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FACULDADE DE DIREITO
DIREITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA I (Manhã)
PROFª: HELENA ELIAS PINTO
SUMÁRIO
CAPÍTULO PÁG
1) Apresentação 3
2) Introdução 4
3) Ato Vinculado 5
4) Ato Discricionário 5
5) Controle Judicial 6
6) Abuso do Poder 7
9) Conclusão 12
10) Bibliografia 13
2
1. Apresentação
3
2. Introdução
1
Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 33ª Ed. São Paulo: Malheiros
Editores, 2007. p. 87.
4
3. Ato Vinculado
4. Ato Discricionário
5
Um exemplo de ato discricionário está explicitado no art. 130 da lei 8.112
de 1990, no qual a lei concede à Administração Pública o direito de optar por
converter a penalidade de suspensão ao servidor público em multa, com base
“na conveniência para o serviço”. Desta forma, fica explícita a dosagem de
liberdade e limitação ao Ato Discricionário.
5. Controle Judicial
6
Santos Carvalho Filho, “a exacerbação ilegítima desse tipo de controle reflete
ofensa ao princípio republicano da separação de Poderes”.2
6. Abuso do Poder
2
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 23ª Ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2010. pg. 58
3
JÚNIOR, José Cretella. O “Desvio de Poder” na Administração Pública. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Editora
Forense, 2002. pg. 86.
7
É importante salientar que o legislador, ao conceder certa margem de
escolha ao agente, objetivou unicamente que o administrador, no caso
concreto, escolhesse a melhor solução para a questão, ou seja, “a Solução
dentre as soluções possíveis”. Com isto, podemos depreender que a “Melhor
Solução” seria “Única”, ou seja, de certa forma “Vinculada”.
Assim, caso a solução encontrada pelo legislador não seja, de fato, a
melhor possível, ou esteja vinculado a um fim diverso à finalidade pública,
devemos analisar o ato, verificando a possibilidade da ocorrência de “abuso de
poder”.
Segundo José Cretella Júnior, a ocorrência mais freqüente de abuso de
poder está, em matéria administrativa, nos seguintes campos: Funcionalismo,
Desapropriação, Poder de Polícia e Licitação. Por isto, pinçaremos da
jurisprudência, casos que demonstrem a dificuldade de assegurar que um ato
discricionário está em conformidade com os princípios constitucionais do
Direito administrativo.
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“I - O Decreto nº 4.541/79 do Estado do Amazonas prevê
expressamente a hipótese de movimentação de bombeiro militar para o
atendimento de necessidade do serviço.” (grifo nosso)
“II - Inexistindo indícios de eventual desvio de finalidade, a
movimentação promovida pela autoridade dita coatora, que tem respaldo na
legislação, traduz-se em exercício regular do poder discricionário da
Administração Pública.” (grifo nosso)
Desta forma, segue decisão do Tribunal Superior: “O impetrante não
demonstrou, de plano, a liquidez e certeza de seu alegado direito,
relativamente à alteração de função, movida por "perseguição política".
Recurso desprovido." (RMS 14.427/SE, 5ª Turma, Rel. Min. José Arnaldo da
Fonseca, DJ de 09/12/2002)
“Verifico, no entanto, que às fls. 67 dos autos, encontra-se a
correspondente fundamentação da conduta que determinara a movimentação
do militar, traduzida, expressamente, na "necessidade de serviço". (grifo
nosso)
*****
Assim, baseados nos fundamentos acima e na falta de indícios que
comprovem o desvio de finalidade sugerido, o Tribunal entende que a ação da
Administração Pública está dentro do exercício do poder discricionário, previsto
regularmente na legislação, e que, deste modo, não cabe o controle do juízo de
conveniência e oportunidade do Poder Público.
A partir da análise deste caso, poderíamos tecer alguns comentários
importantes.
Ressalvada a questão do mérito, julgado com base nas alegações e
provas de ambas as partes, podemos verificar que o Recorrente é a parte
hipossuficiente nesta relação, uma vez que a ele cabe o ônus de provar que a
“necessidade de serviço” alegada não era a verdadeira motivação do ato.
Convém salientar que mesmo que a finalidade da transferência não
fosse o interesse público, e sim provocada por objetivos pessoais dos
superiores, a discricionariedade dada ao administrador poderia certamente
mascarar o diverso fim. Afinal, quem poderia desconfiar que este ou aquele
grupamento necessitasse de um servidor com as qualidades do recorrente?
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Porém, é importante frisar, que não estamos fazendo juízo de valor do
caso, mas somente apontando a fragilidade que encontramos em alguns
casos, na liberdade que o ato discricionário fornece à Administração Pública.
8. Caso 2 – Desapropriação
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do processo administrativo que culminou com a edição do decreto
atacado pela via do presente mandado de segurança.” (grifo nosso)
• (g) “É requisito da declaração expropriatória a perfeita
identificação do bem sobre o qual recairá a desapropriação, sob
pena de nulidade.” (grifo nosso)
*****
Analisando as alegações da Impetrante, a Relatora Min. Denise Arruda
acolheu a tese do desvio de poder, afirmando que o fato de o Decreto
Expropriatório beneficiar uma única empresa privada, caracteriza o desvio de
finalidade, contrariando ainda, os princípios da impessoalidade e da
moralidade administrativa.
Para este argumento, a Ministra se utiliza do parecer do administrativista
Diógenes Gasparini4: “Não cabe ao Poder Público, notadamente o municipal,
desapropriar certa área de terras e doá-la ou vendê-la a determinada empresa
privada para que construa um edifício industrial e nele instale e desenvolva sua
atividade. Com efeito, não se está diante de uma desapropriação nos termos
da Constituição Federal, mas em face de um desapossamento para atender a
um interesse privado e, como já vimos, isso é inconstitucional.”
Desta forma, o STJ acolheu o Recurso tanto pelo desvio de finalidade,
como pelo vício de competência, declarando a nulidade do Decreto 7.917/2001,
expedido pelo Governador do Estado da Bahia.
Com base no caminho perseguido pelo STF na doutrina, legislação e
jurisprudência até chegar à decisão, podemos tecer alguns comentários.
De fato, a desapropriação, embora deva obedecer ao fim público, em
muitos casos, o que ocorre é um beneficiamento de particulares, que de certa
forma irão explorar a área desapropriada. Portanto, é importante observar, que
este beneficiamento deve ser uma conseqüência do fim público, ou seja, lado a
lado com o lucro do investidor, é necessário que ocorram ganhos consideráveis
para a sociedade em geral.
Como observado, é muito tênue a linha que separa o mero fim particular
de um concreto desenvolvimento local. Por isto, é muito importante que a
motivação do ato expropriatório venha acompanhada de estudos que
comprovem faticamente a “utilidade pública” da ação.
4
GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo, 9ª ed., rev. e atual., São Paulo: Saraiva, 2004, pg. 692
11
9. Conclusão
12
10. Bibliografia
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