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Protecções de Instalações Eléctricas

(Sobreintensidades, Selectividades, Protecção de


Motores e Transformadores)

Orientadores: Autores:

Engº Romeu Vitorino José Lavrador


Engº António Silva Tiago Pires
Temas a abordar
 Aparelhos de protecção
 Sobreintensidades
 Protecção contra sobreintensidades
 Disjuntores
 Funcionamento dos disjuntores
 Características dos disjuntores
 Curva característica dos disjuntores
 Corta-circuitos Fusível
 Características dos Fusíveis
 Curva característica dos Fusíveis

 Protecções contra sobrecargas


 Protecção contra curtos-circuitos
 Sobretensões
 Protecção contra sobretensões
 Subtensões
 Selectividade dos aparelhos de protecção
 Protecção de transformadores
 Protecção de motores
 Exemplos de aplicação

23 de Julho de 2007 2
Aparelhos de Protecção

 Têm como função a vigilância permanente dos


valores das grandezas características de
funcionamento das instalações eléctricas,
protegendo-as dos diferentes tipos de defeitos
que podem ocorrer.

 Principais tipos de defeitos:


 Sobreintensidades
 Sobretensões
 Subtensões

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Sobreintensidades

 Aumento da corrente eléctrica nominal do


respectivo circuito.

 Exemplo 1, demasiados aparelhos eléctricos


ligados simultaneamente num mesmo circuito
podem originar uma sobrecarga (I>In).

 Exemplo 2, um contacto directo entre dois


pontos do circuito com potenciais eléctricos
diferentes origina um curto-circuito (I>>In).

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Protecção contra Sobreintensidades

 Para protecção dos circuitos contra


sobreintensidades são usados disjuntores
magnetotérmicos ou corta circuitos fusíveis.
 Estes aparelhos interrompem automaticamente a
passagem da corrente eléctrica no circuito, evitando
um sobreaquecimentos dos condutores.

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Disjuntor
 Aparelho mecânico capaz de estabelecer, suportar e
interromper correntes nas condições normais do
circuito. É ainda capaz de estabelecer, suportar num
tempo especificado e interromper correntes em
condições anormais especificadas para o circuito.

 É constituído pelo relé, com um


órgão de disparo (disparador) e
um órgão de corte (interruptor) e
dotado também de meios de
extinção do arco eléctrico (câmara
de extinção do arco eléctrico).

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Funcionamento do Disjuntor
 Como disjuntores mais vulgares fabrica-se o disjuntor
magnetotérmico que possui um relé electromagnético
(protege contra curtos-circuitos) e um disparador
térmico (protege contra sobrecargas).
Mecanismo
Borne Superior
(Conexão/Desconexão)
Disparador Térmico

Contacto Móvel
Contacto Fixo

Câmara de Extinção

Relé Electromagnético

Alavanca de Manobra Borne Inferior

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Características dos Disjuntores
 Corrente estipulada ou regulação (vulgarmente
designada por calibre);
 Corrente convencional de não funcionamento;
 Corrente convencional de funcionamento;
 Poder de corte (corrente máxima de curto-circuito
que é capaz de interromper sem se danificar).

 Exemplo:

Corrente Corrente
Calibre Convencional de convencional de Poder de Corte
não funcionamento funcionamento

16A 18A 23A 6kA

Nota: A corrente convencional de não funcionamento e de funcionamento são


referidas, a um tempo convencional de 1 hora.

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Curva Característica do Disjuntor
 Consoante os fabricantes, podem definir-se vários tipos
de disjuntores:

Tipo B: o seu limiar de disparo


magnético é muito baixo (ideal para
curtos – circuitos de valor reduzido).

Tipo C: o seu limiar de disparo


magnético permite-lhe cobrir a maioria
das necessidades.

Tipo D: o seu limiar de disparo


magnético alto permite utilizá-lo na
protecção de circuitos com elevadas
pontas de corrente de arranque.

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Corta-Circuitos Fusível
 Um corta – circuitos fusível é constituído por um fio
condutor, dentro de um invólucro. O fio condutor
(prata, cobre, estanho…) é calibrado de forma a poder
suportar sem fundir, a intensidade para a qual está
calibrado. Se a intensidade ultrapassar razoavelmente
esse valor, ele deve fundir (interrompendo o circuito)
tanto mais depressa quanto maior for o valor da
intensidade.

Fio condutor
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Características dos Fusíveis
 Intensidade Nominal;
 Corrente Convencional de não funcionamento;
 Corrente Convencional de funcionamento;
 Poder de Corte.

 Exemplo:

Corrente Corrente
Calibre convencional de convencional de Poder de Corte
não funcionamento funcionamento

160A 200A 256A 50kA

Nota: A corrente convencional de não funcionamento e de funcionamento são


referidas, a um tempo convencional de 2 horas.

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Curva Característica do Fusível
 A relação intensidade
da corrente (I) –
Tempo de fusão (t) é
representada pela
“curva característica do
fusível”.

 O fusível funde em B
mais rapidamente do 2

que em A, visto que I é


mais elevado em B.

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Protecção Contra Sobrecargas
 A protecção contra sobrecargas é assegurada quando
as características dos aparelhos de protecção
respeitam simultaneamente as seguintes condições:

Ib – Corrente de Serviço
 Ib ≤ In ≤ Iz
In – Corrente Nominal
Iz – Corrente Máxima Admissível na Canalização
 I2 ≤ 1,45 Iz
I2 – Corrente Convencional de funcionamento

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Protecção Contra Curtos-Circuitos

 A protecção contra curtos-circuitos das canalizações


eléctricas é assegurada verificando simultaneamente
as seguintes condições:

 Regra do poder de corte: Icc ≤ Pdc

 Regra do tempo de corte: √t = K×(S/Icc)

Icc – Corrente de curto-circuito em A, para um defeito franco no ponto mais


afastado do circuito
Pdc – Poder de corte do aparelho de protecção
t – Tempo expresso em segundos
K – Constante, variável com tipo de isolamento e da alma condutora ( igual a
115 para cobre ou 76 para alumínio e isolamento em PVC).
S – Secção dos condutores em mm2

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Sobretensões
 É um aumento de tensão que pode ser de origem:
 Atmosférica – Resultante de temporais nas
vizinhanças das instalações;
 Estacionária – Resultante de redução brusca de
carga;
 Interna – Resultante de manobras de aparelhagem
e deficiências de isolamento junto a
linhas de tensão mais elevada.

 São geralmente bruscas e podem danificar a


aparelhagem eléctrica.

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Protecção Contra Sobretensões

 A protecção contra sobretensões é assegurada


por:

 Descarregadores de Sobretensão

 Limitadores de Sobretensão

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Subtensões
 É uma redução na tensão que pode ser
provocada por:

 Excesso de carga ligada

 Rotura de uma das fases

 Contactos à terra de uma fase

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Selectividade dos Aparelhos de Protecção

 Existe selectividade dos aparelhos de protecção


quando em caso de defeito apenas actua o aparelho de
protecção imediatamente a montante do defeito.

 Entre corta-circuitos fusível:


 In Fusível1 ≥ 1,6× In Fusível2

Defeito

 Entre disjuntores:
 In Disjuntor1 ≥ 2× In Disjuntor2
Defeito

 Entre disjuntores e corta-circuitos fusível:

Defeito

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Protecção de Transformadores
 Contra Curtos-Circuitos
 É geralmente efectuada do lado do primário através de fusíveis,
garantindo sempre o seu funcionamento adequado e selectivo,
traduzido pelas seguintes condições:
 1ª Condição: Não actuação para a corrente de “ligação” ou de
“arranque” do transformador. (Ia≈8xIp)
 2ª Condição: Em caso de curto-circuito franco nos terminais
secundários do transformador, deverá actuar em menos de 2
segundos. (In<3.33xIp)
 3ª Condição: Não actuação em caso de sobrecargas temporárias
do transformador. (In>1.3Ip)
 4ª Condição: Selectividade de actuação com os fusíveis instalados
do lado do secundário do transformador. (In>KcxIBT/m)
 Notas:
 A protecção também pode ser feita através de disjuntores, embora não seja tanto
1 7 .5 k V
200A
L X H IO V -3 (1 x 7 0 )m m ²
usual;
 Ia – Corrente de arranque do transformador;
 Ip – Corrente nominal primária do transformador;
T ra n s fo r m a d o r
1 5 0 0 0 ±5 % V
630kV A
?∆  In – Calibre do fusível;
50A 4 2 0 /2 4 0 V 5 0 H z
ec c = 4 %
Y
D yn5

TS
 Kc – Coeficiente de coordenação MT/BT (1.4 para IBT<315A e 1.6 para IBT≥315A;
 IBT – Maior calibre dos fusíveis MT instalados no primário do transformador;
L S V V 2 x (3 x 3 8 0 )+ 1 x 3 8 0 m m ²
 m – Relação de transformação do transformador.

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Protecção de Motores
 Contra Sobregargas
 Assegurada por aparelhos de funcionamento
automático (Relés Térmicos)
 O relé térmico deverá ser escolhido de modo a permitir a
sua regulação para a intensidade de corrente nominal do
motor.

 Contra Curtos-Circuitos
 Assegurada por fusíveis
 O fusível deverá
ter um valor igual
ou imediatamente
superior à corrente
nominal do motor.

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Exemplos de Aplicação:
 Selectividade entre fusíveis (Projecto de um Loteamento):

 Dimensionamento de protecções:

 Notas:
 Corrente de arranque em função do tipo de arranque: Directo (6xIn) ; Estrela-Triângulo (3xIn) ; VEV (Ia=In)
 Corrente de funcionamento: Ib=In+Ia/3
 A corrente de magnetização (IM) deverá verificar simultaneamente as duas condições: IM>Ia e IM<Iccmin;

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Exemplos de Aplicação (cont):
 Dimensionamento do fusível de acompanhamento:

 Devido ao baixo poder de corte do interruptor diferencial, foi


necessário colocar a montante um fusível de acompanhamento
com um poder de corte superiror à corrente de curto-circuito do
barramento do quadro em questão.

300 mA
63 A
 Protecção dos circuitos contra sobretensões:

25 A

DST
Icc = 21,44 kA

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Conclusão
 As protecções das instalações eléctricas são de
extrema importância, influenciando fortemente a
vida útil das instalações;

 Permitem a retirada automática de serviço, sem


intervenção humana, de máquinas, aparelhos ou
circuitos eléctricos que estejam susceptíveis a
avarias;

 O seu correcto dimensionamento é um ponto


fundamental para o bom desempenho e utilização
das instalações eléctricas.

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QUESTÕES???

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