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ADM: RIONOG/MÉTODOS ATUARIAIS/M.Atuariais-INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

HISTÓRICO

Em 1963, os atuários brasileiros iniciaram o projeto PETROS, respeitando a ética securi-


tária e as limitações econômicas da previdência complementar.

De um lado, os empregados da PETROBRÁS desejavam preservar a renda salarial da


vida ativa; de outro lado, a empresa exigia a invariabilidade das taxas contributivas e restringia os
gastos de implantação.

Impunha-se, portanto, o Regime de Capitalização Ortodoxa, em Grupo Aberto, para


reduzir o prêmio médio com a rotatividade dos participantes e a solidariedade contributiva das
gerações atual e futuras.

Impunha-se, também e em conseqüência, a investigação do processo evolutivo das


distribuições etária e salarial da população amparada.

Estudos desse gênero remontam à virada do século; RICHARD et PETIT, em livro


clássico 1 de 1922, citavam os primeiros ensaios de VON BORTKIEWICZ e KAAN para os seguros
sociais alemão e austríaco; em 1926, CANTELLI 2 a eles retornava, pressupondo a estabilidade
etária da população segurada, restrição logo amenizada por TRICOMI 3 em trabalho de mesmo
título.

Em 1941, ainda sob a hipótese de CANTELLI, PORTO CARREIRO estabelecia a rela-


ção geral entre as distribuições etárias das gerações atual e futuras4, e, quase vinte anos depois,
QUARTIN, inspirado nas idéias de COPPINI5, partia da mesma estabilidade etária para ensaiar os
primeiros confrontos de taxas entre regimes abertos e fechados 6 .

É bem de ver que os dois ilustres atuários patrícios reconheciam as vantagens da técnica
do grupo aberto.

Em 1960, QUARTIN encontrava-se com ÁLVARO VINDAS (Costa Rica) e ROBERT


J.MYERS (U.S.A.), para formar o Grupo Preparatório de Trabalho da COMISSÃO REGIONAL
INTERAMERICANA DE ATUÁRIOS E ESTATÍSTICOS DA SEGURIDADE SOCIAL. Rela-
tor do Grupo, legou-nos extenso material didático sobre os métodos de financiamento da Seguri-
dade Social, insistindo sobre as desvantagens do sistema de prêmio médio por geração 7.

1
RICHARD, P.J. et PETIT, E. (Théorie Mathématique des Assurances, GASTON DOIN, ÉDITEUR, 1922, Tome
Second, pag. 189).
2
CANTELLI, F. P. (Sui Metodi di Calcolo nelle Assicurazioni Sociali, Le Assicurazioni Sociali, fasc. di marzo-
aprile, 1926, Appendice).
3
TRICOMI, F.C. (Sui Metodi di Calcolo nelle Assicurazioni Sociali, Giornale dell’Insituto Italiano degli
Attuari, 1930).
4
PORTO CARREIRO.O (Lei de Distribuição dos Novos Entrados no Seguro Social, Revista Brasileira de
Atuária, Julho de 1941, Vo. 1, Nº 2, pags. 3 a 25).
5
COPPINI, M.A. (Lezioni di Tecnica delle Assicurazioni Sociali, Editrice Veschi, Roma, 1955).
6
QUARTIN PINTO DE MOURA, G. (La Technique de Groupe Ouvert dans l’assurance-invalidité-veillesse-
décès, Revue internationale d’actuariat et de statistique de la Sécurité Sociale, 1958, Nº 2, pags. 215 a 256).
7
Cf. QUARTIN, P.M.G (Regime Financeiro da Seguridade Social, Estudo Preliminar, AISS,1960).
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Em 1963, PORTO CARREIRO estimulava pesquisas sobre a dinâmica demográfica das


populações seguradas, para equilibrar os planos em grupo aberto, com taxas módicas e baixas
reservas.
Ora, naquele mesmo ano (1963), a A.I.S.S. 8 publicava o no 9 da Revue Internationale
d’Actuariat et de Statistique de La Sécurité Sociale, abrindo e fechando a PARTIE SCIENTIFIQUE
com trabalhos de MAYERSON9 e FERRAUD10 .

Ali já se iniciava claro o dualismo entre as tendências que iriam afastar os atuários norte-
americanos do ecletismo europeu. MAYERSON, didático, apenas descrevia os métodos fechados
dos pension funds (USA), resumindo a classificação proposta por TROWBRIDGE 11 ; FERRAUD,
pesquisador dos métodos abertos, investigava um caso limite da evolução temporal da distribuição
etária.

A classificação discreta de TROWBRIDGE, limitada aos grupos fechados às vezes em


nível individual12, não convenceria COPPINI, que, dois anos antes e na mesma Revue13 propunha a
gradação contínua dos grupos fechados e abertos com o seu índice marginal de capitalização.

No desenvolvimento ulterior da literatura, didática ou científica, as duas correntes não


encontraram significativos elos de ligação, fato evidenciado nas citações bibliográficas.
TROWBRIDGE e os que lhe comentavam o trabalho na T.S.A. 14 não faziam quaisquer referências à
cultura européia extensamente divulgada nas conhecidas revistas atuariais 15; assim também
WINKLEVOSS 16, que manteve o mesmo alheamento, ao dedicar algumas páginas à Pension Plan
Population Theory. Em troca, reeditando sua Lezioni em 1979, COPPINI esqueceu inteiramente os
autores norte-americanos em sua lista de vinte e dois TRATTATI e cento e vinte monografias, à
exceção de duas publicações na TSA; enfim, BOWERS, GERBER, HICKMAN, JONES e
NESBIT17 exibiram bibliografia de centena de trabalhos, com uma única referência francesa
(DUBOURDIEU) e nenhuma italiana!

Nos anos 70, levados mais pelas razões práticas do que pela especulação teórica,
seguimos a sugestão de RICHARD PETIT18, definindo o modelo demográfico-atuarial
(PROGRAMA MAIOR - PM), quer para grupos fechados, quer para os abertos em gradientes
parametrizados da evolução temporal 19; nos últimos vinte anos, a aplicação do PM facilitou a
expansão da previdência complementar entre as maiores organizações estatais, como possibilitou o
constante confronto dos resultados dos vários métodos.

8
Association Internationale de Sécurité Sociale.
9
MAYERSON, A. L.(Financing Private Pension Plans in the United States).
10
FERRAUD, L. (Sur L’evolution d’une population et de son rapport démographique).
11
TROWBRIDGE, C, (Fundamentals of pension funding, Transactions of the Society of Actuaries, Vol. IV, no 17,
1952).
12
Capítulo I, item 1.8.3.
13
Capítulo 1, Nota da pag. 2
14
Transaction of the Society of Actuaries.
15
Aktuàrske Vedy, Bulletin de l’Association des Actuaires Suisses, Bulletin de l’Institut des Actuaires Français,
Bulletin de l’Association Royale des Actuaires Belges, Blätter des Deutschen Gesellschaft für Versicherungs -
Mathematik, Giornale dell’Istituto Italiano degli Attuari, Giornale di Matematica Finanziaria, Journal of the Insti-
tute of Actuaries, Skandinavisk Aktuarietiskrift, Revue Internationale d’Actuariat et de Statistique de la Sécurité
Sociale.
16
WINKLEVOSS, H. (Pension Mathematics, with numerical illustrations, Pension Research Council, 1977).
17
Actuarial Mathematics, The Society of Actuaries.
18
op.cit., pag. 189:- Une hypothèse convenable sur la repartition par âges des différentes génerations d’assurés
étant admise, on peut étudier comment varient les cotisations à payer par les divers groupes et quel système exige,
au cours d’une période donnée, les cotisations les plus faibles.
19
Cf. Ata da 37a. Assembléia Técnica do IBA, fls. 13 a 15.
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Inclinávamo-nos obviamente para os sistemas abertos; às empresas, sobretudo às públicas,


não conviriam compromissos vultosos dos past services, mesmo diluídos em longo prazo na forma
de taxas adicionais; também aos participantes, não interessariam as grandes reservas entesouradas
pela contribuição elevada, mas prejudicadas pelas aplicações compulsórias, bastando-lhes a garantia
estatutária, com a fiança da organização oficial 20.

Tanto não implicaria qualquer tipo de maniqueísmo de nossa parte 21, pois muitos planos
temos equacionado em grupos fechados, até mesmo em contribuições tecnicamente definidas,
sempre preservando, todavia, o alvo ético da complementaridade 22 .

Nem seria coerente qualquer idiossincrasia dogmática contra este ou aquele progresso
técnico, desde que ético, quando há pouco, nos pusemos a criticar o divórcio das linhas européia e
norte-americana.

Foi, pois, com agrado e reconhecimento que recebemos de RECAMONDE a matéria prima
indispensável à confrontação de alguns métodos atuariais; uma valiosa tese 23 e a coletânea de
artigos de TROWBRIDGE.

A Ciência não deve manter fronteiras, sobretudo se dirigida ao bem-estar social; se elas
existem, demarcadas por algum tipo de obscurantismo, parece-nos dever elementar dos técnicos
analisar-lhes as causas, para suprimi-las, se possível, e evitar suas desastrosas conseqüências.

OBJETIVO
Freqüentemente, o prólogo é escrito depois dos capítulos.
Aqui, a inversão atingiu também o Capítulo 1, redigido depois dos outros para a
interposição indispensável de conceitos doutrinários e dados históricos.

Na verdade, sobretudo para desfazer confusões habituais nos órgãos do poder público,
nosso objetivo básico concentrou-se na evolução temporal de taxas, reservas, saldos e patrimônio de
uma entidade previdencial avaliada nos quatro Regimes Financeiros comumente adotados na prática
atuarial brasileira:- Capitalização Ortodoxa (CO), Repartição Pura (RP), Capitais de Cobertura
(CC) e Unit Credit (UC).

O PM alcançaria essa meta; mas, a complexidade das fórmulas gerais exigiria simulações
que empanariam a clareza do método analítico.

Preferimos, por isso, simplificar o modelo (Capítulo 2), sem restringir a validade das
conclusões gerais; imaginamos a população inicialmente constituída por imortais, admitidos no
sistema com a mesma idade xo e aposentáveis com a idade x = x o + n ; a distribuição inicial entre
as idades x o e x − 1 seria uniforme (N, em cada idade), e a retirada anual pela aposentadoria viria
compensada, em escala maior ou menor, pela entrada de fN novos imortais de idade x o , também
aposentáveis na idade x .

A imortalidade evita probabilidades e mantém as fórmulas no campo da Matemática


Financeira; ninguém dirá que tal restrição afete substancialmente as conclusões gerais da análise
algébrica, para não ser logo contestado por um argumento de continuidade.
20
Tais as razões da aceitação do regime de capitalização em patamares.
21
Cf. Capítulo 1, itens 1.3.5.5 a 1.3.5.8.
22
Cf. Lei 6 435/77 - art. 34:- As entidades fechadas consideram-se complementares do sistema oficial de
previdência e assistência social, enquadrando-se suas atividades na área de competência do Ministério da
Previdência e Assistência Social.
23
RECAMONDE CAPELO, E. (Fundos privados de Pensão, uma introdução ao estudo atuarial, São Paulo,1986).
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A uniformidade da distribuição etária inicial também simplifica o trabalho algébrico, sem


lhe retirar validade no confronto dos métodos; de resto, será fácil reproduzir os estudos para
distribuições triangulares, geométricas etc.

O Capítulo 3 indica a simbologia, e o Capítulo 4 analisa a evolução demográfica da massa


ativa, distinguindo as populações fechada (f=0), aberta decrescente (0 < f <1), estacionária (f=1) e
aberta (f >1).

O Capítulo 5 analisa a evolução das taxas contributivas nos quatro Regimes; assim também
o Capítulo 6, que estabelece as fórmulas das Reservas de Ativos pelos métodos prospectivo e
retrospectivo, analisando suas variações no tempo.

O Capítulo 7 mostra a evolução da Reserva de Aposentados.

O Capítulo 8 trata dos saldos contábeis, e o Capítulo 9 finaliza com o fechamento formal
dos balanços, identificando o patrimônio (montante dos saldos) com a Reserva Matemática Global.

CONCLUSÕES

Há pontos a ressaltar.
O Capítulo 5 (PLANO DE CUSTEIO) revela a variação temporal das taxas em cada
Regime, fortemente influenciada pela fração do afluxo de entrados.

No grupo fechado (f=0), a taxa invariável de Capitalização Ortodoxa (CO), mantém-se no


seu nível mais elevado; as taxas dos Regimes de Repartição Pura (RP) e de Capitais de Cobertura
(CC) crescem até a extinção do grupo; e as duas taxas do Crédito Unitário (UC) - a do custo normal
e a de constituição da Reserva Inicial (past service) - crescem sensivelmente nos seus campos (pag.
49).

Nos grupos abertos decrescentes (0<f<1), o comportamento é semelhante (pag. 52).

No grupo estacionário (f=1), a taxa de capitais de cobertura é estável e idêntica à da


capitalização ortodoxa; a do RP cresce linearmente até a estabilização com o desaparecimento dos
aposentados da geração inicial; e as duas taxas do UC permanecem constantes nos seus campos
(pag. 55).

Nos grupos crescentes (f >1), a taxa normal do UC decresce inicialmente (pag. 58).

Esses resultados mostram que a invariabilidade das taxas, esperada por todos (empresa e
participantes), é peculiar ao Regime de Capitalização Ortodoxa. No grupo fechado ou nos abertos
decrescentes, a taxa do UC se eleva a partir do primeiro ano, e, nos crescentes, existe a redução
inicial; o desconforto dessa má distribuição se notará futuramente no primeiro caso e atualmente, no
segundo.

O Capítulo 6 (RESERVA DE ATIVOS) restringe-se a CO e UC, já que RP e CC não criam


reservas de ativos.
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Para o CO, a Reserva de Ativos da população amparada (gerações atual e futuras) é


avaliada na época genérica (t) pelos métodos prospectivo (item 6.1.1.15) e retrospectivo (item
6.1.2.11), comprovando-se diretamente a equivalência dos resultados (item 6.1.3); é manifestação
particular do corolário demonstrado de modo geral para as classes de solidariedade, já que estas
atendem ao Princípio da Equivalência Financeira (Cap. 1, itens 1.5.7.4 e 1.6.5).
Vale notar que, para a massa inicial, a Reserva Prospectiva majora a Retrospectiva (item
6.1.3.4), o que também se explica pela relação geral (1.5.7.4-1):

RM =[ M(E’) - M(E)] + RM r ;

com efeito, no CO, a massa inicial não constitui uma classe de solidariedade, porque não atende
isoladamente ao princípio da equivalência; pagando a taxa diluída pelos novos entrados, o montante
do empréstimo E’a ser amortizado pela renda dos benefícios é superior ao do empréstimo E a ser
amortizado pela renda de receitas, o que torna RM > RM r ;pelas mesmas razões, a Reserva
Prospectiva dos novos entrados é majorada pela Retrospectiva (item 6.1.3.5).

Para colaborar com o órgão público fiscalizador, parece muito instrutivo o item 6.1.4, em
que se analisa a variação da Reserva de Ativos; no grupo fechado (f=0), a Reserva cresce de zero,
passa por máximo e volta a zero; no grupo estacionário, a Reserva é identicamente nula, para
espanto de muitos; nos grupos abertos decrescentes, a Reserva cresce inicialmente e depois decresce
até estabilizar-se no campo negativo, para maior espanto; enfim, para os grupos crescentes, a
entrada no campo negativo é imediata (!!!), há o mínimo e a estabilização positiva (v. pag. 86).

Embora constituindo uma classe de solidariedade, por atender ao PEF, a massa de ativos
(atual e futuras) não observa isoladamente o princípio da solvência (PS); este se impôs no Plano de
Custeio apenas para toda a massa, inicialmente constituída de ativos, mas depois enriquecida com os
aposentados; ver-se-á (Capítulo 9) que, para a população global, o PS é observado, vale dizer que o
Patrimônio previsto não invade o campo negativo, dispensando o apelo a recursos de terceiros.

Esta última observação joga com outra de caráter geral (Capítulo 1, itens 1.6.7 e 1.6.8), em
que justificamos uma troca da locução de RICHARD-PETIT.

Para o UC, a Reserva de Ativos é analisada no item 6.3, em caso de integralização imediata
do past service, e, no item 6.4, para a respectiva constituição a prazo.

No primeiro caso, inadmissível na prática, a Reserva involuiria para os grupos decrescentes,


seria estável no grupo estacionário e ascenderia para os grupos crescentes; isso até a
estacionariedade do grupo, quando a Reserva se estabilizaria (pag. 91).

No segundo caso, tudo depende do prazo α de constituição da Reserva Inicial.

Se a constituição for tempestiva ( α ≤ n ), a Reserva de Ativos jamais se torna negativa,


anulando-se apenas para t=0 ou t=n, em grupo fechado (pag. 95); mas, se a constituição for tardia
(α > n), a Reserva pode tornar-se negativa, no caso de grupo fechado ou fracamente alimentado por
novos participantes (pag. 96).

E é de notar-se que, em tais casos, a Reserva de Ativos pode permanecer negativa por
lapsos longos, antes da estabilização positiva (pag. 118).
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O Capítulo 7 (RESERVA DE APOSENTADOS) trata do compromisso com inativos, que


não é assumido no RP; para os demais regimes, sua evolução confunde-se com a da Reserva Global
no CC (Capítulo 9).

O Capítulo 8 estabelece, para os quatro regimes, as fórmulas de evolução do saldo


contábil:- diferença entre a receita contributiva e a despesa do benefício.

Para o CO, o estudo da variação indica o decréscimo a partir do valor positivo inicial e a
estabilização final, que raramente ocorrerá no campo positivo (item 8.1.4.2).

Para o CC, a estabilização ocorrerá sempre em valor negativo para grupos abertos, ou nulo
para o grupo fechado (item 8.2.4).

Para o UC, estabilizada a Reserva Global em nível alto, o saldo se fixa em valor fortemente
negativo nos grupos estacionário ou crescentes (pags. 144 e 147).

A importância das fórmulas reside sobretudo em sua relação com as da Reserva Prospectiva
Global, objeto do estudo final.

A insistência em mencionar-se a estabilização do saldo no campo negativo decorre da


equação de maturidade:

iP + c = d,

que expressa o equilíbrio da despesa estabilizada (d) com a contribuição estabilizada (c) e o juro i do
patrimônio P ou Reserva Retrospectiva Global; o saldo positivo (c-d >0) implicaria P < 0,
indicando a insolvência do sistema.

O Capítulo 9 prevê a capitalização dos saldos para formar o Patrimônio identificado à


Reserva Retrospectiva Global Rt; o Princípio da Solvência (PS) impõe que, ao longo do tempo t, a
Rtt jamais se torne negativa, sem prejuízo do pontual atendimento dos compromissos estatutários da
entidade - e isso é tudo o que importa aos participantes.

No item 9.1, a matéria está desenvolvida para a Capitalização Ortodoxa.

As fórmulas, (9.1-1), (9.1-3), (9.1-4) e (9.1-6) foram estabelecidas nas páginas 168 a 171 e
confirmadas pela verificação na espécie do teorema geral do item 9.1.1:- A Reserva Retrospectiva
Global equivale à soma das Reservas de Ativos e Aposentados.

O longo estudo realizado no item 9.1.2 destina-se a estabelecer a relação entre a vida média
dos aposentados (η) e a faixa de atividade (n), suficiente para manter a Reserva Global no campo
positivo (Princípio da Solvência), independentemente da fração de novos entrados:

η i
≥ .
a 1 1
η −
a n
n

No item 9.2, a matéria está desenvolvida para Capitais de Cobertura; as fórmulas (9.2-1),
(9.2-2), (9.2-3) e (9.2-4) foram estabelecidas nas páginas 181 a 183 e confirmadas pela identificação
com as das Reservas dos Aposentados.
No item 9.3, a Reserva Global da Repartição Pura é idênticamente nula, como equivalente
ao montante de um saldo sempre zerado.
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Enfim, o item 9.4 desenvolve as fórmulas para o Crédito Unitário, ora com a integralização
da Reserva Inicial (item 9.4.1), ora com sua constituição em α anos (item 9.4.2).

Sendo raro o primeiro caso 24 , os gráficos finais ilustram apenas o segundo; os de páginas
188, 191, 194 e 197 admitem a constituição tempestiva da Reserva Inicial (α=20), e os de páginas
200, 204, 207 e 210, a constituição tardia (α=50).

A prática dos Estados Unidos acolhe a primeira hipótese. Para α=20, os gráficos de páginas
202, 205 e 208 (grupos abertos) indicam o caráter dominante do UC 25 em relação aos demais
regimes; na estacionariedade (página 194), esse método - apesar de classificado por TROWBRIDGE
como de baixas reservas - exige para os ativos o equivalente a 75% do fundo de aposentados.

QUARTIN e PINTO LOPES foram bastante expressivos, quando comentaram a inutilidade


social de tais excedentes, sobretudo se forem eles retirados do capital de giro das empresas estatais
ou gravados em seus balanços; mais uma vez, ocorre-nos repetir a frase de Kipling:- essa é uma
outra história.

BIBLIOGRAFIA

O autor valeu-se apenas de algumas obras mencionadas em NOTAS do texto.

Os interessados em minúcias norte-americanas encontrarão nove páginas de citações no


Actuarial Mathematics, de BOWERS, GERBER, HICKMAN, JONES e NESBITT.

Os interessados nas obras européias terão dez páginas em Lezioni di Tecnica delle
Assicurazioni Sociali (COPPINI, M.A.).

NOTA PESSOAL

Desenvolvendo esta análise, contei com a colaboração constante dos que trabalham na
STEA.

Valeram-me especialmente Julio Cesar Jorge Silva, na elaboração dos programas; Maria
Teresinha C. Rabelo, na confecção gráfica; Julieta Daiub e Véra Werneck, no habitual estímulo.

Espero não tê-los decepcionado.

Rio de Janeiro, Rio Nogueira


Agosto 1994

24
O exagero das reservas nos primeiros anos - coluna R(t) das tabelas - inviabiliza praticamente sua
constituição.
25
Cf. COPPINI (op. cit. em Nota V, pag. 243). - un sistema finanziario è dominante rispetto ad un altro se per
ogni epoca le riserve del primo sistema risultano superiori a quelle del secondo escluse, per le ipotese fatte, le
epoche iniziale e finale.

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