De todos os lugares em que podemos estar, nesta realidade virtual Desde os mais jovens até os antigos Criaram uma existência artificial e dual Que une as mentes e separa o material
O psicanalista ao invés de falar cantava
Em músicas pregavam a psiquiatria rosa Avisava que o soar do sino da divisão começara Mas ninguém entendeu Entorpecido pelo som Como ratos que o flautista hipnotizou Há tempos caímos num abismo Acreditando que estamos vivo Só porque o sino da esperança e da fé eternamente toca E o despertador do celular nos conduz a disciplina
A estrada parece longa e variados são as formas de entorpecimento
Ordenadas pela corte do alto da pirâmide que ocupa a secreta sala do prisma A programação dos nossos sonhos é realizada De acordo com o tempo da missão destinada Todos parecem felizes, menos aqueles que estão despertos
Não existe mais a grama verde
É o prisma que lhe faz acreditar que a do vizinho é Menos a sua que é cinza, árida e triste As famílias desunidas relutam em mostrar sorrisos e afetos Em mentiras eternizadas em fotos Os amigos que não temos Por não termos tempo e nem confiança São aparências e conveniências Que os brilho das festas, nos raros encontros De pouco em comum, além do sangue e do laço do tempo Tornam o momento entorpecido Farta mesa, boa comida e bebida descontraída Música, alegria, risadas A noite se recria novamente maravilhosa Mas, pela manhã seguimos saudosos do que já não temos
O tempo não volta
A vida não para Tudo é tão lento, mas pouco é o tempo
A vida é uma chama com várias ondulações e nuances
De acordo com os sonhos combustível que a mantém viva Ás vezes se apaga quando não conseguimos manejar o machado E em cinzas e lágrimas, chafurdamos e morremos Até avistar a próxima ponte em brasa O verde não é mais importante, nem a esperança Não anseie por essa ilusão, desilusão No mundo dos sonhos, o renascer é a auto combustão Livres, para sempre do ardor do desejo e da ambição Não é mais necessário passar por tantas vezes por essa estrada Se existem outras vias a quem ousa buscar Vias além do horizonte e do infinito Onde não existe mais fome, nem sede, nem frio ou calor
E todo sempre, será a mesma estrada
E outras vias, serão, sempre outras saídas Ousadas, desconhecidas e solitárias.