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Sumário
CAPÍTULO 1: Matemática Básica .................................................................................................................. 5

1.1 Equações ............................................................................................................................................ 5

1.2 Equações de 1º Grau .......................................................................................................................... 5

1.3 Equações de 2º Grau .......................................................................................................................... 5

1.4 Notação de Potência de 10 ................................................................................................................. 6

1.5 Exercícios ........................................................................................................................................... 7

CAPÍTULO 2: Eletrostática ............................................................................................................................ 8

2.1 Um Pequeno Histórico da Eletricidade................................................................................................ 8

2.2 Carga elétrica ..................................................................................................................................... 9

2.3 Estrutura da Matéria .......................................................................................................................... 9

2.4 Condutores e Isolantes ......................................................................................................................10

2.5 Eletrização ........................................................................................................................................11

2.5.1 Eletrização por Atrito..................................................................................................................12

2.5.2 Eletrização por Contato ..............................................................................................................13

2.5.3 Eletrização por Indução ..............................................................................................................13

2.6 Exercícios I ........................................................................................................................................14

2.7 Carga Elétrica Elementar ...................................................................................................................14

2.8 Exercícios II .......................................................................................................................................15

CAPÍTULO 3: Lei de Coulomb.......................................................................................................................16

3.1 Exercícios ..........................................................................................................................................18

CAPÍTULO 4: Energia e Transferência de Energia .........................................................................................19

CAPÍTULO 5: Potencial Elétrico....................................................................................................................21

5.1 Diferença de Potencial (ddp) .............................................................................................................21

CAPÍTULO 6: Corrente e Tensão Elétrica......................................................................................................23

6.1 Corrente Elétrica ...............................................................................................................................23

6.2 Diferença de Potencial Elétrico ou Tensão Elétrica ............................................................................24

6.3 Fontes de Alimentação ......................................................................................................................26

6.4 Terra (GND = Ground) ou Potencial de Referência .............................................................................27


2

6.5 Fonte de Corrente .............................................................................................................................27

6.6 Exercícios ..........................................................................................................................................28

CAPÍTULO 7: Conversão de Valores .............................................................................................................29

7.1 Exercício............................................................................................................................................29

CAPÍTULO 8: Resistência Elétrica .................................................................................................................30

8.1 Tipos de Resistores............................................................................................................................30

8.1.1 Resistor de fio ............................................................................................................................30

8.1.2 Resistor de filme de carbono (de carvão) ....................................................................................30

8.1.3 Resistor de filme metálico ..........................................................................................................30

8.2 Código de cores.................................................................................................................................31

8.3 Resistências variáveis ........................................................................................................................33

8.4 Exercícios ..........................................................................................................................................33

CAPÍTULO 9: 2ª Lei de Ohm (Resistividade) .................................................................................................35

9.1 Exercícios ..........................................................................................................................................35

CAPÍTULO 10: 1ª Lei de Ohm .......................................................................................................................37

10.1 Exercícios ........................................................................................................................................37

CAPÍTULO 11: Multímetro – Voltímetro, Amperímetro e Ohmímetro ..........................................................38

11.1 Multímetro......................................................................................................................................38

11.2 Voltímetro.......................................................................................................................................39

11.3 Amperímetro ..................................................................................................................................39

11.4 Ohmímetro .....................................................................................................................................40

11.5 Cuidados com o Multímetro ............................................................................................................41

CAPÍTULO 12: Associação de Resistores ......................................................................................................42

12.1 Associação Série ..............................................................................................................................42

12.2 Exercícios I ......................................................................................................................................42

12.3 Associação Paralela .........................................................................................................................42

12.4 Exercícios II .....................................................................................................................................43

12.5 Associação Mista .............................................................................................................................44

12.6 Exercícios III ....................................................................................................................................45


3

CAPÍTULO 13: Leis de Kirchhoff ...................................................................................................................48

13.1 Primeira Lei de Kirchhoff .................................................................................................................48

13.2 Exercícios I ......................................................................................................................................48

13.2 Segunda Lei de Kirchhoff .................................................................................................................48

13.3 Exercícios II .....................................................................................................................................49

13.4 Exercícios III ....................................................................................................................................49

13.5 Circuito Misto..................................................................................................................................51

13.6 Exercícios IV ....................................................................................................................................51

CAPÍTULO 14: Análise de Defeitos ...............................................................................................................53

14.1 Curto Circuito ..................................................................................................................................53

14.1.1 Circuito Série ................................................................................................................................53

14.1.2 Circuito Paralelo ...........................................................................................................................53

14.2 Circuito Aberto ................................................................................................................................53

14.2.1 Circuito Série ................................................................................................................................53

14.2.2 Circuito Paralelo ...........................................................................................................................53

14.3 Exercícios ........................................................................................................................................54

CAPÍTULO 15: Potência Elétrica ...................................................................................................................55

15.1 Rendimento ou Eficiência (η) ...........................................................................................................56

15.2 Energia Elétrica Consumida .............................................................................................................56

15.3 Exercícios ........................................................................................................................................56

CAPÍTULO 16: Divisores de Tensão ..............................................................................................................58

16.1 Divisor de Tensão com Carga ...........................................................................................................58

16.2 Exercícios ........................................................................................................................................59

CAPÍTULO 17: Geradores ............................................................................................................................60

17.1 Força Eletromotriz (E) – f.e.m ..........................................................................................................60

17.2 Gerador Ideal ..................................................................................................................................61

17.3 Associação de Geradores.................................................................................................................61

17.4 Associação em Série ........................................................................................................................61

17.5 Associação em Paralelo ...................................................................................................................62


4

17.6 Exercícios ........................................................................................................................................62

CAPÍTULO 18: Capacitores ..........................................................................................................................65

18.1 Processo de Carga em C.C ...............................................................................................................65

18.2 Tipos de Capacitores .......................................................................................................................65

18.2.1 Plásticos .......................................................................................................................................65

18.2.2 Cerâmica ......................................................................................................................................65

18.2.3 Eletrolíticos ..................................................................................................................................66

18.3 Associação de Capacitores...............................................................................................................66

18.3.1 Associação Paralela ......................................................................................................................66

18.3.2 Associação Série ...........................................................................................................................67

18.4 Exercícios ........................................................................................................................................68


5

CAPÍTULO 1: Matemática Básica


1.1 Equações
1.3 Equações de 2º Grau
Equação (do grego “ίση”, que significa
“igualdade”) é definida por igualdades de Pode-se chamar de equação de 2º grau a
expressões matemáticas compostas por seguinte expressão: ax 2  bx  c  0 .
incógnitas (letras) e coeficientes (números). Em uma equação x 2  2 x  1  0 , a é igual a
Quando desconhecemos o valor da incógnita, 1, b é igual a 2 e c igual a 1.
não podemos afirmar a veracidade desta
igualdade. Exemplos 1.3:
Equação a b C
Exemplos 1.1: x 2  3x  1 1 3 1
a) x  1
2x 2  x  5 2 1 5
b) a  3  1
5x  2 x 2  1 -2 5 -1

1.2 Equações de 1º Grau Para a resolução das equações dos exemplos


1.3 utilizamos Bháskara que é dada pela
Equação de 1º grau é toda aquela que pode ser  b  b2  4  a  c
seguinte expressão: x  .
representada por ax  b  0 , onde x é a 2a
incógnita e a e b são apresentados como As equações de 2º grau também podem ser
qualquer número pertencente aos reais, sendo incompletas. Diz-se que uma equação de 2º
a  0. grau é incompleta quando, um dos termos é
Uma equação de 1º grau pode ser resolvida nulo, ou seja, igual à zero.
usando a seguinte propriedade:

Exemplos 1.3[2]:
b
ax  b  0  ax  b  x 
a
Equação a b c
2
x 9 1 0 -9
Exemplos 1.2:
x 2  9x 1 -9 0
a) x  8  0  x  8
6 2x 2 2 0 0
b) 3 x  6  0  3x  6  x   x  2
3
c) 2 x  8  0  2 x  8  2 x  8  3  Resolvendo a 1ª equação:
3 3 x 2  9  0  x 2  9  x   9  x  3
 24
x  x  12
2
Resolvendo a 2ª equação:
x 2  9 x  0 Para resolver, basta fatorar o
fator comum “x”.
6

x x  9   0 Um número qualquer pode sempre ser


'
x 0 expresso como o produto de um número
x ''  9 compreendido entre 1 e 10, por uma potência
Resolvendo a 3ª equação: de 10 adequada.
2x2  0  x  0 Analise os exemplos seguintes:

Exemplos 1.4:
1.4 Notação de Potência de 10 a) 62300  6,23  10000  6,23  10 4

2 2
Muitas vezes no estudo da Física nos b) 0,00002   5  2  10 5
100000 10
deparamos com números absurdamente Para obtermos a potência de 10 adequada
grandes ou extremamente pequenos. Se podemos fazer o uso da seguinte regra prática:
disserem que a massa da terra é cerca de a) Conta-se o número de casas que a vírgula
5974200000000000000000000kg, ou então deve ser deslocada para a esquerda; este
que o raio do átomo de hidrogênio é igual a número nos fornece o expoente de 10
0,000000005cm, seria muito difícil assimilar positivo. Assim:
estas ideias.
62300  6,23  10 4
 Como escrever os números na notação
de potências de 10 b) Conta-se o número de casas que a vírgula
deve ser deslocada para a direita: este número
Considerando um número qualquer, por nos fornece o expoente de 10 negativo.
exemplo, 547. Com alguns conhecimentos de Assim:
Álgebra é possível compreender que este
número pode ser expresso da seguinte forma: 0,00002  2  10 5
842  8, 42  100  8,42  10 2
Observe que o número 842 foi expresso como
sendo o produto de 8,42 por uma potência de  Operações com potências de 10
10 (no caso, 10²).
Tomemos um outro número, por exemplo, Você pode perceber facilmente que seria
0,0037. Podemos escrever: complicado e trabalhoso efetuar operações
3,7 3,7
0,0037   3  3,7  10 3 com os números muito grandes, ou muito
1000 10
pequenos, quando escritos na forma comum.
Novamente, temos o número expresso pelo
Quando estes números são escritos na notação
produto de um número compreendido entre 1
de potência de 10, estas operações tornam-se
e 10 (no caso 3,7) por uma potência de 10 (no
bem mais simples, seguindo as leis
caso, 10 3 ).
estabelecidas na Álgebra, para as operações
Baseando-se nestes exemplos, chegamos à
com potências. Os Exemplos seguintes o
seguinte conclusão:
ajudarão a recordar estas leis:
7

1.5 Exercícios
Exemplos 1.4[2]:

a) 0,0021  30000000  2,1 10 3  3  10 7    
 2,1 3 10  3
 10   6,3 10
7 4
1) Cite duas vantagens de se escrever os
números na notação de potência de 10.
7,28  10 5 7,28 10 5
b) 8
  8  1,82  10 3 2) Complete as igualdades seguintes,
4  10 4 10
conforme o modelo.
Modelo: cem = 100 =10²
  3

c) 5  10 3  5 3  10 3  125  10 93

a) mil = d) um centésimo =
como 125  1, 25  10 2 vem
b) cem mil = e) um décimo de milésimo =
125  10 9  1,25  10 2  10 9  1,25  10 7
c) um milhão = f) um milionésimo =
3) Complete as igualdades seguintes,
d) 2,5  10 5  25  10 4  25  10 4  conforme o modelo.
 5  10 2 Modelo: 3,4  10 5  340000
a) 2  10 3  c) 7,5  10 2 
b) 1, 2  10 6  d) 8  10 5 
 Algumas constantes Físicas que são 4) Com o uso da regra prática, escreva os
escritas em notação de potência de 10 números seguintes em notação de potência de
10.
Velocidade da luz 3,0  10 8 m s a) 382 = d) 0,042 =
Constante 6,67  10 11 N  m 2 kg 2 b) 21200 = e) 0,75 =
gravitacional c) 62000000 = f) 0,000069 =
Massa do elétron (em 9,11  10 31 kg 5) a) Dados os números 3  10 6 e 7  10 6 ,
repouso) qual deles é o maior?
Massa do Próton (em 1,67  10 27 kg b) Coloque as potências de 10 seguintes
repouso) 4  10 5 ; 2  10 2 e 8  10 7 em ordem
Pressão atmosférica 1,01  10 5 N m 2 crescente de seus valores.
normal 6) Efetue as operações indicadas:
Raio médio da Terra 6,37  10 6 m a) 10 2  10 5  f) 1015  10 11 
Distância média da 1, 49  10 8 km b) 1015  10 11   
g) 10 2
3

Terra ao Sol c) 2  10 6  4  10 2  h) 2  10  5 2

Distância média da 3,8  10 5 km
d) 1010  10 4  i) 16  10 6 
Terra à Lua
e) 4,8  10 3  1,2  10 4 
Massa da Terra 5,98  10 24 kg
Massa do Sol 2,0  10 30 kg
Carga do elétron 1,6  10 19 C
(carga elementar)
Constante da lei de 9,00  10 9 N  m 2 C 2
Coulomb (vácuo)
Constante de Planck 6,63  10 34 J  s
8

CAPÍTULO 2: Eletrostática
A eletricidade é a parte da Física que analisa corpo neutro tem quantidade “normal” de
os fenômenos que envolvem a carga elétrica e fluido elétrico. Quando é esfregado uma parte
é dividida, didaticamente, em três segmentos: do seu fluido é transferida de um corpo para
Eletrostática, Eletrodinâmica e outro ficando um com excesso (carga
Eletromagnetismo. positiva) e outro com falta (carga negativa).
A Eletrostática é o segmento da Eletricidade Fato importante: lei da conservação da carga.
que analisa os fenômenos relacionados às 1785 Charles A. Coulomb – Experiências
cargas elétricas, com a particularidade de que quantitativas sobre interação entre cargas
as partículas portadoras destas cargas estão elétricas, com auxílio da balança de torção.
em repouso, em relação a um referencial 1800 Alessandro Volta – Invenção da Pilha.
inercial. 1820 Hans Christian Oersted – Efeito Magnético
da Corrente Elétrica.
1825 Andre Marie Ampere – Lei que governa a
2.1 Um Pequeno Histórico da
interação entre os imãs e correntes elétricas.
Eletricidade
1827 George Simon Ohm – Conceito de resistência
elétrica de um fio. Dependência entre

A seguir é colocado em ordem cronológica diferença de potencial e corrente.

alguns fatos de grande importância no 1831 Michael Faraday – Lei da indução

desenvolvimento de teorias e conceitos sobre eletromagnética entre circuitos.

eletricidade. Estes fatos são essenciais para 1832 Joseph Henry – Fenômenos da auto-indução.
que possamos entender os conceitos do 1834 Heinrich Friedrich Lenz – Sentido da força
“mundo da eletricidade”. eletromotriz induzida.
1834 Michael Faraday – Leis da eletrólise:
600 Tales de Mileto – Observação de que um evidência de que íons transportam a mesma
a.C pedaço de âmbar atrai pequenos fragmentos quantidade de eletricidade proporcional a sua
de palha, quando previamente atritado. valência química.
1600 William Gilbert – Outras substâncias além do 1864 James Clerk Maxwell – Teoria do
âmbar são capazes de adquirir propriedades Eletromagnetismo. Previsão da existência de
elétricas. Estudos sobre imãs e interpretação ondas eletromagnéticas. Natureza da luz.
do magnetismo terrestre. 1887 Heinrich Hertz – Produção de ondas
1672 Otto Von Guericke – Invenção da primeira eletromagnéticas em laboratórios.
máquina eletrostática. 1897 Joseph John Thomson – Descoberta do
1729 Stephen Gray – Os metais tem a propriedade elétron.
de transferir a eletricidade de um corpo a 1909 Robert Milikan – Medida da carga do elétron.
outro. Primeira caracterização de condutores Quantização da carga.
e isolantes.
Experiências sobre indução elétrica.
1763 Robert Symmer – Teoria dos Dois Fluidos: o
9

de cargas é sempre muito menor do que as


quantidades de cargas positivas e de cargas
2.2 Carga elétrica
negativas contidas no objeto.
Os objetos eletricamente carregados
interagem exercendo forças uns sobre os
Em tempo seco, é possível produzir uma
outros.
fagulha simplesmente caminhando em certos
tipos de tapetes e depois aproximando a mão
de uma maçaneta, torneira ou mesmo um 2.3 Estrutura da Matéria
amigo. Também podem surgir centelhas
quando você despe um suéter ou remove as
roupas de uma secadora. As centelhas e a Para explicar a eletrização dos corpos,
“atração eletrostática” são em geral recorremos ao estudo de sua estrutura.
consideradas uma mera curiosidade. A matéria é constituída de pequenas partículas
Entretanto, se você produz uma centelha denominadas átomos. Cada átomo, por sua
elétrica ao manipular um microcircuito de um vez, é formado, basicamente, por uma parte
computador, o componente pode ser central denominada núcleo e por uma parte
inutilizado. periférica chamada eletrosfera.
Esses exemplos revelam que existem cargas No núcleo, a parte mais pesada do átomo,
elétricas em nosso corpo, nos suéteres, nos encontram-se os prótons e os nêutrons. Na
tapetes, nas maçanetas e nas torneiras. Na eletrosfera encontram-se os elétrons, girando
verdade, todos os corpos contêm muitas em torno do núcleo em diferentes órbitas.
cargas elétricas. A carga elétrica é uma
propriedade intrínseca das partículas
fundamentais de que é feita a matéria; em
outras palavras, é uma propriedade associada
à própria existência dessas partículas.
A grande quantidade de cargas que existem
em qualquer objeto geralmente não pode ser
observada porque o objeto contém
quantidades iguais de dois tipos de cargas:
cargas positivas e cargas negativas. Quando
existe essa igualdade (ou equilíbrio) de
cargas, dizemos que o objeto é eletricamente
Figura 1: Átomo.
neutro, ou seja, sua carga total é zero. Quando
as quantidades dos dois tipos de cargas
A carga elétrica é uma propriedade da matéria
contidas em um corpo são diferentes, a carga
que se apresenta tanto nos prótons como nos
total é diferente de zero e dizemos que o
elétrons com a mesma intensidade. A carga
objeto está eletricamente carregado. A
elétrica do próton é positiva e igual em
diferença entre as quantidades dos dois tipos
10

módulo à carga elétrica do elétron, que é Átomo ionizado positivamente: Quando


negativa. apresenta mais prótons do que elétrons.
Um corpo, no seu estado normal, é É importante considerar que o número de
eletricamente neutro, porque seus átomos prótons é constante, o que se altera é o
possuem a mesma quantidade de cargas número de elétrons, isto é, para ionizar o
positiva e negativa, isto é, as cargas se átomo negativamente colocamos elétrons a
anulam. mais, e se quisermos ionizar positivamente,
Como exemplo, temos o átomo de hélio, de retiramos elétrons.
número atômico 2, que no seu estado natural é
neutro, pois apresenta dois prótons e dois
2.4 Condutores e Isolantes
elétrons.

Podemos classificar os materiais de acordo


com a facilidade com a qual as cargas
elétricas se movem em seu interior. Os
condutores são materiais nos quais as cargas
elétricas se movem com facilidade, como os
metais (como o cobre dos fios elétricos), o
corpo humano e a água de torneira. Os não-
condutores, também conhecidos como
isolantes, são materiais nos quais as cargas
não podem se mover, como os plásticos
(usados para isolar fios elétricos), a borracha,
Figura 2: Átomo de Hélio.
o vidro e a água destilada.

Quando é alterado o equilíbrio natural do


átomo, ocorrendo com que ele perca ou
receba elétrons, passamos a chama-lo de íon.
O ÍON é um átomo que cede ou recebe
elétrons. Figura 3: Exemplo de condutor e isolante.
Existem dois tipos de íons, são eles: os
cátions e os ânions.
Cátion: Átomo que cede elétrons (+). Os semicondutores são materiais com
Ânion: Átomo que recebe elétrons (-). propriedades elétricas intermediárias entre as
Dizemos que ocorre um desequilíbrio elétrico dos condutores e as dos não-condutores, como
quando o átomo está ionizado. o silício (usado nos microcircuitos dos
Átomo ionizado negativamente: Quando computadores) e o germânio. Os
apresenta mais elétrons do que prótons. supercondutores são condutores perfeitos, ou
11

seja, materiais nos quais as cargas se movem carga elétrica negativa, e os nêutrons, que não
sem encontrar nenhuma resistência. possuem carga elétrica.
Vamos começar com um exemplo de como a As cargas de um próton isolado e de um
condução de eletricidade pode eliminar o elétron isolado têm o mesmo valor absoluto e
excesso de cargas em um objeto. Quando sinais opostos; assim, um átomo eletricamente
friccionamos uma barra de cobre com um neutro contém o mesmo número de prótons e
pedaço de lã, cargas são transferidas da lã de elétrons. Os elétrons são mantidos nas
para o cobre. Entretanto, se você segurar ao proximidades do núcleo porque possuem uma
mesmo tempo a barra de cobre e uma torneira, carga elétrica oposta à dos prótons do núcleo
a barra de cobre não ficará carregada. O que e , portanto, são atraídos pelo núcleo.
acontece é que você, a barra de cobre e a Quando os átomos de um material condutor
torneira são condutores ligados, através do como o cobre se unem para formar um sólido,
encanamento, à Terra, que é um imenso alguns dos elétrons mais afastados do núcleo
condutor. Como as cargas em excesso (e que, portanto, são atraídos com uma força
depositadas no cobre pela lã se repelem, menor) se tornam livres para vagar pelo
afastam-se umas das outras passando primeiro material, deixando para trás átomos
para a sua mão, depois para a torneira e positivamente carregados (íons positivos).
finalmente para a Terra, onde se espalham. O Esses elétrons móveis recebem o nome de
processo deixa a barra de cobre eletricamente elétrons de condução. Os materiais isolantes
neutra. possuem um número muito pequeno, ou
Quando estabelecemos um caminho mesmo nulo, de elétrons de condução.
constituído por materiais condutores entre um A tabela a seguir mostra a classificação de
objeto e a Terra dizemos que o objeto está alguns materiais.
aterrado; quando a carga de um objeto é CONDUTOR ISOLANTE SEMICONDUTOR
neutralizada pela eliminação do excesso de Prata Mica Germânio
cargas positivas ou negativas através da Terra Cobre Plástico Silício
dizemos que o objeto foi descarregado. Se Alumínio Vidro Madeira
em vez de segurar diretamente a barra de
Carvão Porcelana
cobre você a segura através de um cabo de
Solo Vácuo
material não-condutor, o caminho de
Corpo
condutores até a Terra fica interrompido, e a
barra pode ser carregada por atrito (a carga
permanece na barra), contanto que você não 2.5 Eletrização
toque nela com a mão.
As propriedades dos condutores e não-
condutores se devem à estrutura e à natureza As primeiras descobertas das quais se tem
elétrica dos átomos. Como já vimos, os notícia, relacionadas com fenômenos
átomos são formados por três tipos de elétricos, foram feitas pelos gregos, na
partículas: os prótons, que possuem carga antiguidade. O filósofo e matemático Thales,
elétrica positiva, os elétrons, que possuem que vivia na cidade de Mileto no século VI
12

a.C., observou que um pedaço de âmbar, após denominado triboeletrização ou eletrização


ser atritado com uma pele de animal, adquiria por atrito.
a propriedade de atrair corpos leves (como Quando dois corpos neutros, de materiais
pedaços de palha e sementes de grama). diferentes, são atritados, ocorre uma troca de
Somente cerca de 2000 anos mais tarde, é que elétrons entre eles, um cedendo para o outro.
começaram a ser feitas observações Em consequência, um corpo eletriza-se,
sistemáticas e cuidadosas de fenômenos positivamente, com quantidades de carga
elétricos, destacando-se os trabalhos do elétrica iguais em valores absolutos.
médico inglês W. Gilbert. Este cientista
observou que vários outros corpos, ao serem
atritados, se comportavam como o âmbar e
que a atração exercida por eles se manifestava
sobre qualquer outro corpo, mesmo que este
não fosse leve.
Como a palavra grega correspondente a âmbar
é eléctron, Gilbert passou a usar o termo Figura 4: Exemplo de eletrização por Atrito.

“eletrizado” ao se referir àqueles corpos que


Para se conhecer os sinais das cargas elétricas
se comportavam como o âmbar, surgindo
dos corpos, após o atrito, faz-se o uso de uma
assim as expressões “eletrização”,
tabela que ordena os materiais: a série
“eletricidade” etc.
triboelétrica.
Modernamente, sabemos que todas as
substâncias podem apresentar comportamento
semelhante ao âmbar, isto é, podem ser
eletrizadas ao serem atritadas com outra
substância. Por exemplo: uma régua de
plástico se eletriza ao ser atritada com seda e
atrai uma bola de isopor, um pente se eletriza
ao ser atritado nos cabelos de uma pessoa e
atrai esses cabelos ou um filete d’água, uma
roupa de náilon se eletriza ao se atritar com
nosso corpo, um automóvel em movimento se
eletriza pelo atrito com o ar etc.

2.5.1 Eletrização por Atrito

Um dos processos pelos quais se realiza a Quando dois materiais são atritados entre si,
eletrização de um corpo neutro é através do aquele que ocupa a posição superior na série é
atrito entre materiais diferentes. É o método o que perde elétrons, eletrizando-se
positivamente.
13

Note-se que um determinado material pode


eletrizar-se tanto positiva como
negativamente, depende do outro material
com o qual é atritado.
Por exemplo, se o vidro for atritado com o
algodão, o algodão irá se eletrizar
negativamente. Já se o algodão for atritado
com cobre ele ficará eletrizado positivamente.
2.5.3 Eletrização por Indução
2.5.2 Eletrização por Contato
A eletrização de um condutor neutro pode
ocorrer por simples aproximação de um outro
Quando um condutor eletrizado é posto em
corpo eletrizado, sem que haja o contato entre
contato com outro condutor neutro, há
eles.
eletrização deste último com o mesmo sinal
Consideremos um condutor inicialmente
do primeiro.
neutro e uma esfera eletrizada negativamente.
Quando aproximamos a esfera eletrizada do
corpo neutro, as suas cargas negativas repeles
os elétrons livres do corpo neutro para
posições o mais distantes possível.

Desta forma, o corpo fica com falta de


elétrons numa extremidade e com excesso de
elétrons na outra.
O fenômeno da separação de cargas num
condutor, provocado pela aproximação de um
corpo eletrizado, é denominado indução
eletrostática.
Na indução eletrostática ocorre apenas uma
separação entre algumas cargas positivas e
negativas do corpo.
O corpo eletrizado que provocou a indução é
denominado indutor e o que sofreu a indução
é chamado induzido.
14

Se quisermos obter no induzido uma 2.7 Carga Elétrica Elementar


eletrização com cargas de um só sinal, basta
liga-lo à Terra, na presença do indutor.
Cada próton possui uma unidade de carga
positiva; cada elétron, uma unidade de carga
negativa. As cargas do elétron e do próton,
iguais em valor absoluto, são conhecidas
como cargas elementares (e), tratando-se,
por enquanto, da menor carga elétrica
encontrada na natureza. Sua intensidade é:
2.6 Exercícios I e  1,6  10 19 C
Carga elétrica do próton = 1,6  10 19 C
Carga elétrica do elétron =  1,6  10 19 C
1) Explique o que você entende por carga
Onde C (coulomb) representa no SI (Sistema
elétrica.
internacional de medidas), a unidade de
2) Quais as partículas que constituem o
carga elétrica, tendo recebido essa
átomo?
denominação em homenagem a Charles
3) Qual a condição necessária para que um
Augustin Coulomb. Coulomb foi o primeiro
átomo esteja em equilíbrio elétrico?
cientista a realizar a medição exata das cargas
4) Um átomo é capaz de perder prótons?
elétricas de um corpo.
Justifique: 1C  6,28  1018 elétrons
5) Como chamamos um átomo com excesso
O valor que foi obtido experimentalmente, em
de elétrons?
1909, pelo físico norte-americano Robert
6) Cite 3 exemplos de condutores. Explique
Andrews Millikan (1868-1953), ganhador do
por que são considerados condutores.
prêmio Nobel de Física de 1923.
7) Baseado nos conhecimentos adquiridos
Como a menor carga possível é a do elétron,
sobre eletrostática, explique como funciona o
conclui-se que a carga (q) de qualquer corpo
Para-raios que foi inventado por Benjamin
eletrizado é um múltiplo inteiro (n) da carga
Franklin.
elementar (e):
8) Atrita-se uma barra de vidro com um pano.
Qual dos dois corpos fica eletrizado? Q  n  e
9) Uma mulher penteia o seu cabelo. Logo
depois verifica que o pente utilizado atrai
pedaços de papel. Dê a explicação plausível Exemplos 2.7
para esse fato. a) De um corpo neutro foi retirado 1 milhão
10) Explique como se pode eletrizar de elétrons. Qual a sua carga final?
negativamente uma esfera neutra através da Como foram retirados elétrons temo que
e  1,6  10 19 C , e a quantidade de elétrons
indução eletrostática.
que foram retiradas é 1 milhão, logo,
n  1 10 6 elétrons. Temos que: q   n  e ,
então, Q  1  10 6  1,6  10 19
15

Q  1,6  10 13 C (ou de um próton) vale, em módulo,


1,6  10 19 C , podemos afirmar que o corpo
b) Quantos elétrons precisam ser retirados de está carregado com uma carga elétrica de:
um corpo para que ele fique com a carga de a) -0,32C c) 0,64C
1C? b) 0,32C d) -0,64C
Sabemos que a carga elétrica é de 8) Considerando que e  1,6  10 19 C ,
1,6  10 19 C e que q   n  e . Logo: quantos elétrons devem ser retirados de um
Q 1 corpo, para que sua carga elétrica final seja de
n n
e 1,6  10 19 4C?
Então, n  6,25  1018 elétrons, o que
comprova que o coulomb é uma unidade
muito grande. Assim, na eletrização dos
corpos, geralmente o número de elétrons
retirados ou colocados é menor que o
encontrado acima. Por isso, na prática, a
carga de um corpo é menor que 1C, o que
justifica o uso da notação de potência de 10.

2.8 Exercícios II

1) Qual o número de elétrons retirados de um


corpo cuja carga elétrica é de 32  10 6 C ?
2) Um corpo condutor inicialmente neutro
recebe 15  1018 elétrons. Calcule a carga em
Coulomb adquirida pelo corpo.
3) É dado um corpo eletrizado com carga
6,4  10 6 C . Determine o número de elétrons
em falta no corpo.
4) Quantos elétrons devemos fornecer a um
corpo inicialmente neutro, para eletrizá-lo
com carga de 48  10 6 C ?
5) Quantos elétrons em excesso tem o corpo
eletrizado com carga de  16  10 12 C ?
6) um corpo possui 4  10 20 elétrons e
3,5  10 20 prótons. Quanto à carga elétrica
desse corpo, determine:
a) o sinal; b) a intensidade.
7) Um corpo tem 2  1018 elétrons e 4  1018
prótons. Como a carga elétrica de um elétron
16

CAPÍTULO 3: Lei de Coulomb


A força elétrica é proporcional às cargas -
Consideremos dois corpos eletrizados com Então, ele concluiu que o valor da força é
cargas Q1 e Q2, separados de uma distância d, proporcional à carga Q1, isto é
como mostra a figura. F ∝ Q1
Como era de se esperar, se o valor de Q1 não
fosse alternado e o valor de Q2 fosse
Figura 5: Força de atração entre duas cargas duplicado (ou triplicado etc.), o módulo da
puntuais, de sinais contrários, separadas pela força também duplicaria (ou triplicaria etc.),
distância d. como está representado na figura 6. Então
podemos escrever que também se tem
Vamos supor que o tamanho destes corpos
F ∝ Q2
eletrizados seja muito pequeno em relação à
Logo, como F ∝ Q1 e F ∝ Q2 vem
distância d entre eles. Nestas condições,
F ∝ Q1 Q2
consideramos as dimensões destes corpos
ou seja
desprezíveis e nos referimos a eles como
“cargas puntuais”. Portanto
a força de interação entre duas cargas
elétricas puntuais é proporcional ao produto
uma carga puntual é aquela que está
destas cargas.
distribuída em um corpo cujas dimensões são
desprezíveis em comparação com as demais
Assim, supondo, por exemplo, que o valor de
dimensões envolvidas no problema.
Q1 duplicado e o de Q2 fosse triplicado valor
da força entre estas cargas se tornaria 6 vezes
Na figura 5, designamos por F o módulo da
maior (figura 6).
força entre as cargas Q1 e Q2. Coulomb
verificou que, se a carga Q1 for duplicada (ou
A força elétrica depende da distância entre
triplicada, ou quadruplicada etc.), o valor da
as cargas – O fato de que a força entre corpos
força entre as cargas também duplicará (ou
eletrizados diminui quando aumentamos a
triplicada, ou quadruplicada etc.), como está
distância entre eles é conhecido há muitos
mostrado na figura 6.
séculos.
Entretanto, o estabelecimento da relação
quantitativa entre a força F (que uma carga
puntual exerce sobre outra) e d (distância
entre as cargas) só veio a ser feito por
Coulomb, em suas experiências. Ele verificou
que
Figura 6: A força de interação entre duas cargas duplicando d  F torna-se 4 vezes menor
puntuais, separadas por uma distância d, é triplicando d  F torna-se 9 vezes menor
diretamente proporcional ao produto destas cargas. quadriplicando d F torna-se 16 vezes menor
17

Assim, Coulomb observou que quando a


Exemplos 3:
distância d é multiplicada por um número, a
Uma carga puntual positiva
força F entre as cargas fica dividida pelo Q1  0,23  10 6 C , é colocada a uma
quadrado deste número. Portanto,
distância de 3,0cm de outra carga também
puntual, negativa, Q2  0,60  10 6 C (figura
a força, F, de atração ou repulsão entre duas
7).
cargas puntuais é inversamente proporcional
ao quadrado da distância, d, entre elas, isto
é,
1
F∝ 2 Figura 7: Figura do exemplo 3.
r
a) Supondo que Q1 e Q2 estejam no ar, calcule
Lei de Coulomb – Como já vimos que entre a o valor da força F1 que Q2 exerce sobre Q1.
força F e as cargas Q1 e Q2 existe a relação Como a força entre duas cargas elétricas
F ∝ Q1 Q2 situadas no vácuo ou no ar é praticamente a
e que entre esta mesma força e a distância d 
mesma, o valor de F1 será dado por
tem-se Q Q
1 F1  k  1 2 2
F∝ 2 d
d
onde se tem, no Sistema Internacional:
podemos associar estas relações, obtendo k  9,0  10 9 N  m 2 C 2
Q Q
F∝ 1 2 2 Q1  2,3  10 7 C
d
Q2  6,0  10 7 C
Como sabemos, esta relação poderá ser
d  3,0cm  3,0  10 2 m
transformada em uma igualdade introduzindo-
Substituindo estes valores na expressão da lei
se nela uma constante de proporcionalidade
de Coulomb, obteremos o valor de F1 (não é
adequada. Consideramos, inicialmente, as
necessário levar em conta o sinal das cargas
cargas Q1 e Q2 situadas no vácuo. Nesta
pois, como já sabemos qual é o sentido da
situação vamos designar por k a constante de
força, desejamos calcular apenas o seu
proporcionalidade a ser introduzida na relação
módulo).
anterior. Teremos, então, para as cargas no
Temos, então
vácuo
F1  9,0  10 9 
2,3  10 7  6,0  10 7 
Q1  Q2 3,0  10 2 2
F k
d2  F1  1,38 N


Chegamos, assim, à expressão matemática da b) O valor da força F2 que Q1 exerce sobre

lei de Coulomb, para o vácuo. No S.I., onde F Q2 é maior, menor ou igual ao valor de F1 ?
é medido em Newton, Q1 e Q2 em Coulombs Pela 3ª lei de Newton sabemos que, se Q2
e d em metros, o valor de k é: atrai Q1, esta carga Q1 atrairá a carga Q2 com
N  m2 uma força igual e contrária. Em outras
k  9,0  10 9  
C2 palavras as forças F1 e F2 mostradas na
18

figura 7 constituem um par de ação e reação e, 4) Duas cargas puntiformes, Q1  5  10 6 C ,


portanto, seus módulos são iguais, isto é, no vácuo, estão separadas por uma distância
temos F2  1,38 N de 30cm. Determine a força elétrica entre
elas.
5) A intensidade da força elétrica entre duas
3.1 Exercícios
cargas elétricas puntiformes iguais, situada no
vácuo a uma distância de 2 m uma da outra, é
1) Duas cargas puntuais negativas, cujos de 202, 5 N. Qual o valor das cargas?
módulos são Q1  4,3  10 6 C e 6) (UTESC-SC) A lei de Coulomb afirma que
Q2  2,0  10 6 C , estão situadas no ar, a força de interação elétrica de partículas
separadas por uma distância d  30cm (veja a carregadas é proporcional:
figura deste exercício). a) à distancia entre as partículas;
b) às massas e à distancia das partículas;
c) às cargas das partículas;
d) às massas das partículas;
e) ao quadrado da distância entre as
Figura 8: Exercício 1 (Lei de Coulomb). partículas.
7) (CEUB-DF) Duas cargas elétricas
a) Desenhe, na figura 8, a força que Q1 exerce
puntiformes se atraem; duplicando-se a
sobre Q2. Qual é o valor desta força?
distancias entre elas, no mesmo meio, a força
b) Desenhe, na figura 8, a força que Q2 exerce
de atração será:
sobre Q1. Qual é o valor desta força?
a) o dobro; b) a metade; c) o quádruplo;
2) Suponha, no exercício anterior, que o valor
d) a Quarta parte; e) a mesma.
da carga Q1 tenha se tornado 10 vezes maior,
8) A que distância devem se encontrar duas
que o valor de Q2 tenha sido reduzido à
cargas elétricas, para que a força elétrica entre
metade e que a distância entre elas tenha se
elas seja de 0,6N, sabendo-se que o módulo
mantido constante.
dessas cargas é 6  10 6 C e 4  10 6 C ?
a) Por qual fator ficaria multiplicado o valor
9) Duas cargas elétricas iguais são colocadas
da força entre as cargas?
a uma distância de 8cm uma da outra. A força
b) Então, qual seria o novo valor desta força?
de repulsão entre elas é de 90N. Determine o
3) Considere, ainda, o exercício 1 e suponha
valor das cargas.
que os valores de Q1 e Q2 tenham, agora, se
mantido constantes.
a) Se a distância entre estas cargas se tornar 5
vezes maior, a força entre elas aumentará ou
diminuirá? Quantas vezes?
b) Se a distância entre estas cargas for
reduzida a metade, a força entre elas
aumentará ou diminuirá? Quantas vezes?
19

CAPÍTULO 4: Energia e Transferência de Energia


Para que possamos compreender melhor os como uma transferência de energia. A energia
conteúdos a serem estudados, serão abordados mecânica é medida nas mesmas unidades que
alguns conteúdos que detalharemos mais o trabalho. Por exemplo, quando um peso é
tarde. levantado, o corpo humano ou o dispositivo
Trabalho: Realiza-se trabalho quando algo é que da início ao movimento depende de
movido contra uma força resistiva. Por exemplo, energia. O peso, por outro lado, adquire
realizamos trabalho quando um peso é levantado energia potencial, em virtude de haver sido
contra a atração da gravidade (figura 9), ou elevado acima do chão. Essa energia potencial
quando empurramos uma caixa a uma armazenada no peso pode ser utilizada, por
determinada distância (figura 10). exemplo, para levantar outro peso através de
um sistema de polias ou pode ser deixado cair
como em um bate-estaca transferindo a sua
energia para a estaca no momento do impacto.

Figura 9: Halterofilista realiza trabalho enquanto


ergue o peso.

Figura 11: Transferência de energia através de polias.

Figura 10: Realização de trabalho ao deslocar a caixa.

O trabalho realizado é obtido através do


produto da força aplicada pela distância
através da qual a força se move, isto é:

Trabalho = força x distância


Figura 12: Transferência de energia em um bate-
estaca.
A unidade de trabalho no sistema
internacional de medidas (SI) é o joule Um princípio geral aplicável a todos o
usualmente abreviado por J. O joule sistemas físicos é o princípio da conservação
representa o trabalho realizado quando uma de energia, o qual estabelece que a energia
força de um newton age através de uma não é criada nem destruída, apenas muda de
distância de um metro (1 J = 1 N.m). forma. A energia pode ser transformada em
Energia: Energia é a capacidade de realizar calor, em luz ou em som; ela pode ser energia
trabalho; o trabalho também pode ser visto mecânica de posição ou de movimento, pode
20

ser armazenada numa bateria ou em uma


mola; mas não pode ser criada nem destruída.
Potência: Para propósitos práticos, existe
muito interesse na velocidade de realização de
trabalho ou liberação de energia. Esta
velocidade é chamada potência. No sistema
internacional de medidas, a potência é medida
em watts (abreviatura W), sendo um watt
igual a um joule por segundo. Então, a partir
da definição de potência, se W é o trabalho
realizado ou a energia dissipada ou liberada
no tempo t, a potência média neste período é:
W
P
t
Devida à íntima relação entre potência e
energia, encontramos frequentemente a
energia expressa em tais unidades como watt-
segundo (W.s) ou quilowatt-horas (kWh)
(1kWh=1000 x 3600).
21

CAPÍTULO 5: Potencial Elétrico


Dizer que uma carga elétrica fica sujeita a ponto B, situado a uma distância dB da carga
uma força quando está numa região Q.
submetida a um campo elétrico significa dizer
que, em cada ponto dessa região existe um
potencial para a realização de trabalho. O
potencial elétrico (V) é expresso em volts e é
Figura 14: Carga -q colocada no ponto A de uma
dado pela expressão: região submetida a um campo E.
k Q
V 
d Como dA > dB, o potencial do ponto A é
O potencial elétrico é uma grandeza escalar, menor que o do ponto B, uma vez que o
podendo ser positivo ou negativo, potencial é dado pela expressão . Assim
dependendo do sinal da carga elétrica. Pela podemos escrever que VA < VB.
expressão acima, podemos verificar que o
potencial em uma superfície onde todos os
pontos estão a uma mesma distância da carga
geradora, possui sempre o mesmo valor.
Essas superfícies são denominadas de Figura 15: Potencial no ponto A é menor que no
superfícies equipotenciais. ponto B.

Conclui-se, então, que uma carga negativa


move-se do potencial menor para o maior. Se
uma carga positiva +q fosse colocada no
ponto B, ela se movimentaria na mesma
direção do campo elétrico, indo do potencial
maior para o menor.

Figura 13: Superfícies equipotenciais.


Figura 16: Carga +q colocada no ponto B de uma
região submetida a um campo E.

5.1 Diferença de Potencial (ddp) Assim, para que uma carga se movimente,
isto é, para que haja condução de eletricidade,
é necessário que ela esteja submetida a uma
Seja uma região submetida a um campo
diferença de potencial ou ddp.
elétrico E criada por uma carga Q positiva
Agora já estamos em condições de relacionar
conforme mostra a figura 10. Colocando um
trabalho e transferência de energia com forças
elétron –q no ponto A, situado a uma
elétricas. Suponha que movamos uma
distância dA da carga Q, ele se movimentará
partícula carregada positivamente em sentido
no sentido contrário do campo, devido à força
contrário ao de um campo elétrico no qual
F que surge no elétron, indo em direção ao
22

esteja mergulhada, isto é, contra a força


exercida sobre elas por outras cargas elétricas.
Se por exemplo, o campo fosse devido à
presença de uma carga negativa próxima,
afastaríamos a carga positiva dela. Com isto,
ao mover-se a carga contra forças que atuam
sobre ela, seria realizado um trabalho
equivalente ao levantar-se um peso no campo
gravitacional terrestre. Além disso, seria
aplicável a lei da conservação da energia; isto
é, a partícula estaria agora em uma posição
potencial mais elevada, do mesmo modo que
um peso levantado possui maior energia
potencial. Já estamos familiarizados com os
dispositivos para realização de trabalho útil
através de pesos que passam a posições de
potencial mais baixo no campo gravitacional
da terra. Talvez o dispositivo que melhor
exemplifique este estudo seja uma roda
hidráulica obtendo trabalho a partir de uma
queda d’água. De um modo mais ou menos
análogo, podemos obter trabalho de um fluxo
de cargas que se movam sob a influência de
forças elétrica para uma posição de potencial
mais baixo.

Figura 17: Roda Hidráulica.


23

CAPÍTULO 6: Corrente e Tensão Elétrica


segundo. Devemos especificar tanto a
6.1 Corrente Elétrica
intensidade quanto o sentido da corrente.

Usualmente estamos mais interessados em


cargas em movimento do que cargas em Exemplo 6.1
repouso, devido à transferência de energia que Se a carga que passa por uma lâmpada é de 14
pode estar associada às cargas móveis. coulombs por segundo, qual será a corrente?
Estamos particularmente, interessados nos Q 14 coulombs
I   14 A
t 1 segundo
casos em que o movimento de cargas esteja
confinado a um caminho definido formado de
materiais como cobre, alumínio, etc, devido a Em uma corrente contínua, o fluxo de cargas é

serem bons condutores de eletricidade. Em unidirecional para o período de tempo em

contraste, podemos utilizar materiais mal consideração. A figura 18, por exemplo, mostra o

condutores de eletricidade, chamados de gráfico de uma corrente contínua em função do

isoladores, para confinar a eletricidade a tempo; mais especificamente, mostra uma

caminhos específicos formando barreiras que corrente contínua constante, pois sua intensidade é

evitam a fuga das cargas elétrica. Os constante, de valor I.

caminhos por onde circulam as cargas Em uma corrente alternada as cargas fluem
elétricas são chamados de circuitos. ora num sentido, ora noutro, repetindo este
Aplicando uma diferença de potencial num ciclo com uma frequência definida como
condutor metálico, os seus elétrons livres mostra a figura 13.
movimentam-se de forma ordenada no sentido
contrário ao do campo elétrico. O movimento
da carga elétrica é chamado de corrente
elétrica. A intensidade I da corrente elétrica é
a medida da quantidade de carga elétrica Q
(em coulombs) que atravessa a seção Figura 18: Corrente Contínua.
transversal de um condutor por unidade de
tempo t (em segundos). A corrente tem um
valor constante dado pela expressão:

carga em coulombs Q
I 
tempo t

Q
I
t Figura 19: Corrente Alternada.

A unidade de corrente é o ampère (abreviado A utilidade prática de uma corrente continua


por A). Existe um ampère de corrente quando ou alternada é o resultado dos efeitos por ela
as cargas fluem na razão de um coulomb por causados. Os principais fenômenos que
24

apresentam uma grande importância prática e condutor metálico seja formada por cargas
econômica são: positivas, indo, porém do potencial maior
para o menor.
1. Efeito Térmico (Joule): Quando flui Em um circuito, indica-se a corrente
corrente através de um condutor, há produção convencional por uma seta, no sentido do
de calor. Este fenômeno será estudado na Lei potencial maior para o menor como mostra a
de Ohm. figura, em que a corrente sai do pólo positivo
Aplicações: chuveiro elétrico, ferro elétrico. da fonte (maior potencial) e retorna ao seu
pólo negativo (menor potencial).
2. Efeito Magnético (Oersted): Nas
vizinhanças de um condutor que carrega uma
corrente elétrica, forma-se um segundo tipo
de campo de força, que fará as forças serem Figura 20: Sentido Convencional da corrente.
exercidas sobre outros elementos condutores
de corrente ou sobre peças de ferro. Este Exemplo 6.1[2]
campo, chamado de Campo Magnético a) Qual a intensidade da corrente elétrica que
coexiste com o Campo Elétrico causado pelas passa pela seção transversal de um fio
cargas. Este fenômeno é o mesmo que ocorre condutor, sabendo-se que uma carga de
na vizinhança de um imã permanente. 3600  10 6 C leva 12 segundos para
Aplicações: telégrafo, relé, disjuntor. atravessá-la?
Q 3600  10 6 C
I   300  10 6 A
3. Efeito Químico: Quando a corrente t 12 s
elétrica passa por soluções eletrolíticas ela
pode separar os íons. b) Pela seção transversal de um fio condutor
Aplicações: Galvanoplastia (banhos passou uma corrente de 2  10 3 A durante 45
metálicos). segundos. Quantos elétrons atravessaram essa
seção nesse intervalo de tempo?
4. Efeito Fisiológico: Efeito produzido pela Q
I  Q  I  t  2.10  3 A  45s  90  10  3 C
t
corrente elétrica ao passar por organismos
vivos
Depois utilizamos a equação da Quantidade
de carga: Q   n  e
Corrente Elétrica Convencional: nos
90  10 3
condutores metálicos, a corrente elétrica é n 19
 n  562,5 1015 elétrons
1,6  10
formada apenas por cargas negativas
(elétrons) que se deslocam do potencial
menor para o maior (sentido real da 6.2 Diferença de Potencial Elétrico
corrente). Assim, para evitar o uso frequente ou Tensão Elétrica
de valor negativo para corrente, utiliza-se um A figura 16 apresenta o diagrama de um circuito
sentido convencional para ela, isto é, elétrico simples. O objetivo desse circuito é
considera-se que a corrente elétrica num
25

conduzir energia elétrica da bateria para uma inserindo fusíveis ou disjuntores que abrem
lâmpada distante. Isto é realizado através da automaticamente quando ocorrem tais falhas.
conexão de fios para levar e trazer a corrente I da No circuito da figura utilizou-se o símbolo
bateria até a lâmpada, uma chave e um fusível de padrão para uma bateria, com linhas paralelas
proteção para o circuito. Assim, quando a chave mais longas indicando o terminal positivo ou
esta fechada, um caminho completo de condução aquele pelo qual a corrente sai da bateria ao
é proporcionado e obtém-se um circuito completo fornecer energia ao circuito. A figura 18
ou circuito fechado. mostram outros tipos de simbologias padrões
para representar fontes de tensão CC.

Figura 23: Simbologias para fontes de Tensão CC.

Considerando que o circuito da figura 21 não


possua nenhum tipo de problema de curto-
Figura 21: Diagrama Descritivo.
circuito ou circuito aberto. Para que se
mantenha a corrente I no circuito é necessário
gastar energia da mesma forma que para
manter o fluxo de água através de um sistema
de tubulações. Deve-se realizar trabalho para
dar às cargas elétricas a energia que elas
entregam ao fluir através dos fios e das
lâmpadas. Este trabalho ou energia deve, é
Figura 22: Diagrama Esquemático.
claro, ser obtido da fonte por conversão de
Por outro lado, se um dos fios fosse energia química em energia elétrica na bateria
desligado, ou a chave estiver aberta, teríamos da figura 21, por exemplo, ou conversão de
um circuito aberto, sendo nula a corrente I, e, energia mecânica em elétrica no caso de um
portanto, não havendo transferência de gerador.
energia. Outro caso ocorreria se ligássemos O trabalho realizado ao movimentar-se uma
um fio entre os pontos c e d da lâmpada ou carga positiva unitária entre dois pontos de
entre os pontos a e b da bateria. Neste caso, um circuito é chamado de diferença de
teríamos um curto-circuito. A corrente de potencial ou tensão entre dois pontos. Em
saída da fonte seria elevada (frequentemente outras palavras, tensão é o trabalho por
destrutivamente elevada), mas somente uma unidade de carga. Devem-se especificar dois
porção insignificante passaria pela lâmpada e pontos no circuito, uma vez que o trabalho é
não haveria uma transferência eficiente de realizado ao mover-se a carga de um ponto
energia para a lâmpada. Usualmente é feita para outro. Se o trabalho realizado ao mover-
uma proteção contra esses problemas, se uma carga de 1 C de um ponto a outro for
26

de 1 J, a diferença de potencial entre esses


pontos será de 1 Volt (abrevia-se V). O
trabalho, ou energia total W associado com o
movimento de Q coulombs entre dois pontos,
é
Figura 24: Diferença de Potencial.
W  E Q
quando a diferença de potencial entre dois A fonte de tensão E se encontra entre os dois
pontos for de E volts. potenciais VA e VB, portanto, essa fonte
Quando essa diferença de potencial é representa a diferença entre estes dois
fornecida por uma fonte de energia elétrica, potenciais. Matematicamente temos:
ela é frequentemente chamada de força
eletromotriz (abreviada FEM). Como os E = VA - VB = VAB
circuitos contêm fontes e consumidores de
energia elétrica, devemos considerar
cuidadosamente se o trabalho é realizado 6.3 Fontes de Alimentação
sobre a carga unitária, ou pela carga unitária
ao mover-se do primeiro até o segundo ponto.
O dispositivo que fornece tensão para um
No primeiro caso, a energia potencial da carga
circuito é chamado genericamente de fonte de
é aumentada; no outro caso, é diminuída. Se o
tensão ou fonte de alimentação. Exemplos de
trabalho for realizado sobre a carga positiva e
fontes de tensão são as pilhas e as baterias.
sua energia potencial é aumentada ao ir do
Uma pilha comum, quando nova, possui
ponto a para o ponto b de um circuito, existe
tensão de 1,5V. Estas podem ser associadas
uma subida de tensão no sentido de a para b.
em série, para aumentar a tensão, como por
Inversamente, existe uma queda de tensão no
exemplo, 3 pilhas de 1,5V cada fornecem
sentido de b para a, porque a carga perderia
4,5V juntas. Tanto as baterias como as pilhas
energia se fosse de b para a. Do ponto de vista
produzem energia elétrica a partir de energia
de ganho ou de perda de energia, subidas de
liberada por reações químicas.
tensão são grandezas opostas a queda de
Com o tempo de uso, as reações
tensão.
químicas dessas baterias ou pilhas liberam
O circuito da figura 22 ilustra estas
cada vez menos energia, fazendo com que a
declarações. Devido à bateria existe uma
tensão disponível seja cada vez menor. Hoje
subida de tensão de a para b e haverá uma
em dia, existem muitos tipos de baterias que
queda de tensão de c para d.
podem ser recarregados por aparelhos
Observação: Frequentemente utilizamos uma
apropriados, inclusive as pilhas comuns, o
nomenclatura do tipo VAB, para indicar um
que é um avanço importante, sobretudo no
valor de tensão entre dois pontos, por isso, é
que se refere ao meio ambiente.
importante saber o seu significado. Na figura
Outro tipo de fonte de tensão são as
24 a tensão VA encontra-se no potencial de
fontes de alimentação eletrônicas que utilizam
maior valor (+) e a tensão VB no potencial de
um circuito eletrônico para converter a tensão
menor valor (-).
27

alternada da rede elétrica em tensão contínua.


Esses dispositivos são conhecidos por Figura 25: Simbologia do terra (GND).
eliminadores de bateria, e são amplamente
utilizados em equipamentos portáteis como Em um circuito podemos substituir a linha do
aparelhos de som, vídeo games, etc. potencial de referência por símbolos de terra,
Outro tipo de fonte de tensão muito simplificando o seu circuito para um dos
utilizado em laboratórios e oficinas de seguintes diagramas mostrados na figura 27.
eletrônicas são as fontes de tensão variáveis Em muitos equipamentos, o potencial de
(ou ajustáveis). Este tipo de fonte tem a referência do circuito é ligado à sua carcaça
vantagem de fornecer tensão contínua e (quando esta é metálica) e a um terceiro pino
constante, cujo valor pode ser ajustado do plug que vai ligado à tomada da rede
manualmente, conforme a necessidade. Nas elétrica. Esse terceiro pino para conectar o
fontes variáveis mais simples, o único tipo de terra do circuito à malha de aterramento da
controle é o ajuste de tensão. Nas mais instalação elétrica, com o objetivo de proteger
sofisticadas, existem ainda os controles de o equipamento e o usuário de uma sobrecarga
ajuste fino de tensão e de limite de corrente. elétrica.

6.4 Terra (GND = Ground) ou Exemplo 6.4


a) Dado o circuito da figura 26, represente
Potencial de Referência
seus dois diagramas elétricos equivalentes
utilizando o símbolo de terra.
Em circuitos elétricos, deve-se sempre
estabelecer um ponto cujo potencial elétrico
servirá de referência para medidas das
tensões. Em geral, a referência é o pólo Figura 26: Circuito Elétrico.
negativo da fonte de alimentação, que pode
ser considerado um ponto de potencial zero,
fazendo com que a tensão entre qualquer
outro ponto do circuito e essa referência seja o
Figura 27: Outras formas de representações de
próprio potencial elétrico do ponto circuitos.
considerado.
Assim, se VB é a referência do
circuito da figura 24, a tensão VAB entre os
6.5 Fonte de Corrente
pontos A e B é dada por:

VAB = VA – VB = VA - 0 = VA
A fonte de corrente, ao contrário da fonte de

A essa referência, damos o nome de terra, tensão, não é um equipamento vastamente

massa ou GND (ground), cujos símbolos mais utilizado, mas seu estudo é importante para a

utilizados são mostrados na figura 25.


28

compreensão futura de determinados dispositivos


e circuitos eletrônicos.
O símbolo para a fonte de corrente é um círculo
com uma seta dentro, que indica o sentido da
corrente. Este sentido deve ser o mesmo que o da
corrente produzida pela polaridade da fonte de
tensão correspondente. Lembre-se de que uma
fonte produz um fluxo de corrente que sai do
terminal positivo. A fonte de corrente ideal é
aquela que fornece uma corrente I sempre
constante, independente da carga alimentada, isto
é, para qualquer tensão V na saída. A figura 28
mostra a simbologia utilizada para indicar uma
fonte de corrente e a sua curva característica.

3) Relacione todas as grandezas já estudadas


com suas respectivas unidades de medida:
4) Faça o gráfico de uma pilha comum e
também a sua simbologia:
Figura 28: Fonte de corrente e sua curva
característica. 5) Conceitue, com suas próprias palavras,
carga, tensão e corrente:
6.6 Exercícios 6) Um fio de cobre é percorrido por uma
corrente de 4A, calcule a quantidade de carga
que atravessa o fio em 0,2s:
1) Pode existir d.d.p entre dois corpos
7) Calcule o tempo que um fio condutor deve
eletrizados negativamente? Justifique sua
ser percorrido por uma corrente de 1,6A para
resposta.
que a carga conduzida seja de 0,48C:
2) Assinale as situações em que existe d.d.p:
8) O gráfico abaixo refere-se a carga que
passa por um condutor. Qual a corrente nesse
condutor?
29

CAPÍTULO 7: Conversão de Valores


Os principais prefixos são: Cálculos com múltiplos e submúltiplos:

Tera (T) = 1012 Multiplicação:


Giga (G) = 10 9 M x m = k  10 6  10 3  10 3
Mega (M) = 10 6 M x µ = padrão  10 6  10 6  10 0
Kilo (k) = 10 3 k x m = padrão  10 3  10 3  10 0
UNIDADE PADRÃO k x µ = m  10 3  10 6  10 3
Mili (m) = 10 3
Micro (µ) = 10 6 Divisão:
Nano (n) = 10 9 M / m = G  10 6  10 3  10 9
Pico (p) = 10´12 M / µ = T  10 6  10 6  1012
k / m = M  10 3  10 3  10 6
k / µ = G  10 3  10 6  10 9

Giga Mega Kilo Mili Micro Nano Pico

G M k Padrão m µ n p

10 9 10 6 10 3 10 3 10 6 10 9 10 12

c d u c d u c d u c d u c d u c d u c d u c d u

h) 12123,43µV =____________mV
7.1 Exercício
i) 0,056V =___________mV
j) 4,4MV =____________mV
1) Faça a conversão das unidades: k) 3100nA =___________pA
a) 0,8V =___________mV l) 0,015kV =___________GV
b) 0,068V =__________µV m) 0,52mA =___________µA
c) 26kV =___________V n) 200ns =____________s
d) 245mV =__________V o) 0,00020A =___________mA
e) 200µA =__________A p) 10000V =____________kV
f) 0,09A =___________mA q) 310pA =_____________A
g) 1,0V =___________mV r) 0,56kV =____________mV
30

CAPÍTULO 8: Resistência Elétrica


Se um condutor for ligado a uma fonte, será
estabelecida uma tensão (V) entre os seus
terminais e consequentemente uma corrente
(i). A quantidade de corrente que será
atribuída ao circuito depende da oposição
causada pelo condutor.
A oposição a passagem dos elétrons
(corrente) é caracterizada por uma grandeza,
Figura 30: Resistor de fio.
denominada resistência, e sua unidade de
medida é o ohm (Ω) representado pela letra Os resistores de fio são encontrados com
grega Omega. valores de resistência de alguns ohms até
Um condutor ideal é aquele cuja resistência é alguns kilo-ohms, e são aplicados onde se
desprezível. Caso a resistência seja exige altos valores de potência, acima de 5 W,
considerável, ele recebe o nome de resistor. sendo suas especificações impressas no
próprio corpo.

8.1.2 Resistor de filme de carbono


Figura 29: Simbologia do resistor. (de carvão)
8.1 Tipos de Resistores

Dentre os tipos de resistores fixos,


destacamos os de fio, de filme de carbono e o
de filme metálico.

Figura 31: Resistor de filme de carbono.

8.1.1 Resistor de fio

8.1.3 Resistor de filme metálico


Consiste basicamente em um tubo cerâmico,
que servirá de suporte para enrolarmos um
determinado comprimento de fio, de liga Sua estrutura é idêntica ao de filme de
especial para obter-se o valor de resistência carbono. A diferença é que este utiliza liga
desejado. Os terminais desse fio são metálica (níquel-cromo) para formar a
conectados às braçadeiras presas ao tubo. película, obtendo valores mais precisos de
Além desse, existem outros tipos construtivos, resistência, com tolerâncias de 1% a 2%.
conforme mostra a figura 30. O custo dos resistores está associado a sua
tolerância, sendo que resistores com menores
31

tolerâncias têm custo mais elevado. Um bom Alguns tipos de resistores de dimensões
projeto eletrônico deve considerar a tolerância grandes têm o valor de suas resistências e
dos resistores a fim de diminuir o seu custo tolerâncias escritas diretamente no corpo.
final. Porém, como muitos resistores têm dimensões
pequenas, seus valores foram codificados
através de anéis coloridos.
8.2 Código de cores
A tabela a seguir apresenta o código
de cores completo:

1ª Faixa 2ª Faixa 3ª Faixa 4ª Faixa


Cor
1ª Algarismo 2ª Algarismo Fator Multiplicador Tolerância
0
preto 0 0 x 10 
1
marrom 1 1 x 10  1%
2
vermelho 2 2 x 10  2%
3
laranja 3 3 x 10 
4
amarelo 4 4 x 10 
5
verde 5 5 x 10 
azul 6 6 x 106 
violeta 7 7  
cinza 8 8  
branco 9 9  
-1
ouro   x 10  5%
prata   x 10-2 10%

Observação:
 A ausência da faixa de tolerância indica terceiro algarismo significativo e as
que esta é de 20% demais, respectivamente, fator
 Para os resistores de precisão encontramos multiplicativo e tolerância.
cinco faixas, onde as três primeiras
representam o primeiro, segundo o Valores padronizados para resistores de
película.

1 – Série: 5%, 10% e 20% de tolerância


10 12 15 18 22 27 33 39 47 56 68 82

2 – Série: 2% e 5% de tolerância
10 11 12 13 15 16 18 20 22 24 27 30
33 36 39 43 47 51 56 62 68 75 82 91
32

3 – Série: 1% de tolerância
100 102 105 107 110 113 115 118 121 124 127 130
133 137 140 143 147 150 154 158 162 165 169 174
178 182 187 191 196 200 205 210 215 221 226 232
237 243 249 255 261 267 274 280 287 294 301 309
316 324 332 340 348 357 365 374 383 392 402 412
422 432 442 453 464 475 487 499 511 523 536 549
562 576 590 604 619 634 649 665 681 698 715 732
750 768 787 806 825 845 866 887 909 931 953 976

A seguir, são apresentados alguns exemplos


de leitura, utilizando o código de cores:
1)
ouro
vermelho
violeta
47 x 100  5% = 4,7k  5% = 4k7  5%
amarelo

2)
prata
preto
preto
10 x 1  10% = 10  10%
marrom

3)
ouro
ouro
vermelho
22 x 0,1  5% = 2,2  5%
vermelho

4)
ouro
verde
azul
56 x 105  5% = 5,6M  5% = 5M6  5%
verde

5)

marrom
preto
cinza
348 x 1  1% = 348  1%
amarelo

Além da resistência e da tolerância, o resistor


recebe uma capacidade nominal em watts.
Isto irá indicar quanto calor este resistor pode
suportar em uso normal sem queimar. A
figura 38 mostra a capacidade em watts de
resistores de carbono. Observe que a
capacidade é determinada pelo tamanho
físico. Figura 32: Tamanho físico dos resistores de carbono
em relação a sua potência nominal.
33

8.3 Resistências variáveis conforme a variação de seu valor em função


da haste de ajuste.
Os gráficos das figuras 35 e 36 mostram a
A resistência variável é aquela que possui
diferença de comportamento da resistência
uma haste variável para o ajuste manual da
entre um potenciômetro rotativo linear e um
resistência. Comercialmente, podem ser
potenciômetro rotativo logarítmico.
encontrados diversos tipos de resistências
variáveis, tais como os potenciômetros de fio
e de carbono (com controle rotativo e
deslizante), trimpot, potenciômetro
multivoltas (de precisão), reostado (para altas
correntes) e a década resistiva (instrumento de
laboratório). Figura 35: Curva do potenciômetro linear.
Os símbolos usuais para essas
resistências variáveis estão mostrados na
figura 33.

Figura 33: Simbologia para resistores variáveis.

Figura 36: Curva do potenciômetro logaritmo.


As resistências variáveis possuem três
terminais. A resistência entre as duas
extremidades é o seu valor nominal (RN) ou
resistência máxima, sendo que a resistência
8.4 Exercícios
ajustada é obtida entre uma das extremidades
e o terminal central, que é acoplado
1) O que é resistência ôhmica e percentual de
mecanicamente à haste de ajuste, conforme
tolerância?
mostra a figura 34.
2) Por que o valor dos resistores é dado, na
maioria das vezes, na forma de anéis
coloridos?
3) O que indica a ausência do quarto anel?
Figura 34: Resistência variável. 4) Determine a sequência de cores para os
resistores abaixo:
A resistência variável, embora possua três
a) 10kΩ ±5% h) 560Ω ±10%
terminais, é também um bipolo, pois, após o
b) 390Ω ±10% i) 1600Ω ±10%
ajuste, ele se comporta com um resistor de
c) 5,6Ω ±2% j) 910Ω ±2%
dois terminais como o valor desejado.
d) 715Ω ±1% k) 2,7MΩ ±5%
Uma resistência variável pode ser
e) 0,82Ω ±2% l) 0,39Ω ±20%
linear, logarítmica, exponencial ou outra
f) 470Ω ±10% m) 110Ω ±10%
g) 240Ω ±5% n) 6,8Ω ±1%
34

5) Determine o valor do resistor e calcule a


sua tolerância.
a) Azul, marrom, vermelho, prata
b) Branco, cinza, verde, prata
c) Violeta, azul, preto, dourado
d) Laranja, branco marrom, dourado
e) Amarelo, verde, cinza, prata
f) Azul, cinza, prata
g) Verde, branco, dourado
h) Amarelo, azul, prata

6) Determine o código de cores para cada


resistor de 5 faixas e calcule a tolerância.
a) 1350Ω ±2%
b) 698kΩ ±1%
c) 17,5Ω ±2%
d) 34,7Ω ±1%
e) 135Ω ±2%
35

CAPÍTULO 9: 2ª Lei de Ohm (Resistividade)


A segunda Lei de Ohm mostra como a A área de seção transversal também pode ser
resistência elétrica está relacionada com suas calculada com as seguintes equações:
dimensões e com a natureza do material com
2
que é feita. D
A      ou A    r²
A resistência elétrica de um condutor depende 2
de quatro fatores:
Onde:
a) Comprimento do material: quanto maior o D = diâmetro r = raio
comprimento, maior a resistência elétrica do
material. Eventualmente será preciso calcular o
comprimento do fio, para isso temos a
b) Área de seção transversal: quanto maior a seguinte equação:
área, menor a resistência elétrica do C  r
material.

c) Resistividade específica do material: os 9.1 Exercícios


materiais com pequeno número de elétrons
livres em seus átomos, à temperatura
1) Explique o que é resistência:
ambiente, possuem resistividade maior. Já os
2) Qual a resistividade de um fio condutor de
que possuem muitos elétrons livres, como os
2m de comprimento, 0,0001 mm 2 de seção
metais em geral, são bons condutores, logo
transversal se sua resistência elétrica é 4,8Ω ?
possuem baixa resistividade específica.
3) Um condutor de 1m de comprimento e
resistividade 3   mm 2 / m apresenta
d) Temperatura: para a maioria dos
resistência de 10kΩ. Calcule a seção
materiais, a resistência elétrica aumenta à
transversal do condutor:
medida que a temperatura aumenta.
4) Para construir uma resistência de 2,5Ω com
  mm
fio de níquel-cromo ( 1,1 ) com 0,5mm
Matematicamente, a resistência pode ser m
expressa na seguinte equação: de diâmetro qual será o comprimento
necessário?

R 5) Uma bobina de fio de cobre de 0,6mm de
A
diâmetro, tem 5000 espiras, com diâmetro
médio de 120mm. Qual sua resistência a 2°C?
Onde: (ρ do cobre = 0,01724  mm 2 / m )
R  Resistência elétrica (Ω)
6) Calcular a resistência de um fio de
   mm² 
  Resistência específica   alumínio (ρ do alumínio = 0,028  mm 2 / m )
 m 
de 200m de comprimento e 2 de seção
  Comprimento do condutor m 
transversal.
A  Área de seção transversal mm² 
36

7) Explique a diferença entre resistência e


resistividade.
8) Qual deve ser o comprimento de um fio de
alumínio de 4mm de diâmetro, para que ele
apresente uma resistência de 1Ω.
37

CAPÍTULO 10: 1ª Lei de Ohm


Estudamos as relações entre a diferença de 7) Um chuveiro elétrico é submetido a uma
potencial aplicada a um condutor e a corrente d.d.p de 220V, sendo percorrido por uma
produzida neste. O cientista George Simon corrente elétrica de 10A. Qual a resistência
Ohm formulou uma lei simples, mas de elétrica do chuveiro?
grande aplicação no estudo da 8) Conectando-se uma pilha de 1,5V em uma
eletroeletrônica. lâmpada, cuja resistência do filamento é de
A 1ª lei de Ohm diz que a corrente é 100Ω, qual a corrente que passa por ela?
diretamente proporcional à tensão, e 9) Se a tensão aplicada a um circuito for
inversamente proporcional à resistência duplicada e a resistência permanecer
elétrica. Sua equação matemática é: constante, a corrente no circuito aumentará
E para _____________ do seu valor inicial.
I
R 10) A curva característica de um resistor
Onde: I = intensidade de corrente (A) ôhmico é dada abaixo. Determine sua
E = tensão (V) resistência elétrica:
R = resistência (Ω)

10.1 Exercícios

1) Quais são os principais materiais usados


Figura 38: Gráfico para o exercício 10.
nas construções de resistores?
2) Calcule I quando E = 120V e R = 30Ω: 11) Num detector de mentiras, uma tensão de
3) Calcule R quando E = 220V e I = 11A: 6V é aplicada entre os dedos de uma pessoa.
4) Calcule a corrente, quando a tensão for Ao responder a uma pergunta, a resistência
55V e a resistência de 2Ω: entre os dedos caiu de 400kΩ para 300kΩ.
5) Determine a resistência em kΩ de um Nesse caso, a corrente no detector apresentou
resistor que quando submetido a uma tensão variação, em µA, de:
de 260V, é percorrida uma corrente de 1mA:
6) Uma lâmpada incandescente é submetida a
uma ddp de 110V, sendo percorrida por uma
corrente elétrica de 5,5A. Qual é, nessas
condições, o valor da resistência elétrica do
filamento da lâmpada?

Figura 37: esquema para o exercício 5.


38

CAPÍTULO 11: Multímetro – Voltímetro, Amperímetro e


Ohmímetro
• Qualquer aparelho de medida interfere
11.1 Multímetro
no circuito que está sendo medido.

O multímetro é muito utilizado em Os termos voltímetro, amperímetro e


laboratórios e oficinas de eletrônica, e têm por ohmímetro correspondem ao multímetro
finalidade medir grandezas elétricas como operando, respectivamente, nas escalas de
tensão, corrente, resistência e outras funções. tensão, corrente e resistência.
O multímetro possui dois terminais nos quais
são ligadas as pontas de prova ou pontas de
teste. A ponta de prova vermelha deve ser
ligada ao terminal positivo do multímetro
(vermelho ou marcado com sinal +) e a ponta
de prova preta deve ser ligada ao terminal
negativo do multímetro (preto ou marcado
com sinal -).
Os multímetros possuem alguns controles,
sendo que o principal é a chave rotativa ou
conjunto de teclas para seleção da grandeza a
ser medida (tensão, corrente ou resistência)
com os respectivos valores de fundo de
escala.
Fundo de escala é o máximo valor medido, Figura 39: Multímetro digital.

por exemplo, quando giramos a chave seletora


do multímetro da figura 39 até a posição de
20 DC V, o fundo de escala é de 20 volts. Em
multímetros analógicos o fundo de escala é a
máxima deflexão do ponteiro.

Generalidades:

• Em qualquer valor medido está


associado um erro. O valor estimado para esse
erro pode ou não ser significante dependendo
da aplicação;
• erro depende não somente do
equipamento, como também do procedimento
de medida; Figura 40: Multímetro analógico.
39

11.2 Voltímetro

É o instrumento utilizado para medir a tensão


(diferença de potencial) entre dois pontos de Figura 43: Ponteiras do voltímetro ligadas invertidas.
um circuito elétrico. Para que o multímetro
funcione basta selecionar uma das escalas Se a tensão a ser medida for alternada (CA),
para medida de tensão (CC ou CA). A os pólos positivo e negativo do voltímetro
simbologia utilizada para voltímetro é podem ser ligados ao circuito sem levar em
mostrada na figura 41. conta a polaridade, resultando numa medida
sempre positiva.

Observação: Um voltímetro ideal tem


resistência interna infinita. Isto para que a
Figura 41: Simbologia do voltímetro.
corrente do circuito não circule pelo
Para medir uma tensão, as ponteiras do voltímetro e este não interfira no
voltímetro devem ser ligadas aos dois pontos comportamento do circuito. Um voltímetro
do circuito em que se deseja conhecer a real possui uma resistência interna muito alta,
diferença de potencial, isto é, em paralelo, mas não infinita, que causa um pequeno erro.
podendo envolver um ou mais dispositivos, Porém, esse erro, normalmente, pode ser
como mostra a figura 42. desprezado, pois geralmente é menor que as
Se a tensão a ser medida for contínua (CC), o tolerâncias dos componentes do circuito.
pólo positivo do voltímetro deve ser ligado
no ponto de maior potencial e o pólo
11.3 Amperímetro
negativo no ponto de menor potencial.
Assim, o voltímetro indicará um valor
positivo de tensão. O Amperímetro é utilizado para medir a
corrente elétrica que atravessa um condutor
ou um dispositivo. Para que o multímetro
funcione como um amperímetro, basta
selecionar uma das escalas para medida de
Figura 42: Exemplo de uso do Voltímetro.
corrente (CC ou CA). A simbologia utilizada
para amperímetro é mostrada na figura 44.
Cuidado! Estando a ligação dos terminais do
voltímetro invertida, sendo digital, o display
indicará valor negativo; sendo analógico, o
ponteiro tentará defletir no sentido contrário, Figura 44: Simbologia do Amperímetro.
o que poderá danificá-lo.
Para medir uma corrente, o circuito deve ser
aberto no ponto desejado, ligando o
40

amperímetro em série, para que a corrente


elétrica passe por ele. A corrente que passa Atenção! Nunca utilize a escala de corrente
por um dispositivo pode ser medida antes ou do multímetro para medidas de tensão! Isso
depois dele, já que a corrente que entra num danificará o aparelho.
bipolo é a mesma que sai.
Se a corrente a ser medida for contínua (CC),
11.4 Ohmímetro
o pólo positivo do amperímetro deve ser
ligado ao ponto pelo qual a corrente
convencional entra, e o pólo negativo ao O instrumento que mede resistência elétrica é
ponto pelo qual ela sai. chamado de ohmímetro. Os multímetros
possuem escalas apropriadas para a medida de
resistência elétrica.
Para medir a resistência elétrica de uma
resistência fixa ou variável, ou ainda, de um
conjunto de resistores interligados, é preciso
que eles não estejam submetidos a qualquer
Figura 45: Exemplo de uso do amperímetro.
tensão, pois isso poderia acarretar em erro de
Cuidado! Se a ligação dos terminais do medida ou até danificar o instrumento. Por
amperímetro for invertida, sendo digital, o isso, é necessário desconectar o dispositivo do
display indicará valor negativo; sendo circuito para a medida de sua resistência.
analógico, o ponteiro tentará defletir no Para a medida, os terminais do ohmímetro
sentido contrário, podendo danificá-lo. devem ser ligados em paralelo com o
dispositivo ou circuito a ser medido, sem
Cuidado! Caso a corrente a ser medida for importar-se com a polaridade dos terminais
alternada (CA), os pólos positivo e negativo do ohmímetro.
do amperímetro podem ser ligados ao circuito Cuidado! Nunca segure os dois terminais do
sem levar em conta a polaridade, resultando dispositivo a ser medido com as mãos, pois a
numa medida sempre positiva. resistência do corpo humano pode interferir
na medida, causando um erro.
Observação: Um amperímetro ideal tem O ohmímetro analógico é bem diferente do
resistência interna zero. Isto para que o digital, tanto no procedimento quanto na
amperímetro não forneça resistência à leitura de uma medida. No ohmímetro digital,
passagem de corrente do circuito e este não após a escolha do valor de fundo de escala
interfira no comportamento do circuito. Um adequado, a leitura da resistência é feita
amperímetro real possui uma resistência diretamente no display.
interna muito baixa, mas não zero, que causa No ohmímetro analógico, a escala graduada é
um pequeno erro. Porém, esse erro, invertida e não linear, iniciando com
normalmente, pode ser desprezado, pois resistência infinita (R = ) na extremidade
geralmente é menor que as tolerâncias dos esquerda (correspondendo aos terminais do
componentes do circuito. ohmímetro em aberto e ponteiro na posição de
41

repouso) e terminando com resistência nula - Não tocar na parte metálica;


(R = 0) na extremidade direita - Verificar AC ou DC.
(correspondendo aos terminais do ohmímetro 2. Nunca medir circuitos com alta tensão.
em curto e ponteiro totalmente defletido). - Equipamentos e treinamentos especiais
Assim sendo, o procedimento para a 3. Colocação correta dos conectores e
realização da medida com o ohmímetro ponteiras.
analógico deve ser: 4. Não colocar os dedos (ou qualquer outra
1. Escolhe-se a escala desejada, que é um parte do corpo) nas partes metálicas.
múltiplo dos valores da escala graduada: x1, 5. JAMAIS MEDIR A RESISTÊNCIA DA
x10, x100, x10k e x 100k. REDE ELÉTRICA.
2. Curto-circuitam-se os terminais do 6. Na dúvida, iniciar pelas maiores escalas.
ohmímetro, provocando a deflexão total do
ponteiro.
3. Ajusta-se o potenciômetro de ajuste de zero
até que o ponteiro indique R = 0.
4. Abram-se os terminais e mede-se
resistência.
5. A leitura é feita multiplicando-se o valor
indicado pelo ponteiro pelo múltiplo da escala
selecionada.

Observações:

• Por causa da não-linearidade da escala, as


leituras mais precisas no ohmímetro analógico
são feitas na região central da escala
graduada.
• No procedimento de ajuste de zero (item 3),
caso o ponteiro não atinja o ponto zero,
significa que a bateria do multímetro está
fraca, devendo ser substituída.
• O procedimento de ajuste de zero deve ser
repetido a cada mudança de escala.

11.5 Cuidados com o Multímetro

1. Atenção ao medir tensões elevadas:


- Maiores escalas do aparelho de medição
(1000VDC 750VAC);
42

CAPÍTULO 12: Associação de Resistores


Como o valor da resistência de um resistor é
padronizado, nem sempre é possível obter Re q  R1  R 2  R3  R 4...  Rn
certos valores de resistência. Associando-se
resistores entre si, podemos obter o valor que
12.2 Exercícios I
quisermos.
Chama-se de Resistor Equivalente a um
resistor que pode substituir uma associação de 1) Determine a resistência equivalente entre
resistores, sem que o resto do circuito note a os pontos A e B.
diferença. Outra aplicação para associação de a)
resistores é a divisão de uma tensão, ou a
divisão de uma corrente.

b)
12.1 Associação Série

Quando os resistores são ligados em série, a


resistência total do circuito é igual à soma de 2) Determine a resistência equivalente entre:
todos os valores de resistência do circuito, AB, AX e XB.
resultando uma resistência equivalente (Req).

Figura 46: Associação Série. 12.3 Associação Paralela

Caracteriza-se pela polarização por dois


pontos entre cada resistência. Neste caso, os
pontos necessariamente serão nós elétricos.

Figura 47: Resistor Equivalente da associação série.


Observação: Neste tipo de associação, a
No circuito série, o valor de resistência resistência equivalente será sempre menor do
equivalente é dado pela seguinte equação: que a menor resistência do circuito.

n
Re q   Rx
x 1
43

12.4 Exercícios II

1) Calcule a resistência equivalente.

a)

b)

No circuito paralelo o valor da resistência


equivalente é dado pela seguinte equação:
c)
n
1 1

Re q x 1 Rx

Porém, existem diversas maneiras para se


calcular a resistência equivalente dos circuitos
paralelos, dependendo do caso em que a
associação se enquadra. d)

Para todos os casos:


1
Re q 
1 1 1
  ... 
R1 R 2 Rn

Para dois resistores:


R1  R 2 e)
Re q 
R1  R 2

Para resistores iguais:


valor.do.resistor
Re q 
n º.de.resistores
44

12.5 Associação Mista A determinação do resistor equivalente final é


feita a partir da substituição de cada uma das
associações, em série ou em paralelo, que
É aquela na qual encontramos, ao mesmo
compõem o circuito pela respectiva
tempo, resistores associados em série e em
resistência equivalente.
paralelo.

Exemplos 12.5

a)

R1, 2

R1, 2  R1  R 2

R1, 2  30  20  R1, 2  50

R1, 2 R3 50
Req AB    Req AB 
n n 2

Req AB  25
45

b)

R1, 2
R1  R 2
R1, 2 
R1  R 2

20  30
R1, 2 
20  30

R1, 2  12

Req AB  R1, 2  R3  Req AB  12  50

Req AB  62

12.6 Exercícios III d) e)

1) Identifique os tipos de associação (série,


paralela, mista)
a) b) f)

c)
46

2) O que resistência total ou equivalente de 4) Determine a resistência equivalente das


uma associação de resistores? associações paralelas abaixo:
3) Determine a resistência equivalente das a)
associações série abaixo.
a)

b)

b)

c)

c)

d)

5) Determine a resistência equivalente dos


e) circuitos.
a)
47

b) h)

c)

i)

d)
6) Qual o valor de R, sabendo que a
resistência equivalente do circuito abaixo é de
10Ω?

e)

f)

7) Sabendo que RT é 13kΩ, qual o valor de


R?

g)
48

CAPÍTULO 13: Leis de Kirchhoff


As Leis de Kirchhoff são utilizadas para a  A corrente divide-se
resolução e análise de quaisquer circuitos proporcionalmente entre os
elétricos que trabalham em corrente contínua componentes do circuito.
ou alternada.
Com essas leis, é possível desenvolver Equações:
métodos para o cálculo de correntes, tensões,
potências e resistências equivalentes nos I T  I 1  I 2  ...  I n
diversos pontos dos circuitos elétricos.
VT  V1  V2  ...  Vn

13.1 Primeira Lei de Kirchhoff


13.2 Exercícios I

A primeira lei de Kirchhoff diz que a soma


das correntes que chegam a um nó é igual à 1) Calcule a resistência total, a corrente total,
soma das correntes que dele saem. as tensões e as correntes de cada resistor.
A lei se refere à forma de como a corrente a)
elétrica se distribui no circuito paralelo,
dividindo-se, proporcionalmente, de acordo
com a resistência imposta sob a passagem de
corrente.

b)

c)
O circuito paralelo apresenta características
importantes:
 Fornece mais de um caminho para a
circulação da corrente elétrica;

 A tensão em todos os componentes


associados é a mesma; 13.2 Segunda Lei de Kirchhoff

 O funcionamento dos componentes é


A segunda Lei de Kirchhoff diz que a soma
independente dos demais;
das quedas de tensão nos componentes de
49

uma associação série é igual a tensão aplicada a)


nos seus terminais extremos.
A lei se refere à forma como a tensão se
distribui nos circuitos séries.

b)

c)

O circuito série apresenta algumas


características importantes:
 Fornece apenas um caminho para a
circulação da corrente elétrica;
 A corrente tem o mesmo valor em
qualquer ponto do circuito;
 O funcionamento dos componentes 13.4 Exercícios III
depende dos demais;
 A tensão divide-se,
proporcionalmente, entre os 1) Quais as correntes IT, I1 e I2?
componentes do circuito.

Equações:

VT  V1  V2  ...  Vn

I T  I 1  I 2  ...  I n 2) Quais as correntes IT, I1, I2, I3 e I4?

13.3 Exercícios II

1) Calcule a resistência total, a corrente total,


as tensões e as correntes em cada resistor dos
circuitos a seguir:
50

3) Qual a intensidade da corrente IR3? 10) Quais as tensões sobre os resistores R1 e


R2?

4) Quais as correntes I1, I2 e I3?


11) Em relação ao pólo negativo da bateria,
qual a tensão no ponto A?

5) Determine as correntes que entram nos nós


1, 2 e 3.

12) Em relação ao pólo negativo da bateria,


qual a tensão nos pontos A, B e C?

6) Dado o circuito abaixo, qual a corrente I?

13) Quatro resistores R1 = 10Ω, R2 = 20Ω,


R3 = 40Ω e R4 = 80Ω são ligados em série.
7) Determine a corrente que sai no nó 6. Sabendo que a tensão em R3 é 20V,
determine Req, VT, I, e as tensões parciais:

8) Determine a corrente I.

14) Aplica-se uma d.d.p (tensão) de 80V ao


grupo de resistores, mostrado na figura, que
representa uma ligação em série. Dos trechos
AC, CB e AD, qual deles apresenta menor
queda de potencial?
9) Qual a intensidade de corrente no circuito
abaixo?
51

15) Dois resistores, R1 e R2 devem ser tal


que, ao serem ligados em série e a uma tensão
Exemplos 13.5
de 120V, serão percorridos por uma corrente
Determine a resistência equivalente, as
de 0,2A, e a queda de tensão em cada um vale
correntes e as tensões em cada circuito (faça
60V. Quais os valores de R1 e R2?
os exemplos com o professor).

a)

16) Determinar V e R2 no circuito.

b)

17) Dois resistores, R1 e R2, sendo R1 duas


vezes R2, são ligados em paralelo e a uma
fonte de 80V. Sabendo que a corrente
fornecida pela fonte é 2A, quais os valores de
R1 e R2?

13.6 Exercícios IV

1) Determine a resistência equivalente, a


corrente total, as tensões e as correntes em
cada resistor dos circuitos a seguir:

a)
13.5 Circuito Misto

Como o circuito misto engloba as associações


série e paralelo, em cada trecho do circuito,
devemos analisar sua ligação e utilizar as
características específicas de cada caso.
52

b) h)

c) i)

d)

j)

e)

2) Qual a corrente indicada?


f)

3) Quais as correntes indicadas pelos


amperímetros?
g)
53

CAPÍTULO 14: Análise de Defeitos


14.1 Curto Circuito

Ocorre quando interligamos dois pontos com


potenciais elétricos diferentes, através de um
condutor de resistência nula (zero). Neste
caso, irá ocorrer uma diminuição na
resistência elétrica total do circuito e,
14.2 Circuito Aberto
consequentemente, um aumento na corrente
elétrica, podendo danificar alguns
componentes do mesmo, dependendo de suas 14.2.1 Circuito Série
características construtivas.

14.1.1 Circuito Série

14.2.2 Circuito Paralelo

14.1.2 Circuito Paralelo


54

14.3 Exercícios 2) Calcule a resistência total, a corrente total,


as correntes e as tensões em cada resistor,
para cada um dos casos.
1) Determine a resistência total, a corrente
a)
total, as correntes e as quedas de tensão em R1
cada resistor: 100Ω R2
a) 300Ω
R4
V1 300Ω
50 V
R3
200Ω
R5

200Ω
I) Em condições normais de funcionamento;
II) Com R3 aberto;
III) Com R4 em curto;
IV) Com R1 aberto.
b)

b)
R2

4.7kΩ
R3

R1 3.9kΩ R4
V1
12 V 5kΩ 2.2kΩ

R5

1.8kΩ
c)
I) Em condições normais de funcionamento;
II) Com R3 aberto;
III) Com R5 aberto;
IV) Com R1 em curto.

c)
R2

500Ω
R1 R3
d) 100Ω 400Ω R5
100Ω
R4

300Ω R6
100Ω
V1

70 V

I) Em condições normais de funcionamento;


II) Com R3 em curto;
III) Com R5 aberto;
IV) Com R2 e R3 abertos.
55

CAPÍTULO 15: Potência Elétrica


A potência elétrica expressa a relação entre o Utiliza-se a equação mais conveniente para
trabalho realizado e o tempo gasto para cada tipo de circuito, de acordo com os dados
realizá-lo, ou ainda, é a rapidez com que se disponíveis.
produz trabalho ou a rapidez com que se gasta Independente do tipo de associação dos
energia. resistores do circuito elétrico, a potência total
Sua unidade de medida no SI é o watt (W). fornecida pela fonte será igual à soma das
Cada componente de um circuito tem uma potências de cada resistor.
potência específica. Observações:
Quanto mais tempo permanecer ligado, maior 1HP = 746 Watts (Horse Power / Cavalo
será o consumo de energia elétrica. Força)
Por exemplo, considere dois aquecedores de 1CV = 736 Watts (Cavalo Vapor)
água. O aquecedor “A” aquece 1 litro de água
em uma hora, enquanto que, no mesmo tempo
Exemplos 15
de uma hora, o aquecedor “B” aquece dois
a) Calcule a potência dissipada por uma carga
litros de água.
de 100Ω ligada a uma fonte de 5V.
V 2 (50V ) 2
P 
R 100
P  25W

b) Em uma associação em paralelo de 4


resistores cujas potências são,
respectivamente, 10W, 25W, 100W e 50W,
qual será a potência total?
Pt  P1  P2  P3  P4  10W  25W  100W  50W
Figura 48: Aquecedor de Água.
Pt  185W
O aquecedor “B” é mais potente, pois realiza
mais trabalho que o outro, no mesmo tempo. c) Qual a potência dissipada por um resistor
A potência é obtida através do produto da de 120kΩ percorrido por uma corrente de
tensão pela corrente elétrica. 15mA?
P  I 2  R  (0,015 A) 2  120,000
P  EI P  27W

Existem outras maneiras de realizar o cálculo d) Qual será a potência de um circuito


da potência, usando o parâmetro resistência alimentado por uma fonte de 12V e corrente
elétrica. de 20mA?
P V I
E2 P  12V  0,02 A
P P  I2 R
R P  0,24W
56

15.1 Rendimento ou Eficiência (η) Para calcularmos a energia elétrica consumida


por um determinado aparelho, usamos uma
das seguintes equações, dependendo a
Sempre que um dispositivo qualquer é usado
situação:
na transferência de energia, com ou sem
transformação de um tipo em outro (como s
  E  I t
geradores, motores, transformadores, etc),
uma parte da referida energia é transformada
  Pt
para fazer funcionar o próprio aparelho,
constituindo o que chamamos de perda de
energia. 15.3 Exercícios
Assim, a potência entregue pelo aparelho é
sempre menor que a potência que ele recebe e
1) Um isqueiro de automóvel funciona em
que, em condições ideais, deveria entregar
12V fornecidos pela bateria. Sabendo que a
totalmente.
resistência dele é 3Ω, calcule a potência
A relação entre a potência que o aparelho
dissipada (transformada em calor).
entrega (potência de saída) e a potência que
2) Um aquecedor elétrico tem uma resistência
ele recebe (potência de entrada) é o seu
de 8Ω e solicita uma corrente de 10A. Qual é
rendimento ou eficiência.
a sua potência?
PS 3) Calcule a potência consumida pelo motor

PE de corrente contínua com tensão e corrente
nominais de 120V e 5A, respectivamente:
Onde: 4) Um gerador de eletricidade exige uma
η =rendimento; potência mecânica de 5HP e pode fornecer até
PS=potência de saída; 3200W. Qual o seu percentual de rendimento?
PE=potência de entrada. 5) Um motor foi projetado para solicitar
30,4A de uma fonte de 230V. Sabendo que
Como vimos, há sempre perdas e, portanto o sua eficiência é de 80%, determine sua
rendimento será sempre menor que 1 (um), só potência de saída:
o aparelho ideal (sem perdas) apresentaria 6) Uma lâmpada tem as seguintes
rendimento unitário. especificações 120V/60W, calcular:
O rendimento é expresso em número decimal a) A intensidade de corrente que a percorre;
ou porcentagem. b) Energia consumida em 5h de
funcionamento.
7) Um chuveiro de 2400W é ligado na
15.2 Energia Elétrica Consumida
posição inverno por 4 vezes em um dia
durante 10 minutos cada. Qual será a energia
elétrica consumida pelo equipamento em um
ε= energia elétrica (Wh)
1kWh = 36  10 5 J
57

dia e quantos reais ele “gastará” considerando b)


1kWh=R$0,503?
8) Considerando a tensão do chuveiro
constante, para que a água flua a uma
temperatura mais quente, deve-se aumentar ou
diminuir a resistência do chuveiro? Justifique:
E2
9) Considerando P  , se a tensão cair
R
pela metade, o que acontece com a potência?
10) Ao ser percorrido por uma corrente, um
resistor dissipa uma potência. Caso esta c)
corrente quadruplique e admitindo que a
resistência seja constante, a potência dissipada
será:
a) 16 vezes maior
b) 8 vezes maior
c) 4 vezes menor
11) Um freezer especificado para 110V, tem
um consumo médio mensal de 60kWh.
Determine o custo anual pelo uso do freezer
d)
considerando 1kWh=R$0,31:
12) Qual é o custo total da utilização dos itens
a seguir, supondo que 1kWh=R$0,503?
a) torradeira=1200W por 30min;
b) 6 lâmpadas=50W por 4h cada;
c) máquina de lavar roupa=400W por 45 min;
d) secadora de roupa=4800W por 20min.
13) Calcule a potência de cada resistor nos
circuitos a seguir:
a)
58

CAPÍTULO 16: Divisores de Tensão


São circuitos utilizados quando se deseja Através de alguns dados é possível
obter valores de tensão que não podem ser dimensionar os valores dos resistores do
conseguidos através de associação de pilhas divisor de tensão.
ou baterias, ou quando a tensão da fonte que
se possui é superior aos valores desejados.
Exemplo 16.1
O divisor de tensão é obtido com a
a) Deseja-se alimentar uma carga com as
associação série de resistores.
especificações 6V/0,5W a partir de uma fonte
de 12V.
VT = 12V
VRL = 6V
PRL = 0,5W
RL = 0,5/ (83,33mA)² = 72Ω

Figura 49: Divisor de Tensão.

16.1 Divisor de Tensão com Carga

A carga pode ser um circuito eletrônico ou • Dimensionando R2


algum componente. Por este motivo, ela é
representada por um bloco geralmente A corrente da carga não é fornecida, mas pode
chamado de RL (L = load = carga). Qualquer ser calculada por:
carga que seja conectada a um divisor, fica P = E x I  0,5 = 6 x I  IRL = 83,33mA
sempre em paralelo com um dos resistores Como não se sabe a corrente de R2, é
que o compõe. necessário atribuir um valor para ela (vamos
adotar que ela seja 10% de IRL). Assim, I2 =
8,33mA, portanto, IDIVISOR = 8,33 + 83,33
= 91,66mA.
Assim, R2 = V2 / I2  R2 = 6V / 8,33mA =
720,288Ω

• Dimensionando R1

R1 = V1 / I1  R1 = (12-6)V / 91,66mA
Figura 50: Divisor de Tensão com carga.
 R1 = 65,459Ω
59

Como 720,288Ω e 65,459Ω não são valores um divisor de tensão. Determine o valor dos
comerciais é necessário redimensionar o resistores.
circuito.

Os valores escolhidos foram R1 = 62Ω e


R2 = 750Ω. Agora, é só calcular novamente.
RT = (72Ω || 750Ω) + 62Ω = 127,693Ω 2) Necessita-se alimentar um circuito
IT = 12/ 127,693 = 93,97mA eletrônico que absorve 16mA em 10V a partir
VR1 = 93,97mA x 62 = 5,82V (antes, 6V) de uma fonte de alimentação de 16V.
VR2 = VRL = 12- 5,82 = 6,18V (antes, 6V) Dimensione o divisor de tensão.
IRL = 5,82 / 72 = 80,83mA (antes, 83,33mA) 3) Necessita-se alimentar um componente
PRL = 6,18² / 72 = 0,53W eletrônico com uma tensão de 0,6V a 0,1mA
PR1 = 5,82² / 62 = 0,55W de consumo a partir de uma fonte de 12V.
PR2 = 6,18² / 750 = 0,051W Dimensione o divisor de tensão.
4) Qual a tensão aplicada a carga em cada um
dos divisores de tensão a seguir.
a)
R1
180Ω

V1
18 V
R2 RL
820Ω 1kΩ

A resistência da carga continua a mesma,


72Ω, mas o que mudou foram os valores de b)
potência, tensão e corrente.
Para dimensionar a potência dos resistores,
deve-se multiplicar a potência dos mesmos
por 2. Exemplo: a potência de R1 é 0,55W.
0,55x2=1,1W Então, deve-se comprar um
resistor de 750Ω/1W.

16.2 Exercícios
5) Dimensione os divisores:
a) VT = 22V; carga  8V/0,5W
1) Precisa-se alimentar uma carga de 12V e
b) VT = 40V; carga  RL = 100Ω/25V
400Ω a partir de uma fonte de 20V, utilizando
c) VT = 12V; carga  10V/1W
60

CAPÍTULO 17: Geradores


Em capítulos anteriores estudamos que a energia elétrica ao circuito externo. Note-se
corrente elétrica só flui através de um resistor que o circuito externo consome a energia
caso se estabeleça, entre os seus terminais, elétrica fornecida pelo gerador sob outras
uma ddp fornecida por um gerador. formas.

Gerador Elétrico: Todo aparelho que


17.1 Força Eletromotriz (E) – f.e.m
transforma em energia elétrica qualquer
outra modalidade de energia.
Chama-se de força eletromotriz E de um
Como exemplos, podem-se citar as usinas gerador à ddp medida em seus terminais,
hidrelétricas (que transformam energia quando ele não é percorrido por corrente
mecânica em elétrica), as pilhas e as baterias elétrica. Por esta razão, pode ser também
(que transformam energia química em chamada de tensão em vazio. Portanto, a sua
elétrica). unidade, no SI, é o volt (V).
Quando o gerador é percorrido por corrente
elétrica, consome uma potência total não-
elétrica (Pt) dissipa internamente, por efeito
Joule, uma parte (Pd) e a restante é
eletricamente lançada (P) ao circuito externo.

Pt GERADOR P

Figura 51: Gerador Mecânico. Pd

Assim: Pt  P  Pd
Então, a f.e.m E é definida como sendo o
quociente entre a potência não-elétrica
consumida pelo gerador e a intensidade da
corrente que o atravessa, ou seja:

Pt
E
I

Figura 52: Gerador Químico. Observação: Quando se diz que uma pilha
tem 1,5V ou que a bateria de um automóvel é
Basicamente, a função do gerador é a de de 12V, esses valores correspondem às fems
aumentar a energia potencial elétrica das dos respectivos geradores.
cargas que por ele passam, fornecendo
61

17.2 Gerador Ideal

É aquele que fornece uma tensão sempre


constante, independente da corrente que ele
fornece ao circuito.

Figura 56: Gerador com Carga.

Quanto maior for a corrente fornecida pelo


gerador à carga, menor é a sua tensão de
saída, pois maior é a tensão sobre Ri. A
equação de Vs com carga é:
Figura 53: Gerador Ideal.

VS= VT – Vri
Na prática isso não acontece, porque os
elementos que formam o gerador não são
Conclui-se que quanto menor a Ri do gerador,
ideais e apresentam perdas pelo Efeito Joule.
menor é a perda e, portanto, melhor é o seu
A figura 54 mostra o esquema interno de um
rendimento. Gerador aberto VS=0V IS=0A.
gerador.

17.3 Associação de Geradores

Figura 54: Esquema interno do Gerador.


17.4 Associação em Série
Caso nenhuma carga seja conectada ao
gerador, não haverá queda de tensão em Ri,
Altera-se a tensão de alimentação da carga.
pois não haverá corrente circulando. Portanto,
Ao medirmos as 3 pilhas fora de um circuito,
a perda é nula (VS=VT).
qual tensão aparecerá no instrumento de
medição?
VS=1,5 x 3=4,5V

Figura 55: Gerador sem carga. Figura 57: Associação Série de 3 pilhas.

Porém, se uma carga RL é ligada na saída,


este gerador fornecerá uma corrente, isto é,
VS será menor do que VT, devido à queda de
Figura 58: Esquema interno da associação de pilhas.
tensão em Ri.
62

Conclusões:
VT  V1  V2  V3  Vn
Ao colocarmos as mesmas pilhas no circuito,
1
a tensão medida pelo instrumento será a RiT 
1 1 1 1
mesma de antes? Por quê?   
Ri1 Ri2 Ri3 Rin
I T  I1  I 2  I 3  I n
Conclusões:
 A tensão total é calculada através da
soma de tensão individual. 17.6 Exercícios
 A corrente é igual para todos os
componentes.
1) Responda:
 A Ri total é igual à soma de todas as
resistências internas.

17.5 Associação em Paralelo

Com esta associação, altera-se a capacidade


de fornecimento de corrente a uma carga
correspondente à ligação de pilhas em
a) Quanto marca o voltímetro V?
paralelo, por exemplo. Esta associação aplica-
b) Quanto marca o voltímetro V1?
se principalmente para geradores de mesma
c) Quanto marca o amperímetro?
tensão. Senão, o gerador de menor tensão
d) Qual a tensão em Ri?
poderá atuar como um “receptor”,
e) Qual é o RT considerando Ri?
consumindo corrente ao invés de fornecê - la
ao circuito.
2) Uma bateria de 9V alimenta uma carga de
100Ω. Determine a tensão que haverá sobre
RL:

Figura 59: Associação paralela de pilhas.

3) Tem-se seis geradores de 9V num circuito


misto. Calcule IT, VRL e VT:

Figura 60: Esquema interno da associação de pilhas.


63

a) A resistência total do circuito levado em


consideração à resistência interna do gerador.
b) Quanto marca o amperímetro?
c) Qual é a queda de tensão em Ri?
d) Quanto marca o voltímetro V?
e) Quanto marca o voltímetro V1?
9) Dada a associação de resistores abaixo,
calcule:

4) Considere o circuito abaixo:

a) Qual a resistência total da associação


a) Se E = 1,3V e Vri = 0,2V, quantos volts
levando em consideração a Ri do gerador.
serão entregues a um circuito?
b) Quanto marca o amperímetro 1?
b) Se o circuito ficar aberto, quantos volts
c) Quanto marca o amperímetro 2?
serão medidos nos seus terminais?
d) Quanto marca o voltímetro?
5) Um gerador tem 0,6kW quando percorrido
e) Qual a potência dissipada no resistor de
por uma corrente de 50A. Qual será a sua
5Ω?
tensão?
f) Qual a potência total dissipada?
6) A força-eletro-motriz de um gerador é 10V,
10) Três geradores com as seguintes
quando a corrente que o atravessa é de 2A. A
características: V1 = 25V, Ri1 = 5Ω, V2
d.d.p. entre os terminais do gerador é 9V.
= 15V, Ri2 = 5Ω, V3 = 10V e Ri3 = 5Ω são
Calcule sua resistência interna:
ligados em série. Um resistor de 25Ω
representa a carga ligada a essa associação.
Determine a tensão nos terminais de cada
gerador e a máxima potência que a associação
7) Calcular a resistência interna do gerador de pode fornecer:
24V que está alimentando uma carga de 5Ω, 11) Dois geradores com as seguintes
sabendo que a queda de tensão em Ri é 4V. características: V1= 20V, Ri1 = 3Ω, V2 =
8) Dada a associação de resistores abaixo, 20V, Ri2 = 6Ω, são associados em paralelo.
calcule: Um resistor de 8Ω é ligado à associação,
calcule a corrente na carga e a corrente em
cada gerador:
12) No circuito, determine qual deve ser o
valor de Rx, para que a potência elétrica
64

fornecida pela associação seja máxima, e


igual a 40W, sendo Ri=15Ω cada:

13) Determine a corrente fornecida pela


associação.
65

CAPÍTULO 18: Capacitores


É um componente que armazena cargas Em regime permanente, não há corrente
elétricas em forma de campo elétrico. elétrica entre as placas. Assim, o capacitor é
Sua função é armazenar energia, e ele se considerado como uma alta resistência para
compõe de duas placas condutoras separadas circuitos de tensão contínua.
por um dielétrico (isolante).

18.2 Tipos de Capacitores

Os capacitores podem ser de três tipos.

Figura 61: Capacitor. 18.2.1 Plásticos

Capacitância: É a capacidade que um


capacitor possui de armazenar cargas Normalmente utilizam poliestireno ou
elétricas. Sua unidade no SI é o Farad (F). poliéster como dielétrico.
Podem ser construídos com duas folhas de
alumínio bobinadas com uma folha de
18.1 Processo de Carga em C.C
material plástico, ou através da vaporização
do alumínio nas duas faces do dielétrico, num
Considerando o capacitor descarregado, ao processo conhecido como metalização.
fechar a chave, começa a circular
instantaneamente a corrente elétrica, em
regime transitório, até que a tensão nos
terminais do capacitor chegue a um valor
próximo da tensão da fonte. Nesse momento a
corrente para de fluir, e o capacitor está
carregado com a mesma tensão da fonte. Ele
irá manter esta tensão (regime permanente)
até que seja descarregado.
Figura 63: Capacitor de Poliéster.

18.2.2 Cerâmica

O dielétrico é constituído de material


cerâmico, o que proporciona baixos valores
Figura 62: Circuito RC para carga e descarga do
capacitor. de capacitância e alta tensão de isolação.
66

Figura 67: Simbologia para capacitores polarizados.

Figura 64: Capacitor de Cerâmica.


18.3 Associação de Capacitores

18.3.1 Associação Paralela

A associação paralela tem por objetivo obter


Figura 65: Simbologia para capacitores não maiores valores de capacitância.
polarizados.

18.2.3 Eletrolíticos

Ao contrário dos cerâmicos, tem altas


capacitâncias com baixa tensão de isolação. O
dielétrico normalmente se constitui de óxido Figura 68: Associação paralela de capacitores.
de alumínio ou óxido de tântalo.
Matematicamente, a capacitância total de uma
Exigem atenção na montagem, pois são
associação paralela é dada pela seguinte
polarizados, e a montagem pode ser axial ou
equação:
radial. n
Ceq   Cx
x 1

CT  C1  C 2  C...  C n

Para executar a soma todos os valores devem


ser convertidos para a mesma unidade.

Exemplo 18.3.1
Figura 66: Capacitores Eletrolíticos. a) Qual a capacitância total de associação
paralela de capacitores mostrada a seguir?
67

A capacitância total de uma associação série é


dada pela equação:

n
1 1

Ceq x 1 Cx
CT  C1  C 2  C 3
CT  1F  0,047 F  0,68F 1
CT 
CT  1,727 F 1 1 1
  ... 
C1 C 2 Cn

Todos os capacitores associados em paralelo


Esta equação pode ser desenvolvida (como a
recebem a mesma tensão. Assim, a máxima
equação para RT de resistores em paralelo)
tensão que pode ser aplicada a uma
para duas situações particulares:
associação paralela é daquele capacitor que
tem a menor tensão de trabalho.
 Associação série de dois capacitores:

Exemplo 18.3.1 [2] C1  C 2


CT 
b) Qual a máxima tensão que pode ser C1  C 2
aplicada nas associações apresentadas nas
figuras a seguir?  Associação série de “n” capacitores de
mesmo valor:

C
CT 
n

Observação: Deve-se evitar aplicar sobre um Para calcularmos a tensão de trabalho em uma
capacitor a tensão máxima que este suporta. associação série de capacitores podemos usar
a seguinte equação:
18.3.2 Associação Série
Vno min al
Vtrab 
2
A associação série tem por objetivo obter
capacitâncias menores ou tensões de trabalhos Exemplos 18.3.2
maiores. a) Calcule a capacitância equivalente:

Figura 69: Associação Série de capacitores.

Quando se associam capacitores em série, a


capacitância total é menor que o valor do
menor capacitor associado.
68

CT 
1

1 18.4 Exercícios
1 1 1 1 1 1
   
C1 C 2 C 3 0,1 0,2 0,5
1 1 1) Calcule a capacitância total de um
CT  
10  5  2 17 capacitor de 3µF, um de 5µF e um de 10µF
CT  0,059 F associados em série:
b) Calcule a capacitância equivalente: 2) Qual a capacitância total e a tensão de
trabalho de uma associação de capacitores em
série, se C1 e C2 forem capacitores de 20µF,
150V?
3) Qual o valor do capacitor equivalente da
C 180 associação série entre C1 = 18µF, C2 = 27µF
CT  
n 3 e C3 = 33µF?
CT  60F
4) Determine o valor do capacitor equivalente
da associação paralela entre C1= 33µF e C2 =
c) Calcule a capacitância equivalente: 0,56mF:
5) Calcule a capacitância equivalente para
cada uma das associações a seguir:
a)

C1  C 2 1  0,5
CT  
C1  C 2 1  0,5
0,5
CT 
1,5 b)
CT  0,33F

A distribuição da tensão nos capacitores em


série, ocorre de forma inversamente
proporcional à capacitância, ou seja:
Maior capacitância = menor tensão
Menor capacitância = maior tensão c)
A forma mais simples de se associar
capacitores em série é usar valores de mesma
capacitância e mesma tensão de trabalho.
Desta forma, a tensão aplicada se distribui
igualmente sobre todos os capacitores.
69

d)

e)

f)

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