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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE

CENTRO DE EDUCAÇÃO - CED


CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA NA
ESCOLA BÁSICA
GESTÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA

BRUNA MAELE GIRÃO NOBRE PINHEIRO

No contexto da Educação escolar, é possível perceber que os alunos


demonstram necessidades diversas uns dos outros e, a fim de garantir que a
maior parte possível desses alunos tenha uma aprendizagem significativa e
real, o professor dedica grande parte do seu tempo em formações que
mostram seu aluno como um ser plural e dotado de conhecimentos oriundos de
fora da escola e que devem ser valorizados e sistematizados no interior desta.
É aí que surge a necessidade do profissional docente de refletir acerca da sua
prática pedagógica e estar atento às necessidades de seus alunos a fim de
desenvolver um projeto educacional que garanta a aprendizagem do alunado.
De acordo com o que afirma Pipolo (2010):
Desenvolver um projeto político educacional é uma tarefa que
exige competência técnica, compromisso político e um
permanente estado de diagnóstico, para que sejam
identificadas as dificuldades, reconhecidas as necessidades,
planejadas e implementadas as intervenções e avaliadas as
ações.

A aprendizagem é um processo complexo e envolve diversas variáveis,


entre as quais é possível citar época em que os aprendizes estão situados, seu
sexo, sua idade, o meio em que vivem, as pessoas com quem convivem e as
oportunidades que lhes são ofertadas. Não é fácil prever se um indivíduo
aprenderá e se ele aprenderá aquilo que se espera da forma como se espera.
Como então avaliar, de forma justa e eficiente, cada um dos alunos que
chegam à instituição escolar? Ainda segundo Pipolo:
Uma cultura da avaliação compreende a internalização da
necessidade de informações úteis e críveis sobre o
desempenho dos sistemas educacionais e das escolas, que
permitam a identificação de problemas e limitações,
potencialidades e alternativas, definição de práticas eficientes e
busca por aprendizados e saberes que possam ser, ao mesmo
tempo, objeto de reflexão e promoção dos processos de
planejamento e formulação de políticas públicas.

Dessa forma, podemos perceber que a avaliação deve ser pensada e


organizada levando-se em consideração todas as variáveis existentes no
processo de ensino-aprendizagem a fim de que seja possível determinar novos
pontos de partida para chegar a resultados mais satisfatórios e se tenha uma
educação de qualidade.
Podemos, portanto, com base na ótica de Kraemer (2005), em citação
feita por Souza e Braga (2005), pontuar quatro funções pertinentes da
avaliação feita na educação escolar: função diagnóstica, que tem por objetivo
colher informações a título de sondagem, antes mesmo de ser iniciado um
novo ciclo no processo de ensino-aprendizagem; função formativa, que deve
ser feita durante o processo, com o objetivo de se perceber se os caminhos
planejados quando da avaliação diagnóstica são, de fato, eficazes. Esse tipo
de avaliação é muito importante, pois é por meio dela que o professor reflete
sobre sua prática, o que poderá promover significativas mudanças em sua
metodologia; Função somativa, cuja alçada resume-se a apontar, em uma
escala pré-definida, o nível em que um estudante se encontra em relação a
determinados conteúdos/habilidades. Por fim, as autoras tratam da função de
controle, que se estrutura a partir da ideia de evolução da aprendizagem, a
qual possibilita identificar causas de determinados “bloqueios” que impedem
que um estudante evolua.
Assim, segundo o que afirma Luckesi (2012), a avaliação é um
instrumento, em muitas instituições, para se detectar falhas ou fracassos e
corrigi-los em tempo hábil a fim de se evitar mais prejuízos. A escola, no
entanto, vai na contramão desse pensamento quando busca encontrar
culpados pelos resultados insatisfatórios e se alivia quando detecta que o
“culpado” é o aluno ou a família do aluno. Desse modo, acaba deixando de
lado qualquer possibilidade de intervenção que pudesse resgatar o aluno com
dificuldades de aprendizagem.
Está claro, após a exposição acima, que nenhum indivíduo deverá ser
visto sob uma ótica que o aprisione ou limite suas vivências. No entanto,
enquanto educadores, nos acostumamos com os métodos que tornam o
processo de ensino-aprendizagem mais prático e até mais rápido. Achamos
normal que alunos vão ficando pelo meio do caminho simplesmente porque
“não conseguiram acompanhar” e os transformamos em marginais do sistema
educacional.

REFERÊNCIAS

LUCKESI, C. Avaliação da aprendizagem. Vídeo gravado para a Editora SM,


2012. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=JqSRs9Hqgtc>
Acesso em: 19 mai. 2015.

PIPOLO, D. S. M. “Círculos de avaliação: uma forma de dialogar com os


resultados educacionais”. In: Revista Iberoamericana de Educación. Vol. 53,
n. 03, 2010. Disponível em:
<http://www.rieoei.org/deloslectores/3785Sampaio.pdf> Acesso em: 19 mai.
2015

KRAEMER, M. E. A avaliação da aprendizagem como processo


construtivo de um novo fazer. 2005. Disponível em:
<http://www.gestiopolis.com/avaliacao-aprendizagem-como-processo-
construtivo-de-um-novo-fazer/> Acesso em: 30 nov. 2015

SOUZA, G. M. O.; BRAGA, G. G. A. As orientações legais para a estrutura,


organização e gestão pedagógica da escola. Gestão Pedagógica na escola.
Fortaleza: UAB/UECE, 2013.

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