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Entrevista exclusiva de
Waldyr Barroso,
diretor da Agência
Nacional de Petróleo,
Gás Natural e
Biocombustíveis
(ANP)
3o Encontro Anual
Abendi sobre
Certificação de
Competências Pessoais
em Atmosferas
Explosivas vem aí...
Sinopse
Este artigo apresenta um dispositivo extremamente versátil e muito útil como um simulador, capaz de simular termicamente objetos, equipa-
para a área de termografia. Ele pode ser utilizado como um corpo negro mentos e superfícies. Nessa última funcionalidade, o dispositivo, se visto
de baixo custo para a verificação da calibração de câmeras termográfi- a olho nu, mostrará a imagem visível do equipamento ou superfície que
cas e termômetros de infravermelho, como referência na comparação está simulando, mas, se visualizado por uma câmera termográfica, re-
de características de câmeras, como instrumento didático para o estudo produzirá as temperaturas aparentes daquele mesmo equipamento ou
e aplicações de transferência de calor e radiometria e, especialmente, superfície.
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Figura 2 - Módulo criado a partir das temperaturas
Figura 1 - Simulador de Condições Termográficas (SCT) do objeto a ser simulado
Figura 3 - SCT simulando uma conexão em operação – (a) Visto a olho nu (b) Visto com uma
câmera termográfica (c) Visto com uma câmera termográfica em modo fusão.
Com auxílio de acessórios, o SCT possibilita desempenhar um módulo acoplado à área dianteira aquecida do SCT.
diversas funções úteis ao estudo e a aplicações de transferência O módulo é construído utilizando como modelo um ter-
de calor. Algumas delas são listadas abaixo: mograma real do objeto que se deseja simular. O termograma
• Simular termicamente uma determinada superfície. 2D é convertido em uma imagem 3D por um software CAD
• Realizar ensaios e medidas de condutividade ou resistência (computer aided design). O eixo z é calculado pela Equação 1, con-
térmica baseada nas Normas ASTM C 177, C 1044 e ISO 8302. vertendo as temperaturas aparentes do termograma em
• Realizar ensaios e medidas de emissividade segundo as espessura do módulo. Assim, o módulo terá uma espessura não
Normas NBR 16485, ASTM E1933 ou ISO 18434-1 Annex A.2. uniforme, proporcional às temperaturas aparentes da superfície
• Realizar ensaios e medidas de transmitância de acordo com as do objeto a ser simulado, como mostrado na Figura 2.
Normas NBR 16554 ou ASTM E1897. Sobre a superfície do módulo é fixada um película transparente
• Realizar ensaios e medidas de temperatura aparente refletida para a radiação infravermelha, na qual a imagem visível do objeto a
de acordo com as Normas NBR 16292, ASTM E1862 ou ISO 18434- ser simulado é impressa. Como resultado, se o SCT é visto por uma
1 Annex A.1. câmera termográfica, ele reproduz as temperaturas aparentes da
• Ensaios de determinação de melhor foco óptico. superfície do objeto e, ao mesmo tempo, se for visto a olho nu,
• Realizar ensaios e medidas de IFOV e MFOV. mostra a imagem do próprio objeto como mostrado na Figura 3.
O módulo é construído realizando os passos seguintes:
SCT COMO SIMULADOR DE SUPERFÍCIES a) Com uma câmera termográfica de resolução nxm captura-
se a imagem térmica (termograma) do objeto real que se deseja
Nesta funcionalidade, o SCT pode simular termicamente simular e converte-o em uma matriz de temperaturas aparentes
objetos, equipamentos, seres vivos, etc. Isso é possível através de Ts(i,j) .
tecnologia preservando a vida
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seção técnica
Figura 4 - Termograma do objeto a ser simulado convertido em uma matriz de temperaturas aparentes
(1)
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Figura 7 – Exemplos de ensaios de emissividade
USO DO SCT EM ENSAIOS E MEDIÇÃO DE EMISSIVIDADE realizados com a simples instalação de diferentes materiais,
poucos centímetros à frente do SCT. A Figura 8 mostra um exemplo
Para executar ensaios e medição de emissividade, o usuário de medição de transmitância de uma janela de infravermelho.
deve acoplar a amostra diretamente em contato a área aquecida A medição de transmitância pode ser realizada na temperatura
do SCT, Ajustar a temperatura desejada, bem como o ângulo de desejada, adotando a Norma NBR 16554 ou a ASTM E1897.
visão utilizado no ensaio. Os ensaios de dependência angular da
emissividade podem ser realizados com rotação horizontal ou USO DO SCT COMO REFERÊNCIA DE TEMPERATURA
vertical do SCT. (CORPO NEGRO)
A medição de emissividade pode ser realizada na temperatura
desejada, adotando a NBR 16485, a ASTM E1933 ou a ISO 18434-1 O SCT é um simulador de corpo negro de área plana. Sua
Annex A.2. área frontal possui um material de alta condutividade térmica,
A Figura 7 mostra exemplos de ensaios de emissividade. moldada de uma só peça para melhorar a uniformidade da
temperatura e sua superfície é revestida com uma substância
USO DO SCT EM ENSAIOS DE TRANSMITÂNCIA DE MATERIAIS de alta emissividade. Sua temperatura pode ser ajustada com
exatidão, uniformidade e estabilidade, tornando-se adequado
Ensaios e medição da transmitância de materiais podem ser para verificar a calibração da maioria dos radiômetros comerciais.
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Figura 3: Ciclo hipotético de falha em uma conexão elétrica
Figura 5: Ponta de cabo deteriorado (severamente oxidado internamente), com carga, soldado e “frio
Nas Figs. 4 e 5 pode-se observar dois casos de deterioração conforme a Fig. 6. Nessa montagem, um terminal defeituoso
severa sem que haja aquecimento correspondente. é submetido a uma carga constante, desligado e religado, e a
A fim de comprovar o ciclo de aquecimentos e sucessivas curva de temperaturas que o mesmo atinge (Fig. 7) apresenta as
soldas de uma conexão real, foi montado em um experimento oscilações ocorridas ao longo do tempo.
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CONCLUSÕES CASO CONCRETO
Não se deve deixar enganar pela temperatura absoluta. A Na prática, e em instalações expostas às intempéries, por
temperatura medida no momento da inspeção Termográfica exemplo, os ciclos de variação de temperatura são mais
não indica, necessariamente, a gravidade de um uma anomalia complexos. No exemplo a seguir (Fig. 8), uma chave seccionadora
ou defeito. Ele pode estar em um ciclo de baixa ou, como nos em um poste é acompanhada durante alguns dias. No primeiro
casos das Figs. 4 e 5, completamente soldado e frio. Para um dia, as leituras são feitas de duas em duas horas, no horário
diagnóstico correto, há que se considerar, em primeiro lugar, se comercial. Após esse período, as leituras foram feitas sempre
a periodicidade em que o mesmo é inspecionado é adequada. que havia disponibilidade da câmera. As variações que se pode
Se a periodicidade for inadequada, é possível passar por um observar na temperatura são devidas não só ao horário em que
componente defeituoso sem que o mesmo se apresente as imagens foram feitas (variações de carga), mas também em
aquecido. Em segundo lugar, a importância de cada componente função de eventos atmosféricos (chuva no caso).
no âmbito do sistema como um todo e em qual momento desta Os valores individuais de cada imagem térmica podem ser
curva de temperaturas a medição está sendo feita. E, em último vistos na Tabela 1 e a variação em gráfico na Fig. 9.
lugar, mas não menos importante, que cada anomalia, se evoluir Após um resfriamento significativo pela chuva, a conexão
para uma falha, vai causar uma interrupção de fornecimento de volta a subir sua temperatura a uma taxa maior que vinha apre-
energia com reflexos imediatos na produção e faturamento. sentando antes do evento.
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GESTÃO, PROCEDIMENTOS E A TRÍADE DA QUALIDADE EM TERMOGRAFIA.
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PROFISSIONAL ENVOLVIDO
O primeiro vértice da qualidade envolve os graus de capacitação
e treinamento necessários para as diversas categorias de
profissionais envolvidos na operação do sistema de Gestão.
Em Termografia, a identificação de anomalias é altamente de-
pendente capacitação e do treinamento do elemento humano.
Se um tipo de anomalia não existir previamente na mente do
termografista, provavelmente passará sem ser detectada.
Dependendo da função, alguns profissionais necessitarão
apenas de treinamentos básicos ministrados interna ou externa-
mente na empresa. Outros demandarão certificação Nível 1, 2
ou eventualmente 3, segundo o grau de responsabilidade e as Imagem 02: Inspeção termográfica em rede de
normas reconhecidas do país. transmissão. Nesta aplicação é crucial a capacidade
do sistema infravermelho em medir objetos pequenos
Uma deficiência que infelizmente ocorre é a falta de treinamento a longas distancias.
adequado na operação e funções dos equipamentos utilizados,
necessidade muitas vezes detectada em participantes de cursos melhos em termos de desempenho e custo/benefício, conside-
de nível 1. rando a grande variedade de marcas e versões que cobrem toda
Quando necessário uma empresa pode desenvolver material a gama de preços.
de capacitação e treinamento específico para sua atividade, de Diferentes tarefas demandam diferentes necessidades, alguns
preferência sob a responsabilidade de profissionais nível 3. dos parâmetros típicos a serem especificados são:
• Resolução de Medição (MFOV, dado em miliradianos): de-
EQUIPAMENTO SELECIONADO finido como o menor objeto que pode ser medido a uma certa
O segundo vértice da qualidade diz respeito aos equipamentos distância. É resultado do número de pixels que compõem a matriz
utilizados. do detector, ângulo da lente, qualidade da óptica selecionada e,
Consiste na definição das especificações dos sistemas infraver- eventualmente, das características do modo de medição (por
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Imagem 06: Classificação de Risco ao Sistema.
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