Existem três posições doutrinárias sobre a relevância jurídica do preâmbulo de uma Constituição: (1) a tese da irrelevância jurídica, que considera o preâmbulo como um elemento político e não jurídico; (2) a tese da plena eficácia, que atribui ao preâmbulo a mesma força normativa das demais disposições constitucionais; e (3) a tese da relevância jurídica indireta, que reconhece o papel orientador do preâmbulo na identificação dos
Existem três posições doutrinárias sobre a relevância jurídica do preâmbulo de uma Constituição: (1) a tese da irrelevância jurídica, que considera o preâmbulo como um elemento político e não jurídico; (2) a tese da plena eficácia, que atribui ao preâmbulo a mesma força normativa das demais disposições constitucionais; e (3) a tese da relevância jurídica indireta, que reconhece o papel orientador do preâmbulo na identificação dos
Existem três posições doutrinárias sobre a relevância jurídica do preâmbulo de uma Constituição: (1) a tese da irrelevância jurídica, que considera o preâmbulo como um elemento político e não jurídico; (2) a tese da plena eficácia, que atribui ao preâmbulo a mesma força normativa das demais disposições constitucionais; e (3) a tese da relevância jurídica indireta, que reconhece o papel orientador do preâmbulo na identificação dos
jurdica? Trs so as posies apontadas pela doutrina e sistematizadas por Jorge Miranda: a) tese da irrelevncia jurdica: o prembulo situa -se no domnio da poltica, sem relevncia jurdica; b) tese da plena eficcia: tem a mesma eficcia jurdica dasnormas constitucionais, sendo, porm, apresentado de forma no articulada; c) tese da relevncia jurdica indireta: ponto intermedirio entre as duas, j que, muito embora participe das caractersticas jurdicas da Constituio, no deve ser confundido com o articulado. Jorge Miranda ensina que o prembulo, ... proclamao mais ou menos solene, mais ou menos significante, anteposta ao articulado constitucional, no componente necessrio de qualquer Constituio, mas to somente um elemento natural de Constituies feitas em momentos de ruptura histrica ou de grande transformao poltico social.57 Nesse sentido, o Ministro Celso de Mello, aps interessante estudo, conclui que o prembulo ... no se situa no mbito do Direito, mas no domnio da poltica, refletindo posio ideolgica do constituinte (...). No contm o prembulo, portanto, relevncia jurdica. O prembulo no constitui norma central da Constituio, de reproduo obrigatria na Constituio do Estado -membro. O que acontece que o prembulo contm, de regra, proclamao ou exortao no sentido dos princpios inscritos na Carta (...). Esses princpios sim, inscritos na Constituio, constituem normas centrais de reproduo obrigatria, ou que no pode a Constituio do Estado -membro dispor de forma contrria, dado que, reproduzidos, ou no, na Constituio estadual, incidiro na ordem local....
Para o constitucionalista Jorge Miranda, o prembulo constitui uma
"proclamao mais ou menos solene, mais ou menos significante, anteposta ao articulado constitucional, e no componente necessrio de qualquer constituio, mas to somente um elemento natural de constituies feitas em momentos de ruptura histrica ou de grande transformao poltico-social". Muito se discute a respeito da relevncia jurdica do prembulo de uma Constituio, especialmente quanto sua eficcia jurdica e possibilidade de uma lei ser declarada inconstitucional por contrariar o seu texto. A matria no pacifica na doutrina. Jorge Miranda ensina que h trs posies doutrinrias sobre o tema: (a) a tese da irrelevncia jurdica, segun-do a qual o prembulo no se situa no domnio do Direito, mas sim no da poltica; (b) a tese da plena eficcia, que reconhece ao prembulo a mesma eficcia jurdica de quaisquer outras disposies constitucionais; e (c) a tese da relevncia jurdica indireta, segundo a qual o prembulo desempenha um papel orientador na identificao das caractersticas da Constituio, mas no se confunde com suas normas. No Brasil, a questo foi enfrentada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da Ao Direta de Inconstitucionalidade 2.076-5, relator Mnistro Carlos Velloso, em que se discutia a constitucionalidade do prembulo da Constituio do Estado do Acre, pelo fato de haver sido omitida a referncia proteo de Deus, presente no prembulo da Constituio Federal de 1988. O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que o prembulo da Constituio Federal de 1988 no constitui norma central, e que a invocao da proteo de Deus no se trata de norma de reproduo obrigatria na Constituio Estadual, porque no possui fora normativa. Para o Tribunal, o prembulo no se situa no mbito do Direito, mas no domnio da poltica, refletindo posio ideolgica do constituinte. No possui o prembulo, portanto, relevncia jurdica, no constitui norma central da Constituio, de reproduo obrigatria na Constituio do estado-membro. Em outra ao (Mandado de Segurana 24.645!DF), na qual parlamentares requeriam a suspenso da tramitao da proposta que veio a resultar na Emenda Constitucional 4112003 (Reforma da Previdncia), por ofensa ao texto do prembulo da Constituio Federal de 1988, o Ministro Celso de Mello negou a segurana, deixando assente que o contedo do prembulo no impe qualquer limitao de ordem material ao poder reformador outorgado ao Congresso Nacional. Em sntese, podemos concluir que o prembulo da Constituio Fede-ral de 1988: (a) no se situa no mbito do Direito Constitucional; (b) no tem fora normativa; (c) no .norma de observncia obrigatria pelos estados- membros, Distrito Federal e municpios; (d) no serve de parme-tro para a declarao da inconstitucionalidade das leis; (e) no constitui limitao atuao do poder cnstitunte derivado, ao modificar o texto constitucional. Sem embargo dessas concluses, a doutrina ptria costuma reconhecer ao prembulo da Constituio Federal de 1988 a funo de diretriz interpretativa do texto constitucional, por auxiliar na identificao dos princpios e valores primordiais que orientaram o constitunte orignrio na sua elaborao