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Contabilidade Comentada © - pág.

CONTABILIDADE COMENTADA PARA TODOS OS


PROFISSIONAIS ©
Autor: Paulo Henrique Teixeira

Distribuição: Portal Tributário® Editora e Maph Editora

 Atenção: esta obra é atualizável. Recomendamos baixá-la periodicamente em seu


computador, utilizando a mesma senha, no endereço www.portaltributario.com.br/downloads

SOBRE O AUTOR E A OBRA

Paulo Henrique Teixeira é Contador e reside em Curitiba - PR. Auditor e Consultor


Tributário e Trabalhista em empresas no Estado do Paraná e Santa Catarina, autor de
várias obras, entre as quais: Auditoria Tributária, Defesa do Contribuinte, Auditoria
Contábil, Auditoria Gerencial, Controladoria Empresarial, Contabilidade Introdutória,
Auditoria Trabalhista, Prevenção de Riscos Trabalhistas, Terceirização com Segurança,
Contabilidade Tributária e Gestão Tributária (as duas últimas, em co-autoria com Júlio
César Zanluca).

 Todos os exemplos desta obra são meramente ilustrativos. Em situações reais,


verificar a adequacidade dos elementos expostos à efetiva situação apresentada.

 Direitos autorais REGISTRADOS. A cópia, reprodução, distribuição ou


comercialização por qualquer meio somente será permitida mediante autorização
POR ESCRITO do detentor de direitos autorais. Permitida a reprodução de apenas 1
(uma) cópia para uso exclusivo e pessoal do adquirente.

DEFINIÇÃO DA CONTABILIDADE
Funções
Finalidades
Áreas de atuação em geral
Áreas de atuação específica

OBRIGATORIEDADE DA CONTABILIDADE
Para fins Tributários
Multas pela não apresentação da Contabilidade
O Código Civil obriga a escrituração contábil
A nova Lei das Falências – 11.101/2005 obriga a escrituração dos últimos 3 anos
Inadimplência – que é provada através da Contabilidade – não é considerada sonegação
Contabilidade como prova em autuações fiscais

POSTULADOS, PRINCÍPIOS E CONVENÇÕES CONTÁBEIS


Postulados
Princípios Contábeis
Convenções Contábeis

COMO FUNCIONA A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL


Escrituração
Contas

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Classificação das contas


Lançamento
Identificação das contas a debitar e a creditar
Fórmulas de lançamento
Técnicas de correção de erros dos lançamentos
Livro Diário
Livro Razão
Balancete

ESTRUTURAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS CONTÁBEIS

ATIVO

Ativo Circulante
 Disponível: caixa, bancos e aplicações financeiras
 Realizável a curto Prazo: clientes, impostos a recuperar e outros créditos
 Estoques
 Despesas antecipadas: do exercício seguinte
Ativo Realizável a Longo Prazo
 Realizável a longo prazo
Ativo Permanente
 Investimentos
 Imobilizado
 Intangível
 Diferido

PASSIVO

Passivo Circulante: fornecedores, empréstimos, obrigações trabalhistas, obrigações


tributárias e outras contas a pagar
Passivo Exigível a Longo Prazo
Resultado de Exercícios Futuros
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Patrimônio Líquido: capital social, reservas de capital e lucros/prejuízos acumulados
CONTAS DE RESULTADO
Receita Operacional Bruta
Deduções de vendas
Custo das vendas
Despesas administrativas e de vendas
Receitas e despesas financeiras
Outras receitas
Resultados não operacionais
Provisão para IRPJ e CSSL

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBRIGATÓRIAS


Balanço Patrimonial
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) – excluída a partir de 01.01.2008
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)

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Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras

AVALIAÇÃO DE ESTOQUE

Avaliação das mercadorias para revenda e das matérias-primas


1. Custo médio
2. PEPS
3. Custo Arbitrado
Avaliação do custo de produção de bens ou serviços
Custo integrado e coordenado com o restante da escrituração contábil
Custo Padrão
Custo arbitrado

A CONTABILIDADE E OS CUSTOS

Exigência legal e fiscal


Objetivos
Campos de aplicação
Definindo gasto, investimento, custo, despesa, perda e desembolso
Custos Diretos
Custos Indiretos
Custos fixos, semi-fixos e variáveis

CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO GERENCIAL

Análise de Balanço
Índices de rentabilidade
Índices de estrutura de capital
Índices de liquidez
Índices de realização financeira
Indicadores de capitalização a curto prazo
Capitais em giro
Análise vertical
Análise horizontal
Preços de venda
Avaliação do preço quando ditado pelo mercado

A CONTABILDADE E O BALANÇO SOCIAL

Informações de natureza social e ambiental – obrigatórias a partir de 01.01.2006

CONTABILIDADE AMBIENTAL

Eventos ambientais
Utilização da Contabilidade Ambiental
Aplicação prática dos princípios
Ativo Ambiental
Passivo Ambiental

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A CONTABILIDADE E O TERCEIRO SETOR

Definição de terceiro setor


Associações
Fundações
Cooperativas Sociais
Organizações Sociais
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP
Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Terceiro Setor

AUDITORIA NAS EMPRESAS

Auditoria
Auditoria Independente nas Demonstrações Contábeis
Auditoria Tributária
Auditoria Gerencial
Auditoria Trabalhista

EXEMPLOS PRÁTICOS DE CONTABILIZAÇÃO

Contabilização da integralização de capital


Contabilização da aquisição de mercadorias para revenda
Contabilização da recuperação dos tributos sobre a aquisição de mercadorias para
revenda
Contabilização da folha de pagamento dos funcionários
Contabilização da venda de mercadorias
Contabilização do custo das mercadorias vendidas
Contabilização dos tributos incidentes sobre a venda de mercadorias
Contabilização dos tributos recuperados
Contabilização da depreciação
Contabilização das provisões de imposto de renda e contribuição social sobre o lucro
líquido
Contabilização das transferências contábeis para apuração do resultado
Contabilização da transferência do resultado do exercício para o patrimônio líquido
Balanço patrimonial
Demonstração do resultado do exercício

DEFINIÇÃO DA CONTABILIDADE

É a ciência que estuda e pratica, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio


das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos,
com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e
o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza econômica.
(Prof. Hilário Franco)

A Contabilidade permite o controle da movimentação do Patrimônio das empresas. O


Patrimônio de uma empresa é movimentado em função dos acontecimentos diários, tais
como compras, vendas, pagamentos, recebimentos etc.

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Registrando esses acontecimentos, a Contabilidade terá condições de fornecer


informações sobre a situação do Patrimônio, sempre que solicitada.

FUNÇÕES

As principais funções da Contabilidade são: registrar, organizar, demonstrar, analisar e


acompanhar as modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica ou
social que a empresa exerce no contexto econômico.
 Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor
monetário;
 Organizar: um sistema de controle adequado à empresa;
 Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por meio de
demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa;
 Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com a finalidade de apuração dos
resultados obtidos pela empresa;
 Acompanhar: a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os
pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros, e
alertando para eventuais problemas.

FINALIDADES

A finalidade básica da Contabilidade é o acompanhamento das atividades realizadas


pela empresa, no sentido indispensável de controlar o comportamento de seus
patrimônios, na função elaboração e comparação dos resultados obtidos entre períodos
analisados.

A contabilidade faz o registro metódico e ordenado dos negócios realizados e a


verificação sistemática dos resultados obtidos. Ela deve identificar, classificar e anotar
as operações da entidade e de todos os fatos que de alguma forma afetam sua situação
econômica, financeira e patrimonial.

Com esta acumulação de dados, convenientemente classificados, a Contabilidade


procura apresentar de forma ordenada, o histórico das atividades da empresa, a
interpretação dos resultados, e através de relatórios produzir as informações que se
fizerem precisas para o atendimento das diferentes necessidades.

As finalidades fundamentais da Contabilidade referem-se à orientação da administração


das empresas no exercício de suas funções. Portanto a Contabilidade é o controle e o
planejamento de toda e qualquer entidade sócio-econômica.

Controle: a administração através das informações contábeis, via relatórios pode


certificar-se na medida do possível, de que a organização está agindo em conformidade
com os planos e políticas determinados.

Planejamento: a informação contábil, principalmente no que se refere ao


estabelecimento de padrões e ao inter-relacionamento da Contabilidade e os planos
orçamentários, é de grande utilidade no planejamento empresarial, ou seja, no processo
de decisão sobre que curso de ação deverá ser tomado para o futuro.

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Todo e qualquer levantamento de informações administrativas e gerenciais deve ter


como alicerce a Contabilidade. Relatórios baseados em informações nas quais não são
provenientes dos livros contábeis são meros especulativos, pois não refletem a realidade
da empresa, não têm consistência, não têm amparo na escrituração, não podem ser
usados como prova contábil, são inexatos.

Somente os dados retirados dos livros contábeis merecem boa-fé, tanto para fins
comerciais, tributários, civis e principalmente para decisões judiciais.

ÁREAS DE ATUAÇÃO EM GERAL

Fiscal: auxilia na elaboração de informações para os órgãos fiscalizadores, do qual


depende todo o planejamento tributário da entidade.

Pública: é o principal instrumento de controle e fiscalização que o governo possui sobre


todos os seus órgãos. Estes estão obrigados à preparação de orçamentos que são
aprovados oficialmente, devendo a Contabilidade pública registrar as transações em
função deles, atuando como instrumento de acompanhamento dos mesmos. A Lei nº
4.320/64, constituindo-se na carta magna da legislação financeira do País, estatui
normas gerais para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços públicos.

Gerencial: auxilia a administração na otimização dos recursos disponíveis na entidade,


através de um controle adequado do patrimônio e dos custos.

Financeira: elabora e consolida as demonstrações contábeis para disponibilizar


informações aos usuários externos.

Auditoria: compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenção


de informações, internas e externas, relacionadas com o controle do patrimônio,
objetivando mensurar a exatidão destes registros e das demonstrações contábeis deles
decorrentes.

Perícia Contábil: elabora laudos em processos judiciais ou extrajudiciais sobre


organizações com problemas financeiros causados por erros administrativos.

ÁREAS DE ATUAÇÃO ESPECÍFICA

Análise Econômica e Financeira de Projetos: elabora análises, através dos relatórios


contábeis, que devem demonstrar a exata situação patrimonial de uma entidade.

Ambiental: informa o impacto do funcionamento da entidade no meio ambiente,


avaliando os possíveis riscos que suas atividades podem causar na qualidade de vida
local.

Atuarial: especializada na Contabilidade de empresas de previdência privada e em


fundos de pensão.

Social: informa sobre a influência do funcionamento da entidade na sociedade, sua


contribuição na agregação de valores e riquezas, além dos custos sociais.

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Agrobusiness: atua em empresas com atividade agrícola de beneficiamento in-loco dos


produtos naturais.

OBRIGATORIEADE DA CONTABILIDADE

PARA FINS TRIBUTÁRIOS

De acordo com o artigo 251, do RIR/99, a pessoa jurídica sujeita à tributação com base
no lucro real deve manter escrituração com observância das leis comerciais e fiscais.

A escrituração deverá abranger todas as operações do contribuinte, os resultados


apurados em suas atividades no território nacional, bem como os lucros, rendimentos e
ganhos de capital auferidos no exterior.

A falta de escrituração traz a possibilidade de arbitramento do lucro, cumulativamente à


imposição das penalidades cabíveis. O art. 259. § 2º, do RIR/99, por exemplo, prevê que
a não manutenção do Livro Razão implicará, também, no arbitramento do lucro. As
demais hipóteses de arbitramento constam dos art. 530 do RIR/99.

Conforme os artigos 258 a 263 do RIR/99, o contribuinte que optar pelo lucro Real
deverá manter escriturado o Livro Diário com as respectivas demonstrações financeiras,
Livro Razão, Livro de Inventário, Livro Registro de Entrada de Meracadorias, Livro de
Apuração do Lucro Real – Lalur, arquivo magnético da Contabilidade dos últimos 05
anos, senão poderá ter seu lucro arbitrado, conforme artigo 530 do RIR/99.

A pessoa jurídica habilitada à opção pelo regime de tributação com base no lucro
presumido, conforme Lei n° 8.981/95, art. 45, deverá manter a escrituração do Livro
Caixa, Livro de Registro de Inventário e manter em boa ordem e guarda os documentos
que serviram de base a escrituração comercial e fiscal.

Isso não significa que não deverá ter os demais livros, tipo: Registro de Entrada de
Mercadorias, Livro de Registro de Saída de Mercadorias, Livro de Apuração do ICMS e
IPI, Livro de Registro de Serviços – ISS, dentre outros, os quais são exigidos pela
legislação Estadual e Municipal e esses órgãos podem arbitrar a receita caso não possua
os respectivos livros.

O arbitramento do lucro é calculo com base no faturamento da empresa, sendo aplicado


os seguintes coeficientes para fins de IRPJ:

% sobre
Espécies de atividades
receita

Revenda a varejo de combustíveis e gás natural 1,92


Venda de mercadorias ou produtos 9,6
Transporte de cargas 9,6
Atividades imobiliárias (compra e venda) 9,6
Serviços hospitalares 9,6
Atividade Rural 9,6
Industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante 9,6
Outras atividades não especificadas 9,6

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Serviços gráficos de natureza comercial ou industrial 9,6


Construção Civil com emprego de materiais, atividades de incorporação,
construção e venda de imóveis, obras de engenharia civil com o emprego
de materiais de construção civil 9,6
Serviços de transporte (exceto o de cargas) 19,2
Serviços profissionais (S/C, médicos, dentistas, advogados, contadores,
auditores, etc.) 38,4
Intermediação de negócios 38,4
Administração, locação ou cessão de bens móveis/imóveis ou direitos 38,4
Serviços gráficos sob encomenda 38,4
Serviços de construção civil, quando a prestadora não empregar
materiais de sua propriedade nem se responsabilizar pela execução da
obra 38,4
Concessionárias públicas de água ou pedágio de rodovias 38,4
Factoring 38,4
Receitas Financeiras, Ganho de Capital e outras receitas 100,0

No caso de exploração de atividades diversificadas, será aplicado sobre a receita bruta


de cada atividade o respectivo percentual.

Para o cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, do percentual sobre a receita,


aplica-se a alíquota de 15% + adicional de 10% sobre o lucro superior a R$ 240.000,00
anuais ou R$ 20.000,00 mensais.

 Exemplo:

Dados Valores
Atividade – Serviços
Faturamento no trimestre 1.000.000,00
Alíquota do Arbitramento 38,4%
Valor do lucro arbitrado 384.000,00
Alíquota IRPJ 15%
Valor IRPJ 57.600,00
Adicional (384.000,00- 240.000,00) x 10% 14.400,00
Total IRPJ 71.000,00

O arbitramento do lucro é calculado com base no faturamento da empresa, sendo


aplicado os seguintes coeficientes para fins de Contribuição Social sobre o Lucro:

Espécies de atividades % sobre receita

Receita bruta nas atividades comerciais, industriais, serviços


hospitalares e de transporte; 12%
Prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e
de transporte; 32%
Intermediação de negócios; 32%
Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e 32%
direitos de qualquer natureza
Factoring 32%
Receitas Financeiras, Ganho de Capital outras receitas 100%

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Para o cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, do percentual sobre a


receita, aplica-se a alíquota de 9%.

 Exemplo:

Dados Valores
Atividade – Serviços
Faturamento anual 1.000.000,00
Alíquota do Arbitramento 32,00%
Valor da base de Cálculo da CSLL 320.000,00
Alíquota CSLL 9%
Valor CSLL 28.800,00

MULTAS DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO SOBRE O ARBITRAMENTO


Devido a não apresentação da Contabilidade

Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas


sobre a totalidade ou diferença de imposto (Lei nº 9.430, de 1996, art. 44):

I. de setenta e cinco por cento nos casos de falta de pagamento ou recolhimento,


pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa
moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese
do inciso seguinte;
II. de cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos
arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 1964, independentemente de outras penalidades
administrativas ou criminais cabíveis.

Sobre o cálculo do IRPJ e da CSLL incide ainda multa de ofício de 75% a 150%. Com
os mesmos cálculos acima teremos o seguinte valore de multa.

Dados Valores

Valor do IRPJ 71.000,00


Valor da CSLL 28.800,00
Base de cálculo para multa de Ofício 99.000,00
Multa de ofício normal 75%
Total da Multa de Ofício 74.250,00

Uma empresa prestadora de serviço com faturamento anual de R$ 1.000.000,00, que


apresentou prejuízo durante o exercício, no entanto não escriturou sua Contabilidade
para demonstrar esse prejuízo, em um processo de fiscalização deverá pagar R$
99.000,00 de IRPJ e CSLL + R$ 74.250,00 de multa de ofício 1*, totalizando R$
173.250,00 de tributos a recolher.

O risco tributário é muito grande em não manter as operações da empresa transcritas na


Contabilidade. Como foi citado no exemplo, a empresa teve prejuízo e ainda
desembolsar um valor razoável de tributos que não seriam devidos se comprovados

1
* Considerando que não houve intuito de fraude na empresa, senão a multa seria agravada para 150%.

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perante sua escrita contábil, levaria a empresa à uma séria crise financeira,
comprometendo sua continuidade.

Sistema Escritural em meio magnético à disposição da Receita Federal

As pessoas jurídicas que, de acordo com o balanço encerrado no período de apuração


imediatamente anterior, possuírem patrimônio líquido superior a um milhão seiscentos e
trinta e três mil, setenta e dois reais e quarenta e quatro centavos e utilizarem sistema de
processamento eletrônico de dados para registrar negócios e atividades econômicas,
escriturar livros ou elaborar documentos de natureza contábil ou fiscal ficarão obrigadas
a manter, em meio magnético ou assemelhado, à disposição da Secretaria da Receita
Federal, os respectivos arquivos e sistemas durante o prazo de cinco anos. (art. 265 e
266 RIR/99)

CÓDIGO CIVIL OBRIGA A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

Art. 1.179 do Código Civil: O empresário e a sociedade empresária são obrigados a


seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a
levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.
§1º Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a critério dos
interessados.
§2º É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o
art. 970.

Levantamento do Balanço Patrimonial: O art. 1.179 CC, estabelece o dever ao


empresário e à sociedade empresária levantar anualmente o balanço patrimonial.
Balanço Patrimonial é a demonstração que encerra a seqüência dos procedimentos
contábeis, apresentado de forma ordenada em três elementos componentes do
patrimônio: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Sendo o Ativo composto por bens e
direitos (art, 10, item 4 do Código Comercial); o Passivo composto pelas obrigações; o
patrimônio líquido corresponde à diferença entre o ativo e o passivo.

O balanço é um ato jurídico e não simples ato material (Fábio Konder Comparato). Ato
ou negócio jurídico, em qualquer hipótese, o balanço regularmente aprovado e
publicado de uma companhia deve ser considerado válido e eficaz, perante os acionistas
e terceiros. (José Waldeci das Lucena – Das Sociedades Limitadas, 5ª Ed. RJ. Renovar,
2003).

Mesmo que a empresa esteja desobrigada a apresentação da Escrituração e do Balanço


em função de legislação tributária, esta deve elaborá-los conforme determina o art. 1179
do NCC. É o caso do lucro presumido, no qual a legislação faculta o contribuinte a
escriturar Livro Caixa.

Balanços Especiais. Existem balanços ordinários – anuais - e os balanços especiais


(extraordinários), são especiais os balanços:

 de recesso de acionista ( art. 45, § 2º, Lei nº 6.404/76);


 de liquidação ( art. 210, inciso III, Lei nº 6.404/76);
 de dividendos intermediários ( art. 204, ª 1º, Lei nº 6.404/76);

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 de autofalência ( art. 8º, inciso I, Decreto-Lei nº 7.661/45);


 de concordata ( art. 159, inciso IV, Decreto-lei nº 7.661/45);
 incorporação e fusão.

Outras disposições com relação à contabilidade no código civil

Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser
substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. A adoção de
fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial
e do de resultado econômico (art. 1180).

Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes
de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis.
A autenticação não se fará sem que esteja inscrito o empresário, ou a sociedade
empresária, que poderá fazer autenticar livros não obrigatórios (art. 1.181).

Sem prejuízo do disposto no art. 1.174, a escrituração ficará sob a responsabilidade de


contabilista legalmente habilitado, salvo se nenhum houver na localidade (art. 1.182).

A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil,


por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas,
borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens. É permitido o uso de código
de números ou de abreviaturas, que constem de livro próprio, regularmente autenticado
(art. 1.183).

No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento


respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao
exercício da empresa (art. 1.184).

Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o período de
trinta dias, relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora
da sede do estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares regularmente
autenticados, para registro individualizado, e conservados os documentos que permitam
a sua perfeita verificação (art. 1.184).

Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo


ambos ser assinados por técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo
empresário ou sociedade empresária. (art. 1.184).

O empresário ou sociedade empresária que adotar o sistema de fichas de lançamentos


poderá substituir o livro Diário pelo livro Balancetes Diários e Balanços, observadas as
mesmas formalidades extrínsecas exigidas para aquele (art. 1.185).

O livro Balancetes Diários e Balanços serão escriturados de modo que registre (art.
1.186):

I - a posição diária de cada uma das contas ou títulos contábeis, pelo respectivo saldo,
em forma de balancetes diários;
II - o balanço patrimonial e o de resultado econômico, no encerramento do exercício.

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Na coleta dos elementos para o inventário serão observados os critérios de avaliação a


seguir determinados (art. 1.187):

I. os bens destinados à exploração da atividade serão avaliados pelo custo de


aquisição, devendo, na avaliação dos que se desgastam ou depreciam com o uso,
pela ação do tempo ou outros fatores, atender-se à desvalorização respectiva,
criando-se fundos de amortização para assegurar-lhes a substituição ou a
conservação do valor;
II. os valores mobiliários, matéria-prima, bens destinados à alienação, ou que
constituem produtos ou artigos da indústria ou comércio da empresa, podem ser
estimados pelo custo de aquisição ou de fabricação, ou pelo preço corrente, sempre
que este for inferior ao preço de custo, e quando o preço corrente ou venal estiver
acima do valor do custo de aquisição, ou fabricação, e os bens forem avaliados pelo
preço corrente, a diferença entre este e o preço de custo não será levada em conta
para a distribuição de lucros, nem para as percentagens referentes a fundos de
reserva;

O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da


empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das leis
especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo (art. 1.188).

O balanço de resultado econômico, ou demonstração da conta de lucros e perdas,


acompanhará o balanço patrimonial (art. 1.189).

É garantido o sigilo da escrituração contábil, conforme art. 1.190, exceto em caso de


fiscalizações tributárias.

A NOVA LEI DE FALÊNCIAS - Lei 11.101/2005 OBRIGA A ESCRITURAÇÃO

Conforme art. 51 da Lei 11.101, de 09.02.2005, para o Pedido e do Processamento da


Recuperação Judicial será necessário que as demonstrações contábeis relativas aos 3
(três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido,
confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas
obrigatoriamente de:

 balanço patrimonial;
 demonstração de resultados acumulados;
 demonstração do resultado desde o último exercício social;
 relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção.

O Art. 105, da Lei 11.101/2005, define que o devedor em crise econômico-financeira


que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá
requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento
da atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos:

I. demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as


levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita
observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;

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c) demonstração do resultado desde o último exercício social;


d) relatório do fluxo de caixa;
.........
V. os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei;

Fraude a Credores

O art. 168, da mesma lei, dispõe que praticar, antes ou depois da sentença que decretar a
falência, conceder a recuperação judicial ou homologar a recuperação extrajudicial, ato
fraudulento de que resulte ou possa resultar prejuízo aos credores, com o fim de obter
ou assegurar vantagem indevida para si ou para outrem.

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

A pena aumenta-se de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço), se o agente:

I. elabora escrituração contábil ou balanço com dados inexatos;


II. omite, na escrituração contábil ou no balanço, lançamento que deles deveria constar,
ou altera escrituração ou balanço verdadeiros;
III. destrói, apaga ou corrompe dados contábeis ou negociais armazenados em
computador ou sistema informatizado;
IV. simula a composição do capital social;
V. destrói, oculta ou inutiliza, total ou parcialmente, os documentos de escrituração
contábil obrigatórios.

Contabilidade paralela

A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até metade se o devedor manteve ou movimentou
recursos ou valores paralelamente à contabilidade exigida pela legislação.

Concurso de pessoas

Nas mesmas penas incidem os contadores, técnicos contábeis, auditores e outros


profissionais que, de qualquer modo, concorrerem para as condutas criminosas descritas
no artigo 168, na medida de sua culpabilidade.

Lembrando que a Lei 11.101/2005 passou a vigorar a partir de 10.06.2005.

INADIMPLÊNCIA FISCAL É DIFERENTE DE SONEGAÇÃO

O simples não pagamento de tributos, isto é, a inadimplência fiscal não passa de um


descumprimento administrativo de natureza não criminal. Deixar de pagar tributo não é
crime, ou seja, não equivale à sonegação fiscal.

Entretanto, na hipótese do contribuinte deixar de repassar aos cofres públicos valores


descontados ou retidos, pode se dar a tipificação de prática delituosa que, em última
análise, evoca a prática da apropriação indébita (art. 2º da Lei 8.137/1990).

A inadimplência fiscal não é delito criminal e conduz tão-somente à aplicação das


penalidades administrativas cabíveis e a inscrição em dívida para fins da extração da

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certidão de dívida ativa (CDA) que é o título executivo extrajudicial que irá aparelhar a
execução fiscal a ser promovida pela Fazenda Pública.

Para ser caracterizada a inadimplência e não a sonegação fiscal, os tributos não


recolhidos devem ser declarados aos órgãos públicos competentes:

 Os tributos federais a recolher devem ser declarados na DCTF, DACON e DIPJ e


suas bases de cálculos retiradas da Contabilidade.
 O INSS devido e não pago deve ser informado na GFIP.
 Os tributos estaduais a recolher devem ser declarados nas informações mensais
apresentadas aos Estados e Distritos Federais e constantes nos livros de apuração do
ICMS, conforme os lançamentos contábeis.
 Os tributos municipais devem constar do Livro de Registro de prestação de serviços
e em conformidade com os registros contábeis.

O valor apresentado na DCTF, DACON, DIPJ e a menor das bases de cálculos retiradas
da Contabilidade poderá ser considerado como sonegação fiscal. Assim, a empresa é
inadimplente quando declara os impostos a pagar nas respectivas declarações e esses
valores declarados têm como base a Contabilidade.

Até final de 2004, a Receita Federal vinha emitindo Autos de Infração com multa de
75%, para os tributos declarados em DCTF e não pagos. Um absurdo, pois o tributo
declarado e não pago, deve ser inscrito em Dívida Ativa e cobrado pela Procuradoria
Geral da Fazenda Nacional.

Em recentes decisões, a própria Delegacia de Julgamento da Receita Federal vem


espontaneamente reduzindo a multa de 75% para o percentual máximo de 20%,
alegando o seguinte:

“Uma vez que referidos débitos foram informados em DCTF, por força no art. 18 da
Lei nº. 10.833/2003, com redação dada pelo art. 25 da Lei 11.051/2004, e da
retroatividade benigna estabelecida no art. 106 do CTN, a multa de 75% não pode
subsistir, sendo mais própria para a espécie a multa de mora no percentual máximo de
20% (art.61, da Lei nº. 9.430/96)”

Essa decisão vale para qualquer período, mesmo anterior ao da edição do art. 25 da Lei
11.051/2004, em função da retroatividade benigna constante no art. 106 do CTN.

Os tributos (federais) declarados na DCTF, DACON dentre outras e tendo suas bases de
cálculo em conformidade com a Contabilidade, mesmo que não pagos têm incidência da
multa de mora, de no máximo 20% sobre o valor do tributo declarado. Até que em fim,
a própria Receita Federal reparando um abuso de poder.

Contudo, os crimes contra a ordem tributária praticados por particulares, denominados


crimes de sonegação fiscal (lei nº 4.729/65), encontram-se definidos na Lei nº. 8.137, de
27 de dezembro de 1990, que assim dispõe:

"Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:

I. omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;

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II. fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer
natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
III. falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento
relativo à operação tributável;
IV. elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou
inexato;
V. negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a
venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo
com a legislação.
VI. Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que
poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria ou da
dificuldade quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V.
Art. 2º Constitui crime da mesma natureza:
I. fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude,
para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo;
II. deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou
cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos;
III. exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem sobre a
parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal;
IV. deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto
liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento;
V. utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da
obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à
Fazenda Pública.
VI. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa."

CONTABILIDADE COMO PROVA EM AUTUAÇÕES FISCAIS

A prova no processo Administrativo Fiscal é de fundamental importância e deve ser


observada criteriosamente pelo Contribuinte, através da prova o julgador forma sua
convicção a favor ou contra a empresa. “Quem alega e não prova não alegou”, alegação
sem prova transforma-se em uma denúncia vazia.

Por exemplo, o Contribuinte alega na sua impugnação que não é devedor do tributo,
pois já o pagou, no entanto, não apresenta cópia do comprovante de recolhimento, na
peça impugnatória. Seu argumento é inválido, não é acolhido, não está devidamente
comprovado, é nesse sentido que as provas devem ser consideradas.

A produção de provas fortes e irrefutáveis deve ser preparada pelo Contribuinte na


ocasião da realização do ato jurídico (negociação: compra ou venda). A prova nada mais
é do que um documento hábil (aceito pelo fisco) que suporta o lançamento contábil.
Muitas vezes, os responsáveis pelas empresas apresentam documentos parcialmente
hábeis, documentos considerados não hábeis (pedido, rascunho de compras, sem
identificação) ou não apresentam documentos.

O Contador, por sua vez, cobra os devidos documentos, mas como a empresa é
dinâmica e já está envolvida em outras negociações não se preocupa com a
documentação anterior. Então o lançamento contábil é feito com base na cópia de
cheque sem a documentação comprobatória. O tempo passa, substitui-se o Contador, o
Administrador ou até mesmo os sócios, a falta do documento só vai ser observada
quando solicitado pelo fiscal, quase 05 anos após a data que deveria ser emitido.

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A administração sai correndo atrás da documentação, inútil o fornecedor que vendeu


fechou, até mesmo não é mais fornecedor da empresa, não vai ter nenhuma vontade em
procurar documentos, ou ainda, não foi emitido o respectivo documento fiscal, naquela
ocasião. São fatos lamentáveis, mais que normalmente ocorrem em nossas empresas, é
uma questão de cultura, pois são os sócios que administram suas próprias empresas e
acreditam que não é necessário manter toda a documentação em ordem.

Todos os lançamentos contábeis necessitam de comprovantes hábeis, sejam eles de


receitas, despesas ou variação patrimonial. A produção de provas é estabelecida pelos
documentos que dão suporte aos lançamentos contábeis. Qualquer fragilidade expõe a
empresa em um processo de fiscalização.

Várias são as formas de provas que acompanham o lançamento contábil:

a) O próprio documento é o comprovante do lançamento contábil. Exemplo: nota fiscal


de compras de peça, no Diário consta o número da nota fiscal e o nome da empresa,
bem como o valor do documento;

b) Diferente é uma provisão de férias, na qual devem constar todos os funcionários que
têm direito a férias. Em empresas com 20, 100, 500, 1000 ou mais funcionários, não
é possível lançar na contabilidade individualmente a provisão por funcionários. A
prova consiste, neste caso, que os saldos contábeis estejam em conformidade com o
total do relatório da provisão de férias e encargos, o qual é fornecido pelo setor
pessoal da empresa. No Relatório de provisão de férias consta individualmente o
nome de cada funcionário, a data de admissão, o período aquisitivo de férias, o
número de meses a que tem direito a férias, o terço constitucional, bem como os
encargos de FGTS ( 8,5%) e INSS (em torno de 28,8% - empresa, SAT, terceiros e
aposentadoria especial), requisitos constantes no artigo 337 do Decreto 3.000/99 (
RIR/99). Além disso, esse relatório é emitido pelo sistema do Setor de Pessoal que
possui cadastrado todos os funcionários da empresa ou pode ser confeccionado em
planilhas de acordo com a realidade da empresa, sendo despesa dedutível em
função da lei permitir.
c) Se a empresa, por ocasião do lançamento contábil, não foi efetuar a produção de
provas, mediante o relatório de provisão de férias individualizado por funcionários,
a despesa será glosada, devendo o valor ser adicionado ou lucro real. Fica difícil
confeccionar essas provas quando a empresa for autuada, pois já se passou muito
tempo e o período de defesa é de apenas 30 dias da data da ciência do auto de
infração. A Contabilidade levada a sério, serve como instrumento de filtro da
documentação, bem como de prova no PAF.

d) Os impostos ainda jque não pagos e ou a pagar são dedutíveis pelo período de
competência. (Parágrafo 2º, artigo 41 da Lei nº 8981/95 e Artigo 1º da Lei nº
9.316/96). Para isto, o Contador deve elaborar demonstrativo, mês a mês,
demonstrando a base de cálculo, a alíquota e outros valores que servirão de suporte
para o cálculo do imposto, bem como declará-lo na DCTF. Se o fiscal não constatar
subsídios necessários que comprovem o lançamento contábil, a despesa poderá ser
glosada.

e) Lançamentos Globais na Contabilidade – É um “prato cheio” para a fiscalização


quando localiza na contabilidade despesas lançadas englobadamente, isto é, várias

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despesas (pagas ou a pagar) que são somadas e lançadas. Esse procedimento acaba
facilitando o trabalho de investigação, pois o lançamento é facilmente identificado e
depois porque se constitui provisão lançamentos englobados, sem a devida
comprovação, sendo indedutível a provisão para fins de IRPJ e CSSL (inciso I, do
Art. 13, da Lei 9.249/95). O raciocínio é o mesmo do item anterior, se na data do
lançamento não o discrimina, passados 03 a 05 anos fica quase impossível chegar a
conclusão de quais documentos compõem o lançamento. Conforme matéria abaixo,
a diferença entre Provisão e Contabilização pelo Regime de Competência:

f) Diferentemente são os lançamentos pelos totais que estão individualizados em livros


auxiliares de contabilização, que ficam à disposição da fiscalização e lastreados por
documentos hábeis.

g) Outras Contabilizações - principalmente planejamentos tributários e outras


contabilizações que são feitos utilizando-se de consultas, acórdãos ou interpretação
da lei a favor da empresa, devido a um provável questionamento em uma
fiscalização, devem ser arquivados juntamente com os documentos contábeis, em
formato de dossiê, explicando e comprovando o raciocínio que justificou o
lançamento contábil.

h) Especificar no histórico contábil os dados do lançamento. Exemplo: no ano de 2000,


por um lapso a empresa, a empresa não contabilizou a sua NF nº 1. 111, relativa a
receita, porém a lançou no ano posterior em 2001, quando detectou a incorreção. Se
não efetuar o lançamento de forma discriminada no Diário e em separado das
demais notas fiscais, o lançamento não poderá ser identificado no Livro Diário,
conseqüentemente, se detectado o valor não lançado em 2000, o fisco autuará e a
empresa não poderá compensar o lançamento efetuado em 2001, bem como será
configurada a omissão de receita e crime contra a ordem tributária.

A exposição deste assunto tem como objetivo alertar os Contribuintes e seus Contadores
de que a produção de prova deve ser feita por ocasião da realização do negócio e da
contabilização, cabendo até uma indagação mental ( tanto para o Contribuinte como
para o Contador): Em uma fiscalização, esse documento será aceito pelo fisco? É um
documento suficientemente hábil ou é necessário um laudo e outros documentos
subsidiários que comprovem a transação? Quais as probabilidades do julgador aceitar o
documento? Tomando todas as precauções possíveis, no momento adequado, não será
uma tarefa difícil de convencer o Fiscal ou o Julgador. São filtros que facilitarão a
defesa do contribuinte em autuações fiscais, pois produzir provas, após passado anos,
em tempo curto ( 30 dias para a impugnação), tende a ser uma prova fraca e sem poder
probatório suficiente de convencimento dos julgadores, pelos fatos expostos, bem
como, uma Contabilidade com suporte documental, torna-se prova a favor da empresa,
provando a boa-fé do contribuinte e exigindo a prova em contrário do fisco.

ACÓRDÃO 108-07.816
Órgão: 1º Conselho de Contribuintes / 8a. Câmara
1º Conselho de Contribuintes / 8a. Câmara / ACÓRDÃO 108-07.816 em 13/05/2004
IRPJ e OUTROS/SIMPLES - Ex.: 1998 e 1999
PAF - APURAÇÃO CONTÁBIL - A ciência contábil é formada por uma estrutura
única composta de postulados e orientada por princípios. Sua produção deve ser a
correta apresentação do patrimônio, com apuração de suas mutações e análise das

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causas de suas variações. A apuração contábil observará as três dimensões na qual está
inserida e as quais deve servir: comercial - a Lei 6404/1976; contábil - Resolução
750/1992 e fiscal, que implica em chegar ao cálculo da renda, obedecendo a critérios
constitucionais com fins tributários. A regência da norma jurídica originária de registro
contábil tem a sua natureza dupla: descrever um fato econômico em linguagem contábil
sob forma legal e um fato jurídico imposto legal e prescritivamente. Feito o registro
contábil, como determina a lei, torna-se norma jurídica individual e concreta, observada
por todos, inclusive a administração, fazendo prova a favor do sujeito passivo. Caso
contrário, faz prova contra.
Recurso negado. Por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso.
Dorival Padovan - Presidente
Publicado no DOU em: 20.07.2004
Relator: Ivete Malaquias Pessoa Monteiro
Recorrente: URBAPI URBANIZADORA DO PIAUÍ LTDA.

POSTULADOS, PRINCÍPIOS E CONVENÇÕES CONTÁBEIS

Toda a ciência deve ter seus princípios, postulados e convenções. Então como a
Contabilidade é uma ciência, entendê-los é fundamental para o aprendizado.

O art. 177, da Lei 6.404/76, determina, que a escrituração da companhia será mantida
em registros permanentes, com obediência:

 aos preceitos da legislação comercial e


 aos preceitos da Lei das Sociedades por ações; e
 aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou
critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo
o regime de competência.

Conforme art. 3º, da Resolução CFC - 750/93 são princípios fundamentais de


Contabilidade:

I. o da ENTIDADE;
II. o da CONTINUIDADE;
III. o da OPORTUNIDADE;
IV. o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;
V. o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;
VI. o da COMPETÊNCIA e
VII. o da PRUDÊNCIA.

Postulados

Os postulados são proposições ou observações de certa realidade não sujeita a


verificação e constituem a lei maior da Contabilidade, pois definem o ambiente
econômico, social e político no qual esta deve atuar, o seu objeto de estudo e a sua
existência no tempo. Os postulados contábeis, segundo alguns autores consultados são:
a entidade e a continuidade.

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Postulado Contábil da Entidade: define a entidade contábil, dando, a esta vida e


personalidade própria, pois determina que o patrimônio de toda e qualquer unidade
econômica que manipula recursos econômicos, independente da finalidade de gerar ou
não lucros, de ser pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, não deve se
confundir com a riqueza patrimonial de seus sócios ou acionistas, ou proprietário
individual e nem sofrer os reflexos das variações nela verificadas.

A Entidade (empresa) não se confunde com a pessoa física do sócio, juridicamente são
duas pessoas distintas: a pessoa física e a pessoa jurídica, com obrigações diferentes.
Exemplo: a empresa contrai uma dívida, caso não a pague será executada (a empresa é
executada não o sócio). A mesma coisa acontece se o sócio contrair dívida, quem é
executado é o sócio e não a empresa.

Outro exemplo, quando o sócio tira dinheiro da empresa: a contabilidade deve registrar
como retirada de pró-labore, ou retirada de lucros, ou de empréstimos, etc. Se o sócio
retira mais dinheiro do que relativo aos lucros, pró-labore, e por esse motivo a empresa
passa por dificuldades financeiras, o sócio será condenado a devolver o dinheiro à
empresa ou assumir as dívidas com os fornecedores, pelo fato de ter agido de má-fé,
fraudando o seu credor. (art. 158 a 165 do NCC- Lei 10.406/2002)

Observa-se que este postulado é importante na medida em que ele identifica o campo de
atuação da Contabilidade, pois onde existir patrimônio administrável existirá certamente
a Contabilidade.

Postulado Contábil da Continuidade: determina que a entidade é um empreendimento


em andamento, com intenção de existência indefinida, ou por tempo de duração
indeterminado, devendo sobreviver aos seus próprios fundadores e ter seu patrimônio
avaliado pela sua potencialidade de gerar benefícios futuros (lucros), e não pela sua
capacidade imediata de ser útil somente à entidade. Como o próprio nome diz a empresa
deve ter continuidade, é função da contabilidade primorar pela continuidade da
empresa. O Auditor Independente emite parecer sobre as condições em que a
contabilidade de encontra: consistência, observação dos regimes, é obrigação do
Auditor ressalvar em seu parecer se, por algum motivo, a empresa está em situação de
descontinuidade. Exemplo: crise financeira, incapacidade produtiva, multas de elevado
valor impagáveis pela empresa, etc.

Princípios Contábeis

Os princípios originaram-se da necessidade do estabelecimento de um conjunto de


conceitos, princípios e procedimentos que não somente fossem utilizados como
elementos disciplinadores do comportamento do profissional no exercício da
Contabilidade, seja para a escrituração dos fatos e transações, seja na elaboração de
demonstrativos, mas que permitissem aos demais usuários fixar padrões de
comparabilidade e credibilidade, em função do conhecimento dos critérios adotados na
elaboração dessas demonstrações.

Além de delimitar e qualificar o campo de atuação da Contabilidade, os princípios


servem de suporte aos postulados. E através da evolução da técnica contábil em função
de novos fatos sócio-econômicos, modificações na legislação, novos pontos de vista, ou

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outros fatores, um princípio que hoje é aceito, poderá ser modificado, para atender às
inovações ocorridas na vida empresarial.

Os princípios básicos, essenciais ao exercício da Contabilidade são: o princípio do custo


como base de valor, o princípio da realização da receita e confrontação da despesa, o
princípio do denominador comum monetário e o princípio da competência.

Princípio do Custo como Base de Valor: sua aplicação é importante para a


Contabilidade na medida em que ele descarta a possibilidade do uso de valores
subjetivos para o registro dos bens, estabelecendo que seja utilizado o valor que a
entidade sacrificou no momento de sua aquisição.

Os valores registrados na contabilidade sempre terão como base o preço de aquisição, o


valor que certo produto custou à empresa. Exemplo: Comprou-se uma mercadoria por
R$ 100,00, no início do ano; no final do ano a mercadoria continua no estoque e o
fornecedor está vendendo a mesma mercadoria por R$ 180,00; na Contabilidade
permanece o valor registrado por R$ 100,00, ou seja o custo pago na ocasião da
aquisição.

E o caso da reavaliação de bens, mais utilizada para imóveis? Onde o valor do bem é
reavaliado pelo preço de mercado?

É uma situação possível, porém existe regra específica para reavaliação:

 01 a 03 laudos de engenheiros ou empresas especializadas, confirmando o valor;


 a reavaliação precisa ser aprovada em assembléia ou em ata pelos sócios da
empresa;
 deve constar nota explicativa sobre a reavaliação

Princípio da Realização da Receita e Confrontação da Despesa: determina o


momento em que a receita deve ser considerada como realizada para compor o resultado
do exercício social. Da mesma forma, determina que a despesa que foi necessária à
obtenção daquela receita seja igualmente confrontada na apuração do resultado.

De acordo com a teoria contábil do lucro, as receitas são consideradas realizadas no


momento da entrega do bem ou do serviço para o cliente e neste momento, todas as
despesas que foram necessárias à realização daquelas receitas devem ser computadas na
apuração do resultado. Assim, ao relacionar as despesas com as receitas, o resultado
estará sendo apurado e poderá refletir o mais próximo possível a realidade da entidade.

Exemplo:

 a empresa vendeu 1.000 unidades de uma mercadoria a R$ 200,00 cada unidade;


 o custo de cada unidade vendida é de R$ 99,00
 por este princípio significa que a empresa tem registrado em sua receita R$
200.000,00 (1.000 unid. X R$ 200,00) e conseqüentemente como despesa (custo)
R$ 99.000,00 (1.000 unid ao custo de R$ 99,00).
Para toda a receita deve existir um sacrifício (despesa) correspondente. Estaria incorreta
a Contabilidade se tivesse registrado o custo de apenas 500 unidades, demonstrando,

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assim, um lucro maior do que o real. A receita e a despesas devem ser confrontadas no
mesmo exercício a que competirem.

Princípio do Denominador Comum Monetário: estabelece que a Contabilidade seja


processada em uma única moeda, oferecendo maior consistência aos registros e maior
confiabilidade às informações constantes nos relatórios contábeis.
Exemplo: no Brasil admite-se como moeda somente o Real (R$). Todos os balanços
devem ser elaborados com base no Real (moeda nacional).

Princípio da Competência: estabelece que as receitas e as despesas devem ser


atribuídas aos períodos de sua ocorrência, independentemente de recebimento e
pagamento. A receita ou a despesas deve ser contabilizada no momento em que ela foi
incorrida (aconteceu) e não quando foi recebida ou paga, respectivamente.

É um dos principais princípios da contabilidade, onde muitos profissionais da área não


entendem sua aplicação.

 Exemplos:

 Água, luz, telefone referente competência dezembro/x1 e pagas em janeiro do ano


seguinte, pelo regime de competência devem ser contabilizados no mês de
dezembro/x1;
 Juros e Encargos financeiros da conta corrente e conta garantida, bem como
despesas bancárias relativos a dezembro/x1 e debitados em janeiro do ano seguinte,
devem ser contabilizadas em dezembro/x1
 Outras despesas referentes aos meses de novembro/x1 e dezembro/x1, pagas
somente no ano seguinte, devem ser contabilizadas no mês de sua competência, ou
seja, novembro/x1 e dezembro/x1;

Exemplo da Contabilização da Energia Elétrica de dezembro, paga em janeiro do


ano seguinte:

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Contabilização da fatura pela Competência


31/12/x1 Despesas/custos - Valor fatura Copel –ref energia
Resultado elétrica mês de dezembro 5.935,10
31/12/x1 Contas a Pagar - Valor fatura Copel ref energia
Passivo elétrica do mês dez/x1 5.935,10

Contabilização do pagamento no exercício seguinte


10/01/x2 Contas a Pagar – Valor pagamento fatura Copel
Passivo 5.935,10
10/01/x2 Banco c/corrente Valor débito c/c B.Brasil ref
pgto fatura Copel 5.935,10

Convenções Contábeis

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As convenções são mais objetivas e têm a função de indicar a conduta adequada que
deve ser observada no exercício profissional da Contabilidade. São: convenção da
objetividade, da materialidade, da consistência e do conservadorismo.

Convenção da Objetividade: o profissional deve procurar sempre exercer a


Contabilidade de forma objetiva, não se deixando levar por sentimentos ou expectativas
de administradores ou qualquer pessoa que venha a influenciar no seu trabalho e os
registros devem estar baseados, sempre que possível, em documentos que comprovem a
ocorrência do fato administrativo.

Convenção da Materialidade: a informação contábil deve ser relevante, justa e adequada


e o profissional deve considerar a relação custo x benefício da informação que será
gerada, evitando perda de recursos e de tempo da entidade.

 Exemplo:

Bens do imobilizado de pequeno valor não devem ser contabilizados no Ativo


Imobilizado, mas sim em contas de resultado (despesas), devido o custo de controlar
contabilmente um bem de pequeno valor.

Ex.: um grampeador, que custa R$ 30,00 e cuja vida útil chega a quase 05 anos. O custo
de manter um sistema ou planilha de depreciação, bem como os lançamentos contábeis
ao longo de sua vida útil inviabilizam o trabalho do contador. É o mesmo tempo que se
utiliza para controlar um empréstimo de milhares ou milhões de Reais.

Convenção da Consistência: os relatórios devem ser elaborados com a forma e o


conteúdo das informações consistentes, para facilitar sua interpretação e análise pelos
diversos usuários.

 Exemplo:

Ao adotar um critério ou método de avaliação, o Contador deverá mantê-lo consistente (


uniforme) dentro de um mesmo período, e quando for altera-lo somente no início do
período seguinte, bem assim, fazer constar nas notas explicativas a utilização de método
diverso que o anterior e apresentar os reflexos que a mudança proporcionou. Exemplo:
Se utilizar a depreciação para veículos a 15% ao ano, deverá fazer no período todo,
procurando não alterar nos próximos exercícios, para fins de análise, porém se for
necessário a alteração mencionar em notas explicativas (que é parte componente as
Demonstrações Financeiras ) que a depreciação de veículos no exercício foi alterada de
15% ao ano para 20%.

Convenção do Conservadorismo: estabelece que o profissional da Contabilidade deve


manter uma conduta mais conservadora em relação aos resultados que serão
apresentados, evitando que projeções distorcidas sejam feitas pelos usuários.

Assim, é preferível ter expectativa de prejuízo e a entidade apresentar resultados


positivos, ou seja, se houver duas opções igualmente válidas deve-se optar sempre por
aquela que acusa um menor valor para os ativos e para as receitas e o maior valor para
os passivos e para as despesas.

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Pela convenção do conservadorismo (ou da prudência) as contingências ativas ou os


ganhos contingentes não devem ser registrados. Somente quando estiver efetivamente
assegurada a sua obtenção ou recuperação é que devem ser reconhecidos. Contingência
é uma condição ou situação cujo resultado final, favorável ou desfavorável, somente
será confirmado caso ocorram, ou não ocorram, um ou mais eventos futuros incertos
(Resolução CFC 750-93).

 Exemplo:

 a empresa discute na justiça o reajuste de preço de um produto ou serviço


anteriormente por ela fornecido, caso ganhe a ação receberá R$ 100.000,00. Pelo
conservadorismo, por se tratar de um possível aumento patrimonial (receita), o
Contador deverá ser conservador, lançando esse valor como receita somente quando
o juiz sentenciar ganho final.

 a empresa discute na justiça o reajuste de preço de um produto ou serviço


anteriormente comprado, caso ganhe a ação deverá pagar R$ 98.000,00 à outra
empresa litigante. Pelo conservadorismo, por se tratar de uma possível perda, o
Contador deverá ser conservador, provisionando o valor da ação como despesa no
exercício.

O Conservadorismo significa cautela, ou seja, os ativos devem ser registrados apenas


quando tidos como líquidos e certos e as dívidas provisionadas mesmo quando incerto a
obrigação do pagamento.

COMO FUNCIONA A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

Escrituração

Para que o controle do Patrimônio seja eficaz, a Contabilidade precisa registrar todos os
fatos que ocorrem na empresa. Esse registro é feito através da escrituração.

Em 1.494, o frei e matemático Luca Pacciolo divulgou o método das “Partidas


Dobradas”, que se mostrou o mais adequado, produzindo informações úteis e capazes de
atender a todas as necessidades dos usuários para gerir o patrimônio, tornando-se um
marco na evolução contábil.

O método das “Partidas Dobradas” consiste no princípio no qual para todo DÉBITO em
uma conta, existe simultaneamente um CRÉDITO, da mesma maneira que a soma do
débito será igual a soma do crédito, assim como a soma dos saldos devedores será igual
a soma dos saldos credores. Para toda a conta devedora há uma conta credora.

A escrituração, uma das técnicas utilizadas pela Contabilidade, consiste em registrar nos
livros próprios (Diário e Razão) todos os fatos que provocam modificações no
Patrimônio da empresa.

A escrituração começa pelo livro Diário, onde os fatos são registrados de forma
mercantil, através do lançamento, obedecendo a uma disposição técnica em ordem
cronológica.

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Para registrar os fatos através dos lançamentos, a Contabilidade utiliza as contas.

Contas

Conta é o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (Bens, Direitos, Obrigações
e Patrimônio Líquido) e aos elementos de resultado (Despesas e Receitas).

É através das contas que a Contabilidade consegue desempenhar seu papel. Todos os
acontecimentos que ocorrem na empresa, responsáveis pela sua gestão, tais como
compras, vendas, pagamentos e recebimentos, são registrados nos livros próprios
através das contas.

Classificação das contas

As contas podem ser classificadas em dois grupos:

a) Contas Patrimoniais: são as que representam os elementos que compõem o


Patrimônio. Dividem-se em dois grandes grupos: Ativo e Passivo.

Ativo: Bens e Direitos

Caixa, Bancos conta movimento, Duplicatas a Receber, Empréstimos a Receber,


Investimentos em outras empresas, Construções e Benfeitorias, Máquinas e
Equipamentos, Veículos, Computadores, etc.

Passivo: Dívidas e Obrigações a Pagar

Fornecedores, Empréstimos, Salários a Pagar, Obrigações Sociais a Pagar, Impostos a


Pagar, Outras Contas a Pagar.

b) Contas de Resultado: dividem-se em Contas de Despesas e Contas de Receitas.

Despesas: caracterizam-se pelo consumo de Bens e pela utilização de serviços.

Custo de Mercadorias Vendidas, Água e Esgoto,Energia Elétrica, Material de Limpeza,


Salários.

Receitas: decorrem da venda de Bens ou da prestação de serviços.

Vendas de Mercadorias, Receitas de Serviços

Lançamento

É o registro dos fatos contábeis realizado através do método das partidas dobradas,
sendo a partida devedora representada pela aplicação do recurso e a partida credora
sendo representada pela origem do recurso.
 D: Aplicação
C: Origem

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Os lançamentos atendem a duas funções: histórica que consiste na narração do fato em


ordem cronológica (dia, mês, ano e local) e monetária que compreende o registro da
expressão monetária dos fatos e o seu agrupamento conforme a natureza de cada um. E
devem ser escriturados de acordo com algumas disposições técnicas, tais como:
evidenciar o local e a data do registro, a(s) conta(s) debitada(s), a(s) conta(s)
creditada(s), o histórico da operação e o valor da operação.

Ex.: Compra de um computador, em Curitiba-PR, no dia 18.11.2004, das Casas Bahia


S/A, conforme nota fiscal nº 1.000, no valor de R$ 3.000,00, com cheque 110 Bradesco
S/A.

 Lançamento:

Curitiba-PR, 18.11.2004

Debita - Computadores 3.000,00 (aplicação)


Credita - Bradesco S/A 3.000,00 (origem)
Total do lançamento.............................. 3.000,00

Histórico

Valor nf. 1.000 Casas Bahia, referente compra de um computador XT-5000, paga
com cheque 110 Bradesco S/A.

Acima verifica-se como funciona o sistema das Partidas Dobradas, ou seja, para cada
débito há um crédito equivalente em valor igual. O fato administrativo foi a compra de
um computador à vista, tendo como forma de pagamento a emissão do cheque 110 do
Bradesco S/A. O Contador escriturou (registrou) o fato utilizando o método das partidas
dobradas: todo o valor debitado a um valor creditado. Na seqüência estaremos
estudando sobre a sistemática do débito e do crédito, sem maiores dificuldades.

Portanto, lançamento é o meio pelo qual se processa a escrituração, onde todos os fatos
que ocorrem na empresa são registrados nos livros próprios, através de uma técnica
chamada lançamento. O lançamento é composto dos seguintes elementos essenciais:

a. Local e data da ocorrência do fato.


b. Conta a ser debitada.
c. Conta a ser creditada.
d. Histórico.
e. Valor.

Identificar qual das contas será debitada ou creditada.

Para facilitar essa identificação, apresentaremos o quadro a seguir:

1. Para elementos Patrimoniais: Ativo e Passivo

a. Toda vez que aumentar o Ativo (bens e direitos), debitar a respectiva conta.
b. Toda vez que diminuir o Ativo (bens e direitos), creditar a respectiva conta.

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c. Toda vez que aumentar o Passivo (dívidas e obrigações), creditar a


respectiva conta.
d. Toda vez que diminuir o Passivo (dívidas e obrigações), debitar a respectiva
conta.

ATIVO PASSIVO
Bens e Direitos Obrigações
Dinheiro (caixa); Depósitos Fornecedores a pagar
Bancários; Empréstimos a pagar
Clientes (duplicatas a receber) Tributos a pagar
Mercadoria (estoque) Outras Contas a Pagar
Imóvel, máquinas, veículos,
computador;
DEBITA: AUMENTA BENS E DEBITA: DIMINUI OBRIGAÇÕES
DIREITOS
CREDITA: DIMINUI BENS E CREDITA: AUMENTA OBRIGAÇÕES
DIREITOS

Exemplo 1

Em 25/06/2004 -Compra de um veículo, a prazo, para pagamento em 60 dias, pelo valor


de R$ 15.000,00, conforme nota fiscal nº 134.343 Barigui Veículos Ltda

1. sabemos que para todo o débito há um crédito (sistema de partidas dobradas)


2. sabemos, também, que o ativo representa os bens e direitos e o passivo as
obrigações
3. identificar se conta a ser debitada ou creditada está no ativo ou no passivo
4. temos a primeira pista: veículo
5. veículo é um Bem, logo deve ser registrado no Ativo
6. porém, ainda não sabemos se é a débito ou a crédito da conta de veículos
7. O quê aconteceu com o veículo? - Houve uma compra, então aumentou o Ativo
8. Quando aumenta o ativo: DEBITA, então já sei que debito a conta de veículos no
Ativo
9. Agora precisamos localizar o crédito: como a compra foi prazo, contraiu-se uma
obrigação/dívida, as obrigações da empresa são registradas no PASSIVO, na conta
Fornecedores
10. Como aumentou o meu passivo (novas obrigações): CREDITA a conta
Fornecedores

 Assim fica o lançamento:

Débito – Veículos (Ativo).............................15.000,00 (aumenta o Ativo debita)


Crédito – Fornecedores ( Passivo).............. 15.000,00 (aumenta o Passivo credita)

Visualizando o lançamento no Livro Diário

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Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Contabilização da fatura pela Competência


25/06/2004 Veículos - Valor nf. 134.343 Barigui
(Ativo) V.Ltda ref compra Pálio, chassi, 15.000,00
placa
25/06/2004 Fornecedores – Valor nf. 134.343 Barigui
(Passivo) V.Ltda c/ vencimento em 15.000,00
25/08/2004

Resumindo: Debita a conta de veículos no Ativo pelo fato que aumentou o Ativo
Credita a conta de Fornecedores pelo fato que aumento o Passivo

Visualizando no Balanço Contábil com normas vigentes até 03.12.2008:

ATIVO PASSIVO
1. Ativo Circulante 4. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos) 100.000,00 - Fornecedores 15.000,00
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) - Empréstimos
- 1.3 Estoques (de mercadorias) - Tributos a pagar
-1.4 Despesas antecipadas (exercício 5. Passivo Exigível a Longo
seguinte) Prazo
2. Ativo Realizável a - Obrigações a vencer após 12
Longo Prazo meses
-Créditos realizáveis (a receber após 12 6. Resultado de Exercício
meses) futuro
3. Ativo Permanente 7. Patrimônio Líquido
- 3.1 Investimentos - 7.1 Capital Social 100.000,00
-3.2 Imobilizado (imóveis, veículos, 15.000,00 - 7.2 Reservas
máquinas)
- 3.2.a Intangível
- 3.3 Diferido (gastos a amortizar em 04 - 7.3 Lucro ou Prejuízo acumulado
anos)
Total Ativo 115.000,00 Total Passivo 115.000,00

Considerando que, anteriormente, foi depositado a quantia de R$ 100.000,00, proveniente a integralização


de capital pelos sócios.

Visualizando no Balanço Contábil com normas vigentes a partir de 04.12.2008,


conforme MP 449/2008, art. 36, convertida pela Lei 11.941/2009, que alterou o art. 178
da Lei 6.404/76:

ATIVO PASSIVO
1. Ativo Circulante 3. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos) 100.000,00 - Fornecedores 15.000,00
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) - Empréstimos
- 1.3 Estoques (de mercadorias) - Tributos a pagar
-1.4 Despesas antecipadas (exercício 4. Passivo Não Circulante
seguinte)
2. Ativo Não Circulante - Obrigações a vencer após 12
2.1 Exigível a Longo Prazo meses
-Créditos realizáveis (a receber após 12

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meses)
2.2 Investimentos 5. Patrimônio Líquido
- Investimentos - 5.1 Capital Social 100.000,00
2.3 Imobilizado
-Imobilizado (imóveis, veículos, 15.000,00 - 5.2 Reservas
máquinas) - 5.3 Lucro ou Prejuízo acumulado
2.4 Intangível
Total Ativo 115.000,00 Total Passivo 115.000,00
Considerando que, anteriormente, foi depositado a quantia de R$ 100.000,00, proveniente a integralização
de capital pelos sócios.

No Balanço Patrimonial constam os saldos das contas, acima serviu para localizar o
lançamento. Lembrando que o Ativo tem saldos de natureza devedor e o Passivo de
natureza credor.

A sistemática de débito e crédito é uma convenção e deve ser seguida como


demonstrado acima, qualquer outro raciocínio leva a erros. Uma pergunta que sempre
fica no ar é: por quê o saldo bancário da empresa é credor, conforme extrato, e na
Contabilidade da empresa está registrado como devedor???

Acontece que contabilmente os Ativos têm natureza devedora, como vimos, quando
aumenta o Ativo faz-se lançamento a débito. Conta com Saldo Credor no Ativo
significa que há algo errado na contabilidade. Por sua vez, o Passivo possui natureza
credora, pois credita as contas do Passivo quando há o seu aumento. E o extrato??? A
Contabilidade do Banco segue as mesmas regras, porém deve-se notar que o extrato
bancário está demonstrando a Contabilidade do Banco e nele consta que o Banco tem
uma obrigação com nossa empresa, a qual está registrada no seu Passivo, por isso
aparece com o saldo credor. Na Contabilidade da nossa empresa, por outro lado, o saldo
está registrado no Ativo e é devedor, pelo fato que os Ativos representam os bens e
valores os quais têm natureza devedora.

2. Para elementos de Resultados:

e. Toda vez que ocorrerem Despesas, debitar a respectiva conta.


f. Toda vez que se realizarem Receitas, creditar a respectiva conta.

Para complicar um pouco o débito e o crédito, as despesas e custos devem ser debitadas
e as Receitas lançadas a crédito.
Receitas: Venda de mercadorias à vista
D - Caixa (aumentou o ativo)
C – Receita (Receita deve ser creditada)

Receitas: Venda a prazo de mercadorias


D – Duplicatas a receber (aumentou o ativo)
C – Receita (Receita deve ser creditada)

Despesas: compra à vista de material de escritório


D – Despesas com material de escritório (toda a despesa é a débito)
C – caixa (diminui o Ativo)

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Exemplo Contabilização Receitas;

Em 30.06.2004, venda à prazo de R$ 150.000,00, para recebimento em 60 dias.

Assim fica o lançamento:

Débito – Duplicatas a Receber (Ativo).............................150.000,00 (aumenta o Ativo


debita)
Crédito – Receita (Contas de Resultado)....................... 150.000,00 (receitas têm
natureza credora)

Visualizando o lançamento no Livro Diário

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Contabilização da fatura pela Competência


30/06/2004 Duplicatas a Valor venda conforme n/nota
receber - (Ativo) fiscal nº 001 150.000,00
30/06/2004 Receitas – Valor venda conforme n/nota
(Contas Result.) fiscal nº 001 150.000,00

Visualizando no Balanço Contábil:

ATIVO PASSIVO
1. Ativo Circulante 4. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos) 100.000,00 - Fornecedores 15.000,00
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) 150.000,00 - Empréstimos
- 1.3 Estoques (de mercadorias) - Tributos a pagar
-1.4 Despesas antecipadas (exercício 5. Passivo Exigível a Longo
seguinte) Prazo
2. Ativo Realizável a - Obrigações a vencer após 12
Longo Prazo meses
-Créditos realizáveis (a receber após 12 6. Resultado de Exercício
meses) futuro
3. Ativo Permanente 7. Patrimônio Líquido
- 3.1 Investimentos - 7.1 Capital Social 100.000,00
-3.2 Imobilizado (imóveis, veículos, 15.000,00 - 7.2 Reservas
máquinas)
- 3.2.a Intangível
- 3.3 Diferido (gastos a amortizar em 04 - 7.3 Lucro ou Prejuízo acumulado
anos)
Total Ativo 265.000,00 Total Passivo 115.000,00

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Custo Mercadorias Vendidas Vendas de Mercadorias 150.000,00
Despesas Vendas Produtos

Total das Despesas Total das Receitas 150.000,00

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Total Balanço/Balancete 265.000,00 Total das Receitas 265.000,00

Visualizando no Balanço Contábil com normas vigentes a partir de 04.12.2008,


conforme MP 449/2008, art. 36, convertida pela Lei 11.941/2009, que alterou o art. 178
da Lei 6.404/76:

ATIVO PASSIVO
1. Ativo Circulante 3. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos) 100.000,00 - Fornecedores 15.000,00
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) 150.000,00 - Empréstimos
- 1.3 Estoques (de mercadorias) - Tributos a pagar
-1.4 Despesas antecipadas (exercício 4. Passivo Não Circulante
seguinte)
2. Ativo Não Circulante - Obrigações a vencer após 12
2.1 Exigível a Longo Prazo meses
-Créditos realizáveis (a receber após 12
meses)
2.2 Investimentos 5. Patrimônio Líquido
- Investimentos - 5.1 Capital Social 100.000,00
2.3 Imobilizado
-Imobilizado (imóveis, veículos, 15.000,00 - 5.2 Reservas
máquinas) - 5.3 Lucro ou Prejuízo acumulado
2.4 Intangível
Total Ativo 265.000,00 Total Passivo 115.000,00

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Custo Mercadorias Vendidas Vendas de Mercadorias 150.000,00
Despesas Vendas Produtos

Total das Despesas Total das Receitas 150.000,00

Total Balanço/Balancete 265.000,00 Total das Receitas 265.000,00

O nosso quadro fica o seguinte:

ATIVO PASSIVO
Bens e Direitos Obrigações
Dinheiro (caixa); Depósitos Bancários; Fornecedores
Clientes ( duplicatas a receber) Empréstimos a pagar
Imóvel, máquinas, veículos, computador; Tributos a pagar
Outras Contas a Pagar
DEBITA: AUMENTA BENS E DEBITA: DIMINUI OBRIGAÇÕES
DIREITOS
CREDITA: DIMINUI BENS E CREDITA: AUMENTA
DIREITOS OBRIGAÇÕES

DESPESAS E CUSTOS RECEITAS


DEBITA-se as despesas CREDITA-se as Receitas

Portanto, como foi comentado, o raciocínio do DÉBITO e do CRÉDITO deve ser feito
de acordo com a convenção acima citada, qualquer outra forma é passível de erros.

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NOTAS:

 As Contas de Despesas somente serão creditadas nos casos de estorno e na apuração


do Resultado do Exercício.
 As Contas de Receitas somente serão debitadas nos casos de estorno e na apuração
do Resultado do Exercício.

Resumindo:

Contas Débito Crédito


Ativo Aumenta Diminui
Passivo Diminui Aumenta
P.L. Diminui Aumenta

Contas de Resultado
Débito Crédito
Despesas Receita

Fórmulas de lançamentos

Há 04 (quatro) fórmulas para registrar os fatos contábeis, de acordo com o número de


contas debitadas e creditadas.

1º Fórmula: uma conta debitada e outra creditada;

Exemplo: Recebimento de duplicata em dinheiro no valor de R$ 3.000,00

D: Caixa 3.000,00
C: Duplicatas a Receber 3.000,00

2º Fórmula: uma conta debita e mais de uma conta creditada.

Exemplo: Recebimento de duplicatas em dinheiro + juros de mora, em dinheiro, de


duplicatas no valor de R$ 4.000,00, mais juros de mora devidos ao atraso no
pagamento efetuado pelo cliente.

D: Caixa 4.100,00
C: Duplicatas a Receber 4.000,00
C: Juros Ativos 100,00

3º Fórmula: mais de uma conta debitada e uma conta creditada.

Exemplo: Pagamento de fornecedores em dinheiro no valor de R$ 5.000,00 + juros de


mora devidos por atraso no pagamento.

D: Fornecedores 5.000,00
D: Juros Passivos 200,00
C: Caixa 5.200,00

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4º Fórmula: mais de uma conta debitada e mais de uma conta creditada.

Exemplo: Compra de mercadorias no valor de R$ 10.000,00 e de móveis e utensílios no


valor de R$ 5.000,00, com pagamento de 50% à vista e o restante a prazo.

D: Mercadorias 10.000,00
D: Móveis e Utensílios 5.000,00 15.000,00

C: Caixa 7.500,00
C: Duplicatas a Pagar 7.500,00 15.000,00

Como exposto, independentemente se houver vários débitos ou vários créditos, o total


do DÉBITO deve ser o mesmo valor do total do CRÉDITO. Isso representa que, por
ocasião do encerramento do balanço, a soma do Ativo é igual a soma do Passivo. Nos
balancetes intermediários (de janeiro a dezembro de cada ano) o Ativo não bate com o
Passivo, essa diferença está nas contas de Receitas e Despesas (resultado), que por
ocasião do fechamento do Balanço serão transferidas para o PL.

Técnicas de correção dos erros da escrituração

Os erros de escrituração devem ser corrigidos mediante retificação de lançamento


através de estorno, complementação e transferência.

Estorno: é utilizado quando ocorre a duplicidade de um mesmo lançamento contábil ou


por erro de lançamento da conta debitada ou da conta creditada.

Complementação: é efetuada para corrigir o valor anteriormente registrado,


aumentando-o ou reduzindo-o.

Transferência: regulariza o lançamento da conta debitada ou creditada indevidamente,


através da transposição do valor para a conta adequada.

Observação: Os lançamentos realizados fora da época devida deverão registrar nos seus
históricos, as datas de sua efetiva ocorrência e o(s) motivo(s) do atraso.

Livro Diário

1) Livro Diário e o art. 258 do Regulamento do Imposto de Renda, Decreto 3.000/99

Sem prejuízo de exigências especiais da lei, é obrigatório o uso de Livro Diário,


encadernado com folhas numeradas seguidamente, em que serão lançados, dia a dia,
diretamente ou por reprodução, os atos ou operações da atividade, ou que modifiquem
ou possam vir a modificar a situação patrimonial da pessoa jurídica.

 Admite-se a escrituração resumida no Diário, por totais que não excedam ao período
de um mês, relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas
fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares para registro
individuado e conservados os documentos que permitam sua perfeita verificação.

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Contabilidade Comentada © - pág. 33

 Para efeito do disposto no item anterior, no transporte dos totais mensais dos livros
auxiliares, para o Diário, deve ser feita referência às páginas em que as operações se
encontram lançadas nos livros auxiliares devidamente registrados.
 A pessoa jurídica que empregar escrituração mecanizada poderá substituir o Diário e
os livros facultativos ou auxiliares por fichas seguidamente numeradas, mecânica ou
tipograficamente.
 Os livros ou fichas do Diário, bem como os livros auxiliares referidos no § 1º,
deverão conter termos de abertura e de encerramento, e ser submetidos à
autenticação no órgão competente do Registro do Comércio, e, quando se tratar de
sociedade civil, no Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou no Cartório de Registro de
Títulos e Documentos.
 Os livros auxiliares, tais como Caixa e Contas-Correntes, que também poderão ser
escriturados em fichas, terão dispensada sua autenticação quando as operações a que
se reportarem tiverem sido lançadas, pormenorizadamente, em livros devidamente
registrados.
 No caso de substituição do Livro Diário por fichas, a pessoa jurídica adotará livro
próprio para inscrição do balanço e demais demonstrações financeiras, o qual será
autenticado no órgão de registro competente.

2) Livro Diário e o Novo Código Civil

Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser
substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. A adoção de
fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial
e do de resultado econômico (art. 1180).

Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes
de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis.
A autenticação não se fará sem que esteja inscrito o empresário, ou a sociedade
empresária, que poderá fazer autenticar livros não obrigatórios (art. 1.181).

Sem prejuízo do disposto no art. 1.174, a escrituração ficará sob a responsabilidade de


contabilista legalmente habilitado, salvo se nenhum houver na localidade (art. 1.182).

A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil,


por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas,
borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens. É permitido o uso de código
de números ou de abreviaturas, que constem de livro próprio, regularmente autenticado
(art. 1.183).

No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento


respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao
exercício da empresa (art. 1.184).

Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o período de
trinta dias, relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora
da sede do estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares regularmente
autenticados, para registro individualizado, e conservados os documentos que permitam
a sua perfeita verificação (art. 1.184).

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Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo


ambos ser assinados por técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo
empresário ou sociedade empresária. (art. 1.184).

O empresário ou sociedade empresária que adotar o sistema de fichas de lançamentos


poderá substituir o livro Diário pelo livro Balancetes Diários e Balanços, observadas as
mesmas formalidades extrínsecas exigidas para aquele (art. 1.185).

O livro Balancetes Diários e Balanços serão escriturados de modo que registre (art.
1.186):

I. a posição diária de cada uma das contas ou títulos contábeis, pelo respectivo saldo,
em forma de balancetes diários;
II. o balanço patrimonial e o de resultado econômico, no encerramento do exercício.

Na coleta dos elementos para o inventário serão observados os critérios de avaliação a


seguir determinados (art. 1.187):

I. os bens destinados à exploração da atividade serão avaliados pelo custo de


aquisição, devendo, na avaliação dos que se desgastam ou depreciam com o uso,
pela ação do tempo ou outros fatores, atender-se à desvalorização respectiva,
criando-se fundos de amortização para assegurar-lhes a substituição ou a
conservação do valor;
II. os valores mobiliários, matéria-prima, bens destinados à alienação, ou que
constituem produtos ou artigos da indústria ou comércio da empresa, podem ser
estimados pelo custo de aquisição ou de fabricação, ou pelo preço corrente, sempre
que este for inferior ao preço de custo, e quando o preço corrente ou venal estiver
acima do valor do custo de aquisição, ou fabricação, e os bens forem avaliados pelo
preço corrente, a diferença entre este e o preço de custo não será levada em conta
para a distribuição de lucros, nem para as percentagens referentes a fundos de
reserva;

O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da


empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das leis
especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo (art. 1.188).

O balanço de resultado econômico, ou demonstração da conta de lucros e perdas,


acompanhará o balanço patrimonial (art. 1.189).

É garantido o sigilo da escrituração contábil, conforme art. 1.190, exceto em caso de


fiscalizações tributárias.

Livro Razão

O artigo 259 do RIR/99, Decreto 3.000/99, dispõe o seguinte sobre o Livro Razão:

A pessoa jurídica tributada com base no lucro real deverá manter, em boa ordem e
segundo as normas contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizadas para
resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário,
mantidas as demais exigências e condições previstas na legislação.

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 A escrituração deverá ser individualizada, obedecendo à ordem cronológica das


operações.
 A não manutenção do livro de que trata este artigo, nas condições determinadas,
implicará o arbitramento do lucro da pessoa jurídica.
 Estão dispensados de registro ou autenticação o Livro Razão ou fichas de que trata
este artigo.

Todos os acontecimentos que ocorrem na empresa são registrados pela Contabilidade,


inicialmente no livro Diário e depois nos demais livros de escrituração.

Dentre os livros de escrituração, sem dúvida o mais importante para a Contabilidade é o


Razão, porque registra o movimento individualizado de cada uma das contas
movimentadas pela empresa. Assim, depois de efetuados os lançamentos no Diário, os
mesmos são transcritos o livro Razão.

Visualizando o Livro Diário 2*

Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito

Contabilização da fatura pela Competência


25/08/2004 Fornecedores – Valor pagamento nf. 134.343
(Passivo) -152.3 Barigui V. Ltda cfe recibo 15.000,00
25/08/2004 Caixa – (Ativo) Valor pagamento nf. 134.343
1.1 Barigui V. Ltda cfe recibo 15.000,00
26/08/2004 Despesas Mat. Valor pagamento nf. 100
Escritório - Livraria do Contabilista – desp. 150,00
311.5 escritório
26/08/2004 Caixa Valor pagamento nf. 100
1.1 Livraria do Contabilista – desp. 150,00
escritório

Visualizando o Livro Razão 3* dos lançamentos acima

Razão da Conta Caixa


Conta : Caixa cód. Contábil 1.1.01.001.0001 Código reduzido 1.1

Data Histórico Débito Crédito Saldo


4
01.08.2004 Saldo anterior * 100.000,00 100.000,00D
15.08.2004 Valor pagamento nf. 134.343
Barigui V. Ltda cfe recibo 15.000,00 85.000,00D
16.08.2004 Valor pagamento nf. 100
Livraria do Contabilista – 150,00 84.850,00D
desp. escritório
2
No Livro Diário os lançamentos obedecem a ordem de data (dia a dia), por isso o nome Diário
3
O livro razão é emitido obedecendo a seqüência numérica das contas (dispostas conforme o plano de
contas) e dentro das contas obedece a ordem cronológica (data)
4
Saldo das transações anteriores

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Razão da Conta Fornecedores


Conta : Fornecedores cód. Contábil 2.1.01.001.0001 cód. Reduzido 152.3
Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.08.2004 Saldo anterior 20.000,00 20.000,00C
15.08.2004 Valor pagamento nf. 134.343
Barigui V. Ltda cfe recibo 15.000,00 5.000,00C

Razão da Conta despesas de escritório


Conta: Material de Escritório cód. Contábil 4.3.02.005.0002 cód. Reduzido 311.5
Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.08.2004 Saldo anterior 1.310,00 1.310,00D
16.08.2004 Valor pagamento nf. 100
Livraria do Contabilista – 150,00 1.460,00D
desp. escritório

O livro Razão é a conseqüência dos lançamentos contábeis no livro Diário, o qual é


emitido automaticamente pelo sistema eletrônico de Contabilidade, não sendo
necessário um novo registro.

Balancete

Balancete é uma relação das contas extraídas do livro Razão, com seus saldos devedores
ou credores.

O principal objetivo das empresas é a obtenção do lucro. Mas o lucro é apenas um dos
resultados da gestão da empresa num determinado exercício, pois pode ocorrer prejuízo.

Para apurar os resultados, no final do ano (exercício) as empresas adotam uma série de
procedimentos, tendo como ponto de partida a elaboração do Balancete, o qual relaciona
todas as contas utilizadas pela Contabilidade no período.

A partir do Balancete, procedem-se às demais providências visando à apuração do


resultado.

Assim, pode-se concluir que a base da Contabilidade se assenta em três procedimentos:

1. Registro dos fatos no livro Diário.


2. Registro dos fatos no livro Razão (transcritos do Diário) 5*.
3. Elaboração do Balancete de verificação 6*.

No exemplo que se apresenta a seguir, nota-se que o Balancete possui quatro colunas:
duas reservadas para o movimento (débito e crédito) e duas reservadas para o saldo
(devedor ou credor).

5
* Mediante o processamento eletrônico da Contabilidade, o livro razão e os balancetes de verificação
são extraídos automaticamente dos lançamentos efetuados no Livro Diário, sendo o balancete de
verificação e o Razão utilizados para conferência dos registros Contábeis (conciliação contábil) e
emitidos definitivamente pelo sistema de processamento de dados no final do exercício, após confirmado
sua exatidão.
6
* A elaboração do Balancete não apresenta nenhuma dificuldade.

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O preenchimento das colunas do movimento constitui pura transcrição do total do


débito e do total do crédito de cada conta constante do livro Razão.

O preenchimento das colunas reservadas para o saldo é feito mediante a diferença entre
o débito e o crédito de cada conta constante da coluna movimento. Assim, se o débito
na coluna movimento superar o crédito, o saldo será devedor, caso contrário, sendo o
crédito da coluna movimento superior ao débito, o saldo será credor.

Veja como o Balancete será preenchido:

N.º de Movimento Saldo


Contas
ordem Débito Crédito Devedor Credor
1 Caixa 1.300,00 500,00 800,00
2 Mercadorias 500,00 300,00 200,00
3 Capital 1.000,00 1.000,00
TOTAIS 1.800,00 1.800,00 1.000,00 1.000,00

ESTRUTURAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS CONTÁBEIS

De acordo com a Lei nº. Lei 6.404/76– art. 178 - que regulamenta as sociedades por
ações (S.A.), as contas do ativo devem ser alocadas em ordem decrescente do grau de
liquidez (capacidade de pagamento), enquanto as contas do passivo devem ser alocadas
de acordo com o prazo das exigibilidades.

 Atenção:

As contas contábeis devem estar rigorosamente conciliadas, ou seja, os lançamentos


constantes na Contabilidade deverão estar suportados por documentos e ainda
registrados na conta correta, bem como os saldos contábeis serem confrontados com
relatórios de outros setores (contas a Receber, a pagar, etc.) para refletirem a
realidade da empresa. Ocorrem muitos casos, principalmente em empresas que não
têm uma Auditoria Independente, os saldos não refletem a realidade da empresa, há
lançamentos em contas erradas ou faltam lançamentos, por esses motivos as contas
devem estar conciliadas.

Principalmente nas contas não conciliadas a empresa perde dinheiro: pagando


tributos a maior, desvios de valores, perda do controle de sua atividade, tanto
operacional como financeira. Como Auditor, tenho visto ser comum em empresas
não existir um confronto, por exemplo, entre o saldo contábil e o relatório de contas
a receber do setor financeiro, com isso não se detecta erros, tais como: a
contabilidade registra receita a maior (paga PIS, COFINS, IRPJ, CSSL a maior),
baixa de uma duplicata no contas a receber mas não se encontra o lançamento
contábil (erro ou indício de desvio).

Como empresário, consultor, advogado, administrador, basta solicitar ao contador a


COMPOSIÇÃO DE SALDO da conta, se não houver é um grande indício (95%) de
que a conta não vem sendo conciliada. Sendo apresentada a composição de saldo
pelo contador, basta solicitar ao setor que tem ligação com a conta (exemplo: contas

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Contabilidade Comentada © - pág. 38

a receber) e pedir um relatório com a composição do saldo na data base do


balancete/balanço. Confrontando os saldos, há uma segurança com relação à
contabilidade e o outro setor.

Pode haver divergências entre o relatório Contábil e o do Contas a Receber, porém a


contabilidade já investigou as diferenças e as tem apontadas. Isso significa uma
contabilidade conciliada, confrontada com relatórios de outros setores.

 Resumindo:

Conta Contábil Conferida com

Caixa Boletim de Caixa


Bancos Extrato Bancário e conciliações
Aplicações Financeiras Extrato de aplicação financeira e planilhas
Duplicatas a Receber Relatório de Contas a Receber
Créditos a Receber Contratos e planilhas
Impostos a recuperar Livro de apuração Icms e IPI, Dacon (Pis e Cofins),
DIPJ (CSLL e IRPP), DCTF, PERDCOMP e respectivas
planilhas de acompanhamento da utilização do Crédito
Adiantamentos Relatório do Financeiro ou do RH
Estoque Livro de Inventário de Estoque, Relatórios mensais do
Setor de Estoque
Despesas a apropriar Planilhas de apropriação
Realizável a Longo Prazo Contratos e planilhas
Investimentos Balanço da empresa coligada ou controlada
Imobilizado Sistema do Ativo Imobilizado, planilhas dos bens e
controles de depreciação
Intangível Planilhas ou sistema de contrato de Marcas e Patentes,
direito software
Diferido (extinto a partir de Planilha ou sistema de controle e amortização
04.12.2008)
Fornecedores Relatório do setor do Contas a Pagar e conciliações
Empréstimos a pagar Contratos e planilhas de apropriação de encargos
Tributos a recolher Composição de saldos, recolhimento no mês
subseqüente, DCTF, DACON e DIPJ
Salários a pagar Folha de pagamento
Provisão de Férias e Respectivos relatórios fornecidos pelo RH
13ºSalário
Outras contas a pagar Relatório, planilha, composição de saldo e ou pagamento
subseqüente
Passivo não Circulante Contratos e planilhas de apropriação de encargos
Patrimônio Líquido Capital Social, e consistências dos lançamentos nas
contas
Receitas Livros Fiscais do Icms, IPI ou ISS de saída de
mercadorias/produtos
Despesas Lançamentos com base em documentos hábeis, livro de
Entrada de Mercadorias, etc.

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A Contabilidade deve estar sempre conferida (conciliada) com os relatórios e posições


dos demais setores da empresa.

Por exemplo: a conta clientes deve estar conciliada com o relatório do Contas a
Receber; a conta de fornecedores com o relatório do Contas a Pagar e assim por diante.
Esses relatórios devem ser enviados à Contabilidade ao final de cada mês para fins de
conciliação.

O Contador, por sua vez, deve ter ciência dos saldos existentes no Balancete ou no
Balanço Patrimonial.

Como vimos, a certeza de que os saldos contábeis estão corretos está na empresa e
quanto mais houver o confronto dos relatórios de cada setor com a Contabilidade, maior
será a precisão das informações contidas no Balanço Contábil da empresa.

Dessa forma, podemos dizer que a Contabilidade espelha realidade da empresa


desobrigando os sócios, os administradores e o próprio contador de responderem com
seus bens pessoais em questionamentos tributários, civis, comerciais, penais e criminais,
provando que os mesmos não agiram de forma enganosa, lesiva ou com abuso de
poderes perante terceiros.

O balanço patrimonial que é um instrumento contábil que indica em um determinado


momento a situação financeira, econômica e patrimonial de uma entidade e no qual as
contas são classificadas em Ativo, Passivo e Contas de Resultado.

CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS PATRIMONIAIS A PARTIR DE 04.12.2008, MP 449/2008, art. 36


convertida pela Lei 11.941/2009:

a) no ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos


elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

 Ativo Circulante;
 Ativo Não-Circulante, este composto por ativo realizável a longo prazo,
investimentos, imobilizado e intangível.

Base: MP 449/2008, art. 36, convertida pela Lei 11.941/2009, que alterou o art. 178 da
Lei 6.404/76.
Nota: até 04.12.2008, as contas do ativo eram classificadas em:
- Ativo Circulante;
- Ativo Realizável a Longo Prazo;
- Ativo Permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado, ativo intangível e ativo diferido.

b) no passivo, as contas serão dispostas e serão classificadas nos seguintes grupos:

 Passivo Circulante;
 Passivo Não-Circulante e
 Patrimônio Líquido, este dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de
avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos
acumulados.

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Base: MP 449/2008, art. 36, convertida pela Lei 11.941/2009que alterou o art. 178 da
Lei 6.404/76.

Nota: até 04.12.2008, as contas do passivo eram classificadas em:


- Passivo Circulante;
- Passivo Exigível a Longo Prazo;
- Resultados de Exercícios Futuros;
- Patrimônio Líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial,
reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

Demonstrativo gráfico:

Para exercícios encerrados a partir de 04/12/2008:

ATIVO PASSIVO

CIRCULANTE CIRCULANTE

NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

INVESTIMENTOS

IMOBILIZADO

INTANGÍVEL

Para exercícios encerrados até 04/12/2008:

ATIVO PASSIVO

CIRCULANTE CIRCULANTE

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

PERMANENTE RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

ATIVO (até 03.12.2008)

1. ATIVO
1.1 CIRCULANTE
1.1.01. DISPONÍVEL
1.1.01.001 CAIXA
1.1.01.001.0001 CAIXA
1.1.01.002.0000 BANCO CONTA MOVIMENTO
1.1.01.002.0001 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
11.01.003 APLICAÇÕES FINANCEIRAS

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Contabilidade Comentada © - pág. 41

11.01.003.0001 APLICAÇÃO FINANC. C.E.F.


1.1.02.000.0000 CLIENTES
1.1.02.001.0000 DUPLICATAS A RECEBER
1.1.02.001.0001 DUPLICATAS A RECEBER
1.1.03.000.0000 OUTROS CREDITOS
1.1.03.001.0000 TITULOS A RECEBER
1.1.03.001.0001 N P A RECEBER
1.1.03.002.0000 ADIANTAMENTOS ATERCEIROS
1.1.03.002.0001 ADTOS A FORNECEDORES
1.1.03.003.0000 IMPOSTOS A RECUPERAR
1.1.03.003.0001 IRPJ EXERCICIOS anteriores
1.1.03.003.0002 CSLL EXERCICIOS anteriores
1.1.03.003.0003 ICMS A RECUPERAR
1.1.03.003.0004 IPI A RECUPERAR
1.1.04.000.0000 ESTOQUES
1.1.04.001.0000 MERCADORIA PARA REVENDA
1.1.04.001.0001 MERCADORIAS
11.05.000.0000 DESPESAS ANTECIPADAS
11.05.001.0000 DESPESAS A RATEAR
11.05.001.0001 SEGUROS A APROPRIAR
1.2.00.000.0000 ATIVO REALIZAVEL A LONGO PRAZO
1.2.01.000.0000 CREDITOS E VALORES
1.2.01.001.0000 CLIENTES
1.2.01.001.0001 DUPLICATAS A RECEBER
1.2.01.002.0000 TITULOS A RECEBER
1.2.01.002.0001 TITULOS A RECEBER
1.3.00.000.0000 ATIVO PERMANENTE
1.3.01.000.0000 INVESTIMENTOS
1.3.01.001.0000 PART. OUTRAS SOCIEDADES
1.3.01.001.0001 CONTROLADAS
1.3.01.001.0002 COLIGADAS
1.3.02.000.0000 IMOBILIZADO
1.3.02.001.0000 BENS EM OPERAÇÃO
1.3.02.001.0001 TERRENOS
1.3.02.001.0002 INSTALAÇÕES
1.3.02.001.0003 MAQUINAS E EQUIPAMENTOS
1.3.02.001.0004 COMPUTADORES/PERIFERICOS
1.3.02.001.0005 MOVEIS E UTENSILIOS
1.3.02.001.0006 VEÍCULOS
1.3.02.001.0007 OUTROS BENS
1.3.02.002.0000 (-) DEPRECIAÇÃO ACUMULADA
1.3.02.002.0001 CONSTRUÇÕES/BENFEITORIAS
1.3.02.002.0002 INSTALAÇOES
1.3.02.002.0003 MAQUINAS E EQUIPAMENTOS
1.3.02.002.0004 COMPUTADORES/PERIFERICOS
1.3.02.002.0005 MOVEIS E UTENSILIOS
1.3.02.002.0006 VEICULOS
1.3.02.002.0007 OUTROS BENS
1.3.02.003.0000 IMOBILIZADO EM ANDAMENTO
1.3.02.003.0001 CONSTRUÇÕES -ANDAMENTO

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1.3.02.003.0002 BENS EM USO - IMPLANTAÇAO


1.3.03.000.0000 ATIVO INTANGÍVEL
1.3.03.001.0000 BENS INCÓRPOREOS
1.3.03.001.0001 MARCAS E PATENTES
1.3.03.001.0002 FUNDO DE COMÉRCIO
1.3.03.001.0003 DIREITO USO DE SOFTWARE
1.3.03.002.0000 (-) AMORTIZAÇAO
1.3.03.002.0001 BENS INTANGÍVEIS
1.3.04.000.0000 ATIVO DIFERIDO
1.3.04.001.0000 GASTOS PRE OPERACIONAIS
1.3.04.001.0001 GASTOS DE ORGANIZAÇAO
1.3.04.002.0000 (-) AMORTIZAÇAO
1.3.04.002.0001 GASTOS DE ORGANIZAÇAO

ATIVO
(a partir de 04.12.2008 – com mudanças MP 449/2008- convertida pela Lei 11.941/2009)

1. ATIVO
1.1 CIRCULANTE
1.1.01. DISPONÍVEL
1.1.01.001 CAIXA
1.1.01.001.0001 CAIXA
1.1.01.002.0000 BANCO CONTA MOVIMENTO
1.1.01.002.0001 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
11.01.003 APLICAÇÕES FINANCEIRAS
11.01.003.0001 APLICAÇÃO FINANC. C.E.F.
1.1.02.000.0000 CLIENTES
1.1.02.001.0000 DUPLICATAS A RECEBER
1.1.02.001.0001 DUPLICATAS A RECEBER
1.1.03.000.0000 OUTROS CREDITOS
1.1.03.001.0000 TITULOS A RECEBER
1.1.03.001.0001 N P A RECEBER
1.1.03.002.0000 ADIANTAMENTOS ATERCEIROS
1.1.03.002.0001 ADTOS A FORNECEDORES
1.1.03.003.0000 IMPOSTOS A RECUPERAR
1.1.03.003.0001 IRPJ EXERCICIOS anteriores
1.1.03.003.0002 CSLL EXERCICIOS anteriores
1.1.03.003.0003 ICMS A RECUPERAR
1.1.03.003.0004 IPI A RECUPERAR
1.1.04.000.0000 ESTOQUES
1.1.04.001.0000 MERCADORIA PARA REVENDA
1.1.04.001.0001 MERCADORIAS
11.05.000.0000 DESPESAS ANTECIPADAS
11.05.001.0000 DESPESAS A RATEAR
11.05.001.0001 SEGUROS A APROPRIAR
1.2. ATIVO NÃO CIRCULANTE
1.2.01 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
1.2.01.001.0000 CLIENTES

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1.2.01.001.0001 DUPLICATAS A RECEBER


1.2.01.002.0000 TITULOS A RECEBER
1.2.01.002.0001 TITULOS A RECEBER
1.2.02. INVESTIMENTOS
1.2.02.001.0000 PART. OUTRAS SOCIEDADES
1.3.01.001.0001 CONTROLADAS
1.3.01.001.0002 COLIGADAS
1.2.03. IMOBILIZADO
1.2.03.001.0000 BENS EM OPERAÇÃO
1.2.03.001.0001 TERRENOS
1.2.03.001.0002 INSTALAÇÕES
1.2.03.001.0003 MAQUINAS E EQUIPAMENTOS
1.2.03.001.0004 COMPUTADORES/PERIFERICOS
1.2.03.001.0005 MOVEIS E UTENSILIOS
1.2.03.001.0006 VEÍCULOS
1.2.03.001.0007 OUTROS BENS
1.2.03.002.0000 (-) DEPRECIAÇÃO ACUMULADA
1.2.03.002.0001 CONSTRUÇÕES/BENFEITORIAS
1.2.03.002.0002 INSTALAÇOES
1.2.03.002.0003 MAQUINAS E EQUIPAMENTOS
1.2.03.002.0004 COMPUTADORES/PERIFERICOS
1.2.03.002.0005 MOVEIS E UTENSILIOS
1.2.03.002.0006 VEICULOS
1.2.03.002.0007 OUTROS BENS
1.2.03.003.0000 IMOBILIZADO EM ANDAMENTO
1.2.03.003.0001 CONSTRUÇÕES -ANDAMENTO
1.2.03.003.0002 BENS EM USO - IMPLANTAÇAO
1.2.04. INTANGÍVEL
1.2.04.001.0000 BENS INCÓRPOREOS
1.2.04.001.0001 MARCAS E PATENTES
1.2.04.001.0002 FUNDO DE COMÉRCIO
1.2.04.001.0003 DIREITO USO DE SOFTWARE
1.2.04.002.0000 (-) AMORTIZAÇAO
1.2.04.002.0001 BENS INTANGÍVEIS
1.2.05. DIFERIDO 7*
1.2.05.001.0000 GASTOS PRE OPERACIONAIS
1.2.05.001.0001 GASTOS DE ORGANIZAÇAO
1.2.05.002.0000 (-) AMORTIZAÇAO
1.2.05.002.0001 GASTOS DE ORGANIZAÇAO

De acordo com o art. 178, da Lei 6.404/76, no balanço, as contas serão classificadas
segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.

7
*As contas do antigo Ativo Diferido deverão ser reclassificadas para outras contas, porém não existindo
o enquadramento em outras contas deverá permanecer em grupo próprio do Diferido até sua total
amortização.

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Contabilidade Comentada © - pág. 44

No ATIVO, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos


elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

I. ativo circulante; e (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008, convertida


pela Lei 11.941/2009)
II. ativo não-circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos,
imobilizado e intangível. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008 -
convertida pela Lei 11.941/2009)

No PASSIVO, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:

a) passivo circulante;
b) passivo não circulante;
c) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de
avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos
acumulados. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão
classificados separadamente.

Como dispõe o art. 179 da Lei 6.404/76, as contas do ATIVO serão classificadas do
seguinte modo:

 ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício


social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;
 ativo realizável: a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício
seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a
sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou
participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na
exploração do objeto da companhia;
 investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de
qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à
manutenção da atividade da companhia ou da empresa;
 ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa
finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os
benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
 intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à
manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de
comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o


exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse
ciclo.
Ativo Circulante

1. Ativo Circulante: composto pelos bens e direitos que irão ser convertidos em
dinheiro, no prazo de até 12 (doze) meses. Divide-se nos subgrupos: disponível,
realizável a curto prazo, estoques e despesas antecipadas.

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1.1 Disponível: composto pelas exigibilidades imediatas, representadas pelas contas de


caixa, bancos conta movimento, cheques para cobrança e aplicações financeiras.

a) Caixa

A conta Caixa deverá estar em conformidade com os boletins de caixa, elaborados


diariamente pelos funcionários dos setores ou filiais da empresa, bem assim vistados
pelos responsáveis.

O saldo do caixa não pode ser credor (mais saídas do que entradas), ao ocorrer tal
situação há um forte indício do chamado “Caixa 2”, sonegação de receita (art.281 do
RIR/99), cabendo à empresa o ônus da prova e esta não provando em contrário, deverá
recolher tributos, juros e multas (150%) e também receberá a denúncia crime a ser
enviada ao Ministério Público.

A existência de saldos elevados no caixa decorrentes de cheques sacados ou outros


valores constantes no caixa também é preocupante, pois o fisco poderá exigir o imposto
exclusivamente na fonte, à alíquota de 35%, relativo a todo pagamento efetuado a
beneficiário não identificado ou, ainda, aos pagamentos efetuados ou recursos entregues
a terceiros ou sócios, acionistas ou titular, contabilizados ou não, quando não for
comprovada a operação ( art. 674 RIR/99).

O ideal é que no caixa estejam consignados valores razoáveis em relação a


movimentação da empresa.

b) Bancos

O saldo das contas bancárias deve estar de acordo com os extratos bancários, ou
conciliação bancária explicando o motivo da diferença. Também, é recomendável que o
Contador mantenha a evidência de que realmente a essas contas foram conciliadas.

Existindo depósitos não contabilizados ou depósitos bancários que não possam ser
comprovados (vinculados a uma receita, empréstimo, etc.), o fisco poderá autuar a
empresa, por indício de sonegação fiscal, conforme art. 287 do RIR/99, cabendo o ônus
da prova à empresa.

c) Aplicações Financeiras

As contas de aplicações financeiras devem estar de acordo com os extratos bancários e


respectiva planilha de apropriação das receitas financeiras.

1.2 Realizável a Curto Prazo: registra-se os direitos a receber no prazo de até 12


(doze) meses, representados pelas seguintes contas Duplicatas a receber, Impostos a
recuperar e outros Créditos.

a) Duplicatas a Receber

Esta conta está ligada diretamente com as contas de Receitas (faturamento) da empresa,
nela são registradas as vendas a prazo, que, atualmente, representam quase a totalidade
do faturamento das empresas. Qualquer erro consiste em prejuízo, por isso deve estar

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Contabilidade Comentada © - pág. 46

conciliada com o relatório de contas a receber do setor financeiro. Tendo em vista, que
a Contabilidade é encerrada apenas após o fechamento do Setor Financeiro, este deve
emitir relatórios, na data do fechamento, para posteriormente serem conferidos com os
saldos contábeis.

Quando não há o confronto das Duplicatas a Receber com controles administrativos e


gerenciais, há um forte indício de que Receitas estejam sendo contabilizadas
incorretamente, tanto a maior como a menor, ocasionando reflexos tributários
(pagamentos a maior ou a menor de PIS, COFINS, IRPJ, CSSL e outros) ou a distorção
de relatórios gerenciais.

A não conferência dos saldos consignados na Contabilidade com os saldos do relatório


do contas a receber, torna a Contabilidade sem consistência, inexata e sem merecer
confiança.

A empresa pode contabilizar como perdas (despesas financeiras), conforme art. 9º e 12


da Lei 9.430/96, as duplicatas a receber com valor:

 até R$ 5.000,00, sem garantia e vencidas há mais de seis meses (180 dias);
 acima de R$ 5.000,00 até R$ 30.000,00, sem garantia e vencidas há mais de um ano;
 superior a R$ 30.000,00, vencidas há mais de um ano, desde que iniciados e
mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento.

Também, a dedução da perda será admitida a partir da data da decretação da falência ou


concordata, desde que a credora tenha adotado os procedimentos judiciais necessários
para o recebimento do crédito.

No caso de empresas mercantis, a operação será caracterizada pela emissão da fatura,


mesmo que englobe mais de uma nota fiscal.

As duplicatas com vencimento no prazo de 12 meses após o encerramento do balanço,


deverão ser contabilizadas em contas de duplicatas a receber , no ativo realizável a
longo prazo.

b) Impostos a Recuperar

São os impostos retidos quando da emissão da nota fiscal da empresa, tais como: IRPJ,
CSSL, PIS, COFINS e outros. Podem representar, também, adiantamentos de IRPJ ou
CSSL pagos durante o ano ou a recuperar relativo a anos anteriores.

Em outras situações representam o saldo credor de ICMS, IPI, PIS e COFINS, onde o
valor creditado nas compras é superior aos débitos relativos às vendas. É comum a
existência destes saldos quando a empresa for exportadora, uma vez que se credita sobre
os valores das compras e não há o débito na venda.

Os saldos devem estar em consonância com os livros de apuração dos respectivos


tributos (ICMS e IPI), com a DACON (PIS e COFINS), com as Declarações anuais de
retenção fornecidas pelos clientes no caso de faturamento e pelas Instituições Bancárias
para as aplicações financeiras.

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Contabilidade Comentada © - pág. 47

Todo o saldo existente na Contabilidade deve ter origem comprovada, pois a qualquer
momento poderá ser compensado via Ficha Gráfica (ICMS e IPI), Dacon (PIS e
COFINS), Perdcomp (tributos de mesma ou diferentes naturezas) ou DIPJ( IRRF ou
CSSL retidos durante o ano calendário).

Toda a atenção é pouca nesta conta, qualquer descuido a empresa deixa de compensar
tributos, devendo desembolsar escassos numerários sem necessidade. Por outro lado, se
compensar a maior, os valores serão exigidos com multas e juros.

c) Outros Créditos

Podem ser classificados nessa conta: adiantamentos de viagens, adiantamento de


salários, empréstimos a funcionários, empréstimos a terceiros não sócios, adiantamento
de 13º Salários.

Os saldos devem estar de acordo com relatórios ou posições de cada setor ligado a
respectiva conta. Exemplo: Adiantamentos a funcionários, o Setor de Pessoal.
Adiantamentos de viagens, o Setor Financeiro.

As contas de Adiantamentos e outros créditos devem ser conciliadas no sentido de


verificar pendências existentes de longa data, as quais não refletem a posição
consignada no balancete, bem como atentar para a documentação suporte dos
lançamentos contábeis, tais como: contratos, recibos, notas fiscais e outros.

A conciliação é procedida com suporte em relatórios do Setor Financeiro, se o


Financeiro não souber o motivo e a destinação dos valores, algo está errado nos saldos
(ou no setor financeiro), no que tange a adiantamentos e as respectivas prestações de
contas. Os adiantamentos salariais e empréstimos a empregados devem ser conciliados
com os relatórios do Setor de Pessoal.

Os empréstimos e outras transações devem estar suportados por contratos e outros


documentos hábeis.

1.3 Estoques: representam os bens destinados à venda e que variam de acordo com a
atividade da entidade. Ex: produtos acabados, produtos em elaboração, matérias-primas
e mercadorias.

A conta de estoque deve estar conferindo obrigatoriamente com o total da posição do


Inventário a cada trimestre (Lucro Real Trimestral) ou fechamento anual do balanço
(Lucro Real Anual, Lucro Presumido e Simples), se e a empresa apura o Imposto de
Renda anual com suspensão ou redução, mês a mês deve manter um relatório de estoque
não sendo necessário o registro no Livro de Inventário (art.12, § 3º, IN SRF 93/97),
porém ao final do exercício – 31.12, deverá manter registrado o Livro de Inventário, o
qual deve estar em conformidade com a Contabilidade (art. 260 RIR/99).

O Contador deve atentar para o preço unitário de cada mercadoria ou produto, podendo
avaliar as mercadorias compradas para revenda pelo valor das últimas aquisições menos
o ICMS. No caso de fabricação de produtos a matéria-prima pode ser avaliada pelo
preço das últimas aquisições menos o ICMS e IPI, os produtos acabados avaliados por
70% do maior preço de venda (sem deduzir o ICMS) e os produtos em elaboração

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avaliados por 56% do maior preço de venda (sem deduzir o ICMS). Também, o estoque
pode ser avaliado com base em registros contábeis, o chamado preço médio das últimas
aquisições menos os impostos recuperáveis (PEPS e Custo Padrão). Conforme
determinam os artigos 289, 290, 293, 294, 295 e 296 do RIR/99.

As contas de estoque estão ligadas diretamente como Custo de Mercadoria Vendidas,


Custo de Produtos Produzidos e de Serviços Prestados. Assim, quanto maior o valor
registrado no estoque (superavaliação) maior será o lucro, conseqüentemente maior será
o IRPJ e CSSL a pagar; e quanto menor o valor registrado no estoque (subavaliação)
menor será o lucro e por conseqüência menor o IRPJ e CSSL, os quais são calculados
em função do lucro.

A valoração do estoque será objeto do tópico: AVALIAÇÃO DE ESTOQUE

1.4 Despesas Antecipadas: ou despesas diferidas, compreendem as despesas pagas


antecipadamente que serão consideradas como custos ou despesas no decorrer do
exercício seguinte (até 12 meses da data do encerramento do balanço – 31.12). Ex:
seguros a vencer, alugueis a vencer e encargos a apropriar.

A conta de despesas antecipadas deve estar conciliada com as planilhas de rateio e com
os documentos.

O saldo a maior ou a menor desta conta interfere diretamente no resultado do exercício


e afeta o pagamento de IRPJ e CSSL.

Ativo Não Circulante

2. Ativo Não Circulante, conforme MP 449/2008, art. 36, convertida pela Lei
11.941/2009, que alterou o art. 178 da Lei 6.404/76, a partir de 04.12.2008, composto
por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.

2.1 Ativo Realizável a Longo Prazo: composto pelos direitos que serão recebidos após
o término do exercício seguinte, isto é, após 12 (doze) meses. Exemplo: duplicatas a
receber (+ 12 meses), empréstimos a sócios.

Independente do prazo, ainda são classificadas neste grupo, de acordo com a Lei nº
6.404/76, as seguintes contas: adiantamentos a sócios, adiantamentos a acionistas,
empréstimos à coligadas, empréstimos à controladas, etc.

Nas contas do Realizável a Longo Prazo,deve-se verificar se os saldos estão suportados


por documentos hábeis e planilhas de controle dos créditos. Exemplo: se o pagamento
do contrato de mútuo está suportado por recibo, contrato etc., bem assim, em planilhas
de apropriação de encargos financeiros.

2.2 Investimentos: são todas as aplicações de recursos que não tem por finalidade o
objetivo principal da entidade. Ex: imóveis para aluguel, terrenos para expansão, ações
em outras empresas, participação em empresas coligadas, participação em empresas
controladas e obras de arte.

Observação: até 03.12.2008, os investimentos estavam classificados no grupo do Ativo


Permanente que se dividia nos seguintes subgrupos: Investimentos (participação em empresas),

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Imobilizado (construções e benfeitorias, máquinas, equipamentos, veículos, computadores,


etc.) e Diferido (gastos de implantação e pré-operacionais). No entanto, a partir de 04.12.2008,
o grupo Ativo Permanente deixou de existir, por ocasião da MP 449/2008, art. 36, que alterou o
art. 178 da Lei 6.404/76, assim o subgrupo de investimentos passou a ser classificado nas
contas do Ativo Não Circulante.

Os Investimentos relevantes em coligadas ou controladas estão avaliados pelo método


da equivalência patrimonial; quando houver a obrigação solicitar o Balanço Patrimonial
às empresas investidas para efetuar os lançamentos contábeis, lembrando que sobre o
resultado positivo da equivalência patrimonial não incide tributação (IRPJ, CSSL, PIS,
Cofins) e no caso de resultado negativo são indedutíveis para fins de IRPJ e CSSL.

Estão obrigadas a proceder à avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio


líquido as sociedades anônimas ou não que tenham participações societárias relevantes
em (art. 384 do RIR/99):

a) sociedades controladas;
b) sociedades coligadas sobre cuja administração a sociedade investidora tenha
influência; ou
c) sociedades coligadas de que a sociedade investidora participe com 20% (vinte por
cento) ou mais do capital social.

O investimento em sociedades coligadas e controladas é considerado relevante quando


(§ 3º do art. 384 do RIR/99):

a) o valor contábil do investimento em cada sociedade coligada ou controlada for igual


ou superior a 10% (dez por cento), do patrimônio líquido da sociedade investidora;
b) o valor contábil no conjunto do investimento em sociedades coligadas ou
controladas for igual ou superior a 15% (quinze por cento) do patrimônio líquido da
sociedade investidora ou controladora.

Regras a partir de 01.01.2008

Por força da Lei 11.638/2007, a partir de 01.01.2008, a obrigatoriedade de avaliar pelo


método da equivalência patrimonial atinge os investimentos em coligadas sobre cuja
administração tenha influência significativa, ou de que participe com 20% (vinte por
cento) ou mais do capital votante, em controladas e em outras sociedades que façam
parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum.

 Exemplo da equivalência patrimonial:

1. A empresa “A” tem 80% do capital social da empresa “B”, sendo um investimento
relevante;
2. No Balanço da empresa “A” deve constar o resultado da participação na empresa
“B”, a chamada equivalência Patrimonial;
3. O cálculo é efetuado sobre o valor do Patrimônio Líquido da empresa “B”
(patrimônio líquido = Capital Social + Reservas + Lucros/prejuízos acumulados);
4. Após apurado o Resultado do ano na empresa “B”, o Patrimônio Líquido é de R$
1.000.000,00;
5. Calcula-se 80% de 1.000.000,00 = 800.000,00. Esse é o valor da participação na
empresa “B”;

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6. Então, se na empresa “A”, havia um saldo de R$ 600.000,00, deverá ser feito um


ajuste de R$ 200.000,00, para que o saldo feche com os R$ 800.000,00;
7. O valor de R$ 200.000,00 é chamado de resultado da equivalência patrimonial,
sobre o qual não haverá incidência de IRPJ nem CSSL, será excluído do lucro real,
através do LALUR;

Se o resultado da equivalência patrimonial for negativo, do mesmo modo, o valor será


adicionado ao lucro real, ou seja, o resultado não tem efeito na apuração do Lucro Real,
Presumido ou Arbitrado.

O resultado não deverá ser refletido no Balanço se o Investimento não for relevante ou
se o valor do Patrimônio Líquido da empresa investida (em nosso exemplo a empresa
“B”) apresentar o Patrimônio Líquido Negativo.

Em síntese, havendo relevância no investimento em outra empresa, o Patrimônio


Líquido da investida deve constar no Balanço da empresa investidora,
proporcionalmente à participação no capital social.

2.3 Imobilizado: representam as aplicações de recursos em bens instrumentais que


servem de meios para que a entidade alcance seus objetivos. Os bens materiais sofrem
depreciação, os bens imateriais (programas de computador) sofrem amortização e
jazidas e minas sofrem exaustão. Ex: Imóveis, máquinas e equipamentos, veículos,
móveis e utensílios, computadores, software, etc.

Observação: até 03.12.2008, o imobilizado estavam classificados no grupo do Ativo


Permanente que se dividia nos seguintes subgrupos: Investimentos (participação em
empresas), Imobilizado (construções e benfeitorias, máquinas, equipamentos, veículos,
computadores, etc.) e Diferido (gastos de implantação e pré-operacionais). No entanto, a
partir de 04.12.2008, o grupo Ativo Permanente deixou de existir, por ocasião da MP
449/2008, art. 36, convertida pela Lei 11.941/2009, que alterou o art. 178 da Lei
6.404/76, assim, o subgrupo de imobilizado passou a ser classificado nas contas do Ativo
Não Circulante.

As contas do Imobilizado devem estar de acordo com os controles patrimoniais da


empresa. Caso tais controles sejam inexistentes deve-se manter planilha comprovando
as despesas de depreciação e amortização contabilizadas, bem como, através de
visualização do Razão Contábil, verificar se estão corretos os lançamentos de aquisição
do imobilizado e se nas vendas foram baixadas as depreciações e o custo contábil dos
bens vendidos.

As taxas de depreciação utilizadas que constam no sistema de controle do Ativo


Imobilizado ou planilhas alternativas do cálculo da depreciação acumulada, devem estar
em conformidade com a Instrução Normativa - IN SRF 162/1998 e IN SRF 130/99. O
RIR/99 trata das depreciações nos seus artigos 305 a 323. Em muitos casos, utiliza-se
uma taxa menor que a legislação permite, pagando-se mais tributos.

Exemplo: normalmente utiliza-se a taxa de 20% ao ano para caminhões, no entanto a


taxa de depreciação da maioria dos caminhões é de 25% (neste caso reflete também no
recolhimento do Pis e da Cofins, que, a partir de 01.02.04, há o crédito sobre
depreciação dos bens do ativo imobilizado).

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Desta forma, as principais taxas praticadas são as seguintes:

Edificações – 4% ao ano
Instalações – 10% ao ano
Móveis e Utensílios – 10% ao ano
Máquinas e Equipamentos – 10% ao ano
Ferramentas – 15% ao ano
Veículos – 20% ao ano
Caminhões – de 20% a 25%
Equipamentos de Informática – 20% ao ano
Equipamentos de Comunicação – 20% ao ano

Sendo a Contabilidade uma ciência que controla o Patrimônio das empresas, faz-se
necessário, no mínimo, uma relação com todos os bens da empresa (em forma de
planilha), com o valor original de aquisição, sua depreciação e saldo residual, bem
como, uma cópia dos respectivos documentos de aquisição.

2.4 Ativo Intangível :Os ativos intangíveis compreendem o leque de bens incorpóreos
destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o
fundo de comércio adquirido.

Trata-se de um desmembramento do ativo imobilizado, que, a partir da vigência da Lei


11.638/2007, ou seja, a partir de 01.01.2008, passa a contar apenas com bens corpóreos
de uso permanente.

Como exemplos de intangíveis, os direitos de exploração de serviços públicos mediante


concessão ou permissão do Poder Público, marcas e patentes, softwares e o fundo de
comércio adquirido.

Mensalmente deve ser contabilizada a amortização desses bens, em conta redutora


específica.

Transferência: Os valores intangíveis que, em 01.01.2008, estavam contabilizados no


imobilizado, devem ser transferidos, nesta data, para o subgrupo de contas denominado
“Ativo Intangível”.

Exemplo:

Transferência relativa aos saldos das contas “Marcas e Patentes”, no valor de R$


100.000,00 e respectiva amortização acumulada de R$ 40.000,00, existentes nas contas
do imobilizado, em 01.01.2008:

D – Marcas e Patentes (Ativo Intangível)


C – Marcas e Patentes (Ativo Imobilizado)
R$ 100.000,00

D – Amortizações Acumuladas – Marcas e Patentes (Ativo Imobilizado)


C - Amortizações Acumuladas – Marcas e Patentes (Ativo Intangível)
R$ 40.000,00

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Avaliação:

Os direitos classificados no intangível devem ser avaliados pelo custo incorrido na


aquisição deduzido do saldo da respectiva conta de amortização, feita em função do
prazo legal ou contratual de uso dos direitos ou em razão da sua vida útil econômica,
deles o que for menor.

O fundo de comércio e outros valores intangíveis adquiridos são avaliados pelo valor
transacionado, deduzido das respectivas amortizações, calculadas com base na
estimativa de sua utilidade econômica. (NBC 4.2.7.3.)

Marcas e Patentes

Nessa conta são registrados os ativos intangíveis, ou seja, os gastos com registro de
marca, nome, invenções próprias ou contratos de uso de marcas e patentes de terceiros.

Direitos de Uso – Softwares

Nesta conta serão registrados os custos pagos ou relativos à elaboração de programas de


computador, amortizados com base na estimativa de vida útil dos mesmos.

Fundo de Comércio

Compreende os valores pagos a título de aquisição de direitos para exploração de pontos


comerciais, amortizados com base no prazo de fruição de tais direitos.

2.5 Diferido:

Extinção do Ativo Diferido


A MP 449/2008, em seu art. 36, de 03.12.2008, convertida pela Lei 11.941/2009,
modificou a composição dos grupos patrimoniais, e estabeleceu que o ativo não-
circulante será composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado
e intangível, não citando o diferido. Portanto, este subgrupo deixa de existir.

Saldos em 31.12.2008
O saldo existente em 31 de dezembro de 2008 no ativo diferido que, pela sua natureza,
não puder ser alocado a outro grupo de contas, poderá permanecer no ativo sob essa
classificação até sua completa amortização.
Base: art. 299-A da Lei 6.404/1976 (incluído pela MP 449/2008, art. 37- convertida pela
Lei 11.941/2009).

Diferido: representa as aplicações de recursos em despesas que irão influenciar o


resultado de mais de um exercício. Ex: gastos de implantação, gastos pré-operacionais,
gastos com modernização e reorganização.

O Ativo Diferido caracteriza-se por evidenciar os recursos aplicados na realização de


despesas que, por contribuírem para a formação do resultado de mais de um exercício

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social futuro, somente são apropriadas às contas de resultado à medida e na proporção


em que essa contribuição influencia a geração do resultado de cada exercício.
O Ativo Diferido deverá ser avaliado, pelo valor do capital aplicado, ou seja, o valor dos
gastos realizados, deduzido do saldo das contas que registrem a sua amortização (art.
183 da Lei nº 6.404/76).
O grupo Ativo Diferido, classificado no Ativo Permanente, apresenta, em geral, as
seguintes contas:
I. gastos de implantação e pré-operacionais;
II. gastos com pesquisa e desenvolvimento de produtos;
III. gastos de implantação de sistemas e métodos;
IV. gastos de reorganização ou reestruturação.
V. Taxas de Amortização
De acordo com a Lei nº 6.404/76 e o art. 327 do RIR/99, a amortização dos valores
registrados no Ativo Diferido deverá ser feita em prazo não inferior a cinco anos e
não superior a dez anos, (taxa de amortização mínima de 20% a.a e máxima de 10%
a.a) a partir do início da operação normal ou do exercício em que passem a ser
usufruídos os benefícios delas decorrentes, devendo ser registrada a perda do capital
aplicado quando abandonados os empreendimentos ou atividades a que se destinavam,
ou comprovado que essas atividades não poderão produzir resultados suficientes para
amortizá-los.
A contrapartida da amortização do Ativo Diferido deve ser lançada em Despesas ou
Custos Operacionais.
O Ativo Diferido deve ser confrontado com controles ou planilhas, até mesmo, para
acompanhar as taxas de amortização. Também, o Ativo Diferido não pode ser
confundido com as despesas diferidas, estas têm duração de no máximo 12 meses, já o
Ativo Diferido são dispêndios que serão amortizados no mínimo em 05 anos – 60
meses.
A partir de 01.01.2008, classificar-se-ão no ativo diferido as despesas pré-operacionais e
os gastos de reestruturação que contribuirão, efetivamente, para o aumento do resultado
de mais de um exercício social e que não configurem tão-somente uma redução de
custos ou acréscimo na eficiência operacional.

Base: Lei 11.638/2007.

ESTRUTURAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE GRUPOS DO PASSIVO

Classificação das contas do Passivo a partir de 04.12.2008

No passivo, as contas serão dispostas e serão classificadas nos seguintes grupos:

- Passivo Circulante;
- Passivo Não-Circulante e

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- Patrimônio Líquido, este dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de


avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos
acumulados.

Base: MP 449/2008, art. 36, convertida pela Lei 11.941/2009, que alterou o art. 178 da
Lei 6.404/76.

Nota: até 04.12.2008, as contas do passivo eram classificadas em:


- Passivo Circulante;
- Passivo Exigível a Longo Prazo;
- Resultados de Exercícios Futuros;
- Patrimônio Líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação
patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

Demonstrativo gráfico:

Para exercícios encerrados a partir de 04/12/2008:

ATIVO PASSIVO

CIRCULANTE CIRCULANTE

NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

INVESTIMENTOS

IMOBILIZADO

INTANGÍVEL

Para exercícios encerrados até 04/12/2008:

ATIVO PASSIVO

CIRCULANTE CIRCULANTE

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

PERMANENTE RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

PASSIVO
(até 03.12.2008)

2.0.00.000.0000 PASSIVO
2.1.00.000.0000 PASSIVO CIRCULANTE
2.1.01.000.0000 FORNECEDORES
2.1.01.001.0000 FORNECEDORES NACIONAIS

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2.1.01.001.0001 FORNECEDORES
2.1.02.000.0000 EMPRESTIMOS E FINANCIAMENTOS
2.1.02.001.0000 EMPRESTIMOS
2.1.01.001.0001 CAPITAL DE GIRO
2.1.02.002.0000 FIANCIAMENTOS
2.1.02.002.0001 CAIXA ECONOMICA FEDERAL
2.1.03.000.0000 OBRIGAÇOES SOCIAIS/FISCAIS
2.1.03.001.0000 OBRIGAÇOES SOCIAIS
2.1.03.001.0001 INSS A RECOLHER
2.1.03.001.0002 FGTS A RECOLHER
2.1.03.001.0003 CONT. SINDICAL A RECOLHER
2.1.03.001.0004 IRRF FOLHA PAGAMENTO
2.1.03.001.0005 INSS AUTONOMO A RECOLHER
2.1.03.001.0006 C SIND. PATRONAL RECOLHER
2.1.03.002.0000 OBRIGAÇOES FISCAIS
2.1.03.002.0001 PIS A RECOLHER
2.1.03.002.0002 COFINS A RECOLHER
2.1.03.002.0003 ISS A RECOLHER
2.1.03.002.0004 ICMS A RECOLHER
2.1.03.002.0005 IPI A RECOLHER
2.1.03.002.0006 IRPJ A RECOLHER
2.1.03.002.0007 CSSL A RECOLHER
2.1.03.002.0008 IOF A RECOLHER
2.1.03.002.0009 IRRF (PJ) A RECOLHER
2.1.03.002.0010 REFIS
2.1.04.000.0000 OUTRAS OBRIGAÇOES
2.1.04.001.0000 OBRIGAÇOES TRABALHISTAS
2.1.04.001.0001 SALARIOS A PAGAR
2.1.04.001.0002 PRÓ-LABORE A PAGAR
2.1.04.002.0003 FERIAS A PAGAR
2.1.04.002.0004 RESCISOES A PAGAR
2.1.04.002.0005 OUTRAS OBRIGAÇOES
2.1.04.002.0000 ADIANTAMENTO DE CLIENTES
2.1.04.002.0001 ADIANTAMENTO DE CLIENTES
2.1.04.003.0000 OUTRAS CONTAS A PAGAR
2.1.04.003.0001 FATURA AGUA/LUZ/TELEFONE
2.1.04.003.0002 COMISSOES A PAGAR
2.1.04.003.0003 OUTRAS CONTAS A PAGAR
2.1.05.000.0000 OUTRAS PROVISOES
2.1.05.001.0000 TRABALHISTAS
2.1.05.001.0001 FERIAS
2.1.05.001.0002 13 SALARIO
2.2.00.000.0000 PASSIVO EXIGIVEL A LONGO PRAZO
2.2.01.000.0000 EMPRESTIMOS E FINANCIAMENTOS
2.2.01.001.0000 EMPREST/FINANC BANCARIOS
2.2.01.001.0001 CAIXA ECONOMICA FEDERAL
2.2.02.000.0000 OBRIGAÇOES FISCAIS/TRIBUTARIAS
2.3.00.000.0000 RESULTADO EXERCICIOS FUTUROS
2.3.01.000.0000 RECEITAS EXERCICIOS FUTUROS
2.3.02.000.0000 CUSTOS/DESPESAS EXERCICIOS FUTUROS

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PASSIVO
(a partir de 04.12.2008 – com mudanças da MP 449/2008 - convertida pela Lei 11.941/2009)

2. PASSIVO
2.1 PASSIVO CIRCULANTE
2.1.01.000.0000 FORNECEDORES
2.1.01.001.0000 FORNECEDORES NACIONAIS
2.1.01.001.0001 FORNECEDORES
2.1.02.000.0000 EMPRESTIMOS E FINANCIAMENTOS
2.1.02.001.0000 EMPRESTIMOS
2.1.01.001.0001 CAPITAL DE GIRO
2.1.02.002.0000 FIANCIAMENTOS
2.1.02.002.0001 CAIXA ECONOMICA FEDERAL
2.1.03.000.0000 OBRIGAÇOES SOCIAIS/FISCAIS
2.1.03.001.0000 OBRIGAÇOES SOCIAIS
2.1.03.001.0001 INSS A RECOLHER
2.1.03.001.0002 FGTS A RECOLHER
2.1.03.001.0003 CONT. SINDICAL A RECOLHER
2.1.03.001.0004 IRRF FOLHA PAGAMENTO
2.1.03.001.0005 INSS AUTONOMO A RECOLHER
2.1.03.001.0006 C SIND. PATRONAL RECOLHER
2.1.03.002.0000 OBRIGAÇOES FISCAIS
2.1.03.002.0001 PIS A RECOLHER
2.1.03.002.0002 COFINS A RECOLHER
2.1.03.002.0003 ISS A RECOLHER
2.1.03.002.0004 ICMS A RECOLHER
2.1.03.002.0005 IPI A RECOLHER
2.1.03.002.0006 IRPJ A RECOLHER
2.1.03.002.0007 CSSL A RECOLHER
2.1.03.002.0008 IOF A RECOLHER
2.1.03.002.0009 IRRF (PJ) A RECOLHER
2.1.03.002.0010 REFIS
2.1.04.000.0000 OUTRAS OBRIGAÇOES
2.1.04.001.0000 OBRIGAÇOES TRABALHISTAS
2.1.04.001.0001 SALARIOS A PAGAR
2.1.04.001.0002 PRÓ-LABORE A PAGAR
2.1.04.002.0003 FERIAS A PAGAR
2.1.04.002.0004 RESCISOES A PAGAR
2.1.04.002.0005 OUTRAS OBRIGAÇOES
2.1.04.002.0000 ADIANTAMENTO DE CLIENTES
2.1.04.002.0001 ADIANTAMENTO DE CLIENTES
2.1.04.003.0000 OUTRAS CONTAS A PAGAR
2.1.04.003.0001 FATURA AGUA/LUZ/TELEFONE
2.1.04.003.0002 COMISSOES A PAGAR
2.1.04.003.0003 OUTRAS CONTAS A PAGAR
2.1.05.000.0000 OUTRAS PROVISOES
2.1.05.001.0000 TRABALHISTAS
2.1.05.001.0001 FERIAS
2.1.05.001.0002 13 SALARIO
2.2. PASSIVO NÃO CIRCULANTE

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2.2.01.000.0000 EMPRESTIMOS E FINANCIAMENTOS


2.2.01.001.0000 EMPREST/FINANC BANCARIOS
2.2.01.001.0001 CAIXA ECONOMICA FEDERAL
2.2.02.000.0000 OBRIGAÇOES FISCAIS/TRIBUTARIAS

Sobre as contas a serem classificadas no passivo, a Lei 6.404/76 nos artigos 180, 181 e
184 estabelece:

Consoante art. 180 da Lei 6.404/76 As obrigações da companhia, inclusive


financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, serão classificadas:

 passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e


 passivo não-circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o
disposto no parágrafo único do art. 179. (Redação dada pela Medida Provisória nº
449, de 2008- convertida pela Lei 11.941/2009)

Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o


exercício social, a classificação no circulante ou não circulante terá por base o prazo
desse ciclo.

Observação: o art. 181 da Lei 6.404/76, que dispunha sobre o Resultado de Exercício
Futuro foi revogado pela MP 449/2008, convertida pela Lei 11.941/2009o qual deixou
de existir, portanto os valores classificados nesse grupo deverão ser reclassificados para
outras contas do Passivo Não Circulante

Critérios de Avaliação do Passivo

Conforme dispõe o art.184 da Lei 6.404/76, no balanço, os elementos do passivo serão


avaliados de acordo com os seguintes critérios:

I. as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive Imposto


sobre a Renda a pagar com base no resultado do exercício, serão computados
pelo valor atualizado até a data do balanço;
II. as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão
convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço;
III. as obrigações, encargos e riscos classificados no passivo não-circulante serão
ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito
relevante. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

Critérios de Avaliação em Operações Societárias

O art. 184-A, da Lei 6.404/76, incluído pela Medida Provisória nº 449 de 2008,
convertida pela Lei 11.941/2009, determina que A Comissão de Valores Mobiliários
estabelecerá, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177, normas
especiais de avaliação e contabilização aplicáveis à aquisição de controle, participações
societárias ou segmentos de negócios.

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Passivo Circulante

4. Passivo Circulante: composto por todas as obrigações com prazo de vencimento em


até 12 (doze) meses. Ex. fornecedores, empréstimos e financiamentos salários a pagar,
provisão para férias, Obrigações Sociais, Obrigações Fiscais e Tributárias.

a) Fornecedores

As contas de Fornecedores devem estar de acordo com o relatório das contas a pagar
emitido pelo setor financeiro. Dessa forma, o setor financeiro deverá emitir, a cada final
de mês, relatório constando os fornecedores em aberto (não pagos), para que,
posteriormente, seja confrontado com os saldos constantes na Contabilidade.

As divergências devem ser apuradas pelo setor contábil e pelo financeiro, em um


formulário chamado composição de saldos. Inexistindo o confronto entre a
Contabilidade e o relatório de contas a pagar, existe um forte indício de descontrole,
tanto contábil como financeiro, podendo acarretar desembolsos a maior de tributos ou
desnecessário de multas e juros, por atraso no pagamento dos fornecedores.

Até mesmo, as aquisições a prazo, que envolvem fornecedores, se não contabilizadas


pelo regime de competência, acarretarão no pagamento a maior ou antecipado de IRPJ,
CSSL, PIS, COFINS, IPI e ICMS. Principalmente IRPJ e CSSL, pois pode ocorrer que,
em um exercício, a empresa tenha lucro e no seguinte prejuízo. De nada adiantará o
lançamento de despesas no período em que houver prejuízo.

b) Empréstimos e financiamentos

Empréstimos e financiamentos devem ser conciliados com os respectivos contratos


objetivando a contabilização dos juros e das atualizações pelo período de competência.
O setor Financeiro ou a Contabilidade devem manter uma planilha de controle dos
encargos cobrados, a qual servirá com suporte na contabilização dos encargos
financeiros pelo regime de competência.

A incorreção mais comum nestas contas se refere aos juros e atualizações monetárias de
empréstimos que são contabilizados quando pagos e não proporcional aos dias
transcorridos no mês.

c) Obrigações Sociais

São registradas as obrigações oriundas da folha de pagamento dos funcionários: INSS,


FGTS, Contribuição Sindical, IRRF e outros relacionados.

Os valores consignados nessas contas deverão estar em conformidade com a folha de


pagamento do último mês ou apontadas as diferenças. Estando em dia os recolhimentos,
provavelmente o saldo constante na Contabilidade é o valor da DARF, da GPS,
Contribuição Sindical paga no mês subseqüente da data do Balanço/Balancete.

A retenção do imposto de renda na fonte e do INSS dos funcionários, bem assim a


retenção de Contribuições e Tributos (PIS, COFINS, INSS, IRRF, CSSL) de terceiros
prestadores de serviços sem o correspondente recolhimento aos cofres públicos
caracteriza crime tributário conforme art. 2º da Lei 8.137/1990, adiante reproduzido:

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“ Art. 2° Constitui crime da mesma natureza:


I. ...
II. deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social,
descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria
recolher aos cofres públicos;
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa."

d) Obrigações Tributárias

Registrados os tributos e contribuições sofre o faturamento e lucro da empresa ou


retidos de terceiros a serem recolhidos. Exemplo: PIS, COFINS, ICMS, IPI, ISS, IRPJ,
CSSL, IOF.

Essas obrigações deverão ser contabilizadas no mês a que se referem, mesmo que pagas
no mês seguinte. Exemplo: O PIS referente ao mês de julho/2005, deve ser
contabilizado no mês de julho/2005 (regime de competência) e não no mês de
agosto/2005, quando do seu pagamento.

Mesmo os tributos não pagos devem ser contabilizados pelo seu valor original e a
medida que for incorrendo os juros e a multa, estes deverão também ser contabilizados.
Exemplo: No mês de julho/2005, contabiliza-se R$ 1.000,00, referente o PIS. No
entanto não é pago no dia de seu vencimento (15.08.2005). Em 31.08.2005, deve-se
lançar os juros de 1% e a multa de 0,33% ao proporcional aos dias de atraso até no
limite de 20%. E assim, mensalmente contabilizar os juros pela variação da taxa Selic.

Esses valores, mesmo que não pagos, são dedutíveis para fins de IRPJ e CSSL, porém
se não contabilizados, a empresa acaba arcando carga tributária indevida.

Lembrando que os tributos cuja exigibilidade esteja suspensa, conforme art. 151 do
CTN, pelo motivo de discussão judicial ou administrativa com relação ao pagamento ou
não do tributo, seja por depósito judicial, medida liminar em mandado de segurança e
em recurso administrativo (1ª, 2ª ou 3ª Instâncias), serão indedutíveis para fins de
apuração do IRPJ e da CSSL, devendo ser adicionador ao Lucro Real e à Contribuição
Social (Lei nº 8.981, de 1995, art. 41, § 1º).

Os tributos a pagar, em dia, devem conferir com os pagamentos no mês seguinte, os


tributos a pagar, em atraso, devem ser relacionados em planilhas a parte para
contabilização dos juros e multas e posterior conferência com os saldos contábeis.
Lembrando, ainda, que os tributos em atraso deverão estar em conformidade com os
declarados na DCTF ou respectivas declarações (DIPJ, DACON, DIRF, etc.).

d) Obrigações Trabalhistas

Salários, rescisões, férias e outras contas a pagar provenientes a folha de pagamento dos
funcionários. O saldo contábil existente nessas contas dificilmente será superior ao
valor de 01 mês da folha de pagamento, pois há pesadas multas trabalhistas e denúncias
a Sindicados, quando o empregador não paga os salários.

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e) Outras Contas a Pagar

Referem-se a diversas contas a pagar: água, luz, telefone, fornecedores de materiais de


escritórios, etc. os quais serão liquidados nos meses seguintes.

f) Provisões Trabalhistas

A provisão de férias e 13º Salário são dedutíveis como custos ou despesa operacional,
na apuração do Lucro Real (tanto para o IRPJ como para a CSL), conforme artigo 337 e
338 do RIR/99. Também são dedutíveis os encargos calculados sobre a provisão de
férias e do 13 º Salário, tais como: FGTS (8,5%), INSS ( empresa (20% + sat (3%) +
terceiros ( 5,8%) + percentual de aposentadoria especial caso houver).
No entanto, a empresa deve manter relatórios das respectivas provisões, constando
discriminadamente, por funcionário: o salário mensal + variáveis, o número de meses
que tem direito às férias e 1/3 Constitucional e ao 13º Salário, cálculo do FTGS e do
INSS.
Lembrando que as demais provisões tanto trabalhistas ou não, são indedutíveis para fins
do IRPJ e da CSSL, como determina a legislação.

Passivo Não Circulante

4. Passivo Não Circulante: representa as obrigações com prazo de vencimento após


12 (doze) meses. Ex: empréstimos bancários e financiamentos. Neste grupo também
são classificadas as seguintes contas: adiantamentos de sócios, adiantamentos de
acionistas, empréstimos de coligadas e empréstimos de controladas.

As contas do Passivo Não Circulante devem ser verificadas com relação aos
documentos suportes de movimentação no ano, a classificação superior a 12 meses após
encerramento do balanço e planilhas subsidiárias.

Nos contratos com vencimento a longo prazo, devem ser reclassificadas para o Passivo
Circulante as parcelas a vencer no período de 12 meses após o encerramento do balanço
de 31.12.2008. Dessa forma, um contrato com saldo de R$ 360.000,00, em 31.12.2008,
restando 36 parcelas a vencer, nos próximos 36 meses, será classificado da seguinte
forma:

 12 parcelas*¹ x 10.000,00 = 120.000,00 -> serão reclassificadas para o Passivo


Circulante.
 24 parcelas*² x 10.000,00 = 240.000,00 -> estarão registradas no Passivo Não
Circulante.

*¹com vencimento nos meses de janeiro de 2009 a dezembro de 2009.


*²parcelas com vencimentos a partir de 01.01.2010 (12 meses após o encerramento
do balanço – 31.12.2008)

Tratamento idêntico deve ser adotado para as demais contas, como exemplo os
parcelamentos de tributos a longo prazo, os empréstimos a terceiros a longo prazo. De
forma a cumprir o disposto no art. 180 da Lei 6.404/76. Bem assim, para manter
consistentes os índices financeiros, gerenciais e econômicos que serão extraídos das
Demonstrações Financeiras.

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Porém os adiantamentos de sócios, adiantamentos de acionistas, empréstimos de


coligadas e controladas, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto
da companhia, serão classificados integralmente no Passivo Não Circulante, por
analogia ao inciso II, artigo 179 da Lei 6.404/76.

Por opção da empresa, a reclassificação pode ser feita no último dia do balanço e
revertida no primeiro dia do ano seguinte, desde que no Balanço encerrado em
31.12.2008, constem as reclassificações para o Passivo Circulante.

As contas do Passivo Não Circulante devem ser verificadas com relação aos
documentos suportes de movimentação no ano, a classificação superior a 12 meses após
encerramento do balanço e planilhas subsidiárias.

Observação: até 03.12.2008, as obrigações com prazo de vencimento após 12 (doze) meses
estavam registradas no Passivo Exigível a Longo Prazo. No entanto, a partir de 04.12.2008,
o grupo Passivo Exigível a Longo Prazo passou a ser denominado Passivo não Circulante
por ocasião da MP 449/2008, art. 36, convertida pela Lei 11.941/2009, que alterou o art. 178
da Lei 6.404/76.

Resultado de Exercícios Futuros

6. Resultado de Exercícios Futuros: compreende as receitas recebidas


antecipadamente que de acordo com o regime de competência pertence a exercícios
futuros. Ex: receita antecipada e custos atribuídos à receita antecipada.

Extinção dos resultados de exercícios futuros

A MP 449/2008, em seu art.36, 03.12.2008, convertida pela Lei 11.941/2009, modificou


a composição dos grupos patrimoniais constante no art. 178 da Lei 6.404/76, e
estabeleceu que o passivo será composto pelo passivo circulante, passivo não-circulante
e patrimônio líquido, não citando o resultado dos exercícios futuros. Portanto, este
subgrupo deixa de existir.

Saldos contábeis em 31.12.2008

No mesmo sentido, o art. 37 da MP 449/2008, convertida pela Lei 11.941/2009,


acrescentou o art. 299-B à Lei 6.404/76, que dispõe: “O saldo existente no resultado de
exercício futuro em 31 de dezembro de 2008 deverá ser reclassificado para o passivo
não-circulante em conta representativa de receita diferida”. Bem como o registro do
saldo deverá evidenciar a receita diferida e o respectivo custo diferido.

ESTRUTURAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE GRUPOS DO PATRIMÔNIO


LÍQUIDO

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Contabilidade Comentada © - pág. 62

O artigo 182, da Lei 6.404/76, dispõe sobre o Patrimônio Líquido:

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a
parcela ainda não realizada.

§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:

a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do


preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância
destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações
de debêntures ou partes beneficiárias;
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
c) o prêmio recebido na emissão de debêntures;
d) as doações e as subvenções para investimento.

§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do


capital realizado, enquanto não-capitalizado.
§ 3° Serão classificadas como reservas de reavaliação as contrapartidas de aumentos de
valor atribuídos a elementos do ativo em virtude de novas avaliações com base em
laudo nos termos do artigo 8º, aprovado pela assembléia-geral.
§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação
de lucros da companhia.
§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta
do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

7. Patrimônio Líquido: representa o capital que pertence aos proprietários. Ex: capital
social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros (legal, estatutária,
contingência, investimentos e lucros a realizar), lucros acumulados ou prejuízos
acumulados.

Nota: A partir de 01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007, a divisão do patrimônio


líquido será: capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas
de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

2.4.00.000.0000 PATRIMÔNIO LIQUIDO


2.4.01.000.0000 CAPITAL SOCIAL
2.4.01.001.0000 CAPITAL SOCIAL SUBSCRITO
2.4.01.001.0001 CAPITAL SOCIAL
2.4.02.000.0000 RESERVAS DE CAPITAL
2.4.03.000.0000 RESERVAS DE REAVALIAÇAO (extinta em 01.01.2008)
2.4.04.000.0000 AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL
2.4.05.000.0000 RESERVAS DE LUCROS
2.4.06.000.0000 LUCROS OU PREJUIZOS ACUMULADOS
2.4.06.001.0000 LUCROS/PREJUIZOS ACUMULADOS
2.4.06.001.0001 LUCRO EXERCICIO ANTERIOR
2.4.06.001.0002 LUCRO DO EXERCICIO
2.4.06.001.0003 (-) DISTRIBUIÇAO DE LUCRO
As contas do Patrimônio Líquido devem refletir o capital social de acordo com o
contrato social e alterações, as realizações das reservas de reavaliação motivadas por

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vendas e depreciações de bens reavaliados e se as movimentações das demais contas,


inclusive lucros/prejuízos acumulados estão corretos.

7.1 Capital Social: discrimina o valor subscrito e o valor que ainda será realizado pelos
sócios ou acionistas.

7.2 Reservas

7.2.1 Reservas de Capital: são as contas que registram doações recebidas,


eventualmente, pela entidade. No caso de sociedades anônimas, o ágio na emissão de
ações, o produto da alienação de partes beneficiárias, entre outras. De acordo com o
parágrafo 1º do artigo 182 da Lei nº 6.404/76, serão classificadas como reservas de
capital as contas que registrarem:

a) a correção monetária do capital realizado;


b) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do
preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância
destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações
de debêntures ou partes beneficiárias;
c) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
d) até 31.12.2007 - por força da Lei 11.638/2007, o prêmio recebido na emissão de
debêntures;
e) até 31.12.2007 - por força da Lei 11.638/2007, as doações e as subvenções para
investimentos.

7.2.2 Reservas de Reavaliação: registram os aumentos de valor atribuídos a elementos


do ativo em virtude de novas avaliações feitas pela entidade com base em laudo. A
partir de 01.01.2008, por força por força da Lei 11.638/2007, foi extinta a reserva de
reavaliação.

7.2.3 Reservas de Lucros: são reservas originados dos lucros e destinadas para
reenvestimento na empresa. Exemplo: Na Assembléia dos acionistas ou no próprio
contrato social os sócios (ou acionistas) determinam que X por cento do lucro da
empresa, não será distribuído aos sócios e deverá permanecer como uma reserva para a
aplicação na atividade da empresa (reserva para compra de imobilizado com o objetivo
de não descapitalizar a empresa).

As reservas de lucros são constituídas pelos lucros obtidos pela empresa, retidos com
finalidade específica.

Os lucros retidos com finalidade específica e classificados nesta conta são transferidos
da conta de "Lucros ou Prejuízos Acumulados".

Na conta "Reservas de Lucros" poderemos agrupar as seguintes subcontas:

Reserva Legal;
Reserva Estatutária;
Reserva para Contingências;
Reserva de Lucros a Realizar;
Reserva de Lucros para Expansão;

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Reserva de Incentivos Fiscais.

A partir de 01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007 (que incluiu o artigo 195-A à Lei
6.404), a assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar
para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou
subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de
cálculo do dividendo obrigatório.

A partir de 01.01.2008, por força por força da Lei 11.638/2007, o saldo das reservas de
lucros, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não
poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembléia deliberará sobre
aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social ou na
distribuição de dividendos.

7.3 Lucros ou Prejuízos Acumulados: registra os resultados acumulados pela empresa,


quando ainda não distribuídos aos sócios, ao titular ou ao acionista.A diferença para a
Reserva de Lucros, acima mencionada, é a de que os Lucros Acumulados estão à
disposição dos sócios para distribuição ou não e a Reserva de Lucros já foi destinada a
permanecer na empresa e não poderá ser distribuída.

Até 31.12.2007, o plano de contas apresentava as duas contas: Lucros Acumulados


(credora) e Prejuízos Acumulados (devedora), mas na realidade o saldo era mantido em
uma só conta, ou seja, na conta de Lucros Acumulados ou na conta de Prejuízos
Acumulados.

O saldo credor representa a parcela do resultado da empresa não destinada


especificamente.

O saldo devedor - prejuízos acumulados, representa o saldo dos resultados negativos da


empresa e não absorvidos por reservas anteriormente existentes e que deverá ser
compensado com lucros a serem auferidos futuramente.

Se ocorrer de o resultado do exercício ser negativo (prejuízo), este será


obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela
reserva legal, nessa ordem.

Com o advento da Lei 11.638/2007, a partir de 01.01.2008 foi extinta a nomenclatura


"Lucros Acumulados", assim esta conta deverá ser composta apenas pelo saldo dos
prejuízos acumulados apurados, após as compensações com as reservas citadas.

Isto não significa, entretanto, que a conta “Lucros Acumulados” deixou de existir.
Porém, essa conta possui natureza absolutamente transitória, e será utilizada para servir
de contrapartida às reversões das reservas de lucros e às destinações do lucro.

Exemplo:

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Destinação do saldo da conta transitória “Lucros Acumulados”:

D – Lucros Acumulados (Patrimônio Líquido) R$ 500.000,00


C – Dividendos a Distribuir (Passivo Circulante) R$ 300.000,00
C – Reserva Legal (Patrimônio Líquido) R$ 25.000,00
C - Reserva de Lucros para Expansão (Patrimônio Líquido) R$ 175.000,00

LEMBRETE - A PARTIR DE 01.01.2008

A partir de 01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007, a divisão do patrimônio líquido


será:

capital social,
reservas de capital,
ajustes de avaliação patrimonial,
reservas de lucros,
ações em tesouraria
prejuízos acumulados.

BALANÇO PATRIMONIAL (ATÉ 03.12.2008)

ATIVO= BENS e DIREITOS PASSIVO= OBRIGAÇÕES

ATIVO PASSIVO
1. Ativo Circulante 4. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos, aplic.fin.) - Fornecedores
- 1.2 Realizável a Curto Prazo (Dupls a receber) - Empréstimos
- 1.3 Estoques ( de mercadorias, produtos) - Tributos a pagar
- 1.4 Despesas antecipadas ( exercício seguinte) 5. Passivo Exigível a Longo Prazo
2. Ativo Realizável a Longo Prazo - Obrigações a vencer após 12 meses
-Créditos realizáveis (a receber após 12 meses) 6. Resultado de Exercício futuro
3. Ativo Permanente 7. Patrimônio Líquido
- 3.1 Investimentos ( participação em empresas) - 7.1 Capital Social
- 3.2 Imobilizado (imóveis, veículos, máquinas) - 7.2 Reservas
- 3.2.a Intangível
- 3.3 Diferido ( gastos a amortizar em 04 anos) - 7.3 Lucro ou Prejuízo acumulado

BALANÇO PATRIMONIAL

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(A PARTIR DE 03.12.2008 MODIFICADO MP 449/2008 - convertida pela Lei


11.941/2009)

ATIVO= BENS e DIREITOS PASSIVO= OBRIGAÇÕES

ATIVO PASSIVO
1. Ativo Circulante 3. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos, aplic.fin.) - Fornecedores
- 1.2 Realizável a Curto Prazo (Dupls a receber) - Empréstimos
- 1.3 Estoques ( de mercadorias, produtos) - Tributos a pagar
- 1.4 Despesas antecipadas ( exercício seguinte) 4. Passivo Não Circulante
2. Ativo Não Circulante - Obrigações a vencer após 12 meses
2.1Realizável a Longo Prazo
-Créditos realizáveis (a receber após 12 meses)
2.2 Investimentos(partic.em empresas) 5. Patrimônio Líquido
2.3 Imobilizado (imóveis, veículos, máquinas) - 7.1 Capital Social
2.4 Intangível - 7.2 Reservas

- 7.3 Lucro ou Prejuízo acumulado

ESTRUTURAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE GRUPOS DO RESULTADO


(RECEITAS E DESPESAS)

Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:


I. a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e
os impostos;
II. a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços
vendidos e o lucro bruto;
III. as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as
despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV. o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais;
(Redação dada pela Lei nº 9.249, de 1995)
V. o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o
imposto;
VI. as participações de debêntures, empregados, administradores e partes
beneficiárias, e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou
previdência de empregados;
VII. o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital
social.

§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:

a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua


realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas
receitas e rendimentos.

§ 2º O aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas avaliações,


registrados como reserva de reavaliação (artigo 182, § 3º), somente depois de realizado
poderá ser computado como lucro para efeito de distribuição de dividendos ou
participações.

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MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO

RECEITA OPERACIONAL BRUTA


Vendas de Produtos
Vendas de Mercadorias
Prestação de Serviços
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA
Devoluções de Vendas
Abatimentos
Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas
= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) CUSTOS DAS VENDAS
Custo dos Produtos Vendidos
Custo das Mercadorias
Custo dos Serviços Prestados
Custo de Produção
= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas Com Vendas
Despesas Administrativas
(-) DESPESAS/RECEITA FINANCEIRAS LÍQUIDA
Despesas Financeiras
(-) Receitas Financeiras
Variações Monetárias e Cambiais Passivas
(-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas
(-) OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS
= RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO
RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS
Receitas Não Operacionais
Despesas Não Operacionais
= LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E SOBRE O LUCRO
(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro

EXPLICANDO A FUNÇÃO DAS CONTAS DE RESULTADO

RECEITA OPERACIONAL BRUTA

Compreende a receita bruta das vendas de bens e serviços prestados em operações


realizadas pela empresa.

Na receita bruta não se incluem as vendas canceladas, os descontos incondicionais


concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou
contratante dos quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero
depositário (parágrafo único do art. 31 da Lei 8981/1995).

Os impostos não cumulativos citados correspondem ao IPI e ao ICMS quando cobrado


como substituição tributária.

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Desta forma, para que se possa aplicar o conceito legal de Receita Operacional Bruta, é
recomendável que a empresa que contabiliza o IPI e o ICMS como Receita de Vendas, o
faça em conta de “Faturamento Bruto” e não em “Receita de Venda de Produtos”,
ficando assim o plano de contas da empresa:

Faturamento Bruto
(-) IPI Faturado
(-) ICMS Substituição Tributária
(=) Receita Bruta de Vendas e Serviços

As receitas devem ser conciliadas com o livro de apuração do Icms, IPI ou do ISS, para
evitar lançamentos a maior ou a menor, com conseqüências tributárias. Até porque em
uma fiscalização o fiscal tem o direito de exigir tais livros.

DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA

Devoluções de Vendas

Nesta conta, de natureza devedora, são registradas as devoluções de vendas relativas à


anulação de valores registrados como receita bruta de vendas e serviços. Assim sendo,
as devoluções não devem ser deduzidas diretamente da conta de vendas, mas registradas
nessa conta devedora.

Abatimentos

Nessa conta serão registrados os descontos incondicionais concedidos aos clientes


relativos às vendas e serviços.

Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas

A receita bruta deve ser registrada pelos valores totais, incluindo os impostos sobre ela
incidentes (exceto IPI e ICMS substituição tributária), que são registrados em contas
devedoras. Desta forma, os valores dos impostos incidentes sobre as vendas, tais como:
ISS, ICMS, PIS, COFINS, serão diminuídos da receita bruta.

CUSTOS DAS VENDAS

Estas contas registram os custos de bens ou serviços vendidos. Para maiores


detalhamentos sobre a composição dos Custos das Vendas.

Nota: o § 1º do art. 13 do Decreto-Lei 1598/77 dispõe:

“O custo de produção dos bens ou serviços vendidos compreenderá,


obrigatoriamente:
a) o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou
serviços aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto
neste artigo;
b) o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta,
manutenção e guarda das instalações de produção;

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c) os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de


depreciação dos bens aplicados na produção;
d) os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção;
e) os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção.”

DESPESAS DE VENDAS E ADMINISTRATIVAS

As despesas de vendas representam os gastos de promoção, colocação e distribuição dos


produtos da empresa, bem como os riscos assumidos pela venda, tais como:

a) despesas com folha de pagamento da área de vendas;


b) comissões sobre vendas;
c) propaganda e publicidade;
d) gastos com garantia de produtos;
e) utilidades e serviços: transporte, depreciação e manutenção de bens, energia elétrica,
telefone, água.

As despesas administrativas representam os gastos, pagos ou incorridos, para direção ou


gestão da empresa, tais como:

a) despesas com o pessoal: salários, gratificações, férias, encargos, assistência médica,


transporte;
b) utilidades e serviços: energia elétrica, água, telefone, fax, correio, seguros;
c) despesas gerais: material de escritório, material de limpeza, viagens, alimentação,
jornais e revistas, despesas legais e judiciais, serviços profissionais contratados,
depreciação e manutenção de bens;
d) impostos e taxas: IPTU, IPVA, ITR, Contribuição Sindical.

As despesas devem ser consistentes com relação à documentação suporte e à atividade


da empresa, é importante que o Contador visualize, através do Razão Contábil, se não
há distorções nos lançamentos contábeis das despesas ou classificação indevida.

RECEITAS E DESPESAS FINANCEIRAS – RESULTADO FINANCEIRO LÍQUIDO

Nesse grupo são incluídos os juros, os descontos e a atualização monetária pré-fixada,


além de outros tipos de receitas ou despesas, bem como aquelas decorrentes de
aplicações financeiras.

As atualizações monetárias ou variações cambiais de empréstimos são registradas


separadamente no grupo variações monetárias.

As Receitas Financeiras compreendem:

 descontos obtidos, decorrentes de pagamentos antecipados de duplicatas de


fornecedores ou outros títulos;
 juros recebidos referentes aos juros cobrados pela empresa de seus clientes, por
atraso de pagamento e outras operações similares;
 receitas de aplicações financeiras que englobam as receitas decorrentes de
aplicações financeiras, correspondentes à diferença entre o valor aplicado e o valor
resgatado, do tipo Certificado de Depósito Bancário (CDB), etc.;

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 outras receitas de investimentos temporários.

As Despesas Financeiras compreendem:

 descontos concedidos aos clientes pelo pagamento antecipado ou pontual de


duplicatas;
 juros de empréstimos, financiamentos, desconto de títulos e outras operações;
 comissões e despesas bancárias cobradas pelos bancos nas operações de desconto,
de concessão de crédito, etc.
 correção monetária prefixada de empréstimos.

As Variações Monetárias de Obrigações e Créditos compreendem:

 variação cambial incorrida pela atualização periódica de obrigações ou créditos a


serem pagos ou recebidos em moeda estrangeira;
 atualização monetária que registra as atualizações sobre obrigações ou créditos
sujeitos à cláusula de atualização monetária.

OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS

Abrange outras receitas e despesas operacionais decorrentes de atividades acessórias do


objeto da empresa, tais como:

a) lucros e prejuízos em participações societárias;


b) vendas de sucatas ou sobras de estoques.

RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS

Nesse grupo são segregados os resultados não operacionais, ou seja, aqueles decorrentes
de outras operações não ligadas às atividades principais ou acessórias da empresa, tais
como:

a) ganhos e perdas na alienação de investimentos permanentes;


b) ganhos e perdas na alienação de bens e direitos do ativo permanente;
c) ganhos e perdas por desapropriação, baixa por perecimento, extinção, desgaste,
obsolescência de bens do ativo permanente.

PROVISÃO DE IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O


LUCRO

Nessas contas devem ser registrados os valores relativos à Contribuição Social Sobre o
Lucro e do Imposto de Renda devido sobre o resultado ajustado de adições e exclusões
ao Lucro Real:

a) a título de Imposto de Renda sobre o lucro calcular uma alíquota de 15% sobre o
resultado e ajustes, acrescido de um adicional de Imposto de Renda de 10%, quando
o lucro tributário ultrapassar a R$ 240.000,00;
b) a título de Contribuição Social, calcular a uma alíquota de 9% sobre o resultado
contábil ajustado.

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CONTAS DE RESULTADO

3.0.00.000.0000 RECEITAS
3.1.00.000.0000 RECEITA BRUTA VENDA PRODUTOS E SERVIÇOS
3.1.01.000.0000 VENDA PRODUTOS/MERCADORIAS
3.1.01.001.0000 VENDA DE MERCADORIAS
3.1.01.001.0001 MERCADORIAS
3.1.02.000.0000 VENDA DE SERVIÇOS
3.1.02.001.0000 SERVIÇOS
3.1.02.001.0001 SERVIÇOS
3.2.00.000.0000 (-) DEDUÇAO DA RECEITA
3.2.01.000.0000 VENDA CANCELADA/DEVOLUÇAO
3.2.01.001.0000 VENDAS CANCELADAS
3.2.01.001.0001 VENDAS CANCELADAS
3.2.01.001.0002 DEVOLUÇAO
3.2.02.000.0000 IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE VENDAS
3.2.02.001.0000 IMPOSTOS SOBRE VENDAS
3.2.02.001.0001 ICMS
3.2.02.001.0002 ISS
3.2.02.001.0003 IPI
3.2.02.001.0004 PIS SOBRE FATURAMENTO
3.2.02.001.0005 COFINS SOBRE FATURAMENTO

4.0.00.000.0000 CUSTOS E DESPESAS


4.1.00.000.0000 CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS
4.1.01.000.0000 CUSTO MERCADORIAS VENDIDAS
4.1.01.001.0000 CUSTO MERCADORIAS VENDIDAS
4.1.01.001.0001 CUSTO MERCADORIAS VENDIDAS
4.1.02.000.0000 CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS
4.1.02.001.0000 CUSTOS DOS SERVIÇOS PRESTADOS
4.1.02.001.0001 CUSTOS DOS SERVIÇOS PRESTADOS
4.2.00.000.0000 CUSTOS DE PRODUÇAO
4.2.01.000.0000 CUSTOS OPERACIONAIS
4.2.01.001.0000 MAO DE OBRA DIRETA
4.2.01.001.0001 SAL DPTOS PRODUTIVOS
4.2.01.001.0002 PREMIOS PRODUÇAO
4.2.01.001.0003 FERIAS
4.2.01.001.0004 13 SALARIO
4.2.01.001.0005 INSS
4.2.01.001.0006 FGTS
4.2.01.001.0007 AVISO PREVIO/INDENIZAÇOES
4.2.01.001.0008 ASSISTENCIA MEDICA/SOCIAL
4.2.01.001.0009 AUXILIO ALIMENTAÇAO
4.2.01.001.0010 OUTROS ENCARGOS
4.2.01.002.0000 OUTROS CUSTOS DIRETOS
4.2.01.002.0001 SERVIÇOS DE TERCEIROS
4.2.01.003.0000 CUSTOS INDIRETOS
4.2.01.003.0001 ALUGUEIS/CONDOMINIOS
4.2.01.003.0002 DEPRECIAÇAO/AMORTIZAÇAO
4.2.01.003.0003 MANUTENÇAO/REPAROS

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4.2.01.003.0004 ENERGIA ELETRICA


4.2.01.003.0005 AGUA
4.2.01.003.0006 TRANSPORTE DO PESSOAL
4.2.01.003.0007 COMUNICAÇOES
4.2.01.003.0008 IMPOSTOS E TAXAS
4.2.01.003.0009 REFEITORIOS
4.2.01.003.0010 RECRUTAMENTO E SELEÇAO
4.3.00.000.0000 DESPESAS OPERACIONAIS
4.3.01.000.0000 DESPESAS DE VENDAS
4.3.01.001.0000 DESPESAS COM PESSOAL
4.3.01.001.0001 SALARIOS/ORDENADOS
4.3.01.001.0002 FERIAS
4.3.01.001.0003 13 SALARIO
4.3.01.001.0004 INDENIZAÇOES
4.3.01.001.0005 OUTROS ENCARGOS
4.3.01.002.0000 DESPESAS GERAIS
4.3.01.002.0001 ALUGUEIS/CONDOMINIOS
4.3.01.002.0002 DEPRECIAÇAO/AMORTIZAÇAO
4.3.01.002.0003 MANUTENÇAO E REPAROS
4.3.01.002.0004 PROPAGANDA
4.3.01.002.0005 PUBLICIDADE
4.3.01.002.0006 ENERGIA ELETRICA
4.3.01.002.0006 AGUA E ESGOTO
4.3.01.002.0007 TELEFONE
4.3.01.002.0008 CORREIOS E MALOTES
4.3.01.002.0009 REPRODUÇAO
4.3.01.002.0010 SEGUROS
4.3.01.002.0011 TRANSPORTE DO PESSOAL
4.3.01.002.0012 DESPESAVIAGEM
4.3.01.002.0013 DESPESAS COM VEICULOS
4.3.01.002.0014 COMBUSTIVEIS
4.3.02.000.0000 DESPESAS ADMINISTRATIVAS
4.3.02.001.0000 DESPESAS COM PESSOAL
4.3.02.001.0001 SALARIO/ORDENADOS
4.3.02.001.0002 FERIAS
4.3.02.001.0003 13 SALARIO
4.3.02.001.0004 INSS
4.3.02.001.0005 FGTS
4.3.02.001.0006 INDENIZAÇOES
4.3.02.001.0007 VALE REFEIÇAO
4.3.02.001.0008 VALE TRANSPORTE
4.3.02.001.0009 SEGURO DE VIDA EM GRUPO
4.3.02.001.0010 SEG ACIDENTE TRABALHO
4.3.02.001.0011 GRATIFICAÇOES
4.3.02.001.0012 OUTROS ENCARGOS
4.3.02.002.0000 DESPESAS DE OCUPAÇAO
4.3.02.002.0001 ALUGUEL/CONDOMINIO
4.3.02.002.0002 DEPRECIAÇAO/AMORTIZAÇAO
4.3.02.002.0003 MANUTENÇAO E REPAROS
4.3.02.003.0000 UTILIDADES E SERVIÇOS

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4.3.02.003.0001 ENERGIA ELETRICA


4.3.02.003.0002 AGUA
4.3.02.003.0003 TELEFONE
4.3.02.003.0004 CORREIO
4.3.02.003.0005 REPRODUÇAO
4.3.02.003.0006 SEGUROS
4.3.02.003.0007 TRANSPORTE DO PESSOAL
4.3.02.003.0008 DESPESAS COM INTERNET
4.3.02.004.0000 HONORARIOS
4.3.02.004.0001 DIRETORIA
4.3.02.004.0002 CONSELHO ADMINISTRAÇAO
4.3.02.004.0003 CONSELHO FISCAL
4.3.02.005.0000 DESPESAS GERAIS
4.3.02.005.0001 VIAGENS/REPRESENTAÇOES
4.3.02.005.0002 MATERIAL DE ESCRITORIO
4.3.02.005.0003 MAT. AUXILIAR E CONSUMO
4.3.02.005.0004 HIGIENE E LIMPEZA
4.3.02.005.0005 COPA, COZINH, REFEITORIO
4.3.02.005.0006 CONDUÇOES E LANCHES
4.3.02.005.0007 REVISTAS/PUBLICAÇOES
4.3.02.005.0008 DONATIVOS/CONTRIBUIÇOES
4.3.02.005.0009 LEGAIS E JUDICIAIS
4.3.02.005.0010 SERV PROF E CONTRATADOS
4.3.02.005.0011 VIGILANCIA E SEGURANÇA
4.3.02.006.0000 IMPOSTOS E TAXAS
4.3.02.006.0001 IMP PROP PREDIAL URBANA
4.3.02.006.0002 IMP PROP VEICULOS
4.3.02.006.0003 TAXAS MUNICIPAIS
4.3.02.006.0004 CONTRIBUIÇAO SINDICAL
4.3.02.006.0005 CONTRIBUIÇAO PIS
4.3.02.006.0006 CONTRIBUIÇAO PASEP
4.3.02.007.0000 DESPESAS COM PROVISOES
4.3.02.007.0001 CONST PROV PERDAS DIVERS
4.3.02.007.0002 CONST PROV DESPESA RISCO
4.3.02.007.0003 REVERSAO PERDAS DIVERSAS
4.3.02.007.0004 REVERSAO DESPESAS RISCOS
4.3.03.000.0000 RESULTADO FINANCEIRO LIQUIDO
4.3.03.001.0000 DESPESAS FINANCEIRAS
4.3.03.001.0001 JUROS PAGOS OU INCORRIDOS
4.3.03.001.0002 DESCONTOS CONCEDIDOS
4.3.03.001.0003 COMISSOES/DESP BANCARIAS
4.3.03.001.0004 DESPESAS BANCARIAS
4.3.03.001.0005 CPMF
4.3.03.002.0000 RECEITAS FINANCEIRAS
4.3.03.002.0001 DESCONTOS OBTIDOS
4.3.03.002.0002 JUROS RECEBIDOS/AUFERIDOS
4.3.03.002.0003 RECEITA INVEST.TEMPORARIO
4.3.03.002.0004 RECEITA FINANC COMERCIAL
4.3.03.003.0000 VARIAÇOES MONETARIAS
4.3.03.003.0001 VARIÇAO OBRIGAÇAO

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4.3.03.003.0002 VARIÇAO CAMBIAL


4.3.03.003.0003 CORREÇ MONETARIA PASSIVA
4.3.03.003.0004 VARIAÇAO DE CREDITO
4.3.03.003.0005 VARIAÇÃO MON. ATIVA
4.3.03.003.0006 PIS RECEITAS FINANCEIRAS
4.3.04.000.0000 OUTRAS RECEITAS/DESPESAS OPERACION.
4.3.04.001.0000 LUCROS/PREJUÍZ. PART SOCIED.
4.3.04.001.0001 PART RESULT CONTROLADAS
4.3.04.001.0002 DIVIDENDOS/RENDIMENTOS
4.3.04.001.0003 AMORTIZ. AGIO/DESAGIO
4.3.04.002.0000 VENDAS DIVERSAS
4.3.04.02.01 VENDA DE SUCATAS
4.3.05 RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS
4.3.05.0001 RECEITAS NÃO OPERACIONAIS
4.3.05.0001.0001 VENDAS ATIVO IMOBILIZADO
4.3.05.0002 DESPESAS NÃO OPERACIONAIS
4.3.05.0002.0001 BAIXA BENS ATIVO IMOBILIZ.
4.3.05. PROVISÃO PARA IRPJ E CSSL
4.3.05.001 PROVISÃO IRPJ E CSSL
4.3.05.001.0001 PROVISÃO P/ IMPOSTO RENDA
4.3.05.001.0002 PROVISÃO P/ CONTRIB.SOCIAL

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS (FINANCEIRAS) OBRIGATÓRIAS

Conforme artigo 176 da Lei 6.404/76, as demonstrações financeiras obrigatórias pelas


Leis das S.A. são:
1. Balanço Patrimonial - BP
2. Demonstração de Resultado do Exercício - DRE
3. Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados - DLPA
4. Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos – DOAR. Nota: A partir de
01.01.2008, a DOAR foi extinta, por força da Lei 11.638/2007, sendo obrigatória
para apresentação das demonstrações contábeis encerradas até 31.12.2007.
5. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL - é facultativa (art.
186, §2º) e poderá ser incluída na Demonstração de Lucros ou Prejuízos
Acumulados

Observação: As Notas Explicativas deverão fazer parte das Demonstrações Contábeis,


conforme § 4º e §5º, do artigo acima citado.

Além dos aprimoramentos no método de avaliação dos investimentos, a lei exige que,
complementarmente às demonstrações financeiras normais, sejam apresentadas
demonstrações financeiras consolidadas da investidora com suas controladas.
Essa exigência é requerida somente para as Companhias Abertas e para os Grupos de
Sociedades. Assim sendo, as Companhias Fechadas ou os conjuntos de empresas que
não se formalizarem como Grupos de Sociedades não terão essa obrigatoriedade.
A consolidação será compulsória para as Companhias Abertas que tiverem mais de 30%
do seu patrimônio liquido representado pelos investimentos em controladas. A lei define
as normas básicas doe consolidação que incluem a necessidade de eliminação dos saldos

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Contabilidade Comentada © - pág. 75

e transações intercompanhias, dos lucros ou prejuízos remanescentes nos ativos, a


exclusão das partes minoritárias e outros.
A consolidação foi uma das principais inovações da lei atual, já que não era obrigatória
até então e apenas algumas raras empresas a publicavam.

BALANÇO PATRIMONIAL

No balanço patrimonial, as contas deverão ser classificadas segundo os elementos do


patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da
situação financeira da empresa.

De acordo com o artigo 176, § 1º da Lei 6.404/76, as demonstrações de cada exercício


serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do
exercício anterior.

PROCEDIMENTOS PARA ELABORAÇÃO DO BALANÇO

Ao término do exercício, como se faz em todos os meses, procede-se ao levantamento


do balancete de verificação, com o objetivo de conhecer os saldos das contas do razão e
conferir sua exatidão.

No balancete são relacionadas todas as contas utilizadas pela empresa, quer patrimoniais
quer de resultado, demonstrando seus débitos, créditos e saldos.

As contas do balancete, no fim do exercício, sejam patrimoniais ou de resultado, nem


sempre representam, entretanto, os valores reais do patrimônio, naquela data, nem as
variações patrimoniais do exercício, porque os registros contábeis não acompanham a
dinâmica patrimonial no mesmo ritmo em que ela se desenvolve.

Desta forma, muitos dos componentes patrimoniais aumentam ou diminuem de valor,


sem que a contabilidade registre tais variações, bem como muitas das receitas e
despesas, recebidas ou pagas durante o exercício, não correspondem realmente aos
ingressos e ao custo do período.

Daí a necessidade de se proceder ao ajuste das contas patrimoniais e de resultado, na


data do levantamento do balanço, para que elas representem, em realidade, os
componentes do patrimônio nessa data, bem como suas variações no exercício.

CONCILIAÇÕES DOS SALDOS CONTÁBEIS

A conciliação consiste, basicamente, na comparação do saldo de uma conta com uma


informação externa à contabilidade, de maneira que se possa ter certeza quanto à
exatidão do saldo em análise.

As fontes de informações mais usuais para verificação dos registros contábeis são os
livros fiscais, os extratos bancários, as posições de financiamentos e carteiras de
cobranças, as folhas de pagamento, os controles de caixa, etc.

AJUSTES E RECLASSIFICAÇÕES PATRIMONIAIS

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Para elaboração do balanço devem ser efetuados vários ajustes e reclassificações nas
contas patrimoniais, entre os mais comuns são:

1. na data da elaboração do balanço (geralmente 31 de dezembro), prepara-se o


balancete de verificação, da mesma forma ao que se faz mensalmente;

2. confronta-se o saldo de cada conta do razão com os livros auxiliares tais como: livro
caixa, contas correntes, registro de duplicatas, fichas de estoques de mercadorias,
fichas de controle do ativo permanente;

3. elabora-se o inventário dos materiais, de mercadorias, dos produtos manufaturados,


dos produtos em elaboração, dos móveis e utensílios, das máquinas e equipamentos,
das duplicatas a receber e a pagar, dos devedores e credores em contas correntes, e
de outros componentes patrimoniais suscetíveis de serem inventariados;

4. após elaborar o inventário, confrontam-se seus totais com os saldos das respectivas
contas e dos registros específicos de cada bem. Caso sejam constatadas
divergências, e apuradas suas causas, deve-se proceder aos ajustes;

5. efetua-se os cálculos de depreciação dos bens, procedendo-se aos respectivos


lançamentos. Nas empresas que apuram custos mensais, as depreciações são
apropriadas mensalmente;

6. procede-se à regularização das contas de despesas dos exercícios seguintes (seguros


a apropriar, assinaturas de periódicos, etc.)

7. apura-se o resultado da conta de mercadorias, transferindo-o para a conta de


resultados;

8. ajusta-se outras contas patrimoniais, como os investimentos (cálculo da


Equivalência Patrimonial), transferência das parcelas a vencer no exercício seguinte
do exigível a longo prazo para o circulante, variações cambiais e monetárias sobre
os valores a receber e pagar (do tipo empréstimos bancários), apropriação dos juros
sobre aplicações financeiras, etc.

CÁLCULO DAS PARTICIPAÇÕES NO RESULTADO

Algumas empresas destinam parte de seus lucros aos empregados, aos administradores,
aos detentores de partes beneficiárias. Tais valores devem ser contabilizados no
encerramento do exercício.

PROVISÃO DO IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O


LUCRO

Calcula-se a provisão para o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro


Líquido, de acordo com as normas tributárias vigentes, fazendo-se a respectiva
contabilização.

LANÇAMENTOS DE ENCERRAMENTO DO EXERCÍCIO

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Para apuração do resultado do exercício, faz-se os lançamentos de encerramento,


debitando-se as contas de receitas e creditando-se uma conta transitória, chamada de
“apuração do resultado do exercício”.

O inverso é efetuado nas contas de despesas e custos, debitando-se a conta “apuração do


resultado do exercício” e creditando-se as contas de custos ou despesas.

Exemplo:

Conta Débito Crédito


Receitas de Vendas de Mercadorias 1.500.000,00
Receitas Financeiras 50.000,00
Resultado não-Operacional 15.000,00
Apuração do Resultado do Exercício 1.565.000,00

Débito Crédito
Apuração do Resultado do Exercício 1.406.122,00
ICMS sobre Vendas 120.000,00
PIS e COFINS sobre Vendas 54.750,00
Custo das Mercadorias Vendidas 720.000,00
Folha de Pagamento 155.000,00
Encargos Sociais e Trabalhistas 60.450,00
Despesas Financeiras 79.000,00
Despesas Tributárias 54.000,00
Aluguel e Manutenção 50.000,00
Despesas de Veículos 40.000,00
Despesas de Escritório 19.000,00
Provisão para Imposto de Renda 34.770,00
Provisão para Contribuição Social 19.152,00

O saldo da conta “Apuração do Resultado do Exercício” será então transferida para a


conta de “Lucros ou Prejuízos Acumulados”. No exemplo acima, o lançamento seria:

D. Apuração do Resultado do Exercício (conta transitória de Resultado)


C. Lucros Acumulados (Patrimônio Líquido)
R$ 158.878,00

Após essas operações, estão encerradas as contas de resultado, restando somente as


contas patrimoniais.

CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS PATRIMONIAIS

Após os ajustes mencionados anteriormente, as contas remanescentes são apenas as


contas patrimoniais, que devem ser separadas e classificadas em grupos para elaboração

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do balanço patrimonial, sendo que o saldo do ativo deve ser igual ao do passivo, da
seguinte forma:

a) no ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos


elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

 ativo circulante;
 ativo realizável a longo prazo;
 ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido;

b) no passivo, as contas serão dispostas e serão classificadas nos seguintes grupos:

 passivo circulante;
 passivo exigível a longo prazo;
 resultados de exercícios futuros;

Patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, reservas de


reavaliação, reservas de lucros e lucros ou prejuízos acumulados.

DESTINAÇÃO DO RESULTADO

Observe-se, ainda, que por determinação contratual, legal ou estatutária, podem ser
necessárias a formação de reservas de lucros específicas, como para as Sociedades
Anônimas, que devem constituir a Reserva Legal (5% sobre o lucro líquido do exercício
nas condições do art. 193 da Lei das S/A). Neste caso, o lançamento seria:

D - Lucros Acumulados (Patrimônio Líquido)


C - Reserva Legal (Patrimônio Líquido)

Na hipótese de ocorrer prejuízo no exercício, tal valor deve ser transferido para reservas
de lucros existentes. Se tais não existirem, ou forem insuficientes, o valor não
compensado deverá ser mantido em conta de “Prejuízos Acumulados”, até sua futura
absorção por lucros ou mesmo pela redução do Capital Social.

 Exemplo:

Absorção de R$ 20.000,00 de prejuízo do exercício pela Reserva Legal:

D – Reserva Legal (Patrimônio Líquido)


C – Prejuízos Acumulados (Patrimônio Líquido)
R$ 20.000,00

TRANSCRIÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL E DA DEMONSTRAÇÃO DE


RESULTADOS

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Após ter efetuado todos os lançamentos de encerramento do exercício, no livro diário,


devem ser transcritos também o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do
exercício, além da demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados, com a data e
assinatura dos administradores e do responsável pela contabilidade, com respectivo
CRC.

Observar que, no caso de S/A, há necessidade de publicação das respectivas


demonstrações, conforme Lei 6.404/76, além da demonstração de lucros ou prejuízos
acumulados e das origens e aplicações de recursos. Consulte os tópicos respectivos para
obter maiores detalhamentos.

BALANÇO PATRIMONIAL
(até 03.12.2008)

ATIVO = BENS e DIREITOS PASSIVO = OBRIGAÇÕES

ATIVO PASSIVO
1. Ativo Circulante 4. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos, aplic.fin) - Fornecedores
- 1.2 Realizável a Curto Prazo (Dupls a receber) - Empréstimos
- 1.3 Estoques ( de mercadorias, produtos) - Tributos a pagar
- 1.4 Despesas antecipadas ( exercício seguinte) 5. Passivo Exigível a Longo Prazo
2. Ativo Realizável a Longo Prazo - Obrigações a vencer após 12 meses
-Créditos realizáveis (a receber após 12 meses) 6. Resultado de Exercício futuro
3. Ativo Permanente 7. Patrimônio Líquido
- 3.1 Investimentos ( participação em empresas) - 7.1 Capital Social
- 3.2 Imobilizado (imóveis, veículos, máquinas) - 7.2 Reservas
- 3.2.a Intangível
- 3.3 Diferido ( gastos a amortizar em 04 anos) - 7.3 Lucro ou Prejuízo acumulado

BALANÇO PATRIMONIAL
(a partir de 04.12.2008 alterado pela MP 449/2008- convertida pela Lei 11.941/2009)

ATIVO = BENS e DIREITOS PASSIVO = OBRIGAÇÕES

ATIVO PASSIVO
1. Ativo Circulante 3. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos, aplic.fin) - Fornecedores
- 1.2 Realizável a Curto Prazo (Dupls a receber) - Empréstimos
- 1.3 Estoques ( de mercadorias, produtos) - Tributos a pagar
- 1.4 Despesas antecipadas ( exercício seguinte) 4. Passivo Não Circulante
2. Ativo Não Circulante - Obrigações a vencer após 12 meses
2.1 Realizável a Longo Prazo
-Créditos realizáveis (a receber após 12 meses)
- 2.2 Investimentos ( participação em empresas) 7. Patrimônio Líquido
- 2.3 Imobilizado (imóveis, veículos, máquinas) - 7.1 Capital Social
- 2.4 Intangível - 7.2 Reservas
- 7.3 Lucro ou Prejuízo acumulado

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BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO


(até 03.12.2008)

ATIVO

CIRCULANTE 267.875,00

DISPONIBILIDADES 50.000,00

Caixa e bancos 50.000,00

DIREITOS REALIZÁVEIS 217.875,00

Clientes 210.000,00

Estoques 7.875,00
Mercadorias 7.875,00

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO -

PERMANENTE 49.167,00

IMOBILIZADO 49.167,00

Veículos 50.000,00
Depreciação, amortização e exaustão acumulada (833,00)

TOTAL DO ATIVO 317.042,00

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BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO


(até 03.12.2008)
PASSIVO

CIRCULANTE 161.058,00

Fornecedores 100.000,00
Obrigações Tributárias 33.875,00
Obrigações Trabalhistas 910,00
Obrigações Sociais 463,00
Provisão de Imposto de Renda e CSLL 25.809,96

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO -

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 155.984,00

Capital Social 100.000,00

Lucros Acumulados 55.984,04

TOTAL DO PASSIVO 317.042,00

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BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO


(a partir de 04.12.2008 – com alterações MP 449/2008
- convertida pela Lei 11.941/2009)

ATIVO

CIRCULANTE 267.875,00

DISPONIBILIDADES 50.000,00

Caixa e bancos 50.000,00

DIREITOS REALIZÁVEIS 217.875,00

Clientes 210.000,00

Estoques 7.875,00
Mercadorias 7.875,00

NÃO CIRCULANTE 49.167,00

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO -

IMOBILIZADO 49.167,00

Veículos 50.000,00
Depreciação, amortização e exaustão acumulada (833,00)

TOTAL DO ATIVO 317.042,00

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BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO


(a partir de 04.12.2008 – com alterações
MP 449/2008 - convertida pela Lei 11.941/2009)

PASSIVO

CIRCULANTE 161.058,00

Fornecedores 100.000,00
Obrigações Tributárias 33.875,00
Obrigações Trabalhistas 910,00
Obrigações Sociais 463,00
Provisão de Imposto de Renda e CSLL 25.809,96

NÃO CIRCULANTE -

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 155.984,00

Capital Social 100.000,00

Lucros Acumulados 55.984,04

TOTAL DO PASSIVO 317.042,00

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE

Conforme art. 187, da Lei 6.404/76, a demonstração do resultado do exercício


discriminará:

1. a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os


impostos;
2. a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos
e o lucro bruto;
3. as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as
despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
4. o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais;
5. o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o
imposto;
6. as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias,
e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de
empregados;
7. o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

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Na determinação do resultado do exercício serão computados:

a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua


realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas
receitas e rendimentos.

O aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas avaliações, registrados


como reserva de reavaliação (artigo 182, § 3º), somente depois de realizado poderá ser
computado como lucro para efeito de distribuição de dividendos ou participações.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

RECEITA OPERACIONAL BRUTA


 Venda de Mercadorias e/ou Prestação de Serviços
(-) DEDUÇÕES E ABATIMENTOS
 Vendas Anuladas
 Descontos Incondicionais Concedidos
 ICMS sobre Vendas
 PIS s/ Faturamento
 COFINS .
=RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(–) CUSTOS OPERACIONAIS
 Custo das Mercadorias Vendidas e/ou Custo dos Serviços Prestados
(=) LUCRO OPERACIONAL BRUTO
(–) DESPESAS OPERACIONAIS
 Despesas com Vendas
 Despesas Financeiras
 ( - ) Receitas Financeiras
 Despesas Administrativas
 Outras Despesas Operacionais
(+) OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS
(=) LUCRO (PREJUÍZO) OPERACIONAL
(+) RECEITAS NÃO-OPERACIONAIS
( -) DESPESAS NÃO-OPERACIONAIS
(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DAS PROVISÕES
( -) PROVISÃO PARA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
( -) PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA
(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO

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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

01/JAN./
A
31/DEZ./

RECEITA BRUTA 210.000,00

Venda de mercadorias 210.000,00

DEDUÇÕES (55.125,00)

Impostos e contribuições (55.125,00)

RECEITA LÍQUIDA 154.875,00

CUSTOS DAS VENDAS E SERVIÇOS (70.875,00)

LUCRO (PREJUÍZO) BRUTO 84.000,00

RECEITAS (DESPESAS) OPERACIONAIS (2.206,00)

Despesas gerais e administrativas (2.206,00)

RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA


E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO 81.794,00

PROVISÃO P/ IMPOSTO DE RENDA (18.448,50)

PROVISÃO P/ CONTRIB. SOCIAL S/LUCRO (7.361,46)

LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 55.984,04

DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA)

A DLPA evidencia as alterações ocorridas no saldo da conta de lucros ou prejuízos


acumulados, no Patrimônio Líquido.

De acordo com o artigo 186, § 2º da Lei nº 6.404/76, adiante transcrito, a companhia


poderá, à sua opção, incluir a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados nas
demonstrações das mutações do patrimônio líquido.

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"A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do


dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das
mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia."

Deve-se lembrar que a referida demonstração é também obrigatória para as sociedades


limitadas e outros tipos de empresas, conforme a legislação do Imposto de Renda (art.
274 do RIR/99).

A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá discriminar:

1. o saldo do início do período e os ajustes de exercícios anteriores;


2. as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; e
3. as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao
capital e o saldo ao fim do período.

AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

Para obter detalhamentos sobre tais ajustes, acesse o tópico “Ajustes de Exercícios
Anteriores”, nesta obra.

REVERSÕES DE RESERVAS

Correspondem às alterações ocorridas nas contas que registram as reservas, mediante a


reversão de valores para a conta Lucros Acumulados, em virtude daqueles valores não
serem mais utilizados.

LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

É o resultado líquido do ano apurado na Demonstração do Resultado do Exercício, cujo


valor é transferido para a conta de Lucros Acumulados.

TRANSFERÊNCIAS PARA RESERVAS

São as apropriações do lucro feitas para a constituição das reservas patrimoniais, tais
como: reserva legal, reserva estatutária, reserva de lucros a realizar, reserva para
contingências.

SUBSTITUIÇÃO PELA DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO


LÍQUIDO

De acordo com o § 2º do artigo 186 da Lei nº. 6.404/76 a Demonstração de Lucros ou


Prejuízos Acumulados poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio
líquido, se elaborada e divulgada pela companhia, pois não inclui somente o movimento
da conta de lucros ou prejuízos acumulados, mas também o de todas as demais contas
do patrimônio líquido.

MODELO

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CIA. MODELO - DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS


ACUMULADOS
EXERCÍCIO FINDO EM 31.12.X1 - SALDO EM 31.12.X1

RECURSOS:
1. Saldo inicial de lucros acumulados
2. Ajustes credores de Exercícios Anteriores
3. Reversão de reservas
 De contingências
 De lucros a realizar
4. Outros recursos
5. Lucro líquido do exercício
6. (-) Saldo anterior de prejuízos acumulados
7. (-) Ajustes devedores de exercícios anteriores
8. (-) Prejuízo líquido do ano
9. Total dos recursos

APLICAÇÕES:

10. Transferência para reservas


 Reserva legal
 Reserva estatutária
 Reserva p/ contingências
 Reserva de lucros a realizar
 Reserva p/ investimentos
11. Dividendos ou lucros distribuídos, pagos ou creditados (R$ .... por ação)
12. Parcela dos lucros incorporados ao capital
13. Outras aplicações
14. Total das aplicações
15. Lucros ou prejuízos acumulados (recursos - aplicações)

 Exemplo:

Em 31.12.2002, o saldo da conta de Lucros Acumulados da Cia. Nacional apontava o


valor de R$ 39.000,00.

Durante o exercício de 2003, houve os seguintes lançamentos na conta Lucros


Acumulados:

Destinação proposta para Distribuição de Dividendos (R$ R$ 10.500,00


0,11 por ação)
Transferência Para Reserva de Investimentos R$ 6.000,00
Transferência Para Reserva de Contingências R$ 1.100,00
Transferência Para Aumento de Capital R$ 20.000,00
Reversão das Reservas de Lucros a Realizar R$ 9.000,00
Reversão da Reserva de Contingências R$ 10.000,00
Diferença a Maior de CMV p/ Mudança de Critério de R$ 3.000,00
Avaliação
Transferência Para Reserva Estatutária R$ 5.000,00

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Lançamento a Menor na conta Provisão de Férias R$ 1.000,00


Transferência Para Reservas de Lucros a Realizar R$ 1.500,00
Constituição da Reserva Legal R$ 1.750,00

CIA. NACIONAL
DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS
EXERCÍCIO FINDO EM 31.12.2003

RECURSOS: R$
1. Saldo inicial do exercício 39.000,00
2. Ajustes credores de exercícios anteriores
- Efeitos de mudança de critério contábil 3.000,00
3. Reversão de reservas
- De contingências 10.000,00
- De lucros a realizar 9.000,00
4. Lucro líquido do exercício 35.000,00
5. (-) Ajuste de exercícios anteriores
- Retificação de erro de exercício anterior 1.000,00
6. Total dos recursos 97.000,00
APLICAÇÕES:
7. Transferência para reservas
- Reserva legal 1.750,00
- Reserva estatutária 5.000,00
- Reserva para contingência 1.100,00
- Reserva para investimentos 6.000,00
- Reserva de lucros a realizar 1.500,00
8. Dividendos a distribuir (R$ 0,11 por ação) 10.500,00
9. Transferência para aumento de capital 20.000,00
10. Total das aplicações 45.850,00
11. Lucros Acumulados (recursos - aplicações) 51.150,00

DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (DOAR)

A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) é obrigatória para as


companhias abertas e para as companhias fechadas com patrimônio líquido, na data do
balanço patrimonial, superior a R$ 1.000.000,00 (limite este atualizado pela Lei nº
9.457/97), e indica as modificações na posição financeira da companhia.

A partir de 01.01.2008, a DOAR foi extinta, por força da Lei 11.638/2007, sendo
obrigatória para apresentação das demonstrações contábeis encerradas até 31.12.2007.

Os financiamentos estão representados pelas origens de recursos, e os investimentos


pelas aplicações de recursos, sendo que o significado de recursos aqui não é

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Contabilidade Comentada © - pág. 89

simplesmente o de dinheiro, ou de disponibilidades, pois abrange um conceito mais


amplo; representa capital de giro líquido que, na denominação dada pela lei, é Capital
Circulante Líquido.

FORMA DE APRESENTAÇÃO

A DOAR indicará as modificações na posição financeira da companhia, discriminando:

1 - as origens dos recursos, agrupadas em:


a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela
variação nos resultados de exercícios futuros;
b) realização do capital social e contribuições para reservas de capital;
c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo, da
redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de investimentos e direitos do
ativo imobilizado;

2 - as aplicações de recursos agrupadas em:


a) dividendos distribuídos;
b) aquisição de direitos do ativo imobilizado;
c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido;
d) redução do passivo exigível a longo prazo;

3 - o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações,


representando aumento ou redução do capital circulante líquido;

4 - os saldos no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o montante


do capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o exercício.

ORIGENS DE RECURSOS

As origens de recursos são representadas pelos aumentos no Capital Circulante Líquido,


e as mais comuns são:

a) das próprias operações, quando as receitas (que geram ingressos de capital circulante
líquido) do exercício são maiores que as despesas, ou seja, resultam do lucro líquido
apurado exclusivamente das operações regulares da empresa.

Assim, se houver lucro, teremos uma origem de recursos, se houver prejuízo, teremos
uma aplicação de recursos;

b) dos acionistas, pelos aumentos de capital integralizados pelos mesmos no exercício,


já que tais recursos aumentaram as disponibilidades da empresa e, conseqüentemente,
seu capital circulante líquido;

c) de terceiros, por empréstimos obtidos pela empresa, pagáveis a longo prazo, bem
como dos recursos oriundos da venda a terceiros de bens do Ativo Permanente, ou de
transformação de Realizável a Longo Prazo em Ativo Circulante.

Os empréstimos feitos e pagáveis a curto prazo não são considerados como origem de
recursos para fins dessa demonstração, pois não alteram o Capital Circulante Líquido.

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Nesse caso há um aumento de disponibilidades e, ao mesmo tempo, do Passivo


Circulante.

A depreciação, amortização ou exaustão, por representarem uma recuperação de fundos,


devem ser adicionadas ao lucro líquido apurado no exercício, para efeito de elaboração
da demonstração das origens e aplicações de recursos.

APLICAÇÕES DE RECURSOS

As aplicações de recursos são representadas pela redução do Capital Circulante Líquido


entre o início e o término de determinado período.

As aplicações de recursos mais comuns que implicam na variação do Capital Circulante


Líquido são as seguintes:

1) Imobilizações

Ocorrendo a aquisição de bens para o Ativo Imobilizado, investimentos permanentes ou


aplicação de recursos no Ativo Diferido, tais fatos representam aplicação de recursos e,
conseqüentemente, refletem numa variação líquida negativa do Capital Circulante
Líquido.

2) Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo

A amortização de empréstimos a longo prazo significa, em princípio, uma redução do


passivo exigível a longo prazo e representa uma aplicação de recursos. Por outro lado, a
obtenção de um novo financiamento representa uma origem de recursos.

Tendo em vista que o conceito de recursos é o de Capital Circulante Líquido, a mera


transferência de um saldo de empréstimo do Exigível a Longo Prazo para o Passivo
Circulante, por vencer no exercício seguinte, representa uma aplicação de recursos, pois
reduziu o Capital Circulante Líquido.

c) Remuneração de dividendos:

A remuneração de acionistas, decorrente de dividendos, representa uma aplicação de


recursos, refletindo numa variação negativa do Capital Circulante Líquido.

CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO

O Capital Circulante Líquido é a diferença entre o ativo circulante (disponível, contas a


receber, estoques e despesas pagas antecipadamente) e o passivo circulante
(fornecedores, contas a pagar e outras exigibilidades do exercício seguinte) em
determinada data.

Quando o Ativo Circulante é maior do que o Passivo Circulante, tem-se um Capital


Circulante Líquido próprio.

Quando o Ativo Circulante é menor do que o Passivo Circulante, tem-se um Capital


Circulante Líquido negativo ou de terceiros.

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TRANSAÇÕES QUE NÃO AFETAM O CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO

Além das origens e aplicações relacionadas anteriormente, há inúmeros tipos de


transações efetuadas que não afetam o Capital Circulante Líquido, mas são
representadas como origens e aplicações simultaneamente, como por exemplo:

a) aquisição de bens do Ativo Permanente (Investimentos ou Imobilizado) pagáveis a


Longo Prazo. Nesse caso, há uma aplicação pelo acréscimo do Ativo Permanente e,
ao mesmo tempo, uma origem pelo financiamento obtido pelo acréscimo no
Exigível a Longo Prazo no exercício, como se houvesse entrado um recurso que
fosse imediatamente aplicado;

b) conversão de empréstimos de longo prazo em capital, caso em que há uma origem


pelo aumento do capital e, paralelamente, uma aplicação pela redução do Exigível a
Longo Prazo, como se houvesse ingresso de recurso de capital aplicado na
liquidação da dívida;

c) integralização de Capital em bens do Ativo Permanente, situação também sem efeito


sobre o Capital Circulante Líquido, mas representada na origem (aumento de
capital) e na aplicação (bens do Ativo Permanente recebidos), como se houvesse
essa circulação do recurso;

d) venda de bens do Ativo Permanente recebível a Longo Prazo, operação que também
deve ser demonstrada na origem, como se fosse recebido o valor da venda e, na
aplicação, como se houvesse o empréstimo sido feito para recebimento a longo
prazo;

e) depreciação, amortização e exaustão. Tais valores, lançados como despesa do


exercício, diminuem o resultado, mas não reduzem o capital circulante líquido;
representam redução no Ativo Permanente e redução no Patrimônio Líquido, mas
não alteram os valores de Ativo e Passivo Circulantes. Desta forma, o valor desses
itens registrados no ano deve ser adicionado ao Lucro Líquido para apuração do
valor efetivo dos recursos gerados pelas próprias operações;

f) variação nos resultados de exercícios futuros representa lucros que, pelo regime de
competência, pertencem a exercícios futuros, porém, já afetaram o Capital
Circulante Líquido, ou seja, se o saldo de Resultados de Exercícios Futuros tem um
aumento no exercício, significa que a empresa já o recebeu, aumentando o Capital
Circulante Líquido, mas sem que o tenha registrado como receita, não fazendo parte
do lucro do ano. Assim, como se trata de recebimento originário pelas operações da
empresa, deve ser agregado ao resultado do exercício. Se houver redução do saldo
desse grupo, deve ser diminuído do Lucro Líquido;

g) lucro ou prejuízo registrado pelo método da equivalência patrimonial para


investimentos em coligadas ou controladas, esse resultado, que afeta o lucro da
investidora, não afeta o seu Capital Circulante Líquido. Por isso, na apuração da
origem de recursos das operações, esse valor deve ser diminuído do Lucro Líquido,
se for receita; ou a ele acrescentado, se for despesa;

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h) ajustes de exercícios anteriores; esses ajustes são registrados diretamente na conta


de Lucros ou Prejuízos Acumulados, não afetando, portanto, o Lucro Líquido do
ano. Neste caso, os ajustes são efetuados nos saldos iniciais do balanço, nas contas a
que se refere, como se já houvesse sido registrado nos anos anteriores, assim sendo,
as origens e aplicações de recursos do ano já ficarão expurgadas desse efeito;

i) variações monetárias de dívidas de longo prazo, essas despesas afetam o lucro mas,
por reduzirem o Patrimônio Líquido e aumentarem o Exigível a Longo Prazo, não
alteram o Capital Circulante Líquido. Devem, por isso, também ser adicionadas ao
Lucro Líquido do exercício.

OCORRÊNCIA DE PREJUÍZO

Quando as operações consomem Capital Circulante Líquido, isso representa uma


aplicação e, como tal, deve ser apresentado na demonstração, no grupo de aplicações,
como o primeiro item do grupo. Isso ocorre quando a empresa está operando com
prejuízo. Entretanto, se a empresa está com prejuízo, mas em decorrência dos ajustes
citados, as operações próprias apresentam uma origem de recursos (lucro), a
apresentação do prejuízo e de seus ajustes deve ser no agrupamento das origens.

No caso da empresa apresentar lucro, mas os ajustes evidenciarem uma aplicação de


recursos (prejuízo), a apresentação do lucro e seus ajustes deve ser no agrupamento de
aplicações.

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL)

A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é


facultativa e, de acordo com o artigo 186, parágrafo 2º, da Lei das S/A, a demonstração
de lucros ou prejuízos acumulados poderá ser incluída nesta demonstração.

A DMPL uma demonstração mais completa e abrangente, já que evidencia a


movimentação de todas as contas do patrimônio líquido durante o exercício social,
inclusive a formação e utilização das reservas não derivadas do lucro.

A maioria das companhias opta pela sua elaboração.

MUTAÇÕES NAS CONTAS PATRIMONIAIS

As contas que formam o Patrimônio Líquido podem sofrer variações por inúmeros
motivos, tais como:

Itens que afetam o patrimônio total:

a) acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido do exercício;


b) redução por dividendos;
c) acréscimo por reavaliação de ativos;
d) acréscimo por doações e subvenções para investimentos recebidos;
e) acréscimo por subscrição e integralização de capital;
f) acréscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal das ações
integralizadas ou o preço de emissão das ações sem valor nominal;

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g) acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;


h) acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures;
i) redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda;
j) acréscimo ou redução por ajuste de exercícios anteriores.

Itens que não afetam o total do patrimônio:

a) aumento de capital com utilização de lucros e reservas;


b) apropriações do lucro líquido do exercício reduzindo a conta Lucros Acumulados
para formação de reservas, como Reserva Legal, Reserva de Lucros a Realizar,
Reserva para Contingência e outras;
c) reversões de reservas patrimoniais para a conta de Lucros ou Prejuízos acumulados;
d) compensação de Prejuízos com Reservas.

PROCEDIMENTOS A SEREM SEGUIDOS

A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é relativamente


simples, pois basta representar, de forma sumária e coordenada, a movimentação
ocorrida durante o exercício nas diversas contas do Patrimônio Líquido, isto é, Capital,
Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Reservas de Reavaliação, Ações em
Tesouraria e Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Deve-se utilizar um papel de trabalho, utilizando uma coluna para cada uma das contas
do patrimônio da empresa e abrindo uma conta total, que representa a soma dos saldos
ou transações de todas as contas individuais. Essa movimentação deve ser extraída das
fichas de razão dessas contas.

As transações e seus valores são transcritos nas colunas respectivas, mas de forma
coordenada. Por exemplo, se temos um aumento de capital com lucros e reservas, na
linha correspondente a essa transação, transcreve-se o acréscimo na coluna de capital
pelo valor do aumento e, na mesma linha, as reduções nas contas de reservas e lucros
utilizadas no aumento de capital pelos valores correspondentes.

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

A publicação de Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras está prevista no § 4º


do artigo 176 da Lei 6404/1976 (Lei das S/A), adiante transcrito:

"as demonstrações serão complementadas por Notas Explicativas e outros quadros


analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação
patrimonial e dos resultados do exercício".

As Notas Explicativas visam fornecer as informações necessárias para esclarecimento


da situação patrimonial, ou seja, de determinada conta, saldo ou transação, ou de valores
relativos aos resultados do exercício, ou para menção de fatos que podem alterar
futuramente tal situação patrimonial, ou ainda, poderá estar relacionada a qualquer outra
das Demonstrações Financeiras, seja a Demonstração das Origens e Aplicações de
Recursos, seja a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados.

NOTAS PREVISTAS PELA LEI

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O § 5º do mesmo artigo da Lei das S/A menciona, sem esgotar o assunto, as bases
gerais e as normas a serem inclusas nas demonstrações financeiras, as quais deverão
indicar:

a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente


estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de
provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na
realização dos elementos do ativo;
b) os investimentos, em outra sociedade, quando relevantes;
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações;
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a
terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes;
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo;
f) o número, espécies e classes das ações do capital social;
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;
h) os ajustes de exercícios anteriores;
i) os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou
possam vir a ter, efeitos relevantes sobre a situação financeira e os resultados futuros
da companhia.

A Lei das S/A estabeleceu os casos que deverão ser mencionados em Notas
Explicativas; no entanto, essa menção representa o conceito básico a ser seguido pelas
empresas, podendo haver situações em que sejam necessárias Notas Explicativas
adicionais, além das já previstas pela Lei das S/A.

NOTA SOBRE OPERAÇÕES OU CONTEXTO OPERACIONAL

Apesar de não prevista pela Lei Societária, pela CVM ou qualquer outro órgão
profissional, as empresas têm divulgado de forma usual, como a primeira das Notas
Explicativas com o título "Operações" ou "Contexto Operacional" cujo conteúdo faz
menção ao ramo de atividade explorado, base de operação e mercado que atua e qual o
estágio do empreendimento se estiver em implantação ou se estiver em expansão.

Tais informações são importantes para que os analistas e demais usuários das
demonstrações financeiras possam melhor avaliar a situação da empresa e os seus
resultados, bem como julgar da razoabilidade de índices de rentabilidade e liquidez.

MODELO DE NOTAS EXPLICATIVAS

EMPRESA DE TAL E TAL

CURITIBA – PR

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


DE 31 DE DEZEMBRO DE
(Valores em R$ 1)

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NOTA 1. CONTEXTO OPERACIONAL

A empresa tem por objeto social.... (relatar toda a descrição do objeto social
contida no contrato social)

NOTA 2. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

As demonstrações contábeis foram elaboradas em observância aos Princípios


Fundamentais de Contabilidade e em conformidade com as diretrizes da Lei
n.º6.404/76, Lei das Sociedades por Ações, e estão sendo apresentadas em milhares de
reais de forma comparativa com as demonstrações do exercício anterior.
Os efeitos inflacionários são reconhecidos através da atualização monetária dos ativos e
passivos, sujeitos à indexação ou variação cambial, e estão refletidos no resultado do
exercício.

NOTA 3. PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS

Dentre os principais procedimentos adotados para a preparação das demonstrações


contábeis ressaltamos:

a) Apuração do Resultado

As receitas, despesas e provisões são escrituradas pelo regime de competência,


observando-se o critério “pró-rata-dia”.
As operações com taxas prefixadas são registradas pelo valor de resgate. As
operações com taxas pós-fixadas estão atualizadas até a data do balanço.

b) Aplicações de liquidez não imediata

Estão demonstradas pelo custo de aplicação, acrescidas dos rendimentos


correspondentes, apropriados até a data do balanço.

c) Adiantamento a fornecedores

Estão demonstrados pelo valor nominal do desembolso.

d) Despesas antecipadas

Referem-se, basicamente, a prêmios de seguros a apropriar e estão demonstradas


pelos valores despendidos, deduzidas das parcelas apropriadas até a data do balanço
pelo critério “pro-rata-temporis”.

e) Imobilizado

Está demonstrado ao custo de aquisição, ajustado por depreciações acumuladas,


calculadas pelo método linear, às taxas estabelecidas em função do tempo de vida
útil, fixado por espécie de bens, conforme segue:

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Móveis e Utensílios 10 % a.a.


Sistema de Comunicação 10 % a.a.
Equipamentos de Processamento de Dados 20 % a.a.
Veículos 20 % a.a.

f) Diferido

Está demonstrado aos valores de custo, ajustado por amortizações acumuladas,


calculadas a partir do início em que começaram a ser usufruídos os benefícios
respectivos, em períodos que não ultrapassam o prazo máximo estabelecido na Lei nº
6404/76.
g) Passivo Circulante

As obrigações e encargos são apresentados pelos valores conhecidos ou calculáveis,


acrescidos, quando aplicáveis, das correspondentes atualizações incorridas.

h) Provisão para Imposto de Renda


Não foi constituída devido à apuração de prejuízo contábil e fiscal no exercício.

i) Provisão de férias
Está constituída em montante suficiente para fazer frente às obrigações com
funcionários, por conta de férias vencidas e proporcionais, acrescida dos
correspondentes encargos sociais.
NOTA 4. IMOBILIZADO
A seguir, demonstramos as contas que compõem esta rubrica:

Descrição 2004
Móveis/Utensílios/Equipamentos 15.000
Sistema de Comunicação 26.000
Equipamentos de Processamento de Dados 60.000
Veículos 1.000
Depreciação acumulada ( 28.000)
Totais 75.000

NOTA 5. DIFERIDO
A seguir, demonstramos as contas que compõem esta rubrica:

Descrição 2004
Projeto XYZ 40.000
Projeto XVC 100.000

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(12.000)
Amortização Acumulada
Totais 128.000

NOTA 6. OBRIGAÇÕES A LONGO PRAZO


Referem-se às obrigações vincendas após o término do exercício seguinte ao balanço e
estão demonstradas pelos seus valores originais contratados, incluindo, quando
aplicável, correção, variação monetária e juros. Os detalhes identificativos destas
aplicações, incluindo as garantias prestadas, discriminam-se como segue:

I – OBRIGAÇÕES:

a) instituições financeiras

Valor do principal: R$ 1.000.000


Juros de: 6% a.a. acima da TJLP
Vencimento inicial: 15/out./2002
Vencimento final: 15/jul./2010

b) Tributos e Contribuições Sub-judice

Referem-se aos créditos tributários do COFINS, compensados com as contribuições


devidas, os quais estão sendo discutidos judicialmente.

II – GARANTIAS

- Avais dos diretores


- Hipoteca de Imóvel – R$ 1.500.000,00

NOTA 7. TRANSAÇÕES ENTRE PARTES RELACIONADAS

Síntese das principais operações:

Descrição 2004

Obrigações por contratos de mútuos 150.000

Despesas Financeiras 13.000

Os mútuos foram pactuados em condições e taxas compatíveis com o mercado


financeiro.

NOTA 8. CAPITAL SOCIAL

Pertence inteiramente a acionistas domiciliados no País, está composto por 1.000.000


(um milhão) ações ordinárias e 2.000.000 (dois milhões) ações preferenciais, todas
nominativas e no valor nominal de R$ 1,00 (um real) cada uma.

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As ações preferenciais, que não tem direito ao voto na Assembléia Geral, gozam de
prioridade no reembolso de capital, sem prêmio, outrossim, é assegurado às ações
preferenciais o pagamento de um percentual de 10% (dez por cento) acima dos
dividendos pagos às ações ordinárias.

Aos acionistas é assegurado um dividendo mínimo correspondente a 20% do lucro


líquido ajustado, nos termos da Lei das Sociedades por Ações e do Estatuto Social.

NOTA 9. AJUSTE DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

Registra o lançamento de despesa operacional imputável ao exercício anterior e não


atribuível a fatos subseqüentes, nos termos do artigo 186, parágrafo 1º, da Lei 6404/76,
os quais descrevemos a seguir:

Especificação dos Ajustes 2002

Complemento de notas fiscais de fornecedores 35.000


Ajustes de despesas com adiantamentos a fornecedores (15.000)
Ajustes de Contingência Tributária (100.000)
Duplicatas a Receber (30.000)
TOTAL ( 110.000)

NOTA 10. GARANTIAS E SEGUROS

Destacamos, a seguir, a posição dos principais seguros mantidos pela empresa na data
de encerramento do exercício social:

Objeto Modalidade Importância


Segurada

Garantia do contrato de concessão Seguro Garantia 100.00


Obras civis em construção Riscos Civis 80.000
Danos materiais e pessoais Automóvel 50.000

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AVALIAÇÃO DE ESTOQUE

AVALIAÇÃO DAS MERCADORIAS PARA REVENDA E DAS MATÉRIAS-


PRIMAS

1. Custo Médio

O Custo médio, para as mercadorias revendidas e matérias primas, o qual será


determinado pelo registro permanente de estoques, sendo que não fazem parte do custo
de aquisição os impostos recuperáveis, os quais a empresa tem o direito ao crédito
(ICMS, IPI, PIS, COFINS), sendo acrescido o seguro e o transporte (art. 289 RIR/99).
Obs.: na indústria o IPI é recuperável, porém em uma empresa que revende mercadoria
o IPI não é recuperável, devendo ser parte integrante do custo da empresa.

O PN CST 6/1979, dispõe que as saídas podem registradas unicamente no fim de cada
mês, desde que avaliadas ao preço médio que, sem considerar o lançamento de baixa, se
verificar naquele mês.

 Exemplo

Adotando-se a baixa (saída), somente ao final do mês, em um único lote:

DATA ENTRADA SAÍDA SALDO


QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$
30/11/2004 1.000 5,0000 5.000,00
01/12/2004 150 6,00 900,00 1.150 5,1304 5.900,00
05/12/2004 200 8,00 1.600,00 1.350 5,5556 7.500,00
10/12/2004 50 9,00 450,00 1.400 5,6786 7.950,00
20/12/2004 100 7,00 700,00 1.500 5,7667 8.650,00
28/12/2004 150 5,00 750,00 1.650 5,6970 9.400,00
31/12/2004 1.350 5,6970 7.690,91 300 5,6970 1.709,09

Observe-se que, a cada entrada, o custo médio variou, mas a baixa (saída) foi efetivada
num único lote, alterando desta forma o Custo da Mercadoria Vendida. Porém, pode ser
adotado o sistema que calcule diariamente o custo da baixa.

2. PEPS

Se a empresa não mantiver o registro permanente de estoque poderá avaliar o estoque


das mercadorias e matérias-primas pelo preço das últimas aquisições menos os impostos
recuperáveis - ICMS, IPI, PIS e COFINS-, também chamado de PEPS (art. 293
RIR/99).

PEPS - o primeiro que entra é o primeiro que sai. Também conhecido como FIFO
(sigla, em inglês, de “first in, first out”).

Este método é admitido pela legislação fiscal (item 2.2 do PN CST 6/1979).

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Vamos exemplificar, utilizando a mesma movimentação que apresentamos no custo


médio. Pelo PEPS, a avaliação do CMV ficaria:

ENTRADA SAÍDA SALDO


DATA QTD QTD
E UN.R$ TOTAL R$ E UN.R$ TOTAL R$ QTDE UN.R$ TOTAL R$
30/11/200
3 1.000 5,00 5.000,00

01/12/200 150 6,00 900,00


3 150 6,00 900,00
1.000 5,00 5.000,00

03/12/200 150 6,00 900,00


3 300 5,00 1.500,00
700 5,00 3.500,00

200 8,00 1.600,00


05/12/200
3 150 6,00 900,00
200 8,00 1.600,00
700 5,00 3.500,00

200 8,00 1.600,00


08/12/200
3 150 6,00 900,00
500 5,00 2.500,00
200 5,00 1.000,00

50 9,00 450,00

10/12/200 200 8,00 1.600,00


3
150 6,00 900,00
50 9,00 450,00
200 5,00 1.000,00

50 9,00 450,00
15/12/200
3 200 8,00 1.600,00
200 5,00 1.000,00
150 6,00 900,00

100 7,00 700,00

20/12/200 50 9,00 450,00


3
200 8,00 1.600,00
100 7,00 700,00
150 6,00 900,00

150 6,00 900,00 100 7,00 700,00


26/12/200
2 100 8,00 800,00 50 9,00 450,00

100 8,00 800,00

28/12/200 150 5,00 750,00


3
100 7,00 700,00
150 5,00 750,00
50 9,00 450,00

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100 8,00 800,00

150 5,00 750,00


31/12/200
3 100 7,00 700,00
100 8,00 800,00
50 9,00 450,00

SOMAS 650 4.400,00 1.350 7.500,00 300 1.900,00

Como se observa na movimentação acima, os estoques finais pelo método PEPS foram
de R$ 1.900,00 (se fosse pelo custo médio o estoque final seria de R$ 1.709,09).

3. Custo arbitrado de Mercadorias e Matérias Primas

A empresa poderá também avaliar o estoque pelo custo arbitrado, no qual as


mercadorias serão avaliados em 70% do maior preço de vendas desse produto no
período-base (art. 295 e 296 RIR/99), não sendo permitida a exclusão do ICMS.

 Exemplo

Valor do maior preço de venda – conforme nota fiscal - R$ 88,00, por unidade.
Em 31.12.x1, fez-se o inventário e constatou-se a existência de 780 unidades desse
produto.
Cálculo:
88,00 x 70% = R$ 62,000
Avaliação do estoque: 780 unid. x 62 = R$ 48.360,00

AVALIAÇÃO DO CUSTO DE PRODUÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS

1. Custo integrado e coordenado com o restante da escrituração contábil

Definição do custo de produção dos bens ou serviços vendidos constante no


Regulamento do Imposto de Renda (art. 290 do RIR/99):

O custo de produção dos bens ou serviços vendidos compreenderá, obrigatoriamente:

I. o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços


aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto no artigo anterior;
II. o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta, manutenção
e guarda das instalações de produção;
III. os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos bens
aplicados na produção;
IV. os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção;
V. os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção.

A aquisição de bens de consumo eventual, cujo valor não exceda a cinco por cento do
custo total dos produtos vendidos no período de apuração anterior, poderá ser registrada
diretamente como custo (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 13, § 2º).

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Nota: para fins contábeis, é necessário separar, por contas distintas, os respectivos
gastos, a fim de determinar a composição dos custos de produção. A contabilização de
gastos em contas de despesas operacionais, por exemplo, irá se refletir na composição
dos custos dos produtos vendidos e dos estoques de produtos em elaboração e acabados.

A Matéria-Prima (MP), também chamada de Material Direto, representa todo o material


incorporado ao produto que está sendo fabricado, inclusive a embalagem. Neste custo,
computam-se o frete e o transporte, quando pagos pelo adquirente.

A Mão-de-Obra Direta (MO) é representada pelos salários devidos ao pessoal que


trabalha diretamente no produto.

Os Gastos Gerais de Fabricação (GCF), também denominados de Despesas Indiretas de


Fabricação, representam todos os custos relacionados com a produção, necessários à
fabricação, porém, não identificáveis diretamente com a unidade produzida. Como
exemplo, podemos citar os materiais indiretos, a mão de obra de supervisão, aluguéis e
arrendamento mercantil dos bens de produção, o seguro do estabelecimento industrial,
as depreciações das máquinas industriais, energia elétrica, manutenção dos bens,
vigilância, limpeza, etc.

Uma equação bastante simples que visualiza o custo de produção unitário, poderia ser
assim obtida:

Custo unitário de produção = (MP + MO + GGF) : número de unidades


produzidas.

Evidentemente que, para situações reais, haverá necessidade de cálculos e rateios


relativos ás linhas de produção e aos diversos produtos fabricados, acrescido dos
estoques em elaboração anteriores e descontados os estoques em elaboração atual, etc

O art. 294, do RIR/99, dispõe que os produtos em fabricação e acabados serão avaliados
pelo custo de produção, sendo observado o seguinte:

O contribuinte que mantiver sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado


com o restante da escrituração poderá utilizar os custos apurados para avaliação dos
estoques de produtos em fabricação e acabados.
Considera-se sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado com o restante
da escrituração aquele:

I. apoiado em valores originados da escrituração contábil (matéria-prima, mão-de-obra


direta, custos gerais de fabricação);
II. que permite determinação contábil, ao fim de cada mês, do valor dos estoques de
matérias-primas e outros materiais, produtos em elaboração e produtos acabados;
III. apoiado em livros auxiliares, fichas, folhas contínuas, ou mapas de apropriação ou
rateio, tidos em boa guarda e de registros coincidentes com aqueles constantes da
escrituração principal;
IV. que permite avaliar os estoques existentes na data de encerramento do período de
apropriação de resultados segundo os custos efetivamente incorridos.

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Contabilidade Comentada © - pág. 103

Depois de apurado o Custo integrado e coordenado com o restante da escrituração


contábil, para fins de avaliação e movimentação de estoque poderá ser adotado o Custo
Médio ou o PEPS.

2. Custo Padrão

O custo-padrão é um custo pré-atribuído, tomado como base para o registro da produção


antes da determinação do custo efetivo.

Algumas características essenciais do método de custeio padrão são:

1. Pré-fixação de seu valor, com base no histórico ou em metas a serem perseguidas


pela empresa;
2. Pode ser utilizado pela contabilidade, desde que se ajuste, periodicamente, suas
variações para acompanhar seu valor efetivo real (pelo método do custo por
absorção).
3. Permite maior facilidade de apuração de balancetes, sendo muito utilizado nas
empresas que precisam grande agilidade de dados contábeis.

O item 37 da NPC 2 – Pronunciamento do Instituto dos Auditores Independentes do


Brasil - IBRACON nº 2 de 30/04/1999, admite o custo-padrão, desde que ajustado
periodicamente, nos seguintes termos:

Custos-padrão são também aceitáveis se revisados e reajustados periodicamente, sempre


que ocorrerem alterações significativas nos custos dos materiais, dos salários, ou no
próprio processo de fabricação, de forma a refletir as condições correntes. Na data do
balanço, o custo-padrão deve ser ajustado ao real.”

Também o Parecer Normativo CST nº 6/79, exige que se faça o ajuste periódico na
contabilidade entre o método de custeio padrão e custeio integral, como descrito no item
3.5:

3.5. No caso em que a empresa apure custos com base em padrões pré-estabelecidos
(custo-padrão), como instrumento de controle de gestão, deverá cuidar no sentido de
que o padrão incorpore todos os elementos constitutivos atrás referidos, e que a
avaliação final dos estoques (imputações dos padrões mais ou menos as variações de
custos) não discrepe da que seria obtida com o emprego do custo real. Particularmente,
a distribuição das variações entre os produtos (em processo e acabados) em estoque e o
custo dos produtos vendidos deve ser feito a intervalos não superiores a três meses
ou em intervalo de maior duração, desde que não expedido qualquer um dos prazos
seguintes: (1) o exercício social; (2) o ciclo usual de produção, entendido como tal o
tempo normalmente despendido no processo industrial do produto avaliado. Essas
variações, aliás, haverão que ser identificadas a nível de item final de estoque, para
permitir verificação do critério de neutralidade do sistema adotado de custos sobre a
valoração dos inventários.”

 Exemplo: cálculo do Custo Padrão:

Produto: Placa de concreto pré-fabricado 1,5m x 2,0m

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Custo
Materiais Quant. Unid. Unitário Custo
cimento 0,5 sc 18,00 9,00
areia 0,2 m3 7,00 1,40
ferro 4,2mm 1,0 barra 10,00 10,00
ferro 6,0 mm 1,0 barra 20,00 20,00
pedra 0,2 m3 7,00 1,40
Subtotal 41,80

Mão -de Obra direta


horas/homem 2 horas 4,50 9,00
Subtotal 9,00

Gastos Gerais rateio


Energia Elétrica 3 rateio 1 3,00
Água 2 rateio 1 2,00
Depreciação 4 rateio 1 4,00
Manutenção 5 rateio 1 5,00
outros 7 rateio 1 7,00
Subtotal 21,00

Total Custo Padrão de Fabricação 71,80

Os cálculos deverão ser feitos, no caso da fabricação de pré-moldados, pelo Engenheiro


Civil, demonstrados em forma de laudos (planilhas demonstrativas), assinados e
revisados trimestralmente. Atualmente não haverá significativa modificação de um
trimestre para o outro, podendo ser feita nova avaliação no máximo a cada término de
exercício social, conforme item 3.5, do Parecer Normativo CST nº 6/79.

Depois de apurado o Custo Padrão, para fins de avaliação e movimentação do estoque


poderá ser adotado o Custo Médio ou o PEPS.

3. Custo arbitrado

Conforme artigo 296, do RIR/99, se a escrituração do contribuinte não satisfizer às


condições dos §§ 1º e 2º do art. 294, os estoques deverão ser avaliados:

Os de materiais em processamento, por uma vez e meia o maior custo das matérias-
primas adquiridas no período de apuração, ou em oitenta por cento do valor dos
produtos acabados, determinado de acordo com o inciso II;

Os dos produtos acabados, em setenta por cento do maior preço de venda no período de
apuração.

Para aplicação do disposto no inciso II, o valor dos produtos acabados deverá ser
determinado tomando por base o preço de venda, sem exclusão de qualquer parcela a
título de Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações
– ICMS.

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O disposto neste artigo deverá ser reconhecido na escrituração comercial.

 Exemplo:

A Placa de concreto pré-fabricado 1,5m x 2,0m é vendida por R$ 150,00 a unidade,


estando inserido nesse preço 10% do IPI, no valor de R$ 15,00. O cálculo do estoque
pelo arbitramento do custo será:

Valor do preço de venda 150,00


(-)IPI 15,00
Base de cálculo 135,00
Percentual de arbitramento 70%
Valor do custo arbitrado 94,50

Observação: somente o IPI será deduzido do preço praticado do produto. Os demais


impostos, como o ICMS, serão mantidos na base de cálculo do custo arbitrado

Os materiais em processamento (também chamados de “produtos em elaboração”) serão


avaliados por uma vez e meia o maior custo das matérias-primas adquiridas no período-
base, ou em 80% do valor dos produtos acabados (o que equivale dizer a 56% do maior
preço de venda).

 Exemplo:

Produto em elaboração
Valor do preço de venda 150,00
(-)IPI 15,00
Base de cálculo 135,00
Percentual de arbitramento 70%
Valor do custo arbitrado 94,50
Percentual do artbitramento
Produto em elaboração 80%
Valor custo arbitrado 75,60

O produto em elaboração equivale dizer 80% do valor do produto elaborado ou 56 % do


preço de venda do produto. (R$ 135,00 x 56% = 75,60).

A CONTABILIDADE E OS CUSTOS

A contabilidade de custos pode ser definida como um conjunto de registros específicos,


baseados em escrituração regular (contábil) e apoiada por elementos de suporte
(planilhas, rateios, cálculos, controles) utilizados para identificar, mensurar e informar
os custos das vendas de produtos, mercadorias e serviços.

EXIGÊNCIA LEGAL E FISCAL

Sua existência não é mero caso fortuito, mas uma necessidade legal e tributária.

Legal, por exigência da legislação societária brasileira:

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1. Para as Sociedades Anônimas - Lei nº 6.404/76, art. 183, inciso II:

Art. 183 – No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes


critérios:
I. ...
II. Os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos de comércio da
companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em
almoxarifado, serão avaliados pelo custo de aquisição ou produção; deduzido de
provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior.
2. Para as demais Sociedades, a Lei 10.406/2002 (o “Novo Código Civil Brasileiro”),
traz a exigência de avaliação de custos da seguinte forma, em seu artigo 1.187, inciso II:

Art. 1.187 – Na coleta dos elementos para o inventário serão observados os critérios de

avaliação a seguir determinados:

I. ...
II. os valores mobiliários, matéria-prima, bens destinados á alienação, ou que
constituem produtos ou artigos da indústria ou comércio da empresa, podem ser
estimados pelo custo de aquisição ou de fabricação, ou pelo preço corrente, sempre
que este for inferior ao preço de custo, e quando o preço corrente ou venal estiver
acima do valor de custo de aquisição, ou fabricação, e os bens forem avaliados pelo
preço corrente, a diferença entre este e o preço de custo não será levada em conta
para a distribuição de lucros, nem para as percentagens referentes a fundos de
reserva;

Fiscal, de acordo com o Decreto 3.000/99, em seus artigos adiante transcritos:

Art. 292. Ao final de cada período de apuração do imposto, a pessoa jurídica deverá
promover o levantamento e avaliação dos seus estoques.
Art. 293. As mercadorias, as matérias-primas e os bens em almoxarifado serão
avaliados pelo custo de aquisição (Lei nº 154, de 1947, art. 2º, §§ 3º e 4º, e Lei nº
6.404, de 1976, art. 183, inciso II).
Art. 294. Os produtos em fabricação e acabados serão avaliados pelo custo de
produção (Lei nº 154, de 1947, art. 2º, § 4º, e Lei nº 6.404, de 1976, art. 183, inciso II).
§ 1º O contribuinte que mantiver sistema de contabilidade de custo integrado e
coordenado com o restante da escrituração poderá utilizar os custos apurados para
avaliação dos estoques de produtos em fabricação e acabados (Decreto-Lei nº 1.598,
de 1977, art. 14, § 1º).
§ 2º Considera-se sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado com o
restante da escrituração aquele:
I – apoiado em valores originados da escrituração contábil (matéria-prima, mão-de-
obra direta, custos gerais de fabricação);
II – que permite determinação contábil, ao fim de cada mês, do valor dos estoques de
matérias-primas e outros materiais, produtos em elaboração e produtos acabados;
III – apoiado em livros auxiliares, fichas, folhas contínuas, ou mapas de apropriação
ou rateio, tidos em boa guarda e de registros coincidentes com aqueles constantes da
escrituração principal;

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Contabilidade Comentada © - pág. 107

IV – que permite avaliar os estoques existentes na data de encerramento do período de


apropriação de resultados segundo os custos efetivamente incorridos.
Art. 295. O valor dos bens existentes no encerramento do período de apuração poderá
ser o custo médio ou o dos bens adquiridos ou produzidos mais recentemente, admitida,
ainda, a avaliação com base no preço de venda, subtraída a margem de lucro (Decreto-
Lei nº 1.598, de 1977, art. 14, § 2º, e Lei nº 7.959, de 21 de dezembro de 1989, art. 2º, e
Lei nº 8.541, de 1992, art. 55).

OBJETIVOS

Os principais objetivos da Contabilidade de Custos poderiam ser assim resumidos:

1. Permitir a avaliação dos estoques, para atendimento das legislações comercial e


fiscal;
2. Apurar o custo dos produtos/serviços vendidos (no caso das empresas comerciais, o
custo das mercadorias vendidas);
3. Dar suporte á tomada de decisões gerenciais no tocante a fixação do preço de venda;
4. Atender á necessidade de controles e informações específicas (como para o
atendimento à legislação fiscal).
5. Embasar orçamentos e projeções financeiras.

CAMPOS DE APLICAÇÃO

Na indústria: a Contabilidade de Custos irá determinar:

 O custo dos produtos vendidos


 O estoque de produtos em elaboração (também chamado de “produtos em
fabricação”)
 O estoque de produtos acabados (ou prontos)
 O estoque de insumos (matérias-primas, materiais de embalagem, almoxarifado,
etc.)

No comércio:

Aplica-se a Contabilidade de Custos no comércio?

Sim, pois suas premissas básicas são aplicáveis á formação do custo de mercadorias
vendidas. Apesar de uma aplicação mais simples, “direta”, sem as complexidades
advindas das operações industriais ou de serviços, a Contabilidade de Custos no
comércio irá determinar:

 O custo das mercadorias vendidas


 O estoque de mercadorias
 O estoque de bens não destinados á revenda (como materiais de consumo, etc.)

Nas prestadoras de serviços:

 O custo dos serviços vendidos


 O estoque de serviços em andamento
 O custo de materiais adquiridos e não incorporados a serviços em andamento

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Nas empresas extrativistas de produção primária (minerais, florestais, pesqueiras,


agro-pastoris, etc.):

 O custo dos produtos extraídos/explorados


 O estoque dos produtos extraídos ou de produção primária
 O estoque de materiais ainda não utilizados na extração ou produção primária.

GASTO, INVESTIMENTO, CUSTO, DESPESA, PERDA, DESEMBOLSO

A contabilidade de custos utiliza-se terminologias específicas, algumas genéricas (como


gastos, perdas) e outras específicas (como custos e despesas).

Especialmente importante é a diferenciação entre custos e despesas, pois os custos são


incorporados aos produtos (estoques), ao passo que as despesas são levadas diretamente
ao resultado do exercício.

GASTO

Todo sacrifício financeiro que implique desembolso imediato ou futuro de recursos


(capital) da empresa é considerado um gasto.

O gasto pode ser um investimento, custo ou despesa.

INVESTIMENTO

São gastos ativados (classificados no ativo), que gerarão suporte tecnológico, estrutural
e operacional, em função da utilidade futura de bens ou serviços obtidos.

 Exemplo

Aquisição de máquinas e equipamentos, móveis, ferramentas, etc.

CUSTO

Custo é um gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou


serviços.

 Exemplo

 Matéria prima utilizada na formação do produto.


 Mão de obra utilizada na execução de serviços, numa empresa do ramo serviços.
 Gastos gerais de manutenção de equipamentos utilizados na produção.

De acordo com a NPC 2 do IBRACON, “Custo é a soma dos gastos incorridos e


necessários para a aquisição, conversão e outros procedimentos necessários para trazer
os estoques à sua condição e localização atuais, e compreende todos os gastos incorridos
na sua aquisição ou produção, de modo a colocá-los em condições de serem vendidos,
transformados, utilizados na elaboração de produtos ou na prestação de serviços que
façam parte do objeto social da entidade, ou realizados de qualquer outra forma.”

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Contabilidade Comentada © - pág. 109

A diferença entre gasto e custo pode ser exemplificada da seguinte maneira:

Empresa adquiriu 1.000 kg de matéria-prima, mas utilizou apenas 750 kg no processo


de transformação em determinado período, sendo a diferença (250 kg) mantida no
estoque de matéria-prima. Portanto, o gasto foi de 1.000 kg e o custo foi de 750 kg.

DESPESA

Todos os bens ou serviços consumidos na manutenção de atividades operacionais e na


obtenção de receitas, não vinculadas á produção de bens e serviços.

 Exemplo

 Comissão de representante sobre as vendas efetuadas.


 Folha de pagamento do pessoal administrativo (contabilidade, finanças, vendas)
 Depreciação de bens utilizados nas áreas de contabilidade, financeira, setor
comercial.

Então, por exclusão:

1. Se o gasto se referir á etapa (direta ou indiretamente) de produção de bens e


serviços, é custo;
2. Se o gasto não for custo, será despesa.

PERDA

1. Perdas Normais de Produção

Todo processo produtivo pode gerar restos decorrentes da atividade desenvolvida, de


forma previsível. Estes são considerados normais à atividade, portanto devem englobar
o custo do produto fabricado. Por isso, tais perdas são custos.

 Exemplo

Perdas de material por evaporação ou consumo no processo produtivo

2. Perdas Extraordinárias

Já as perdas anormais como provenientes de eventos fortuitos e de força maior, tal


como: incêndio, obsolescência, roubo, inundação, etc., são consideradas perdas do
período, sendo contabilizadas como tal, incidindo diretamente no resultado do exercício,
não sendo ativadas (não compõem os custos dos produtos, simplesmente reduzem o
resultado do período).

 Exemplo

Estoques que devem ser baixados, por obsolescência.


Baixa de estoques, por roubo.

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Contabilidade Comentada © - pág. 110

DESEMBOLSO

Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. Pode ocorrer antes, durante ou


após a entrada da utilidade adquirida, portanto defasada ou não do gasto.

CUSTOS DIRETOS

É aquele que pode ser identificado e diretamente apropriado a cada tipo de obra a ser
custeado, no momento de sua ocorrência, isto é, está ligado diretamente a cada tipo de
bem ou função de custo. É aquele que pode ser atribuído (ou identificado) direto a um
produto, linha de produto, centro de custo ou departamento.

Não necessita de rateios para ser atribuído ao objeto custeado.

Ou ainda, são aqueles diretamente incluídos no cálculo dos produtos.

Exemplos de custos diretos:

 Matérias-primas usadas na fabricação do produto


 Mão-de-obra direta
 Serviços subcontratados e aplicados diretamente nos produtos ou serviços

Os custos diretos têm a propriedade de ser perfeitamente mensuráveis de maneira


objetiva. Os custos são qualificados aos portadores finais (produtos), individualmente
considerados.

Os CUSTOS DIRETOS constituem todos aqueles elementos de custo individualizáveis


com respeito ao produto ou serviço, isto é, se identificam imediatamente com a
produção dos mesmos, mantendo uma correspondência proporcional. Um mero ato de
medição é necessário para determinar estes custos.

APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS

Para conhecer o consumo de materiais, basta a empresa manter um sistema de


requisições, de modo a saber sempre para qual produto foi utilizado o material retirado
do Almoxarifado.

Para conhecer o consumo de mão-de-obra direta, é preciso, a empresa mantenha um


sistema de apontamentos, por meio do qual se verifica quais os operários que trabalham
em cada produto (ou serviço) no período (dia, semana, mês) e por quanto tempo
(minutos, horas).

Nas empresas de serviços, normalmente se faz o acompanhamento da ordem de serviço,


anotando os custos alocados diretamente (mão de obra, materiais aplicados e serviços
subcontratados).

CUSTOS INDIRETOS

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Contabilidade Comentada © - pág. 111

É aquele que não se pode apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de custo
no momento de sua ocorrência. São aqueles apropriados aos portadores finais mediante
o emprego de critérios pré-determinados e vinculados a causas correlatas, como mão-
de-obra indireta, rateada por horas/homem da mão de obra direta, gastos com energia,
com base em horas/máquinas utilizadas, etc.

Atribui-se parcelas de custos a cada tipo de bem ou função por meio de critérios de
rateio. É um custo comum a muitos tipos diferentes de bens, sem que se possa separar a
parcela referente a cada um, no momento de sua ocorrência. Ou ainda, pode ser
entendido, como aquele custo que não pode ser atribuído (ou identificado) diretamente a
um produto, linha de produto, centro de custo ou departamento. Necessita de
taxas/critérios de rateio ou parâmetros para atribuição ao objeto custeado.

São aqueles que apenas mediante aproximação podem ser atribuídos aos produtos por
algum critério de rateio.

 Exemplo

1. Mão-de-obra indireta: é representada pelo trabalho nos departamentos auxiliares nas


indústrias ou prestadores de serviços e que não são mensuráveis em nenhum produto ou
serviço executado, como a mão de obra de supervisores, controle de qualidade, etc.

2. Materiais indiretos: são materiais empregados nas atividades auxiliares de produção,


ou cujo relacionamento com o produto é irrelevante. São eles: graxas e lubrificantes,
lixas etc.

3. Outros custos indiretos: são os custos que dizem respeito à existência do setor fabril
ou de prestação de serviços, como depreciação, seguros, manutenção de equipamentos,
etc.

CUSTOS FIXOS

Custos fixos são aqueles cujos valores têm pequena ou nenhuma relação com o volume
de produção da empresa.

 Exemplo

 Aluguel de Imóveis utilizados na produção de bens e serviços


 Mão de Obra Indireta (supervisores e gerentes de produção)
 Pró-Labore do Diretor de Produção
 Honorários de Vigilância das instalações produtivas, etc.

Tais custos ocorrerão, independentemente do nível de atividade.

CUSTOS SEMI-FIXOS

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Custos semi-fixos são custos que são fixos numa determinada faixa de produção, mas
que variam se há uma mudança nesta faixa.

 Exemplo

 Remuneração por meta de produtividade aos Empregados


 Horas Extras do Controle de Qualidade, para lotes de produção que extrapolarem o
limite de análise em período normal.
 Manutenção preventiva para atender demanda de utilização de horas de máquinas e
equipamentos.

CUSTOS VARIÁVEIS

Custos variáveis são aqueles cujos valores se alteram em função do volume de produção
ou atividades.

 Exemplo

 Matéria-Prima consumida
 Serviços de Terceiros, remunerados por peça, aplicadas em unidades produzidas
 Material de Embalagem nos produtos acabados

Os custos variáveis aumentam na medida em que aumenta a produção.

CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO GERENCIAL

A contabilidade é uma ferramenta indispensável para a gestão de negócios. De longa


data, contadores, administradores e responsáveis pela gestão de empresas se
convenceram que amplitude das informações contábeis vai além do simples cálculo de
impostos e atendimento de legislações comerciais, previdenciárias e legais.

Além do mais, o custo de manter uma contabilidade completa (livros diário, razão,
inventário, conciliações, etc.) não é justificável para atender somente o fisco.
Informações relevantes podem estar sendo desperdiçadas, quando a contabilidade é
encarada como mera burocracia para atendimento governamental.

Objetivamente, o custo médio de uma contabilidade de empresa de pequeno porte


(faturamento até R$ 120.000/mês) é acima de R$ 500,00. Numa empresa de médio
porte (faturamento até R$ 1.000.000/mês) este custo vai a R$ 2.500,00 ou mais. Tais
empresas precisam aproveitar as informações geradas, pois obviamente este será um
fator de competitividade com seus concorrentes: a tomada de decisões com base em
fatos reais e dentro de uma técnica comprovadamente eficaz – o uso da contabilidade.

ANÁLISE DE BALANÇO
Sem dúvida, a utilização mais tradicional da contabilidade refere-se a análise de
desempenho, medido pelo balanço patrimonial e demonstração de resultado do
exercício, além de outras demonstrações auxiliares.

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Não se avalia o desempenho de uma gestão apenas pelo resultado líquido do exercício
(seja este lucro ou prejuízo), mas por uma série de componentes, indicativos da
operação do negócio.
Tais indicativos se baseiam em “índices financeiros”, que nada mais são que fórmulas
objetivas, medindo determinadas características da gestão.
Apresenta-se, a seguir, os principais índices financeiros. As siglas utilizadas são:

AC – Ativo Circulante
AP – Ativo Permanente
REOB – Receita Operacional Bruta
ROB – Resultado Operacional Bruto
ROL – Receita Operacional Líquida
PL – Patrimônio Líquido
PC – Passivo Circulante
ELP – Exigível a Longo Prazo

ÍNDICES DE RENTABILIDADE

GIRO DO ATIVO = REOB / Ativo Total


Indica qual a geração de receitas sobre cada R$ do ativo. Quanto maior o índice, maior a
capacidade de geração de receitas, indicando um bom desempenho de vendas e/ou uma
boa administração dos ativos.
MARGEM LÍQUIDA = Resultado Líquido / ROL
Utiliza-se este índice para avaliar a performance de resultado (lucro ou prejuízo) sobre a
receita. Obviamente, quanto maior o índice (se positivo), melhor a margem.
RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO = Resultado Líquido / (PL Médio –
Resultado Líquido)
A remuneração do Patrimônio Líquido, representando os recursos dos donos, é
representada pelos resultados gerados. Se este índice for inferior a taxa de aplicação
financeira (líquida de impostos) no período, significa um desempenho insatisfatório.
Espera-se que qualquer negócio tenha um desempenho mínimo de 50% superior a taxa
de aplicação financeira. Desta forma, se a taxa (líquida de impostos) de aplicação, ao
ano, corresponde a 14%, então espera-se um retorno mínimo sobre o PL de 21%.

Nota: para as empresas que creditam TJLP sobre o PL a seus sócios, acionistas ou
titulares, o respectivo valor deve ser adicionado ao resultado, para composição da
rentabilidade.

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Contabilidade Comentada © - pág. 114

ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL

PARTICIPAÇÃO DE CAPITAL DE TERCEIROS = (PC + ELP) / Ativo Total

Indica qual a “dependência” dos negócios em relação a recursos de terceiros (bancos,


fornecedores, recursos trabalhistas e tributários).

Uma participação próxima a 1 denota insolvência e extrema dependência de terceiros. O


ideal é que esta participação seja igual ou inferior a 0,6.

ENDIVIDAMENTO A CURTO PRAZO = PC / (PC + ELP)

Evidencia qual o nível de exigibilidade de curto prazo do endividamento. Não existe


uma regra geral para determinar qual o ideal para este índice, mas quando menor for o
mesmo significa maior “folga” em relação ás dividas e compromissos existentes.

IMOBILIZAÇÃO DO PL = AP / PL

Reflete o “engessamento” dos recursos próprios, pois quanto maior o índice, maior a
dependência de terceiros para atender compromissos financeiros. Um índice menor que
0,5 é recomendável.

IMOBILIZAÇÃO SOBRE RECURSOS NÃO CORRENTES = AP / (PL + ELP)

Uma variante do índice anterior. Avalia qual o nível de imobilização em relação aos
recursos próprios e de terceiros de longo prazo. Quanto maior o índice, maior a
imobilização.

ÍNDICES DE LIQUIDEZ

LIQUIDEZ GERAL = (AC + RLP) / (PC + ELP)

Demonstra a “viabilidade” de médio e longo prazo dos pagamentos de compromissos já


assumidos. O índice mínimo é 1. Abaixo de 1, indica problemas de liquidez.

LIQUIDEZ CORRENTE = AC / PC

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Evidencia a capacidade de pagamento de curto prazo. Um índice inferior a 1 indica


problemas prementes de liquidez.

LIQUIDEZ SECA = (AC – Estoques) / PC

Como os estoques têm uma característica de permanência nas atividades da empresa


(pois são indispensáveis à maioria das atividades de produção e comercialização), este
índice procura demonstrar uma “liquidez real”, mediante a realização de ativos ditos
“financeiros” (que se realizam em caixa).

ÍNDICES DE REALIZAÇÃO FINANCEIRA

PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO (PMR) = Média de Clientes x 365/REOB

Mede em quantos dias há o recebimento das receitas de vendas.

PRAZO MÉDIO DE ESTOQUES (PME) = Média de Estoques x 365/Custos das


Vendas

Avalia o “giro” dos estoques, em dias.

PRAZO MÉDIO DE COMPRAS (PMC) = Média de Fornecedores x 365/Compras

Indica em quantos dias há o pagamento das compras efetuadas.

CICLO DE CAIXA = PMR + PME – PMC

Evidencia em quantos dias os recursos aplicados nas atividades operacionais demoram


para retornar ao caixa. Quanto maior o ciclo, maior a necessidade de capitais para
manter as atividades.

INDICADORES DE CAPITAIS DE CURTO PRAZO

Os capitais de curto prazo correspondem aos valores aplicados em disponibilidades,


estoques e clientes, além das demais contas realizáveis a curto prazo, refletindo uma
“capacidade de investimento” ou “fôlego financeiro”.

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Alguns indicadores são:

CAPITAL CIRCULANTE PRÓPRIO (CCP) = PL – AP

Demonstra o valor (em moeda) investido com recursos próprios no capital em giro do
negócio.

CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL) = AC – PC

Reflete o volume (em moeda) de recursos líquidos aplicados em capital em giro do


negócio.

VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE PRÓPRIO = (CCP Período/CCP Período


Anterior) – 1

Calcula o percentual de variação do capital circulante próprio entre dois períodos.

VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO = (CCL Período/CCL Período


Anterior) – 1

Calcula o percentual de variação do capital circulante líquido entre dois períodos.

CAPITAIS EM GIRO

CAPITAL DE GIRO TOTAL (CGT) = Estoques + Clientes

Indica que volume de recursos é necessário para “girar” o negócio, financiando clientes
e estoques.

Tradicionalmente, não se soma ao capital de giro outros valores existentes (como


recursos financeiros de tesouraria), porque estes não estão relacionados á gestão de
vendas em si, mas a outras gestões (como a financeira, no caso de recursos aplicados no
mercado de títulos de renda fixa).

Outras contas, se relevantes e comuns na operação do negócio, podem ser somadas ao


capital de giro total. Como exemplo, nas empresas fonográficas, o volume de
adiantamentos de direitos autorais, necessários para financiar os autores e compositores.

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NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG) = CGT - Fornecedores

Demonstra quais recursos a empresa necessita financiar para manter seu capital de giro.
Desconta-se a conta de fornecedores porque este é um financiamento (em tese) natural
do negócio e não oneroso em relação a outras fontes de financiamento (como
empréstimos bancários e capitais próprios).

Lembrando: os capitais próprios (recursos de sócios, acionistas ou titular) são onerosos,


porque se fossem aplicados no mercado financeiro gerariam recursos para seus
detentores. Assim, a empresa precisa “retornar” a tais detentores de capital, pelo menos
a taxa de aplicação que estes obteriam no mercado financeiro de renda fixa.

VARIAÇÃO TOTAL DA NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG) = NCG do


Período -NCG Período Anterior

Evidencia qual volume (em moeda) que a empresa destinou de recursos no período para
atendimento de seu capital de giro.

VARIAÇÃO % DA NCG = (NCG do Período/NCG Período Anterior) - 1

Calcula qual a variação percentual da necessidade de recursos para financiamento do


giro entre 2 períodos.

GERAÇÃO OPERACIONAL DE RECURSOS FINANCEIROS = Resultado +


Depreciações/Amortizações/Exaustões + – Equivalência Patrimonial + – Resultados
Não Operacionais

Este é um indicador (em R$) da capacidade das operações próprias da empresa gerarem
recursos de caixa para atender novos investimentos, pagamentos de dividendos e outras
aplicações de recursos, como amortizações de empréstimos e financiamentos.

GERAÇÃO TOTAL DE RECURSOS FINANCEIROS = Resultado +


Depreciações/Amortizações/Exaustões + – Equivalência Patrimonial – Dividendos e
Lucros Pagos

Uma variante do indicador anterior. Reflete qual o montante gerado de recursos de


caixa, no período.

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ANÁLISE VERTICAL

Chama-se “análise vertical” ao comparativo, em %, de cada grupo de contas em relação


ao total do mesmo grupo.

Tal análise é interessante porque demonstra como está representada a participação dos
recursos ou aplicações da empresa, como também, no caso da análise vertical dos
resultados, a expressividade de cada grupo de contas de custos e despesas em relação ás
vendas.
ANÁLISE HORIZONTAL

A análise vertical compara a evolução dos grupos de contas em períodos de tempos.

Para minimizar os efeitos da inflação, os saldos dos grupos de contas do exercício


anterior são atualizados por um índice geral de preços (usualmente, utiliza-se o IGP-M
da Fundação Getúlio Vargas).

Assim, quando se comparam os grupos de contas de 2003 com os de 2002, utiliza-se


sobre estes últimos um ajuste IGP-M de 8,69% (índice anual de 2003), para que os
valores de 2002 fiquem mais próximos aos valores correntes, em R$, dos valores de
2003.

 Exemplificando:

A conta “Duplicatas a Receber” indicava um saldo, em 31.12.2002, de R$


10.000.000,00.

Para fins de comparativo de análise horizontal com a mesma conta de 31.12.2003, o


saldo de 2002 foi “corrigido” pelo IGP-M de 2003 (8,69%). Portanto, seu valor
“atualizado” será de:

R$ 10.000.000,00 x 1,0869 = R$ 10.869.000,00.

CONTROLE ORÇAMENTÁRIO

A contabilidade é peça chave na análise orçamentária, porque subsidia informações


regulares e contínuas, permitindo não só fornecer dados históricos como também revelar
se a execução do orçamento está dentro dos parâmetros inicialmente previstos.
O orçamento é uma ferramenta de gestão de qualquer entidade (seja empresa ou
entidade sem fins lucrativos ou entidade governamental), imprescindível no
acompanhamento de negócios e na tomada de decisões.

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Contabilidade Comentada © - pág. 119

Basicamente, constitui-se em projeções de receitas e despesas, por períodos que podem


ser mensais, trimestrais, etc. Mas também pode incluir fluxo de caixa, projeção
patrimonial e outros detalhamentos de interesse específico da entidade.

Esta obra procurará indicar como a contabilidade pode ser útil, tanto na fase de
elaboração do orçamento quanto no acompanhamento de sua execução.

INFORMAÇÕES INICIAIS DO ORÇAMENTO

Como já afirmado, a maioria dos orçamentos preocupa-se em antever as receitas e


despesas da entidade. Quando escreve-se despesas, leia-se todos os custos e despesas.
Qualquer orçamento, salvo os orçamentos iniciais de uma entidade (quando meras
projeções de um negócio ou atividade futura) baseia-se em dados históricos, fatos
ocorridos no passado que permitem um mínimo de previsibilidade.
Como a contabilidade é o registro histórico das operações econômicas e financeiras,
obviamente que é o principal elemento na formação de premissas orçamentárias.

O CONTROLE ORÇAMENTÁRIO

Para acompanhar a execução do orçamento, a contabilidade precisa ter um plano de


contas adequado às respectivas rubricas orçadas.
Desta forma, se o orçamento empresarial prevê que “Folha de Pagamento” envolve
desde salários até encargos sociais (INSS e FGTS), o plano de contas deve ser agrupado
de tal forme que tais contas trabalhistas sejam apresentadas, no balancete, com a
respectiva soma de tais verbas, para facilitar o acompanhamento.
O que não é saudável é que o orçamento (seja detalhado ou não) exija da contabilidade
informações que esta, por estar “simplificada”, não esteja em condições de fornecer com
rapidez e precisão.

 Exemplo

No orçamento da empresa Organizada S/A, estipulou-se que os custos de produção


iriam ser segregados em 3 grandes grupos, para acompanhamento:

 Materiais aplicados na produção


 Serviços de terceirização
 Folha de Pagamento e Gastos Gerais

Desta forma, a contabilidade precisa prever, para um correto acompanhamento, que as


contas orçadas estejam devidamente presentes no plano de contas.

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Contabilidade Comentada © - pág. 120

Se os “serviços de terceirização” compreenderem vários fornecedores com diferentes


características de sua aplicação, então o plano de contas poderia desdobrar-se como
segue (evidentemente adaptado á real necessidade de desdobramento):

SUBGRUPO: Serviços de Terceirização


Conta: Serviços de Pessoas Jurídicas aplicadas na Produção
Subcontas:
Acabamento Direto
Processamento de Embalagem
Limpeza
Manutenção

Conta: Serviços de Pessoas Físicas aplicadas na Produção


Subcontas:
Acabamento Direto
Processamento de Embalagem
Assistência e Consultoria
Manutenção

ANÁLISE NUMÉRICA

Objetivamente, a contabilidade irá propiciar uma comparação numérica entre os valores


orçados e valores efetivos (ocorridos).

Esta afirmativa não significa que a participação da contabilidade restringe-se a tal


comparativo, mas esta será esta sua finalidade principal.

Uma execução orçamentária nunca deveria ser uma mera comparação numérica. Mas, a
partir desta comparação há uma base para análise visando correção dos rumos ou se
perseguir outros objetivos orçamentários.

Então, no fechamento do balancete mensal, se transpõe, lado a lado, os números das


contas contábeis com os orçados, registrando-se numa terceira coluna a variação (para
mais ou para menos), ocorrida.

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Contabilidade Comentada © - pág. 121

 Exemplo

Cia. ABCD – R$ no período de 01.01 a 31.03.2004


Conta Valor Orçado Valor Ocorrido Variação
Manutenção 50.000,00 65.500,00 15.500,00
Consultoria 15.000,00 10.200,00 (4.800,00)
Publicidade 125.000,00 135.000,00 10.000,00
SOMA 190.000,00 210.700,00 20.700,00

Neste exemplo, a conta “Manutenção” teve um desembolso de R$ 15.500,00 superior ao


valor orçado. Como veremos mais adiante, as causas destas variações são muitas, entre
as quais, inflação, erro de orçamento, erro de contabilização, gasto excessivo (ou
insuficiente), etc.

A comparação numérica é válida (e até imprescindível) para visualizar como “anda” o


controle orçamentário. Uma variação excessiva nas contas (gasto maior que o previsto),
pode indicar um descontrole orçamentário sério, prevenindo o gestor para que este
“puxe o freio” para que não comprometa todo o esforço de um período planejado.

DECISÕES GERENCIAIS
Uma área que a contabilidade é extremamente útil é a tomada de decisões gerenciais.
Isto porque o suporte histórico de dados permite fazer comparações, projeções e
análises – facilitando a tomada de decisões.
Obviamente, nenhuma decisão gerencial será tomada, isoladamente, apurando-se
somente dados contábeis.
Mas o embasamento contábil permite que as opções sejam estudadas sobre uma
realidade já ocorrida – fundamentada em atos já praticados, e que podem se repetir sob
determinadas circunstâncias.

PREÇOS DE VENDA
Os vários componentes formadores da decisão sobre preços de venda são oriundos, em
sua maioria, de informações contábeis.
O custo básico do produto ou serviço (vide tópico “Custos Padrões” na presente obra) é
determinado por valores contábeis, devidamente ajustados ás variações de preços que
garantam a reposição de tais custos.
Mas deve-se acrescer ao custo padrão, para formação do preço de venda, outros
componentes, como:
1. Margem de Lucro
2. Despesas Financeiras de Capital de Giro
3. Comissões e Tributos sobre Vendas
4. Outras Despesas Operacionais (como administração)

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5. Inadimplência histórica
6. Royalties, Marcas e Patentes
7. Outras Despesas Variáveis sobre Vendas (como Assistência Técnica, Fretes e
Seguros).

A fórmula básica na fixação do preço de venda será:

PV = C + L + D
Onde:
PV = Preço de Venda
C = Custo Padrão de Reposição
L = Lucro
D = Outras Despesas sobre Vendas e Operações
Esta é uma abordagem clássica na fixação do preço de venda. Entretanto, se
considerarmos que o preço de venda é determinado pelo montante que o mercado deseja
pagar, teremos, ao invés de fixar o preço, determinar se o montante do lucro nesta faixa
de preço é adequado na operação do negócio, da seguinte forma:

L = PVm – C – D

Onde:
L = Lucro
PVm = Preço de Venda, fixado pelo Mercado Consumidor
C = Custo Padrão de Reposição
D = Outras Despesas sobre Vendas e Operações
Vamos, então, trabalhar com as duas variáveis, a forma “clássica” de fixação de preços,
e a forma “mercadológica” (onde quem dita o preço de venda é o mercado, e não o
fornecedor dos produtos ou serviços).

A MANEIRA CLÁSSICA DE FORMAÇÃO DE PREÇOS


Num mercado onde há possibilidade de o fornecedor ditar os preços, as decisões sobre
tais valores tornam-se mais simples, pois basta a aritmética para determinar os mesmos.

 Exemplo
A Cia. Urbana, concessionária de serviço municipal de transporte coletivo, reajusta
anualmente seus preços, com base em planilha de custos de reposição, apresentando a
tabela ao órgão controlador municipal para aprovação.
Seu custo de reposição é de R$ 1,20 por passageiro transportado.

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Contabilidade Comentada © - pág. 123

Sobre o preço da passagem, incidem tributos (PIS, COFINS, ISS, IRPJ e CSLL Lucro
Presumido) de 11,73%.
Seu lucro esperado é de 25% sobre o preço.
A composição sobre o preço da passagem ficará como segue:
Pp = C + L + D
Onde:
Pp = Preço da Passagem
C = Custo de reposição (R$ 1,20) por passageiro
L = Lucro (25% sobre Pp)
D = Despesas Variáveis (Tributos de 11,73% sobre Pp)
Então:
Pp = R$ 1,20 + 11,73%Pp + 25% Pp
Pp – 11,73%Pp – 25% Pp = R$ 1,20
63,27%Pp = R$ 1,20
Pp = R$ 1,20/0,6327
Pp = 1,90
Vamos conferir a decomposição do preço da passagem:

Componente Valor R$ % Preço


Preço Passagem 1,90 100,0%
Custo 1,20 63,2%
Tributos 0,22 11,73%
Lucro 0,48 25%

A AVALIAÇÃO DO PREÇO QUANDO DITADO PELO MERCADO


A decisão de competir com a utilização de preços ditados pelo mercado torna
imprescindível conhecer detalhadamente os componentes de custos, para determinar
qual o montante de lucro (se houver) correspondente àquele preço mercadológico.
Numa eventual “guerra de preços”, o gestor poderá decidir se entrará na mesma, ou se
manterá com seus preços fixos, podendo perder mercados e clientes.
No curto prazo, a declinação das margens de lucro pode ser proveitosa, mas a médio e
longo prazo, podem comprometer a gestão do negócio.
Vamos deixar a teoria de lado e aplicar exemplos.
Determinada empresa Competitiva S/A têm uma linha de produtos ao preço médio de
R$ 5,00 (preço de mercado). Decompondo tal preço médio, obtém:
Componente Valor R$ % Preço
Preço 5,00 100,0%
Custo 2,80 56,0%

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Contabilidade Comentada © - pág. 124

Tributos 1,28 25,7%


Comissões 0,25 5,0%
Despesas Financeiras 0,08 1,5%
Inadimplência/Devoluções 0,05 1,0%
Lucro 0,54 10,9%

Recentemente, a Cia. Concorrente lançou uma linha de produtos similar á Competitiva


S/A, com a diferença que seu preço de venda médio é de R$ 4,90. O analista contábil da
Competitiva S/A foi chamado a dar sua opinião sobre a possibilidade de se reduzirem os
preços médios, visando preservar a fatia de mercado.
O volume de vendas anual dos produtos da linha ora em questão é de 5.000.000
unidades.
Então teremos:
Componente/R$ Valor UNITÁRIO R$ % Preço Valor Atual Valor Reduzido Variação
Vendas 5,00/4,90 25.000.000,00 24.500.000,00 (500.000,00)
Custo 2,80 14.000.000,00 14.000.000,00 -
Tributos Variável 25,7% 6.412.500,00 6.284.250,00 128.250,00
Comissões Variável 5,0% 1.250.000,00 1.225.000,00 25.000,00
Desp.Financeiras Variável 1,5% 375.000,00 367.500,00 7.500,00
Inadimplência/Devoluções Variável 1,0% 250.000,00 245.000,00 5.000,00
Lucro 0,54 10,9% 2.712.500,00 2.378.250,00 (334.250,00)

Conclusão: a redução dos preços médios da linha especificada de R$ 5,00 para R$ 4,90
irá custar, anualmente, pelo menos R$ 334.250,00 á Competitiva S/A.

A CONTABILDADE E O BALANÇO SOCIAL

Num mundo globalizado, os grupos sociais de pressão estão mais organizados e


atuantes em defesa dos interesses da sociedade e do meio ambiente. Obviamente, isto
influencia os consumidores, os quais tendem a adquirir, cada vez mais, produtos e
serviços cujas entidades produtoras respeitem normas de proteção ao trabalho, do meio-
ambiente e contribuíam com a sociedade como um todo.

Com base nos resultados e indicadores de desempenho apresentados no Balanço Social,


a organização pode planejar e executar um conjunto de atividades que resultem em
benefícios para os empregados, para a comunidade, para o meio ambiente e para si
própria.

A gestão dos indicadores sociais poderá propiciar à entidade os seguintes benefícios:

1. aumento de produtividade dos seus empregados;


2. fortalecimento da sua imagem institucional (marketing social);
3. aumento das sua fatia de participação no mercado.

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Contabilidade Comentada © - pág. 125

Balanço Social é um conjunto de informações demonstrando atividades de uma


entidade privada com a sociedade que a ela está diretamente relacionada, com objetivo
de divulgar sua gestão econômico-social, e sobre o seu relacionamento com a
comunidade, apresentando o resultado de sua responsabilidade social.

INFORMAÇÕES DE NATUREZA SOCIAL E AMBIENTAL – OBRIGATÓRIAS


A PARTIR DE 01.01.2006

O Conselho Federal de Contabilidade aprovou a NBC T 15 - Informações de Natureza


Social e Ambiental, a qual disciplina os temas abaixo mencionados.

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE NBC T 15 - INFORMAÇÕES DE


NATUREZA SOCIAL E AMBIENTAL

Informações de natureza social e ambiental, com o objetivo de demonstrar à sociedade a


participação e a responsabilidade social da entidade, da seguinte forma:
a) a geração e a distribuição de riqueza;
b) os recursos humanos;
c) a interação da entidade com o ambiente externo;
d) a interação com o meio ambiente.

15.1.3 - A Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental, ora


instituída, quando elaborada deve evidenciar os dados e as informações de natureza
social e ambiental da entidade, extraídos ou não da contabilidade, de acordo com os
procedimentos determinados por esta norma.

As informações de natureza social e ambiental devem ser efetuadas como informação


complementar às demonstrações contábeis, não se confundindo com as notas
explicativas.

Informações a serem divulgadas:

Geração e Distribuição de Riqueza

A riqueza gerada e distribuída pela entidade deve ser apresentada conforme a


Demonstração do Valor Adicionado, definida na NBC T 3.

Recursos Humanos

Devem constar dados referentes à remuneração, benefícios concedidos, composição do


corpo funcional e as contingências e os passivos trabalhistas da entidade.

Quanto à remuneração e benefícios concedidos aos empregados, administradores,


terceirizados e autônomos, devem constar:

a) remuneração bruta segregada por empregados, administradores, terceirizados e


autônomos;
b) relação entre a maior e a menor remuneração da entidade, considerando os
empregados e os administradores;
c) gastos com encargos sociais;

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Contabilidade Comentada © - pág. 126

d) gastos com alimentação;


e) gastos com transporte;
f) gastos com previdência privada;
g) gastos com saúde;
h) gastos com segurança e medicina do trabalho;
i) gastos com educação (excluídos os de educação ambiental);
j) gastos com cultura;
k) gastos com capacitação e desenvolvimento profissional;
l) gastos com creches ou auxílio-creche;
m) participações nos lucros ou resultados.

Estas informações devem ser expressas monetariamente pelo valor total do gasto com
cada item e a quantidade de empregados, autônomos, terceirizados e administradores
beneficiados.

Nas informações relativas à composição dos recursos humanos, devem ser


evidenciados:

a) total de empregados no final do exercício;


b) total de admissões;
c) total de demissões;
d) total de estagiários no final do exercício;
e) total de empregados portadores de necessidades especiais no final do exercício;
f) total de prestadores de serviços terceirizados no final do exercício;
g) total de empregados por sexo;
h) total de empregados por faixa etária, nos seguintes intervalos:
 menores de 18 anos
 de 18 a 35 anos
 de 36 a 60 anos
 acima de 60 anos
i) total de empregados por nível de escolaridade, segregados por:
j) analfabetos
k) com ensino fundamental
l) com ensino médio
m) com ensino técnico
n) com ensino superior
o) pós-graduados
p) percentual de ocupantes de cargos de chefia, por sexo.

Nas informações relativas às ações trabalhistas movidas pelos empregados contra a


entidade, devem ser evidenciados:

a) número de processos trabalhistas movidos contra a entidade;


b) número de processos trabalhistas julgados procedentes;
c) número de processos trabalhistas julgados improcedentes;
d) valor total de indenizações e multas pagas por determinação da justiça.

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Interação da Entidade com o Ambiente Externo

Nas informações relativas à interação da entidade com o ambiente externo, devem


constar dados sobre o relacionamento com a comunidade na qual a entidade está
inserida, com os clientes e com os fornecedores, inclusive incentivos decorrentes dessa
interação.

Nas informações relativas à interação com a comunidade, devem ser evidenciados os


totais dos investimentos em:

a) educação, exceto a de caráter ambiental;


b) cultura;
c) saúde e saneamento;
d) esporte e lazer, não considerados os patrocínios com finalidade publicitária;
e) alimentação.

Nas informações relativas à interação com os clientes, devem ser evidenciados:

a) número de reclamações recebidas diretamente na entidade;


b) número de reclamações recebidas por meio dos órgãos de proteção e defesa do
consumidor;
c) número de reclamações recebidas por meio da Justiça;
d) número das reclamações atendidas em cada instância arrolada;
e) montante de multas e indenizações a clientes, determinadas por órgãos de proteção e
defesa do consumidor ou pela Justiça;
f) ações empreendidas pela entidade para sanar ou minimizar as causas das
reclamações.

Nas informações relativas aos fornecedores, a entidade deve informar se utiliza critérios
de responsabilidade social para a seleção de seus fornecedores.

Nas informações relativas à interação da entidade com o meio ambiente, devem ser
evidenciados:

a) investimentos e gastos com manutenção nos processos operacionais para a melhoria


do meio ambiente;
b) investimentos e gastos com a preservação e/ou recuperação de ambientes
degradados;
c) investimentos e gastos com a educação ambiental para empregados, terceirizados,
autônomos e administradores da entidade;
d) investimentos e gastos com educação ambiental para a comunidade;
e) investimentos e gastos com outros projetos ambientais;
f) quantidade de processos ambientais, administrativos e judiciais movidos contra a
entidade;
g) valor das multas e das indenizações relativas à matéria ambiental, determinadas
administrativa e/ou judicialmente;
h) passivos e contingências ambientais.

As informações contábeis, contidas na Demonstração de Informações de Natureza


Social e Ambiental, são de responsabilidade técnica de contabilista registrado em

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Contabilidade Comentada © - pág. 128

Conselho Regional de Contabilidade, devendo ser indicadas aquelas cujos dados foram
extraídos de fontes não-contábeis, evidenciando o critério e o controle utilizados para
garantir a integridade da informação. A responsabilidade por informações não-contábeis
pode ser compartilhada com especialistas.

A Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental deve ser objeto de


revisão por auditor independente, e ser publicada com o relatório deste, quando a
entidade for submetida a esse procedimento.

CONTABILIDADE AMBIENTAL

Contabilidade ambiental é o registro do patrimônio ambiental (bens, direitos e


obrigações ambientais) de determinada entidade, e suas respectivas mutações -
expressos monetariamente.

Seu objetivo é propiciar informações regulares aos usuários internos e externos acerca
dos eventos ambientais que causaram modificações na situação patrimonial da
respectiva entidade, quantificado em moeda.

EVENTOS AMBIENTAIS

Pode-se definir evento ambiental – sob a ótica contábil – como qualquer interação da
entidade com o meio-ambiente que gere conseqüências econômicas presentes ou
futuras, tendo em vista as normas regulamentadoras ou de responsabilidade social a que
referida entidade está sujeita.

Como exemplos de eventos ambientais, nesta definição, temos:

 A aplicação de recursos para pesquisa tecnológica, visando a redução da emissão de


resíduos.
 O treinamento de pessoal visando a adequação de métodos de produção às leis
ambientais vigentes.
 A aquisição de serviços de consultoria para aplicação de novos projetos ecológicos.
 A obtenção de receitas em decorrência da recuperação de materiais, que antes eram
descartados na natureza.

UTILIZAÇÃO DA CONTABILIDADE AMBIENTAL

Em decorrência da crescente escassez de recursos naturais e da degradação da natureza,


em todo o mundo acirrou-se o debate econômico, político e social sobre tais situações e
as medidas necessárias à reversão deste cenário. Daí a necessidade de se conhecer o
problema não somente sob seus aspectos mais amplos – mas também específicos: boa
parte da degradação ambiental é decorrência dos próprios entes de produção de bens e
serviços – o chamado “progresso a todo custo”.

Como não é possível (nem desejável) reverter o progresso, pois os sistemas econômicos
necessitam atender à demanda de bilhões de pessoas do planeta terra – há de se
encontrar respostas às tais questões mediante um amplo e contínuo trabalho de aferição
dos eventos ambientais por todos agentes (governo, entidades privadas e ONG`s) – daí a

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contabilidade, como ciência, tem a vantagem de oferecer meios de aferição econômica


de tais políticas.

A utilização irresponsável de meios naturais para a produção de bens e serviços, além


dos danos ambientais óbvios, tende a gerar para a entidade que o provocou o repúdio da
sociedade e dos consumidores. Economicamente, a gestão ambiental não precisa ser
encarada como “um custo a mais”, mas uma ótima oportunidade de demonstrar a
responsabilidade social e melhorar a imagem mercadológica – e por conseguinte – gerar
um saudável ciclo de lucros sustentáveis a médio e longo prazo.

Para a tomada de decisões e avaliação regular de tais políticas ambientais, a


contabilidade é imprescindível, pois gera informações relevantes aos administradores de
qualquer entidade.

Poderíamos sintetizar as seguintes vantagens da utilização da contabilidade ambiental:

 identificar e alocar custos ambientais, de maneira que as decisões de investimentos


estejam baseadas em custos e benefícios adequadamente medidos;
 permite aferir, economicamente, as reduções de gastos com água, energia e outros
recursos, renováveis ou não;
 gera informações e demonstrativos sobre a eficácia e viabilidade econômica das
ações ambientais;
 a publicação do balanço ambiental gera transparência da gestão e uma potencial
melhoria de imagem da entidade produtora perante o público;
 a contínua correção das ações ambientais, em decorrência da utilização de dados
físicos-contábeis, contribui para a sociedade como um todo – pois haverá redução
do nível de agressão à natureza na elaboração de produtos e serviços indispensáveis.

APLICAÇÃO PRÁTICA DOS PRINCÍPIOS

Seguem-se alguns exemplos de aplicação prática dos princípios fundamentais de


contabilidade aos eventos ambientais:

1. Exploração do Meio-Ambiente, cuja degradação ocorre ao longo de determinado


período de concessão pelas autoridades públicas: neste caso, deve-se contabilizar os
custos previstos de renovação exigidos no ato de concessão, não somente ao término
do período exploratório, mas durante todo este período, atendendo assim ao regime
de competência.
2. Quando, por pressão do próprio mercado, os produtos e serviços que gerem danos
ambientais sofrerem solução de continuidade, tendo sua produção temporária ou
permanentemente suspensos – então há necessidade imediata de avaliação das
mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas, em decorrência desta
circunstância. É a aplicação do princípio da continuidade.
3. Aplicação de pesquisas e tecnologias para conservação e reparação do meio
ambiente. Tais desembolsos devem ser registrados em conta do Ativo Diferido, até
que seja decidido a utilização ou abandono de tais pesquisas e tecnologias. Na
hipótese de abandono, debita-se imediatamente o resultado do exercício, e, decidido
a utilização, faz-se a amortização dos valores ativados em conformidade com o
período previsto de utilização da mesma. É a aplicação do princípio da
oportunidade.

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VÍNCULO CONTÁBIL

A escrituração registra fatos e, para atender aos usuários quanto ao patrimônio


ambiental, precisa segregar informações de natureza ambiental das demais informações
gerais da entidade, bem como sua correta classificação e avaliação contábil.

Os efeitos da interação de uma entidade com o meio ambiente podem ser identificados
por elementos contábeis, tais como:

 estoques de insumos destinados ao tratamento de efluentes e resíduos, resultantes do


processo produtivo;
 inversões de capital para aquisição de tecnologias anti-poluentes (patentes,
máquinas, equipamentos, instalações);
 obrigações assumidas pela entidade para recuperação de áreas degradadas (solo, ar,
águas), para pagamento de penalidades ou multas decorrentes de infrações à
legislação ambiental;
 reservas para contingências constituídas a partir da forte probabilidade de ocorrência
de perdas patrimoniais provocadas por eventos de natureza ambiental;
 montante de custos e despesas incorridos em prol da contenção/eliminação dos
níveis de poluição e/ou controles correspondentes.

O Balanço Patrimonial, que reflete a situação econômico-financeira das empresas, ou


mais precisamente seus bens, direitos e obrigações, em sua função ambiental, deve
discriminar bens e direitos - aplicações de recursos, cujo objetivo básico esteja
relacionado a proteção, recuperação e restauração ambiental.

Este registro compreende, entre outros, os investimentos em estoques de insumos


preventivos aos efeitos poluentes; bens de longa duração, que serão utilizados no
processo de contenção/eliminação da poluição; passivos relacionados ao meio-
ambiente; capitais e reservas destinados a cobertura de operações ambientais e efeitos
da gestão ambiental na redução de consumo de materiais e recursos naturais não
renováveis, como água e energia.

Tais informações traduziriam a contribuição prática da contabilidade no sentido de


melhorar a qualidade ambiental do planeta e, por conseguinte, demonstrar a
responsabilidade social do contabilista.

ATIVO AMBIENTAL

Considera-se ativo ambiental todos os bens e direitos destinados ou provenientes da


atividade de gerenciamento ambiental.

De acordo com o IBRACON - NPA 11 - compõem os ativos ambientais:

"o imobilizado no que se refere aos equipamentos adquiridos, visando a eliminação ou


redução de agentes poluentes, com vida útil superior a um ano; e os gastos com
pesquisas e desenvolvimento de tecnologias a médio e longo prazos, constituindo, a
rigor, valores integrantes do ativo diferido (se envolverem benefícios e ação que se
reflitam por exercícios futuros).

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Contabilidade Comentada © - pág. 131

Também integram o ativo ambiental, os estoque, quando relacionados com insumos do


processo de eliminação dos níveis de poluição; componentes representados por
empregos e impostos gerados; e obras de infra-estrutura local, escolas, creches, áreas
verdes e ajardinadas, que busquem o desenvolvimento e a valorização da região e que,
eliminando o passivo ambiental, a empresa produz ativos no local.

Os ativos ambientais podem estar na forma de capital de giro ou capital fixo.

ATIVOS EM GIRO

O capital de giro – também chamado capital circulante - é o valor despendido para a


execução da atividade-fim econômica da empresa, sendo constituído por:

1. Disponibilidades;
2. Bens e Direitos realizáveis a curto e longo prazo.

Exemplos de ativos ambientais de giro:

a) na conta disponibilidades – registro dos valores oriundos da geração de rendimentos


ambientais;
b) nos ativos realizáveis a curto e longo prazo – estoques relacionados com insumos
do sistema de gerenciamento ambiental ou com produtos reaproveitados do processo
operacional.

ATIVOS FIXOS

No capital fixo as contas ambientais podem constituir-se em:

a) Investimentos: participação societária em empresas ecologicamente responsáveis.


b) Imobilizado: bens destinados à manutenção do gerenciamento ambiental – tais
como: sistemas de controle de resíduos, filtros de ar, instalações e equipamentos da
estação de tratamento de efluentes, entre outros.
c) Diferido: dispêndios ocorridos em desenvolvimento e obtenção de tecnologias de
produção e gerenciamento que beneficiarão exercícios futuros, como os estudos e
planos de implantação de gerenciamento ambiental (normas ISO 14000).

PASSIVO AMBIENTAL

O passivo ambiental compreende toda obrigação contraída voluntária ou


involuntariamente destinada a aplicação em ações de controle, preservação e
recuperação do meio ambiente, originando, como contrapartida, um ativo ou custo
ambiental.

O IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – conceitua o passivo


ambiental como:

"... toda a agressão que se pratica ou praticou contra o meio ambiente. Consiste no valor
dos investimentos necessários para reabilitá-lo, bem como multas e indenizações em
potencial. Uma empresa tem passivo ambiental quando ela agride de algum modo ou

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Contabilidade Comentada © - pág. 132

ação o meio ambiente e não dispõe de nenhum projeto para sua recuperação aprovado
oficialmente ou de sua própria decisão." (Norma e Procedimento de Auditoria NPA 11)

Um passivo ambiental origina-se quando uma entidade, em decorrência de suas


operações, fica sujeita à obrigações legais ou reparatórias, em função do uso do meio
ambiente (água, solo, ar) ou a geração de resíduos tóxicos.

O passivo ambiental, como qualquer passivo, constitui-se em capital de terceiros e


capital próprio, caracterizados como origens de recursos da entidade.

 Exemplos de origens:

INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS – empréstimos de bancos para aplicação na gestão


ambiental.
FORNECEDORES – compra de equipamentos e insumos para o controle ambiental.
OBRIGAÇÕES SOCIAIS E TRABALHISTAS – remuneração de mão de obra
especializada em gestão ambiental e seus respectivos encargos sociais (INSS, FGTS) e
trabalhistas (Férias, 13º Salário, etc.).
OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS – tributos incidentes sobre operações de vendas de
bens ou serviços na gestão do meio ambiente, bem como multas decorrentes de
infrações ambientais.
ACIONISTAS – aumento do capital ou retenção de reservas com destinação específica
para investimentos em meio ambiente ou para pagamento de um passivo ambiental.
SOCIEDADE – indenizações e contingências ambientais.

Quanto à mensuração dos passivos, a ONU (2001:11) determina que “quando existir
dificuldades para estimar o valor de um passivo ambiental, deve-se indicar a melhor
estimativa possível. Nas notas explicativas devem ser divulgadas as informações sobre
o método utilizado para elaborar esta estimativa”.

Muitas entidades não registram, tampouco evidenciam seus passivos ambientais, dada a
impossibilidade de mensuração financeira, total ou parcialmente.

Para estes casos, é imprescindível que sejam divulgados, através de notas explicativas,
os motivos que impediram a entidade de realizar uma estimativa de valor e contabilizar
a obrigação, mas não se eximindo da responsabilidade de evidenciação de sua real
situação patrimonial.

A CONTABILIDADE E O TERCEIRO SETOR

DEFINIÇÃO DE TERCEIRO SETOR

Chama-se “terceiro setor” as organizações não governamentais (sigla ONG), que não
têm finalidade de lucro, mas congregam objetivos sociais, filantrópicos, culturais,
recreativos, religiosos, artísticos.

O primeiro setor é o governo, que é responsável pelas questões sociais. O segundo setor
é o privado, responsável pelas questões individuais, tendo objetivo primordial o lucro.

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Contabilidade Comentada © - pág. 133

O terceiro setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e não governamentais
que têm como objetivo gerar serviços de caráter público.

TIPOS DE ENTIDADES

Destacam-se os seguintes tipos de entidades do terceiro setor no Brasil:

ASSOCIAÇÕES

As Associações estão disciplinadas nos artigos 51 a 63 na Lei 10.406/2002 – Novo


Código Civil.

Associações são pessoas jurídicas formadas pela união de pessoas que se organizam
para a realização de atividades não-econômicas, ou seja, sem finalidades lucrativas.
Nessas entidades, o fator preponderante são as pessoas que as compõem.

As associações, de acordo com a sua finalidade, podem ser classificadas em 3 grupos


principais:

1) Aquelas que têm por fim o interesse pessoal dos próprios associados, sem objetivo
de lucro, como as sociedades recreativas ou literárias.
2) As que têm objeto principal a realização de uma obra estranha ao interesse pessoal
dos associados, e que fique sob a dependência da associação ou se torne dela
autônoma, por exemplo, as associações beneficentes. Embora seus associados
possam visar interesse pessoal, sua finalidade primordial é a de prover uma obra de
caridade em benefício de terceiros.
3) As associações que têm por finalidade principal ficarem subordinadas a uma obra
dirigida autonomamente por terceiras pessoas.

FUNDAÇÕES

Fundações são entes jurídicos que têm como fator preponderante o patrimônio. Este
ganha personalidade jurídica e deverá ser administrado de modo a atingir o
cumprimento das finalidades estipuladas pelo seu instituidor. Estão disciplinadas pelos
artigos 62 a 69 da Lei 10.406/2002;

A partir da vigência do Código Civil de 2002, somente podem ser constituídas


fundações para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência (parágrafo único do
art. 62 – Lei 10406/2002).

O fator primordial da fundação é o patrimônio, sendo que este deve ser formado por
bens livres, ou seja, legalmente disponíveis ou desonerados. Deverá ainda ser suficiente
para a manutenção da entidade e desenvolvimento de suas finalidades estatutárias.
Quando o patrimônio for insuficiente para a constituição da fundação, este será
incorporado a outra fundação com finalidades estatutárias iguais ou semelhantes, a
não ser que o instituidor tenha disposto de outra forma no ato de instituição (escritura
pública ou testamento).

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Contabilidade Comentada © - pág. 134

COOPERATIVAS SOCIAIS

A Lei 9.867 de 10/11/1999 dispõe sobre a criação e o funcionamento de Cooperativas


Sociais, constituídas com a finalidade de inserir as pessoas em desvantagem no mercado
econômico, por meio do trabalho, fundamentadas no interesse geral da comunidade em
promover a pessoa humana e a integração social dos cidadãos.

Incluem-se entre as atividades das Cooperativas Sociais:

1. A organização e gestão de serviços sóciossanitários e educativos;


2. O desenvolvimento de atividades agrícolas, industriais, comerciais e de serviços.

Na denominação e razão social das entidades é obrigatório o uso da expressão


“Cooperativa Social”, aplicando-se-lhes todas as normas relativas ao setor em que
operarem.

Consideram-se pessoas em desvantagem, para os efeitos da Lei 9.867/99:

I. os deficientes físicos e sensoriais;


II. os deficientes psíquicos e mentais, as pessoas dependentes de acompanhamento
psiquiátrico permanente, e os egressos de hospitais psiquiátricos;
III. os dependentes químicos;
IV. os egressos de prisões;
V. os condenados á penas alternativas á detenção;
VI. Os adolescentes em idade adequada ao trabalho e situação familiar difícil do ponto
de vista econômico, social ou afetivo.

As cooperativas sociais organizarão seu trabalho especialmente no que diz respeito á


instalações, horários e jornadas, de maneira a levar em conta e minimizar as
dificuldades gerais e individuais das pessoas em desvantagem que nelas trabalharem, e
desenvolverão e executarão programas especiais de treinamento com o objetivo de
aumentar-lhes a produtividade e a independência econômica e social.

A condição de pessoa em desvantagem deve ser atestada por documentação proveniente


de órgãos da administração pública, ressalvando-se o direito á privacidade.

O estatuto da Cooperativa Social poderá prever uma ou mais categorias de sócios


voluntários, que lhe prestem serviços gratuitamente, e não estejam incluídos na
definição de pessoas em desvantagem.

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

São qualificáveis como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem
fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à
saúde, atendidos aos requisitos previstos na Lei 9.637/1998.

As entidades qualificadas como organizações sociais são declaradas como entidades de


interesse social e utilidade pública, para todos os efeitos legais.

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Contabilidade Comentada © - pág. 135

Às organizações sociais poderão ser destinados recursos orçamentários e bens públicos


necessários ao cumprimento do contrato de gestão.

ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO - OSCIP

A Lei 9.790/1999, regulamentada pelo Decreto 3.100/1999, qualifica as OSCIP, no


universo do Terceiro Setor, em organizações que efetivamente têm finalidade pública,
impondo condições para tal reconhecimento.

A qualificação de OSCIP acolhe e reconhece legalmente as organizações da sociedade


civil cuja atuação se dá no espaço público não estatal.

Para efetuar a transferência de recursos públicos para as organizações da sociedade


civil, a legislação anterior à Lei 9.790/99 adota os convênios como principal forma de
operacionalização, sendo obrigatório o registro no Conselho Nacional de Assistência
Social - CNAS. Outra alternativa são os contratos, que devem obedecer às
determinações da Lei 8.666, de 21 de junho de 1993 (Lei das Licitações).

A Lei 9.790/1999 criou o Termo de Parceria - novo instrumento jurídico de fomento e


gestão das relações de parceria entre as OSCIP e o Estado, com o objetivo de imprimir
maior agilidade gerencial aos projetos e realizar o controle pelos resultados, com
garantias de que os recursos estatais sejam utilizados de acordo com os fins públicos. O
Termo de Parceria possibilita a escolha do parceiro mais adequado do ponto de vista
técnico e mais desejável dos pontos de vista social e econômico, além de favorecer a
publicidade e a transparência.
A Lei 9.790/1999 traz uma novidade importante: pela primeira vez, o Estado reconhece
a existência de uma esfera pública em emersão, que é pública não pela sua origem, mas
pela sua finalidade, ou seja, é pública mesmo não sendo estatal.

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE APLICÁVEIS AO TERCEIRO


SETOR

As entidades sem finalidade de lucro são aquelas em que o resultado positivo não é
destinado aos detentores do patrimônio líquido e o lucro ou prejuízo são denominados,
respectivamente, de superávit ou déficit (NBC T 10.19.1.3).

Tais entidades, mesmo aquelas que tenham sede no exterior, mas que atuem no Brasil,
devem seguir as normas contábeis brasileiras.

Dentre tais normas, encontram-se, especificamente:

NBC T 10 – Aspectos Contábeis de Entidades Diversas:


NBC T 10.4 – Fundações
NBC T 10.16 – Entidades que Recebem Subvenções, Contribuições, Auxílios e
Doações
NBC T 10.18 - Entidades Sindicais e Associações de Classe
NBC T 10.19 – Entidades sem Fins Lucrativos

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Contabilidade Comentada © - pág. 136

As Normas citadas reconhecem que essas entidades são diferentes das demais e
recomendam a adoção de terminologias específicas para as contas de Lucros ou
Prejuízos, Capital e para a denominação da Demonstração do Resultado, com a
finalidade de adequação dessas terminologias ao contexto das referidas entidades.

AUDITORIA NAS EMPRESAS


AUDITORIA
A auditoria é o exame de demonstrações e registros administrativos. O auditor observa a
exatidão, integridade e autenticidade de tais demonstrações, registros e documentos.
(Arthur W. Holmes, Auditing, principles and procedure, 1956)
Outro conceito de auditoria de William H. Bell e Raph S. Johns – 1942:

 Para verificação geral – até onde possível – das contas de uma empresa, para
determinar sua posição financeira, o resultado de suas operações e a probidade de
seus administradores, com o fim de comunicar o resultado do exame aos
proprietários, acionistas, gerentes, conselheiros, bolsas e outros órgãos oficiais,
síndicos atuais ou prováveis arrendatários, futuros interventores ou compradores,
juntas de credores, agências mercantis, hipotecários ou quaisquer outros
interessados.
 Para determinar se houve prestação justa de contas de um patrimônio e se os
negócios foram convenientemente administrados, para satisfação do público, aos
doadores, etc., como no caso de entidades públicas, beneficentes, religiosas ou
educacionais.
 Para fixar os lucros ou prejuízos de um negócio, para comunicação aos interessados.
 Pata determinar custos, inventários, perdas por sinistros e demais casos especiais.
 Para descobrir fraudes.
 Para averiguar a dimensão da fraude descoberta.
 Para impedir fraudes.

AUDITORIA INDEPENDENTE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Um dos grandes benefícios que a auditoria traz, além de verificar a exatidão das
demonstrações contábeis, é que o auditor divide a responsabilidade com o contador,
administrador ou sócios da empresa, com relação aos números que estão refletidos no
balanço. (divide mas não exclui a responsabilidade).

A auditoria independente das demonstrações contábeis constitui o conjunto de


procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a adequação
com que estas representam a posição patrimonial e financeira, o resultado das
operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos da
entidade auditada, consoante as Normas Brasileiras de Contabilidade e a legislação
específica no que for pertinente.

As Normas de Auditoria Independente definem que o auditor deve obter evidências ou


provas suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião sobre as demonstrações
contábeis auditadas, abrangendo os seguintes aspectos:

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Contabilidade Comentada © - pág. 137

 Se as demonstrações contábeis foram preparadas de acordo com práticas contábeis


adequadas e condizentes com os Princípios Fundamentais de Contabilidade.
 Se as demonstrações contábeis atendem aos principais requisitos legais,
regulamentares e societários.
 Se o conjunto das informações apresentadas pelas demonstrações

A RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL

O parecer dos auditores independentes é o documento mediante o qual o auditor


expressa sua opinião, de forma clara e objetiva, sobre as demonstrações contábeis
quanto ao adequado atendimento, ou não, a todos os aspectos relevantes dos assuntos
acima mencionados.

AUDITORIA TRIBUTÁRIA

Tem como atribuição a adequação dos saldos contábeis, com base nos princípios,
postulados e convenções contábeis e legislação tributária, com o intuito de evitar o
pagamento indevido ou a maior de tributos, bem assim visando a economia de tributos.

A Auditoria Tributária tem como missão:

 Observar a correta contabilização de despesas gerais pelo regime de competência,


tais como: seguros, aluguel, despesas de energia elétrica, água, telefone, leasing,
combustível, despesas do dia a dia ( notas fiscais de pequenos valores pagas pelo
caixa ou fundo fixo do caixa), as quais são pagas após o encerramento do Balanço e
contabilizadas no exercício seguinte. O fato de não ser observada a Competência
tem como conseqüência o pagamento a maior de IRPJ, CSSL, PIS e COFINS em
torno de 31,25% a 41,25% sobre o valor da despesa não apropriada.
 Verificar a correta contabilização das receitas financeiras provenientes das
aplicações de renda variável que devem ser registradas apenas na data do resgate em
consonância ao Princípio Contábil do Conservadorismo.
 Investigar no setor de contas a receber se há duplicatas que podem ser deduzidas
como perda por inadimplência do cliente, gerando menos desembolso de IRPJ e
CSSL (24% a 34% sobre o valor das duplicatas consideradas pela legislação como
perda).
 Averiguar nas contas de adiantamentos de viagens, a fornecedores e outros se há
valores que já foram liquidados, ou pelo contrato existente entre as partes, devem
ser apropriados no resultado do exercício.
 Examinar a apropriação das despesas antecipadas.

 Questionar se as variações cambiais ativas – receitas – estão sendo lançadas no


resultado com base nos artigos 30 e 31 da IN 2.158-35/2001. Tendo como efeito a
diminuição de tributos, bem assim, a partir de 02.08.2004, por força do Decreto
5.164/2004, ficam reduzidas a zero as alíquotas do PIS e COFINS incidentes sobre
as receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de
incidência não-cumulativa das referidas contribuições.
 Investigar se a empresa está compensando os impostos pagos a maior ou indevidos,
acrescidos dos respectivos juros à taxa SELIC, como o correto procedimento de
compensação dos mesmos, via PERDCOMP ou outros mecanismos de
compensação.

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Contabilidade Comentada © - pág. 138

 Analisar a melhor opção para a valorização dos estoques da empresa: custo de


aquisição, custo padrão ou custo arbitrado conforme a legislação.
 Alertar sobre as incidências de IOF e IRRF sobre empréstimos de mútuos.
 Constatar se a empresa está utilizando corretamente as taxas de depreciação
constantes na IN 162/98 e 130/99 e investigar as possibilidades de aplicação de
taxas que visem diminuir a tributação através de laudos técnicos, turnos contínuos,
depreciação de bens adquiridos usados e taxas de depreciação acelerada incentivada
(via Lalur).
 Estudar a correta aplicação das taxas de amortização do Ativo Diferido.
 Investigar se as contas de fornecedores estão contabilizadas pelo regime de
competência, com base nos contratos ou notas fiscais, bem assim os referidos
encargos por atraso. Isto significa economia de 31,25 a 41,25% sobre os valores não
lançados.
 Conferir através de extratos, contratos, planilhas e outros controles se a empresa está
apropriando os juros e atualizações monetárias sobre empréstimos e financiamentos
bancários a curto e a longo prazo. Esse procedimento representa economia de 24% a
34% sobre os valores não contabilizados a título de juros e atualizações monetárias.
 Averiguar se os tributos – valor principal + multas + juros, mesmos que não pagos
estão sendo lançados em contas de resultado - despesas. Muitas vezes, os juros e
multas e os próprios tributos em atraso são contabilizados apenas na ocasião do
pagamento, a conseqüência é que a empresa paga IRPJ e CSSL sobre tributos não
contabilizados como despesa pelo regime de competência.
 Verificar a correta contabilização em contas de resultado dos tributos parcelados.
 Investigar se outras contas a pagar na data do Balanço não estão contabilizadas e
apropriá-las. Tais como: seguros a pagar, leasing a pagar, aluguel a pagar, comissões
a pagar a representantes comerciais (as líquidas e certas – cuja duplicata já foi
recebida do cliente), etc.
 Atentar à correta contabilização dos Consórcios na data de sua contemplação. O
efeito produz a diminuição dos lucros, em função das despesas de administração
pagas e a pagar serem dedutíveis para IRPJ e CSLL.
 Conferir a correta contabilização das Provisões de Férias e 13º salários, as quais são
dedutíveis para IRPJ e CSSL, com os respectivos encargos: FGTS + INSS.
 Constatar outras despesas trabalhistas tais como reclamatórias, participação nos
lucros das empresas, dentre outras.
 A correta contabilização de incentivos fiscais e subvenções no Patrimônio Líquido
da empresa para evitar a tributação sobre esses valores.

 Conferir se as receitas lançadas nos livros fiscais de saída ( ISS, ICMS e IPI) estão
de acordo com a contabilidade. Em alguns casos, a receita consignada na
contabilidade é maior do que a existente nos citados livros, em função de erros
provocados pela contabilização de doações e outras notas fiscais que não se
configuram como receitas.
 Verificar contabilizações que ainda não são receitas. Exemplo: faturamento de
produtos que ainda não foram produzidos ou comprados pela empresa para a entrega
aos clientes.
 Averiguar se as vendas são efetuadas com condições suspensivas, as quais não
devem ser contabilizadas no resultado.
 Aferir a conseqüência tributária das vendas a órgãos públicos em contratos superior
a 12 meses, há a possibilidade do diferimento da tributação em função do seu
recebimento.

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Contabilidade Comentada © - pág. 139

 Verificar a correta apropriação das contas de custos e despesas, e respectiva


dedutibilidade.
 Examinar os documentos de um determinado mês quanto a consistência e averiguar
sobre:
1. Retenção do INSS das empresas tomadoras de serviço;
2. Retenção do IRRF dos serviços temporários, vigilância, engenharia,
contabilidade, auditoria, etc.;
3. Retenção do IRRF das pessoas físicas;
4. Retenção 11%, referente INSS das pessoas físicas;
5. Recolhimento do INSS patronal sobre pagamentos às pessoas físicas
(autônomos);
6. Retenção CSLL, PIS e COFINS sobre pagamentos às empresas;
7. Anotação nas notas fiscais de despesas o nome da empresa, endereço, CNPJ e a
descrição das despesas.
 Evitar que empresa assuma o ônus do pagamento do imposto + juros e multas, pela
não retenção dos tributos citados no item anterior.
 Conferir mensalmente a base de cálculo do IRPJ e CSSL, analisando qual é a mais
vantajosa para empresa: balancete de suspensão/redução ou com base na receita
bruta, adições e exclusões.
 Conferir mensalmente a base de cálculo do PIS e COFINS, tendo em vista as
constantes mudanças na legislação, bem assim o ISS, ICMS e IPI, de forma que a
empresa não pague a maior nem multas e juros pelo pagamento a menor.
 Conferir o LALUR – Livro de apuração do lucro real – revisão de suas adições e
exclusões de acordo com os papéis de trabalho do auditor.
 Revisar as Declarações exigidas pelos órgãos governamentais: DIPJ, DCTF,
DACON, DIMOB, DIRF, PERDCOMP, DIRF e ainda as exigidas pelos governos
estaduais e municipais. A revisão é de grande importância, erros nas informações
contidas nas citadas declarações, além das multas e perda de tempo para acertá-las,
chamam a fiscalização para dentro da empresa.
 Examinar o lucro presumido, a base de cálculo, percentual da base de cálculo,
alíquotas, recolhimentos, códigos, informação na DCTF, opção pelo regime de caixa
ou competência.
 Averiguar se a empresa está escriturando todos os livros e controles exigidos pela
legislação, tais como: Livro Diário, Livro Razão, Lalur, Livro de Inventário, Livros
Fiscais: entrada, saída e apuração IPI e ICMS, Livro de Registro de Serviços – ISS,
Livros Auxiliares Contábeis, Sistema escritural eletrônico, Arquivos magnéticos.
Não sendo registrados esses livros a empresa pode sofrer sanções do fisco, como o
arbitramento de suas receitas ou do seu lucro.

AUDITORIA GERENCIAL

A Auditoria Gerencial visa evitar FRAUDES, ERROS, INEFICIÊNCIAS E CRISES


nas empresas mediante o fortalecimento e verificação dos:

 Controles internos a serem utilizados pelas empresas para as operações envolvendo


o ciclo de pagamentos: autorizações, solicitações de compras, ordens de compras,
recebimentos das mercadorias, funções do Contas a Pagar e pagamentos (emissão de
cheques, segregações de funções, conferências, etc.).

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Contabilidade Comentada © - pág. 140

 Controles internos a serem utilizados pelas empresas para as operações envolvendo


o ciclo de recebimento: pedido do cliente, faturamento, crédito e cobrança,
expedição, contas a pagar, recebimento, contabilidade e auditoria.
 Controles internos envolvendo o ciclo de produção da empresa.
 Controles internos gerais de Contabilidade, Reconciliações bancárias, Segurança,
Seguros Serviços administrativos e Sistemas.
 Controles e segurança de informação, medidas a serem tomadas objetivando evitar
ataques de vírus, códigos hostis, ameaças físicas, tornando seguros os dados de
informação, bem como medidas de segurança de rede, da WEB e de e-mails.
 Controles internos na área tributária, DCTF, Declaração de Renda, Lucro Real e
retenções de IRRF, INSS, ISS, PIS e COFINS.

CONCEITO

Auditoria Gerencial consiste em avaliar as ações gerenciais e os procedimentos


relacionados ao processo operacional das empresas, com a finalidade de emitir uma
opinião sobre a gestão quanto aos aspectos da eficiência, eficácia, economicidade,
efetividade e qualidade, procurando auxiliar a administração na gerência e nos
resultados, por meio de recomendações que visem aprimorar os procedimentos,
melhorar os controles e aumentar a responsabilidade gerencial.

É uma revisão sistemática das atividades de uma organização ou de um segmento em


relação aos objetivos específicos, para avaliar desempenho; identificar oportunidades
com vistas a melhoria; e desenvolver recomendações, para melhorar ou promover o
desempenho.

FRAUDES E CRISES NAS EMPRESAS

1. Espécies de FRAUDES mais freqüentes:

1- Furto

 Apropriação de coisa alheia móvel, de maneira disfarçada, para ficar como se sua
fosse.
 Ato criminoso: apropriação de uma coisa alheia móvel ficando o agente com esta
coisa com a intenção de usá-lo como sua propriedade. O indivíduo age
disfarçadamente. Ex. um empregado leva uma máquina da empresa para casa.

2- Roubo

 Apropriação de coisa alheia móvel, o indivíduo obtém por força (violência física ou
moral), para ficar como se sua fosse. Ex. Violência Física: uma empresa tem sua
tesouraria e deixa uma certa quantia em dinheiro, o qual é roubado. Ex: Violência
Moral: funcionário descobre algo importe sobre seu diretor e ameaça contar se não
lhe der aumento ou empréstimo (chantagem).

3 - Apropriação indébita

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 Apropriação de coisa alheia móvel da qual o agente tem a posse em razão de


confiança que lhe foi conferida. Ex. Tesoureiro da empresa.

4 - Sabotagem;

 Ocorre quando alguém planeja dar um prejuízo à empresa, sem tirar nada para si, é a
finalidade apenas de prejudicar. Crime doloso, subversivo. Alguém pratica uma
ação ou omissão para dar prejuízo a empresa. Ex. deixar frouxo o parafuso de
uma máquina com o intuito de quebrá-la.

5 - Desperdício voluntário;

 Na empresa nada deve ser desperdiçado, tudo deve ser usado economicamente.
Exemplo: desperdício de alimentos, água, energia, a sobra de matéria prima.

6 - Desvio de valores;

 É mudar a destinação da verba pública a privada. Tanto pode ser dinheiro, como
qualquer coisa material. Ex. caixa, na tesouraria;
 Pagamento a menor e sonegação de tributos;
 Descobertos tem que se pagar os tributos sonegados com juros e correção monetária,
e o prejuízo é grande. As perdas devem ser combatidas pêlos controles internos.

2 - FRAUDES NAS EMPRESAS

 A fraude é uma ação ou omissão cometida propositadamente, com a finalidade do


agente beneficiar-se e prejudicar alguém: Pessoa física ou Pessoa jurídica;
 Conhecer as fraudes, como se fazem, como se descobrem, é um conhecimento
necessário para evitá-la;
 Só os CONTROLES INTERNOS, constantes, adequados e eficazes podem tomar
difíceis a ocorrência de fraudes nas empresas;
 A fraude, dificilmente, tem um só responsável, quer ativa, quer passivamente;
 O fraudador sempre testa os controles internos antes de cometer a fraude
programada;
 Um expressivo número de fraudes, são cometidas por pessoas DE CONFIANÇA,
investidas de uma fração do poder administrativa ou responsáveis por funções
importantes acumuladas;
 Principais vítimas de fraudes (destinação das fraudes): a empresa, acionistas ou
sócios, a administração, os fornecedores, os clientes (entrega de mercadorias
estragadas), os bancos – falsas assinaturas -, o governo – sonegação fiscal, os
empregados – fornecimento de refeição com baixa qualidade-, os prestadores de
serviços.

Campos mais lesados para a prática de fraudes:

 Moeda Corrente Nacional ou Estrangeiras;


 Documentos, Títulos de Créditos, Cheques;
 Bens de uso (móveis, imóveis e semoventes);
 Matérias-Primas, materiais diversos, produtos em processo (em curso de
fabricação), produtos acabados, mercadorias);;

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Contabilidade Comentada © - pág. 142

 Balanços, balancetes e outras demonstrações contábeis;


 Contas e subcontas de qualquer grau;
 Registros contábeis (principais auxiliares e para contábeis);
 Boletins, Relatórios, fichas de controles;
 Demonstrações contábeis de encerramento do exercício;
 Extratos de conta internos e externos;
 Declarações, atestados, certidões;
 Contratos, distratos e alterações contratuais;
 Correspondência (Recebida e Expedida);
 Guias de quitação de tributos e de contribuições outras;
 Documentos fiscais;
 Instrumentos, outros diversos ligados à vida da empresa (apólices de seguros,
certificados de invenção, documentos de registros de marcas e patentes);

Operações através das quais se consolidam as fraudes nas empresas:

 Falsa titulação de documentos e de contas;


 Falsa classificação contábil;
 Falsa variação de Bens (móveis e imóveis) e direitos e obrigações;
 Falsos históricos nos lançamentos contábeis;
 Falsa apuração de débitos e/ou de créditos;
 Falsa transposição de valores nos registros;
 Falsidades ou falsificações aritmética, e/ou matemáticas;
 Composição falsa ou falsificada;
 Duplo lançamento contábil de uma mesma operação;
 Omissão de lançamentos contábeis nos registros;
 Lançamentos parciais (registros incompletos);
 Lançamentos contábeis fora de tempo;
 Falsas evidências nas demonstrações contábeis;
 Falsidade e falsificações diversas;
 Infidelidade pessoal de dirigentes ou dirigidos;

Aparências mais comuns da pessoa dos fraudadores:

 Desprendidos de interesses materiais;


 Extremamente solícito;
 Extremamente interessados em divulgar a sua eficiência pessoal;
 Minuciosos (além do normal) ao prestar contas;
 Bajuladores e/ou aduladores dos seus chefes;
 Subservientes;
 Vibradores excessivos ante os sucessos dos seus superiores hierárquicos;
 Procuram afastar-se dos ambientes onde se ventilam assuntos sobre fraudes;
 Chantagistas emocionais;
 Exageradamente gratos;
 Negam-se com tentativa de justificação a gozar férias legais;
 Recusam-se inexplicavelmente a acatar promoções funcionais;
 Excessivamente introvertidos.

Práticas individuais que levam a empresa a suspeitar do dirigente ou do empregado, A


PRÁTICA DE FRAUDES:

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Contabilidade Comentada © - pág. 143

 Ser viciado no uso imoderado das bebidas alcoólicas;


 Ter práticas atuais de consumo de drogas;
 Ser viciado nos jogos de azar;
 Freqüentar nos dias úteis casas noturnas de diversões;
 Conviver e manter diversos homens (sendo mulheres). Conviver e manter diversas
mulheres (sendo homens);
 Adquirir bens de alto valor monetário, incompatíveis com a sua renda salarial;
 Promover festas familiares dispendiosos e freqüentes;
 Levar vida social onerosa e incompatível com o seu (STATUS) financeiro;
 Pretender enriquecimento ilícito.

Finalidades para as quais o indivíduo (homem ou mulher) apela para a prática de


fraudes:

 Para cobrir débitos gerados pelo vício do alcoolismo;


 Para cobrir débitos decorrentes do uso de drogas;
 Cobrir débitos originados da prática dos jogos de azar;
 Para cobrir gastos com mulheres (sendo homens);
 Para cobrir gastos com homens (sendo mulheres);
 Levar padrão de vida mais elevado do que as suas finanças permitem;
 Para cobrir, rapidamente infortúnio da sua vida;
 Promover enriquecimento ilícito;
 Pagar empréstimos vultosos;
 Pagar débitos cobrados em juízo.

O que cria campo aberto para a prática das fraudes nas empresas:

 Conceder excesso de confiança a dirigente e dirigido na empresa;


 Cumular funções sobre um só dirigente ou sobre um só dirigido;
 Informatização da empresa sem o cuidado de uma auditoria contábil.

FONTE: A.Lopes de Sá - In. Fraudes Contábeis.


FONTE: Auditoria Fiscal do Estado - In. Jornal do Comércio 10.10.1994

AUDITORIA TRABALHISTA

É uma atividade especializada independente e de assessoramento da administração,


voltada para o exame e avaliação da integridade, confiabilidade dos sistemas
estabelecidos visando assegurar a observância das políticas, metas, planos,
procedimentos, leis, normas e regulamentos.

FRAUDES NA ÁREA TRABALHISTA

Pesquisa respondida por 805 empresas (industrial, comercial e prestação de serviços)

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Contabilidade Comentada © - pág. 144

Cerca de 50% (409) delas já constataram terem sofrido problemas com fraudes ou erros
na administração da área trabalhista, acumulando, ainda, problemas como o aumento
excessivo dos encargos sociais (83%).

Dessas 409 empresas sofreram fraudes ou erros de administração, 44% ainda sofreram
punições do Fisco, com autuações e multa.

*Fonte: CEPEX – Centro de Pesquisa Grupo Mission – 2001-2002

A importância da Auditoria

 Auto-fiscalização da empresa.
 Diminui erros e prejuízos das rotinas auditadas.
 Na situação de auditoria interna, cria filtra e peneira as tarefas de maior importância,
criando órgãos de controle de qualidade do trabalho.
 Funciona como um freio na empresa, para evitar desvios, furtos, pagamentos
indevidos e outras irregularidades. A falta de fiscalização no Setor de Pessoal e
Recursos Humanos dá a sensação de desleixo, propiciando pequenos erros, que de
início são involuntários, porém tornam-se a porta para desvios, fraudes, etc.
 Ferramenta de orientação técnica e assessoramento.
 Prevenção e melhoria da atividade de administração dos funcionários na empresa.
 Conferência da documentação dos funcionários.
 Conferência do registro da jornada de trabalho dos funcionários, da folha de
pagamentos.
 Conferência dos encargos sociais: INSS, FGTS, Contribuição Sindical, IRRF e
outros.
 Verificação dos cálculos relativos às férias, 13º Salário, rescisão contrato de
trabalho, reclamatórias trabalhistas.
 Assuntos relacionados à Segurança e medicina do trabalho, bem assim à
terceirização.

EXEMPLOS PRÁTICOS DE CONTABILIZAÇÃO

1- CONTABILIZAÇÃO DA INTEGRALIZAÇÃO DE CAPITAL

Em 01.12.200x

Integralização Capital :

50.000,00 – depósito bancário pelo do sócio A


50.000,00 – veículo entregue pelo sócio B
Total Capital Social – R$ 100.000,00

D- Bancos Conta Corrente – Ativo 50.000,00


D- Veículos - Ativo Imobilizado 50.000,00
C- Capital Social – Patrimônio Líquido 100.000,00
Explicando o lançamento:

Debita a conta do Banco, pois é um bem registrado no Ativo e houve um aumento do


Ativo. Quando aumenta o Ativo: debita.

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Contabilidade Comentada © - pág. 145

Debita, também, a conta Veículo, pois é um bem registrado no Ativo e houve um


aumento do saldo desta conta. Quando aumenta o Ativo: Debita.
Credita a conta de Capital Social – Patrimônio Líquido, o qual está no grupo de contas
do Passivo; houve um aumento no Passivo. Quando aumenta o Passivo: Credita

Lembre-se:

Contas Débito Crédito


Ativo Aumenta Diminui
Passivo Diminui Aumenta
P.L. Diminui Aumenta

Contas de Resultado
Débito Crédito
Despesas Receita

Explicando o Livro Razão ou Razão Contábil:

O Livro razão ou simplesmente Razão Contábil é obrigatório pela legislação tributária,


é uma espécie de ficha analítica de cada conta contábil, ou seja, funciona como fosse
um “extrato” de uma conta contábil, no qual constam todos os lançamentos inerentes à
conta e o saldo da mesma.
Livro Razão Contábil da Conta: BANCOS - CONTA CORRENTE - Ativo
Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.12.200x Saldo Anterior 0 0
01.12.200x Vlr. Depósito em C/C, conforme
integralização de capital 50.000,00 50.000,00D

Livro Razão Contábil da Conta: VEÍCULOS - Ativo Imobilizado


Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.12.200x Saldo Anterior 0 0
01.12.200x Vlr. Veículo Camionete XYZ, conforme
integralização de capital 50.000,00 50.000,00D

Livro Razão Contábil da Conta: CAPÍTAL SOCIAL – Patrimônio Líquido


Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.12.200x Saldo Anterior 0 0
01.12.200x Vlr. Integralização de capital sócios A e B 100.000,00 100.000,00C

Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil – até 03.12.2008 antes


alterações

ATIVO Saldo PASSIVO Saldo


Devedor Credor
1. Ativo Circulante 4. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar - Tributos a pagar
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 5. Passivo Exigível a
Longo Prazo
2. Ativo Realizável a - Obrigações a vencer após 12
Longo Prazo meses

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Contabilidade Comentada © - pág. 146

-Créditos realizáveis (a receber após 6. Resultado de Exercício


12 meses) futuro
3. Ativo Permanente 7. Patrimônio Líquido
- 3.1 Investimentos - 7.1 Capital Social 100.000,00C
-3.2 Imobilizado (imóveis, veículos, 50.000,00D - 7.2 Reservas
máquinas)
- 3.3 Diferido (gastos a amortizar em -7.3 Lucro ou Prejuízo
04 anos) acumulado
Total Ativo 100.000,00D Total Passivo 100.000,00C

DESPESAS Devedor RECEITAS Credor


4. Despesas 3. Receitas
Pis, Cofins, ICMS Vendas de Mercadorias
Custo Mercadorias Vendidas Vendas Produtos
Despesas
Total das Despesas Total das Receitas

Total Balanço/Balancete 100.000,00D Total Balanço/Balancete 100.000,00C

Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil, após 04.12.2008, com


alteração MP 449/2009 - convertida pela Lei 11.941/2009

ATIVO Saldo PASSIVO Saldo


Devedor Credor
1. Ativo Circulante 3. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar - Tributos a pagar
- 1.4 Estoques (de mercadorias)
2. Ativo Não Circulante 4. Passivo Não Circulante

2.1 Realizável a Longo Prazo - Obrigações a vencer após 12


-Créditos realizáveis (a receber após meses
12 meses)
2.2 Investimentos 5. Patrimônio Líquido
2.3Imobilizado 50.000,00D - 7.1 Capital Social 100.000,00C
(imóveis, veículos, máquinas)
2.4 Intangível - 7.2 Reservas
-7.3Lucro ou Prejuízo acumulado
Total Ativo 100.000,00D Total Passivo 100.000,00C

DESPESAS Devedor RECEITAS Credor


4. Despesas 3. Receitas
Pis, Cofins, ICMS Vendas de Mercadorias
Custo Mercadorias Vendidas Vendas Produtos
Despesas
Total das Despesas Total das Receitas

Total Balanço/Balancete 100.000,00D Total Balanço/Balancete 100.000,00C


2-CONTABILIZAÇÃO DA AQUISIÇÃO DE MERCADORIAS PARA
REVENDA

Em 02.12.200x

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Contabilidade Comentada © - pág. 147

Aquisição de 100.000 unidades de mercadorias por R$ 100.000,00, a prazo, conforme


Nota Fiscal 150 JL Distribuidora Ltda.

D- Estoques Mercadorias – Ativo 100.000,00


C- Fornecedores – Passivo 100.000,00

Explicando o lançamento:

Debita a conta de Estoques de Mercadorias, pois é um bem registrado no Ativo e houve


um aumento do Ativo. Quando aumenta o Ativo: debita.
Credita a conta de Fornecedores, o qual está no grupo de contas do Passivo; houve um
aumento no Passivo. Quando aumenta o Passivo: Credita

Lembre-se:

Contas Débito Crédito


Ativo Aumenta Diminui
Passivo Diminui Aumenta
P.L. Diminui Aumenta

Contas de Resultado
Débito Crédito
Despesas Receita

Explicando o Livro Razão ou Razão Contábil:

O Livro razão, ou simplesmente Razão Contábil, é obrigatório pela legislação tributária,


é uma espécie de ficha analítica de cada conta contábil, ou seja, funciona como fosse
um “extrato” de uma conta contábil, no qual constam todos os lançamentos inerentes à
conta e o saldo da mesma.
Livro Razão Contábil da Conta: ESTOQUE MERCADORIAS - Ativo
Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.12.200x Saldo Anterior 0 0
02.12.200x Vlr. Aquisição de mercadorias, conforme
NF 150 JL Distribuidora Ltda 100.000,00 100.000,00D

Livro Razão Contábil da Conta: FORNECEDORES - Passivo


Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.12.200x Saldo Anterior 0 0
02.12.200x Vlr. NF 150 JL Distribuidora Ltda, a prazo 100.000,00 100.000,00C

Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil – até 03.12.2008 antes


alterações

ATIVO Saldo PASSIVO Saldo


Devedor Credor

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Contabilidade Comentada © - pág. 148

1. Ativo Circulante 4. Passivo Circulante


- 1.1 Disponível ( caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar - Tributos a pagar
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 100.000,00D 5. Passivo Exigível a
Longo Prazo
2. Ativo Realizável a - Obrigações a vencer após 12
Longo Prazo meses
-Créditos realizáveis (a receber após 6. Resultado de Exercício
12 meses) futuro
3. Ativo Permanente 7. Patrimônio Líquido
- 3.1 Investimentos - 7.1 Capital Social 100.000,00C
-3.2 Imobilizado (imóveis, veículos, 50.000,00D - 7.2 Reservas
máquinas)
- 3.3 Diferido (gastos a amortizar em - 7.3 Lucro ou Prejuízo
04 anos) acumulado
Total Ativo 200.000,00D Total Passivo 200.000,00C

DESPESAS Devedor RECEITAS Credor


4. Despesas 3. Receitas
Pis, Cofins, ICMS Vendas de Mercadorias
Custo Mercadorias Vendidas Vendas Produtos
Despesas
Total das Despesas Total das Receitas

Total Balanço/Balancete 200.000,00D Total Balanço/Balancete 200,000,00C

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Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil – a partir de 04.12.2008


com alterações da MP 449/2008 - convertida pela Lei 11.941/2009

ATIVO Saldo PASSIVO Saldo


Devedor Credor
1. Ativo Circulante 3. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar - Tributos a pagar
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 100.000,00D
2. Ativo Não Circulante 4. Passivo Não Circulante

2.1 Realizável a Longo Prazo - Obrigações a vencer após 12


-Créditos realizáveis (a receber após meses
12 meses)
2.2 Investimentos 5. Patrimônio Líquido
2.3Imobilizado 50.000,00D - 7.1 Capital Social 100.000,00C
(imóveis, veículos, máquinas)
2.4 Intangível - 7.2 Reservas
-7.3Lucro ou Prejuízo
acumulado
Total Ativo 200.000,00D Total Passivo 200.000,00C

DESPESAS Devedor RECEITAS Credor


4. Despesas 3. Receitas
Pis, Cofins, ICMS Vendas de Mercadorias
Custo Mercadorias Vendidas Vendas Produtos
Despesas
Total das Despesas Total das Receitas

Total Balanço/Balancete 200.000,00D Total Balanço/Balancete 200.000,00C

3- CONTABILIZAÇÃO DA RECUPERAÇÃO DOS TRIBUTOS SOBRE A


AQUISIÇÃO DE MERCADORIAS PARA REVENDA

Em 02.12.200x

Das mercadorias adquiridas acima, a empresa teve crédito de PIS, COFINS e ICMS:

PIS – 100.000,00 x 1,65% = 1.650,00


COFINS – 100.000,00 x 7,60% = 7.600,00
ICMS – 100.000,00 x 12% = 12.000,00

PIS
D- Impostos a recuperar 1.650,00
C- Estoque 1.650,00

COFINS
D- Impostos a recuperar 7.600,00
C-Estoque 7.600,00

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Contabilidade Comentada © - pág. 150

ICMS
D- Impostos a recuperar 12.000,00
C- Estoque 12.000,00

Explicando o lançamento:

Debita a conta Impostos a Recuperar (Ativo), pois houve um aumento da conta do Ativo
Credita a conta de Estoques de Mercadorias (Ativo), pois houve uma diminuição da
conta do Ativo, devido a transferência para a conta de Impostos a Recuperar.
Nota-se que foi o mesmo procedimento para os três tributos acima.

Lembre-se:

Contas Débito Crédito


Ativo Aumenta Diminui
Passivo Diminui Aumenta
P.L. Diminui Aumenta

Contas de Resultado
Débito Crédito
Despesas Receita

Explicando o Livro Razão ou Razão Contábil:

O Livro razão ou simplesmente Razão Contábil é obrigatório pela legislação tributária,


é uma espécie de ficha analítica de cada conta contábil, ou seja, funciona como fosse
um “extrato” de uma conta contábil, no qual constam todos os lançamentos inerentes à
conta e o saldo da mesma.

Livro Razão Contábil da Conta: IMPOSTOS A RECUPERAR


Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.12.200x Saldo Anterior 0 0
02.12.200x Vlr PIS a recuperar s/ NF 150 JL Distr. L. 1.650,00 1.650,00D
02.12.200x Vlr COFINS a recuperar s/ NF 150 JL Distr 7.600,00 9.250,00D
02.12.200x Vlr ICMS a recuperar s/NF 150 JL Distr. L 12.000,00 21.250,00D
Obs.: Em nosso exemplo foi utilizada uma conta contábil para todos os impostos a recuperar, porém o
Contador individualizará cada crédito de tributo em conta específica.

Livro Razão Contábil da Conta: ESTOQUE


Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.12.200x Saldo Anterior 100.000,00 100.000,00D
02.12.200x Vlr PIS a recuperar s/ NF 150 JL Distr. L. 1.650,00 98.350,00D
02.12.200x Vlr COFINS a recuperar s/ NF 150 JL Dist. 7.600,00 90.750,00D
02.12.200x Vlr ICMS a recuperar s/NF 150 JL Distr. 12.000,00 78.750,00D

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Contabilidade Comentada © - pág. 151

Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil até 03.12.2008

ATIVO PASSIVO
1. Ativo Circulante 4. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível (caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 21.250,00D - Obrigações Tributárias
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 78.750,00D - Obrigações Trabalhistas
- Obrigações Sociais
5. Passivo Exigível a
Longo Prazo
2. Ativo Realizável a -Obrigações a vencer após 12
Longo Prazo meses
-Créditos realizáveis (a receber após 6. Resultado de Exercício
12 meses) futuro
3. Ativo Permanente 7. Patrimônio Líquido
- 3.1 Investimentos - 7.1 Capital Social 100.000,00C
-3.2 Imobilizado (imóveis, veículos, 50.000,00D - 7.2 Reservas
máquinas)
- 3.3 Diferido (gastos a amortizar em - 7.3 Lucro ou Prejuízo
04 anos) acumulado
Total Ativo 200.000,00D Total Passivo 200.000,00C

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Vendas de Mercadorias
Custo Mercadorias Vendidas Vendas Produtos
Despesas
Total das Despesas Total das Receitas

Total Balanço/Balancete 200.000,00D Total Balanço/Balancete 200,000,00C

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Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil – a partir de 04.12.2008


com alterações da MP 449/2008 - convertida pela Lei 11.941/2009

ATIVO Saldo PASSIVO Saldo


Devedor Credor
1. Ativo Circulante 3. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 21.250,00D - Tributos a pagar
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 78.750,00D
2. Ativo Não Circulante 4. Passivo Não Circulante

2.1 Realizável a Longo Prazo - Obrigações a vencer após 12


-Créditos realizáveis (a receber após meses
12 meses)
2.2 Investimentos 5. Patrimônio Líquido
2.3Imobilizado 50.000,00D - 7.1 Capital Social 100.000,00C
(imóveis, veículos, máquinas)
2.4 Intangível - 7.2 Reservas
-7.3Lucro ou Prejuízo
acumulado
Total Ativo 200.000,00D Total Passivo 200.000,00C

DESPESAS Devedor RECEITAS Credor


4. Despesas 3. Receitas
Pis, Cofins, ICMS Vendas de Mercadorias
Custo Mercadorias Vendidas Vendas Produtos
Despesas
Total das Despesas Total das Receitas

Total Balanço/Balancete 200.000,00D Total Balanço/Balancete 200.000,00C

4- CONTABILIZAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO DOS FUNCIONÁRIOS

Em 31.12.200x

Folha de Pagamento

Contratação de um funcionário com salário de R$ 1.000,00, para pagamento em no mês


seguinte

D- Despesas Administrativas – salários 1.000,00


C- Salários a pagar – Obrigações Trabalhistas 1.000,00

Explicando o lançamento:

Debita Despesas Administrativas, as despesas têm natureza devedora.


Credita Salários a Pagar, conta do Passivo que teve seu saldo aumentado.

Contabilização do desconto do INSS do funcionário, em decorrência do salário

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Contabilidade Comentada © - pág. 153

D- Salários a pagar – Obrigações Trabalhistas 90,00


C- INSS a recolher – Obrigações Sociais 90,00

Explicando o lançamento

Debita Salários a Pagar, conta do Passivo que teve seu saldo diminuído.
Credita INSS a Recolher, conta do Passivo que teve seu saldo aumentado. Na verdade, o
desconto do INSS do funcionário é transferido da conta de salários a pagar para a conta
de INSS a recolher, pois houve uma transferência do titular da obrigação (do
funcionário para o governo-INSS).

Em decorrência do salário, deve ser contabilizado o INSS e o FGTS, referente a parte


que cabe à empresa:
INSS 20% EMPRESA + 3% SAT + 5,8% TERCEIROS = 28,8% sobre o salário do
funcionário.
R$ 1.000,00 x 28.8% = R$ 288,00

D- Despesas Administrativas – INSS 288,00


C- INSS a recolher – Obrigações Sociais 288,00

Explicando o lançamento:

Debita Despesas Administrativas, as despesas têm natureza devedora.


Credita INSS a Recolher, conta do Passivo que teve seu saldo aumentado.

FGTS

8,5% sobre salário do funcionário = R$ 1.000,00 x 8,5% = R$ 85,00

D- Despesas Administrativas – FGTS 85,00


C- FGTS a recolher – Obrigações Sociais 85,00

Explicando o lançamento:

Debita Despesas Administrativas, as despesas têm natureza devedora.


Credita Salários a Pagar, conta do Passivo que teve seu saldo aumentado.

Explicando o Livro Razão ou Razão Contábil:

O Livro razão ou simplesmente Razão Contábil é obrigatório pela legislação tributária,


é uma espécie de ficha analítica de cada conta contábil, ou seja, funciona como fosse
um “extrato” de uma conta contábil, no qual constam todos os lançamentos inerentes à
conta e o saldo da mesma.
Livro Razão Contábil da Conta: DESPESAS ADMINISTRATIVAS
Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.12.200x Saldo Anterior 0 0
31.12.200x Vlr. Salário do mês de dezembro 1.000,00 1.000,00D
31.12.200x Vlr. INSS s/folha de pagamento dezembro 288,00 1.288,00D
31.12.200x Vlr. FGTS s/folha de pagamento dezembro 85,00 1.373,00D

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Contabilidade Comentada © - pág. 154

Livro Razão Contábil da Conta: OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS


Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.12.200x Saldo Anterior 0 0
31.12.200x Vlr. Salário do mês de dezembro 1.000,00 1.000,00C
31.12.200x Vlr. Desconto do INSS do funcionário 90,00 910,00C

Livro Razão Contábil da Conta: OBRIGAÇÕES SOCIAIS


Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.12.200x Saldo Anterior 0 0
31.12.200x Vlr INSS descontado em folha a recolher 90,00 90,00C
31.12.200x Vlr. INSS s/folha de pagamento dezembro 288,00 378,00C
31.12.200x Vlr. FGTS s/folha de pagamento dezembro 85,00 463,00C

Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil até 03.12.2008

ATIVO PASSIVO
1. Ativo Circulante 4. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível (caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 21.250,00D - Obrigações Tributárias
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 78.750,00D - Obrigações Trabalhistas 910,00C
- Obrigações Sociais 463,00C
5. Passivo Exigível a
Longo Prazo
2. Ativo Realizável a - Obrigações a vencer após 12
Longo Prazo meses
-Créditos realizáveis (a receber após 6. Resultado de Exercício
12 meses) futuro
3. Ativo Permanente 7. Patrimônio Líquido
- 3.1 Investimentos - 7.1 Capital Social 100.000,00C
-3.2 Imobilizado (imóveis, veículos, 50.000,00D - 7.2 Reservas
máquinas)
- 3.3 Diferido (gastos a amortizar em - 7.3 Lucro ou Prejuízo
04 anos) acumulado
Total Ativo 200.000,00D Total Passivo 201.373,00C

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Vendas de Mercadorias
Custo Mercadorias Vendidas Vendas Produtos
Despesas Administrativas 1.373,00D (-)Deduções Vendas: Pis, Cofins,
ICMS
Total das Despesas 1.373,00D Total das Receitas 000

Total Balanço/Balancete 201.373,00D Total Balanço/Balancete 201.373,00C

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Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil – a partir de 04.12.2008


com alterações da MP 449/2008 - convertida pela Lei 11.941/2009

ATIVO Saldo PASSIVO Saldo


Devedor Credor
1. Ativo Circulante 3. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 21.250,00D - Obrigações Tributárias
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 78.750,00D - Obrigações Trabalhistas 910,00C
- Obrigações Sociais 463,00C
2. Ativo Não Circulante 4. Passivo Não Circulante

2.1 Realizável a Longo Prazo - Obrigações a vencer após 12


-Créditos realizáveis (a receber após meses
12 meses)
2.2 Investimentos 5. Patrimônio Líquido
2.3Imobilizado 50.000,00D - 7.1 Capital Social 100.000,00C
(imóveis, veículos, máquinas)
2.4 Intangível - 7.2 Reservas
-7.3Lucro ou Prejuízo
acumulado
Total Ativo 200.000,00D Total Passivo 201.373,00C

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Vendas de Mercadorias
Custo Mercadorias Vendidas Vendas Produtos
Despesas Administrativas 1.373,00D (-)Deduções Vendas: Pis, Cofins,
ICMS
Total das Despesas 1.373,00D Total das Receitas 000

Total Balanço/Balancete 201.373,00D Total Balanço/Balancete 201.373,00C

5- CONTABILIZAÇÃO DA VENDA DE MERCADORIAS

Em 31.12.200x

Venda de 90.000 unidades de mercadorias, a prazo, no valor de R$ 210.000,00,


conforme NF 001 ao Cliente XYZ

D- Duplicatas a Receber – Ativo Circulante 210.000,00


C- Vendas de Mercadoria – Receitas 210.000,00

Explicando o lançamento:

Debita Duplicatas a Receber, conta do Ativo que teve seu saldo aumentado.
Credita Venda de Mercadorias, as contas de Receita têm natureza credora.

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Livro Razão Contábil da Conta: DUPLICATAS A RECEBER – Ativo Circulante


Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.12.200x Saldo Anterior 0 0
31.12.200x Vlr. n/ NF 001 a receber Cliente XYZ 210.000,00 210.000,00D

Livro Razão Contábil da Conta: RECEITAS DE MERCADORIAS - Receitas


Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.12.200x Saldo Anterior 0 0
31.12.200x Vlr. n/ NF 001 venda de mercadorias 210.000,00 210.000,00C

Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil até 03.12.2008

ATIVO PASSIVO
1. Ativo Circulante 4. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível (caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) 210.000,00D - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 21.250,00D - Obrigações Tributárias
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 78.750,00D - Obrigações Trabalhistas 910,00C
- Obrigações Sociais 463,00C
5. Passivo Exigível a
Longo Prazo
2. Ativo Realizável a - Obrigações a vencer após 12
Longo Prazo meses
-Créditos realizáveis (a receber após 6. Resultado de Exercício
12 meses) futuro
3. Ativo Permanente 7. Patrimônio Líquido
- 3.1 Investimentos - 7.1 Capital Social 100.000,00C
-3.2 Imobilizado (imóveis, veículos, 50.000,00D - 7.2 Reservas
máquinas)
- 3.3 Diferido (gastos a amortizar em - 7.3 Lucro ou Prejuízo
04 anos) acumulado
Total Ativo 410.000,00D Total Passivo 201.373,00C

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Vendas de Mercadorias 210.000,00C
Custo Mercadorias Vendidas Vendas Produtos
Despesas Administrativas 1.373,00D (-)Deduções Vendas: Pis, Cofins,
ICMS
Total das Despesas 1.373,00D Total das Receitas 210.000,00C

Total Balanço/Balancete 411.373,00D Total Balanço/Balancete 411.373,00C

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Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil – a partir de 04.12.2008


com alterações da MP 449/2008 - convertida pela Lei 11.941/2009

ATIVO Saldo PASSIVO Saldo


Devedor Credor
1. Ativo Circulante 3. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) 210.000,00D - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 21.250,00D - Obrigações Tributárias
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 78.750,00D - Obrigações Trabalhistas 910,00C
- Obrigações Sociais 463,00C
2. Ativo Não Circulante 4. Passivo Não Circulante

2.1 Realizável a Longo Prazo - Obrigações a vencer após 12


-Créditos realizáveis (a receber após meses
12 meses)
2.2 Investimentos 5. Patrimônio Líquido
2.3Imobilizado 50.000,00D - 7.1 Capital Social 100.000,00C
(imóveis, veículos, máquinas)
2.4 Intangível - 7.2 Reservas
-7.3Lucro ou Prejuízo
acumulado
Total Ativo 410.000,00D Total Passivo 201.373,00C

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Vendas de Mercadorias 210.000,00C
Custo Mercadorias Vendidas Vendas Produtos
Despesas Administrativas 1.373,00D (-)Deduções Vendas: Pis, Cofins,
ICMS
Total das Despesas 1.373,00D Total das Receitas 210.000,00C

Total Balanço/Balancete 411.373,00D Total Balanço/Balancete 411.373,00C

6 – CONTABILIZAÇÃO DO CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS

Em 31.12.200x

Não podemos esquecer que temos os lançamentos decorrentes do faturamento: o Custo


das Mercadorias Vendidas, o qual é apurando no final de cada mês, pois deve baixar da
conta Estoque as Mercadorias que não mais pertencem à empresa, que foram vendidas.

Dados

a) No lançamento 2, a empresa adquiriu 100.000 unidades de mercadorias por R$


100.000,00, conforme Nota Fiscal 150 JL Distribuidora Ltda.
b) No lançamento 3, verificamos foram recuperados R$ 1.650,00 do PIS, R$ 7.600,00
da COFINS e R$ 12.000,00 do ICMS.
c) Vendidas 90.000 unidades, conforme n/NF 001, no lançamento anterior.

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Então, vamos calcular o CMV – Custo de Mercadorias Vendidas

Descrição Valor R$

Aquisição de 100.000 unidades do produto 100.000,00


Crédito do Pis (1.650,00)
Crédito Cofins (7.600,00)
Crédito ICMS (12.000,00)
Base para o cálculo 78.750,00
Dividido pelas unidades adquiridas 100.000
Resultado por unidade 0,7875
Multiplicado pelas unidades vendidas 90.000
Resultado do Custo das Mercadorias Vendidas 70.875,00

Calculamos que o CMV das 90.000 unidades vendidas é de R$ 70.875,00.

D- Custo de Mercadorias Vendidas - Resultado 70.875,00


C- Estoque 70.875,00

Explicando o lançamento:

Debita Custo de Mercadorias Vendidas - Custos/Despesas, as contas de custos ou


despesas têm natureza devedora (débito).
Credita Estoque de Mercadorias Vendidas, as contas do Ativo quando diminuídas são
creditadas. Diminuição do Estoque pela sua transferência para custos.

Livro Razão Contábil da Conta: CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS – RESULTADO


Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.12.200x Saldo Balancete Anterior 0 0
31.12.200x Vlr baixa ref. Custo das Mercadorias
vendidas no mês 70.875,00 70.875,00

Livro Razão Contábil da Conta: ESTOQUES – Ativo Circulante


Data Histórico Débito Crédito Saldo
02.12.200x Saldo Balancete Anterior 78.750,00 78.750,00D
31.12.200x Vlr. baixa ref. Custo Mercadorias vendidas
no mês 70.875,00 7.875,00D

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Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil até 03.12.2008

ATIVO PASSIVO
1. Ativo Circulante 4. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível (caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) 210.000,00D - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 21.250,00D - Obrigações Tributárias
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 7.875,00D - Obrigações Trabalhistas 910,00C
- Obrigações Sociais 463,00C
5. Passivo Exigível a
Longo Prazo
2. Ativo Realizável a - Obrigações a vencer após 12
Longo Prazo meses
-Créditos realizáveis (a receber após 6. Resultado de Exercício
12 meses) futuro
3. Ativo Permanente 7. Patrimônio Líquido
- 3.1 Investimentos - 7.1 Capital Social 100.000,00C
-3.2 Imobilizado (imóveis, veículos, 50.000,00D - 7.2 Reservas
máquinas)
- 3.3 Diferido (gastos a amortizar em - 7.3 Lucro ou Prejuízo
04 anos) acumulado
Total Ativo 339.125,00D Total Passivo 201.373,00C

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Vendas de Mercadorias 210.000,00C
Custo Mercadorias Vendidas 70.875,00D Vendas Produtos
Despesas Administrativas 1.373,00D (-)Deduções Vendas: Pis, Cofins,
ICMS
Total das Despesas 72.248,00 Total das Receitas 210.000,00C

Total Balanço/Balancete 411.373,00D Total Balanço/Balancete 411.373,00C

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Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil – a partir de 04.12.2008


com alterações da MP 449/2008 - convertida pela Lei 11.941/2009

ATIVO Saldo PASSIVO Saldo


Devedor Credor
1. Ativo Circulante 3. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) 210.000,00D - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 21.250,00D - Obrigações Tributárias
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 7.875,00D - Obrigações Trabalhistas 910,00C
- Obrigações Sociais 463,00C
2. Ativo Não Circulante 4. Passivo Não Circulante

2.1 Realizável a Longo Prazo - Obrigações a vencer após 12


-Créditos realizáveis (a receber após meses
12 meses)
2.2 Investimentos 5. Patrimônio Líquido
2.3Imobilizado 50.000,00D - 7.1 Capital Social 100.000,00C
(imóveis, veículos, máquinas)
2.4 Intangível - 7.2 Reservas
-7.3Lucro ou Prejuízo
acumulado
Total Ativo 339.125,00D Total Passivo 201.373,00C

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Vendas de Mercadorias 210.000,00C
Custo Mercadorias Vendidas 70.875,00D Vendas Produtos
Despesas Administrativas 1.373,00D (-)Deduções Vendas: Pis, Cofins,
ICMS
Total das Despesas 72.248,00 Total das Receitas 210.000,00C

Total Balanço/Balancete 411.373,00D Total Balanço/Balancete 411.373,00C

7 – CONTABILIZAÇÃO DOS TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE A VENDA DE


MERCADORIAS

Em 31.12.200x

Também, não podemos esquecer que ainda temos os lançamentos dos tributos
incidentes sobre o faturamento (PIS, COFINS e ICMS)

PIS- Não cumulativo – alíquota 1,65%


Valor do faturamento: R$ 210.000,00 x 1,65% = 3.465,00
D – (-) Dedução de Vendas – Pis 3.465,00
C – Pis a recolher - Obrigações Tributárias 3.465,00

COFINS – Não cumulativo – alíquota 7,60%


Valor do faturamento: R$ 210.000,00 x 7,60% = 15.960,00

D – (-) Dedução de Vendas – Cofins 15.960,00


C – Cofins a recolher - Obrigações Tributárias 15.960,00

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ICMS - alíquota 17%

Valor do faturamento 210.000,00 x 17% = 35.700,00

D – (-) Dedução de Vendas – ICMS 35.700,00


C – Icms a recolher - Obrigações Tributárias 35.700,00

Lembrando que, por Convenção Contábil, os tributos incidentes sobre o faturamento são
contabilizados em contas redutoras de receita (deduzindo da receita) e não em contas de
despesas.

Explicando os lançamentos:

Debita Dedução de Vendas, as contas de dedução de vendas têm natureza devedora


(débito).
Credita as contas do Passivo - quando aumentadas são creditadas. Houve um aumento
de obrigações.

Livro Razão Contábil da Conta: ( - ) DEDUÇÃO DE VENDAS – IMPOSTOS - Resultado


Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.12.200x Saldo Balancete Anterior 0 0
31.12.200x Vlr PIS sobre faturamento do mês 3.465,00 3.465,00D
31.12.200x Vlr COFINS sobre faturamento do mês 15.960,00 19.425,00D
31.12.200x Vlr ICMS sobre faturamento do mês 35.700,00 55.125,00D

Livro Razão Contábil da Conta: OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS - Passivo


Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.12.200x Saldo Balancete Anterior 0 0
31.12.200x Vlr PIS sobre faturamento do mês 3.465,00 3.465,00C
31.12.200x Vlr COFINS sobre faturamento do mês 15.960,00 19.425,00C
31.12.200x Vlr ICMS sobre faturamento do mês 35.700,00 55.125,00C

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Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil até 03.12.2008

ATIVO PASSIVO
1. Ativo Circulante 4. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível (caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) 210.000,00D - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 21.250,00D - Obrigações Tributárias 55.125,00C
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 7.875,00D - Obrigações Trabalhistas 910,00C
- Obrigações Sociais 463,00C
5. Passivo Exigível a
Longo Prazo
2. Ativo Realizável a - Obrigações a vencer após 12
Longo Prazo meses
-Créditos realizáveis (a receber após 6. Resultado de Exercício
12 meses) futuro
3. Ativo Permanente 7. Patrimônio Líquido
- 3.1 Investimentos - 7.1 Capital Social 100.000,00C
-3.2 Imobilizado (imóveis, veículos, 50.000,00D - 7.2 Reservas
máquinas)
- 3.3 Diferido (gastos a amortizar em - 7.3 Lucro ou Prejuízo
04 anos) acumulado
Total Ativo 339.125,00D Total Passivo 256.498,00C

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Vendas de Mercadorias 210.000,00C
Custo Mercadorias Vendidas 70.875,00D Vendas Produtos
Despesas Administrativas 1.373,00D (-)Deduções Vendas: Pis, Cofins, 55.125,00D
ICMS 8*
Total das Despesas 72.248,00D Total das Receitas 154.875,00C

Total Balanço/Balancete 411.373,00D Total Balanço/Balancete 411.373,00C

8
* Por Convenção Contábil, os Impostos incidentes sobre o faturamento, são classificados em contas
redutoras de Receitas e não em contas de Despesas, porém pode-se verificar que têm natureza devedora e
reduzem o grupo das receitas.

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Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil – a partir de 04.12.2008


com alterações da MP 449/2008 - convertida pela Lei 11.941/2009

ATIVO Saldo PASSIVO Saldo


Devedor Credor
1. Ativo Circulante 3. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) 210.000,00D - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 21.250,00D - Obrigações Tributárias 55.125,00C
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 7.875,00D - Obrigações Trabalhistas 910,00C
- Obrigações Sociais 463,00C
2. Ativo Não Circulante 4. Passivo Não Circulante

2.1 Realizável a Longo Prazo - Obrigações a vencer após 12


-Créditos realizáveis (a receber após meses
12 meses)
2.2 Investimentos 5. Patrimônio Líquido
2.3Imobilizado 50.000,00D - 7.1 Capital Social 100.000,00C
(imóveis, veículos, máquinas)
2.4 Intangível - 7.2 Reservas
-7.3Lucro ou Prejuízo
acumulado
Total Ativo 339.125,00D Total Passivo 256.498,00C

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Vendas de Mercadorias 210.000,00C
Custo Mercadorias Vendidas 70.875,00D Vendas Produtos
Despesas Administrativas 1.373,00D (-)Deduções Vendas: Pis, Cofins, 55.125,00D*
ICMS
Total das Despesas 72.248,00 Total das Receitas 154.875,00C

Total Balanço/Balancete 411.373,00D Total Balanço/Balancete 411.373,00C

7A - CONTABILIZAÇÃO DOS TRIBUTOS RECUPERADOS

Em 31.12.200x

No lançamento 3, contabilizamos o PIS a recuperar no valor de R$ 1.650,00; o


COFINS a recuperar no valor de R$ 7.600,00 e o ICMS no valor de R$ 12.000,00.

No lançamento acima, contabilizamos os seguintes impostos sobre o faturamento:

 PIS 3.465,00
 COFINS 15.960,00
 ICMS 35.700,00

Como esses impostos são não-cumulativos, credita-se o valor referente à operação


anterior. Assim, recolhe-se o somente a diferença entre o crédito e o valor calculado
sobre o faturamento.

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Contabilidade Comentada © - pág. 164

PIS
Valor calculado sobre o faturamento 3.465,00
Valor do crédito 1.650,00
Valor a recolher 1.815,00

COFINS
Valor calculado sobre o faturamento 15.960,00
Valor do crédito 7.600,00
Valor a recolher 8.360,00

COFINS
Valor calculado sobre o faturamento 35.700,00
Valor do crédito 12.000,00
Valor a recolher 23.700,00

TOTAL A RECOLHER PIS, COFINS e ICMS 33.875,00

Dessa forma, na Contabilidade devem ser feitos lançamentos de transferência das contas
de Impostos da Recuperar para a conta de Obrigações Tributárias, a fim de adequação
dos saldos, como abaixo:

PIS
D- Obrigações Tributárias -Passivo 1.650,00
C- Impostos a recuperar - Ativo 1.650,00

COFINS
D- Obrigações Tributárias - Passivo 7.600,00
C- Impostos a recuperar - Ativo 7.600,00

ICMS
D- Obrigações Tributárias - Passivo 12.000,00
C- Impostos a recuperar - Ativo 12.000,00

Explicando os lançamentos:

Debita Obrigações Tributárias no Passivo, devido a diminuição das obrigações, pela


transferência dos créditos de tributários na aquisição da mercadoria.
Credita a conta do Ativo: Impostos a Recuperar pela diminuição do seu saldo, o qual foi
transferido para o Passivo.

Livro Razão Contábil da Conta: OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS – Passivo

Data Histórico Débito Crédito Saldo


31.12.200x Saldo Balancete Anterior 55.125,00 55.125,00C
31.12.200x Vlr crédito PIS s/ aquisições no mês 1.650,00 53.475,00C
31.12.200x Vlr crédito COFINS s/ aquisições no mês 7.600,00 45.875,00C
31.12.200x Vlr crédito ICMS s/ aquisições no mês 12.000,00 33.875,00C

Livro Razão Contábil da Conta: IMPOSTOS A RECUPERAR - Ativo


Data Histórico Débito Crédito Saldo
31.12.200x Saldo Balancete Anterior 21.250,00 0 21.250,00D
31.12.200x Vlr crédito PIS s/ aquisições no mês 1.650,00 19600,00D

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Contabilidade Comentada © - pág. 165

31.12.200x Vlr crédito COFINS s/ aquisições no mês 7.600,00 12.000,00D


31.12.200x Vlr crédito ICMS s/ aquisições no mês 12.000,00 0000

Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil até 03.12.2008

ATIVO PASSIVO
1. Ativo Circulante 4. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível (caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) 210.000,00D - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 0,00 - Obrigações Tributárias 33.875,00C
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 7.875,00D - Obrigações Trabalhistas 910,00C
- Obrigações Sociais 463,00C
5. Passivo Exigível a
Longo Prazo
2. Ativo Realizável a - Obrigações a vencer após 12
Longo Prazo meses
-Créditos realizáveis (a receber após 6. Resultado de Exercício
12 meses) futuro
3. Ativo Permanente 7. Patrimônio Líquido
- 3.1 Investimentos - 7.1 Capital Social 100.000,00C
-3.2 Imobilizado (imóveis, veículos, 50.000,00D - 7.2 Reservas
máquinas)
- 3.3 Diferido (gastos a amortizar em -7.3 Lucro ou Prejuízo acumul.
04 anos)
Total Ativo 317.875,00D Total Passivo 235.248,00C

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Vendas de Mercadorias 210.000,00C
Custo Mercadorias Vendidas 70.875,00D Vendas Produtos
Despesas Administrativas 1.373,00D (-)Deduções Vendas: Pis, Cofins, 55.125,00D
ICMS
Total das Despesas 72.248,00 Total das Receitas 154.875,00C

Total Balanço/Balancete 390.123,00D Total Balanço/Balancete 390.123,00C

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Contabilidade Comentada © - pág. 166

Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil – a partir de 04.12.2008


com alterações da MP 449/2008 - convertida pela Lei 11.941/2009

ATIVO Saldo PASSIVO Saldo


Devedor Credor
1. Ativo Circulante 3. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) 210.000,00D - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 0,00 - Obrigações Tributárias 33.875,00C
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 7.875,00D - Obrigações Trabalhistas 910,00C
- Obrigações Sociais 463,00C
2. Ativo Não Circulante 4. Passivo Não Circulante

2.1 Realizável a Longo Prazo - Obrigações a vencer após 12


-Créditos realizáveis (a receber após meses
12 meses)
2.2 Investimentos 5. Patrimônio Líquido
2.3Imobilizado 50.000,00D - 7.1 Capital Social 100.000,00C
(imóveis, veículos, máquinas)
2.4 Intangível - 7.2 Reservas
-7.3Lucro ou Prejuízo
acumulado
Total Ativo 317.875,00D Total Passivo 235.248,00C

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Vendas de Mercadorias 210.000,00C
Custo Mercadorias Vendidas 70.875,00D Vendas Produtos
Despesas Administrativas 1.373,00D (-)Deduções Vendas: Pis, Cofins, 55.125,00D
ICMS
Total das Despesas 72.248,00 Total das Receitas 154.875,00C

Total Balanço/Balancete 390.123,00D Total Balanço/Balancete 390.123,00C

8 – CONTABILIZAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO

Em 31.12.200x

Depreciação do Veículo

O veículo utilizado nas atividades da empresa pode ter sua depreciação à taxa de 20%
ao ano.

Dados:
Valor do veículo: 50.000,00 x 20% = 10.000,00
O veículo foi integralizado em 01.12, portanto pode ser utilizado apenas 01/12 de sua
depreciação
Valor da depreciação anual = 10.000,00 / 12 = 833,33 depreciação mensal
Como foi utilizado apenas um mês o veículo, o valor da depreciação é de R$ 833,00

D- Despesas administrativas/comerciais – depreciação 833,00

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C- (-) Depreciação de bens do Ativo Imobilizado 833,00

Explicando os lançamentos:

Debita Despesas de Depreciação, por ser uma conta de despesas.


Credita a conta redutora do Ativo Imobilizado Depreciação do Ativo, pela diminuição
do saldo das contas do Ativo Imobilizado.

Livro Razão Contábil da Conta: DESPESAS ADMINISTRATIVAS - Despesas


Data Histórico Débito Crédito Saldo
31.12.200x Saldo Balancete Anterior 1.373,00 0 1.373,00D
31.12.200x Vlr. Quota de depreciação no mês 833,00 2.206,00D

Livro Razão Contábil da Conta: DEPRECIAÇÃO IMOBILIZADO - Ativo


Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.12.200x Saldo Balancete Anterior 0 0 0
31.12.200x Vlr. Quota de depreciação no mês 833,00 833,00C

Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil

ATIVO PASSIVO
1. Ativo Circulante 4. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível (caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) 210.000,00D - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 0,00 - Obrigações Tributárias 33.875,00C
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 7.875,00D - Obrigações Trabalhistas 910,00C
- Obrigações Sociais 463,00C
5. Passivo Exigível a
Longo Prazo
2. Ativo Realizável a - Obrigações a vencer após 12
Longo Prazo meses
-Créditos realizáveis (a receber após 6. Resultado de Exercício
12 meses) futuro
3. Ativo Permanente 7. Patrimônio Líquido
- 3.1 Investimentos - 7.1 Capital Social 100.000,00C
-3.2 Imobilizado (imóveis, veículos, 50.000,00D - 7.2 Reservas
máquinas)
(-) Depreciação de bens Imobilizado 833,00C 9*
-3.3 Diferido (gastos a amortizar em -7.3 Lucro ou Prejuízo acumul.
04 anos)
Total Ativo 317.042,00D Total Passivo 235.248,00C

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Vendas de Mercadorias 210.000,00C
Custo Mercadorias Vendidas 70.875,00D Vendas Produtos
Despesas Administrativas 2.206,00D (-)Deduções Vendas: Pis, Cofins, 55.125,00D
ICMS
Total das Despesas 73.081,00D Total das Receitas 154.875,00C
Total Balanço/Balancete 390.123,00D Total Balanço/Balancete 390.123,00C

9
* As contas de depreciação são classificados como redutoras do Ativo Imobilizado.

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Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil – a partir de 04.12.2008


com alterações da MP 449/2008 - convertida pela Lei 11.941/2009

ATIVO Saldo PASSIVO Saldo


Devedor Credor
1. Ativo Circulante 3. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) 210.000,00D - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 0,00 - Obrigações Tributárias 33.875,00C
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 7.875,00D - Obrigações Trabalhistas 910,00C
- Obrigações Sociais 463,00C
2. Ativo Não Circulante 4. Passivo Não Circulante
2.1 Realizável a Longo Prazo - Obrigações a vencer após 12
-Créditos realizáveis (a receber após meses
12 meses)
2.2 Investimentos 5. Patrimônio Líquido
2.3Imobilizado 50.000,00D - 7.1 Capital Social 100.000,00C
(imóveis, veículos, máquinas)
( - ) Depreciação de bens Imobilizado 833,00C* - 7.2 Reservas
2.4 Intangível -7.3Lucro ou Prejuízo
acumulado
Total Ativo 317.042,00D Total Passivo 235.248,00C

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Vendas de Mercadorias 210.000,00C
Custo Mercadorias Vendidas 70.875,00D Vendas Produtos
Despesas Administrativas 2.206,00D (-)Deduções Vendas: Pis, Cofins, 55.125,00D
ICMS
Total das Despesas 73.081,00D Total das Receitas 154.875,00C

Total Balanço/Balancete 390.123,00D Total Balanço/Balancete 390.123,00C

9 – CONTABILIZAÇÃO DAS PROVISÕES DE IMPOSTO DE RENDA E


CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO

Em 31.12.200x

a) Apuração do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro

Com Base no resultado do último balancete

Receitas 154.875,00
Despesas 73.081,00
Resultado 81.794,00

Imposto de Renda: 81.794,00 x 15% = 12.269,10


Adicional Imposto de Renda 10* = 81.794,00 – 20.000,00 = 61.794,00 x 10% = 6.179,40

10
* O adicional do Imposto de Renda é cobrado sobre o resultado cujo lucro acumulado seja maior que
R$ 20.000,00 mensais, multiplicado pelo número de meses do ano. Como a empresa iniciou suas
atividades em 01.12.2004, pode deduzir do lucro acumulado apenas R$ 20.000,00, referente o mês
dezembro/2004.

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Contabilidade Comentada © - pág. 169

Então deve ser provisionado R$ 12.269,10 + 6.179,40 = 18.448,50, referente Imposto


de Renda.

D- Provisão Imposto de Renda e Contribuição Social - Despesa 18.448,50


C- Provisão Imposto de Renda e Contribuição Social – Passivo 18.448,50

b) Apuração da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

Cálculo:

Com Base no resultado do último balancete

Receitas 154.875,00
Despesas 73.081,00
Resultado 81.794,00

CSLL = 81.794,00 x 9% = 7.361,46

D- Provisão Imposto de Renda e Contribuição Social - Despesa 7.361,46


C- Provisão Imposto de Renda e Contribuição Social – Passivo 7.361,46

Explicando os lançamentos:

Debita a conta de Provisão de Imposto de Renda - despesas, pois as despesas são


debitadas
Credita a conta de Provisão de Imposto de Renda - passivo, pois aumenta o passivo, um
saldo a pagar/recolher.

Livro Razão Contábil da Conta: PROVISÃO IRPJ E CSSL - DESPESAS


Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.12.200x Saldo Balancete Anterior 0 0 0
31.12.200x Vlr. Provisão Imposto de Renda 18.448,50 18.448,50D
31.12.200x Vlr. Provisão Contribuição Social s/ Lucro 7,361,46 25.809,96D

Livro Razão Contábil da Conta: PROVISÃO IRPJ E CSSL - PASSIVO


Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.12.200x Saldo Balancete Anterior 0 0 0
31.12.200x Vlr. Provisão Imposto de Renda 18.448,50 18.448,50C
31.12.200x Vlr. Provisão Contribuição Social s/ Lucro 7,361,46 25.809,96C

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Contabilidade Comentada © - pág. 170

Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil até 03.12.2008

ATIVO PASSIVO
1. Ativo Circulante 4. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível (caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) 210.000,00D - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 0,00 - Obrigações Tributárias 33.875,00C
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 7.875,00D - Obrigações Trabalhistas 910,00C
- Obrigações Sociais 463,00C
-Provisão Imposto Renda / CSLL 25.809,96C
5. Passivo Exigível a
Longo Prazo
2. Ativo Realizável a - Obrigações a vencer após 12
Longo Prazo meses
-Créditos realizáveis (a receber após 6. Resultado de Exercício
12 meses) futuro
3. Ativo Permanente 7. Patrimônio Líquido
- 3.1 Investimentos - 7.1 Capital Social 100.000,00C
-3.2 Imobilizado (imóveis, veículos, 50.000,00D - 7.2 Reservas
máquinas)
( - ) Depreciação de bens Imobilizado 833,00C
-3.3 Diferido (gastos a amortizar em -7.3 Lucro ou Prejuízo acumul.
04 anos)
Total Ativo 317.042,00D Total Passivo 261.057,96C

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Vendas de Mercadorias 210.000,00C
Custo Mercadorias Vendidas 70.875,00D Vendas Produtos
Despesas Administrativas 2.206,00D (-)Deduções Vendas: Pis, Cofins, 55.125,00D
ICMS
Provisão Imposto Renda e CSSL 25.809,96D
Total das Despesas 98.890,96D Total das Receitas 154.875,00C

Total Balanço/Balancete 415,932,96 Total Balanço/Balancete 415.932,96C

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Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil – a partir de 04.12.2008


com alterações da MP 449/2008 - convertida pela Lei 11.941/2009

ATIVO Saldo PASSIVO Saldo


Devedor Credor
1. Ativo Circulante 3. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) 210.000,00D - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 0,00 - Obrigações Tributárias 33.875,00C
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 7.875,00D - Obrigações Trabalhistas 910,00C
- Obrigações Sociais 463,00C
-Provisão Imposto Renda / CSLL 25.809,96C
2. Ativo Não Circulante 4. Passivo Não Circulante

2.1 Realizável a Longo Prazo - Obrigações a vencer após 12


-Créditos realizáveis (a receber após meses
12 meses)
2.2 Investimentos 5. Patrimônio Líquido
2.3Imobilizado 50.000,00D - 7.1 Capital Social 100.000,00C
(imóveis, veículos, máquinas)
( - ) Depreciação de bens Imobilizado 833,00C - 7.2 Reservas
2.4 Intangível -7.3Lucro ou Prejuízo
acumulado
Total Ativo 317.042,00D Total Passivo 261.057,96C

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Vendas de Mercadorias 210.000,00C
Custo Mercadorias Vendidas 70.875,00D Vendas Produtos
Despesas Administrativas 2.206,00D (-)Deduções Vendas: Pis, Cofins, 55.125,00D
ICMS
Provisão Imposto Renda e CSSL 25.809,96D
Total das Despesas 98.890,96D Total das Receitas 154.875,00C

Total Balanço/Balancete 415,932,96 Total Balanço/Balancete 415.932,96C

10 – CONTABILIZAÇÃO DAS TRANSFERÊNCIAS CONTÁBEIS PARA


APURAÇÃO DO RESULTADO

Em 31.12.200x

Apuração do Resultado

O Resultado do Exercício é de:

Receitas 154.875,00
Despesas 98.890,96
Resultado 55.984,04

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O procedimento contábil agora é zerar todas as contas de resultado ( receitas e despesas)


transferindo o saldo das contas para uma denominada Apuração de Resultado, como
abaixo:

D- Vendas de Mercadorias 210.000,00


C- Apuração de Resultado 210.000,00

D- Apuração de Resultado 55.125,00


C- (-) Dedução de Vendas: Pis, Cofins, Icms 55.125,00

D- Apuração do Resultado 70.875,00


C- Custo de Mercadorias Vendidas 70.875,00

D- Apuração do Resultado 2.206,00


C- Despesas Administrativas 2.206,00

D- Apuração do Resultado 25.809,96


C- Provisão de Imposto de Renda e CSSL 25.809,96

Observação: Atualmente, esses lançamentos são feitos por rotina de processamento de


dados, bastando para isto fazer o comando.

Explicando os lançamentos:

Todas as contas de resultado devedoras são creditadas


Todas as contas de resultado credoras são debitadas

O objetivo é zerar todas as contas de resultado e transferir os valores apenas para uma
conta que recebe todos os lançamentos, tanto os de natureza credora como os de
natureza devedora.

Livro Razão Contábil da Conta: VENDAS DE MERCADORIA - Receitas


Data Histórico Débito Crédito Saldo
31.12.200x Saldo Balancete Anterior 210.000,00C
31.12.200x Vlr. Transferido para apuração do resultado 210.000,00 0,00

Livro Razão Contábil da Conta: (-) DEDUÇAO DE VENDAS - PIS, COFINS e ICMS
Data Histórico Débito Crédito Saldo
31.12.200x Saldo Balancete Anterior 55.125,00 55.125,00D
31.12.200x Vlr. Transferido para apuração do resultado 55.125,00 0,00

Livro Razão Contábil da Conta: CUSTO DE MERCADORIAS VENDIDAS


Data Histórico Débito Crédito Saldo
31.12.200x Saldo Balancete Anterior 70.875,00 70.875,00D
31.12.200x Vlr. Transferido para apuração do resultado 70.875,00 0,00

Livro Razão Contábil da Conta: DESPESAS ADMINISTRATIVAS


Data Histórico Débito Crédito Saldo
Saldo Balancete Anterior 2.206,00 2.206,00D
Vlr. Transferido para apuração do resultado 2.206,00 0,00

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Livro Razão Contábil da Conta: PROVISÃO DE IMPOSTO DE RENDA E CSSL


Data Histórico Débito Crédito Saldo
31.12.200x Saldo Balancete Anterior 25.809,96 25.809,96D
31.12.200x Vlr. Transferido para apuração do resultado 25.809,96 0,00

Livro Razão Contábil da Conta: APURAÇÃO DO RESULTADO – Contas de Resultado


Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.12.200x Saldo Balancete Anterior 0,00
31.12.200x Vlr.transf. da conta Vendas de Mercadorias
para apuração do resultado 210.000,00 210.000,00C
31.12.200x Vlr.transf. da conta Dedução de Vendas
para apuração do resultado 55.125,00 154.875,00C
31.12.200x Vlr.transf. da conta Custo de Mercadorias
Vendidas para apuração do resultado 70.875,00 84.000,00C
31.12.200x Vlr.transf. da conta Despesas
Administrativas para apuração do 2.206,00 81.794,00C
resultado
31.12.200x Vlr.transf. da conta Provisão de Imposto de
Renda e CSLL para apuração do resultado 25.809,96 55.984,04C

Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil até 03.12.2008

ATIVO PASSIVO
1. Ativo Circulante 4. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível (caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) 210.000,00D - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 0,00 - Obrigações Tributárias 33.875,00C
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 7.875,00D - Obrigações Trabalhistas 910,00C
- Obrigações Sociais 463,00C
-Provisão Imposto Renda / CSLL 25.809,96C
5. Passivo Exigível a
Longo Prazo
2. Ativo Realizável a - Obrigações a vencer após 12
Longo Prazo meses
-Créditos realizáveis (a receber após 6. Resultado de Exercício
12 meses) futuro
3. Ativo Permanente 7. Patrimônio Líquido
- 3.1 Investimentos - 7.1 Capital Social 100.000,00C
-3.2 Imobilizado (imóveis, veículos, 50.000,00D - 7.2 Reservas
máquinas)
( - ) Depreciação de bens Imobilizado 833,00C
-3.3 Diferido (gastos a amortizar em -7.3 Lucro ou Prejuízo acumul.
04 anos)
Total Ativo 317.042,00D Total Passivo 261,057,96C

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Vendas de Mercadorias
Custo Mercadorias Vendidas Vendas Produtos
Despesas Administrativas (-)Deduções Vendas: Pis, Cofins,
ICMS
Provisão Imposto Renda e CSSL
Apuração do Resultado Apuração do Resultado 55.984,04C
Total das Despesas Total das Receitas 55.984,04C

Total Balanço/Balancete 317.042,00 Total Balanço/Balancete 317.042,00

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Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil – a partir de 04.12.2008


com alterações da MP 449/2008 - convertida pela Lei 11.941/2009

ATIVO Saldo PASSIVO Saldo


Devedor Credor
1. Ativo Circulante 3. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) 210.000,00D - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 0,00 - Obrigações Tributárias 33.875,00C
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 7.875,00D - Obrigações Trabalhistas 910,00C
- Obrigações Sociais 463,00C
-Provisão Imposto Renda / CSLL 25.809,96C
2. Ativo Não Circulante 4. Passivo Não Circulante

2.1 Realizável a Longo Prazo - Obrigações a vencer após 12


-Créditos realizáveis (a receber após meses
12 meses)
2.2 Investimentos 5. Patrimônio Líquido
2.3Imobilizado 50.000,00D - 7.1 Capital Social 100.000,00C
(imóveis, veículos, máquinas)
( - ) Depreciação de bens Imobilizado 833,00C - 7.2 Reservas
2.4 Intangível -7.3Lucro ou Prejuízo
acumulado
Total Ativo 317.042,00D Total Passivo 261.057,96C

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Vendas de Mercadorias
Custo Mercadorias Vendidas Vendas Produtos
Despesas Administrativas (-)Deduções Vendas: Pis, Cofins,
ICMS
Provisão Imposto Renda e CSSL
Apuração do Resultado Apuração do Resultado 55.984,04C
Total das Despesas 0,00 Total das Receitas 55.984,04C

Total Balanço/Balancete 317.042,00D Total Balanço/Balancete 317.042,00C

11- CONTABILIZAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DO RESULTADO DO


EXERCÍCIO PARA O PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Em 31.12.200x

A última tarefa é a transferência da conta Apuração do Resultado para a conta Lucro ou


Prejuízo, no grupo do Patrimônio Líquido. Dessa forma, as contas de Receitas e
Despesas ficam com o saldo zerado (sem valor), sendo o resultado apurado transferido
para o Patrimônio Líquido.

D- Apuração do Resultado - Receita ou Despesa 55.984,04


C – Lucros Acumulados – Patrimônio Líquido 55.984,04

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Explicando os lançamentos:
O saldo da conta Apuração de Resultado ( que deve ficar com saldo zerado) é transferido para o
Patrimônio Líquido, na conta Lucros ou Prejuízos do Exercício.

Como foi obtido lucro na apuração do resultado, debita-se a conta Apuração de Resultado ( para zera-la,
já que está com o saldo credor) e credita-se a conta do Patrimônio Líquido, acima citada.

Livro Razão Contábil da Conta: APURAÇÃO DO RESULTADO – Contas de Resultado


Data Histórico Débito Crédito Saldo
31.12.200x Saldo Balancete Anterior 55.984,04 55.984,04C
31.12.200x Vlr. Transferido para Lucros Acumulados 55.984,04 0,00

Livro Razão Contábil da Conta: LUCROS ACUMULADOS – Patrimônio Líquido


Data Histórico Débito Crédito Saldo
31.12.200x Saldo Balancete Anterior 0,00 0,00
31.12.200x Vlr. Transferido ref. Lucro do Exercício 55.984,04 55.984,04C

Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil até 03.12.2008

ATIVO PASSIVO
1. Ativo Circulante 4. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível (caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) 210.000,00D - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 0,00 - Obrigações Tributárias 33.875,00C
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 7.875,00D - Obrigações Trabalhistas 910,00C
- Obrigações Sociais 463,00C
-Provisão Imposto Renda / CSLL 25.809,96C
5. Passivo Exigível a
Longo Prazo
2. Ativo Realizável a - Obrigações a vencer após 12
Longo Prazo meses
-Créditos realizáveis (a receber após 6. Resultado de Exercício
12 meses) futuro
3. Ativo Permanente 7. Patrimônio Líquido
- 3.1 Investimentos - 7.1 Capital Social 100.000,00C
-3.2 Imobilizado (imóveis, veículos, 50.000,00D - 7.2 Reservas
máquinas)
( - ) Depreciação de bens Imobilizado 833,00C
-3.3 Diferido (gastos a amortizar em -7.3 Lucro acumulado 55.984,04C
04 anos)
Total Ativo 317.042,00D Total Passivo 317.042,00

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Vendas de Mercadorias
Custo Mercadorias Vendidas Vendas Produtos
Despesas Administrativas (-)Deduções Vendas: Pis, Cofins,
ICMS
Provisão Imposto Renda e CSSL
Apuração do Resultado Apuração do Resultado 0,00
Total das Despesas 0,00 Total das Receitas 0,00

Total Balanço/Balancete 317.042,00 Total Balanço/Balancete 317.042,00

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Reflexo dos lançamentos do Balanço/Balancete Contábil – a partir de 04.12.2008


com alterações da MP 449/2008 - convertida pela Lei 11.941/2009

ATIVO Saldo PASSIVO Saldo


Devedor Credor
1. Ativo Circulante 3. Passivo Circulante
- 1.1 Disponível ( caixa, bancos) 50.000,00D - Fornecedores 100.000,00C
- 1.2 Créditos (Dupls a receber) 210.000,00D - Empréstimos
- 1.3 Impostos a Recuperar 0,00 - Obrigações Tributárias 33.875,00C
- 1.4 Estoques (de mercadorias) 7.875,00D - Obrigações Trabalhistas 910,00C
- Obrigações Sociais 463,00C
-Provisão Imposto Renda / CSLL 25.809,96C
2. Ativo Não Circulante 4. Passivo Não Circulante

2.1 Realizável a Longo Prazo - Obrigações a vencer após 12


-Créditos realizáveis (a receber após meses
12 meses)
2.2 Investimentos 5. Patrimônio Líquido
2.3Imobilizado 50.000,00D - 7.1 Capital Social 100.000,00C
(imóveis, veículos, máquinas)
( - ) Depreciação de bens Imobilizado 833,00C - 7.2 Reservas
2.4 Intangível -7.3 Lucro acumulado 55.984,04C

Total Ativo 317.042,00D Total Passivo 317.042,00C

DESPESAS RECEITAS
4. Despesas 3. Receitas
Vendas de Mercadorias
Custo Mercadorias Vendidas Vendas Produtos
Despesas Administrativas (-)Deduções Vendas: Pis, Cofins,
ICMS
Provisão Imposto Renda e CSSL
Apuração do Resultado Apuração do Resultado 0,00

Total das Despesas 0,00 Total das Receitas 0,00

Total Balanço/Balancete 317.042,00D Total Balanço/Balancete 317.042,00C

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12-BALANÇO PATRIMONIAL (até 03.12.2008 sem alterações)

BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO


(até 03.12.2008 – sem alterações)
ATIVO

CIRCULANTE 267.875,00

Disponibilidades 50.000,00

Caixa e bancos 50.000,00

Direitos Realizáveis 217.875,00

Clientes 210.000,00

Estoques 7.875,00
Mercadorias 7.875,00

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO -

PERMANENTE 49.167,00

Imobilizado 49.167,00

Veículos 50.000,00
Depreciação, amortização e exaustão acumulada (833,00)

TOTAL DO ATIVO 317.042,00

BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO


(até 03.12.2008 – sem alterações)
PASSIVO

CIRCULANTE 161.058,00

Fornecedores 100.000,00
Obrigações Tributárias 33.875,00
Obrigações Trabalhistas 910,00
Obrigações Sociais 463,00
Provisão de Imposto de Renda e CSLL 25.809,96

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO -

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PATRIMÔNIO LÍQUIDO 155.984,00

Capital Social 100.000,00

Lucros Acumulados 55.984,04

TOTAL DO PASSIVO 317.042,00

Observa-se que o Ativo tem o mesmo total que o Passivo.

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13 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


(a partir de 03.12.2008 – sem alterações)
01/JAN./
A
31/DEZ./

RECEITA BRUTA 210.000,00

Venda de mercadorias 210.000,00

DEDUÇÕES (55.125,00)

Impostos e contribuições (55.125,00)

RECEITA LÍQUIDA 154.875,00

CUSTOS DAS VENDAS E SERVIÇOS (70.875,00)

LUCRO (PREJUÍZO) BRUTO 84.000,00

RECEITAS (DESPESAS) OPERACIONAIS (2.206,00)

Despesas gerais e administrativas (2.206,00)

RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA


E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO 81.794,00

PROVISÃO P/ IMPOSTO DE RENDA (18.448,50)

PROVISÃO P/ CONTRIB. SOCIAL S/LUCRO (7.361,46)

LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 55.984,04

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14-BALANÇO PATRIMONIAL ( a partir de 04.12.2008 com alterações MP


449/2008 - convertida pela Lei 11.941/2009)

BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO


(a partir de 04.12.2008 com alterações MP 449/2008- convertida pela Lei
11.941/2009)
ATIVO

CIRCULANTE 267.875,00

Disponibilidades 50.000,00

Caixa e bancos 50.000,00

Direitos Realizáveis 217.875,00

Clientes 210.000,00

Estoques 7.875,00
Mercadorias 7.875,00

NÃO CIRCULANTE 49.167,00

Realizável a Longo Prazo -

Imobilizado 49.167,00

Veículos 50.000,00
Depreciação, amortização e exaustão acumulada (833,00)

TOTAL DO ATIVO 317.042,00

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BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO


(a partir de 04.12.2008 com alterações MP 449/2008- convertida
pela Lei 11.941/2009)
PASSIVO

CIRCULANTE 161.058,00

Fornecedores 100.000,00
Obrigações Tributárias 33.875,00
Obrigações Trabalhistas 910,00
Obrigações Sociais 463,00
Provisão de Imposto de Renda e CSLL 25.809,96

NÃO CIRCULANTE -

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 155.984,00

Capital Social 100.000,00

Lucros Acumulados 55.984,04

TOTAL DO PASSIVO 317.042,00

Observa-se que o Ativo tem o mesmo total que o Passivo.

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15 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


(a partir de 04.12.2008 com alterações MP 449/2008 - convertida
pela Lei 11.941/2009)
01/JAN./
A
31/DEZ./

RECEITA BRUTA 210.000,00

Venda de mercadorias 210.000,00

DEDUÇÕES (55.125,00)

Impostos e contribuições (55.125,00)

RECEITA LÍQUIDA 154.875,00

CUSTOS DAS VENDAS E SERVIÇOS (70.875,00)

LUCRO (PREJUÍZO) BRUTO 84.000,00

RECEITAS (DESPESAS) OPERACIONAIS (2.206,00)

Despesas gerais e administrativas (2.206,00)

RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA


E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO 81.794,00

PROVISÃO P/ IMPOSTO DE RENDA (18.448,50)

PROVISÃO P/ CONTRIB. SOCIAL S/LUCRO (7.361,46)

LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 55.984,04

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