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UNIVERSIDADE PAULISTA

DAMIANA RAELLY LOPES

TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL:

Distorção da imagem corporal em mulheres

SÃO PAULO

2017
DAMIANA RAELLY LOPES

TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL:

Distorção da imagem corporal em mulheres

Trabalho de conclusão de curso para


obtenção do título de especialista em
terapia cognitivo-comportamental para
atuação em múltiplas necessidades
terapêuticas apresentados à
Universidade Paulista - UNIP.

Orientadores:
Profa. Ana Carolina S. de Oliveira
Prof. Hewdy L. Ribeiro.

SÃO PAULO

2017
DAMIANA RAELLY LOPES

TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL:

Distorção da imagem corporal em mulheres

Trabalho de conclusão de curso para


obtenção do título de especialista em
terapia cognitivo-comportamental para
atuação em múltiplas necessidades
terapêuticas apresentados à
Universidade Paulista – UNIP

Orientadores:
Profa. Ana Carolina S. de Oliveira
Prof. Hewdy L. Ribeiro

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

_______________________/__/___

Prof. Hewdy Lobo Ribeiro

Universidade Paulista – UNIP

_______________________/__/___

Profa. Ana Carolina S. Oliveira

Universidade Paulista – UNIP


DEDICATÓRIA

Dedico a conclusão desse curso a Deus em primeiro lugar. Ele que me guiou
até aqui e a toda a minha família.
AGRADECIMENTOS

Agradeço ao criador da minha vida, que me permitiu estar aonde cheguei.


Obrigado DEUS.
“Não considere nenhuma prática como imutável. Mude e
esteja pronto a mudar novamente. Não aceite verdade
eterna. Experimente (Skinner, 1969, p.8)”.
RESUMO

O presente trabalho abordou a definição e conceito do tema distorção da


imagem corporal, com enfoque em mulheres, estabelecendo relação com a
terapia cognitivo-comportamental (TCC) como abordagem no processo
terapêutico. Portanto, o objetivo deste trabalho verificou se a TCC exerceu
influência significativa para o tratamento da distorção corporal em mulheres.
Para isso utilizou-se de revisão bibliográfica de estudos científicos relevantes,
sobre as temáticas citadas e de algumas estratégias de intervenção da TCC
direcionada ao tratamento da distorção. No desenvolver da pesquisa verificou-
se a influência da cognição sobre os comportamentos. A TCC abordou várias
técnicas, além da reestruturação cognitiva e psicoeducação, como intervenção
terapêutica no processo, o que tornou sua capacidade terapêutica abrangente.

Palavras-chave: Terapia Cognitivo-Comportamental, distorção corporal,


Técnicas e Estratégias.
ABSTRACT

The present work focused on the definition and concept of the subject distortion
of the body image, focusing on women, establishing a relationship with
cognitive-behavioral therapy (CBT) as an approach in the therapeutic process.
Therefore, the objective of this study was to verify if CBT exerted a significant
influence on the treatment of corporal distortion in women. For this, we used a
literature review of relevant scientific studies on the topics mentioned and some
strategies of CBT intervention aimed at the treatment of distortion. In the
development of the research, the influence of cognition on behaviors was
verified. CBT addressed several techniques, in addition to cognitive
restructuring and psychoeducation, as therapeutic intervention in the process,
which made its therapeutic capacity comprehensive.

Key-words: Cognitive-Behavioral Therapy, Body Distortion, Techniques and


Strategies.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 10

1.1 Distorção da imagem corporal................................................................10


1.2 Terapia cognitivo-comportamental (TCC)...............................................11
1.3 Justificativa..............................................................................................13

2 OBJETIVOS...............................................................................................13

12.1 Objetivo Geral.......................................................................................13

2.2Objetivos Específicos...............................................................................13

3 METODOLOGIA...................................................................................... 13

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................14

5 CONCLUSÕES........................................................................................ 16

REFERÊNCIAS.......................................................................................... 17
10

1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho abordará o tema distorção da imagem corporal em
mulheres, definição e conceitos, tendo como foco a terapia cognitivo
comportamental (TCC) como abordagem da intervenção terapêutica.
O objetivo deste trabalho é verificar se a TCC exerce influência em relação ao
tratamento das distorções corporais em mulheres. Para isso utilizará de pesquisa
qualitativa, através de revisões bibliográficas de artigos com o presente tema.
Este trabalho terá como problemática: a visão distorcida das mulheres em
relação ao corpo perfeito e a eficácia da TCC no tratamento dessas distorções
corporais e cognitivas, abordando a sua reestruturação.
No desenvolver do estudo deparou-se com varias hipóteses como: a influência
da cultura em relação ao corpo ideal, meios tecnológicos e cirúrgicos como forma de
buscar a perfeição e idealização. Pretende-se através do referencial teórico da TCC
tornar mais compressível as circunstancias que causam essas distorções e
intervenções necessárias com a finalidade de amenizar esse problema.
1.1. Distorção da imagem corporal

Segundo Russo (2005) a imagem corporal é a forma como o corpo é visto. Essa
visão poderia ser modificada através dos meios de comunicação que acabam
reforçando imagens padronizadas de corpos que seriam ditos “perfeitos” e aceitos
na sociedade. Corpos esses que são modificados através de atividades físicas,
cirurgias plásticas e tecnológicas avançadas.

De acordo com Becker (1999, p.21 apud RUSSO) “As pessoas aprendem a
avaliar seus corpos através da interação com o ambiente, assim sua autoimagem é
desenvolvida e reavaliada continuamente durante a vida inteira”.

Ademais, a autora afirma que a imagem do corpo idealizado como perfeito


está ligada a ideia de consumo. O corpo passa a ser objeto de valorização
exagerada, dando oportunidades a serviços destinados a manutenção deste corpo
de maneira a cultuar o que é belo, diante da sociedade.

Para Bosi et al.(2009) a influencia de padrões de imagem corporal na


propaganda do corpo magro como o aceito em varias culturas, aumenta a incidência
de problemas relacionados a distorção da imagem corporal e de alguns transtornos
11

como: os alimentares que vem crescendo cada vez mais numa sociedade que é dita
como moderna, se tornando assim problemas de saúde publica.

A imagem corporal é para Schilder (1994), um conceito capaz de operar com


as três estruturas corporais: estrutura fisiológica, responsável pelas organizações
anatomofisiológicas; estrutura libidinal, conjunto das experiências emocionais vividas
nos relacionamentos humanos; e estrutura sociológica, baseada nas relações
pessoais e na aprendizagem de valores culturais e sociais. A experiência com a
imagem do próprio corpo relaciona-se à experiência de terceiros com seus corpos.
Desse modo, a compreensão da problemática ligada à imagem corporal na nossa
sociedade exige a consideração, além das imagens corporais individuais, das inter-
relações entre as imagens de várias pessoas.

De acordo com Secchi (2009) as mulheres que apresentam distorção da


imagem corporal, passam a perceber o seu corpo como pesado mais do que ele
realmente se apresenta, comparando-se com as modelos apresentadas pela mídia,
modificando e dando novas representações para o seu corpo de modo a distanciar-
se da vivencia corporal.

Segundo Veras (2010) as mulheres vivem num momento histórico cultural que
enfatiza a beleza e a juventude, aliado a um corpo perfeito de extrema magreza. Na
medida em que seus corpos são percebidos geram a insatisfação e comportamentos
compulsivos ou até invasivos, com a finalidade de tentar diminuir esta insatisfação
gerando intenso sofrimento psíquico, decorrentes destes comportamentos. Eles
aparecem com uma intensidade maior nos transtornos alimentares como a:
anorexia, bulimia e no transtorno dismórfico corporal.

1.2 Terapia cognitivo-comportamental (TCC)

A TCC foi desenvolvida pelo médico psicoterapeuta Aaron Beck nos anos 60.
Foca-se nos pensamentos, nas crenças disfuncionais e na forma como estes
influenciam o seu comportamento. As sessões de terapia cognitiva são
habitualmente estruturadas e direcionadas para auxiliar o paciente a solucionar seus
problemas atuais, de modo a torna-lo seu próprio terapeuta, nesse processo.
12

Mostrando a sua eficácia no tratamento de vários transtornos dentre eles a distorção


da imagem corporal.

De acordo com os autores, o culto exagerado ao corpo perfeito poderá gerar


complicações psicológicas como: ansiedade, depressão e distorções da imagem
corporal. A psicologia deverá ter vários enfoques, sendo um deles, a terapia
cognitivo-comportamental, que deverá trabalhar a autoimagem à medida que
promove a reestruturação cognitiva a respeito do corpo e seu significado.
Contribuindo dessa forma para uma nova maneira de pesar, agir e sentir (MOTA e
COSTA, 2014).

Segundo Veras (2010) é importante estabelece uma aliança terapêutica com o


paciente demostrando empatia, atenção e entendimento acerca da queixa
apresentada, adaptando-se ao estilo do paciente, solicitando e dando feedbacks ao
final de cada sessão com a finalidade de verificar os ganhos adquiridos.

Ainda segundo essa autora a TCC da uma grande importância aos pensamentos
que são formados por um sistema de crenças que determinam sentimentos e
comportamentos do sujeito, com o objetivo de torna-los funcionais. A percepção
corporal é construída nos primeiros contatos com os outros e vai se formando
cotidianamente. As mulheres que apresentam distorção da imagem corporal vão
desenvolvendo crenças centrais disfuncionais e comportamentos inadequados vão
sendo instalados. Uma das crenças centrais é o formato corporal, ignorando
completamente o que esta fora desse padrão. O corpo idealizado seria a garantia de
competência e sucesso. A terapia cognitivo-comportamental visa ensinar seus
pacientes a identificar os pensamentos distorcidos através da automonitoração e
torna-los funcionais por meio de evidencias que possam confirmar ou refutar suas
crenças a respeito de si e do seu corpo.

O foco principal no início da psicoterapia, dos diferentes transtornos, consiste em


reduzir os sintomas relacionados ao sofrimento pela percepção que o indivíduo
apresenta. Os comportamentos compulsivos ou de risco, precisam ser identificados
e orientados quanto aos métodos de controle de impulso. É preciso assinalar como o
sujeito percebe seu corpo, trabalhado suas expectativas e questionar essa
percepção, aproximando o corpo idealizado das características do corpo real. O
treino de habilidades sociais deve fazer parte da intervenção, com o objetivo de
13

diminuir o nível de ansiedade desse sujeito quando entram em contato com os


outros. (VERAS, 2010).

1.4 JUSTIFICATIVA

Devido à abrangência terapêutica da TCC, torna-se, importante, compreender os


impactos das intervenções dessa abordagem, no processo da distorção da imagem
corporal em mulheres. Tendo em vista que através da psicoeducação, o indivíduo se
beneficia em vários aspectos, desenvolvendo comportamentos adaptados e
resilientes. Dai a necessidade de averiguar a eficácia da TCC sobre a distorção da
imagem corporal.

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral:

Verificou a eficácia da TCC no tratamento da distorção da imagem corporal em


mulheres.

2.2 Objetivos Específicos:

• Mencionou algumas intervenções da TCC com foco na distorção corporal,


• Ampliou o conhecimento dessa temática, favorecendo a psicoterapia,
• Salientou a importância da TCC como a intervenção de maior relevância e
eficácia no tratamento e reestruturação cognitiva e comportamental.

3. METODOLOGIA

O presente estudo realizou ampla revisão bibliográfica na base scielo, e no


Google Acadêmico. Foram selecionados textos completos, em português. Os
descritores utilizados foram: “distorção da imagem corporal e mulheres”. Os critérios
utilizados para exclusão de artigos foram: estudos que falem sobre uma determinada
faixa etária, ou o sexo masculino. A seleção seguiu a seguinte ordem: leitura dos
títulos, dos resumos e então leitura dos textos completos. Foram utilizados 16
artigos que agregavam conhecimentos sobre essa temática. Verificou-se uma
deficiência em estudos recentes relacionados ao tema e a abordagem da terapia
cognitivo- comportamental.
14

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Assunção (2002) destaca que a preocupação de um indivíduo em excesso


com o seu corpo, caracteriza a distorção da imagem corporal. A preocupação com o
corpo está relacionada a padrões de alimentação específicos, geralmente
compostos de dieta hiperprotéica, além de inúmeros suplementos alimentares a
base de aminoácidos ou substâncias para aumentar o rendimento físico. As
atividades físicas são realizadas de maneira excessiva, causando prejuízos nos
funcionamentos social, ocupacional e recreativo do indivíduo, chegando a ocupar
quase todo o se dia. Fatores ambientais têm grande influência na gênese dos
transtornos, o individuo passa a se sentir excluído socialmente, de modo a adotar
comportamentos e rituais repetitivos, como forma de reconhecer a imagem do seu
corpo. A obsessão pela magreza e/ou perfeccionismo ligado à autoimagem, surge
da necessidade de estabelecer um controle absoluto sobre si.

Segundo os autores o conceito de imagem corporal envolve três componentes:

• Perceptivo-Percepção da própria aparência física, tamanho e peso;


• Subjetivo-Envolve aspectos como a satisfação com a aparência;
• Comportamental-Focaliza os comportamentos ligados ao desconforto com a
aparência física (THOMPSON, 1996, p.505 apud SAIKALI et al 2004).

Ademais, os autores afirmam que as mudanças no formato do corpo,


tamanho e aparência são comuns em todas as sociedades, tendo uma importante
função social. O individuo passa a demonstrar sinais de mudanças em seu status
social, passando a se perceber de maneira diferente. Os movimentos socioculturais
descriminam os indivíduos não atraentes numa série de situações cotidianas,
surgindo assim à insatisfação com a aparência física (SAIKALI et al 2004).

Kakeshita e Sousa (2006) corroboram com a afirmação acima, em que os


movimentos socioculturais influenciam o surgimento de novos comportamentos,
destacando a influência negativa que exercem os meios de comunicação de massa.
Surgindo a partir daí, conflitos entre o ideal de beleza imposto pela sociedade atual e
o somatotipo da maioria das mulheres. Salientando que o ambiente sociocultural
parece ser uma das condições determinantes para o desenvolvimento de distorções
da imagem corporal.
15

Segundo Perin e Ferreira (2016) a insatisfação com o corpo tem como


característica principal, preocupações com um ou mais defeitos percebidos na
aparência física, que geralmente não são observados por outras pessoas. O sujeito
passa a se comportar de maneira repetitiva como: checar-se no espelho inúmeras
vezes, arrumar se excessivamente e comparar sua aparência com a de outras
pessoas. Qualquer parte do corpo pode ser o foco de preocupação, distanciando-se
da sua vivencia corporal.

Dessa forma Conrado (2009) afirma que a distorção da imagem corporal


surge da relação entre fatores comportamentais, cognitivos e emocionais. Os fatores
cognitivos são fundamentais no desenvolvimento e manutenção do transtorno,
incluindo atitudes não realistas sobre a imagem corporal, ligadas à perfeição e
simetria; atenção seletiva aos defeitos percebidos e aumento do monitoramento da
presença de defeitos na aparência, além da interpretação errônea das expressões
faciais dos outros como sendo, “de crítica ou de raiva”. As pessoas com o transtorno
acham que sua aparência é bem menos atrativa do que acreditam ser e observar.

Na sociedade atual percebe-se que os indivíduos estão cada vez mais


preocupados com a aparência física, criando uma luta diária com o espelho. A busca
pelo corpo “perfeito” faz com que os indivíduos busquem por diversas formas de
emagrecimento, como cirurgias plásticas precoces, dietas mirabolantes, excesso de
exercícios físicos, utilização inadequadas de medicamentos, colocando em risco a
saúde física e emocional. A forma inadequada de conquistar um corpo perfeito pode
trazer muito sofrimento e prejuízo na vida social e pessoal (PERIN E FERREIRA
2016).

Por conseguinte como forma de prevenir e reduzir a incidência das distorções,


os autores afirmam que devem ser planejadas e adotadas estratégias na pratica
clínica, em que visem levar informações de maneira geral, em que dependem da
percepção realista e consciência de si, a começar pela distorção da imagem corporal
concreta. Diminuindo com isso, as visões distorcidas e distantes do corpo.

De acordo com a Terapia Cognitiva os indivíduos atribuem significado a


acontecimentos, pessoas, sentimentos e demais aspectos de sua vida, com base
nisso comportam-se de determinada maneira e constroem diferentes hipóteses
sobre o futuro e sobre sua própria identidade. As pessoas reagem de formas
16

variadas a uma situação específica, podendo chegar a conclusões também variadas


(BAHLS E NAVOLAR 2004).

Com base nesse modelo cognitivo a explanação de uma situação expressa os


pensamentos automáticos e influencia a emoção, o comportamento e a resposta
fisiológica, portanto, devem-se identificar os pensamentos automáticos. O
fundamental é diferenciar pensamentos automáticos de emoções, distinguir as
emoções e nomeá-las e, após, classificar sua intensidade, diminuído assim os
sintomas existentes (SILVA, 2014).

Para os autores os esquemas são “estruturas cognitivas internas


relativamente duradouras de armazenamento de características genéricas ou
prototípicas de estímulos, ideias ou experiências que são utilizadas para organizar
novas informações de maneira significativa, determinando como os fenômenos são
percebidos e conceitualizados”. Quando uma crença se forma, ela pode influenciar o
surgimento de novas crenças relacionadas, sendo incorporadas na estrutura
cognitiva duradoura ou esquema. As Crenças nucleares embutidas nessas
estruturas cognitivas modelam o estilo de pensamento de um indivíduo e promovem
erros cognitivos encontrados nas psicopatologias (CLARK, BECK & ALFORD apud
KNAPP e BECK 2008).

Um dos objetivos da TCC é corrigir as distorções cognitivas que estão gerando


problemas ao indivíduo e fazer com que este, desenvolva meios eficazes para
enfrentá-los. Para tanto são utilizadas técnicas cognitivas como: a psicoeducação e
o registro de pensamentos automáticos que buscam identificar os pensamentos
automáticos, testar estes pensamentos e substituir as distorções cognitivas. As
técnicas comportamentais são empregadas para modificar condutas inadequadas
relacionadas com o transtorno (BAHLS e NAVOLAR 2004).

Para Veras (2010) a psicoeducação e o registro de pensamentos automáticos


disfuncionais dão ao paciente um panorama do seu funcionamento e vão delineando
a reestruturação cognitiva, fazendo com que aos poucos o individuo amplie seus
recursos de enfrentamento. A psicoeducação é uma técnica muito utilizada pela
TCC, a qual visa clarificar o conhecimento do cliente, e de seus familiares quando
for o caso, sobre o funcionamento da terapia e sobre o transtorno em si; também é a
oportunidade do terapeuta de ampliar o vínculo com o cliente e esclarecer suas
17

dúvidas com base na empatia, fortalecendo assim o vinculo terapêutico. Já o registro


dos pensamentos automáticos é realizado através da automonitoração, o paciente
aprende a identificar esses pensamentos, ou seja, situação em que ocorrem e sua
frequência, passando a controlar seus pensamentos, emoções e comportamentos
(P-E=C).

O processo psicoterapêutico se dá pela necessidade de colocar o indivíduo em


contato com sua realidade, que é negada ou idealizada. Uma das técnicas de
intervenção mais solicitadas como forma de diminuir as distorções da imagem
corporal do individuo é solicitar que ele desenhe como percebe seu corpo, olhando-
se em um espelho. Em seguida, é orientado a deitar sobre um papel que é colocado
no chão e o terapeuta desenha a silhueta real, contornando seu corpo. Ao final, se
confronta os dois desenhos, o feito pelo paciente e o que foi feito a partir da forma
real do paciente para identificar se há discrepância entre os desenhos. Essa técnica
pode ajudar o indivíduo a repensar a percepção que tem de si e reduzir a ansiedade
associada, mas o profissional precisa estar atento, porque ocasionalmente a
ansiedade pode ser potencializada pela confrontação com a realidade duramente
negada. Nestes momentos a sensibilidade do terapeuta é fundamental para prover
conforto e acolhimento. Na continuidade do trabalho de reconhecimento e aceitação
da forma corporal procura-se estimular a exposição corporal gradual, incentivando o
uso de roupas que evidenciem sua forma ou ainda, a aproximação e ida aos lugares
temidos (VERAS 2010).

Ressalta Veras (2010 apud, CORDIOLI 2008) a eficácia da TCC no tratamento


da distorção da imagem corporal. Devem-se identificar as situações e condições que
geram ansiedade e desconforto ao indivíduo na relação com o seu corpo, o
terapeuta poderá promover uma dessensibilização sistemática. A aproximação aos
lugares ou situações evitadas e temidas ou o aumento gradual da exposição de
partes do corpo que não são aceitas, auxiliando na diminuição da ansiedade gerada
pela autopercepção negativa do seu corpo e melhora nas habilidades sociais.

Assim, Serra (2013) ressalta que uma das características marcantes da TCC que
a difere de outras abordagens é sua condição de treinabilidade, ou seja, sua eficácia
terapêutica baseia-se também e através do treinamento formal e extensivo dos
18

terapeutas cognitivos como: a tarefa de casa que é colocada para cada paciente,
cujo objetivo é ensina-lo a se tornar independente. Os terapeutas cognitivos
comportamentais estão sempre em constante processo de adaptação e evolução
quanto às práticas contemporâneas da TCC, o que propicia tornar-se independente
e proeficiente na sua atuação.

CONCLUSÕES

No decorrer deste trabalho, notou-se que a TCC é uma das abordagens mais
utilizadas e procuradas, com uma abrangência muito maior em relação aos
transtornos. Foi observada a eficácia das intervenções da TCC e sua relevância em
relação à melhora do paciente. Vale ressaltar que a TCC está sempre em processo
de adaptação, já que considera a condição sócia- histórico- cultural do paciente,
influenciado assim no processo terapêutico. Para Knapp e Beck (2008) a terapia
começa focando no aumento da consciência do paciente e de seus pensamentos
automáticos, e em seguida terá como foco as crenças nucleares e subjacentes. O
processo terapêutico pode começar identificando e questionando esses
pensamentos como forma de promover a reestruturação cognitiva. O paciente
sempre atuará de maneira ativa em relação à terapia, tornando-se seu próprio
terapeuta. O que torna assim a TCC uma terapia de melhores resultados e
abrangências.

Foi observada uma necessidade de estudos atualizados, com o tema distorção da


imagem corporal em mulheres no Brasil.

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