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CONTEÚDO
TIPOS DE TEXTO
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escrever, narrar e dissertar “são, na verdade, as três formas básicas com que, em nossa vida quotidiana,
desvendamos as situações reais, as situações imaginárias, o entrelaçamento daquilo que chamamos dia-a-dia
e daquilo que chamamos fantasia, na e pela linguagem, trata-se das várias linguagens da linguagem, da
diversidade de procedimentos através dos quais vamos encorpando e solidificando a nossa capacidade de
expressão. [...]”.
(Emilia Amaral e Severino Antônio. Novíssimo curso vestibular – Redação I. São Paulo: Nova Cultural. 1990.p.2.)
GÊNERO
No processo de leitura e construção de sentido dos textos, levamos em conta que a escrita/fala baseiam-se em formas
padrão e relativamente estáveis de estruturação e é por essa razão que, cotidianamente, em nossas atividades comunicativas, são
incontáveis as vezes em que não somente lemos textos diversos, como também produzimos ou ouvimos enunciados, tais como:
“escrevi uma carta”, “rebeci o e-mail”, “achei o anúncio interessante”, “o artigo apresenta argumentos consistentes”, “fiz o resumo
do livro”, “a poesia é de um autor desconhecido”, “li o conto”, “ a piada foi boa”, “que tirinha engraçada”!, “a lista é numerosa”.
E a lista é numerosa mesmo! (história em quadrinhos, tirinha, charge, crônica, miniconto, fábula, poesia, anuncio, cartaz,
artigo de opinião, artigo de divulgação científica, piada, bula, horóscopo, dentre outros) Tanto que estudiosos que objetivaram o
levantamento e a classificação de gêneros textuais desistiram de fazê-lo, em parte porque os gêneros existem em grande
quantidade, em parte porque os gêneros, como práticas sociocomunicativas, são dinâmicos e sofrem variações na sua constituição,
que, em muitas ocasiões, resultam em outros gêneros, novos gêneros.
(Ler e COMPREENDER – os sentidos do texto/ Ingedore Villaça Koch; Vanda Maria Elias)
PROPOSTAS DE REDAÇÃO
PROPOSTA 01:
O
turista que visita a Amazônia deve levar na bagagem uma dose generosa de repelente de mosquitos. Também precisa ter na
mala uma minifarmácia, com os remédios que costuma tomar regularmente. Na selva não há uma farmácia em cada esquina.
[...] Para os passeios na floresta, camisetas de manga longa e calças de moletom protegem contra arranhões e picadas de
insetos. De janeiro a maio, época de chuvas, é um aguaceiro tremendo. O melhor período é entre junho e julho. Nesses meses, os
rios atingem seu ponto de cheia e permitem o acesso de barco a regiões belíssimas da floresta.
(Quino. Mafalda, 4. Martins Fontes,
out. 1990.)
(Idem.)
VESTIBULAR – 2009
Imagine como um repórter que visita a Amazônia pela primeira vez, nos dias de hoje. FAÇA UM RELATO DE SUA VIAGEM,
DESDE QUANDO VOCÊ SAIU ATÉ A VOLTA. DESCREVA O QUE VIU, O QUE DESPERTOU SUA ATENÇÃO, O QUE MAIS
IMPRESSIONOU, ALGUMA PERIPÉCIA PERIGOSA OU ENGRAÇADA.
PROPOSTA 02:
Uma noite, ao receber a visita de uma amiga, lembrei-me de lhe emprestar um
romance. Fora a minha leitura da véspera e eu o deixaria na mesinha de cabeceira. Subi a
escada, e entrei no quarto. Curioso, alguém acendera a luz... E, no entanto, eu estava certa de
que ninguém subira. Caminhei intrigada, pressentindo qualquer acontecimento... Olhei minha
cama e vi nela uma mulher deitada. Uma mulher... morta – ela estava morta! Tinha um horrível
vestido de lantejoulas de todas as cores. E aparecia coberta de jóias baratas.
Suando frio, procurando dominar o coração desordenado, cheguei mais perto. Meu
Deus! Aquela face nojentamente pintada era a minha própria face! Como se alguém fizesse de
mim um retrato da degradação... Meu próprio rosto... mais velho – muito mais velho! – com
maquiagem de atriz decadente! Queria gritar... chamar todos... Não me foi possível. Fiquei
fascinada, encarando aquele meu próprio eu degradado e envelhecido, coberto de jóias. De
súbito, à altura do coração, de sob as lantejoulas, principiou a correr um esguicho de sangue,
que ia engrossando, que se tornava maior. Nele iam submergindo o colo, os braços, o corpo, a
longa saia rutilante de meu terrível “doublé”. A mulher estava coberta de sangue, e seu rosto
dele se destacava estranhamente branco, como a face de um pierrô trágico.
Então... ah, só então eu consegui gritar. Voltei correndo..., mas junto da escada, perdi
os sentidos. O pesadelo,
(Dinah Silveira de Queiroz. As noites de Morro do Encanto. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1957.p.143) Henry Fuselli.
No texto anterior, alguém conta fatos acontecidos consigo mesmo. Trata-se de uma mulher, que relata um momento de
grande tensão psicológica, quando, ao ver uma pessoa morta na própria cama, identifica nela a sua própria imagem. A descrição das
roupas e dos traços físicos, “envelhecidos e degradados”, sugere a possibilidade de uma descrição psicológica: aquela figura patética,
aquele rosto escondido por uma pintura vulgar, a decadência física ali estampada estariam simbolizando outro lado de sua
personalidade? Ou tudo não passaria de uma alucinação.
para se realizar.
(CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1994.p.408)
Quino. Toda a Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1993,p.399