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22/12/2017 Antístenes – Wikipédia, a enciclopédia livre

Antístenes
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Antístenes (em grego: Ἀντισθένης; Atenas, ca. 445 a.C. — Atenas, Antístenes
365 a.C.) foi um filósofo grego considerado o fundador da filosofia Ἀντισθένης
cínica,[1] aprendeu retórica com Górgias antes de se tornar um
discípulo de Sócrates.[2][3]

Era filho de um ateniense com uma escrava trácia,[4] por isso, não
tinha nem o título nem o direito de cidadão ateniense. Nenhuma de
suas obras sobreviveu, e de sua produção restaram apenas
fragmentos.

Índice
Biografia
Filosofia
Busto de Antístenes encontrado na Villa de
Ética
Cássio em Tivoli, 1774 (Museo Pio-Clementino).
Física
Lógica Nascimento 445 a.C.
Atenas (Grécia)
Religião
Morte 365 a.C. (80 anos)
Referências Corinto
Ocupação Filósofo
Influências
Biografia Lista
Antístenes, nascido em 445 a.C., era filho de Antístenes, um Influenciados
ateniense, e de uma trácia.[5]s. 1 Em sua juventude lutou na Tânagra Lista
(426 a.C.), e foi discípulo de Górgias e, posteriormente, de Sócrates,
Escola/tradição Inspirou a escola
do lado quem acabou permanecendo até sua condenação e morte.[6] cínica
Nunca perdoou os responsáveis pela perseguição de seu mestre, e diz-
Principais Ascese, Ética,
se que teria até mesmo tido um papel instrumental na punição interesses Linguagem, Literatura,
deles.[5]s. 9 Sobreviveu à Batalha de Leuctra (371 a.C.), e teria Lógica
comparado a vitória dos tebanos a um grupo de alunos escolares Ideias notáveis Responsável pelos
espancando seu professor.[7] Embora uma fonte nos diga que teria alicerces da filosofia
cínica
morrido com 70 anos de idade,[8] aparentemente ainda estava vivo
em 366 a.C.,[9] e teria aproximadamente 80 anos quando morreu em
Atenas, por volta de 365 a.C.. Teria lecionado no Cinosargo[5]s. 13 um ginásio destinado a atenienses filhos de mães
estrangeiras, situado próximo ao templo de Héracles. Diógenes Laércio afirma que suas obras ocupavam dez volumes,
porém hoje em dia só restam poucos fragmentos. Seu estilo favorito parece ter sido os diálogos, alguns deles ataques
contundentes a contemporâneos, como Alcibíades, na segunda de suas duas obras chamadas Ciro, Górgias em seu
Arquelau, e Platão em seu Satão.[10] Seu estilo era puro e elegante, e Teopompo chegou a dizer que Platão teria
roubado diversas de suas ideias.[11] Cícero, no entanto, o chama de "um homem mais inteligente do que culto" (em
latim: homo acutus magis quam eruditus).[12] Tinha uma força considerável de sarcasmo e ironia, e tinha o hábito de

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fazer trocadilhos, como dizer, por exemplo, que preferia ficar entre corvos (korakes) do que bajuladores (kolakes),
pois os primeiros devoram os mortos, e os segundos os vivos.[5]s. 4 Duas de suas declamações sobreviveram, Ajax e
Odisseu, ambas puramente retóricas.

Filosofia

Ética
Antístenes foi um pupilo de Sócrates, de quem ele aprendeu o preceito ético fundamental de que a virtude, e não o
prazer, é a meta da existência. Tudo o que um sábio faz, disse Antístenes, está em conformidade com a virtude
perfeita,[5]s. 11 e o prazer não apenas é desnecessário, como é mesmo um mal positivo. Relatou-se que teria acreditado
que a dor[13] e até mesmo a má reputação (em grego: ἀδοξία)[5]s. 3, 7 seriam bençãos, e que teria afirmado: "prefiro
enlouquecer a sentir prazer."[5]s. 3 Parece, provável, no entanto, que ele não considerasse todo tipo de prazer
desprezível, mas apenas aquele que resulta da gratificação dos desejos sensuais ou artificiais, pois é possível encontrar
palavras suas louvando os prazeres que brotam "de dentro da alma de alguém",[14] e o gozo de uma amizade escolhida
com sabedoria.[5]s. 12 Antístenes colocava o bem supremo numa vida vivida de acordo com a virtude - virtude esta que
consistia da ação, que quando obtida nunca é perdida, e exime o sábio do erro.[5]s. 11-12 Está fortemente ligada à razão,
porém para que ela possa se desenvolver na ação, e para ser suficiente para a felicidade, precisa do auxílio da força
socrática (em grego: Σωκρατικὴ ἱσχύς).

Física
Sua obra sobre a filosofia natural (Physicus) continha uma teoria sobre a natureza dos deuses, onde Antístenes
argumentava que existiam diversos deuses nos quais as pessoas acreditavam, porém apenas um Deus natural.[15]
Também afirmou que Deus não lembrava em nada qualquer coisa existente na Terra, e que portanto não poderia ser
compreendido a partir de qualquer representação sua.[16]

Lógica
Na lógica, Antístenes foi atormentado pelo Problema dos universais. Como um nominalista de fato, acreditava que a
definição e o predicado são ou falsos ou tautológicos, já que só se pode afirmar que cada indivíduo é o que ele é, e não
pode fornecer mais do que uma mera descrição de suas qualidades.[17] Desacreditava, assim, o sistema platônico das
Ideias. "Um cavalo", segundo Antístenes, "eu vejo um cavalo, porém a qualidade inerente a todos os cavalos, eu não
vejo."[18] A definição seria um mero método circular de declarar uma identidade: "uma árvore é um vegetal que
cresceu" não faria mais sentido, portanto, em termos de lógica, do que "uma árvore é uma árvore".

Religião
Antístenes era politeísta e afirma que "de acordo com a tradição, há muitos deuses". Foi influenciado a pensar assim
por seu mestre, Sócrates.

Referências
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1. JORGE THUMS. Ética Na na1vQC&pg=PA420). Loyola; Cães Filosofos (http://books.goog
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A40). Loyola. p. 40. ISBN 978- 5. Diógenes Laércio, Vidas e
2. R. Bracht Branham; Marie Odile- 85-15-01929-8. Doutrinas dos Filósofos Ilustres,
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edu/hopper/text?doc=Perseus:tex 7. Plutarco, Licurgo, 30. 15. Cícero, De Natura Deorum, i. 13.


t:1999.01.0258:book=6:chapter= 8. Eudócia, Violarium, 96 16. Stromata (http://www.newadvent.
1&highlight=antisthenes),
9. Diodoro Sículo, xv. 76.4 org/fathers/02105.htm) (em
Perseus Digital Library, (em
10. Ateneu, v. 220c-e inglês). V.14. [S.l.: s.n.] |nome1=
inglês)
sem |sobrenome1= em Authors
6. Platão, Fédon, 59 b. (http://www. 11. Ateneu, xi. 508c-d list (ajuda)
perseus.tufts.edu/hopper/text?do 12. Cícero, Epistulae ad Atticum 17. Aristóteles, Metafísica, 1043b4
c=Perseus%3Atext%3A1999.01. (Carta a Ático), xii. 38.
0170%3Atext%3DPhaedo%3Ase 18. Simplício da Cilícia, in Arist. Cat.
13. Juliano, Oração, 6.181b 208, 28
ction%3D59b)
14. Xenofonte, Simpósio, iv. 41.

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