIB cresce a uma taxa não colocarem as suas contas de volume total de comércio
anual de 3,6% ao ano desde domésticas em ordem?” com a Nigéria, Angola, Argélia,
a independência. Além disso, Na avaliação de Mwiya, a África do Sul e Líbia represen-
nos últimos 19 anos, temos Namíbia, em contraste com tam 77% do fluxo comercial
trabalhado para implementar outros países, resistiu a tentação que o Brasil tem com o merca-
políticas fiscais e monetárias de gastar em consumo acima do africano”, declarou.
prudentes, nas quais têm servi- das suas capacidades às custas Durante esse mesmo perí-
do para enfrentarmos a cor- de investimentos de longo prazo. odo, ela falou que o Brasil
rente crise econômica. A Bolsa “Estamos direcionando o nosso ampliou as trocas comerciais
de Valores da Namíbia (NSX) é orçamento para investimentos com a SADC (Comunidade
o segundo de maior volume da em infra-estrutura, setor tão para o Desenvolvimento da
África, com um total de capi- necessário para o desenvolvi- África Austral, em sua sigla
talização de US$ 138 bilhões. mento da economia namibiana”. em inglês) e Comesa (Mercado
Isso encoraja as companhias
Comum da África Oriental e
namibianas de se capitalizarem Economia aberta
Austral). “As importações da
sem a necessidade de buscar O ambiente de negócios da
SADC subiram 82%, enquanto
bancos”, detalhou. Namíbia está cada vez mais
que a compra de produtos da
atrativo, segundo informou a
Responsabilidade fiscal região da COMESA cresceu
palestrante. Para confirmar
A gerente disse que a Namíbia 32%. As exportações brasileiras
essa afirmação, a gerente
tem grau de IDH (Indice de para SADC e COMESA registra-
disse que grandes multina-
Desenvolvimento Humano) ram aumentaram, respectiva-
cionais estão investindo no
superior ao da África do Sul, mente, para 26% e 21%”, disse.
país. “O nosso governo tem
apesar de ter um PIB/per capi- Ao término da sua palestra,
se comprometido em abrir a
ta menor. Em relação às ins- Carlos Thadeu de Freitas agra-
nossa economia para todos os
tituições financeiras, a repre- deceu a participação dos pales-
setores da economia”.Ela deu
sentante do governo namibia- trantes e encerrou a sessão.
como exemplo as empresas
energia para o
desenvolvimento
Palestrantes debatem sistema de
petróleo e gás na Namíbia
Ao debater comércio interna- ção ficou a cargo do presidente da da com a Namíbia. De acordo
18 | Painel II
cional é imprescindível ressal- Câmara de Logística da Associação com ela, essa relação se dá por
tar a importância do setor de dos Exportadores do Brasil (AEB), intermédio de uma construção
infra-estrutura que envolve os Jovelino Gomes Pires. contínua na qual o passado, o
países que desejam aumen- O secretário de presente e o futuro se conectam
tar os seus fluxos comerciais. Desenvolvimento de Produção de forma harmoniosa. “Desde
Sabendo da importância des- do MDIC, Armando Meziat, 1995, existem acordos de coope-
se tema, o Painel II, intitulado abriu os trabalhos do Painel ração nos quais os dois países
Apoio Brasileiro a Projetos nos 2 explicando que a sub-pasta têm trabalhado conjuntamente
Setores de Construção Civil, que comanda tem uma área na parte de agricultura. Em 2003,
Energia e Agronegócios, reuniu específica para tratar especifi- foi feito um novo Memorando de
palestrantes que demonstra- camente da integração do Brasil Entendimento e, este ano, entre
ram ao público as atividades com a África. Segundo ele, o os dias 10 e 12 de maio, tivemos
que estão em curso nos setores MDIC tem feito um trabalho de a oportunidade de receber 48
de logística e infra-estrutura grande empenho para a inte- ministros de agricultura dos
da Namíbia. Para fazer as gração do Brasil com países países africanos entre os quais
exposições foram convidados a africanos. “Uma demonstração estava presente o ministro de
coordenadora-geral de Ações no clara deste esforço é este semi- Agricultura da Namíbia, John
Mercado Externo do Ministério nário que neste painel conta Mutorwa”, disse. Ele contou que
da Agricultura, Telma Gondo; o com um grande número de o ministro de Agricultura do
gerente de Ativos de Exploração palestrantes”,disse. Em seguida, Brasil, Guilherme Cassel, fez
e Produção Internacional da ele passou a palavra para a pri- 28 reuniões bilaterais nestes
Petrobras, Rodrigo Lucchesi; meira oradora da sessão, Telma dois dias e, com o seu colega
o presidente da HRT Oil & Gas, Gondo, coordenadora-geral da Namíbia, acertou a renova-
Marcio Mello; e o presidente da de Ações no Mercado Externo ção do MOU feito em 2003, com
Walvis Bay Corridor Group, John do Ministério da Agricultura demandas específicas, entre as
Smith. O painel foi presidido pelo Pecuária e Abastecimento. quais, o apoio da Embrapa para
secretário de Desenvolvimento cooperação com os centros de
da Produção do Ministério do Acordos de entendimento pesquisa da Namíbia, assim
Desenvolvimento, Indústria Telma Gondo comunicou à como foram colocadas interes-
e Comércio Exterior (MDIC), platéia que na agricultura há ses na parte de aquisição de
Armando Meziat; e a modera- uma relação bastante privilegia- maquinário e equipamentos
FCCE - Seminário Bilateral de Comércio e Investimentos Brasil - Namíbia
Armando Meziar disse que o MDIC tem feito um trabalho de grande empenho para a integração do Brasil com países africanos
agrícolas. “Ainda neste perío- que foi descoberto um campo mou que a HRT foi criada em
Painel II | 19
do, o ministro da Agricultura de gás na região de Kudu (litoral 2004 para fornecer serviços
da Namíbia se encontro com o sul da Namíbia), em 1973. A de E&P de petróleo e gás no
presidente da Abimaq para que Namíbia não tem produção de Brasil, na América Latina e
haja conversações a respeito do petróleo, importando cerca de na África, e que, em 2009, a
interesse do governo da Namíbia 20 mil barris por dia. Mas, isso empresa registrou crescimen-
em adquirir maquinário agrícola tende a mudar, sobretudo com to substancial. Atualmente, a
brasileiro”, concluiu. o aquecimento da indústria de HRT Oil & Gas possui 51% de
petróleo da Namíbia”. 21 blocos de exploração na
Energia Bacia do Solimões, com uma
Ele afirmou que, em 2009, a
O palestrante seguinte foi área em torno de 49.000 Km2.
Petrobras adquiriu 50% do bloco
Rodrigo Lucchesi, gerente de O potencial petrolífero desses
2714A (sul da Namíbia), que era,
Ativos de Exploração e Produção blocos é estimado entre 4 e 6
antes, operado pela Chariot Oil
Internacional da Petrobras. De bilhões de barris de óleo leve
& Gas. “Temos boas expecta-
início, ele destacou que o plano e de 10 a 20 tcf (trilhão de pés
tivas em relação à exploração
de investimento da Petrobras cúbicos) de gás. A estimativa,
deste bloco. Em 2010, está pre-
está orçado em US$ 174 bilhões, segundo Mello, é de que essa
visto todo trabalho de processa-
entre os anos de 200 a 2013. De bacia seja a maior produtora de
mento, interpretação e estudos
acordo com ele, a Petrobras está gás natural do Brasil e uma das
geológicos que vão permitir à
num patamar de produção mun- maiores de óleo leve. O execu-
Petrobras identificar o potencial
dial de óleo e gás de 2,5 milhões tivo ressaltou que a HRT é uma
e, em 2011, haverá a fase final
de barris por dia e que a tendên- das poucas empresas brasilei-
do processo de exploração e
cia é o aumento desse núme- ras que dispõe de um centro de
avaliação econômica do bloco”,
ro para os próximos anos. “A tecnologia. “HRT significa High
disse, finalizando a sua palestra.
nossa meta é crescer para uma Resolution Technology e investir
produção de 6 milhões de barris Tecnologia do petróleo em tecnologia é o nosso forte. O
por dia até 2020”, revelou. Em Após a apresentação do maior laboratório de tecnologia
relação à Namíbia, o gerente da representante da Petrobras, de petróleo da América do Sul
Petrobras disse que o país está foi a vez do presidente da pertence à HRT”, disse.
começando a explorar o setor HRT Oil & Gas, Marcio Mello, Na Namíbia, a HRT Oil & Gas
de óleo e gás. “Ao todo, são 14 tomar a palavra. Ao iniciar a possui 40% de 3 blocos para
poços furados em água, sendo sua participação, Mello infor-
FCCE - Seminário Bilateral de Comércio e Investimentos Brasil - Namíbia
exploração nas imediações do estudos derrubaram teses que na costa namibiana. Um dos
campo de Kudo, na bacia do atestavam que a Namíbia não principais desafios da África é
Orange, e 2 blocos nas Bacias possuía poços de petróleo, viabilizar rodovias que integrem
de Walvis e Luderitz, totalizando apenas reservas de gás. “Muitas o continente e a Walvis Bay
uma área de aproximadamen- empresas foram paras as costas Corridor Group tem trabalha-
te 26.000 Km2. “Nós somos brasileira e angolana. Mas, a do, desde a sua independência,
o maior player da Namíbia HRT foi para a Namíbia e vimos para ampliar e melhorar a nossa
hoje”, disse Mello . Quanto que havia petróleo. Fizemos infra-estrutura”, disse Smith.
aos projetos desenvolvidos no todos os prospectos, estudos A aproximação com o Brasil é
país africano, o presidente da tecnológicos e análises via um dado relevante para que as
HRT afirmou que a empresa satélite para constatar isso. Na relações comerciais entre Brasil
trabalha com um grupo de seis verdade, o bloco 2713A tem a e Namíbia se faça num nível
geólogos namibianos, além de mesma equivalência de campo elevado. “Temos em mente de
ex-diretores da Petrobras. “A de Júpiter (gigantesca jazida que estamos muito próximos do
HRT é, na verdade, uma ‘peque- de gás natural e condensado Brasil. Em termos de tempo de
na Petrobras’ e que foi para a no pré-sal da Bacia de Santos, navegação, um navio leva dez
Namíbia para se transformar descoberta em 2008). dias entre o porto de Santos à
numa espécie de Petrobras baia de Walvis. Isso significa que
daqui a cinco anos”, disse em Logística devemos explorar essas opor-
tom otimista o executivo. O palestrante seguinte foi o pre- tunidades com mais força. Essa
sidente da Walvis Bay Corridor aproximação é um facilitador
Estudos feitos pelo próprio
Grup, John Smith. A Walvis é a para que empresas brasilei-
presidente da HRT já apon-
maior empresa de transportes ras tenham acesso a cerca de
tavam a Namíbia como um
e de logística multimodal da 300 milhões de consumidores
país com o mesmo potencial
Namíbia, responsável, entre africanos, localizados na região
petrolífero verificado na Bacia
20 | Painel II
Apoio financeiro
O último palestrante da ses-
são foi o gerente da área de
Comércio Exterior do Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES)
Guilherme Pfisterer. Ele apre-
sentou a instituição como uma
empresa pública e principal
fonte de crédito de projetos de
longo prazo no Brasil, princi-
palmente aqueles voltados para
Rodrigo Lucchesi, representante da Petrobras, palestra sobre a participação da estatal na Namíbia
a infra-estrutura. “Nos últimos
anos, temos dado uma atenção investimentos para a área de financiamentos para fabricação
Painel II | 21
especial à internacionalização comércio exterior. O gerente do dos bens que serão exporta-
do BNDES. Isso porque a insti- BNDES informou que o número dos, com o prazo máximo de
tuição cresceu bastante. Então, de operações vem crescendo financiamento de 12 anos. Já
estamos procurando transfor- bastante e está se direcionan- o pós-embarque é responsável
mar o banco num instrumento do para as micro e pequenas pelo financiamento ao importa-
internacional que possa captar empresas. “O BNDES acredita dor, isto é, concedemos linhas
recursos do exterior e poder que as MPEs têm grande possi- de crédito para o importador
apoiar melhor as empresas que bilidade de permear pela econo- que está adquirindo no exterior
estão saindo do Brasil para se mia por intermédio de inovações bens produzidos por empresas
instalar no estrangeiro”, expli- tecnológicas”. brasileiras. “Só para constar,
cou Pfisterer. o BNDES desembolsou US$ 8,3
O gerente disse, ainda, que o
O representante do BNDES BNDES, apesar de ser a insti- bilhões para as exportações de
revelou que, em 2009, o total tuição financeira que oferece os bens e serviços brasileiros”.
de desembolsos executado juros mais baixos do mercado Nesse esforço de apoiar o
pela instituição foi de US$ 72 brasileiro, consegue apresen- crescimento das empresas
bilhões. De acordo com ele, tar lucro e reutiliza-o nas suas brasileiras, uma das princi-
esse número representou um atividades. Ele contou que o pais metas atuais traçada pelo
crescimento de 49% em rela- BNDES tem linhas especiais BNDES é a que se destina a
ção a 2008. “O governo federal para máquinas e equipamen- auxilá-las a se instalarem no
procurou implementar medidas tos, independente dos projetos exterior. “A instituição montou
anti-cíclicas para enfrentar de indústria e também para o um departamento especiali-
os efeitos da crise financeira setor agrícola. “Financiamos, zado neste tipo de apoio, que
internacional. Quando os bancos também, serviços de engenha- tem como objetivo orientar
comerciais decidiram por retrair ria para os grandes projetos de essas empresas interessadas
seus empréstimos, o BNDES construção no exterior”. a investir em outros países
aumentou a oferta de recursos No Brasil, a instituição a localizar a área específica
para que não houvesse redução financeira fornece, também, para receber o apoio do banco.
nas atividades econômicas do financiamentos de comércio Podemos fazer esse apoio por
Brasil”, analisou. Ele acrescen- exterior para as operações de intermédio de financiamento
tou que dentro deste montante pré-embarque e pós-embarque. ou venture capital (participação
de desembolsos, há também O pré-embaruqe se destina a acionária)”, concluiu.
Câmaras de comércio
unidas
Na solenidade de encerramento, a
FCCE e a NCCI firmam Acordo de
Entendimento
Após as palestras proferidas pessoas presentes, Souza Lima especial. A nossa Câmara está
22 | Encerramento
Presidente da FCCE, João Augusto de Souza Lima, e diretor da NCCI,Navin Morar, assinando o Memorando de Entendimento entre as instituições
Tjekero Tweya, vice-Ministro de Indústria e Comércio da Namíbia, entrega um presente ao presidente da FCCE, João Augusto de Souza Lima
A Namíbia é última fron- e geólogo, Mello disse, sultoria prestados pela nossa
24 | Petróleo e Gás
A HRT Oil & Gás é a terceira maior petroleira privada do país em área de concessão, atrás da Petra
Energia e da Oil M&S. Fundada, em 2008, por ex-funcionários da Petrobras, a empresa se tornou a
maior companhia brasileira em atuação na Namíbia, com três blocos exploratórios no mar.
Este ano, A HRT Participações em Petróleo anunciou a criação da subsidiária HRT Oil Gas, que
nasce como operadora e detentora de 51% de participação em 21 blocos de exploração na Bacia do
Solimões, no Estado do Amazonas. As fatias foram adquiridas das companhias Petra Energia e M S
Brasil e o acordo - denominado farm-in- está em análise da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural
e Biocombustíveis (ANP). De acordo com a HRT, os blocos adquiridos têm aproximadamente 50 mil
quilômetros quadrados, com potencial petrolífero estimado entre 4 bilhões e 6 bilhões de barris de óleo
leve e de 10 a 20 trilhões de pés cúbicos (TCF) de gás. O objetivo, segundo informa a empresa, é, a partir
da aquisição deses blocos, se tornar a maior produtora de gás natural do Brasil e uma das maiores de
óleo leve do Brasil.
A controladora, que tem como presidente o geólogo Márcio Rocha Mello, ex-funcionário da Petrobras
e atual presidente da Associação Brasileira de Geólogos de Petróleo (ABGP), concluiu, na semana pas-
sada, a captação de US$ 275 milhões junto a 66 investidores para a criação da HRT Oil Gas, em opera-
ção coordenada pelo Banco de Montreal.
Da captação privada, concluída em em outubro do ano passado, participaram 66 investidores
estrangeiros, incluindo Michael Dell, que comprou 12% da empresa, segundo Mello. Com o controle da
HRT nas mãos, que chega a 14% somando a participação dos sócios brasileiros, Mello diz que não é um
milionário, fugindo de qualquer tentativa de comparação com os executivos do grupo de Eike Batista.
tipos de eventos têm que Ora, o transporte marítimo meu segundo país. Sinto-me
ser estimulados porque é entre Brasil e Namíbia leva em casa quando estou lá. E
quando se permite maior dez dias,enquanto que para isso só prova de que essa
aproximação, não só de seg- os EUA e Europa, o trajeto proximidade pode influenciar
mentos que já estão intera- leva cerca de 30 dias. Então, bastante no comércio.
gindo bilateralmente,mas, o nosso comércio deveria
também, para gerar inte- ser extremamente incenti- Quais são os projetos
resses de outros players vado porque ele tem muito futuros da HRT na
que poderão aglutinar potencial. Além disso, temos Namíbia?
operações, fazendo que as muitos namibianos que Marcio Mello - Os nossos
relações sejam mais pro- falam português. Eles vêem projetos futuros envolvem
dutivas. Assim, queremos o Brasil com um país amigo uma relação de vida com o
que o evento não seja o fim, e eu percebo que os empre- país. Hoje, na área de explo-
mas um meio pelo qual seja sários da Namíbia dão pre- ração de petróleo, somos o
importante para que acom- ferência às relações Sul-Sul. maior player na Namíbia.
panhemos os desdobramen- Então, temos que aproveitar Queremos nos tornar a
tos a respeito dos temas que e explorar as oportunidades principal companhia da área
aqui foram tratados. existentes para o merca- de exploração de óleo e gás
do de manufaturados, do da Namíbia, que é a última
Os números apresentados setor agrícola, do setor de fronteira a ser desbravada
pelo MDIC atestam que o mineração e de serviços. O no Oceano Atlântico. É bom
comércio do Brasil com transporte é a nossa prin- lembrar que neste setor há
a Namíbia ainda é muito cipal vantagem. E podemos uma abrangência na qual
pequeno. Como fazer para usar a Namíbia como cor- as empresas brasileiras de
que esse quadro mude? redor para estimular uma tecnologia, de serviços e de
Marcio Mello - Nós estamos relação muito forte com 300 infra-estrutura podem ir lá
duas décadas atrasados. milhões de africanos numa e colaborar para o desenvol-
O comércio internacional da das regiões que mais cres- vimento do país, e fazer com
Namíbia está voltado para cem no mundo atualmente. que o Brasil seja o princi-
o Hemisfério Norte por- Além disso, o namibiano é pal parceiro comercial da
que não estamos sabendo muito parecido com o povo Namíbia num futuro próximo.
Namíbia
Marcio Mello considera o transporte como um dos facilitadores para o comércio entre Brasil e Namíbia
Comércio
“A Namíbia vê com
bons olhos a política
pró-África do
governo brasileiro”
Representante do governo da
Namíbia aposta na flexibilidade
nas relações bilaterais
Estabelecer políticas de coope- sem contratos de empréstimos Rússia, Índia e China). A Namíbia
28 | Comércio
ração econômica com o Brasil de risco. As principais medidas busca, assim, se beneficiar
em vários setores é o que monetárias e fiscais adotadas desse processo de aproxima-
busca o Ministério de Indústria e pelo governo namibiano para ção e cooperação com o Brasil.
Comércio da Namíbia. diminuir os efeitos da crise De nossa parte, temos muito a
E, mesmo num ambiente de foram: reduzir a taxa de juros; oferecer em termos de negócios
crise mundial, o secretário- aumento de investimentos públi- de interesse para o empresaria-
Permanente do Ministério, cos em infra-estrutura, redução do brasileiro. Brasil e Namíbia
Nghidinua Daniel, acredita que da carga tributária em 34%. têm uma longa relação fraternal,
a recuperação da economia da Estamos, também, trabalhando que começou durante a luta
Namíbia possibilitará que haja para reduzir a nossa dependên- pela independência do nosso
maior interesse por parte das cia no setor de exportações, esti- país. Os dois países reforçaram
empresas brasileiras. mulando a economia interna. a cooperação bilateral depois
do processo de independência,
Qual foi o principal O governo brasileiro tem estabelecendo relações diplomá-
impacto da crise sobre a trabalhado para uma ticas e entrando numa série de
economia da Namíbia? maior aproximação com acordos bilaterais assim como
Daniel - O principal impacto países africanos. Como o troca de visitas de alto nível. Há
da crise financeira global na governo da Namíbia avalia ainda muita sinergia sociocultu-
Namíbia está no nosso setor esses movimentos? ral entre os países que precisam
de exportação de minerais, Daniel - A Namíbia vê com bons ser mais estimuladas.
especialmente diamantes, e olhos a política pró-África do
turismo. Como resultado disso, governo brasileiro de se buscar Como o senhor avalia
o crescimento de nossa eco- maior cooperação entre o Brasil o seminário promovido
nomia se contraiu 1,1% em e países africanos. O Brasil pela FCCE?
2009. Mas, para 2010, estamos não tem somente se mostra- Daniel - Este encontro serviu
esperando uma recuperação do como o mais importante para confirmar o reconheci-
moderada Ao contrário dos país da América Latina, mas, mento do grande potencial e
bancos do mundo desenvolvido, também, tem se notabilizado o nosso compromisso para
os bancos da Namíbia permane- internacionalmente como parte promover mais acordos de coo-
cem lucrativos. Eles estão bem dos BRICs (grupo de países peração nas áreas de comércio
capitalizados,com boa liquidez e emergentes formado por Brasil, e de investimentos. Ambos os
países têm ciência do papel que setores de pesca e de agricul- res do Centro de Investimentos
Comércio | 29
a negociação e contatos diretos tura. Outra importante área a da Namíbia e a Câmara de
desempenham no mundo dos ser mencionada é o turismo. A Comércio e Indústria da Namíbia
negócios. Assim, conhecendo cooperação no setor turístico estão conversando com os
mais as potencialidades e for- pode desenvolver campos da represantes da Apex para iniciar
talecendo os laços comerciais Tecnologia da Informação, trans- uma roda de assinatura de acor-
e diplomáticos entre os nossos portes, logística, call centers dos para promover mais comér-
países poderemos promover entre outros setores. Os direto- cio entre os países.
crescimento econômico de
modo mais duradouro.
“A Namíbia representa
uma ótima
oportunidade”
Economista da CNC fala sobre a
potencialidade do comércio com países
africanos
mercado africano cujas oportu- mulado reservas, o que faz com as taxas de juros, é preciso ter
Conjuntura | 31
nidades são maiores hoje do que que haja mais segurança contra mais poupança.
em muitos países desenvolvidos. intempéries externas.
Então, temos que aproveitar o Outra crítica que é feita
grau de confiança mútua entre Além da crise, uma das em relação ao governo
brasileiros e africanos. Isso grandes reclamações é o aumento de gastos
porque o Brasil não tem uma do setor exportador em despesas correntes
tradição imperialista e sempre brasileiro é de que em detrimento de
buscou se relacionar na base da a nossa moeda não é investimentos em infra-
cooperação. competitiva em razão da estrutura. O senhor
sua sobrevalorização. Em acredita que essa curva de
Depois da crise imobiliária quanto a atual situação gastos pode prejudicar a
nos Estados Unidos, cambial pode prejudicar nossa economia já em 2011?
vivemos um período de as nossas exportações em Freitas Gomes - O Brasil está,
turbulência na União momentos de crise? ainda, numa situação favorável.
Européia. O Brasil Freitas Gomes - Precisamos Mas é preciso,sim, ficar atento
conseguiu sair-se bem na exportar para garantir entrada ao aumento dos gastos públicos.
primeira crise. O senhor de recursos externos para finan- Assim, o grande desafio bra-
acha que termos a mesma ciar os nossos investimentos. sileiro , atualmente, é o fiscal.
performance econômica Então, o Brasil precisa procurar A situação fiscal brasileira,
como da última vez? sempre buscar a eficiência e diga-se de passagem, é muito
Freitas Gomes - O Brasil será competitividade. E, para isso, é melhor quando comparada com
atingido muito pouco pela crise importante que o Real forte não o nosso passado recente. Por
internacional. Estamos numa atrapalhe. É fundamental que isso, é preciso estar atento para
situação muito boa. Temos uma aumente a poupança pública do que o ciclo de gastos públicos
dívida administrável, um bom Brasil para que a nossa moeda não prejudique os ganhos que
montante de reservas, de modo possa ser bem cotada. Isso obtivemos nos últimos anos. A
que se a crise da zona do euro porque de nada adianta o Brasil criação das agências represen-
tiver a mesma intensidade da de ter uma moeda depreciada para tou um avanço enorme, assim
2008, estaremos com condições competir com outros países como a Lei de Responsabilidade
de enfrentá-la. A vantagem do enquanto tiver pagando taxas de Fiscal, mas é preciso, repito,
Brasil está no fato de ter acu- juros altas. Mas para baixarmos ficarmos atentos.
“Queremos ser um
hub country para as
empresas brasileiras”
Ministro da Indústria da Namíbia diz
que o país está preparado para receber
investimentos brasileiros
Tjekero Tweya, vice-ministro de que podem trabalhar conosco Quais são os setores mais
32 | Desenvolvimento
Desenvolvimento | 33
acesso ao Sacu, um mercado de contribuir,pela proximidade, os brasileiros passem a colocar o
300 milhões de habitantes. Assim, para que haja mais interesse nosso país no seu roteiro de visitas.
as empresas brasileiras, que são brasileiro pela Namíbia? A Namíbia é um país com paisa-
competitivas, terão grandes bene- Tjekero Tweya - A Copa da África gens lindas. Além disso, a Namíbia
fícios ao colocar a África Austral representa uma ótima oportuni- é um país muito seguro, com níveis
como destino da suas exportações. dade para que muitos brasileiros baixos de criminalidade, tem um
A Copa do Mundo, realiza- conheçam as áreas turísticas da povo hospitaleiro e caloroso,
da na África do Sul, pode Namíbia. Queremos,muito, que assim como são os brasileiros.
Deserto da Namíbia: Tweya aposta no potencial turístico da Namíbia para atrair brasileiros
Agronegócio
“A parceria com
países africanos é
estratégica do ponto
de vista produtivo
e comercial”
Representante do Ministério da
Agricultura comenta sobre o setor
de agronegócios nacional
Agronegócio | 35
na União Européia e torcem para
líder na exportação de vários que os remédios necessários qual é a importância do
produtos agrícolas. A Embrapa – sejam aplicados de forma efeti- continente africano?
Empresa Brasileira de Pesquisa va, com vistas manter o nível do Telma Gondo - O continente
Agropecuária – vinculada ao consumo mundial. africano é de suma impor-
Ministério da Agricultura – é tância, vis-a-vis seu potencial
uma das maiores empresas de Esta crise pode aumentar de consumo e crescimento. A
pesquisa agrícola do mundo e políticas de defesa parceria com países africanos
detém excelência em tecnologia ao protecionismo, é estratégica do ponto de vista
para a produção agropecuária principalmente na produtivo e comercial. A afini-
na região tropical. Ela desen- Europa,um mercado dade geopolítica entre Brasil e
volve tecnologia que garante importante para os produtos África propicia o estreitamento
a competitividade da produ- agrícolas brasileiros. das relações internacionais, em
ção brasileira nos mercados Como o Ministério está diferentes frentes, quer sejam
globais,inclusive de produções acompanhando esse ações de cooperação técnica ou
de pequeno e médio porte. processo? comerciais. Há muitas oportu-
Telma Gondo - Até o momento, nidades e interesses mútuos a
Há a preocupação do setor a crise na Europa não acarre- serem desenvolvidos.
em relação à grave crise tou em medidas protecionistas
econômica mundial que sobre os produtos agrícolas Em relação à Namíbia,
vivemos no momento? brasileiros. Os países são como o Ministério tem se
Telma Gondo -- O incentivo ao membros da OMC (Organização relacionado com este país?
consumo interno, como forma Mundial do Comércio) e,como Telma Gondo - Desde 1995, o
de manter a economia aquecida tal,seguem as regras do sistema Brasil tem mantido projetos
desde a crise do final de 2008, multilateral de comércio,que de cooperação técnica com a
fez com que o mercado domés- limitam a adoção desse tipo de Namíbia. Em 2003 foi assinado
tico se tornasse uma boa opção medida. O Ministério conta com Memorando de Entendimento
para a produção local. Porém, um adido agrícola em Bruxelas, em relação a projetos na área
como o Brasil faz parte desse junto à Comissão Européia , e agrícola, ratificado na reunião
mercado globalizado, em que um em Genebra, junto à OMC, de maio. Essa interação técnica
países estão interligados por que estão atentos a qualquer propicia o aprofundamento as
seus fluxos comerciais, a crise movimento nesse sentido. As relações entre os dois países.
FCCE - Seminário Bilateral de Comércio e Investimentos Brasil - Namíbia
Evento
fCCE promove
encontro entre
empresários americanos
Convidados expõem projetos de infra
estrutura e logística para a copa de 2014
e as olimpíadas de 2016
de Comércio do Consulado afirmou Souza Lima. “Encontros estão e investem no Brasil”, reve-
Americano no Rio de Janeiro, a como esse sevem para a troca lou a diplomata.
FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE de experiências”, complementou De fato, os dois eventos pedem
COMÉRCIO EXTERIOR (FCCE), Danny Devito, ministro conselhei- para que sejam levantados
em parceria com a Câmara de ro para assuntos comerciais do projetos, estudos e relatórios
Comércio Americana (AMCHAM Consulado Americano. para que se façam diagnósticos
RJ-ES), recebeu, no último dia precisos sobre as vicissitudes
29 de abril , no prédio-sede Interesse americano
logísticas e de infraestrutura
da Confederação Nacional do De acordo com a a cônsul comer-
que precisam ser sanadas a
Comércio no Rio de Janeiro, o cial dos Estados Unidos, Camille
tempo e não prejudicar as festas.
evento TRADE WINDS FORUM Richardson, o simpósio demons-
Estudos feitos pelo governo
-THE AMERICAS, cujo tema trata- trou como cresce o interesse
federal apontam que o total de
do foi as expectativas de negócios dos empresários americanos
investimentos públicos e pri-
para a Copa do Mundo e os Jogos em investir no Brasil. “Para este
vados podem chegar a R$ 100
Olímpicos (Olympic Game/Soccer simpósio, conseguimos trazer 50
bilhões. Representando o Banco
World Cup Symposium),ambos executivos americanos que estão
Nacional de Desenvolvimento
eventos que serão realizados no muito interessados em investir
Econômico e Social (BNDES),
Brasil nos próximos seis anos. O nesses dois eventos esportivos.
o gerente do Departamento
objetivo do encontro foi apresen- Eles estão muito excitados com
de Desenvolvimento Urbano e
tar e discutir as possibilidades as oportunidades que podem sur-
Regional do BNDES, Rodolfo
de parcerias e investimentos gir”, disse Richardson. Segundo
Torres, a instituição já trabalha
entre empresas americanas e a cônsul, nos últimos anos tem
para garantir linhas de finan-
brasileiras juntamente com as se verificado um aumento subs-
ciamento para obras relativas
esferas governamentais (muni- tancial de pequenas e médias
à Copa do Mundo no Brasil,
cípio, estado e governo federal) empresas americanas interessa-
em 2014, é em apoiar projetos
brasileiras. O presidente da das em investir no Brasil, já que
que possam deixar um legado
FCCE, João Augusto de Souza o país tem se notabilizado como
sustentável para o País, sobretu-
Lima, participou da abertura do um importante destino comercial
do em relação à infraestrutura.
evento. “É a primeira vez que o em função de bons resultados
Torres explicou à plateia, formada
Consulado americano promove econômicos. “Ém cinco anos,
em sua maioria por empresários
um evento na CNC dessa natu- houve um crescimento de 300%
Duas décadas de
independência
Conheça mais sobre o processo
de independência da Namíbia
Foram 24 anos de insurreição e Rica em minerais como dia- Herman Toivo, condenado a 20
40 | História
combates para que a Namíbia, mantes, lítio e urânio, além de anos de prisão.
país localizado ao sudoeste do permitir maior extensão da costa
continente africano, conseguisse atlântica, a Namíbia passou a Guerra de libertação
alcançar a sua independência. ser vista pela África do Sul como Em 1966, a Swapo criou o PLAN
Estima-se que, nesse período, país estratégico. Mesmo não (Exército de Libertação do Povo
25 mil pessoas morreram em tendo a política do apartheid da Namíbia). Nesse período,
campos de batalha, quando, em sul-africano implementada foi o iniciaram-se na Angola, país
1990, após uma série de conver- bastante para impedir com que fronteiriço com a Namíbia, movi-
sações no âmbito da Organização os negros namibianos tivessem mentos populares anti-coloniais
das Nações Unidas (ONU), ficou direitos políticos, assim como os revoltosos dos dois países
decido que a Namíbia seria um enfrentassem restrições para buscavam estabelecer relações
Estado independente. o avanço socioeconômico. O para suprimento de armas e
foco do domínio sul-africano na ajuda. Em 1975, Angola con-
Apartheid Namíbia estava na exploração seguiu a sua independência e
O processo de colonização das riquezas minerais. Durante passou a patrocinar as ações de
da Namíbia teve início após a a década de 1960, com muitos guerrilha na Namíbia com mais
Conferência de Berlim, quando, países da África negra conse- afinco. Em resposta à ajuda do
em 1885 (na qual os principais guiram conquistar a indepen- governo de Angola à Swapo, os
líderes de países europeus dência política, não tardou para sul-africanos resolveram atacar,
decidiram pela partilha colonial que movimentos de libertação em 1981, a ex-colônia portu-
da África), a Alemanha passou chegassem na Namíbia. A guesa, numa guerra que custou
a administrar o território do SWAPO (Organização dos Povos milhares de baixas para os
Sudoeste Africano. Com a derrota do Sudoeste Africano, em sua exércitos dos dois países, mas o
alemã na Primeira Guerra Mundial sigla em inglês) foi fundada em objetivo sul-africano de enfra-
(1917), a União Sul-Africana obteve 1964, contendo, em sua agenda, quecer a Swapo foi alcançado.
o mandato da Liga das Nações políticas de orientação marxista. Em 1987, a guerra civil angola-
para administrar aquele território, A Swapo apoiou as tribos locais na entre Unita (União Nacional
mas não o substituiu por um man- da Namíbia, mas os governan- para a Independência Total de
dato da ONU, em 1946, ficando a tes sul-africanos agiram com Angola) e a MPLA (Movimento
ocupar o território como se fosse grande repressão, prendendo os Popular de Libertação de
uma quinta província. líderes do movimento, entre eles Angola) acabou por envolver o
FCCE - Seminário Bilateral de Comércio e Investimentos Brasil - Namíbia
Herman Toivo, um dos fundadores da SWAPO, teve papel importante no combate às forças sul-africanas de ocupação da Namíbia
História | 41
a Unita, enquanto a MPLA foi guerrilhas contra as bases sul- Namíbia. Com a mediação da
apoiada por Cuba e pela então africanas instaladas na Namíbia. Organização das Nações Unidas
União Soviética. Com o desenro- Isolada internacionalmente (ONU), a Namíbia tornou-se
lar da guerra, os cubanos envia- e com enormes dívidas de oficialmente independente no
ram cerca de 10 mil homens guerra em função das inter- dia 21 de março de 1990, tendo
para a fronteira de Angola com venções militares em outros na presidência Sam Nujoma,
a Namíbia, o que fez com que países, a África do Sul acei- representando a Swapo no
a Swapo, antes enfraquecida, ta, então, negociar termos poder do país.
Intercâmbio Comercial
Brasil – Namíbia
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO,
INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC
Secretaria de Comércio Exterior - SECEX
Departamento de Planejamento e
Desenvolvimento do Comércio Exterior – DEPLA
Comércio Bilateral | 43
apenas de uma agricultura de ção de 19,9%), pescados (US$ (soma de US$ 412 milhões
subsistência. 347 milhões, 16,0%), produtos e participação de 19,0% no
Comércio Exterior da Namíbia químicos inorgânicos (US$ total), Reino Unido (US$ 377
292 milhões, 13,4%), minérios milhões, 17,4%), Espanha
Em 2008, a Namíbia totali-
(US$ 176 milhões, 8,1%), cobre (US$ 252 milhões, 11,6%),
zou exportações de US$ 2,96
e obras (US$ 172 milhões, Estados Unidos (US$ 220
bilhões, valor 1,3% superior ao
7,9%), carne (US$ 51 milhões, milhões, 10,1%), China (US$
registrado em 2007, total de
2,3%), produtos minerais 158 milhões, 7,3%), África do
US$ 2,92 bilhões. As impor-
diversos (US$ 39 milhões, Sul (US$ 131 milhões, 6,0%),
tações do País apresentaram
1,8%), frutas (US$ 33 milhões, Canadá (US$ 128 milhões,
crescimento de 28,4%, de US$
1,5%) e vestuário de malha 5,9%), Alemanha (US$ 122
3,52 bilhões em 2007, para
(US$ 29 milhões, 1,3%). milhões, 5,6%), Coréia do
US$ 4,52 bilhões em 2008.
Esses resultados aprofun-
Exportações da Namíbia
daram o déficit histórico em
seu comércio exterior. O saldo Principais Produtos – 2007 – US$ Milhões
negativo apresentou uma
média de US$ 302 milhões de Produto Valor Part. %
1999 a 2007. Em 2008, o déficit Pedras preciosas 495 22,9
foi de US$ 1,56 bilhão. Zinco e obras 431 19,9
A corrente de comércio do país Pescados 347 16,0
somou a cifra recorde de US$
Prods. químicos inorgânicos 292 13,4
7,48 bilhões no último ano e
representou aumento de 16,1% Minérios 176 8,1
sobre 2007, que totalizou US$ Cobre e obras 172 7,9
6,44 bilhões. Carne 51 2,3
A pauta de exportação em 2007 Rochas 39 1,8
(dados disponíveis segundo Frutas 33 1,5
informações colhidas de par-
Vestuário de malha 29 1,3
ceiros comerciais) foi com-
posta dos seguintes principais Fonte: GTIS, extraído com base na informação de países parceiros.
Comércio Bilateral | 45
US$ 634 mil) e Mato Grosso do Os produtos que compuseram US$ 55,9 mil (85,0% da pau-
Sul (1,7%, US$ 386 mil). a pauta de importação bra- ta). Em seguida, os estados
Na composição da pauta de sileira da Namíbia em 2008 importadores de produtos
importação brasileira de pro- foram: máquinas e equipa- namíbios foram: Rio Grande
dutos namíbios, os produtos mentos elétricos (total de do Sul (participação de 7,0%
básicos foram responsáveis US$ 32,7 mil e participação e soma de US$ 4,6 mil), Goiás
por 49,2% do total. Os manufa- na pauta de 49,6%), pescado (4,5%, US$ 3,0 mil), Santa
turados representaram 49,9% (US$ 21,3 mil, 32,3%), semen- Catarina (2,4%, US$ 1,6 mil),
e os semimanufaturados, 0,9% tes e frutos oleaginosos (US$ Minas Gerais (0,9% US$ 0,6
do total de 2008. A catego- 11,2 mil, 17,0%), peles (US$ mil) e Amazonas (0,2%, US$
ria que apresentou o melhor 593 mil, 0,9%) e ferramentas 0,1 mil).
Em 2008, 124 empresas bra-
sileiras efetuaram vendas à
Participação % do Brasil no Comércio Exterior da Namíbia Namíbia. O que significou uma
2000 a 2008 retração de 7,0% em relação
ao total do ano anterior, de
0,01% 131 exportadores.
Na importação, apenas 14
empresas efetuaram compras
de produtos provenientes do
país, uma a mais do que o
0,50% 0,48% 0,50%
0,47%
0,51% total de importadores em 2007.
0,44%
0,01%
Elaboração: Departamento
0,26% de Planejamento e
0,03% 0,13% Desenvolvimento do
Comércio Exterior (DEPLA)
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 da Secretaria de Comércio
Exterior (SECEX) do Ministério
Importação da Namíbia Exportação da Namíbia do Desenvolvimento, Indústria
Fonte: MDIC/SECEX, OMC
e Comércio Exterior (MDIC).
servirá como base de apoio zindo a burocracia ao mínimo internacional sobre as expor-
para balsas de propriedade necessário. tações brasileiras de vestuá-
da Petrobras, além de utili- rio. Dados do primeiro qua-
zação da área para suporte a FMI elogia desempenho drimestre do ano, divulgados
diversas operações. A análise dos países emergentes pelo Centro Internacional de
dos projetos em andamento em relação à crise Negócios (CIN) da Federação
para o setor naval, somada às econômica mundial das Indústrias do Estado do
futuras demandas e à infra- O Fundo Monetário Rio de Janeiro (Firjan), mos-
estrutura disponível no Brasil Internacional (FMI) elogiou tram que o estado continuou
para este tipo de construção, hoje (21), durante a divul- crescendo, mesmo diante
indicou a necessidade de gação do relatório Como das adversidades no mercado
construção de novos e a reati- os Mercados Emergentes externo. Hoje, o estado é res-
vação de antigos estaleiros Sobreviveram à Crise, a ponsável por 15,5% do embar-
atuação dos governos dos ques desse segmento.
Reunião da CGSIM vai países em desenvolvimento O Rio abriu o leque de mer-
discutir classificação no enfrentamento da crise cados importadores da moda,
de risco de atividade econômica mundial. Segundo optando por vender a países
econômica o relatório, foram adotadas desenvolvidos e com maior
Vai ser realizada no próxi- “grandes medidas fiscais e poder de consumo, que valo-
mo dia 22 de junho, a partir monetárias.” As informações rizam fatores como design,
das 16 horas, a 4ª Reunião são da agência oficial de notí- criatividade e qualidade. Os
Ordinária do Comitê para cias da Argentina, a Telam. principais destinos foram
Gestão da Redesim / CGSIM. Para o FMI, um dos fatores Estados Unidos, Portugal,
Na ocasião, dentre outros que reduziram a vulnera- Itália, Namíbia, França, Japão
assuntos, será discutida a bilidade desses países foi e Grécia. O número de des-
Resolução nº 22 que dispõe a manutenção de reservas tinos subiu de 32, em 2001,
sobre as orientações a serem internacionais de curto prazo para 63 este ano.
seguidas pelos entes federa- para o financiamento externo. Enquanto as exportações bra-
tivos (união, estados e muni- De acordo com o órgão, os sileiras de vestuário experi-
cípios) quanto às pesquisas fundamentos econômicos e os mentaram retração de 35,24%
prévias e à regulamentação vínculos globais foram respei- nos últimos dez anos, passan-
FCCE - Seminário Bilateral de Comércio e Investimentos Brasil - Namíbia
do de US$ 91,86 milhões nos aumentar a produtividade e o auxílio na revitalização
quatro primeiros meses de na Savana africana e nas do setor doméstico de cons-
2001, para US$ 54,49 milhões plantações de algodão, o trução naval. Além disso,
no primeiro quadrimestre des- que é coordenado por unida- o aumento da capacidade
te ano, os embarques de moda des da Empresa Brasileira do setor favorece o desenvol-
do Rio de Janeiro mostraram de Pesquisa Agropecuária vimento da cadeia do petró-
expansão de 171,92% em (Embrapa) na África. “O que leo, inclusive com a grande
igual período. As exportações a África necessita não é mais demanda devido às reservas
fluminenses subiram de US$ de ajuda, mas de uma reinser- do pré-sal.
3,4 milhões para US$ 9,26 ção de fato no sistema econô-
milhões, de acordo com mico e político internacional”,
a estatística do CIN. defendeu o especialista em Petrobras vai captar
estudo africanos e diretor do US$ 58 bilhões no
Seminário discute ajuda IEEI, Fernando Cardoso. mercado para plano de
internacional na África investimentos
Ministros e diplomatas bra- BNDES aprova O presidente da Petrobras,
sileiros e pesquisadores de financiamento de US$ José Sergio Gabrielli,
vários países discutiram, no 745,9 milhões para informou,no dia 21 de junho,
dia 09 de junho, em Brasília, construção de navios que dos US$ 224 bilhões de
ações internacionais que O BNDES aprovou financia- investimentos previstos pela
podem colaborar com a redu- mento, em reais, equivalente companhia no período 2010
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ção da desigualdade social na a US$ 745,9 milhões para a 2014, US$ 58 bilhões terão
África, durante o Seminário a Companhia Brasileira de que ser captados no mercado.
Brasil e China na África: Offshore (CBO). Os recursos, Segundo Gabrielli, esse valor
Desafios da Cooperação para provenientes do Fundo de virá da tomada de emprésti-
o Desenvolvimento. Marinha Mercante, têm como mos e outra parte, que não
No evento, o subsecretário- objetivo a aquisição de 19 especificou quanto, será via
geral para África e Meio embarcações a serem cons- capitalização da companhia.
Oriente no Ministério das truídas pelo estaleiro Aliança,
Ao apresentar o novo plano
Relações Exteriores (MRE), em Niterói, Rio de Janeiro.
estratégico da companhia,
Piragibe Tarragô, disse que o O valor total do projeto é
Gabrielli disse que foram
Continente Africano “é priori- de US$ 828,8 milhões.
acrescidos em novos projetos
dade permanente na política Em função dele, serão gera-
US$ 31,7 bilhões e houve uma
externa brasileira porque dos 930 empregos, entre dire-
redução de US$ 17 bilhões
temos interesses em comum, tos e indiretos, no município.
de retirada e redefinição de
como o combate à fome e Também foi aprovado finan- outros projetos. A Petrobras,
o desenvolvimento rural”. ciamento de R$ 69,1 milhões segundo Gabrielli, continua-
Segundo ele, mais de cem para a Aliança Indústria Naval rá dando ênfase ao aumen-
acordos de cooperação bilate- e Empresa de Navegação S/A to da produção de petróleo
ral foram firmados com países modernizar e ampliar no país e à descoberta de
africanos desde 2003, em áre- o estaleiro de Niterói, além novas reservas. Com isso, os
as como agricultura, biocom- de construir uma fábrica em investimentos na área inter-
bustíveis, saúde, tecnologia, São Gonçalo para apoio nacional foram reduzidos
cultura, educação e defesa. às atividades do estaleiro. de US$ 16 bilhões para US$
Os projetos de biocombus- O financiamento do Banco 11 bilhões. “Temos muito
tíveis, por exemplo, buscam também inclui investimentos que fazer aqui no país, com
capacitação, infraestrutura e do grupo em projetos sociais. o aumento da exploração
estudos de viabilidade para Entre os méritos do projeto de petróleo principalmente
produzir etanol no continente. apoiado pelo BNDES desta- na área do pré-sal, além de
Já os projetos de agricultu- cam-se o desenvolvimento aumentar nosso foco na área
ra, aplicam estudos feitos e capacitação tecnológica do de biocombust íveis, como
no Cerrado brasileiro para parque nacional de estaleiros o etanol”, disse Gabrielli.