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O que espera de 2018 Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018 • •1

Algumas personalidades da região, de diferentes quadrantes polí-


ticos e profissões, responderam ao desafio de O INTERIOR. Nesta
edição publicamos os primeiros contributos, mas há mais para ler
nas próximas semanas.

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941
04 janeiro 2018
Ano 15
quinta-feira
e 0.70 iva incluído
Diretor: Luís Baptista-Martins
semanário

Oito Câmaras da região gastaram


mais de 550 mil euros no Natal
Municípios da Guarda, com 232.550 euros aplicados na “Cidade Natal” e na sua promoção, e de Pinhel, que investiu 149.260 euros, foram os que mais apostaram na animação
natalícia Pág.6 e 7

Primeiro bebé
ENTREVISTA
«Os municípios Pedro veio ao mundo
mais para dentro na maternidade do
do território
têm dificuldades
do ano na região Hospital Sousa Mar-
tins passava um mi-
acrescidas»
António Robalo inicia o seu tercei-
nasceu na nuto da meia-noite do
primeiro dia de 2018.

Guarda
No Centro Hospitalar
ro e último mandato na presidên-
cia da Câmara do Sabugal e quer da Cova da Beira, na
implementar o Plano Estratégico Covilhã, o primeiro
“Sabugal 20/25”. ________ 2 e 3 bebé do ano nasceu no
dia 2 Pág.5
GUARDA
VMER esteve parada
na terça-feira por
falta de médico ______ 5

AUTARQUIAS
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2• • Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018

CARA
ENTREVISTA António Robalo, presidente
navalha

A
CARA da Câmara do Sabugal

Mais alta passagem


de ano «As portagens são um
da

que mata concelhos


Nem o frio e o anunciado mau tempo
assustaram os guardenses e forasteiros que
fio

passaram o ano na Praça Velha. Ao ritmo do


reggae de Richie Campbell e com um memo-
rável espetáculo de fogo-de-artifício milhares
no

de pessoas despediram o 2017e deram as


boas-vindas ao novo ano. O “réveillon” na P - Quais são as grandes opções
Guarda veio para ficar e quer assumir-se para os próximos quatro anos no
como uma referência a nível nacional. Sabugal?
R – É um mandato de continuidade.
Se há alguém que verdadeiramente tem a
noção exata daquilo que o Sabugal preci-
sa e do que é possível fazer sou eu. Temos
um Plano Estratégico, o “Sabugal 20-25”,
que define um conjunto de iniciativas e
de metas a que queremos chegar. Vamos
cosendo esses projetos tendo em conta as
disponibilidades do quadro comunitário
ULS da Guarda “Portugal 2020” e de outras oportunida-
des que vão surgindo, nomeadamente no
É incompreensível que a Viatura turismo com as linhas de financiamento
Médica de Emergência e Reanimação do Turismo de Portugal e outras. É evi-
(VMER) da Unidade Local de Saúde (ULS) dente que o facto de nos focarmos no que
da Guarda tenha ficado inoperacional du- é possível fazer, ano após ano, não evita
rante quase um dia por falta de médico e que a Câmara tenha que ter um conjunto
por problemas mecânicos da viatura. Uma de ambições, projetos e visões do Sabugal
situação inédita e inadmissível, pois sem do futuro, mas também gerir, no âmbito
este socorro, que faz a diferença entre a dos condicionalismos existentes com as
vida e a morte, os cidadãos da Guarda e transferências do Orçamento de Estado,
dos concelhos limítrofes ficaram mais vul- a “máquina” municipal que já é volumosa. a biomassa, sol, o vento e de transição P – Em síntese, fala na aposta no
neráveis. Um serviço caro e que não pode entre as zonas climáticas. Há também a turismo. Essa é a grande aposta para
falhar quando as pessoas precisam dele… P – De acordo com esse Plano Es- questão do património edificado, natural, os próximos anos?
tratégico, o que está a ser feito ou vai e de algumas marcas no território, caso R – Também queremos ser bafejados
ser feito para �ixar e atrair, nomeada- da Aldeia Histórica de Sortelha, o rio Côa, pelo “boom” turístico do país, mas hoje
mente os mais jovens? a Malcata e as tradições como as capeias. há um turismo de produto acabado inte-
R – Num concelho periférico e raiano, grando atrativos como a gastronomia, o
a Câmara pode identificar e ter perma- P – E os castelos da raia? Preten- património, a visitação, as experiências, o
Marco Batista nente conhecimento dos recursos do dem desenvolver algum projeto novo lazer, etc.. Já não há turismo de visitação
O candidato do PSD à Câmara da Co- município, identificar oportunidades de para dar outra dinâmica de atração a simples. Atualmente no Sabugal temos o
vilhã nas autárquicas de outubro, Marco investimento, construir um conjunto de esse património? presépio, mas pessoas também querem
Baptista, está desaparecido há dois meses. iniciativas que se complemente às do R – Temos tido a preocupação de criar saber onde almoçar e o que visitar mais
Não se sabe se está vivo ou morto, o que Estado no apoio à economia e fazer uma uma rede no território que integra as redes no concelho e na região.
se sabe é que é suspeito de desviar 115 diplomacia económica permanente para das Aldeias Históricas, do termalismo e do
mil euros, num caso que já foi noticiado captar investidores. Hoje, municípios By Nature. Mas criámos uma mini rede in- P – O que ganha o Sabugal por a
em Israel. como o Sabugal têm vocações novas, terna dos cinco castelos (Sortelha, Sabugal, Serra da Malcata integrar a Carta Eu-
nomeadamente de tentar criar os tais Vila do Touro, Vilar Maior e Alfaiates) e va- ropeia de Turismo Sustentável?
ecossistemas favoráveis ao investimento mos intervindo à medida das disponibilida- R – É uma bandeira que nos permite
e à captação de oportunidades de in- des. Todos conhecemos Sortelha, já a zona diferenciar-nos de outros territórios. Foi
vestimento para o concelho. E para isso histórica do Sabugal vai agora levar um um processo iniciado há dois anos e meio
é necessário termos a noção clara dos excelente impulso no âmbito destes planos pelo município do Sabugal, que convidou
CTT nossos recursos, do que pode criar mais
valor e ter apoios e infraestruturas para
de ação para a regeneração urbana. Vamos
avançar com cinco projetos de beneficiação
a Câmara de Penamacor numa primeira
fase por termos a Reserva Natural da
Os Correios vão encerrar 22 lojas no os investimentos, mas também alguns do espaço público no Largo da Fonte e Malcata em comum, e posteriormente,
âmbito do plano de reestruturação anun- mecanismos de subsidiação e de agiliza- na artéria principal da cidade, a Rua 5 de com a evolução do plano de ação da
ciado em dezembro passado e que deverá ção de processos. Outubro. Vamos ainda criar dois atrativos: carta, reforçámos o património edificado
afetar 53 postos de trabalho. Depois de en- um centro de artes e ofícios no edifício mu- acrescentando o município de Almeida.
cerrados os serviços nas aldeias e algumas P – Mas quais são os investimentos nicipal e um espaço onde queremos fazer Tentámos delimitar o primeiro território
vilas do interior, agora a “reestruturação” mais apetecíveis ou estratégicos para recriação histórica em torno de D. Dinis e Carta Europeia transfronteiriço com as
vai incluir lojas do litoral e até de Lisboa. o Sabugal? da Rainha Santa a da sua ligação ao Sabugal mancomunidade do Alto Águeda e da
Os CTT foram privatizados há quatro anos R – No âmbito dos serviços muni- através, nomeadamente, de um roseiral Sierra de Gata, mas do lado espanhol
e, desde então, duplicaram os preços cipais e do quadro dos funcionários da intitulado “O Milagre das Rosas”. Alfaiates, houve dificuldade em decidirem juntar-se
do correio, num tempo em que o correio Câmara, que são cerca de 200, criei uma Vilar Maior e Vila do Touro não serão es- a nós e o projeto está abandonado para
eletrónico vai substituindo os carteiros, e espécie de unidades de missão para o quecidas. No primeiro castelo, propriedade já. Construímos um plano de ação para o
despediu mais de oitocentas pessoas. Até desenvolvimento de debates, encontros e da Direção Regional de Cultura do Centro, turismo sustentável do lado português
agora, não se dava ouvidos aos protestos fóruns sobre essas temáticas. Na unidade haverá uma intervenção significativa, uma que foi validado em Bruxelas há precisa-
pelo encerramento de serviços longe de de missão “Sabugal Mais Valor” é uma vez que no pacto da CIM Beiras e Serra da mente um ano.
Lisboa, agora que no interior a maioria plataforma de trabalho responsável pela Estrela temos sinalizados 400 mil euros
das estações de correios já fecharam e valorização dos recursos e do território. para isso. Ao longo destes quatro anos P – Mas o que foi feito entretanto?
começam a encerrar no litoral já se fala A produção florestal e pecuária são exce- vamos com certeza arranjar o momento e a R – Naquele plano as várias entida-
em retirar o serviço público à empresa. lentes e uma oportunidade, tal como as oportunidade para desenvolver esse proje- des parceiras, como universidades, poli-
áreas da energia, onde, aliás, temos uma to. E continuaremos a aproveitar nas várias técnicos, ICNF e escolas, têm os projetos
grande feira, a Enertech, que valoriza o gavetas dos fundos comunitários formas e ações que se comprometeram realizar
Sabugal como concelho de grande poten- de melhorar a visitação a estes espaços e logo que possível. É um primeiro trabalho
cial nas energias naturais, como a água, depois integrarmos isto em rede… experimental que tem sido desenvolvido
Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018 • •3

P E R F I L

m custo
António Robalo

como o Sabugal»
ao longo deste ano. Na altura, porque era R – É difícil fazer obra nesse do- sítio um dia destes. Se tivéssemos isto
necessário indicar um organismo que mínio, uma vez que não há dinheiro resolvido tínhamos aí outro mundo no
fosse o “motor” da dinamização da Carta, para as estradas, mas espero bem que a interior do país.
indicámos a associação Territórios do Côa. reprogramação do quadro comunitário Tem saudades de dar aulas de Física e
É esta entidade que gere e acompanha o prevista para final de 2018 possa mudar P – Como explica que o Sabugal Matemática e regressar à docência pode ser
cumprimento da Carta Europeia de Tu- alguma coisa. No tempo em que erámos seja o único concelho da região Centro uma opção de António Robalo, de 60 anos,
rismo Sustentável. Isso não significa que ricos houve aquela tentativa de fazer sem um único investimento aprovado quando terminar o seu terceiro e último man-
cada um dos parceiros não vá, de forma uma ligação direta à A23, com uma in- no Plano Operacional Regional POR dato na presidência da Câmara do Sabugal.
autónoma, aos fundos comunitários. Este tervenção enorme dos militares, mas o Centro? Mas aquilo que o autarca mais gostaria
ano, candidatamo-nos às linhas de apoio projeto parou quando todos entendemos R – É o resultado da dinâmica em- de fazer após deixar o município é trabalhar na
do Turismo de Portugal e uma das nossas que não havia 15 ou 20 milhões de euros presarial que não há. O empresário que área tecnológica. «Não sei ainda como, logo
mais-valias é precisamente termos esse para concretizar o projeto. O anterior Go- investiu no Soito apresentou um projeto se verá, mas rapidamente me reconverto»,
selo da Carta Europeia de Turismo Sus- verno incluiu a estrada Sabugal-Guarda de equipamento de máquinas e que foi garante o eleito social-democrata que chegou
à cadeira maior da autarquia em 2009 após
tentável e não irmos isolados. Ainda agora nas prioridades do plano das infraes- chumbado. Não sei o porquê, o que devia
vários mandatos como vereador. Filho de emi-
vimos aprovados dois projetos, um para truturas de proximidade no distrito. A haver era uma majoração para os inves-
grantes em França, António Robalo estudou
Penamacor, outro para o Sabugal, de portas obra devia estar concluída em 2016… timentos no interior. Vejo o país a três
na Guarda e em Coimbra, onde se formou em
de entrada no concelho para o turismo. E Um ano antes estavam a fazer o projeto níveis: litoral, interior e raia, sendo que Engenharia Eletrotécnica e Telecomunicações.
estamos a desenvolver outros projetos, e havia 2 milhões de euros para gastar neste momento a fronteira está na Guarda. Fez o serviço militar, estagiou em França em
nomeadamente para o turismo ciclável. No nessa estrada, o que era pouco. Era uma Quem está mais para dentro do território televigilância e robótica e decidiu regressar
nosso caso, o turismo é dinamizado pela es- melhoria no acesso à A25 e à A23, mas tem dificuldades acrescidas. O Sabugal não ao Sabugal com «uma vontade enorme de
trutura de missão “Sabugal Mais Atrativo”. mais do que essa ligação o que nos mata é interior, é raia, e gostava um dia de ver os desenvolver o concelho e de fazer coisas na
são as portagens. Tenho receio que esse governos espanhol e português acordarem região». Foi professor no Externato do Soito
P – O concelho tem apostado nos seja um assunto esquecido, que todos se a criação de uma espécie de zona franca e presidente da Junta de Freguesia da sua
sabugalenses da diáspora e que hoje po- acomodem, porque esta não é uma ques- económica desde Valença a Vila Real de terra natal, a Ruvina, entre 1985 e 1993. Ali
dem regressar e fazer parte de uma eco- tão menor. Há um empresário que está Santo António com 50 quilómetros para continua a residir. «Sou um raiano muito ligado
nomia social cada vez mais dinâmica. a investir no Soito, onde já criou cerca cada lado da fronteira e terem medidas à minha terra, uma aldeia que não tem mais de
R – Temos essa preocupação e senti- de 50 postos de trabalho, cuja atividade concretas de intervenção no território. Mas cem habitantes, e ao meu concelho», sublinha.
mos, no âmbito da rede “Sabugal Primus”, principal está na zona de Esmoriz e Ovar enquanto continuarmos a dizer que somos Nessa altura António Robalo já andava
cujo objetivo é juntar esta gente da diás- e exporta 90 por cento da sua produção. todos interior… na política, passando pela Assembleia Muni-
pora, que uma das formas de procurar O maior óbice que tem para aumentar o cipal e integrando os executivos camarários
transpor investimento e mais-valia para investimento no Soito são os camiões a P – Como está a situação �inanceira de António Morgado e Manuel Rito. «Nunca
pensei nem fiz estratégia para ser vereador e
o concelho é precisamente através dos circular na A25 porque o material tem da Câmara do Sabugal?
presidente da Câmara e nunca farei qualquer
investidores da diáspora. Portanto, no que vir para cá para ser montado e voltar R – Está equilibrada, temos tudo em
estratégia para outros lugares políticos»,
âmbito de um regulamento que temos e para a casa-mãe. É um custo que está a dia, pagamos rápido, ou seja, a nove ou
acrescenta, dizendo não ter qualquer pre-
de uma estrutura que vamos dinamizar, o sufocar a empresa e concelhos como o dez dias. Temos equilíbrio financeiro e tensão ao cargo de deputado na Assembleia
“Sabugal Investe”, vamos criar um conjun- nosso. capacidade para contrair empréstimos. O da República. «É um cargo que não valorizo
to de iniciativas para esses investidores. Orçamento para 2018, de 19,7 milhões de particularmente porque o nosso sistema
P – O que pode ser feito para cha- euros, foi votado por unanimidade na Câ- não permite que os deputados possam fazer
P – Houve dois fóruns em Lisboa e mar a atenção para este problema? mara e já disse que tencionava desenvolver alguma coisa pelos seus territórios», justifica
Paris. Há resultados concretos dessas R – É uma barreira, uma fronteira, os projetos contratualizadas no âmbito da o presidente da Assembleia Distrital do PSD.
ações? que as pessoas não estão a ver. Quando CIM, do Turismo de Portugal, dos Proveres O também mandatário distrital da candidatura
R – Não em termos de investimento se fala nos incêndios, em revitalizar o Aldeias Históricas, Termalismo e By Nature. de Rui Rio à liderança do partido prefere o
direto ou de criação de emprego, mas interior, a medida prioritária – é verdade sistema francês do député-maire, em que o
sim quanto a trazer os sabugalenses para que estivemos muitos anos sem porta- P – Como está o projeto do Museu presidente da Câmara é também deputado e
discutir o seu concelho, a sua terra, e para gens e também fomos perdendo gente da Emigração? contribui «mais para o melhor funcionamento
desenvolver alguns projetos. Por exem- – era acabar com as portagens porque os R – É um projeto importante que do país porque sabe exatamente quais as
plo, todo o trabalho cultural que tem sido tempos são diferentes e há uma vontade gostaria de concretizar até ao final do questões que necessita colocar na Assembleia
desenvolvido na Bendada resulta muito de equilíbrio. Se não houver isso não há mandato, até pela minha condição de fi- da República pela sua região».
da intervenção da banda filarmónica, hipótese. lho de emigrantes. Mas não é fácil porque O edil raiano diz ser um «homem reser-
vado» e revela que começou a beber álcool
das pessoas da aldeia, mas também da há vários municípios interessados nesta
aos 40 anos na sua primeira campanha eleito-
ação direta de alguns bendadenses que P - O que é que um autarca pode temática e o Ministério da Cultura e a
ral. «Foi quase por obrigação», recorda agora,
já não residem ali e apareceram nesses fazer para conseguir que o Governo Secretaria de Estado das Comunidades
sublinhando que hoje aprecia um bom vinho.
fóruns e apoiaram esses eventos. Mas altere este cenário? ainda não tomaram posição. Nós temos Como raiano que se preza, gosta também de
há um conjunto de ideias e situações R – Os autarcas, todos em uníssono, um “draft” excelente e um local para capeias, do convívio e dos bons produtos da
que foram referidas por alguns dos par- deveriam ser mais reivindicativos, mas desenvolver o Museu das Migrações, do gastronomia sabugalense. Já da sua ligação
ticipantes que não conseguimos ainda temo que os meus colegas estejam já Contrabando e das Relações de Fronteira, à emigração e a França herdou a paixão pelo
sintonizar com a sua vontade. No futuro preocupados com outras coisas. Mas que é a escola EB 1 do Sabugal que ficará ciclismo, ao ponto de ir ver ao vivo etapas do
poderemos abordar estas questões no eu estou porque quando falamos em livre no próximo ano letivo. Temos tido Tour e do Campeonato do Mundo, e pelo ru-
Gabinete de Apoio ao Emigrante, que vai dinamizar o interior há três coisas algumas negociações com a Secretaria de gby. «Gosto também de corridas de cavalos»,
ter uma nova valência de apoio ao inves- que me preocupam: as portagens, as Estado, com a Assembleia da República e acrescenta. O autarca diz-se um acérrimo
tidor da diáspora. A secretaria de Estado ligações móveis e outras e o mundo algumas personalidades da vida política defensor da identidade rural das terras raianas
das Comunidades está a dinamizar esse rural. Por exemplo, todos sabemos que portuguesa que me apoiam nesta iniciati- e não acredita no desaparecimento de aldeias
projeto e o município do Sabugal assinará enquanto não houver um cadastro das va. Na eventualidade de não podermos fa- como a Ruvina. «O que vejo hoje é que muitos
brevemente esse protocolo. propriedades rurais não se poderá fazer zer a obra com apoios do Estado teremos emigrantes regressam e ficam agora mais tem-
a reforma da floresta nem da agricultu- que avançar com um empréstimo para a po durante o ano. Essa nossa emigração tem que
P – Está satisfeito com as acessibi- ra. Falta também um plano de gestão da realizar porque é um projeto de tal forma ser muito acarinhada porque traz vitalidade às
lidades ao concelho? O que tem sido água porque o que aconteceu este ano interessante para o Sabugal em termos de aldeias e faz investimentos, com casas recupe-
radas e aquecidas», considera António Robalo.
feito nessa área? em Viseu vai voltar a acontecer noutro atratividade que tem que arrancar.
4• • Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018

editorial Luís Baptista-Martins


baptista-martins@ointerior.pt

O início de uma nova era?


1
Como sempre, ao entrarmos num novo ano elevamos as ex-
petativas, analisamos e antecipamos sucessos e formulamos
desejos. Há inclusive quem aposte em grandes mutações,
em verdadeiras metamorfoses com a entrada no novo ano. Outros
registam a mudança de ano como ponto de partida para novas
aventuras, para a concretização de sonhos e ambições, para a
mudança de hábitos (deixar de fumar, passar mais tempo com
os filhos, emagrecer, mudar de gadget, mudar de emprego, …)
mudar de vida…, porque «ano novo, vida nova»! É a síndrome
das novas realizações, da (boa) esperança, dos novos desígnios
e do entusiasmo renovado. É o olhar para um “novo” futuro,
um futuro que não existe porque na verdade o que temos é o
momento, o presente.
E é sobre o presente que deve incidir o nosso foco. Ano
novo, vida nova e preços novos. Vamos ter aumentos de preços
nos transportes e nas portagens, mas também irá aumentar a
eletricidade e o gás, as rendas de casa, os automóveis (agra-
vamento do Imposto sobre Veículos e aumento do Imposto
Único de Circulação), o tabaco e a alimentação (nomeadamente
as bebidas açucaradas e o pão). É o regresso da inflação
(finalmente), que absorverá o pequeno aumento de salários
e anulará a melhoria dos rendimentos ansiada. E é o ano em
que o salário mínimo vai chegar aos 580 euros. Um novo ano
em que as taxas de juro continuarão baixas e a Euribor deverá
continuar negativa – oxalá!
Mas é também o ano da confirmação das boas contas de
Portugal, com o défice a manter o seu percurso de descida e
opinião historicamente baixo e o crescimento do PIB a confirmar a retoma
António Ferreira
antonio.ferreira.adv@netvisao.pt Pequenas cidades da economia, alavancada no turismo e nas exportações.
2018 tem tudo para ser o ano da confirmação de Portugal
Numa crónica de finais de dezembro, publicada no No entanto, não podemos esquecer-nos de que como país de moda e de afirmação internacional. Um ano em que
“New York Times”, Paul Krugman conta a história da aquelas fábricas, no seu conjunto, estão longe de em- já não bastará termos o melhor jogador do mundo, queremos ser
cidade norte-americana de Rochester e, através dela, a de pregar sequer mil trabalhadores e que só a Delphi, nos campeões do mundo; já não bastará ter o ministro coordenador do
muitas pequenas cidades industriais. Rochester começou seus tempos áureos, chegou a ter cerca de três mil. A Eurogrupo, queremos liderar a reforma da Europa; não bastará ter
por produzir farinha, depois sementes, a seguir monócu- tendência, a não ser que os investimentos sejam para o secretário-geral da ONU, queremos liderar a diplomacia mundial
los e, nessa sequência, vidros, microscópios e lentes. A continuar, não é por isso favorável. Para além disso, e ter o reconhecimento universal! 2018 vai ser, definitivamente,
especialização em produtos óticos trouxe a Kodak e mais como alerta Krugman, estas indústrias mantêm-se no o ano de Portugal.
tarde a Xerox. Esta história, que se estende por mais de mesmo lugar, na mesma cidade, por razões que têm E vai ser o ano da coesão nacional. Depois das tragédias de
cem anos, parece trazer lições sobre como desenvolver sobretudo a ver com o mero acaso ou a boa fortuna. Pedrógão e do dia 15 de outubro «nada ficará como antes» e
uma pequena cidade, mas Krugman conclui apenas uma Uma inovação tecnológica pode destruir de um momento não serão apenas promessas (do governo): o interior vai mesmo
coisa: esse desenvolvimento depende apenas da sorte. para o outro uma indústria inteira ou torná-la muito mudar. O Infarmed irá para o Porto e haverá descentralização e
A deslocalização de uma indústria, ou a sua substituição menos rentável, e o mesmo efeito pode ter a existência desconcentração de serviços, haverá investimento público no
por outra coisa qualquer, noutro lugar, podem destruir de de custos de produção mais baixos noutros lugares. interior e haverá um novo caminho com correção de assimetrias,
um momento para o outro as expectativas construídas Como a mão-de-obra barata chinesa acabou com boa desenvolvimento territorial e promoção de qualidade de vida no
ao longo do tempo. parte da nossa indústria têxtil, não estamos livres de que “Portugal profundo” e até agora ostracizado. 2018 será o primeiro
Na nossa região, por exemplo, há alguma história aconteça o mesmo noutros sectores, ou de que vejamos ano de uma nova era que temos de exigir – começamos o ano
na indústria automóvel. A Renault teve aqui uma fábrica os salários médios aproximarem-se, como ali, do salário com fundado otimismo… Daqui a 12 meses veremos se havia
durante décadas. Tivemos depois a Delphi, que como mínimo nacional. razões para isso!
aquela encerrou, mas temos ainda a Dura, a Sodecia, A região não se pode permitir perder estes investido-

2
a Coficab. Há histórico na fabricação desses produtos, res, que são uma espécie de última barreira ao acentuar Convidámos algumas personalidades da região para refle-
mão-de-obra com experiência, infraestruturas instala- do despovoamento. Espera-se que o poder central tenha tirem sobre o que não desejamos para o novo ano e para
das, boa localização (relativamente longe dos terminais noção disso e que perceba o estado de quase catástrofe, anteciparem um pouco do que esperam de 2018. Muito para
de contentores, mas na confluência de autoestradas e demográfica e económica, em que se encontra o interior. além dos clichés habituais, publicamos nestas primeiras semanas
linhas de caminho-de-ferro). Talvez por tudo isso, há Há urgência de medidas de discriminação positiva, como do ano ensaios e opiniões sobre as expetativas de pessoas que
notícia de investimentos próximos: quer a Sodecia, quer impostos mais baixos para quem crie postos de trabalho vivem intensamente a vida da região. São contributos relevantes
a Coficab, estão prontas a contratar mais trabalhadores na região, eliminação ou redução das portagens, deslo- e que agradecemos porque só com a participação de muitos
e a aumentar as instalações. Assim, a manterem-se as calização para cá de serviços ou organismos do Estado. poderemos ter uma sociedade civicamente mais evoluída e cul-
atuais circunstâncias da indústria automóvel e a continuar Para já, no Orçamento Geral do Estado para 2018 há turalmente mais rica. Votos de um Próspero Ano Novo a todos
a região a fornecer boas condições, parece haver algum uma boa notícia para a Câmara Municipal da Guarda: a os leitores, clientes e colaboradores.
otimismo para o futuro. possibilidade da dívida da água ser paga em 25 anos.
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EmFoco Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018 • •5

Pedro é o bebé do ano


na Guarda
Enquanto se celebrava o fim de ano na Praça Velha, no Hospital da Guarda a festa era outra com
o nascimento do primeiro bebé de 2018
AEI

Bebé do ano na Covilhã


só chegou no dia 2 DR

Pedro nasceu às 00h01 do primeiro dia do novo ano

Ana Eugénia Inácio recordam os pais. Depois de uma o pai, como a mãe, são ali enfer-
gravidez mais longa do que o espe- meiros. Maria José Lucas trabalha
rado, «correu tudo bem», contam mesmo na Pediatria e por isso
Passava um minuto da meia- os pais babados. Pedro nasceu de Pedro «nasceu entre conhecidos, Francisco foi o primeiro bebé de 2018 no CHCB
noite quando nasceu o primeiro parto normal, com 3,575 quilos, e rodeado dos “tios”», brinca a pro-
Na Covilhã, no Centro Hospitalar da Cova da Beira, o bebé
bebé do ano no Hospital Sousa é o primeiro filho do jovem casal, genitora. O primeiro bebé a nascer
do ano não foi tão folião e só chegou às 16h57 do dia 2. Marina
Martins, na Guarda. Estava pre- natural da Guarda. «É uma experi- na Guarda em 2018 não passou
Bento e Samuel Felgueiras, casal residente no Fundão, são os
visto que Pedro chegasse no dia ência já há muito aguarda», admite indiferente e logo no primeiro dia
pais de Francisco, que nasceu com 3,540 quilos e 51 centímetros.
de Natal, mas «não quis», conta a o pai. Filipe Soares não esconde a recebeu a visita do presidente da
Ao longo deste último ano nasceram na Guarda 558 bebés,
mãe, Maria José Lucas. O menino alegria de ser um menino, no que Câmara, Álvaro Amaro, que ofe-
menos 20 em relação a 2016, e na Covilhã houve 553 nascimentos,
fez-se esperar, só quis vir ao mun- diz ser «um desejo concretizado». receu uma miniatura do “Anjo da
mais 16 que no ano transato. Segundo a previsão da UNICEF, só
do às 41 semanas e a festa foi de À sua espera tem já as primas, pois Guarda” e um enxoval, onde não
no dia 1 poderiam nascer em todo o país 213 bebés. Dados da
arromba, nasceu com o novo ano. Pedro é o primeiro rapaz entre as falta um gorro para enfrentar o
instituição apontam que «uma criança nascida em Portugal em
Partos destes não se fazem meninas da família. frio da cidade mais alta. Também
janeiro de 2018 viverá provavelmente até ao ano 2100, enquanto
todos os anos e no momento esta- Embora o dia do seu ani- o Conselho de Administração da
uma criança nascida na Somália terá uma esperança média de
va toda a equipa de Obstetrícia da versário seja de folia, Pedro tem ULS, através da diretora do Serviço
vida de apenas 57 anos». Uma realidade para «perto de metade
maternidade da Guarda preocu- sido um bebé tranquilo, afinal os de Obstetrícia, Cremilde Sousa,
das crianças nascidas este ano” diz Beatriz Imperatori, diretora
pada com o bebé, «mas depois foi corredores do hospital da Guarda ofereceu uma moldura em prata
executiva da UNICEF Portugal.
uma festa, toda gente celebrou», não lhe são desconhecidos. Tanto para recordar o momento.

VMER da Guarda esteve parada na terça-feira


por falta de médico ULS confirma situação, que diz ser «ocasional», devido à «falta de
recursos humanos médicos com formação específica» e a problemas
mecânicos da viatura
DR
Luis Martins últimos anos, um esforço enorme pre operacional». Confrontada
por parte das equipas médicas com esta tomada de posição, a
da ULS da Guarda para garantir o presidente do Conselho de Ad-
A Secção Regional do Centro socorro às populações», pelo que ministração da ULS guardense
da Ordem dos Médicos alertou esta falha é «inédita e incompre- confirmou que a VMER esteve
anteontem para inoperacionali- ensível». inoperacional, mas «entre as 8
dade nesse dia da Viatura Médica É também «um altíssimo horas e as 17h18». Isabel Coelho
de Emergência e Reanimação risco para a Guarda, e regiões li- acrescentou que, das 8 horas às
(VMER) da Unidade Local de mítrofes em caso de calamidade, 16h30, isso aconteceu por «falta
Saúde (ULS) da Guarda. o facto da viatura médica afeta à de recursos humanos médicos
Segundo o presidente da ULS da Guarda estar inoperacio- com formação específica» e das
secção, Carlos Cortes, a VMER nal», considera o presidente da 16h30 às 17h18 «por proble-
esteve parada «das 8 às 20 horas» A Viatura Médica de Emergência e Reanimação esteve parada Ordem dos Médicos do Centro, mas mecânicos da viatura».
da passada terça-feira por falta das «8 às 17h18», segundo a ULS guardense que classifica a situação como A situação foi «de imediato»
de médico e apelou ao ministro consequências podem ser graves impossível assegurar o apoio «extremamente grave». O caso comunicada ao CODU, para que
da Saúde para que resolva os já que não existe uma equipa mé- médico urgente em todo o distrito foi entretanto comunicado à «nenhum doente ficasse sem
problemas sentidos na Guarda dica para se poder deslocar a um fora das instalações das unidades tutela e à Inspeção-Geral das assistência», disse ainda a respon-
para garantir a operacionalidade local de um acidente ou junto de de saúde», alertou o dirigente. Atividades em Saúde porque a sável, sublinhando que foi uma
deste serviço de emergência. um doente que necessite de apoio Em comunicado, Carlos Cortes ULS da Guarda «é responsável «situação ocasional, não se prevê
«Esta situação é intolerável. As médico urgente. É desta forma lembrou que «tem existido, nos por manter uma equipa sem- que se repita».
6• • Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018

Mais alta e cara


passagem de ano
Oito Câmaras da re
na Guarda DR
no Natal
DR

Na última noite do ano apoia a iniciativa) e um espe-


todos os caminhos foram dar táculo de fogo-de-artifício. O
à Praça Luís de Camões, na custo total do evento ainda não
Guarda, para a “mais alta pas- foi divulgado, mas, segundo
sagem do ano”. o portal Base, o concerto de
A festa atraiu milhares Richie Campbell custou 36.500
de pessoas que celebraram euros (mais IVA) à autarquia,
a chegada de 2018 ao som que ainda pagou mais 53.500
de Richie Campbell e do DJ euros pelo aluguer das estru-
João Vaz (Rádio Comercial). turas para o espetáculo. Falta
Também não faltou o tradi- conhecer o preço da atuação
cional brinde coletivo com do DJ João Vaz e do fogo de
espumante Raposeira (que artifício.

Guarda foi “Cidade


Natal” durante
Município da Guarda tem a fatura mais elevada com 232.550 euros gastos na “Cidade Natal” e na sua promoção

Luis Martins Câmaras da região nas festas. ros, mais IVA. Com o evento
Mas a 2 de janeiro nem todas “Cidade Natal”, a Guarda foi o

25 dias O frenesim das festas já pas-


sou e, antes das luzes de Natal se
as autarquias tinham ainda di-
vulgado as despesas com estas
atividades, todas elas assumidas
município que mais despesa
teve com as festas natalícias.
Segundo o Base, a edilidade
A Guarda foi a “Cidade resultou da colaboração de 47 apagarem nas ruas das cidades por ajuste direto e às quais há da cidade mais alta despendeu
Natal” de 1 a 25 de dezembro. instituições do Conselho Local e vilas da região, é chegado o que somar o valor do IVA. Até 232.550 euros (no ano passado
Pelo quarto ano consecutivo, de Ação Social e 71 escolas e momento de fazer contas aos àquela data foi possível localizar tinham sido 252.803 euros),
a Praça Luís de Camões, junto jardins-de-infância, do ensino gastos desta quadra. informação de oito municípios repartidos pela iniciativa em
à Sé Catedral, foi o centro das público e privado, que foram Este ano, além da tradicio- referente à quadra que findou si (61.900 euros), o aluguer de
atenções. desafiadas a realizar um vitral nal iluminação própria da época, e concluir que a aposta está nas estruturas (72.400), a seguran-
A principal novidade deste que representasse as cores, as houve animações várias e even- aldeias temáticas, nas feiras, nas ça (26.800) e a divulgação do
ano foi a instalação de uma imagens e a alegria do Natal. tos temáticos um pouco por todo pistas de gelo, nos carrosséis e, evento (49.450). A estes items
rampa de gelo sintético. A casa As festividades natalícias na o lado, já as ceias estão a cair em como não poderia deixar de ser, há que juntar os 22 mil euros
do Pai Natal, a colorida Árvore cidade mais alta terminaram desuso. Com base na informação nas iluminações. aplicados na iluminação das
de Natal com 13 metros de com o espetáculo das Janeiras disponível no portal Base, onde Com base na informação ruas. A seguir surge Pinhel, que
altura, o Carrossel Parisiense e no TMG e o musical de Natal todos os contratos públicos publicada, as Câmaras de Aguiar gastou 149.260 euros no “Pinhel
o Globo de Neve foram outras “O Mundo de Plimpix”. Já o com valor superior a cinco mil da Beira, Belmonte, Covilhã, de Natal” (74.975 euros) e numa
das atrações. Houve ainda a concurso de montras premiou euros têm obrigatoriamente Guarda, Pinhel, Sabugal, Tran- pista de gelo e num carrossel
iniciativa “Cidade de Cristal”, um estabelecimento comercial de ser publicados, O INTERIOR coso e Vila Nova de Foz Côa (74.285 euros). A terceira edili-
no Jardim José de Lemos, que com mil euros. foi saber quanto gastaram as gastaram no total 550.745 eu- dade com a fatura mais elevada
Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018 • •7

egião gastaram 550.745 euros


Aldeias temáticas, feiras, pistas de gelo, carrosséis e iluminações foram as apostas dos municípios
para animar a quadra natalícia
LM

232.550 euros
foi quanto
gastou a

“Pinhel de Natal”
Câmara da
Guarda na
o Natal ficaram-se pelos 28.500 “Cidade Natal”
euros pelo aluguer do carrossel
(13.500 euros) e a ornamen-
tação natalícia da cidade (15
mil euros). Já em Belmonte só
termina no sábado
a iluminação custou aos cofres Entre 1 de dezembro e zona envolvente ao edifício da
do município 35 mil euros. Mais 6 de janeiro, Pinhel viveu ao Câmara Municipal. Já no dia 15
contida nos gastos, a Câmara de ritmo da alegria natalícia com chegou o Pai Natal e teve lugar
Aguiar da Beira pagou 20.750 um conjunto de atividades a abertura oficial da “Aldeia
euros pela iluminação da vila que pretenderam celebrar a dos Elfos”, que vai permanecer
e 5.530 euros por almoço de quadra festiva mais aguardada no Jardim 5 de Outubro até
Natal para os idosos do conce- por pequenos e graúdos. ao dia de Natal. O evento foi
lho, o que perfaz um total de A iluminação foi ligada no complementado com um mer-
da região, de acordo com o por- 26.280 euros. Em Trancoso, a primeiro dia de dezembro e cadinho, a Casa do Pai Natal, a
tal Base a 2 de janeiro, foi a do informação disponível refere-se no dia 8 abriram os primeiros Caixinha de Música, a Árvore
Sabugal. Contudo, o município apenas ao aluguer da tenda de atrativos que fizeram as delí- de Natal Mágica, a Disco Kids,
raiano está longe dos anterio- Natal, que também serviu para cias dos mais pequenos: a pista o Selfie Point e espetáculos de
res ao pagar 35.795 euros para a passagem de ano, que ficou de gelo, o carrossel e o presé- música, magia, teatro e vídeo
ter uma pista de gelo (15.495 em 19.750 euros. Finalmente, pio, que ficaram instalados na mapping.
euros) no período das festas, e ao contrário das restantes, a
alugar casinhas de madeira para Câmara de Vila Nova de Foz Côa
a feira de Natal (10.800) e pela optou por gastar mais dinheiro
montagem do maior presépio num almoço com idosos (14.500
natural do país (9.500). euros) do que na iluminação
Na Covilhã, os custos com (9.110 euros). 149.260 euros foi
o custo do evento
“Pinhel de Natal”
14.500 35 mil euros
euros por custou a
almoço de iluminação
Natal com de Natal em
idosos em Belmonte
Vila Nova
de Foz Côa

Fonte: Arquivo de contratos públicos (Base) / PÚBLICO


8• • Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018

2018, ano de todas as


Raiz, tronco e ramos 2018: Expetativas
Para 2017 desejei que os meus conterrâneos escolhessem Ao ser desafiado por O INTERIOR para escrever possuidor ou que a culpa da escassez de água seja
com discernimento e lucidez quem nos governaria nestes quatro sobre as expetativas para 2018, começo da forma imputada a S. Pedro e não a quem tirou a válvula da
anos. Hoje, reconheço que o povo, quando não é sábio, é práti- como tinha pensado terminar, dizendo que gostaria banheira de Girabolhos.
co. Num tempo em que à política só o nome se lhe reconhece, que este fosse um ano em que a política pudesse Neste ano que agora se inicia, importaria que
tomada que está por individualidades nada individuais, tudo se trocar a arte da dissimulação pela ética na atuação. o facto de não haver uma Autoeuropa no distrito da
prefere em papéis tão pardos como os gatos, à noite. Optou-se, Que 2018 seja mais um ano marcado pela ener- Guarda não fosse razão para que a extrema-esquerda
por isso, pelo novo, enfeitado, engalanado, muito festejado e gia do Presidente da República, a amizade genuína do confundisse o interesse do potencial de investimento
disseminado através de panfletos. Belos panfletos que hão de Ministro Santos Silva, a coesão familiar dos Césares partidário com o potencial do interesse da aprovação
ajudar a decorar a sacristia onde se acaba a marinar as ma- e que fossem raríssimas as coisas más. Não me do Estatuto Fiscal para o Interior, numa assembleia
quiavelices da semana em lamúrias de circunstância. “A saúde quero esquecer que se deveriam fechar todos os de deputados com maioria deles em versão coluna de
está uma desgraça, construa-se um novo hospital!” “A educação paióis para que os amigos das armas alheias possam molusco e ética de parasita, que apenas se entretêm
não anda bem, municipalize-se!” “A segurança é o que se sabe, continuar a desenvolver a sua atividade de forma a legislar em benefício próprio.
comprem-se mais pistolas!” lucrativa, sem terem que reportar a exercícios futuros Que 2018 fosse o ano em que o Ministro da
Cá do fundo, vou pensando os prejuízos do ano passado. Agricultura pudesse puxar da
com os meus botões que, de Na causa ambiental, a mi- costela de D. Dinis, que diz ter, e
esmolas e lamúrias, há muito nha expetativa era que a poda promovesse o reforço de meios
me fartei. Então, ninguém re- na árvore genealógica socialista humanos para a conservação da
parou na bela recuperação do fosse já feita de acordo com o natureza e da biodiversidade e
edifício do sanatório da Serra Regulamento Municipal de Gestão para a prevenção de fogos flores-
para hotel? Agora, querem do Parque Arbóreo da Guarda, tais. Que abandonasse as ideias de
convencer-me da irrecuperabi- para desassombrar o Governo limpezas eucaliptais nas manchas
lidade dos edifícios do Sousa de um Primeiro-Ministro que vê negras que lhe ficaram no currícu-
Martins para Hospital!... Pois, a burocracia domada, sem se dar lo e apoiasse a reflorestação com
por mim, dispensava mais um conta que a fera anda à solta e a folhosas autóctones.
monte de tijolos a roubar es- fazer estragos ao investimento na Não seria justo da minha
paço ao parque que, pretensa- cidade mais alta. parte não desejar também que
Fidélia Pissarra* mente, alguns tanto apregoam Desejaria também que este Henrique Monteiro* os próximos doze meses fossem
querer defender. A propósito, quem, em nome da Natureza, com ano o pernil não caísse de maduro sem antes se o momento oportuno para que o adicional do IMI
tanto alarido se levanta contra toda a obra urbana, julgou não vir verem as vacas voar e sem que se trocassem as e a derrama especial para empresas passassem a
o mesmo mal ao mundo, à Guarda, no caso desta obra? Eu bem restantes partes do cerdo por petróleo da Venezuela, ser pagos com fundos da antiga dependência do
que sempre desconfiei desta gente! para que o chavão do fim da austeridade não seja Banco de Portugal da Figueira da Foz, ficando Camilo
Ah, e a municipalização do ensino que, sendo propósito assu- uma autêntica barbaridade. Mortágua e as suas duas filhas como fiadores e
mido de outros poderes, bem acarinhada me parece ser por estes? 2018 deveria ser igualmente o ano em que al- principais responsáveis pela efetivação da respetiva
Embora inutilmente, digo já que não acredito em santos da casa, guém, entre socratistas e/ou costistas, se assumisse liquidação tributária.
muito menos dos que se instalam na casa dos vizinhos. Se nunca como legítimo proprietário do buraco negro do ano Termino da forma como deveria ter iniciado,
os milagres feitos ensinaram quem quer que fosse, como é que de 2011, mesmo que fosse com direito a devolução dizendo com toda a sinceridade que as minhas pri-
os por fazer vão ensinar? Mas claro que eu ainda sou do tempo de IVA e isenção de tributação em IMI, para que nada meiras expetativas são as de um Ano Novo pleno de
em que, para se ser colocado numa escola, bastava constar duma ficasse sem dono e não houvesse desculpas para sucesso, paz e muita saúde para todos nós.
lista graduada. Fátuas hierarquizes que só servem para empecilhar justificar que um qualquer novo incêndio na cratera
os requisitos da vida moderna. se tenha ficado a dever ao desleixo de um anónimo * Presidente da Distrital do CDS-PP
Quanto a pistolas? Bem, quanto a pistolas, prefiro não me
pronunciar muito, porque confesso que delas pouco mais sei além
de que servem para dar tiros. A maioria deles, direitinhos aos pés,
é certo. A propósito, não confirmei ainda, mas o último caso das
sociais almofadas com que nos pretendem acomodar, pareceu-me
2018, o ano
isso mesmo, um verdadeiro tiro no pé das IPSS… Apresentar expetativas para 2018 só é possível Aquele conjunto de 12 meses, que muito para além
Pelo sim, pelo não, deixo o meu contributo aos que, heroi- analisando o que 2017 representou para todos nós. de todos os avanços e conquistas que os portugueses
camente, persistem numa de “Economia Social”: comecem por De um momento para o outro eis que a terra conseguiram graças ao seu esforço e sacrifício, valerão
identificar um desvalido; depois multipliquem-no por dez, no deu mais uma volta em redor do Sol e 31.536.000 uma viragem em tantas outras matérias.
mínimo, para ter um número razoável que justifique a constituição segundos passaram desde a última mudança de ano. Sei o que 2018 deve ser. Um equilíbrio entre o
de uma associação; convençam a Comunidade de que não existe 2017 foi sinónimo de avanços, de progresso e a prosperidade.
resposta social para tal problema e, se existir, que não é a adequa- memoráveis momentos que tanto Mas também sei o que 2018
da; apresentem-se na Segurança Social como os únicos capazes significaram para o nosso país, não pode ser. Mais do que nunca,
de colmatar tal lacuna; vão para a porta do híper vender, pedir, afirmando um ponto de viragem este ano não poderá representar
com um autocolante no peito e um saco na mão; aí, chamem um que nos permite encarar o futuro nem mais um minuto dos 525 mil
jornalista para explicar ao mundo que vos move o altruísmo e o com uma redobrada confiança. minutos que o totalizam, em que o
espírito solidário (lembro que a ordem não é arbitrária). Pronto, Desde o menor défice da his- interior do país continua à espera
por esta altura, é suposto que tenham já mobilizado gente muito tória democrática, da menor taxa de uma justa priorização. Esse
importante para a causa. Como, por exemplo, políticos, a quem de desemprego da última década, oxigénio é um dos meus maiores
dá sempre muito jeito esse tipo de montra, empresários, sempre do maior crescimento económico desejos para a nossa região, para
ansiosos por mais isenções fiscais, gente anónima, raros são os em mais de 10 anos, um país a que afirmando as suas enormes
que se esquivam à possibilidade de lustrar a auto estima com as crescer acima das médias inter- potencialidades se reinvente a
asas do saquinho… Depois de constituída, já nada deverá amea- nacionais, um investimento a au- Fábio Pinto* forma como um país construído
çar a vossa associação, mas convém nunca esquecer de passar, mentar em todos os setores, das a duas velocidades olhe para o
periodicamente, de autocolante ao peito e saquinho na mão, pelas exportações a atingirem valores surpreendentes, do interior, valorizando a sua identidade, saber e alma
portas dos híperes. emprego a aumentar, da dívida pública a baixar, entre de quem vive intensamente o seu dia-a-dia na crença
Indo ao que me aqui traz, já que de lirismos estamos conver- outros, 2017 pode escrever-se em muitas palavras. de que melhores dias virão, para comprovar que a
sados, para 2018, além daquelas coisas todas do costume, desejo Mas 2017 também significará sempre a me- teimosia de quem aqui resiste merece ser valorizada.
que os meus concidadãos – e quem os governa – sejam, acima de mória de dolorosos momentos, com a tragédia dos Portanto, com toda a nossa característica espe-
tudo, pragmáticos! incêndios que ceifaram a vida a tantas pessoas. rança e confiança, 2018 vai valer a pena!
Olhando então para trás, 2018 terá, forçosamente
* Professora, inicia colaboração mensal com O INTERIOR de ser O ANO. * Presidente da Federação da Guarda da JS
Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018 • •9

expetativas
Algumas personalidades da região, de diferentes quadrantes
políticos e profissões, responderam ao desafio de O INTERIOR
e revelam quais são as suas expetativas para 2018 e o que não
gostariam de ver acontecer na região no ano que agora começa.
Nesta edição publicamos os primeiros contributos, mas há mais
para ler nas próximas semanas.

2018 a brilhar mais alto! O que não gostaria que ocorresse em 2018*
Após o inevitável balanço introspetivo que se impõe no findar do Respondendo, uma vez mais, à proposta os poderes da tripla hélice na nossa região, nome-
ano, eis que, entrados em 2018, surgem as esperanças renovadas, os lançada por O INTERIOR sobre expectativas para adamente no que respeita à implementação de uma
desejos mais profundos para a nossa vida pessoal, profissional, para o o ano de 2018, este ano o desafio apresenta-se nova unidade industrial com o apoio e envolvimento
país e para mundo. Deixando de parte os clichés de “Paz no Mundo”, mais difícil, visto que é pedido o que não gostaria da Indústria, da Governação e do Ensino Superior
“Saúde para Todos”, “Amor”, “Dinheiro”…, e admitindo que 2018 não que ocorresse. Mais difícil, porque numa época não fossem obstaculizados; acredito que não, e
é, necessariamente, um recomeço. Antes sim, a continuidade de um em que, de um modo geral, quase todos estamos gostaria de chegar ao final do próximo ano com o
ano 2017 que não foi especialmente, e de uma forma geral, bom para focados no que gostaríamos de ver acontecer, reconhecimento público de um grande Guardense
o nosso país, deixando feridas por sarar e cicatrizes que se hão-de normalmente com uma perspectiva optimista e de que tem contribuído, de forma discreta e abnegada
perpetuar na história das nossas gentes, em que acontecimentos mais esperança no futuro, este exercício nos faz pensar mas decisiva e eficaz, para o desenvolvimento da
positivos não tiveram a supra capacidade de colmatar os negativos, no que pode vir a ocorrer em sentido inverso, nossa região – o Engº. João Cardoso;
mas ainda assim tiveram, certamente, algum que outro efeito balsâ- ou seja numa perspectiva de os acontecimentos - Finalmente, gostaria que as instituições
mico para os amenizar. poderem desenvolver-se num sentido inverso ao da nossa região não sofressem um caminho de
Desde o interior de Portugal, as expectativas para este novo ano que desejamos. retrocesso e inverso ao que têm prosseguido
assumem-se com mais vigor. No entanto, embora assim ultimamente, em que as solu-
Oxalá 2018 traga a atitude, a ação seja, porque ser contra-corrente ções não considerassem a via
e o “radicalismo” tão necessários nesta altura do ano é uma tarefa da competência e a existência
para unir esforços e despertar inesperada, é também desafia- de massa crítica que possuem,
para medidas efetivamente ca- dora. Pelo menos assim o en- optando por soluções de via
pazes de contrariar, no tempo e tendi, pelo que passo a enunciar única, desadequada e anacró-
no espaço, as tendências e os algumas das coisas que gostaria nica.
problemas estruturais do país, que não ocorressem no próximo Acabo, dentro do espírito da
que recaem dolorosamente sobre ano: época, a desejar um bom ano a
a nossa região. - A continuidade de imple- todos os leitores de O INTERIOR,
Ao nível da gestão do espaço mentação de políticas nacionais assim como a confiar na não
regional é de todo importante que só olham para o Interior do concretização dos receios aqui
clamar por uma estratégia de país quando ocorrem tragédias: materializados.
INTELIGÊNCIA coletiva e que Dulcineia Catarina Moura* pelo contrário, gostaria de ver Helena Saraiva** Bom ano!
nela caibam os alicerces de uma definitiva e eficiente cooperação em avançar de modo definitivo uma forma de fazer
prol da coesão territorial. Atendendo à nossa localização geográfica, política que olhasse para o futuro a longo prazo * Título da responsabilidade da redação
porque não orientar os esforços para uma estratégia mais concertada e que entendesse a grande importância que o ** Professora da Escola Superior de
e vigorosa de cooperação ibérica e transfronteiriça? interior do país tem, mesmo e até para o desen- Tecnologia e Gestão do IPG e vice-presidente
Em 2018, que se consolidem os fantásticos resultados do sector volvimento do litoral; do Conselho Técnico Científico da ESTG
do Turismo nacional de 2017, e que o eventual efeito “transbordamen- - A nível local, gostaria que os planos comu- *** A autora escreve de acordo com a antiga
to” de turistas e visitantes de Lisboa, Porto e Algarve seja encaminhado nicados relativos à existência de uma aliança entre ortografia
para o nosso território, impregnado de alma, de história e de um
imenso património, onde o Ano Europeu para o Património Cultural
pode aqui encontrar o melhor palco para o nosso país brilhar.
Conforta-me acreditar que os 365 dias de 2018 se podem assu-
mir como um fôlego que venha a devolver a justiça, a igualdade e a
2018, um ano de mudanças?
integração de todos os portugueses no projeto de desenvolvimento Expectativas para 2018 O que não gostaria que acontecesse em 2018
de âmbito nacional. Porém, os já propagados aumentos dos bens e 1. Espero que se aposte de uma forma clara
dos impostos, entre outras coisas, estão cá para assombrar qualquer na prevenção dos incêndios e que se melhore a 1. Que a fatura da água no concelho da
expectativa mais confortável. Pois então que 2018 traga doses redobra- capacidade de combate às chamas. Guarda não aumente um cêntimo que seja, pois
das de otimismo para acreditar que o «amanhã será sempre melhor». 2. Espero que haja políticas públicas efe- pagamos um valor quase escandaloso por esse
Entretanto, os acontecimentos à escala mundial reservam-me o tivas relativas ao ordenamento do território, à bem essencial.
direito de renovar as esperanças na Humanidade, nos homens e nas coesão social, com forte investimento público 2. Que o atual modelo da “Guarda Cidade
mulheres, que não deixem que a megalomania parasita, a violência e no interior que promova o emprego e que com- Natal” se mantenha nos moldes atuais. Este
a agressividade mais ácida condenem ou condicionem a vontade do bata o despovoamento cada vez mais visível em modelo de “plástico” está esgotado e espero não
bem imperar sobre o mal. quase dois terços do território voltar a ver no Natal de 2018 a
E não, não quero mesmo que este novo ano seja marcado pelo nacional. Praça Velha transformada num
marasmo, pela inoperância e pela injustiça. 3. Espero que seja um ano local triste e deprimente.
Aproveitando também o adágio de António Machado, que banha com mais crescimento econó- 3. Espero não continuar
de luz os momentos mais sombrios – «Caminhante, não há caminho, mico, melhor emprego, com a ver no meu concelho a
o caminho se faz ao caminhar» –, deixo votos de que em 2018 a um combate sério à precarie- ausência de uma política
Guarda, a mais alta de Portugal, prossiga o seu caminho de afirmação dade laboral. cultural verdadeira que tem
e que este trilho acautele as marcas de uma cidade que renasce a cada 4. Espero que seja um ano sido substituída por eventos
contrariedade, e que brilha alto perante os mais exigentes desafios. em que se consiga renegociar desgarrados sem qualquer
os juros e os prazos da dívida mais valia para a região onde
* Economista portuguesa, para se conseguir vivemos.
sair deste ciclo infernal de 4. Espero que o Instituto
empobrecimento a que temos Politécnico da Guarda não
sido sujeitos. Jorge Mendes* continue no atual rumo (sem
5. Espero que seja o ano uma estratégia clara fazendo
da aprovação da despenalização da morte as- uma “navegação à vista”) sob pena de não ter,
sistida, um tema que urge discutir seriamente a médio prazo, qualquer futuro.
na sociedade portuguesa. 5. Espero que a tragédia dos incêndios que
6. Espero que haja uma real descentraliza- se abateu no nosso país em 2017 nunca mais
ção de serviços do Estado para o interior. seja possível.
7. A nível do concelho da Guarda, espero
que 2018 marque o arranque do importante * Professor do Instituto Politécnico da
www.ointerior.pt
projeto dos “Passadiços do Mondego”. Guarda
10 • • Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018

2018: A esperança
pela resistência
Chegada de estudantes
Não poderia reportar-me ao ano que agora começa sem
lembrar que, no transato, passou quase despercebido o facto de
estrangeiros
rejuvenesce região
a humanidade ter sido defraudada – sobretudo para aquela parte
que faz da Utopia um legado, acima de tudo, de sobrevivência
intelectual e humanista – com a perda do filósofo, escritor e
artista plástico John Berger (1926-2017). Evocá-lo é um exer-
cício de combate à desmemória ou a essa provada incapacidade
coletiva de enlutamento face à perda de referenciais humanos
A UBI registou no atual ano letivo o maior número de estudantes
à escala planetária… de sempre – 7.262 alunos, dos quais 1.176 são estrangeiros
Ora, ante um panorama generalizado de populismo político DR
Sara Guterres
que grassa pelas democracias europeias e não só, que se prevê,
desafortunadamente, continuado neste ano de 2018, é mister
reverenciarmo-nos ante o legado de Berger, feito de uma per-
A Universidade da Beira
manente e deliciosa proposta reflexiva acerca do curso da Hu-
Interior (UBI) continua a dar
manidade a partir de cada um
cartas no mundo académico e
de nós: que o mundo tenha
isso reflete-se no número de
coragem de interromper, tenha
alunos que escolhem a instituição
a ousadia de descontinuar, de
de ensino. Nos últimos três anos
renunciar ao descaminho, de
o número de estudantes subiu
resistir, de mudar de paradigma; Instituições de ensino superior da Guarda e Covilhã atraíram milhares
consecutivamente e este ano não
paradigma que fez com que o de estudantes estrangeiros
foi exceção, pelo contrário: a UBI
nosso devir coletivo se tornasse
alcançou o melhor recorde de as instituições geograficamente mação superior numa instituição
demasiado unívoco mercê da
sempre – 7.262 alunos. afastadas do eixo litoral». europeia em franco crescimento
globalização desenfreada que,
Fundada em 1986, a uni- Também no Instituto Politéc- no número de alunos, tanto portu-
se tentou equilibrar as socie-
versidade covilhanense é a mais nico da Guarda (IPG) a fasquia dos gueses como estrangeiros», refere a
dades mundiais, despoletou
jovem do sistema de ensino su- mil estudantes foi ultrapassada e instituição em comunicado.
a mais hedionda das crises:
João Mendes Rosa* perior público e este aumento este ano já chegaram à “cidade mais
fautora da décalage da pobreza
e geradora de uma economia desumanizada e a imparável concer-
de estudantes é «sinal de que a alta” mais de 120 estudantes es- Mais alunos
tação do capital.
qualidade é transversal» a todas trangeiros. «A vinda dos estudantes estrangeiros, mais
as áreas científicas às quais a UBI estrangeiros não é regular, vai ocor- população residente
Assim, sob a égide de Berger, que não nos seja de todo indolor
se dedica em termos de ensino e rendo ao longo do ano conforme a
o estado de pensar sofrida, mas esperançosamente o mundo, o
investigação. Mas a universidade emissão dos vistos», sublinhou o Cerca de 82,3 por cento dos
homem, a economia, a participação cívica, os direitos humanos,
não se destaca apenas a nível presidente do IPG, acrescentando cidadãos estrangeiros residentes
mais do que viver sob a excitação dos paraísos tecnológicos e ceder,
nacional. São cada vez mais os que, «em princípio, utilizaremos a fazem parte da população po-
com golpes teatralizados, a soluções expiatórias: veja-se o que está
estrangeiros que optam por vir totalidade das 130 vagas». tencialmente ativa (166.375 de
a acontecer na Áustria, na Hungria, na Polónia… Não permitamos
estudar para a Covilhã – no ano 327.215 são jovens entre os 20
com o nosso mutismo o advento de uma nova desmemória; não
consintamos observar em silêncio cumpliciado cenas de cargas
passado a fasquia dos mil estu- UBI abre 248 vagas e os 39 anos). A nível nacional,
policiais (novamente) em solo peninsular, nem exercícios belige-
dantes foi ultrapassada e este ano para estudantes o distrito de Castelo Branco foi
frequentam a UBI 1.176 alunos internacionais aquele que registou a maior
rantes de intimidação internacional entre um inquilino alienado da
estrangeiros. «Todos estes dados subida no número de cidadãos
Casa Branca e potências como a Coreia do Norte, Irão, Síria, sem
evidenciam que a Universidade Até 19 de janeiro estão abertas estrangeiros residentes (mais
esquecer as tenções na Venezuela e o gratuito acirramento do
da Beira Interior está entre as pre- as vagas reservadas aos estudantes 11,9 por cento). Segue-se Bragança
conflito israelo-palestiniano.
ferências de quem pretende fazer internacionais na UBI. Este ano (mais 11,6 por cento) e Guarda
Urge, pois, que em 2018, renunciemos definitivamente àquela
um curso superior, independente- há 248 lugares em 28 cursos de (mais 9,5 por cento). Ainda assim,
que era, para John Berger, a maior tentação do nosso tempo: a do
mente da nacionalidade», refere graduação nas áreas das Ciências o distrito da Guarda continua a ser
«não-comprometimento». Rendamo-nos, com o nosso pensador,
a instituição, acrescentando que Sociais e Humanas, Artes e Letras, aquele que tem menos estrangeiros
à «necessidade de nos comprometermos com todo um processo
isso já tinha ficado «claro» na fase Ciências, Engenharia e Saúde. Com residentes (1.845). Esta subida da
de resistência. É que é nesse processo que pode acontecer a
de acesso com a UBI a conseguir a abertura deste concurso, «a UBI população estrangeira residente
esperança».
«as maiores percentagens de co- dá oportunidade a mais algumas deve-se, em parte, ao facto das
* Escritor locação comparativamente com centenas de alunos de obterem for- universidades e politécnicos serem
cada vez mais convidativos.
PUB Na UBI a fasquia dos mil estu-
dantes estrangeiros foi ultrapas-
sada (1.176) e, segundo o reitor,
atualmente «perdem-se alunos
nacionais, única e simplesmente
por questões demográficas, e
ganham-se internacionais». «Es-
tamos satisfeitos, a atratividade
este ano foi grande», reforçou
António Fidalgo. Também o Insti-
tuto Politécnico da Guarda (IPG)
tem cativado mais estudantes.
Questionado sobre se o aumento
de população estrangeira a residir
na Guarda se deve ao Politécnico,
Constantino Rei não tem dúvidas:
«Naturalmente que sim», responde.
O presidente admite que «falta criar
condições para que esses alunos cá
permaneçam», acrescentando que
o alojamento é o principal desafio.
«É importante criar condições para
que o aumento de procura por
parte de estudantes internacionais
continue nos próximos anos», am-
biciona Constantino Rei.
Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018 • • 11

Orçamento aprovado em Celorico


com abstenção socialista
Luis Martins seguimento aos projetos creditados no e membros de órgãos autárquicos em discutido, partilhado e debatido» com
Portugal 20/20, nomeadamente na área mais 56,64 por cento relativamente ao os presidentes de Junta de Freguesia e
do saneamento básico e do parque esco- orçamento de 2017?», começou por jus- com os eleitos da oposição. «As obras
O social-democrata Carlos Ascensão lar. Este ano a autarquia apostará também tificar o socialista, que criticou a opção previstas apenas fidelizam quem elabo-
passou o primeiro teste na Câmara de na intervenção urbanística, no apoio às dos sociais-democratas em nomearem rou o Orçamento e suas grandes opções,
Celorico da Beira ao ver aprovado tan- freguesias e associações, mas «sempre mais um vereador a tempo inteiro e sendo que reconhecemos que a maioria
gencialmente o Orçamento para 2018 numa perspetiva de rigor porque a nos- um adjunto. «O PSD tanto contestou a dessas obras transitam do anterior exe-
no executivo e na Assembleia Municipal. sa sobrecarga em termos de encargos recente gestão do anterior executivo cutivo municipal», acrescentou José Al-
Na sessão de Câmara de 20 de de- financeiros é muito elevada e limita-nos municipal, onde havia um presidente, bano Marques, para quem o documento
zembro, a proposta de Orçamento, de bastante a nossa ação», ressalva. um vice-presidente e um chefe de ga- «carece de estratégias fundamentais»
cerca de 10 milhões de euros, foi apro- Por sua vez, José Albano – que não binete, cargo que achavam desneces- para o desenvolvimento de Celorico
vada por maioria, com o voto de quali- foi possível contactar em tempo útil – já sário. Estamos a falar num aumento de da Beira. O socialista destaca também
dade do presidente já que na votação tinha deixado claro numa declaração despesas salariais de políticos em mais o facto dos sociais-democratas terem
final do documento previsional houve de voto na sessão de Câmara do dia de 13 mil euros mensais», considerou sido «obrigados» a baixar o IMI de 0,5
um empate: dois votos a favor (Carlos 20 porque votou contra. «O que dizer José Albano Marques. O vereador da para 0,4 por cento, bem como a taxa de
Ascensão e António Silva) e dois contra sobre o aumento das despesa com oposição disse ainda quer «inadmissí- participação variável no IRS, de 5 para
(do socialista José Albano Marques e do pessoal titular de órgãos de soberania vel» que o Orçamento «não tenha sido 4 por cento.
independente Júlio Santos). O segundo
vereador eleito pelo PS, Bruno Almeida, PUB

absteve-se para evitar males maiores e


obrigou o estreante Carlos Ascensão a
usar o voto de qualidade para validar o
Orçamento. Já na passada sexta-feira, o COMUNICADO
documento recebeu luz verde da maioria
A COVIPNEUS, loja da Guarda, tem o prazer de anunciar aos estimados Clientes,
dos deputados numa votação que voltou que irá estender a iniciativa de solidariedade desenvolvida durante o ano de 2017,
a revelar o inédito momento político ao ano de 2018. Neste sentido, a COVIPNEUS continuará a apoiar Instituições de
que se vive em Celorico da Beira. A ban- Solidariedade Social do Distrito da Guarda.

cada e presidentes de Junta eleitos pelo A campanha decorrerá nos seguintes moldes:
PSD votaram favoravelmente, todos os
1) No início de cada mês selecionar-se-á a Instituição de Solidariedade Social
deputados do PS e os dois do PNT (do que será contemplada.
movimento liderado por Júlio Santos) vo-
2) Por cada intervenção numa viatura em mecânica e pneus, a Covipneus
taram contra. A surpresa veio novamente libertará de 1 a 2 euros, que reverterão para a Instituição de Solidariedade
do seio dos socialistas com a abstenção Social selecionada.

de dois presidentes de Junta e o voto 3) No final de cada mês será entregue o montante amealhado à Instituição de
favorável de outros dois. Resultado, o Solidariedade Social nomeada, sob a forma de Donativo, e selecionar-se-á
outra para o mês seguinte.
primeiro Orçamento de Carlos Ascensão
foi viabilizado por 17 votos a favor, 14
Para o mês de JANEIRO, a sorte recaiu sobre a CERCIG – COOPERATIVA DE
contra e duas abstenções. EDUCAÇÃO E REABILITAÇÃO DE CIDADÃOS INADAPTADOS - GUARDA,
Para o presidente da Câmara, o que esperando desde já que os clientes da COVIPNEUS se associem à ideia, estamos
convictos que iremos conjuntamente obter um DONATIVO substancial.
conta é que o documento foi aprovado,
tudo o resto são especulações. «Não tive
que fazer concessões, de modo algum. As
pessoas, apesar de integrarem um grupo AJUDE-NOS A AJUDAR!
político, são autónomas e pensam pela
sua própria cabeça», declara Carlos As- Sede: ZONA INDUSTRIAL – LOTE 4 - APARTADO 1006 Filial 1: AVENIDA S. MIGUEL, Nº 1 – CAVE Filial 2: ZONA INDUSTRIAL, LOTE – 1 -I
censão. Na sua opinião, «o que teria sido Tlf.: 275 779 010/ Fax: 275 779 013 Tlf.: 271 237 992/ Fax: 271 237 993 Tlf.: 272 010 153
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normal e razoável, e até por uma questão
de bom senso e de responsa-
bilidade política, era que pelo PUB

menos os restantes eleitos do PS


tivessem votado favoravelmente
ou se abstivessem. Isto porque
este Orçamento contempla, e
muito, aquilo que foi a anterior
governação socialista». O autar-
ca reconhece que o município
está «condicionado» por várias
situações herdadas, «desde
constrangimentos financeiros, a
candidaturas já feitas, passando
por encargos, nomeadamente
juros, que absorvem um quarto
do nosso Orçamento de 2018»,
avisa.
Por isso, Carlos Ascensão
considera que tal deveria ter
«comprometido o PS», que acu-
sa de «falta de responsabilidade
e de bom senso» nesta votação.
«Felizmente houve alguns socia-
listas que tiveram esse bom sen-
so de se absterem ou votarem a
favor», destaca o edil, adiantan-
do que o Orçamento visa dar
12 • • Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018

Orçamento Abstenção da
da Câmara da oposição viabiliza
Mêda aprovado orçamento em
com apenas Manteigas
dois votos Esmeraldo Carvalhinho diz que Orçamento de
2018 é uma «continuidade» do anterior e essa é o

favoráveis
motivo pelo qual os dois eleitos do PSD e o vereador
independente se abstiveram
Ana Eugénia Inácio vão abrir cinco novos hotéis no concelho,
mas que «não há neste Orçamento referên-
Apesar de Anselmo Sousa ter tentado negociar cias a esta mudança, de Manteigas deixar
com a oposição não conseguiu o apoio dos eleitos Com as mesmas linhas orientadora do de ser um local de passagem para ser um
Orçamento de 2017, Manteigas tem para destino turístico».
do PSD, que se abstiveram, e do vereador do CDS, este ano um plano orçamental de mais de Na sua opinião, este era o momento
que votou contra 6,6 milhões de euros. Considerado pelo da autarquia «virar todo o seu entusias-
presidente da Câmara, um Orçamento de mo e estratégia para o turismo», consi-
AR
çamento que satisfaz as necessidades das «continuidade e limitativo», o documento derando por isso que falta «estratégia e
pessoas» e, embora reconheça que «não previsional não convenceu totalmente os inovação» no documento apresentado.
vai ser fácil» atingir os objetivos a que se três vereadores da oposição – dois do PSD Embora acuse o atual presidente de
propõem, garante que vai «trabalhar para e um independente –, que optaram por «falta de imaginação e de não arriscar»,
isso». se abster e assim viabilizar a proposta da este orçamento de 2018 parece deixar o
Quanto aos votos da oposição, o au- maioria relativa dos socialistas. ex-presidente da Câmara de «consciência
tarca diz que «aceita» mas não esconde Segundo Esmeraldo Carvalhinho, este tranquila em relação ao passado», pois
«alguma surpresa» com a posição do CDS- orçamento é «marcado pelo cumprimento constata que «há continuidade e afinal
PP. «Reunimos várias vezes com todo o exe- de opções do mandato anterior» e retoma não era preciso mudança».
cutivo, discutimos as propostas e aceitámos também algumas ideias do seu último man- Também Francisco Elvas aponta que
as opiniões da oposição», refere Anselmo dato (2009-13), fazendo «um esforço para este orçamento «reflete em 95 por cento a
Sousa, sublinhando que o centrista César valorizar o concelho». Assim é com a fina- continuidade» do mandato de José Manuel
Figueiredo «colaborou e ajudou» na cons- lização do projeto da antiga Fábrica do Rio, Biscaia, acrescentando que além das pro-
trução deste orçamento. Contudo, o vere- agora Centro de Energia Viva de Montanha, postas eleitas no Orçamento Participativo,
Orçamento deste ano ronda os 10 milhões ador do CDS-PP tem uma visão diferente. o arranjo de percursos pedestres, o Jardim as «novidades são questões alteradas pela
de euros Recordando que houve da parte dos eleitos Botânico, bem como a requalificação da nossa pressão e que não têm custos». Como
Ana Eugénia Inácio do PS «uma disponibilidade para um olhar Praça Central da vila que «tem estado se trata do início do mandato, o indepen-
conjunto na construção do Orçamento», o parada, queremos torná-la mais central dente assume que preferiu «deixar passar
vereador afirma que se disponibilizou para e mais atrativa». O autarca adianta que o Orçamento e ver o que será possível levar
Em 2018 a Câmara da Mêda prevê «participar e estive presente nas reuniões», em 2018 «não é ainda possível colocar no para a frente e ao mesmo tempo deixar
gastar cerca de 10 milhões de euros. O no entanto considera que a intenção de plano de atividades as propostas eleitorais fechar um capítulo». No entanto, alerta
Orçamento já foi discutido e aprovado pela Anselmo Sousa era «imputar à oposição a do PS», mas este orçamento é «transversal que falta «estratégia para traçar um novo
Assembleia Municipal «sem problemas», participação neste orçamento, passando a todos os partidos», pois inclui projetos caminho, pois não vai ao encontro do que
garantiu o presidente da Câmara, mas no uma ideia de unanimidade». já iniciados no anterior mandato, liderado Manteigas mais necessita». E uma das «la-
seio do executivo a decisão não foi tão Apesar dessa vontade de negociar, por José Manuel Biscaia, vereador social- cunas» apontadas por Francisco Elvas é a
unânime. Composto por cinco elementos, «o presidente mostrou que não podia au- democrata agora na oposição, mas também aposta no turismo. O Plano e Orçamento
o documento previsional teve apenas dois mentar a despesa para além daquela que o as sugestões de Francisco Elvas, vereador para 2018 foi entretanto aprovado, por
votos a favor, dos eleitos socialistas, em mi- próprio já tinha previsto e isso não é assim. independente. maioria, na Assembleia Municipal da pas-
noria, enquanto os dois vereadores do PSD Se está disposto a negociar não pode levar Reforçando que se trata de um plano sada sexta-feira.
optaram pela abstenção e o único eleito do nenhuma, tudo tem que ser negociado», la- de «continuidade e inclusão», Esme- AR

CDS-PP votou contra. mentou o centrista. Para César Figueiredo, raldo Carvalhinho diz «não entender
A agricultura e o turismo são secto- «faltam serviços públicos na Mêda, o que a abstenção das duas forças», acres-
res considerados como «prioritários» e impede de tornar o concelho numa terra centando que «80 por cento das
são as «grandes apostas do Orçamento atrativa». Também uma zona industrial propostas do vereador
deste ano», adiantou Anselmo Sousa, que seria «uma importante aposta», mas para independente foram
acredita que a estratégia para o concelho isso «é preciso haver dinheiro e atualmente incluídas e no caso
passa por «apoiar os nossos produtores o município não tem capacidade financeira, PSD as propostas já
em feiras e eventos, quer nacionais, nem estão previstas comparticipações lá estavam». E esse
quer internacionais, para que possam comunitárias nestas áreas». Mas para o parece ser exatamen-
promover e divulgar os seus produtos». vereador do CDS-PP a solução poderia não te o motivo pelo qual
Apostar nos pequenos investidores e no passar por fundos comunitários, bastaria José Manuel Biscaia
associativismo será outra das metas e a «cortar nas coisas supérfluas», como as não votou favoravel-
educação também não será esquecida avenças, «que ao fim de quatro anos dariam mente, pois considera
prevendo-se medidas como «refeições meio milhão de euros». Na sua opinião, as que «só cinco proje-
gratuitas para os alunos dos jardins-de- apostas nos museus, mesmo com apoio tos, os escolhidos no
infância e primeiro ciclo, atribuição de comunitário, também «não são por agora âmbito do Orçamento
bolsas de estudo para alunos carenciados o mais importante para a Mêda, pois vêm Participativo, são di-
e de mérito e o pagamento de uma viagem aumentar a despesa do município». Até ao ferentes de 2017».
por mês aos estudantes do ensino superior fecho desta edição não foi possível obter O histórico social-
que estão fora para que possam vir à terra». um comentário do vereador do PSD, Aires democrata recorda
Manteigas tem para 2018 um orçamento de mais de 6,6 milhões de euros
O edil está convencido que «este é um Or- Amaral. que em 2018 e 2019
Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018 • • 13

Covilhã entre as cidades


VILAR FORMOSO
200 mil cigarros
apreendidos pela

com mais turistas


GNR
A Unidade de Ação Fiscal da
GNR apreendeu 200 mil cigarros,
no valor total de 42 mil euros,

na região Centro
numa ação de fiscalização rea-
lizada na passada sexta-feira na
fronteira de Vilar Formoso.
«No âmbito da operação “Ano
DR Novo” da GNR foi realizada uma
ação de fiscalização na fronteira,
Com 154.520 visitantes, a “cidade-neve” encontra-se no top 5 dos tendo sido abordado um autocar-
municípios do Centro com mais hóspedes em 2016. A Guarda ficou- ro de passageiros proveniente de
Espanha, onde foram detetados
se pelos 56.169 e ocupa o segundo lugar no ranking regional
12.141 maços de tabaco acondi-
cionados em 20 caixas de tabaco
Sara Guterres com 50 volumes cada, corres-
pondente a 200 mil cigarros»,
adianta a GNR em comunicado.
Dos 15 municípios das Beiras A apreensão foi efetuada pela
e Serra da Estrela apenas a Covi- Unidade de Ação Fiscal, através do
lhã superou o patamar dos 100 Destacamento de Ação Fiscal de
mil hóspedes em 2016, segundo Coimbra, com o apoio de militares
dados avançados pelo Instituto do Destacamento de Trânsito do
Nacional de Estatística (INE) no Comando Territorial da GNR da
anuário estatístico da região Cen- Guarda. «A mercadoria apreendi-
tro. De resto, todos os municípios da tem um valor estimado de 42
ficaram abaixo dessa fasquia, sen- mil euros, o que se traduz numa
do que o primeiro concelho que se evasão fiscal de 25 mil euros de
segue à “cidade-neve” é a Guarda imposto tributário, acrescido de
com 56.169 hóspedes. No final da cerca de dez mil euros de IVA»,
tabela surge Pinhel com apenas acrescentam as autoridades.
1.417 hóspedes, uma diferença À frente da Covilhã estão os municípios de Ourém (495.322), Coimbra (378.302), Figueira da Foz (165.100)
e Aveiro (161.895)
Segundo a GNR, o tabaco
de 2.706 em relação a Aguiar da era produzido na África do Sul e
Beira (inserido na CIM Viseu Dão regista a pior classificação com «Congratulamo-nos com o entrava em território europeu por
Lafões) – o penúltimo município
no ranking regional. Ainda assim,
apenas 1.727 dormidas. Quanto
ao total de proveitos de aposen-
excelente resultado da Covilhã,
que reafirma a sua liderança no
Turismo via aérea, «sendo posteriormente
distribuído para diferentes países
comparando os dados de 2016
com os do ano anterior, verifica-se
to, em milhares de euros, a Covi-
lhã mantém-se no topo da tabela
número de dormidas turísticas,
atingindo pela primeira vez um
movimenta por via terrestre, nomeadamente
para Portugal». Na operação de
que a maior parte dos municípios
registou uma subida do número
(8.636), seguindo-se a Guarda
(3.128) e o Fundão (2.048).
quarto de milhão de dormidas»,
reage o presidente da autarquia. milhares de Vilar Formoso foram identifica-
dos cinco suspeitos, com idades
de hóspedes.
Pinhel, Gouveia, Fornos de
Ainda acima do patamar dos
mil euros está Seia (1.929),
Para Vítor Pereira, este resultado
é a «afirmação da capacidade de euros compreendidas entre 20 e 40
anos, todos de nacionalidade es-
Algodres e Figueira de Castelo Almeida (1.015) e Belmonte atração das unidades hoteleiras trangeira, e elaborados os respe-
Quanto à atividade da
Rodrigo foram os únicos conce- (1.013). Aliás, um dado curioso do concelho e da consolidação da tivos autos de contraordenação.
rede caixa automática de
lhos da região onde houve um é que para ultrapassar a Covilhã marca Covilhã como referência
multibanco, a Covilhã foi o
decréscimo de valores. No total é preciso juntar os valores dos incontornável no setor turístico».
de hóspedes estão incluídos por- cinco concelhos da CIMBSE O autarca realçou ainda que a
município da região com FUNDÃO
tugueses e estrangeiros, sendo com os proveitos em dormidas “cidade-neve” tem nesta fase «39
mais movimentos: 4.236 mi-
lhares de operações – como
Candidaturas
que a procura turística por parte
de visitantes oriundos da Europa
turísticas mais elevados. Com o
pior valor a nível regional está
por cento das dormidas totais da
Comunidade Intermunicipal e
consultas, levantamentos abertas para o Fab
e de outros continentes é muito novamente o município de Pi- o triplo de dormidas de estran-
e pagamentos – e 239.991 Academy
milhares de euros. Segue-se
inferior. No caso da Covilhã, dos nhel, com apenas 83 mil euros geiros em comparação com a O Fab Lab Aldeias do Xisto
a Guarda com um total de
154.520 hóspedes totalizados em em proveitos de aposento. Guarda». está a promover a 10ª edição do
3.256 operações e 201.190
2016, 134.623 são portugueses e programa educativo Fab Academy,
milhares de euros movi-
apenas 12.835 chegam de outros
pontos da Europa, como Alema- Maioria dos concelhos da região mentados. Os municípios do
Fundão e Seia encontram-se
simultaneamente com mais de 120
Fab Labs distribuídos por vários
nha, Espanha, França e Reino
Unido. O mesmo acontece nos com mais hóspedes no top 4 de municípios com
mais movimento nas cai-
pontos do globo, na exploração
das aplicações e implicações da
restantes municípios, inclusive na fabricação digital.
Total de Total de xas de multibanco, com um
Guarda cuja diferença entre visi- Concelhos Neil Gershenfeld, conceituado
hóspedes (2016) hóspedes (2015) total de 120.862 e 95.140
tantes portugueses e estrangeiros físico do MIT, é novamente o líder
Covilhã 154 520 128 249 milhares de euros movi-
é de 36.100 (44.122 de Portugal desta iniciativa e lecionará mas-
Guarda 56 169 54 823 mentados, respetivamente.
e 8.022 dos restantes países da terclasses através de um sistema
Fundão 50 944 42 695 Neste parâmetro o município
Europa). de videoconferência global. Todas
Seia 48 465 37 914
com pior desempenho foi
A Covilhã mantém a lide- as semanas haverá um tópico di-
Manteigas (134 operações
rança no total de dormidas (em Almeida 17 265 15 388 ferente: CAD, gestão de projetos,
e 8.623 milhares de euros
hotelaria, alojamento local e Belmonte 15 482 11 797 eletrónica, programação, compósi-
movimentados). Ainda assim,
turismo rural e de habitação) Celorico da Beira 13 325 11 356 tos, impressão em 3D, corte e laser
os levantamentos internacio-
com 264.280. Segue-se o Fun- Sabugal 11 878 6 885 e design de interfaces. O Fab Lab
nais são muito inferiores aos
dão (84.676) e Seia (83.486). Trancoso 11 552 9 575 Aldeias do Xisto irá abrir quatro
nacionais. Por exemplo, na
A “cidade mais alta” surge em Manteigas 10 925 8 584 vagas para bolsas de estudo, com
Guarda dos 1.592 milhares
quarto lugar com 74.990 dor- descontos que poderão ir até aos 50
Fornos de Algodres 10 006 14 670 de levantamentos, apenas 41
midas. Da quarta para o quinta por cento de isenção na propina, me-
Mêda 9 853 4 700 são internacionais. O mesmo
posição, ocupada por Belmonte, diante condições especiais, que irão
Gouveia 7 211 7 592 acontece na Covilhã que re-
regista-se uma descida de mais ser analisadas até dia 10 deste mês.
Figueira de Castelo Rodrigo 5 778 7 278 gista um total de 1.987 mi-
de 30 por cento – menos 53.088 As inscrições podem ser feitas pelos
Aguiar da Beira 4 123 3 015 lhares de levantamentos, dos
dormidas. Também neste pa- telefones 275 751 365 e 961 977 022
Pinhel 1 417 2 648 quais 1.926 são nacionais.
râmetro o município de Pinhel ou email fablabax@cm-fundao.pt .
14 • • Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018 Publicidade

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Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018 • • 15

Opinião POESIA SONORA


OVO DE COLOMBO
Américo Rodrigues lança “Parlatório”
Casas que nunca chegam “Parlatório” é o novo disco talidos com a língua, terrorismo

a ser lares de poesia sonora de Américo


Rodrigues, que será apresen-
tado no dia 13 em Coimbra
fonético, etc.) com a leitura dos
apontamentos da conversa com
aqueles reclusos (leitura branca,
Melanie Alves* (Salão Brazil), pelo antropólogo interpretação teatral, enganos,
e doutorando em Materialida- hesitações, alteração de velo-
«Trinta anos antes, este lu- des da Literatura Nuno Miguel cidade, silêncios, amálgamas,
gar estaria virgem. E ele seria Neves. A sessão é promovida etc.)», adianta o autor. O disco
mais novo, o sonho ainda fresco, pelo Serviço Educativo do Jazz foi feito em parceria com José
ainda atingível. O ar mais claro, ao Centro Clube. Neves (dramaturgia do som e
as montanhas recortadas mais O trabalho baseia-se em montagem) e com a colaboração
vivamente contra o céu, a floresta conversas com sete reclusos de Nuno Veiga (sound designer),
mais viva. Uma coisa do género. do Estabelecimento Prisional desse material de base concebi César Prata (gravação) e Tiago
Um qualquer sentido vívido do da Guarda mas não é um disco uma peça de poesia sonora que Rodrigues (desenho gráfico). A
mundo que se dissipava com o documental. São «histórias de cruza a minha vocalidade (gri- edição é da Bosq-íman:os recor-
tempo. É-nos dado um presente, roubos, tráficos, burlas, assaltos, tos, sussurros, choros, línguas ds. Depois de Coimbra, o disco
mas é um presente frágil, efémero. dependências, traições, vio- inexistentes, ruídos bucais, será apresentado na Galeria ZDB
Agora este local estava mais perto lências, mortes. Vidas. A partir cantos de inspiração étnica, es- (Lisboa).
de uma ideia, esvaziado, falho de
substância. Reduzido a mosquitos,
a um corpo velho e cansado, a um noutras experimentamos o sonho BMEL
ar ordinário. Era aqui que estava
destinado a viver, mas deveria
tê-lo feito nessa altura», é este
ansioso de Rhoda, para depois
regressarmos à rebeldia adoles-
cente de Mark. E o livro transita
Poeta Afonso Lopes Vieira recordado
o pensamento de Gary quando
decide cumprir o seu velho sonho:
de alma velha para alma jovem,
dando-nos todas as pistas de
em janeiro
construir uma cabana numa ilha como se moverão estas pernas que A vida e obra do poeta Afon- realiza-se a conferência “Afonso Afonso Lopes Vieira fazem
deserta (a Ilha de Caribou). Mas parecem não vir de um corpo. Mas so Lopes Vieira é revisitada este Lopes Vieira: português de Por- parte “Para quê?” (1897), “O
em que ponto fica a vida de Irene não me quero alongar na descrição mês na Biblioteca Municipal tugal e do mundo”, por Cristina Meu Adeus” (1900), “Canções
(esposa de Gary) quando o sonho das personagens porque também Eduardo Lourenço (BMEL), na Nobre, doutorada em Literatura do Vento e do Sol” (1911),
não é o seu, e a ilha não era aquilo não é algo com que Vann perca Guarda. Portuguesa pela Universidade “Ilhas de Bruma” (1917), “País
que ela previa como destino para tempo. Penso que a personagem O autor (1878-1946) é con- de Lisboa, e três dias depois Lilás, Desterro Azul” (1922),
a sua reforma? principal é, sobretudo, o silêncio, siderado um dos «primeiros há o recital “Evento Poético “Onde a Terra Acaba e o Mar
Irene apoia-se no fim da sua e as suas lutas. E se há um pedido representantes do Neogarrettis- - Afonso Lopes Vieira”, por Começa” (1940), entre outras.
mãe para iniciar o seu próprio de desculpas que não é ouvido, ou mo, ligado à corrente conhecida Nuno Miguel Henriques. Final- A Biblioteca Municipal de Leiria
fim; Gary mexe em coisas quando uma cabana que se ergue apenas como Renascença Portuguesa» mente, no dia 30 será exibido foi batizada com o seu nome na
percebe que nada na vida dele está por obsessão de Gary, é porque e será evocado através de uma o documentário “Afonso Lopes sequência da doação do espólio
onde deveria estar; Rhoda (filha de aqui as coisas inanimadas parecem exposição biográfica que abre Vieira: um homem, uma época”, e livraria privada do escritor à
ambos), sempre em aflição, anseia ter mais vida do que as próprias ao público no sábado. No dia 17 de Alfredo Tropa. Da obra de sua cidade natal.
por aquele momento em que a pessoas.
sobremesa chega, finalmente, com Numa rotina de mortes pre- PUB

recheio; Jim (namorado de Rhoda) coces, os leitores mergulham na


exercita o seu corpo enquanto natureza amarga, nos seus ho-
pensa nos “bons dez anos” que mens excessivamente solitários, e
ainda tem pela frente; Mark (irmão num Alasca que nos encolhe só por
de Rhoda) ou está a pescar, ou ser tão vasto. “A Ilha de Caribou”
anda ocupado com a álgebra, ou é um livro de lugares e não de
saltita para a sauna com os ami- pessoas. Lugares frios, de invernos
gos, mantendo um total desleixo demasiado escuros, em que David
para as dores dos outros; Karen Vann não nos aconchega com calor
(namorada de Mark) vive perdida ou palavras açucaradas. Bruta e
no seu mundo privado; Monique implacável, a narrativa prendeu-
(companheira de Carl) sente que me pela única questão que tinha
até na estupidez o melhor é estar por resolver: conseguirão estas
viva; Carl olha para os assuntos personagens sobreviver a uma
do coração como uma metáfora, solidão tão terrível?
para mais tarde compreender que
até os ricos possuem um ponto *A autora escreve de acordo
fraco: têm segredos. com a antiga ortografia
Numas páginas pulamos **Pode visitar: www.
para as meias-idades dos pais, aosomdapele.tumblr.com

GUARDA
Coletividades cantam janeiras no sábado
Cantam-se no sábado prémio de 1.000 euros à melhor
(21h30), Dia de Reis, as tradi- montra de Natal 2017. Segundo
cionais janeiras pelas colectivi- a tradição, o canto das janeiras
dades do concelho da Guarda no significava pedir aos mais abas-
Teatro Municipal. tados que partilhassem um pou-
Cerca de trezentas pessoas, co da sua riqueza com os mais
de vinte associações, vão subir pobres. Entretanto, para os mais
ao palco do grande auditório, pequenos, a autarquia promove
sob a orientação musical de Cé- hoje e amanhã o espetáculo “O
sar Prata. O espetáculo marca o Mundo de Plimplix”, para todas
encerramento da programação as crianças do pré-escolar e de
de Natal da autarquia e na oca- primeiro ciclo (ensino público e
sião será também entregue o privado) do concelho.
16 • • Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018 Publicidade

BELMONTE
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talentos musicais Rua do Campo, 5 – 1º Dto - 6300-672 Guarda Lic. Nº 2890 – AMI
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belmonte.pt até 31 de janeiro. De acordo com o regula- ID:0577 V3Guarda C/3,em fase de acabamentos,quintal.Oportunidade75.000€
mento, é obrigatório juntar maquete de um tema original ID:1096 T3 Centro Com 4 roupeiros embutidos e garagem individual...76.000€
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exceder os quatro minutos de duração e deve ser, obriga-
ID:1206 T3 Centro Cozinha equipada, sótão e lugar de garagem…..109.500€
toriamente, composto por letra e música. Cada banda ou ID:0647 V4 Guarda C/4 quartos, 2 wc´s, sótão, garagem,cave,quintal.125.000€
artista atuará em fevereiro, em data a definir, no auditório ID:1186 T3 Guarda Oportunidade. Condomínio fechado,garagem…. 125.000€
municipal de Belmonte, sendo que o calendário dos con- ID:0956 B V4 Guarda C/4 quartos, sótão habitável, garagem, quintal..179.900€

certos será organizado de acordo com a ordem de chegada ID:0837 V4 Guarda C/2 pisos independentes, garagem, quintal…….210.000€
ARRENDA
das inscrições recebidas. Como prémio, o vencedor do ID:0972C Escritório Guarda Centro Com 30m² e óptimas vistas…….150€
concurso atuará nas Festas do Concelho e receberá um ID:1081B T3 Guarda Cozinha c/lareira,3 quartos,1wc´s,sótão…..250€
prémio monetário no valor de 500 euros. O regulamento ID:1039 Escritório Com grande área e boa exposição solar……………....200€
prevê ainda a atribuição de um prémio excecional de 250 ID:0221 V2 Guarda Cozinha c/salamandra, frigorifico 2 quartos, sala 1wc.225€
ID:1094 T2 Centro Próximo do La Vie, cozinha,2 quartos,1wc´s,sótão…..250€
euros para o melhor grupo de Belmonte, não cumulativo
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caso seja esta banda a vencedora. ID:0151 T3 Centro Próximo do La Vie, grande terraço,3 quartos,2wc´s...300€

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A Câmara de Pinhel inaugurou ontem, após o fecho
desta edição, as obras de requalificação da EB1 da cidade.
Contacto: 935601979
A empreitada teve início em julho e representa um in-
vestimento na ordem dos 285 mil euros, comparticipados
em 85 por cento pelo Programa Operacional Centro 2020. VENDE-SE
Segundo a autarquia presidida por Rui Ventura, a obra Quinta com Casa e Pinhal, cerca de 12 ha
resulta «das naturais necessidades geradas por um edifício à beira do rio Mondego, perto das rotundas
com quase 30 anos de existência». Assim, a intervenção da A25 e IP2 • Lageosa do Mondego
incidiu sobretudo na beneficiação de espaços específicos, Contactos: 966473371 • 271926638
mas também em arranjos interiores e exteriores para
PUB PUB
«melhorar o esquema funcional e a eficiência energética
do conjunto, bem como satisfazer as atuais exigências que
recaem sobre uma escola». No interior do edifício foram
substituídos pavimentos, tetos falsos, portas, caixilharias,
infraestruturas de águas e esgotos e instalações sanitárias.
No exterior, os pavimentos do campo de jogos e do campo
Filipe Pinto
de recreio também foram completamente renovados. O Fotojornalista
município assinala que esta intervenção marca o início da
renovação do parque escolar de Pinhel, que vai prosseguir
este ano com a requalificação da Escola Secundária. Os
trabalhos rondarão os 2,5 milhões de euros e também Escadas do Quebra Costas, Nº 2 • 6200-170 COVILHÃ
serão cofinanciados pelo Programa Operacional Regional Telef. 275 336 805 • Telem. 919 487 978 • Telem. 964 196 950
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Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018 • • 17

TODO-O-TERRENO ATLETISMO
Mário Patrão ambiciona “top ten” Centenas de atletas nas corridas
de São Silvestre de Loriga,
no Rali Dakar DR Pinhel e Covilhã
O senense Mário Patrão para mais uma vitória coletiva
(KTM) parte para o rali de todo- da KTM, a mais vitoriosa desde Márcia Martins e Cristiano Águeda). Nos homens, o spor-
o-terreno Dakar, que começa que a prova se mudou de África Pereira venceram a São Silves- tinguista contratado este ano
sábado no Peru, apostado em para a América do Sul. «Vamos tre da Serra da Estrela, corrida ao CA Seia concluiu os 9.200
superar a sua melhor classificação inseridos numa estrutura de nas ruas de Loriga (Seia) no metros da corrida traçada nas
de sempre, um 13º lugar alcança- fábrica que ganhou 15 vezes sábado. ruas de Pinhel em 28m47s.
do há dois anos. seguidas. O objetivo principal O atleta da Casa do Povo Já a atleta de Águeda ganhou
O motard de Paranhos da coletivo é renovar o título, é de Mangualde terminou os destacadamente com a marca
Beira compete pela sexta vez na conseguir ganhar novamente o 5.600 metros do percur- de 35m28s. A competição foi
mítica prova de 14 etapas pelas Dakar. Eu estarei lá para ajudar so em 19m23s, enquanto a organizada pela autarquia e
pistas sul-americanas, sendo no que me for solicitado», refor- corredora do CCDR Pedru- contou com a participação de
a segunda como piloto oficial çou Mário Patrão. lha-Mealhada cortou a meta 105 atletas de vários pontos
do construtor austríaco KTM. Na edição de 2017, o plu- com o tempo de 23m50s. A do país. No mesmo dia, André
«Estou confiante que posso pelo que estamos conscientes ricampeão nacional de todo-o- competição organizada pelo Barros (CCD Leões da Flores-
por fazer um bom resultado e da dificuldade do que nos es- terreno terminou na 20ª posição Grupo Desportivo Loriguense ta) ganhou a 39ª edição da
o objetivo deste ano passa por pera”, disse Mário Patrão, na após uma preparação bastante envolveu 51 participantes São Silvestre da Covilhã orga-
melhorar essa classificação. Sa- apresentação oficial da equipa, condicionada pelas lesões. No ano nos diferentes escalões etá- nizada por aquele clube. Foi a
bemos que o Dakar é uma prova em Lisboa, na semana passada. anterior, o piloto da KTM rinha rios. Já em Pinhel os vence- primeira vez em vários anos
dura, são 14 dias de corrida, De resto, o objetivo principal ganho a categoria Maratona e dores da prova principal da que um atleta do emblema
muitas horas em cima da mota, desta participação é contribuir terminado no 13º lugar da geral. São Silvestre “Cidade Falcão”, organizador venceu a prova.
realizada no domingo, foram Na corrida feminina a vitória
Nuno Lopes (Sporting) e foi para Telma Silva, também
ATLETISMO Cristina Oliveira (Recreio de dos Leões da Floresta.

Inês Monteiro venceu na Amadora e Funchal DR FUTEBOL


A guardense Inês Monteiro
(Sporting) esteve em destaque
nos últimos dias do ano ao vencer
Campeonatos regressam
na Amadora e no Funchal. no domingo
Na cidade dos arredores de As equipas da região vol- Trancoso-Gouveia, Sp. Mêda-
Lisboa, a sportinguista ganhou tam a entrar em jogo no do- Estrela Almeida, Soito-Man-
pela primeira vez a tradicional mingo nas diferentes provas teigas, São Romão-Sp. Sabu-
corrida de São Silvestre da Ama- nacionais e distritais. gal, Vilanovenses-Vila Franca
dora, realizada no domingo. Inês Na IIª Liga, o Sp. Covilhã, das Naves. No domingo joga-
Monteiro cortou a meta com o 11º classificado, desloca-se se ainda o dérbi do concelho
tempo de 34m39s, menos quatro ao campo do Penafiel na 19ª da Guarda entre o Vila Cortês
segundos que a colega de equipa jornada. Na série C do Campe- do Mondego e a Guarda Unida
Ana Ferreira. O pódio feminino onato de Portugal o Fornos de Desportiva. Na IIª Divisão o
ficou completo com Carla Marti- Algodres, último classificado, campeonato regressa com os
nho (RD Águeda) a 19 segundos recebe o Sertanense para a jogos Pala-Freixo de Numão,
da vencedora. «Ao fim de tantos 15ª jornada da competição. ADC Castelos-Paços da Serra,
anos de carreira, chegar à Amado- Já nos Distritais da Guarda Casal Cinza-Sp. Celoricense
ra e vencer – é a minha primeira disputa-se 12ª jornada da e um escaldante Foz Côa-Sp.
vitória – deixa-me satisfeita, já Iª Divisão com as partidas Vilar Formoso, alusivos à
que pude colocar o meu nome Figueirense-Aguiar Beira, sexta jornada.
no palmarés desta corrida. É uma
das mais mediáticas do mundo», Samuel Barata, natural da Bouça Houve muita competitividade,
declarou a atleta no final da cor- (Covilhã), vencedor da São Silves- com o João Pereira, o Ricardo COVILHÃ
rida. Três dias antes, a guardense, tre de Lisboa, corrida no sábado. Ribas e o Hermano Ferreira, e isso “Rompe Pernas” corre-se no sábado
que se transferiu esta época para No final, o jovem atleta disse ter proporcionou um ritmo muito
Realiza-se amanhã, na 10 (corrida) e 8 quilómetros
o Sporting vindo do CA Seia, re- concretizado um «sonho» na sua alto desde início, fazendo com que
Covilhã, a 11ª edição corrida (caminhada) pelas ruas, esca-
validou o triunfo do ano passado primeira participação na prova, apanhássemos a elite feminina»,
noturna “Rompe Pernas”, es- darias, subidas e descidas, fu-
o vencer a 59ª Volta à Cidade do tendo ainda conquistado a “guer- declarou Samuel Barata. Já na
pecial Ano Novo/Dia dos Reis, niculares, pontes, entre outros
Funchal, mesmo com um engano, ra dos sexos” ao bater Jéssica São Silvestre do Porto, também
numa organização do Estrela lugares, da cidade. A partida
já que pensava que terminava a Augusto (Sporting), vencedora realizada no sábado, destaque
Campo da Aviação FC. será dada pelas 21h15 (corri-
prova na primeira passagem pela no setor feminino. «Sou um atleta para o terceiro lugar de Daniel
Trata-se de um treino con- da) no Pelourinho (frente à Câ-
meta. Inês Monteiro realizou a novo, vejo esta prova há 10 anos Gregório (CA Seia), com o tempo
vívio de atletismo, em formato mara), enquanto a caminhada
marca de 19m10s. na televisão e sempre pensei que de 30m34s A prova foi ganha por
“urban trail”, com dois per- inicia-se quinze minutos antes
O ano de 2017 também ter- queria ser aquele atleta que ven- Rui Pedro Silva (Sporting, em
cursos de, aproximadamente, no mesmo local.
minou bem para o benfiquista cia. Na parte final fui mais forte. 29m56s.

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18 • • Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018

crónica
POLÍTICA
opinião
Ângela Guerra * O ano da reivindicação
Júlio Sarmento *
O Natal continua a ser um tempo de balanço, um ciclo que termina e antecipa lizmente, ser uma realidade para cerca de 4 milhões de portugueses.

É o sistema!
um outro. Um tempo de paz e de descompressão. Continua a ser um tempo de O preço do pão que estava congelado desde 2011, com o agravamento
altruísmo, solidariedade e de tolerância. Um tempo da família e de confraternização. dos custos dos combustíveis e a subida do salário mínimo farão com que
Mas depois deste tempo e dos votos de um Ano Novo sempre um venha aí um aumento em torno dos 20%.
Encontrei há dias o Zé. Já não o pouco melhor do que anterior é tempo de regresso à escola, ao trabalho e à Também os senhorios vão poder aumentar as rendas em 1,12% em
via desde os tempos da faculdade. O Zé realidade do país. 2018, tendo-se o coeficiente de atualização do arrendamento urbano e rural
demorou o dobro do tempo no percurso Na segunda-feira o Presidente da República veio lembrar que mais do para o próximo ano fixado nos 1,0112, de acordo com os dados do Instituto
de um curso que não sei como concluiu, que «estabilidade governativa, finanças sãs, crescente emprego, rendimen- Nacional de Estatística.
pois dedicou-se com muito entusiasmo tos», é imperativo que se faça a «reinvenção da confiança dos portugueses E se as rendas podem sofrer o maior aumento desde 2013, comprar
às tarefas e lutas estudantis, que o na sua segurança», o que significa «ter a certeza de que, nos momentos casa também não vai ficar mais barato. De acordo com o inquérito realizado
ocuparam e serviram de curriculum, críticos, as missões clássicas do Estado não falham nem se isentam de pelo Confidencial Imobiliário e o Royal Institution of Chartered Surveyors a
que exibe com galhardia. responsabilidades». proprietários, agentes imobiliários e promotores em Portugal, no próximo
Tão garboso curriculum abriu- Na sua mensagem de novo ano, o chefe de Estado começou por fazer ano, o preço das casas deverá subir em média 5%.
lhe as portas da política. Primeiro no um balanço do ano que devia ter acabado a 16 de junho - um «estranho Do novo Orçamento do Estado resultou também na aprovação de uma
partido, depois nos gabinetes dos e contraditório ano», «povoado de reconfortantes alegrias e de profundas subida do Imposto sobre o Álcool e Bebidas Alcoólicas, ou IABA, ligeiramente
ministérios e também como deputado tristezas». E não foram só os incêndios, lembrou o Presidente: nesse «outro mais do que a inflação: subirá 1,5%.
à Assembleia da República. Passou ano, bem diverso» que começou a 17 de junho houve também «a perplexidade Sobrecarregar os portugueses com mais impostos parece ser a estratégia
ainda discretamente como assessor em Tancos, o pesar no Funchal, o espectro da seca». deste Governo para o novo ano.
no Governo e está agora num qualquer O que o senhor Presidente parece querer é uma nova forma de olhar para
serviço público. o interior, para a desertificação, a coesão, e em concreto todo o sistema de E de novo
Contou-me como as lutas estu- prevenção e combate aos fogos florestais. Assim mesmo o indiciou ao dizer Portugal deverá pois “reinventar-se” na saúde e na educação, no financia-
dantis lhe revelaram o génio, como lhe a «reinvenção é mais do que mera reconstrução, aliás, logo iniciada pelas mento da Segurança Social e, claro, na gestão da proteção civil e na reforma
ensinaram a construir e a tecer uma mãos de todos – vítimas, Governo, autarquias locais, instituições sociais e da floresta. Bem precisa!
rede de cumplicidades, a esgrimir com privadas e anónimos portugueses… Reinvenção pela redescoberta desse, Se o objetivo de 1,1% de défice que consta do orçamento é atingível, já
dureza os argumentos, a obter sempre ou talvez mesmo desses vários Portugais, esquecidos, porque distantes, dos a manutenção da redução da dívida em percentagem da riqueza criada, estará
a melhor foto, a escolher intuitivamente que, habitualmente, decidem, pelo voto, os destinos de todos. Reinvenção mais condicionada pela evolução do PIB em termos nominais e, da redução
a família política, a perseguir os seus com verdade, humildade, imaginação e consistência». estrutural do défice não se espera nada de novo, isto é, será a economia a
objetivos com astúcia, a afastar pela Devo dizer que me parece muito bem! Mas será que tudo isto é compa- ajudar ao objetivo de défice. De uma coisa temos a certeza, a dívida a forne-
intriga e sem escrúpulo o incómodo ginável com a tal realidade, a nossa realidade? cedores e os pagamentos em atraso a mais de 90 dias, aumentam todos os
dos adversários. dias brutalmente. E isso, a ser assim, em nada de bom resultará.
O Zé só conheceu um patrão, o A realidade A legislatura vai a mais de meio e o Governo ainda não deu sequer o
Estado, que sempre pagou a horas, Os combustíveis sobem duas vezes e assim 2018 começa com um primeiro passo para cumprir aquela que elegeu como principal bandeira do seu
generosamente, a sua dedicação. aumento dos preços da gasolina e do gasóleo, agravamentos que deverão su- mandato: a descentralização. E não foram transferidas quaisquer competências
Desdenha o papel empreendedor dos perar um cêntimo por litro só à custa da evolução das cotações nos mercados para as autarquias, nem a Lei das Finanças Locais ainda viu a luz do dia.
empresários, a que chama de reles internacionais, mas com a revisão do ISP, a subida será ainda mais expressiva. O Orçamento de Estado para 2018, esse, é infelizmente a prova de que
representantes do capital, nunca teve O Imposto Único de Circulação, ou IUC, vai subir 1,4%. O Imposto sobre não se vislumbra uma nova linha de ação, quaisquer prioridades, ou uma
necessidade de avalizar um emprés- Veículos, ou ISV, que se aplica à compra de um automóvel, também sobe 1,4%. visão de futuro para Portugal.
timo, nunca sentiu a angústia de não Mas também as portagens ficaram mais caras desde 1 de janeiro. Ou seja, nada de novo.
ter tesouraria no final do mês para Os valores dos bilhetes dos transportes públicos vão sofrer um agrava-
satisfazer compromissos. mento até 2%, subida que o Governo considera de «equilibrada». * Deputada do PSD na Assembleia da República eleita pelo círculo da
Diz isso, com orgulho. Não há O agravamento da fatura da energia no mercado livre vai também, infe- Guarda e presidente da Assembleia Municipal de Pinhel
como ter o Estado como patrão. Por
isso levou para lá a mulher e o filho que
comungam com ele do mesmo fervor.
Sente-se ungido por trabalhar para o TresLer
Estado, é um defensor do serviço públi-
co, tem como adquirida uma generosa opinião
reforma. Nunca trabalhou ao sábado,
nem ao domingo, nem nas pontes, nem
nas férias, que é tudo terreno sagrado.
Joaquim Igreja
joaquim.igreja@gmail.com
Fruta da época
O Zé nunca teve uma visível in- 1. Recebidos cerca de 300 votos (quase todos sinceros) de Feliz Ano altura de os vir buscar aos lares, de passar com eles 24 horas sofridas
clinação para o estudo, mas diz com Novo, para além dos que ouvimos ou vamos ouvir ainda nos próximos dias ou pouco mais, de os largar depois sem os levar aos sítios deles, com os
graça que adquiriu pelo uso o estatuto no local de trabalho, pelo menos até meados do mês, cá vou eu para um ano netos quase alheios a estas personagens de há séculos atrás, diriam eles.
de intelectual. Naturalmente que o Zé que, pelos votos, não pode ser de menos de esplendor. No Facebook dá-se Uma crónica de Carlos Barroco Esperança na magnífica coletânea “Ponte
tem ideologia. É do sistema! uma espécie de campeonato de quem arranja a melhor imagem, se possível Europa” ajuda-me a exprimir ainda melhor o momento da saída: «Ó mãe,
É um defensor do serviço públi- com movimento e animação. E acabamos, por falta de tempo, por não ver já não passamos lá por casa, vamos deixá-la no lar, eu sei que queria ver
co. Tem aversão ao capital, mas não centenas das imagens ou vídeos colocados pelos nossos amigos para esse as suas coisas, ainda queremos chegar de dia, já nos vimos, sabe como
desdenha os seus favores. Defende o efeito. A rede tornou-se assim uma selva onde já é difícil em certas alturas é, cada um gosta de estar na sua casa, ó menina traga-me a conta, da
consumo, políticas públicas de massivo comunicar porque a nossa vasta família de amigos nos submerge com recados próxima vez vimos de véspera, estamos mais tempo, nem penses, bem
investimento, é contra a austeridade e a e mensagens. Os pequenos símbolos, emojis e outros, vêm ainda complicar sabes que não durmo na casa da tua mãe, o esquentador não funciona,
obsessão pelas boas contas. Olha para mais, deixando-nos às vezes atarantados diante das carantonhas a rir (a go- a água sai suja, as camas necessitam de ser mudadas, é boa vontade
as crises económicas que a dívida gera zar?), a chorar (será caso para tanto?) ou a exprimir sei lá o quê. Outra coisa fazermos oitocentos quilómetros num só dia». No lar «nenhum indagou
como uma consequência necessária. é o conteúdo dos votos nas frases bonitas mas pouco originais de augúrios: como fora o dia, os velhos adivinham os dramas, conhecem as mágoas das
O Zé acredita no sistema, nas vir- porque é que somos tão sádicos a desejar prosperidade, saúde e felicidade, visitas, sabem o estorvo que são e contam as horas, cada vez menos felizes,
tudes do partido, sabe que o Estado tem quando terá de ser cada um a construí-las? sempre mais pesadas».
uma máquina bem oleada pelo ódio ao 2. Vinte pessoas na sala de espera da estação da CP, dezoito delas a utilizar 4.Victor Moura Pinto (VMF) faz reportagens humorísticas na TVI para
capital, pela inveja, que dispara primeiro o telemóvel (sim, contei). Não é que não comuniquem, como alguns dizem: aquele período do telejornal em que já ninguém está a ouvir nada com aten-
e pergunta depois, com o nobre objetivo de vez em quando lá saem larachas e comentários, a ligação com familiares ção e só as escandaleiras ou as macacadas funcionam. Sobre as cenas dos
de manter o emprego político de várias ou companheiros de viagem existe apesar de tudo. Mas, nesta cena estranha políticos o homem vai sobrepondo músicas pimba ou bonecada e repete os
gerações de fiéis amantes e defensores ou surrealista em que ninguém se olha, parecem todos estar atados com fios movimentos das personagens, sempre num registo de ridicularização ou de
do serviço público. ou a uma distância de quilómetros. Manejar um smartphone é uma sensação avacalhamento total. Ultimamente tem-lhe dado para gravar as conversas
Mas confessa, algo envergonha- de isolamento e poder incrível, estar perto de quem queremos, fotografar sem privadas nos lugares onde estão políticos para depois as ridicularizar (por
do, a sua tentação pelos bons carros ter um objetivo, fazer o que se quer, captar as palavras e os gestos dos outros, exemplo, à mesa). Supondo que não está autorizado a fazê-lo, deve fazer de
alemães, o relógio de conhecida marca, desperdiçar sem custo, ousar ser “artista”, fazer centenas de fotos sem “ver” conta que passa ali por acaso ou mete um gravador no bolso de alguém da
as roupas exclusivas, o champagne as coisas que fotografamos ou gravar um vídeo que publicamos mas nunca mesa ou simplesmente coloca-o num sítio estratégico. Às vezes as reportagens
francês e os almoços em restaurantes mais vamos ver. Creio que é um pouco a sensação que a minha geração (já chegam a ser engraçadas mas partem de um princípio que um tema tratado
da moda. Mas tudo isso não põe em na idade adulta) teve ao poder conduzir, ao ter um carro que as nossas mãos por um político tem tanto valor na formalidade de um discurso, entre duas
causa as suas convicções e o orgulho podiam levar para onde queriam. Mas o carro manejava-se duas horas por dia. garfadas de lombo de porco, na sua discussão em privado ou num chiste
de pertencer ao sistema. 3. Os velhos também estão sempre na mira dos que compõem as em que o tema se transforme. Isto é, vale tudo para dizermos mal de um
Viva o Sistema! fotografias desta quadra. A família inclui os pequenos a mexer em teclas, os político ou o enxovalharmos. VMP, há limites para a decência. Pimbalhadas,
pais a fazer as compras e a encher a mesa e a árvore e os velhos sentados à sim, mas sem andar a gravar as conversas privadas às escondidas e a (des)
* Ex-presidente da Distrital da mesa feitos patriarcas ou matriarcas imóveis, aguardando apenas. A publici- contar depois o que gravou.
Guarda do PSD e antigo presidente dade da TV mostra-nos uns idosos em geral bem apresentados, sem sinais Feliz Ano de 2018!
da Câmara de Trancoso de demência nem de maus tratos ou abandono. Para os que estão longe é (Carlos Barroco Esperança, “Ponte Europa”, Âncora Editora, Lisboa, 2016)
Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018 • • 19

Alerta saldos!!!
opinião
Parlatório
Joana Dente* Presos. Fechados num universo concentracionário. Muros cinco
vezes maiores do que um homem. Grades e portas de ferro. Chaves
Faço parte do lado de fora.
daquele grupo Falam. Falam. Contam as suas vidas. Vividas ou inventadas. His-
de pessoas que, tórias à margem. Histórias da margem. Algumas, dolorosas. Outras,
depois de uma chocantes. Tráfico, homicídio, roubo, violência, burla, assalto.
tarde (que, na re- Estes homens e estas mulheres são protagonistas de “crimes” que
alidade, é mesmo os atiraram para ali, para longe do olhar dos outros, leia-se, de nós.
um dia inteiro) Um de cada vez contou-me histórias trespassadas pela raiva, o
bem atarefada nos saldos, enfiada de loja desamor, a ambição, a violência, o sofrimento, o risco, a morte. Falaram
em loja, a apertar a bexiga para não ir à casa de e eu ouvi. Escrevi, sublinhei, risquei, liguei frases que procuravam
banho e por lá perder o último S daquela blusa outras. Palavras de fogo num caderno imaculado.
que pode eventualmente aparecer no meio de A minha ideia inicial era
um amontoado de calças de ganga no fundo da ouvi-los com vagar, para depois
loja, chega a casa e se senta tranquilamente a escrever textos que contassem
fazer as contas daquilo que poupou! as suas vidas atribuladas. Ou-
Gosto mesmo de ficar ali a namorar as vir, escrever, escolher, riscar,
novas aquisições e a confirmar nos talões escrever outra vez. Porém,
que os meus pais têm comprovados motivos passaram-se meses e não fui
para estarem orgulhosos – afinal, até sou uma capaz de narrar a vida daquelas
rapariga poupada! pessoas, tão reais, com as suas
Os saldos começam cada vez mais cedo, faz a diferença neste inverno é a diversidade de estilos tristezas e as suas esporádicas
e é sabido que muitos de nós esperam pacientemente e materiais. Fitted ou oversized, compridas ou cropped, alegrias. Tão reais! Demasiado
(o que não é o meu caso, pois fico literalmente em homens e mulheres podem pensar em apostar numa ca- reais!
pulgas...) pela sua chegada para adquirir algumas saca de cabedal carneira ou mesmo de acabamento vinil, Mudança de planos. Ler
peças muito in que, mesmo só as começando a usar pois o couro brilhante é também uma tendência forte; Américo Rodrigues*
em voz alta os apontamentos,
em janeiro, ainda temos tempo de desfrutar até os fragmentar as narrativas, estilhaçar a coerência dos relatos.
primeiros raios de sol aquecerem... Casacos militares – em verde ou noutras cores, Como num parlatório: todos a falar ao mesmo tempo. Como num
Vou, então, ser mais específica e enumerar ao como azul-escuro ou até vermelho, esta peça vem parlatório onde todos ouvíssemos parte das histórias dos outros.
pormenor o que não podemos mesmo deixar escapar sendo uma tendência bem evidente nas passarelas. Depois, juntar-lhe o que é do domínio do indizível: vozes viscerais,
desta vez... Encontram-se em modelos mais ou menos versáteis vozes que não pronunciam uma só palavra entendível, choros
e são uma ótima opção para usar no dia-a-dia; por ninguém, ecos dos ecos, um derradeiro esgar, ruídos bucais,
Casacos de pelo – mais versáteis do que se possa cânticos de lamento, línguas imaginárias, rezas sem fé, revoltas
pensar, este inverno eles têm estado por todo o lado. Animal-print – se estavam com receios, não íntimas, o som do sangue.
Aparecem em cores variadas e podemos mesmo apos- hesitem mais! Os padrões de leopardo, tigre e até Ouvi o que me contaram sete reclusos do Estabelecimento Pri-
tar em tons fortes (amarelo, azul, verde...) a conjugar de zebra conquistaram definitivamente o seu lugar. sional da Guarda. Não consegui ou não quis escrever sobre as suas
com um look neutro; Para os mais arrojados, vale o look total, mas se não vidas. Escolhi interpretar as palavras ditadas usando as minhas vozes.
quiserem ir tão longe, optem por acessórios simples Preferi falar (ou gritar) em vez deles.
Veludos – não podem faltar nos nossos guarda- como echarpes e malas para as senhoras ou um lenço
roupas. Em looks totais ou em peças isoladas, esta de lapela para os homens; * Ator, encenador e poeta sonoro
tendência foi entrando lentamente, mas chegou para
ficar. Se estiverem em dúvida na hora de avançar, Denim – nem mais nem menos, pensamos logo
pensem que, nesta estação, vale a pena investir numa naquele estilo de jeans que adoramos e que são um
saia plissada, e conjuguem as duas tendências. No básico que não dispensamos em estação nenhuma!
caso dos homens, é uma excelente oportunidade para Mas eles continuam a surgir com novos tons, cortes e
comprarem num novo blazer; sobreposições. A tendência para este outono/inverno
tem sido conjugar jeans com uma sweat volumosa,
Casacas de cabedal – já não é propriamente uma de preferência oversized e de cor cinza ou cru, com
novidade que a casaca de cabedal é um must have! O que umas botas de cano alto que podem mesmo ser umas
cuissardes!

E já que vão às compras, não se es-


queçam de levar convosco para casa um
batom castanho! Embora tenha estado
afastado por muito tempo, nesta tem-
porada, seja em tons mais claros ou
escuros, mais ou menos quentes, ele
regressou em força. Todavia, há que
ter em conta que estas cores da paleta
nos envelhecem um pouco ou que,
pelo menos, nos imprimem um ar mais
maduro. Mas não se assustem, estes
tons ficam bem em todas as bocas e os
nudes são uma boa opção para entrar
no mundo dos batons castanhos.
Agora vá, vão lá: boas compras e
muito autocontrolo!!!

@pitangaboss
Jurista / Fashion Stylist / Makeup Artist

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Internet: O Interior Propriedade: JORINTERIOR - Jornal • O Interior, Ldª. Detentores de mais de 10% do capital da empresa: José Luís Carrilho Agostinho de Almeida e Luís Baptista-Martins. Estatuto Editorial: http://www.ointerior.pt/jornal/fichatecnica.asp
Guarda - Redacção/Publicidade: 271212153 www.ointerior.pt • publicidade@ointerior.pt
opinião
20 • • Quinta-feira • 04 de janeiro de 2018

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Diogo Cabrita

IV edição da Academia do Poder Local


já tem data marcada Afetos da boca
Nos circos não verás mais animais. Nas quintas vestirás os
Entre 2 e 4 de fevereiro a assistir a diversas conferência que verdadeira escola do poder local», bichos. Na pecuária só comidinhas quentes e refeições específi-
Guarda volta a ser o palco da abordarão temas relacionados mas pode ser «o embrião de uma cas. Galinhas terão um metro quadrado em cada capoeira. Donos
Academia do Poder Local, que com a comunicação, reabilitação futura Universidade de Inverno». de cão só com jardim e se tiverem capacidade de lhes dar canja.
vai já na quarta edição, e que este urbana, Smart Cities, entre outros. As inscrições para a Academia do Nos hospitais não comerás bolos nem pastéis, batatas fritas nem
ano culmina com a realização do Para o Presidente dos ASD, Álvaro Poder Local estão abertas até 15 doces. Natas nunca mais. Leite só em pó que a ordenha faz mugir
Congresso Nacional dos Autarcas Amaro, promotor da actividade, de Janeiro e estão limitadas a 70 e mugido é sinal de dor. Também teremos restrições ferozes na
Sociais Democratas (ASD). Ambos esta é já «uma aposta ganha» e participantes. Relativamente ao caça. Vamos restringir o tabaco, reduzir o álcool, tolerância zero
os eventos decorrem no Hotel que embora tenha «um cunho congresso que decorre no dia 4, na condução, impedir a importação de bebidas destiladas. Os
Lusitânia. político», quer torná-la «cada vez durante a tarde, contará com a animais nos supermercados não serão expostos mortos.
Durante três dias, autarcas menos partidária». Por agora a presença novo presidente do par- Quer comprar carne? Tem de ser animal vivo. Depois de
e potenciais autarcas poderão academia é encarada como «uma tido na sessão de encerramento. o ter dez dias, alimentá-lo bem e passeá-lo nos jardins pode ir
ao matadouro. Com esta medida vamos condicionar os com-
pradores, afeiçoar as pessoas aos bichos. Compra a vaca e
PORTAGENS leva-a para o apartamento. Com os peixes o procedimento

Preços na A23 aumentam 1,4 por cento será melhor: leva o peixe vivo, guarda-o no aquário dez dias.
É o período de relacionamento. A sensibilização para os afetos

nalguns lanços da boca. Só se pode matar o peixe depressa, não na agonia


da sufocação. Nos hospitais não trabalhará ninguém que dê
maus exemplos para a estratégia da vida saudável, da morte
Os preços das portagens na Benespera, Benespera-Guarda monte Sul-Belmonte Norte houve sem doença. Fumadores serão despedidos. Depois iremos re-
A23 aumentaram 1,4 por cento e Guarda-Pinhel, de acordo com uma subida de 0,05 cêntimos nas duzir o volume de massa gorda. Obesos não são contratados,
no primeiro dia de 2018, tendo informação da Globalvia. Em todos classes 1 e 2. Já nos lanços Belmon- aqueles com história de tabaco ou de consumo de droga ou
em conta a aplicação do Índice estes troços de autoestrada a subi- te Norte-Benespera, Benespera- álcool serão afastados. Condutores de motas por risco mais
de Preços no Consumidor (IPC). da no preço foi de 0,05 cêntimos: Guarda e Guarda-Pinhel o aumento elevado terão uma quota baixa. O D. Sancho da Cristal nunca,
Na região, a medida terá efei- nos lanços Alcaria-Covilhã Sul e Co- é apenas para a classe 4. Em 2017 a nata jamais. Os hospitais são para criar montras de saúde.
tos nos lanços Alcaria-Covilhã Sul, vilhã Sul-Covilhã Norte o aumento as portagens nas autoestradas au- Vamos colocar cavalos e cães a participar na recuperação de
Covilhã Sul-Covilhã Norte, Covilhã foi para a classe 4, mantendo-se as mentaram 0,84 por cento, depois doentes. Vamos ter um aquário em cada mesa-de-cabeceira.
Norte-Belmonte Sul, Belmonte Sul- restantes inalteradas. Nos troços de uma subida de 0,62 por cento Isto não é fanatismo. Isto é a revolução.
Belmonte Norte, Belmonte Norte- Covilhã Norte-Belmonte Sul e Bel- em 2016.

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Matos & Prata, S.A.
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208 608

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