PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES
(PNI) organismo podendo levar a sintomas leve
- Programa formulado em 1973.
- Organiza toda a política nacional de
vacinação da população brasileira e tem
como missão o controle, a erradicação e a
eliminação de doenças imunopreviníveis.
- Iniciado com ações verticalizadas
(campanhas), atualmente incorporado às
ações da Estratégia de Saúde da Família.
- Todos os usuários dos serviços de saúde
devem ter sua vacinação verificada.
- RESPONSABILIDADES NACIONAIS E
ESTADUAL: 1) coordenação do PNI,
estratégias e normatização técnica. 2)
Provimento dos imunobiológicos. 3) Gestão
do sistema de informação SI-PNI. 4)
Provimento de seringas e agulhas.
- RESPONSABILIDADES MUNICIPAIS: 1)
Coordenação e execução das ações de
vacinação. 2) Gerência do estoque
municipal. 3) Descarte e destinação final de
frascos, seringas e agulhas. 4) Gestão do SI-
PNI no nível municipal.
- IMUNIZAÇÃO ATIVA: aquela obtida pela
estimulação da resposta imunológica com a
produção de anticorpos específicos;
duradoura; ativa células de memória. Pode
ser natural (infecções) ou artificial (vacinas).
- IMUNIZAÇÃO PASSIVA: imediata, mas
transitória; não depende da reação imune
do hospedeiro. Pode ser natural
(transplacentária, amamentação) ou
artificial (soros, imunoglobulinas e
anticorpos monoclonais).
OBJETIVO DA VACINAÇÃO: diminuição da
morbidade por doenças infecciosas.
VACINA DE MICROORGANISMOS
ATENUADOS: ocorre a replicação deste no
da doença, porém é capaz de estimular de
forma mais intensa o sistema imunológico
do paciente.
MICROORGANISMOS MORTOS OU
FRAÇÕES: não ocorrem replicação, com
menos efeitos colaterais e menor
estimulação imunológica necessitando, as
vezes, de diversas doses.
- A rede de frio é importante para a
manutenção da qualidade da vacina, ou
seja, a temperatura deve ter controle
rigoroso desde o laboratório até o
momento da vacinação.
- Quando há atraso de uma ou mais doses
de vacinas, não precisar reiniciar o esquema
vacinal, apenas completa-lo.
- Se o paciente não sabe quais vacinas já
tomou e não tem cartão de vacinação,
consideramos que não foi vacinado.
- A combinação de vacinas tem muitas
vantagens: menos aplicações, menor custo,
maior adesão, menos acidentes.
FATORES QUE INFLUENCIAM A RESPOSTA
IMUNE: 1) IDADE: sistema imune em
desenvolvimento em lactentes. 2)
GESTAÇÃO: contraindicação de vacinas
vivas. 3) AMAMENTAÇÃO: contraindicação
de Febre Amarela. 4) REAÇÃO ANAFILÁTICA:
contraindicação de vacinas vivas. 5)
IMUNODEPRIMIDOS: contraindicação de
vacinas vivas. 6) ANTI-TÉRMICO
PROFILÁTICO: paracetamol - apenas para
crianças com história pessoal ou familiar de
convulsão ou que tenham tido febre > 39,5°
ou choro incontrolável após dose anterior
de tríplice bacteriana. 7) VIA DE
ADMINISTRAÇÃO: usar a indicada. 8) DOSES
E ESQUEMAS: vacinas inativadas precisam
de mais doses para gerar resposta imune
adequada. 9) ADJUVANTES: substancias
presentes nas vacinas que não contêm IDADE VACINA
microorganismos vivos e aumentam a
resposta imune, como os sais de alumínio.
Ao nascer BCG e Hep B

CONTRAINDICAÇÕES: 1) Reação anafilática

2m Penta (DPT+HiB+Hep B) + VIP + VORH + Pneumo 10
ou alergia importante aos componentes da
vacina. 2) Eventos adversos graves após
dose prévia. 3) Vacinas de bactérias ou vírus 3m Meningo C
vivos atenuados não devem ser
administrados a pacientes com 4m Penta (DPT+HiB+Hep B) + VIP + VORH + Pneumo 10
imunodeficiência congênita ou adquirida ou
com neoplasia maligna. 4) Deve-se adiar
5m Meningo C
também estas vacinas em pacientes que
receberam imunoglobulinas ou em
6m Penta (DPT+HiB+Hep B) + VIP
tratamento com imunossupressor. 5)
Infecções agudas febris graves: adiar até a
9m Febre amarela
resolução do quadro.

- NÃO são contraindicações: doenças de IDADE VACINA

pouca gravidade, amamentação, internação
hospitalar, alergia a penicilina, antecedente
12m Tríplice viral (SRC) + Pneumo 10 + Meningo C
de reação local a vacina ou uso de ATB.

- Prematuridade e baixo peso ao nascer: só 15m DPT + VOP + Hep A + Tetra viral (SRCV)
contraindica BCG quando criança está com
menos de 2Kg.
4 anos DPT + VOP + Febre Amarela

PROCEDIMENTOS ANTERIORES: 1)
Cadastrar o usuário no SI-PNI. 2) Verificar 9 anos HPV quadrivalente
histórico de vacinação. 3) Avaliar estado de
saúde. 4) Orientar sobre as vacinas atuais e
próximas. 5) Fazer os registros das vacinas
VACINA
nos documentos da UBS e na caderneta de
vacinação do usuário. 6) Fazer o
Hepatite B 3 doses *
aprazamento a lápis na caderneta de
vacinação e no cartão-controle. 7) Febre Amarela 1 dose e 1 reforço *
Higienização das mãos.
Hepatite A 1 dose *
CALENDÁRIOS DE VACINAÇÃO: estão
regulamentados na portaria ministerial e Tríplice Viral 2 doses *
são atualizados sistematicamente por meio
de informes e notas técnicas. Nas unidades HPV 2 doses (9 a 13 anos)

de saúde, os calendários e os esquemas

vacinas para cada grupo-alvo devem estar Dupla adulto (dT) Reforço (a cada 10 anos)

disponíveis para consulta e afixados em

local visível.
 VACINA

grupos de riscos, crianças, adolescentes e

Hepatite B 3 doses *
adultos.
- raros efeitos adversos.
Febre Amarela 1 dose e 1 reforço *
- a imunização passiva com imunoglobulina
Hepatite A 1 dose *
específica contra hepatite B deve ser dada
nas primeiras 24 horas após exposição.
Tríplice Viral 1 dose (até 49 anos) * - filhos de mães portadoras do vírus da Hep
B devem ser vacinados nas primeiras 12
Dupla adulto (dT) Reforço (a cada 10 anos) horas de vida e receber a imunoglobulina
simultânea em outro sítio se possível.
- está indicada também para
VACINA imunodeprimidos, dialíticos e diabéticos.

Hepatite B 3 doses * DPT

Febre Amarela Avaliar benefício x risco * - toxoide tetânico e diftérico inativados e

Hepatite A 1 dose *
Dupla adulto (dT) Reforço (a cada 10 anos)
BCG
- dose única, com bacilos vivos atenuados e
administração intradérmica.
- recomendado: RN (> 2Kg) até <5 anos.
Reforço para contactantes de hanseníase.
- protege contra formas graves da doença:
meningite, miliar e disseminada.
- evolui com pápula após duas semanas da
aplicação, seguida de vesícula, pústula,
úlcera, crosta e cicatriz em até 10 semanas.
- cicatriz vacinal é a comprovação de dose
efetiva.
- efeitos adversos: úlcera > 1cm, não
cicatriza em 6 meses, adenite supurada,
abcesso.
- contraindicada: imunodeprimidos, RN
<2Kg, gestantes e lesão dermatópica
extensa.
HEPATITE B
- antígeno de superfície (HBsAg) com
administração intramuscular.
- recomendada para todos os recém-
nascidos e indivíduos pertencentes aos
bacilos mortos de coqueluche
administrados por via intramuscular.
- os toxoides são de excelente
imunogenicidade porém necessitam de
reforço a cada 10 anos. Já o componente
pertussis é de menor eficácia, mas diminuiu
a morbimortalidade da coqueluche.
- efeitos adversos: 1) reações leves - Em 50%
dos vacinados apresentarão febre, sinais
flogísticos locais ou irritabilidade. 2) choque
hipotônico hiporresponsivo. 3)
encefalopatia pós-vacinal.
- contraindicação: 1) maiores de 7 anos. 2)
pacientes com antecedentes de choque
anafilático, convulsão, choque hipotônico-
hiporresponssivo ou encefalopatia nas
doses anteriores, nesses casos deve-se
utilizar a vacina acelular se disponível, caso
contrário aplica-se DT em menores de 7
anos e dT nos adultos.
- após grandes ferimentos em pacientes não
imunizados recomenda-se completar o
esquema e aplicar o soro ou a
imunoglobulina antitetânica.
HIB (HAEMOPHILUS INFLUENZAE B)
- vacinas conjugada a proteínas especificas
com administração intramuscular.
- protege contra formas graves de infecções
como epiglotite, meningite e pneumonia.
- no Brasil usa-se a pentavalente na rede
pública (DPT + Hib + Hep B).
POLIO
VIP-SALK: composta por vírus inativados, de
aplicação intramuscular, alto custo, com
menor risco de levar a paralisia pós-vacinal
sendo recomendada para imunodeprimidos
e contactantes.
VOP-Sabin: composta pelos 3 tipos de vírus
atenuados da poliomielite, acrescida de
neomicina, eritromicina e estreptomicina.
Administração por via oral e raros efeitos
adversos. Contraindicada para
imunodeprimidos e contactantes,
lembrando que a vacina é excretada por 4 a
6 semanas após a vacinação.
TRÍPLICE VIRAL
- formada por vírus vivos atenuados de
sarampo, caxumba e rubéola e
administração subcutânea.
- altamente eficaz, com imunidade
duradoura.
- pode levar a febre, exantema, artralgia
após 5-7 dias da aplicação.
- contraindicada para imunodeprimidos
graves, pacientes com antecedência a
anafilaxia a dose anterior e gestantes.
FEBRE AMARELA
- vírus vivo atenuado, cultivado em ovo.
- administração se dá por via subcutânea.
- indicada para todos que residem ou viajam
para áreas endêmicas, de transição e de
risco potencial.
- alta eficácia, pode levar a efeitos adversos
locais ou febre e raros efeitos adversos
graves (encefalite).
- Contraindicações: 1) crianças menores de
6 meses de idade. 2) imunodeprimidos
graves, independentemente do risco de
exposição. 3) portadores de doenças
autoimunes. 4) gestantes e mulheres
amamentando. 5) reação anafilática após
ingestão de ovo de galinha. 6) indivíduos
com doenças neurológicas ou com mais de
60 anos que vão ser vacinados pela primeira
vez (avaliar o benefício da vacinação).
TETRA VIRAL
- vírus atenuado com administração
subcutânea.
- vacina protege contra sarampo, caxumba,
rubéola e varicela.
- é indicada para vacinação de crianças < 15
meses de idade que já tenham recebido a
primeira dose da vacina tríplice viral.
HEPATITE A
- vírus inativado com administração
intramuscular.
- alta eficácia e raros efeitos adversos.
- é indicada para prevenção da infecção
causada pelo vírus da hepatite A.
PNEUMO 23
- polissacarídeos de 23 sorotipos com
administração intramuscular.
- só eficaz para maiores de 2 anos.
- indicações: idosos institucionalizados;
doença crônica cardiopulmonar, hepática,
diabetes, alcoolismo, fístula liquórica, os
que serão submetidos a esplenectomia,
anemia falciforme, síndrome nefrótica ou
imunodepressão.
PNEUMO 10
- vacina preparada a partir de
polissacarídeos capsulares bacterianos
purificados do pneumococo com 10
sorotipos e administração intramuscular.
- é indicada para prevenir contra infecções
invasivas (sepse, meningite, pneumonia e
bacteremia) e otite média aguda causadas
pelos S. pneumonia, contidos na vacina, em
crianças menores de 2 anos de idade.
ROTAVÍRUS HUMANO – VORH
- é indicada para a prevenção de
gastroenterites causadas por rotavírus dos
sorotipos G1 em crianças menores de 1 ano
de idade e administração via oral.
- embora seja monovalente, a vacina
oferece proteção cruzada contra outros
sorotipos de rotavírus que não sejam G1
(G2, G3, G4, G9).
- contraindicada também em crianças que
tenham histórico de invaginação intestinal
ou com malformação congênita não
corrigida do trato gastrointestinal.
MENINGO C
- constituída por polissacarídeos capsulares
purificados da N. meningitidis do sorogrupo
C, com administração intramuscular.
- está indicada para a prevenção da doença
sistêmica causada pela N. meningitidis do
sorogrupo C em crianças menores de 2
anos.
INFLUENZA
- composta com diferentes cepas do vírus
Myxovírus influenza inativados, cultivados
em ovos, contendo ainda traços de
neomicina, gentamicina ou timerosal como
conservantes e a administração é
intramuscular.
- indicada para proteger contra o vírus da
influenza e contra as complicações da
doença, principalmente as pneumonias
bacterianas secundárias.
- contraindicada para menores de 6 meses e
após reação anafilática a doses anterior.
EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAIS
- evento adverso pós-vacinação (EAPV) é
qualquer ocorrência médica indesejada
após a vacinação e que, não
necessariamente, possui uma relação
causal com o uso de uma vacina ou outro
imunobiológico (imunoglobulinas e soros
heterólogos). Apenas uma fração deles
podem ser imputados às vacinações.
- em 2000 foi criado o Sistema
Informatizado de Eventos Adversos Pós-
Vacinais, dentro do Programa Nacional de
Imunizações – PNI.
- mais comuns: leves, locais ou sistêmicos
(febre, dor e edema local).
- mais raros: eventos mais graves
(convulsões febris, anafilaxia, etc.).
- as ações de vigilância são voltadas para os
eventos moderados a graves.
CONDUTAS NAS REAÇÕES ADVERSAS
- reação local (dor, eritema, edema): 1) leve:
compressa fria; analgésico. 2) intensa:
tratamento como acima; notificar. 3) não
contraindicam outras doses.
- abscesso: infecção secundária ou erros na
técnica de aplicação. Notificar. Tratar
(antibiótico + drenagem).
- febre: anti-térmico; ambiente bem
ventilado; administração de líquidos.
Notificar se febre alta ou com um padrão
não esperado para a vacina. Se houver febre
alta ou convulsão febril, usar Paracetamol
de 6/6h por 24-48h nas próximas
vacinações.
- reações alérgicas: contraindicam outras
doses, se choque anafilático, uso imediato
de adrenalina SC ou IM, além de outras
medidas de reanimação. Em reações leves
(urticária), uso de anti-histamínicos orais.
Notificar e investigar estes casos.
FEBRES VACINAIS
- DPT ou dT: nas primeiras 24-48h.
- Tríplice viral: após 5 a 12 dias.
- Hepatite B: no primeiro dia.
- Febre amarela: após 6 dias.