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Jailson Santos

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A IMPORTÂNCIA DE ESTUDAR
E PREGAR O ANTIGO TESTAMENTO

São Paulo 2010


A IMPORTÂNCIA DE ESTUDAR E PREGAR O ANTIGO TESTAMENTO
2

INDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 3

I. POR QUE MUITOS CRISTÃOS EVITAM ESTUDAR E PREGAR NO ANTIGO


TESTAMENTO? .............................................................................................................. 5

1.1. Interpretação teontológica equivocada. ............................................................ 5

1.2. Ignorância quanto ao contexto, costumes e língua. ........................................ 6

1.2.1. Contexto. ....................................................................................................... 6


1.2.2. Costumes. ..................................................................................................... 6
1.2.3. Língua.. .......................................................................................................... 6

1.3. Falta de familiaridade com o texto. .................................................................... 6

II. COMO ENTENDER O ANTIGO TESTAMENTO? ....................................................... 8

2.1. Determine o tipo de literatura. ............................................................................ 8

2.2. Compreenda o contexto do Antigo Testamento. .............................................. 8

2.2.1. Contexto imediato.. ....................................................................................... 8


2.2.2. Contexto remoto.. ......................................................................................... 9
2.2.3. Contexto histórico. ....................................................................................... 9

2.3. Leia o Antigo Testamento de maneira cristocêntrica. ...................................... 9

III. POR QUE DEVEMOS PREGAR EM TEXTOS DO ANTIGO TESTAMENTO? ........ 10

3.1. “Toda Escritura é inspirada por Deus”. ........................................................... 10

3.2. Cristo pregou o Antigo Testamento. ................................................................ 10

3.3. Os apóstolos pregaram o Antigo Testamento. ............................................... 11

3.4. Uma pregação que exclui o Antigo Testamento é uma meia verdade. ......... 12

CONCLUSÃO ................................................................................................................ 13

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. ............................................................................. 14

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INTRODUÇÃO

Há quem tenha observado que pouco se prega sobre o Antigo Testamento.


Possivelmente, existem pessoas que acreditam que o Antigo Testamento é uma parte
superada da Bíblia, tendo se tornado peça de antiquário ou de museu. Dr. Page Kelley,
disse hiperbolicamente “que se os livros do Antigo Testamento fossem substituídos por
páginas em branco, à maioria dos pastores sequer notaria a diferença”. 1
Segundo Isaltino professor de homilética a cada quatro sermões pregados apenas
2
um é no Antigo Testamento mesmo ele sendo maior que o novo. Se fizermos uma
pesquisa nas Igrejas iremos constatar que a maioria das pessoas lê e estuda mais o
Novo Testamento que o Antigo. Há uma supremacia do Novo Testamento e um
Desprezo do Velho.
As razões para este desequilíbrio são diversas. Uns dizem que não consegue
estendê-lo. Outros dizem que ele não é tão importante, pois estamos “no tempo da
Graça”. Ainda outros que vão mais longe e o considera obsoleto.
Todavia o Antigo Testamento é tão relevante quanto o Novo. O Autor das
Escrituras é o próprio Deus. Ele que as inspirou de Gênesis ao Apocalipse. Essa
verdade está explicitamente descrita no capítulo I da Confissão de Fé de Westminster
quando diz: “Sob o nome de Escritura Sagrada, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se
agora todos os livros do Velho e do Novo Testamento, que são os seguintes, todos
3
dados por inspiração de Deus para serem a regra de fé e de prática [...]” (negrito
meu). Deus não se revelou apenas em parte da história, mas em todas as épocas e isto
4
nos mostra a unidade das Escrituras como revelação progressiva, lógica e coerente.
Desprezar o Antigo Testamento é ferir a unidade das Escrituras.
Por que muitos cristãos evitam estudar e pregar no antigo testamento? Como
entender o antigo testamento? Por que devemos pregar em textos do antigo

1
Page Kelley apud BAPTISTA, Walter Santos. O Antigo Testamento e a Pregação. Artigo disponível
em: <http://www.pesformosos.org/estudos/o_antigo_testamento_e_a_pregacao.pdf > Acessado em:
16/06/2008
2
FILHO, Isaltino Gomes Coelho. O uso do Antigo Testamento na pregação contemporânea.
Disponível em:
<http://www.ibcambui.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=405&Itemid=82 >
Acessado em: 16/06/2008
3
A Confissão de Fé de Westminster. 3a ed. São Paulo: Cultura Cristã, 1997. Capitulo I.
4
Cf. MEISTER, Mauro. Pregação no Antigo Testamento: É mesmo necessária? Artigo disponível em:
<http://www.monergismo.com/textos/pregacao/pregacao_meister.htm> Acessado em: 16/06/2008

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testamento? O Objetivo deste trabalho é responder as estas perguntas de forma


simples e resumida. Não pretendemos aqui esgotar o assunto, mas apenas lança luz a
nossa mente sobre o mesmo.

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I. POR QUE MUITOS CRISTÃOS EVITAM


ESTUDAR E PREGAR NO ANTIGO TESTAMENTO?

Há varias razões pelas quais os cristãos não estudam e pregam com frequência no
Antigo Testamento. Aqui veremos apenas três.

1.1. Interpretação Teontológica equivocada.

Uma das principais razões para a falta de pregação no Antigo Testamento é a


má interpretação da pessoa de Deus, no que diz respeito à progressividade da
Revelação. Que teve seu inicio com Marcião, um herege gnóstico que viveu na Ásia
Menor no segundo século d.C.. Para ele o Deus do Antigo Testamento é diferente e até
5
mesmo inferior ao do Novo Testamento. Ele acreditava que o “Deus” carrasco e mal
da antiga aliança não pode ser conciliado com o Deus amoroso e gracioso do novo
pacto da graça.
Essa interpretação de Marcião ganhou força com os racionalistas e trouxe uma
dicotomia bíblica entre Lei e Graça, onde à última passou a ser exaltada e a primeira
desprezada. Alguns chegam a dizer: “para que se preocupar com a Lei se nós estamos
no tempo da Graça?” Esse pensamento traz a idéia que o Antigo Testamento é pouco
importante, e até mesmo para alguns, obsoleto. 6
Essa má interpretação da Revelação de Deus tem levado muitos pregadores a
desprezarem a pregação das verdades contidas no Antigo Testamento. Eles pregam
muito sobre a Graça, mas se esquecem da importância da Lei para se compreender a
Graça. Assim é necessário entendermos que “não podemos cometer o erro de criar
uma dialética: AT = Lei e NT = Graça. O Antigo Testamento contém Lei, mas também
contém evangelho em forma de promessa e graça, e vice - versa em relação”. 7

5
Ver: MEISTER, Mauro. Lei e Graça. São Paulo. Editora: Cultura Cristã, 2004. p.73
6
Ver ANGLADA, Paulo. Introdução à Hermenêutica Reformada. Ananindeua. Knox Publicações. 2006.
p. 49.
7
Cf. BAPTISTA, Walter Santos. O Antigo Testamento e a Pregação. Artigo disponível em:
<http://www.pesformosos.org/estudos/o_antigo_testamento_e_a_pregacao.pdf > Acessado em:
16/06/2008

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Lloyd-Jones comentando o sermão do monte diz: “Ora isso é algo que muito
freqüentemente percebemos haver sido olvidado nessa tentativa de se estabelecer a
antítese entre a lei e a graça; e o resultado é que os homens e mulheres com
freqüência ignoram, completa e inteiramente, a lei”. 8

1.2. Ignorância quanto ao contexto, costumes e língua. 9

Pregara a Bíblia exige um esforço muito grande, mas pregar no Antigo


Testamento exige uma dedicação maior ainda. Há algumas razões para essa
dedicação:

1.2.1. Contexto. Para estudar e pregar no Antigo Testamento é necessário


compreender o contexto histórico, cultural e social do Antigo Testamento. 10

1.2.2. Costumes. Estudar e pregar no Antigo Testamento exige mais cuidado e


mais atenção que no Novo. Exige um bom conhecimento da cultura daquela época.
Precisa-se saber dos costumes. 11

1.2.3. Língua. Talvez essa seja a principal razão pela qual os cristãos evitam o
Antigo Testamento. Falta de conhecimento, do Hebraico (língua em que o Antigo
Testamento foi escrito) têm levado muitos a não estudar e expor os textos do Antigo
Testamento.

1.3. Falta de familiaridade com o texto.

Muitos cristãos evitam o estudo do Antigo Testamento por causa do abismo que
há entre ele e o texto. A diferença de tempo, idioma, escrita, costumes e outros

8
LLOYD JONES, Martyn, Estudos no Sermão do Monte, São Paulo: Editora Fiel, 1999. p. 12
9
Para compreender a História de Israel ver SCHULTZ, Samuel J., A Historia de Israel no A.T. Ed. Vida
Nova, 1986. 413 p.
E também: John Bright, História de Israel. São Paulo: Paulinas, 1978.
10
Ver Pregação Cristocêntrica
11
BAPTISTA, Walter Santos. O Antigo Testamento e a Pregação. Artigo disponível em:
<http://www.pesformosos.org/estudos/o_antigo_testamento_e_a_pregacao.pdf > Acessado em:
16/06/2008

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aspectos fazem do Antigo Testamento algo não tão familiar para os cristãos
contemporâneo. Pelo fato do AT não ser histórias e narrativas do dia-a-dia muitos
optam por desprezar o antigo Testamento, por alegar que não consegue entendê-lo.

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II. COMO ENTENDER O ANTIGO TESTAMENTO?

Como já foi dito a diferença de tempo, idioma, escrita, costumes e outros


aspectos fazem do Antigo Testamento uma parte de difícil interpretação na Bíblia. Aqui
falaremos de maneira simples e resumida alguns passos para a interpretação do Antigo
Testamento.

2.1. Determine o tipo de literatura.

Um livro qualquer da do Antigo Testamento constitui apenas uma das muitas


formas literárias que se acham nela. Muitas pessoas nem sequer tem consciência de
que as Escrituras contêm vários tipos de literatura, tais como: poesias, provérbios,
orações, discursos, histórias, leis, biografias e Profecias. Cada um deles deve ser
interpretado de forma diferente. Não se interpreta poesias como se interpreta profecias.
Compreender o gênero e fundamental para o entendimento da passagem do Antigo
Testamento que se está estudando. Para Bill T. Arnold “quando não é levado em
consideração o tipo de literatura, pode-se chegar a uma interpretação distorcida da
passagem bíblica”. 12

2.2. Compreenda o contexto do Antigo Testamento.

Para compreender o Antigo Testamento assim como qualquer parte da Bíblia é


necessário considerar o contexto cultural, social e religioso da época na qual o mesmo
foi escrito. Entender o que está a voltado texto é fundamental para uma boa
compreensão do mesmo. Além disso, é necessário analisar os seguintes contextos: 13

2.2.1. Contexto imediato. Diz respeito às sentencias que vem antes e depois da
do texto que se está estudando.

12
Arnold, Bill T. Descobrindo o antigo testamento São Paulo. Editora: Cultura Cristã, 2001. p. 30.
13
Ver também: ibid e idem

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2.2.2. Contexto remoto. O contexto remoto descreve o material bíblico nos


capítulos ao redor e mais distantes. Segundo Bill T. Arnold, através dele é possível
pesquisar uma idéia ao longo de todo o Antigo Testamento. 14

2.2.3. Contexto histórico. O contexto histórico refere-se ao momento da História


em que o autor escreveu determinada passagem da Bíblia. Teremos uma compreensão
melhor do livro de Lamentações, por exemplo, se soubermos que o autor estava
descrevendo a condição de Jerusalém depois de sua destruição em 587 a.C. Podemos
entender melhor o significado de um salmo de Davi se soubermos a ocasião em que ele
foi escrito. Assim, o contexto histórico forma o pano de fundo sobre o qual o autor
bíblico compôs seu texto. 15

2.3. Leia o Antigo Testamento de maneira cristocêntrica.

Ao ler o Antigo Testamento não se deve esquecer que ele aponta para Cristo.
Para Agostinho o cânon bíblico, inclusive o Velho Testamento, deve ser abordado como
16
uma unidade cristocêntrica. Cristo é o tema central tanto de Novo como do Velho
Testamento. Thomas Adams afirmar que Cristo é “a suma de toda Bíblia, profetizando,
tipificando, prefigurando, exibido, demonstrado, a ser encontrado em cada folha e em
17
cada linha”. Para Calvino, “cristo é a substância, escopo e essência da revelação
bíblica, e só é possível compreender as Escrituras, se elas forem lidas „com o propósito
de encontrar Cristo nelas‟”. 18
Segundo Abraão Kuyper um evento na vida dos patriarcas, um episódio da vida
de Davi uma experiência dos profetas não ser apresentada como uma cena isolada,
19
mas como uma unidade Cristologia. Sendo assim, o Antigo Testamento só será
entendido de forma clara e completa se lido na perspectiva Cristocêntrica.

14
Ibid e idem.
15
Cf. Arnold, Bill T. Descobrindo o antigo testamento São Paulo. Editora: Cultura Cristã, 2001. p. 30.
16
Ver ANGLADA, Paulo. Introdução à Hermenêutica Reformada. Ananindeua. Knox Publicações.
2006. p. 125.
17
Ibid p. 100
18
Ibid p. 125
19
Kuyper apud ANGLADA, Paulo. Introdução à Hermenêutica Reformada. Ananindeua. Knox
Publicações. 2006. p. 125.

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III. POR QUE DEVEMOS PREGAR EM TEXTOS DO ANTIGO TESTAMENTO?

“Prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com
toda longanimidade e ensino” (2 Timóteo 4. 2). A verdade expressar por Paulo a
Timóteo aqui é que ele deve pregar a Palavra. Ele não diz pregue parte da Palavra,
mas a Palavra. Aqui observarenos algumas razões pelas quais devemos pregar “todo o
conselho de Deus”, inclusive os revelados no Antigo Testamento.

3.1. “Toda Escritura é inspirada por Deus”.

"Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, convencer, corrigir e
educar na justiça [...]" (2 Timóteo 3:15-16). O autor das Escrituras é o próprio Deus. Ele
que as inspirou de Gênesis ao Apocalipse. Essa verdade está explicitamente descrita
no capítulo I da Confissão de Fé de Westminster quando diz: “Sob o nome de Escritura
Sagrada, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho e do
Novo Testamento, que são os seguintes, todos dados por inspiração de Deus para
20
serem a regra de fé e de prática [...]” (negrito meu). Deus não se revelou apenas em
parte da história, mas em todas as épocas e isto nos mostra a unidade das Escrituras
como revelação progressiva, lógica e coerente. 21 As Escrituras do Antigo Testamento é
tão Palavra de Deus como as reveladas e escritas no Novo. C. H. Spurgeon
aconselhava os seus alunos que apegassem a verdade e anunciassem todo o conselho
22
de Deus ao invés de procuraremos ajustar a nossa Bíblia a esta época. Devemos
pregara o Velho Testamento porque também é Palavra de Deus.

3.2. Cristo pregou o Antigo Testamento.

20
A Confissão de Fé de Westminster. 3a ed. São Paulo: Cultura Cristã, 1997. Capitulo I.
21
Cf. MEISTER, Mauro. Pregação no Antigo Testamento: É mesmo necessária? Artigo disponível
em: <http://www.monergismo.com/textos/pregacao/pregacao_meister.htm> Acessado em: 16/06/2008
22
Spurgeon apud ANGLADA, Paulo. Spurgeon e o Evangelicalismo Moderno. São Paulo. Editora: Os
Puritanos, 1996. p. 31

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Todas as mensagens pregadas por Cristo tiveram como base no Antigo


Testamento. O famoso sermão do monte pregado por Jesus teve como base as
verdades já reveladas no Antigo Testamento, e, ele não foi apenas uma interpretação
da Lei, mas também uma citação da mesma. 23
Durante todas as suas mensagens Jesus fazia citações ou alusões da Revelação
da antiga aliança. Quando tentado usou o Antigo Testamento: Está escrito [...] (Mateus
4. 1-11). Aos escribas judeus Ele disse: "Examinem as Escrituras, pois achais ter a vida
eterna através delas, e elas testemunham sobre Mim.” Nosso Senhor disse ainda aos
discípulos: "há de se cumprir tudo, o que foi dito sobre Mim na lei de Moisés, nos
profetas e nos salmos." Conversando com os desanimados discípulos no caminho de
Emaus Ele “começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele
se achava em todas as Escrituras” (Lucas 24. 27).
As palavras do Salvador e seu exemplo são suficientes para que a igreja estude
e pregue a lei de Moisés, os profetas e os salmos. O Antigo Testamento é Bíblia que
Jesus usou, e, se o próprio Cristo o usou e dele tirou os mais profundos ensinamentos,
nós também devemos usá-lo.

3.3. Os apóstolos pregaram o Antigo Testamento.

De igual modo a base da pregação dos Apóstolos era o Antigo Testamento. É


provável que eles usavam a LXX (Tradução do Antigo Testamento para o grego) em
suas pregações. Quando Pedro pregou seu primeiro sermão à base foi à revelação de
Deus dada na Lei e nos Profetas: “Homens irmãos, convinha que se cumprisse a
Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi”; “Porque no livro dos Salmos
está escrito: Fique deserta a sua habitação, E não haja quem nela habite, Tome outro o
seu bispado” (Atos 1). De igual modo o sermão de Estevão é um resumo interpretativo

23
Vários livros do Antigo Testamento fazem referência à bem-aventurança. Dentre eles o livro de
Provérbios e o livro dos Salmos são os que mais fazem referências às bem-aventuranças. Estes livros do
Antigo Testamento eram lidos constantemente nas sinagogas, e mesmo aqueles que não sabiam ler
conheciam de cor algumas das citações, entre elas as que envolviam a idéia da bem-aventurança.
Ver também os textos que São base para o texto do sermão do monte: Is 57: 15; Sl 51: 17 ; Is 57: 15;
Sl 51: 10; Is 61: 1- 2; Nm 12: 3; Is 29: 19; Sl. 22: 26; Sl. 37: 11.

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da Lei e dos Profetas. A carta aos Hebreus teve como sua base o as verdades
reveladas aos Patriarcas. As cartas de Paulo é uma interpretação da Lei e dos profetas.
Assim, a base da pregação dos apóstolos e da Igreja primitiva foi o Antigo
Testamento. E se o AT foi o alicerce da pregação de Cristo, dos Apóstolos e dos Pais
da Igreja, não pode ser desprezado em nossos púlpitos nos dias de hoje.

3.4. Uma pregação que exclui o Antigo Testamento é uma meia verdade.

O último Testamento lança luz sobre primeiro e abre nossa compreensão do


mesmo, mas é impossível entendê-lo sem o primeiro. Despreza a pregação do Antigo
Testamento é ferir a unidade da Bíblia. Segundo Abraão Kuyper um evento na vida dos
patriarcas, um episódio da vida de Davi uma experiência dos profetas não ser
apresentada como uma cena isolada, todavia todos os fatos históricos do Antigo
24
Testamento são na verdade fragmentos da grande obra da Revelação de Deus.
Estudar e pregar apenas o Novo Testamento é uma meia verdade e uma meia verdade
está a um passo de uma meia mentira.
Sendo assim, estudar e prega a Bíblia sem considera o Antigo testamento é
como assiste um filme a partir da metade, você até ver o final, mas não entende a
história por completo. Despreza o estudo e a pregação do Antigo Testamento é ferir a
unidade da Bíblia.

24
Kuyper apud ANGLADA, Paulo. Introdução à Hermenêutica Reformada. Ananindeua. Knox
Publicações. 2006. p. 180.

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CONCLUSÃO

Agora que chegamos juntos ao fim deste trabalho, esperamos ter lançado luz sobre
a importância do Antigo Testamento, a ponto de vê-lo como Palavra de Deus, respeitá-
lo em sua forma e valorizarmos o seu estudo e a pregação. Como já dissemos estudar
e pregar no Antigo Testamento exige mais cuidado e mais atenção que pregar no Novo.
Exige um bom conhecimento da cultura daquela época, precisa-se saber dos costumes
e ter um bom conhecimento do contexto histórico, cultural e religioso.
Essas dificuldades, por sua vez não podem nos impedir de estudarmos de forma
sistemática o Antigo Testamento. O seu estudo é fundamental para o entendimento do
Novo Testamento, e traz lições grandiosas e práticas para vida cristã.
Na Lei há os princípios que regem todas as sociedades. Nos profetas há uma
declaração da vontade de Deus para o seu povo. Os Salmos são conforto para a alma.
Provérbios trazem instruções para a vida. Os livros Históricos nos ajudam a
entendermos o presente.
Não podemos nos apegar ao Antigo Testamento e anularmos a Cristo como faz
muitos pregadores, por outro lado não podemos desprezá-lo como faz os liberais, mas
de forma sensata e equilibrada devemos estudar e pregar “todo o conselho de Deus”,
inclusive os revelados no Antigo Testamento. Por isso, estudemos mais e preguemos
mais o Antigo Testamento, pois ele também o é a Palavra de Deus.

Missionário Presbiteriano formado no Instituto Bíblico Eduardo Lane


(IBEL), Casado com Denise Ávila. Atualmente estudando no Seminário
Teológico "Rev. José Manuel da Conceição" em São Paulo - SP.

Contato: sem.jailson@gmail.com

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

Apostilhas.

LADEIA, Donizeti Rodrigues, Manual Metodológico para produção de monográfica:


Anotações de Aulas, da matéria metodologia, apresentadas no Seminário Teológico
José Manuel da conceição. São Paulo. 2008. 33 p.

LADEIA, Donizeti Rodrigues, Guia para Confecção de Projeto de Pesquisa:


Anotações de Aulas, da matéria metodologia, apresentadas no Seminário Teológico
José Manuel da conceição. São Paulo. 2008. 08 p.

Bíblias:

A BÍBLIA VIDA NOVA. Editor responsável: Russel P. Schedd. Antigo e Novo


Testamento traduzido por João Ferreira de Almeida. 2 ed. São Paulo, Editora Vida
Nova, 1988. 1065 pp.

BÍBLIAS DE ESTUDO GENEBRA. Editor Geral: R. C. Sproul. Editor em português:


Cláudio Antônio Batista Marra. Antigo e Novo Testamento traduzido por João Ferreira
de Almeida. 2 ed. Revista e atualizada. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade
Bíblica do Brasil, 1999. 1728 pp.

BÍBLIA SAGRADA: Nova Versão Internacional. Sociedade Bíblica Internacional, 2003.


1002 pp.

Dicionários:

CHAMPLIN, Russel Norman. O Velho Testamento Interpretado Versículo por Versículo:


dicionário. São Paulo, Editora Candeia, 1995. v.5, 670 pp.

FERREIRA, Aurélio. Buarque de Holanda. Minidicionário da Língua Portuguesa. 3 ed.,


Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira S.A., 1993. 557pp.

Livros:

ANGLADA, Paulo. Introdução à Hermenêutica Reformada. Ananindeua. Knox


Publicações. 2006. p. 180.

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ANGLADA, Paulo. Spurgeon e o Evangelicalismo Moderno. São Paulo: Editora Os


Puritanos, 1996. 50 pp.

ARNOLD, Bill T. Descobrindo o antigo testamento. Editora Cultura Cristã, 2001. 527
p.

ASSEMBLÉIA DE WESTMINSTER. Símbolos de fé: contendo a Confissão de Fé,


Catecismo Maior e Breve. São Paulo: Cultura Cristã, 2005. Capitulo I

BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo: Paulinas, 1978.

CARSON, D.A., Os Perigos da Interpretação Bíblica. São Paulo: Edições Vida Nova,
1992. 143 p.

LLOYD JONES, Martyn, Estudos no Sermão do Monte, São Paulo: Editora Fiel, 1999.

MEISTER, Mauro. Lei e Graça. São Paulo. Editora: Cultura Cristã, 2004. p.73

KAISER, Walter C. Jr. e Moisés Silva. Introdução À Hermenêutica Bíblica. São Paulo:
Editora Cultura Cristã, 2003. 288 p.

Schultz, Samuel J. A história de Israel no Antigo Testamento. Sociedade Religiosa


Edições Vida Nova, 1984. 413 p.

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENSIE. Apresentação de Trabalhos


Acadêmicos: guia para alunos. São Paulo: Editora: Mackenzie, 2001.

Internet:

BAPTISTA, Walter Santos. O Antigo Testamento e a Pregação. Artigo disponível em:


<http://www.pesformosos.org/estudos/o_antigo_testamento_e_a_pregacao.pdf >
Acessado em: 16/06/2008

FILHO, Isaltino Gomes Coelho. O uso do Antigo Testamento na pregação


contemporânea. Disponível em:
<http://www.ibcambui.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=405&Itemid
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Isaltino Gomes Coelho. O uso do Antigo Testamento na pregação contemporânea.


Disponível em:
<http://www.ibcambui.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=405&Itemid
=82 >

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Acessado em: 16/06/2008

MEISTER, Mauro. Pregação no Antigo Testamento: É mesmo necessária?


Artigo disponível em:
<http://www.monergismo.com/textos/pregacao/pregacao_meister.htm> Acessado em:
16/06/2008

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