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Silvio Marchini
FICHA CATALOGRÁFICA
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SUMÁRIO
5 Introdução
6 O Pantanal
6 • Meio ambiente
6 • Socioeconomia
7 • Problemas ambientais
e socioeconômicos
8 O estudo de opinião
8 • Método
11 Os resultados
11 • Biodiversidade
13 • Meio ambiente
14 • Socioeconomia
16 • Instituições
17 As conclusões
21 Tabelas
34 Figuras
40 Referências
3
AGRADECIMENTOS
4
INTRODUÇÃO
O Pantanal é conhecido no Brasil e no mundo por sua pescadores, profissionais do turismo e ambientalistas, deve
beleza e por representar um exemplo raro de uso sustentá- ser o ponto de partida para a elaboração de qualquer pro-
vel de recursos naturais. O povo pantaneiro e seus reba- grama de desenvolvimento sustentável para a região.
nhos de gado vacum têm explorado o potencial econômico Programas bem-sucedidos de desenvolvimento susten-
da região por séculos e, não obstante, acredita-se que a re- tável no Pantanal trarão benefícios que transcenderão as
gião ainda abrigue a mais alta concentração de vida silves- fronteiras da planície pantaneira. Tais programas poderão
tre do Novo Mundo. servir de modelo para outras regiões do continente cujas
Nas últimas décadas, porém, uma série de fatores tem paisagens são semelhantes às do Pantanal. Aproximada-
contribuído para a degradação ambiental e para o declínio mente 50% da superfície da América Latina é composta por
na qualidade de vida daqueles que vivem e trabalham no savanas e campos que se assemelham ao Pantanal nos as-
Pantanal. Aliado a isso, a crescente preocupação da socie- pectos ambiental e socioeconômico. O cerrado brasileiro,
dade com as questões ambientais e com a proteção da bio- os lhanos venezuelanos, o chaco boliviano, as estepes ar-
diversidade fez com que o interesse pelo Pantanal deixasse gentinas e a puna andina são exemplos de tais formações.
de ser exclusividade dos pantaneiros. Desse modo, o Pan- Comparados às florestas úmidas, savanas e campos têm
tanal passou a ser um importante foco de atenção dos de- recebido pouca atenção da comunidade conservacionista.
mais brasileiros, assim como de estrangeiros. Não obstante, savanas e campos abrigam uma biodiversi-
Nesta vasta comunidade de pessoas e organizações pre- dade única e uma grande abundância de vida silvestre.
ocupadas com o Pantanal, prevalece a noção de que o ca- Este estudo aborda, através de entrevistas pessoais, a
minho a seguir é o da conciliação entre proteção ambiental e opinião sobre meio ambiente e desenvolvimento socioeco-
desenvolvimento socioeconômico. Porém, pela particulari- nômico dos quatro principais segmentos sociais que atuam
dade de ser composto quase exclusivamente por proprieda- no Pantanal: 1) Pecuaristas, gerentes de fazenda e peões;
des privadas (fazendas de gado, mais especificamente), 2) Pescadores profissionais; 3) Profissionais do turismo; e
empreendimentos no Pantanal, mais que em qualquer outro 4) Ambientalistas. As entrevistas foram elaboradas para ava-
lugar, devem levar em conta os interesses da comunidade liar os sentimentos dos entrevistados em relação à biodiver-
local. Assim, a opinião dos pecuaristas sobre meio ambiente sidade, sua percepção dos problemas ambientais e socioe-
e desenvolvimento, e seus conflitos e convergências com a conômicos no Pantanal, e suas opiniões sobre as causas de
opinião dos demais segmentos sociais locais, quais sejam, tais problemas e as soluções para eles. 5
O PANTANAL
instituições. Enquanto uma porcentagem significativa dos Segundo a opinião pública local, as populações de ani-
pecuaristas aprovava o Ibama e a Sodepan, nenhum dos mais silvestres terrestres estão em geral aumentando ao in-
ambientalistas entrevistados o fazia. Por outro lado, uma parte vés de diminuindo no Pantanal. A população de onça-pinta-
significativa dos ambientalistas apoiava o CI e o SESC Pan- da está aumentando na opinião de muitos entrevistados e
tanal, enquanto nenhum dos pecuaristas (e nenhum dos pro- diminuindo na opinião de outros tantos. Independentemente
fissionais do turismo) considerava aquelas instituições be- da direção da mudança no tamanho da população de onça-
néficas para a sociedade e meio ambiente do Pantanal. pintada, o fato é que uma grande porcentagem dos panta-
O Ibama foi considerado uma instituição ruim por uma neiros tinha alguma opinião sobre a situação da espécie.
grande porcentagem dos entrevistados, exceto pelos pes- Este resultado sugere uma preocupação particular do pan-
cadores profissionais (Figura 8). Também altamente rejeita- taneiro com a onça-pintada.
dos pela opinião pública foram a Sema/Fema e a Polícia Não obstante, a onça é raramente vista, considerando
Florestal. Uma porcentagem significativa dos pecuaristas e que 1/3 dos pecuaristas, gerentes e peões entrevistados
profissionais do turismo do Pantanal Norte rejeitava a Eco- nunca tinha visto o animal. A única sub-região onde todos
trópica e o SESC Pantanal, enquanto uma porcentagem sig- os entrevistados tinham visto a onça pelo menos uma vez
nificativa dos pecuaristas e profissionais do turismo do Pan- foi a de Cáceres. Os relatos dos pescadores sugerem uma
tanal Sul rejeitava o CI. Por outro lado, dois dos oito ambien- abundância relativamente alta de onça naquela sub-região.
talistas entrevistados consideravam a Sodepan uma institui- Os resultados das entrevistas com pecuaristas, gerentes e
ção ruim. peões também sugerem uma alta abundância de onças em
Cáceres, seguida pela sub-região de Aquidauana. Estes re-
sultados corroboram com o padrão de distribuição relatado
por Quigley e Crawshaw (1992).
A onça ficou em segundo lugar na lista das espécies-
símbolo e em primeiro, de longe, na lista das espécies noci-
vas. De fato, a onça é a espécie sobre a qual a maior por-
centagem dos pantaneiros tem alguma opinião, independen-
temente se a opinião é positiva ou negativa.
A maioria dos pecuaristas, gerentes e peões tem uma 17
opinião negativa sobre as onças e a maioria dos pescadores nho das populações de peixes. Do mesmo modo, não se
profissionais tem uma opinião negativa sobre os jacarés. acredita que os incêndios tenham algum impacto sobre os
Enquanto a escolha das espécies-símbolo tem uma base animais terrestres. As principais causas da diminuição na
sentimental, a onça e o jacaré são considerados espécies abundância de peixes, segundo a opinião pública, são a pes-
nocivas por razões econômicas. Em outras palavras, a opi- ca predatória e a sobrepesca, enquanto as causas da dimi-
nião negativa sobre aquelas espécies resulta unicamente nuição no tamanho das populações de animais terrestre são
do suposto prejuízo material por elas imposto. as doenças e os problemas reprodutivos. Portanto, o pro-
Os argumentos para se preservar a biodiversidade divi- blema com o assoreamento e a poluição dos rios, assim como
dem pecuaristas, gerentes, peões e pescadores profissio- com os incêndios, é o prejuízo material que eles impõem
nais de um lado e profissionais de turismo e ambientalistas sobre a pecuária, a pesca e o turismo ao invés de seu im-
do outro. O segundo grupo aponta principalmente razões pacto sobre a biodiversidade. Em outras palavras, tais pro-
financeiras e científicas para se preservar a fauna e a flora blemas relacionados ao meio ambiente são de ordem pri-
regionais, enquanto o primeiro grupo baseia seus argumen- mordialmente econômica, e não ambiental.
tos em razões sentimentais. Esta divergência pode resultar Todas as categorias de entrevistados concordam que a
em problemas de comunicação e deve ser levada em conta implementação de políticas públicas e de fiscalização são
nas interações entre os dois grupos. importantes soluções para os problemas ambientais do Pan-
Segundo a opinião pública local, os principais problemas tanal. Ainda que a sociedade civil possa influenciar as políti-
ambientais no Pantanal são o assoreamento e a poluição cas públicas, as organizações governamentais estariam na
dos rios. Acredita-se, porém, que estes problemas tenham melhor posição para resolver os problemas ambientais, vis-
suas origens fora da planície pantaneira. Tais origens seri- to que elas são as responsáveis pela fiscalização (Ibama,
am o desmatamento e o uso de agrotóxicos nos planaltos Sema/Fema e Polícia Florestal) e pela elaboração das polí-
adjacentes e o despejo de resíduos sólidos e esgoto em ticas públicas. Outras soluções importantes são a implemen-
Cuiabá, Coxim, Miranda e outros centros urbanos ao redor tação da educação e da consciência ambiental, o que é, em
da bacia. Incêndios também são considerados um problema grande parte, uma obrigação dos órgãos governamentais.
ambiental importante. Incentivos fiscais, crédito subsidiado e melhoria das es-
Não existia a percepção de uma relação causal entre o tradas de acesso, dos transportes e de outros setores de
18 assoreamento e a poluição dos rios e a diminuição no tama- infra-estrutura – que são as mais importantes soluções para
os problemas socioeconômicos no Pantanal, segundo pe- pantaneira. Portanto, a criação de áreas protegidas dentro
cuaristas, gerentes e profissionais do turismo – também são do Pantanal, que é tida como a principal ou única ação das
responsabilidade do governo. Em suma, pecuaristas e ge- ONGs, não traria nenhum benefício para a biodiversidade
rentes em geral sentem falta de apoio do governo para recu- local. Os entrevistados que acreditam que a criação de áre-
perar e manter a pecuária tradicional. as protegidas pode ser prejudicial para a biodiversidade ter-
Ao contrário dos pecuaristas e gerentes e profissionais restre argumentam que a vida silvestre se beneficia da infra-
do turismo, os ambientalistas não vêem os incentivos do estrutura construída para a pecuária (por exemplo, bebendo
governo e os investimentos para manter a pecuária tradicio- água dos poços artificiais e comendo sal mineral dos co-
nal como soluções importantes para os problemas socioe- chos) e que a remoção do gado pode levar ao crescimento
conômicos regionais. Segundo os ambientalistas entrevista- da macega. Como a macega é inflamável, seu crescimento
dos, a implementação de economias alternativas, tais como resulta em maior risco de incêndio e, portanto, em uma ame-
o ecoturismo e a criação de animais silvestres, seria uma aça à vida silvestre e à economia das fazendas no entorno.
solução mais promissora. Além disso, os ambientalistas apos- Além disso, a macega densa que se forma com a remoção
tam na pecuária de carne orgânica como uma importante do gado dificultaria o movimento de mamíferos de grande
solução para a crise econômica e como um caminho para porte tais como o cervo-do-pantanal, a capivara, o caitetu, o
se minimizar os conflitos entre atividade econômica e pre- queixada e, conseqüentemente, da onça-pintada. Finalmente,
servação ambiental. Apenas uma minoria dos pecuaristas é bem difundida entre os pecuaristas e gerentes a noção de
entrevistados concorda com essa noção. que a pecuária tradicional é perfeitamente compatível com a
Pecuaristas, gerentes e profissionais do turismo em ge- conservação da vida silvestre. O argumento clássico em fa-
ral não acreditam que as ONGs ambientalistas tragam be- vor de tal noção é o de que a pecuária é explorada na região
nefícios. De fato, uma proporção significativa dos entrevis- há mais de 200 anos e, mesmo assim, a vida silvestre ainda
tados naquelas categorias acredita que as ONGs ambienta- é abundante em todo o Pantanal.
listas sejam prejudiciais para o meio ambiente e a economia A presença relativamente forte do Ibama, da Polícia Flo-
do Pantanal. A opinião de que as ONGs não trazem nenhum restal, da Sema e da Fema resulta na forte opinião pública
benefício resulta, em parte, da percepção de que a biodiver- sobre aquelas instituições. Poucos entrevistados tinham opi-
sidade do Pantanal não está ameaçada e de que os proble- nião neutra sobre elas. Enquanto a opinião sobre o Ibama, a
mas ambientais da região têm sua origem fora da planície Polícia Floresta, a Sema e a Fema são divididas entre posi- 19
tivas e negativas, a Embrapa é amplamente aprovada pela das ou aceitas pelos demais segmentos sociais, não servin-
opinião pública. O alto índice de aprovação pública da do como bases sólidas para a tomada de decisões. Mais
Embrapa, assim como os baixos índices de rejeição da pesquisa será necessária para se determinar com razoável
UFMS, UFMT e Uniderp, sugere que o apoio da ciência e acurácia a situação das populações de animais silvestres,
tecnologia é valorizado e respeitado pela comunidade local. as conseqüências a longo prazo das alterações nos regi-
Ainda que não tenha sido abordado diretamente nas en- mes de cheias, a viabilidade de atividades econômicas e
trevistas, as opiniões coletadas durante este estudo suge- sistemas de manejo de gado alternativos, o impacto da re-
rem a existência de um sentimento de “orgulho pantaneiro”. moção do gado sobre a vida silvestre e, acima de tudo, os
Pecuaristas, gerentes de fazenda, peões e pescadores pro- conflitos e oportunidades de conciliação entre os interesses
fissionais expressam orgulho de viver e trabalhar no Panta- de diferentes segmentos sociais. Sem bases científicas sufi-
nal, assim como de colaborar, como acreditam, para a ma- cientemente sólidas, as decisões relativas ao meio ambien-
nutenção da biodiversidade da região. Tal sentimento tem te e ao desenvolvimento no Pantanal, por ora, deverão ser
um papel importante na relação homem-meio ambiente e baseados no processo subjetivo da negociação. Esta nego-
deve ser levado em conta nas decisões relativas ao meio ciação deverá levar em conta um sistema consensual de
ambiente e ao desenvolvimento da região. prioridades e valores, resultante de um debate democrático
A maioria dos conflitos de opinião entre as categorias de no qual todas as partes envolvidas têm oportunidades iguais
entrevistados resulta da falta de informação. Em alguns ca- de expressar seus interesses e opiniões particulares.
sos, se desconhece a resposta para questões cruciais. Em Esperamos que os resultados aqui apresentados contri-
outros casos, as respostas, embora conhecidas, não são buam para tal debate.
suficientemente difundidas. Qualquer que seja o caso, a so-
lução lógica para os conflitos entre segmentos sociais é a
geração de conhecimento relevante através da pesquisa ci-
entífica e sua divulgação ampla e transparente na comuni-
dade regional. Os argumentos científicos e monetários atu-
almente usados pelas ONGs e profissionais do turismo para
sustentar algumas de suas opiniões sobre meio ambiente e
20 desenvolvimento ainda não são devidamente compreendi-
TABELAS
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Tabela 4. Causas da diminuição no tamanho populacional do cervo-do-pantanal, tamanduá-bandeira, outros mamíferos,
jaburu e outras aves nos Pantanais Sul e Norte segundo a opinião pública local. Menção espontânea por 115 entrevistados.
Não houve opinião sobre as causas da diminuição no tamanho populacional da onça-pintada.
Pantanal Sul
Doenças 3 4 14 3 24
Enchentes 4 0 12 0 16
Baixa adaptabilidade 0 0 8 0 8
Pastos sujos devido à ausência de gado 5 0 0 0 5
Não sabe 0 4 3 0 7
Pantanal Norte
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Tabela 5. Espécies ou grupos animais Espécie ou grupo Pantanal Sul Pantanal Norte TOTAL Porcentagem
cujas populações estão aumentando
Jacaré (Caiman crocodilus yacare) 52 30 82 43,2
de tamanho no Pantanal, segundo a
Capivara (Hidrochaeris hidrochaeris) 39 16 55 28,9
opinião pública local. Número de men- Onça-pintada (Panthera onca) 29 12 41 21,6
ções espontâneas e porcentagem por Queixada (Tayassu pecari) 24 4 28 14,7
espécie ou grupo. Número total de Porco-monteiro (Sus scrofa) 22 1 23 12,1
entrevistados: 190. Ariranha (Pteronura brasiliensis) 10 10 20 10,5
Nenhum 14 6 20 10,5
Caitetu (Tayassu tajacu) 17 1 18 9,5
Arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus) 10 4 14 7,4
Cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) 6 4 10 5,3
Lontra (Lutra longicaudis) 9 1 10 5,3
Veado-mateiro (Mazama americana) 6 3 9 4,7
Anta (Tapirus terrestris) 3 4 7 3,7
Periquito (Myiopsitta monachus) 7 0 7 3,7
Ema (Rhea americana) 6 0 6 3,2
Onça-parda (Puma concolor) 3 3 6 3,2
Passarinhos 4 1 5 2,6
Jaguatirica (Leopardus pardalis) 1 3 4 2,1
Lobinho (Cerdocyon thous) 4 0 4 2,1
Mutum (Crax fasciolata) 4 0 4 2,1
Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) 4 0 4 2,1
Papagaio (Amazona aestiva) 3 0 3 1,6
Piranha (Pygocentrus nattereri) 0 3 3 1,6
Tatu-liso (Euphractus sexcinctus) 3 0 3 1,6
Tucano (Ramphastos toco) 3 0 3 1,6
Todos 1 1 2 1,1
Não sabe 3 0 3 1,6
Anhuma (Chauna torquata) 1 0 1 0,5
Arancuã (Ortalis canicollis) 1 0 1 0,5
Bugio (Alouatta caraya) 0 1 1 0,5
Carcará (Polyborus plancus) 0 1 1 0,5
Colhereiro (Platalea ajaja) 1 0 1 0,5
Jacutinga (Pipile cumanensis) 1 0 1 0,5
Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) 1 0 1 0,5
Pato (Cairina moschata) 1 0 1 0,5
Peixes (Pseudoplatystoma, Salminus, Paulicea, Piaractus) 1 0 1 0,5
Quati (Nasua nasua) 0 1 1 0,5
Tamanduá-banderia (Myrmecophaga tridactyla) 1 0 1 0,5
Na categoria “pecuaristas e gerentes”, Tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) 0 1 1 0,5
cerca de 30% dos entrevistados acredi- Jaburu (Jabiru mycteria) 1 0 1 0,5
tam que o tamanho da população da Veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus) 1 0 1 0,5
onça-pintada está aumentando. TOTAL 297 111 408 25
Tabela 6. Causas do aumento no tamanho das populações de jacaré, capivara, onça-pintada, outros mamíferos (porco-monteiro, onça-parda,
caitetu, queixada, anta, veado, cervo-do-pantanal, tamanduá-bandeira, tatu-liso, lontra, ariranha e quati) e aves (periquito, arara-azul, pato,
colhereiro, ema, arancuã e mutum) no Pantanal Sul, segundo a opinião pública local. Número de menções espontâneas por 125 entrevistados.
Causa do aumento Jacaré Capivara Onça- pintada Outros mamíferos Aves TOTAL
Proibição da caça 14 10 8 22 2 56
Falta de enchentes 2 1 0 5 0 8
Alto sucesso reprodutivo 2 1 0 3 1 7
Conscientização sobre meio ambiente 1 1 1 3 0 6
Abundância de alimento (pastos) 0 2 0 2 0 4
Desmatamento nos arredores do Pantanal 0 0 0 3 0 3
Diminuição de presença humana 0 0 1 1 0 2
Variação natural 1 1 0 0 0 2
Abundância de alimento (frutas) 0 0 0 0 2 2
Sua carne não é apreciada 0 1 0 0 0 1
Esperto e eficiente em defender-se 0 0 1 0 0 1
Não sabe 1 1 0 0 0 2
Tabela 7. Causas do aumento no tamanho das populações de jacaré, capivara, onça-pintada, outros mamíferos (porco-monteiro, onça-parda,
caitetu, queixada, anta, veado, cervo-do-pantanal, tamanduá-bandeira, lontra, ariranha, quati e jaguatirica), aves (periquito, arara-azul, carcará)
e piranha no Pantanal Norte, segundo a opinião pública local. Número de menções espontâneas por 65 entrevistados.
Causa do aumento Jacaré Capivara Onça-pintada Outros mamíferos Aves Piranha TOTAL
Proibição da caça 17 9 5 20 5 1 57
Reproduz bem 2 1 0 2 1 1 7
Migração 0 0 1 2 0 0 3
Desmatamento nos arredores do Pantanal 0 0 1 2 0 0 3
Enchentes 1 1 0 0 0 0 2
Abandono das fazendas 0 0 1 1 0 0 2
Projeto Arara-azul 0 0 0 0 2 0 2
Alta adaptabilidade 0 0 0 0 2 0 2
Turismo 0 0 1 0 0 0 1
Enchente de 1997 0 0 1 0 0 0 1
Conscientização sobre meio ambiente 0 0 0 0 1 0 1
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Tabela 8. Animal-símbolo do Pantanal, segundo a opinião pública local. Número e
porcentagem de menções espontâneas por 190 entrevistados.
Jaburu 60 20 80 42,1
Onça-pintada 36 9 45 23,7
Cervo-do-pantanal 37 7 44 23,2
Arara-azul 12 7 19 10,0
Jacaré 10 9 19 10,0
Tamanduá-bandeira 9 1 10 5,3
Ariranha 6 0 6 3,2
Cutia 4 0 4 2,1
Tucano 3 0 3 1,6
Garça-branca 3 0 3 1,6
Anta 1 1 2 1,1
Anhuma 1 0 1 0,5
Ema 1 0 1 0,5
Lobo-guará 1 0 1 0,5
Gado 1 0 1 0,5
Veado-mateiro 1 0 1 0,5
Japu 0 1 1 0,5
Sucuri 0 1 1 0,5
Colhereiro 1 0 1 0,5
Jaguatirica 1 0 1 0,5
Curicaca 1 0 1 0,5
Todos 1 0 1 0,5
Papagaio 1 0 1 0,5
Capivara 1 0 1 0,5
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Tabela 9. Porcentagem dos entrevistados em cada categoria que escolheram o jaburu
(Jabiru mycteria) e a onça-pintada (Panthera onca) como espécie-símbolo do Pantanal.
Número total de entrevistados: 190.
Onça-pintada 56 20 76 40,0
Nenhum 37 19 56 29,5
Jacaré 17 13 30 15,8
Capivara 10 1 11 5,8
Cobras 1 9 10 5,3
Ariranha 0 3 3 1,6
Cutia 3 0 3 1,6
Tatus 0 1 1 0,5
Sucuri 0 1 1 0,5
Piranha 0 1 1 0,5
Queixada 0 1 1 0,5
Caitetu 1 0 1 0,5
Carcará 1 0 1 0,5
Porco-monteiro 1 0 1 0,5
Cão doméstico 1 0 1 0,5
Lobinho 1 0 1 0,5
Não sabe 3 0 3 1,6
Tabela 12. Problemas relacionados ao meio ambiente no Pantanal Sul, segundo a opinião pública local. Número de menções espon-
tâneas por 125 entrevistados.
TOTAL 25 23 45 22 115
30
Tabela 14. Soluções para os problemas relacionados ao meio ambiente do Pantanal, segundo a opinião pública local. Respostas agrupa-
das em categorias segundo as ações mencionadas por 106 entrevistados. Peões e pescadores profissionais não foram incluídos.
Tabela 15. Soluções para os problemas sócio-econômicos do Pantanal, segundo a opinião pública local. Respostas agrupadas em catego-
rias, segundo as ações mencionadas por 106 entrevistados. Peões e pescadores profissionais não foram incluídos.
O que poderia ser feito para melhorar a qualidade de vida Porcentagem dos entrevistados
Nada 36
Mais escolas e melhor educação 14
Melhoria nos transportes 11
Aumento do salário 8
Criação de mais empregos 8
Mais acesso à energia elétrica 6
Outros 17
32