You are on page 1of 23

volume 4

otorrinolaringologia cirurgia torácica


cirurgia de cabeça e pescoço
cirurgia de cabeça e pescoço – otorrinolaringologia – cirurgia torácica

Bruno Peres Paulucci


Carlos Eduardo Levischi Júnior
Rodney B. Smith
Autores

Alexandre Bezerra dos Santos


Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Especialista em Cirurgia Geral pelo HC-FMUSP. Espe-
cialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço pelo Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC). Título de Especialista pela Sociedade
Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.

Bruno Peres Paulucci


Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Especialista em Otorrinolaringologia pelo HC-FMUSP,
onde também é médico colaborador. Pós-graduado em Medicina Estética e Cirurgia Plástica Facial pelo Instituto de Tecnologia e Pes-
quisa (ITEP). Membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervicofacial (ABORL-CCF).

Caio Plopper
Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Especialista em Cirurgia Geral e em Cirurgia de Cabeça
e Pescoço pelo HC-FMUSP. Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.

Carlos Eduardo Levischi Júnior


Graduado pela Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC). Especialista em Cirurgia Geral e em
Cirurgia Torácica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).

Christiana Maria Ribeiro Salles Vanni


Graduada em medicina pela Universidade de Santo Amaro (UNISA). Especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço pela Faculdade de
Medicina do ABC (FMABC), onde é médica assistente da disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Doutoranda pela Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Título de especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.

Eric Thuler
Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (FMUSP-RP). Especialista em Otorrinolaringo-
logia pelo HC-FMUSP-RP. Título de especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia (ABORL).

Felipe Augusto Brasileiro Vanderlei


Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Especialista em Cirurgia Geral e em Cirurgia de Cabeça
e Pescoço pelo HC-FMUSP. Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.

Vladimir Garcia Dall´Oca


Graduado em medicina pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Especialista em Otorrinolaringologia pela Pontifícia
Universidade Católica de Sorocaba (PUC).

Assessoria Didática

Rodney Smith
Doutor em Cirurgia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Especialista em
Cirurgia de Cabeça e Pescoço pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP).

Rodrigo Olívio Sabbion


Graduado pela Faculdade de Medicina de Catanduva (FAMECA). Especialista em Cirurgia Geral pela FAMECA e em Cirurgia Torácica
pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Médico assistente da FAMECA e
cirurgião torácico dos Hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês.
APRESENTAÇÃO

Antes mesmo do ingresso na faculdade, o estudante que opta pela área da Medicina
deve estar ciente da necessidade de uma dedicação extrema, de uma notável facilidade
nas relações humanas e de um profundo desejo de ajudar o próximo. Isso porque tais
qualidades são cada vez mais exigidas ao longo dos anos, sobretudo durante o período
de especialização e, mais tarde, de reciclagem de conhecimentos.
Para quem busca uma especialização bem fundamentada e consistente, em
especialidades que exijam pré-requisito, nota-se a dificuldade no ingresso nos principais
centros e programas de Residência Médica, devido ao número expressivo de formandos,
a cada ano, superior ao de vagas disponíveis, o que torna imperioso um material didático
direcionado e que transmita total confiança ao aluno.
Considerando essa realidade, foi desenvolvida a Coleção R3, com capítulos
baseados nos temas cobrados nas provas dos principais concursos com pré-requisito em
Cirurgia Geral, e questões, dessas mesmas instituições, selecionadas e comentadas de
maneira a oferecer uma compreensão mais completa das respostas.
Todos os volumes são preparados para que o candidato obtenha êxito no processo
seletivo e em sua carreira.

Bons estudos!

Direção Medcel
A medicina evoluiu, sua preparação para residência médica também.
ÍNDICE

7. Conclusão .....................................................................52
CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO
Capítulo 6 - Abscesso cervical .................. 53
1. Introdução ....................................................................53
Capítulo 1 - Esvaziamentos cervicais ........ 19 2. Epidemiologia ...............................................................53
1. Introdução e histórico ..................................................19 3. Fáscias cervicais ............................................................53
2. Anatomia do pescoço – níveis ......................................20
3. Classificação .................................................................21 Capítulo 7 - Tumores de cavidade oral ..... 59
4. Estadiamento de metástases linfonodais – N ...............22
5. Conclusões....................................................................25 1. Introdução ....................................................................59
2. Epidemiologia ...............................................................59
3. Quadro clínico ..............................................................60
Capítulo 2 - Tumores cervicais ................. 27 4. Outros tumores benignos e malignos ..........................61
5. Estadiamento................................................................62
1. Introdução ....................................................................27
6. Diagnóstico ...................................................................62
2. Malformações congênitas ............................................27
7. Tratamento cirúrgico ....................................................63
3. Embriologia ..................................................................27
8. Tratamento adjuvante ..................................................65
4. Tumores laterais ...........................................................27
9. Reabilitação e seguimento ...........................................65
5. Tumores centrais ..........................................................29
6. Tumores benignos ........................................................30
7. Tumores de origem nervosa .........................................31 Capítulo 8 - Tumores de faringe ............... 67
1. Introdução ....................................................................67
Capítulo 3 - Doenças da glândula tireoide 33 2. Nasofaringe ..................................................................67
3. Orofaringe ....................................................................69
1. Introdução ....................................................................33 4. Hipofaringe ...................................................................72
2. Embriologia ..................................................................34
3. Anatomia ......................................................................34
4. Doenças benignas da glândula tireoide ........................35 Capítulo 9 - Tumores de laringe ............... 75
5. Resumo .........................................................................40 1. Introdução ....................................................................75
2. Anatomia e fisiologia ...................................................75
Capítulo 4 - Doenças das paratireoides .... 41 3. Pedículos vascular e nervoso ........................................77
4. Sub-regiões da laringe ..................................................79
1. Introdução ....................................................................41 5. Carcinoma de laringe ....................................................80
2. Hiperparatireoidismo ...................................................42
3. Hiperparatireoidismo primário .....................................42
4. Hiperparatireoidismo secundário .................................43 Capítulo 10 - Tumores da cavidade nasal e
5. Medida do paratormônio .............................................44 seios paranasais .........................................85
6. Câncer de paratireoide .................................................44
7. Hipoparatireoidismo.....................................................44 1. Introdução ....................................................................85
2. Diagnóstico pelas avaliações clínica e radiológica ........86
3. Patologia dos tumores nasossinusais ...........................87
Capítulo 5 - Traqueostomias .................... 47 4. Classificação .................................................................88
5. Tratamento ...................................................................89
1. Introdução ....................................................................47
2. Indicações .....................................................................47
3. Cuidados pré e pós-operatórios ...................................49 Capítulo 11 - Doenças das glândulas
4. Técnica operatória ........................................................50
5. Complicações................................................................50
salivares .................................................. 91
6. Tópicos especiais ..........................................................51 1. Introdução ....................................................................91
2. Parótidas.......................................................................91 2. Patologias não inflamatórias da laringe......................153
3. Submandibulares ..........................................................92 3. Lesões fonotraumáticas das pregas vocais .................156
4. Sublinguais ...................................................................92 4. Alterações estruturais mínimas das pregas vocais .....156
5. Glândulas salivares menores ........................................92 5. Papiloma laríngeo .......................................................157
6. Paralisia de pregas vocais ...........................................157
7. Trauma laríngeo..........................................................158
Capítulo 12 - Complicações em cirurgia 8. Massas cervicais congênitas .......................................159
de cabeça e pescoço .............................. 101 9. Neoplasias de laringe .................................................162
10. Faringotonsilites .......................................................163
1. Introdução ..................................................................101 11. Hiperplasia tonsilar...................................................167
2. Hematoma cervical.....................................................101 12. Tonsilites de repetição ..............................................167
3. Fístulas e deiscência de suturas..................................102 13. Indicações cirúrgicas.................................................167
4. Fístulas linfáticas.........................................................106 14. Roncos e síndrome da apneia do sono .....................168
5. Estenoses digestivas ...................................................106
6. Estenoses/obstrução de via aérea ..............................107
Capítulo 5 - Rinologia ............................ 169
7. Complicações vasculares ............................................107
8. Infecções.....................................................................108 1. Rinossinusites .............................................................169
2. Rinossinusite aguda ....................................................169
3. Complicações .............................................................170
OTORRINOLARINGOLOGIA 4. Rinossinusite crônica ..................................................171
5. Rinossinusites não infecciosas (rinites) ......................171
6. Polipose nasal .............................................................172
7. Pólipos antrocoanais (pólipo de Killian) .....................173
Capítulo 1 - Anatomia em 8. Cisto de retenção mucoso ..........................................174
9. Epistaxe ......................................................................174
Otorrinolaringologia .............................. 111 10. Fraturas nasais ..........................................................175
1. Anatomia nasal ...........................................................111 11. Tumores do nariz e seios da face ..............................176
2. Fisiologia .....................................................................114
3. Anatomia da orelha ....................................................114
4. Anatomia da faringe, laringe e cavidade oral .............118
CIRURGIA TORÁCICA
5. Resumo .......................................................................120

Capítulo 2 - Métodos diagnósticos em Capítulo 1 - Incisões torácicas ................ 181


Otorrinolaringologia .............................. 121 1. Introdução ..................................................................181
2. Toracotomia posterolateral ........................................181
1. Introdução ..................................................................121 3. Toracotomia axilar ......................................................182
2. Exames de imagem .....................................................121 4. Esternotomia mediana ...............................................182
3. Exames endoscópicos .................................................123 5. Toracotomia anterior ..................................................183
4. Testes auditivos ..........................................................124 6. Mediastinotomia anterior (Chamberlain)...................183
5. Teste otoneurológico ..................................................126 7. Bitoracotomia anterior (clam shell) ............................183
6. Polissonografia ...........................................................127 8. Toracotomia posterior (Overholt) ...............................184
7. Resumo .......................................................................127 9. Cirurgia torácica minimamente invasiva.....................184
10. Mnemônico ..............................................................185
Capítulo 3 - Otologia .............................. 129
1. Doenças da orelha externa .........................................129
Capítulo 2 - Pneumotórax ..................... 187
2. Doenças da orelha média ...........................................132 1. Introdução .................................................................187
3. Distúrbios da orelha interna .......................................139 2. Classificação ...............................................................187
4. Fístula perilinfática .....................................................142 3. Fisiopatologia ............................................................188
5. Surdez na infância.......................................................142 4. Diagnóstico ................................................................188
6. Vestibulopatias periféricas .........................................144 5. Tratamento .................................................................190
7. Tumores do osso temporal e ângulo pontocerebelar .....145
8. Paralisia facial periférica .............................................149 Capítulo 3 - Derrame pleural .................. 193
9. Resumo .......................................................................150
1. Introdução ..................................................................193
2. Fisiopatologia .............................................................193
Capítulo 4 - Faringolaringologia ............. 151 3. Quadro clínico ............................................................194
1. Laringites ....................................................................151 4. Imagem.......................................................................194
5. Laboratório .................................................................195 Capítulo 9 - Carcinoma de pequenas
6. Empiema parapneumônico .......................................197
7. Derrame pleural neoplásico .......................................198 células ................................................... 235
1. Introdução ..................................................................235
Capítulo 4 - Abscesso pulmonar ............ 201 2. Fisiopatologia .............................................................235
3. Aspectos clínicos e diagnósticos ................................235
1. Introdução ..................................................................201 4. Estadiamento .............................................................235
2. Classificação ...............................................................201 5. Tratamento .................................................................236
3. Etiopatogenia .............................................................201
4. Microbiologia..............................................................202
5. Quadro clínico ...........................................................202 Capítulo 10 - Tumores da pleura ............ 239
6. Diagnóstico ................................................................202
1. Introdução ..................................................................239
7. Tratamento ................................................................203
2. Epidemiologia .............................................................239
3. Tumor fibroso de pleura .............................................239
Capítulo 5 - Hemoptise .......................... 205 4. Mesotelioma localizado maligno ...............................241
1. Introdução .................................................................205 5. Mesotelioma difuso maligno .....................................241
2. Etiologia .....................................................................205 6. Diagnóstico ................................................................242
3. História e exame físico ...............................................205 7. Tratamento .................................................................242
4. Estudo radiológico .....................................................205 8. Prognóstico .................................................................243
5. Manejo do paciente com hemoptise maciça .............206
6. Tratamento clínico em UTI..........................................206
Capítulo 11 - Mediastinite aguda .......... 245
7. Broncoscopia ..............................................................206
8. Arteriografia ...............................................................206 1. Introdução .................................................................245
9. Tratamento cirúrgico .................................................207 2. Fisiopatologia ............................................................245
3. Considerações anatômicas .........................................245
4. Avaliação radiológica ..................................................245
Capítulo 6 - Trauma torácico .................. 209
5. Classificação e conduta...............................................246
Pontos essenciais............................................................209
1. Introdução ..................................................................209
2. Diagnóstico e tratamento do trauma de tórax ...........209 Capítulo 12 - Síndrome da veia cava ...... 251
3. Lesões letais tratadas no atendimento primário ........210 1. Introdução ..................................................................251
4. Lesões diagnosticadas no exame secundário ............212 2. Anatomia ....................................................................251
5. Outras manifestações de lesões torácicas ..................215 3. Fisiopatologia .............................................................251
6. Indicação de toracotomia ...........................................215 4. Quadro clínico ............................................................252
7. Drenagem de tórax .....................................................216
5. Etiologia .....................................................................252
6. Diagnóstico .................................................................253
Capítulo 7 - Tumores benignos do pulmão ....217 7. Tratamento ................................................................253
1. Introdução ..................................................................217
2. Tipos mais comuns de tumores benignos .................217 Capítulo 13 - Tumores do mediastino
3. Diagnóstico ................................................................218
4. Tratamento ................................................................219 anterior ................................................ 255
1. Introdução ..................................................................255
2. Diagnóstico .................................................................255
Capítulo 8 - Câncer de pulmão .............. 221
3. Biópsia ........................................................................256
1. Diagnóstico e estadiamento .......................................221 4. Principais neoplasias do mediastino anterior.............257
2. Fatores de risco ..........................................................221 5. Outras massas mediastinais .......................................260
3. Epidemiologia .............................................................222
4. Anatomia patológica...................................................222
5. Métodos diagnósticos e de estadiamento intratorácico ......223 Capítulo 14 - Tumores neurogênicos do
6. Estadiamento extratorácico ........................................227 mediastino ........................................... 261
7. Sistema de estadiamento TNM do CPNPC..................228
8. Tratamento .................................................................229 1. Introdução ..................................................................261
9. Considerações cirúrgicas ............................................229 2. Considerações anatômicas ........................................261
10. Tratamento específico de acordo com o estadiamento 3. Diagnóstico .................................................................261
inicial do tumor ..........................................................230 4. Tipos tumorais ...........................................................262
Capítulo 15 - Miastenia gravis ............... 265 Comentários
1. Introdução .................................................................265
2. Diagnóstico ................................................................265 CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO
3. Tratamento ................................................................267 Capítulo 1 - Esvaziamentos cervicais ..............................327
4. Timectomia ................................................................267 Capítulo 2 - Tumores cervicais ........................................327
Capítulo 3 - Doenças da glândula tireoide......................328
Capítulo 4 - Doenças das paratireoides ..........................332
Capítulo 16 - Algoritmos de conduta ...... 269 Capítulo 5 - Traqueostomias ...........................................333
1. Introdução .................................................................269 Capítulo 6 - Abscesso cervical ........................................333
2. Algoritmos ..................................................................269 Capítulo 7 - Tumores de cavidade oral ...........................334
Capítulo 8 - Tumores de faringe .....................................334
Capítulo 9 - Tumores de laringe......................................334
Casos clínicos ........................................ 271 Capítulo 10 - Tumores da cavidade nasal e seios
paranasais ......................................................................334
Capítulo 11 - Doenças das glândulas salivares ...............334
Questões Capítulo 12 - Complicações em cirurgia de cabeça e pescoço 335
Outros temas ..................................................................335
CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO OTORRINOLARINGOLOGIA
Capítulo 1 - Esvaziamentos cervicais ..............................287 Capítulo 1 - Anatomia em Otorrinolaringologia .............337
Capítulo 2 - Tumores cervicais ........................................287 Capítulo 2 - Métodos diagnósticos em
Capítulo 3 - Doenças da glândula tireoide......................288 Otorrinolaringologia .......................................................337
Capítulo 4 - Doenças das paratireoides ..........................296 Capítulo 3 - Otologia.......................................................337
Capítulo 5 - Traqueostomias ...........................................297 Capítulo 4 - Faringolaringologia......................................339
Capítulo 6 - Abscesso cervical ........................................298 Capítulo 5 - Rinologia .....................................................340
Capítulo 7 - Tumores de cavidade oral ...........................298 Outros temas ..................................................................341
Capítulo 8 - Tumores de faringe .....................................298
CIRURGIA TORACICA
Capítulo 9 - Tumores de laringe......................................299
Capítulo 1 - Incisões torácicas ........................................343
Capítulo 10 - Tumores da cavidade nasal e seios
Capítulo 2 - Pneumotórax...............................................343
paranasais ......................................................................299
Capítulo 3 - Derrame pleural ..........................................344
Capítulo 11 - Doenças das glândulas salivares ...............299
Capítulo 4 - Abscesso pulmonar .....................................344
Capítulo 12 - Complicações em cirurgia de cabeça e pescoço 300
Capítulo 5 - Hemoptise ...................................................345
Outros temas ..................................................................301
Capítulo 6 - Trauma torácico ..........................................345
OTORRINOLARINGOLOGIA Capítulo 7 - Tumores benignos do pulmão .....................348
Capítulo 1 - Anatomia em Otorrinolaringologia .............303 Capítulo 8 - Câncer de pulmão .......................................348
Capítulo 2 - Métodos diagnósticos em Capítulo 9 - Carcinoma de pequenas células..................352
Otorrinolaringologia .......................................................303 Capítulo 10 - Mediastinite aguda ...................................352
Capítulo 3 - Otologia.......................................................304 Capítulo 11 - Tumores do mediastino anterior...............352
Capítulo 4 - Faringolaringologia......................................306 Capítulo 12 - Tumores neurogênicos do mediastino ......353
Capítulo 5 - Rinologia .....................................................307 Capítulo 13 - Miastenia gravis ........................................353
Outros temas ..................................................................309 Outros temas ..................................................................353
CIRURGIA TORÁCICA
Capítulo 1 - Incisões torácicas ........................................311 Referências bibliográficas ...................... 357
Capítulo 2 - Pneumotórax...............................................311
Capítulo 3 - Derrame pleural ..........................................312
Capítulo 4 - Abscesso pulmonar .....................................313
Capítulo 5 - Hemoptise ...................................................314
Capítulo 6 - Trauma torácico ..........................................314
Capítulo 7 - Tumores benignos do pulmão .....................318
Capítulo 8 - Câncer de pulmão .......................................318
Capítulo 9 - Carcinoma de pequenas células..................322
Capítulo 10 - Mediastinite aguda ...................................322
Capítulo 11 - Tumores do mediastino anterior...............322
Capítulo 12 - Tumores neurogênicos do mediastino ......323
Capítulo 13 - Miastenia gravis ........................................323
Outros temas ..................................................................323
volume 4

CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO


CAPÍTULO

2
Tumores cervicais
Alexandre Bezerra / Caio Plopper / Felipe Augusto Brasileiro Vanderlei / Christiana Maria Ribeiro
Salles Vanni / Rodney B. Smith

auditivo externo é formado pela permanência da 1ª fenda


1. Introdução
branquial, a única que não se fecha.
O pescoço, devido à sua anatomia peculiar, rica em es- Já as bolsas vão dar origem a tecidos importantes: 1ª
truturas musculares, vasculares e nervosas, pode ser aco- bolsa – cavidade timpânica, 2ª bolsa – amígdalas faríngeas,
metido por inúmeros tumores, tanto benignos como malig-
3ª bolsa – paratireoides inferiores e timo, 4ª bolsa – parati-
nos, originários nesses tecidos. Trataremos, neste capítulo,
principalmente, dos tumores benignos e malformações. reoides superiores e tireoide.
Durante a anamnese e o exame físico, deve-se dar aten- O desenvolvimento e o desaparecimento dos arcos e
ção especial à idade do paciente e à localização do tumor. fendas branquiais terminam por volta da 10ª semana.
As crianças, geralmente, possuem tumores inflamatórios ou Para facilitar o entendimento das anomalias congênitas
malformações congênitas, e, quando malignos, geralmente cervicais, separamos os tumores em laterais e da linha mé-
são linfomas. Em adultos, a suspeita de neoplasia maligna dia ou centrais.
deve ser feita especialmente se o paciente é tabagista e eti-
lista e tem antecedentes familiares. Atualmente, há grande
relação com tumores de orofaringe com a presença do HPV 4. Tumores laterais
(papilomavírus humano tipos 16 e 18).
A - Anomalias do aparelho branquial
2. Malformações congênitas Os tumores laterais podem ser divididos em 3 tipos:
Geralmente, as malformações estão presentes ao nas-
cimento, mas podem manifestar-se durante a infância e - Cistos: formados pelo desenvolvimento de células epi-
até na idade adulta. As lesões podem permanecer latentes, teliais sequestradas na formação do seio cervical, pre-
tornando-se sintomáticas após episódios infecciosos (IVAS, enchidos por conteúdo líquido na maioria;
por exemplo). A história e a localização de cada tipo são pe-
culiares e podem ser muito úteis no diagnóstico da massa - Fístulas incompletas ou sinus: formadas pela oblitera-
cervical. Geralmente, são decorrentes dos arcos branquiais ção incompleta de parte da fenda branquial, apresen-
e da migração tireoidiana. tam comunicação com a pele (mais comum) ou com a
faringe, saída de conteúdo espesso, normalmente sem
3. Embriologia odor, a menos quando há infecção associada;
A origem das malformações congênitas pode estar na - Fístulas completas: formadas pela comunicação da
endoderme, ectoderme ou mesoderme, o que leva à possi- pele (ectoderme) com a faringe (endoderme), muitas
bilidade de encontrar malformações compostas por tecidos vezes com exteriorização de saliva e alimento.
ósseos, musculares, nervosos, cartilaginosos ou vasculares.
Durante o desenvolvimento do embrião, durante a 3ª se- Os cistos geralmente não estão clinicamente presentes
mana de vida temos o desenvolvimento de um aparelho ao nascimento, manifestam-se durante a infância ou na
composto de faixas de tecido misto, conhecido como apare-
vida adulta, muitas vezes durante o curso de uma infecção
lho branquial por sua semelhança às brânquias dos peixes.
Temos, inicialmente, a formação do arco mandibular, de vias aéreas superiores.
seguido pelo arco hióideo e pelos 3º, 4º, 5º e 6º arcos. As fístulas estão presentes desde o nascimento e, ao
Durante o desenvolvimento dos arcos branquiais, as fendas exame, apresentam-se como pequenos orifícios situados na
branquiais (espaço entre os arcos) são ocluídas. O conduto borda anterior do músculo esternocleidomastóideo.

27
C I RU R G I A D E CA B E ÇA E P E S CO Ç O

Figura 2 - Tomografia de cisto branquial do 2º arco


Figura 1 - Fístula do 2º arco

As malformações derivadas da 1ª fenda branquial são


raras (menos de 1%) e podem ser divididas em 2 tipos:
- Tipo I: contêm apenas elementos epidérmicos sem
cartilagem ou estruturas anexiais, consideradas dupli-
cação do conduto auditivo externo, e podem passar
próximo ao nervo facial;
- Tipo II: são mais comuns e têm elementos da ectoder-
me e mesoderme. Geralmente, aparecem após infec-
ção como um abscesso abaixo do ângulo da mandíbula.
Têm trajeto por meio da parótida, passam próximos ao
nervo facial e terminam no conduto auditivo externo.

As malformações derivadas da 2ª fenda branquial são as


mais comuns. Essas anomalias aparecem na borda anterior Figura 3 - Correlação clínica
do músculo esternocleidomastóideo, têm trajeto passando
pelas estruturas derivadas do 2º arco como artéria caróti-
da e ventre posterior do músculo digástrico, e terminam na
loja amigdaliana (Figura 1). Clinicamente, apresentam-se
como massas fibroelásticas indolores abaixo do ângulo da
mandíbula, mas podem crescer e apresentar dor durante
uma infecção das vias aéreas superiores.
Defeitos da 3ª fenda são raros e aparecem na região in-
ferior do pescoço, também na borda anterior do músculo
esternocleidomastóideo. A comunicação com a faringe se
dá pelo recesso piriforme ou membrana tireóidea.
As malformações da 4ª fenda são as mais raras, sendo
mais comuns à esquerda, e podem apresentar-se como abs-
cesso na região inferior do pescoço ou tireoidite recorrente.
A ressecção cirúrgica está indicada a todas as malfor-
mações do aparelho branquial. A ressecção completa, in-
cluindo todo o trajeto, é necessária, mas deve ser realizada Figura 4 - Peça cirúrgica, com conteúdo rico em cristais de colesterol
na ausência de infecção. Na presença de coleção purulen-
ta, devem ser realizadas antibioticoterapia e drenagem ci-
B - Laringocele
rúrgica, caso seja necessário. Apenas após a resolução do
quadro infeccioso agudo é que se deve realizar a ressecção Em geral, a laringocele apresenta-se como massas císti-
da malformação. Com o tratamento adequado, é baixa a cas anteriores ao músculo esternocleidomastóideo. Trata-
possibilidade de recidiva. Os índices de recidiva elevam-se se de uma herniação preenchida por ar, na região, no ven-
sobremaneira quando a ressecção cirúrgica é realizada du- trículo da laringe. Acredita-se que seja formada, em indi-
rante episódios infecciosos. víduos predispostos, pelo aumento constante da pressão

28
volume 4

OTORRINOLARINGOLOGIA
CAPÍTULO

1
Anatomia em Otorrinolaringologia
Vladimir Garcia Dall’Oca / Eric Thuler / Bruno Peres Paulucci

1. Anatomia nasal B - Fossas nasais

A - Pirâmide nasal a) Parede medial


Contém o septo nasal, com sua porção cartilaginosa for-
Pirâmide nasal é a estrutura externa do nariz, visuali- mada pela cartilagem septal e sua porção óssea formada
zada como uma elevação piramidal na face, tendo em sua pelo vômer e pela lâmina perpendicular do osso etmoide. O
extremidade caudal 2 aberturas, as narinas. É formada por terço anteroinferior do septo, denominado zona de Kiessel-
uma estrutura osteocartilaginosa revestida por pele e com- bach, é importante pela presença de um plexo arterioveno-
posta no terço superior pelos ossos próprios do nariz e pe- so, o que torna essa região a mais propensa a sangramen-
los processos nasais da maxila e do osso frontal. tos, principalmente pós-traumáticos e em rinites.
Os 2/3 inferiores são cartilaginosos, sendo 2 cartilagens A drenagem venosa dessa região acontece para a face e
alares superiores, 2 alares inferiores e 2 sesamoides. em direção intracraniana, favorecendo a disseminação fa-
O vestíbulo nasal é a região de entrada do nariz, reves- cial e meníngea de focos infecciosos.
tido internamente por pele e pelos com função protetora, Comumente, o septo nasal está desviado da linha mé-
as vibrissas nasais. dia. Isso ocorre devido a desvios isolados da cartilagem ou
Logo após o vestíbulo nasal encontra-se uma área de nas regiões de articulação osteocartilaginosa. O tipo e o
grande importância na regulação do fluxo aéreo nasal: a grau do desvio são variáveis, podendo chegar a obstruir o
válvula nasal – projeção intranasal da união das cartilagens fluxo aéreo nasal.
alares inferiores e superiores.

Figura 1 - Anatomia da pirâmide óssea: (A) osso nasal; (B) osso


frontal; (C) processo frontal da maxila; (D) cartilagem lateral; (E) Figura 2 - Septo nasal, visão sagital: (A) lâmina perpendicular do
cartilagem alar maior; (F) cartilagens alares menores, (G) região osso etmoide; (B) osso vômer; (C) cartilagem septal; (D) zona de
de válvula nasal Kiesselbach; (E) seio esfenoidal; e (F) osso maxilar

111
OTOR R I NOL A R IN GO LO GIA

b) Parede lateral do nariz Superiormente, tem-se o teto nasal, que é formado por
- Conchas uma fina placa óssea, denominada lâmina crivosa. Nessa re-
Nessa região do nariz, encontram-se 3 projeções oste- gião emergem as terminações nervosas do nervo olfatório
omucosas, denominadas conchas, e chamadas, de acordo (I par craniano). Essa fina placa óssea é vulnerável em casos
com a localização, de superior, média e inferior. de TCE, sendo um dos sítios mais comuns de formação de
A concha inferior ocupa, horizontalmente, a maior parte fístulas liquóricas pós-traumáticas.
da porção inferior da fossa nasal, constituída por osso pró- Lateralmente, separando a fossa nasal da órbita, tem-se
prio. Quando aumentada de volume, é uma das principais a lâmina papirácea. Por ser muito delgada, pode permitir a
disseminação de infecções dos seios da face para as órbitas,
causadoras de obstrução nasal.
sendo uma referência anatômica de extrema importância
A concha média tem anatomia mais complexa e se es-
pela proximidade com o nervo ótico.
tende de forma vertical e oblíqua. As conchas superior e
Posteriormente, têm-se as coanas, onde ocorre a transi-
média são formadas por lamelas ósseas das células etmoi-
ção com a faringe, podendo ser sítio de malformações con-
dais. Essas estruturas têm papel importante no aquecimen-
gênitas (imperfurações coanais).
to, na umidificação e na filtragem do ar inspirado. As células
olfatórias encontram-se principalmente na região do teto
nasal; durante a inspiração profunda, o fluxo aéreo aumen-
ta nessa região, permitindo maior sensibilidade olfatória.
- Meatos
Abaixo das conchas, encontram-se espaços denomina-
dos meatos, classificados, de acordo com sua localização,
em inferior, médio e superior.
• Meato superior: região de drenagem dos óstios das
células etmoidais posteriores e seio esfenoidal;
• Meato médio: formado anatomicamente por:
* Processo uncinado (1ª lamela);
* Bolha etmoidal (2ª lamela);
* Concha média (3ª lamela).
É região de drenagem dos óstios do seio maxilar, das cé-
lulas etmoidais anteriores e do seio frontal. Esse meato tem
especial importância, pois diversas patologias acometem a
região cursando com obstrução dos óstios, gerando sinusi- Figura 4 - Limites da fossa nasal: notar a delgada lâmina papirácea
tes de repetição. separando a órbita do seio etmoidal (seta inferior); a seta mais
acima mostra a fina lâmina cribriforme da base do crânio
• Meato inferior: localiza-se inferiormente à concha
inferior. Neste espaço encontramos o óstio nasal do
ducto nasolacrimal. d) Seios paranasais
- Seios frontais: localizados na região frontal e supra-
orbitária. Drenam para o meato médio, na região do
hiato semilunar (Figuras 5 e 7);
- Seios maxilares: estão abaixo da órbita e acima da ca-
vidade bucal (palato duro). Drenam para o meato mé-
dio; a região afunilada onde se encontra seu óstio é
chamada infundíbulo (Figuras 6 e 7);
- Células etmoidais: situadas medialmente à órbita, em
contato íntimo com a lâmina papirácea. São o principal
foco de infecção disseminada para a órbita. A inserção
da concha média divide as células etmoidais em ante-
riores e posteriores, ou seja, as posteriores localizam-
-se em posição posterossuperior à concha média, ou
Figura 3 - Visão sagital da parede lateral do nariz: observar as
seja, no meato superior;
conchas inferior, média e superior; estão representados estiletes
introduzidos nos óstios dos seios e do ducto lacrimonasal - Seio esfenoidal: localizado na região mais posterossu-
perior da fossa nasal; tem contato íntimo com a base
c) Limites do nariz do crânio. Em seu interior, há lateralmente a projeção
Anteriormente, têm-se as narinas, com seu vestíbulo dos canais ósseos da artéria carótida interna (inferior)
nasal e válvula nasal já citados. e do nervo óptico (superior) (Figura 7).

112
volume 4

CIRURGIA TORÁCICA
CAPÍTULO

1
Incisões torácicas
Carlos Eduardo Levischi Júnior / Rodrigo Olivio Sabbion

1. Introdução 2. Toracotomia posterolateral


A indicação do tipo de incisão varia de acordo com o Conforme já discutido, é uma incisão considerada gran-
procedimento a ser realizado no tórax. É importante lem- de para os padrões utilizados hoje em cirurgia torácica,
brar que o tórax é uma caixa rígida devido à presença das porém ainda é considerada a incisão clássica da cirurgia
costelas, ao contrário da elasticidade da parede abdominal, torácica, em geral, pois com ela conseguimos expor todas
tornando o acesso à cavidade torácica mais difícil. Por isso, as estruturas torácicas e também tornar a dissecção das es-
a escolha correta da incisão e a localização de acordo com o truturas mais fácil e segura.
procedimento a ser realizado são fundamentais. O posicionamento é o mesmo para todas as toracoto-
A incisão mais versátil para operações torácicas gerais mias laterais, com o paciente em decúbito lateral, com os
é a toracotomia posterolateral, sendo comparada, grosso braços contralaterais ao decúbito apoiados em braçadeira
modo, com a laparotomia mediana para os cirurgiões ge- na mesma altura do ombro, e colocação adequada de co-
rais, pois, mesmo sendo bastante agressiva no sentido de xins na axila. Os coxins axilares têm a finalidade de fletir
secções musculares e tamanho de incisão, é a que mais o tronco e afastar os espaços intercostais superiores para
expõe o pulmão e o hilo pulmonar. A esternotomia tem facilitar o acesso. Também é importante é o uso de coxins
sido defendida por alguns grupos para a realização de vá- entre os joelhos, a fim de evitar o contato entre os mesmos
rios procedimentos gerais, principalmente em cirurgias do e prevenir úlceras locais por contato, principalmente em
mediastino anterior e pulmonares, mas ainda assim, é mais cirurgias de grande porte e que levam tempo prolongado.
utilizada principalmente pelos cirurgiões cardíacos. A incisão começa na linha axilar anterior, curva-se a 4cm
Outro conceito fundamental é que, quanto menor a abaixo da ponta da escápula e direciona-se verticalmente
quantidade de músculos seccionados, maiores as vanta- entre a linha mediana posterior da coluna e a borda medial
gens para o paciente: da escápula. Geralmente, não é necessário prolongar-se
- Menor dor pós-operatória: além do conforto propria- além da espinha da escápula.
mente dito, com menos dor, o paciente consegue fazer A ressecção de pequena porção da costela, no ângulo
os movimentos respiratórios mais amplamente, não costovertebral em pacientes com mais de 40 anos, pode
tem restrição respiratória, e, com isso, obviamente ser necessária, mas atualmente não é recomendada na ro-
respira melhor e faz melhor as trocas gasosas. Além tina para evitar fraturas costais. Para tal finalidade, pode-
disso, retorna mais rapidamente às atividades diárias mos lançar mão de outras técnicas, como seccionar todo
e ao trabalho; o intercosto, desde o esterno anteriormente (com cuidado
- Teoricamente, a função pulmonar retorna ao normal em relação à artéria e veia mamária) até a região da coluna
em menor tempo: os músculos têm papel fundamen- posteriormente e, principalmente, abrir o finocheto lenta
tal na dinâmica respiratória, e, com isso, seccionando e compassadamente. Em reoperações, pode ser muito im-
músculos, a média para retornar aos valores iniciais de portante a ressecção de grandes porções da costela, com
qualquer prova de função pulmonar pré-operatória é entrada na cavidade pleural por meio do leito da costela
de 6 meses após o procedimento cirúrgico. Para me- retirada.
lhorar esta situação, surgiram a ideia e o conceito de A principal vantagem da incisão posterolateral é a ex-
“toracotomia poupadora”, sendo uma toracotomia posição para a maioria dos procedimentos torácicos ge-
lateral que não secciona o grande dorsal, trazendo os rais. A principal desvantagem é o tempo necessário para
benefícios discutidos e explicados anteriormente por a sua realização, além da quantidade de tecido transec-
não seccionar musculatura. cionado.

181
C I RU R G I A T O R Á CICA

Tabela 1 - Vantagens e desvantagens da toracotomia posterolateral Desvantagens


Vantagens
- Acesso restrito;
- Acesso a quase todas as estruturas;
- Dificuldade de acesso ao hilo;
- Facilidade de dissecção das estruturas;
- Acesso principalmente às porções superiores pulmonares e ca-
- Versatilidade. deia simpática.
Desvantagens
- Tempo necessário para realização;
- Tamanho da incisão e quantidade de músculo seccionado;
- Aspecto estético final.

Figura 2 - Toracotomia axilar

4. Esternotomia mediana
Atualmente, é a principal incisão para os cirurgiões car-
díacos, não para os torácicos.
Figura 1 - Toracotomia posterolateral Suas maiores vantagens para procedimentos torácicos
gerais são a velocidade de abertura e de fechamento (mes-
mo sendo necessário o acesso com serra, seccionando o
3. Toracotomia axilar esterno) e sua familiaridade, para muitos cirurgiões, à sua
Esta incisão foi originariamente desenvolvida para opera- exposição a lesões do mediastino anterior. A maior desvan-
ções no sistema nervoso simpático superior (simpatectomia tagem é sua exposição a estruturas posteriores do hilo pul-
torácica – realizada para tratamento de hiperidrose), que monar, principalmente do lobo inferior.
A dor pós-operatória é considerada menor que da to-
atualmente foi totalmente substituída pela videotoracosco-
racotomia lateral, pelo fato de não haver secção muscular,
pia. Em relação à incisão, foi modificada para a ressecção da
conforme discutido previamente.
1ª costela, na síndrome do estreito superior do tórax.
O fechamento é realizado com fios de aço passados no
O posicionamento do paciente é o mesmo para todas as
espaço costal para esternal, na maioria das vezes, em “X”.
toracotomias laterais.
As vantagens primordiais são a velocidade de abertura e Tabela 3 - Vantagens e desvantagens da esternotomia mediana
de fechamento, a menor quantidade de perdas sanguíneas
Vantagens
e o reduzido desconforto pós-operatório. Os únicos grupos
musculares realmente seccionados por essa incisão são os - Rapidez de acesso;
intercostais, pois a incisão na pele é feita sobre o intercosto - Não secção de músculos – menor dor;
desejado, da borda lateral do músculo grande dorsal até a - Acesso a estruturas anteriores.
borda lateral do peitoral maior. Com isso, não são seccio- Desvantagens
nados grandes músculos: o grande dorsal é rebatido poste- - Cosmética;
riormente e o serrátil anterior é dividido no sentido de suas
- Secção óssea;
fibras. Essa divisão não deve estender-se muito posterior-
- Acesso a estruturas posteriores.
mente, para evitar a lesão do nervo torácico longo. Os in-
tercostais devem ser abertos anteriormente até a curvatura
anterior das costelas e, posteriormente, até a musculatura
sacroespinhal.
Tabela 2 - Vantagens e desvantagens da toracotomia axilar
Vantagens
- Incisão menor;
- Menor quantidade de músculos seccionados;
- Melhor efeito cosmético;
- Menor dor pós-operatória.
Figura 3 - Esternotomia mediana

182
volume 4

CASOS CLÍNICOS
CASOS CLÍNICOS

Cirurgia de Cabeça e Pescoço


MEDCEL
1. Uma paciente, de 48 anos, refere ter notado um “ca-
roço” na região cervical anterior enquanto tomava banho.
Está assintomática, mas refere que não percebia o nódulo
até 1 mês atrás. Ao exame físico, palpa-se nódulo de cerca
de 3cm de diâmetro na topografia da tireoide. A dosagem
dos hormônios tireoidianos mostrou TSH normal. Realizou
USG de tireoide que confirmou lesão cística, com mais de d) Quais as principais complicações da tireoidectomia?
3cm no maior diâmetro e com microcalcificações em seu
interior (Figura).

MEDCEL
2. Considere um paciente, de 55 anos, masculino, sem
antecedentes patológicos prévios. Etilista e tabagista de
1 garrafa de cerveja/dia e 2 maços de cigarro/dia. Refere
lesão na boca com dor e odor fétido. Ao exame clínico: le-
são ulcerada na borda lateral direita da língua, 3cm. Mas-
a) Qual o próximo exame na investigação desse nódulo? sa endurecida de 2cm na região submandibular esquerda
Justifique. (Figura).

CASOS CLÍNICOS
b) Quais sinais ultrassonográficos são sugestivos de malig-
nidade na avaliação da tireoide?
a) Qual a hipótese diagnóstica?

b) Quais os exames complementares para confirmação e


avaliação da sua hipótese diagnóstica?

c) Quais as indicações de tratamento cirúrgico dos nódulos


tireoidianos?

273
C ASO S C L Í N ICO S

RESPOSTAS
Cirurgia de Cabeça e Pescoço

Caso 1
a) Nódulos tireoidianos maiores que 3cm, de crescimento
rápido, confirmados ao ultrassom, devem ser investiga-
dos quanto à possibilidade de lesões malignas. O próxi-
mo exame deve ser a Punção Aspirativa com Agulha Fina
(PAAF) para biópsia e diagnóstico definitivo do nódulo.
b) Os principais sinais utilizados para diferenciar nódulos
benignos e malignos de tireoide ao ultrassom são:
Maligno Benigno
Margem Mal definida Bem definida
Contornos Irregulares Regulares
Textura Sólido Cístico/misto
Conteúdo Heterogêneo Homogêneo
Ecogenicidade Hipoecogênico Hiperecogênico
Calcificações + (micro) - (ou grosseiras)
Halo - +
Invasão + -
Circulação Central ou mista Periférica
Forma + (alto) + (largo)

c) O tratamento cirúrgico está indicado nos casos de sus-


peita de malignidade, em nódulos maiores que 3cm,
bócios volumosos, mergulhantes ou intratorácicos e por
motivos estéticos.
d) As principais complicações da tireoidectomia são a rou-
quidão por lesão do nervo laríngeo recorrente, hemor-
ragia e hematomas.

Caso 2
a) A principal hipótese diagnóstica é o tumor maligno de
língua, sendo o carcinoma epidermoide de língua o mais
incidente.
b) Inicialmente, deve-se realizar a confirmação do diagnós-
tico com biópsia da lesão. Após a confirmação de CEC de
língua, o paciente deve ser estadiado com raio x de tó-
rax (metástases pulmonares), TC de face e pescoço para
avaliação da lesão primária (o paciente tem uma lesão
cervical, provavelmente metástase).
c) A conduta é cirúrgica, com ressecção da lesão primária,
margens de segurança e esvaziamento cervical dos 5 ní-
veis (pescoço positivo) com preservação do MECM, ner-
vo espinal acessório e veia jugular interna, se possível
– esvaziamento cervical radical modificado.

Caso 3
a) A paciente tem uma lesão na topografia da glândula pa-
rótida, evidenciado por uma massa na face com apaga-

280
volume 4

QUESTÕES
1 CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO

Esvaziamentos cervicais c) as metástases cervicais do carcinoma papilífero da ti-


reoide ocorrem principalmente para os níveis Ia, Ib e II
d) as metástases cervicais do carcinoma epidermoide da
laringe ocorrem principalmente para os níveis II, III e IV
2011 UFF CLÍNICA CIRÚRGICA
e) o nível IV ou compartimento central é delimitado late-
1. O nervo laríngeo superior origina-se no nervo: ralmente pelas 2 artérias carótidas comuns
a) laríngeo interno
b) hipoglosso … Tenho domínio do assunto … Refazer essa questão
c) laríngeo recorrente … Reler o comentário … Encontrei dificuldade para responder
d) vago
e) laríngeo externo
… Tenho domínio do assunto … Refazer essa questão Tumores cervicais
… Reler o comentário … Encontrei dificuldade para responder

2011 PUC PR CLÍNICA MÉDICA 2012 UNICAMP CLÍNICA CIRÚRGICA


2. Um paciente de 60 anos, do sexo masculino, com au- 4. Um homem de 52 anos notou nódulo endurecido na re-
mento de volume cervical há 3 meses, indolor, sem queixas gião submandibular direita há 2 anos. Refere parestesia da
de emagrecimento, taquicardia, tremor de extremidades, borda lateral da língua há 6 meses, com piora progressiva.
insônia, alteração gastrintestinal ou alteração psíquica, re- Este paciente é portador de:
alizou uma ecografia que mostrou nódulo sólido-cístico de a) carcinoma adenoide cístico
2cm de diâmetro, hipoecoide, heterogêneo. Com relação b) adenoma pleomórfico
a esse caso clínico, qual é o procedimento mais coerente? c) adenocarcinoma
d) carcinoma mucoepidermoide
a) realizar cintilografia de tireoide e, se for nódulo hipo-
captante, afasta-se a possibilidade de câncer de tireoide … Tenho domínio do assunto … Refazer essa questão
b) nódulos tireoidianos <2cm não são passíveis de punção … Reler o comentário … Encontrei dificuldade para responder
c) nódulos que contêm cistos no seu interior são sempre
benignos e merecem apenas observação anual com 2012 UFF CLÍNICA CIRÚRGICA
nova ecografia 5. O tratamento mais apropriado para paciente do sexo
d) realizar punção aspirativa com agulha fina e aguardar o masculino, 50 anos, portador de lesão folicular da tireoide
diagnóstico citopatológico maior que 4cm, porém, sem gânglios cervicais palpáveis
e) realizar punção aspirativa e intervir com escleroterapia ou identificados pela ultrassonografia é:
com etanol a) tireoidectomia total, com linfadenectomia cervical
… Tenho domínio do assunto … Refazer essa questão b) tireoidectomia total, sem linfadenectomia cervical
… Reler o comentário … Encontrei dificuldade para responder c) lobectomia ipsilateral ao nódulo, associada à ressecção
do istmo tireoidiano
2011 UFSC CLÍNICA CIRÚRGICA d) tireoidectomia subtotal bilateral
e) acompanhamento clínico, realizando ultrassonografia
3. Com relação aos níveis cervicais, assinale a alternativa
anual
correta:
a) o músculo omo-hióideo divide os níveis II e III … Tenho domínio do assunto … Refazer essa questão
b) o 11º par craniano está localizado no nível III … Reler o comentário … Encontrei dificuldade para responder

287
volume 4

COMENTÁRIOS
1 CIRURGIA
CI
IRURGIA
ADDEE C
CABEÇA
ABEÇA E P
PESCOÇO
ESCOÇO

Esvaziamentos cervicais “d”: não invade nervos, e sim acomete e glândula e pode
levar a metástases ganglionares.
Questão 1. A origem do laríngeo inferior e superior é a mes- Gabarito = A
ma, nervo vago. O laríngeo superior se divide, dando ori-
gem ao ramo interno e ao ramo externo. O laríngeo inferior Questão 5. Alternativa “a”: pescoço negativo não requer
é também chamado de laríngeo recorrente. E o hipoglosso esvaziamento.
é um par craniano. Alternativa “c”: para um homem com nódulo maior de 4cm,
Gabarito = D a indicação de tireoidectomia total é mais correta.
Alternativa “d”: cirurgia indicada em bócio tóxico (doença
Questão 2. Nódulos hipocaptantes ou “frios” têm maior de Graves) não é o caso.
chance de serem malignos do que nódulos normocaptantes Alternativa “e”: paciente do sexo masculino tem maiores
ou hipercaptantes “quentes”. Punção guiada por USG pode chances de ter lesão maligna. Com 4cm, está indicada a
ser realizada em nódulos <1cm. Nódulos sólidos têm maior abordagem cirúrgica.
chance de serem malignos, mas nódulos mistos ou císticos Gabarito = B
também podem ser malignos. A PBAAF (Punção Biópsia As-
pirativa por Agulha Fina) é uma opção válida em um pacien- Questão 6. Alternativa “a”: os adenomas de paratireoides
te com nódulo misto (sólido-cístico) de 2cm. Escleroterapia não são facilmente avaliáveis ao exame físico. Alternativa
não deve ser utilizada em nódulos tireoidianos. “b”: hiperparatireoidismo é uma doença de indicação ci-
Gabarito = D rúrgica. Alternativa “c”: neoplasia maligna de paratireoide
é muito pouco frequente. Alternativa “e”: o acometimento
Questão 3. Alternativa “a” – O músculo omo-hióideo divide não tem predileção pelas glândulas inferiores.
os níveis III e IV.
Alternativa “b” – O nervo espinal acessório encontra-se nos Gabarito = D
níveis II, III e IV.
Alternativa “c” – Metástases linfonodais de carcinoma de Questão 7. Alternativa “b”: a minoria dos pacientes tem
tireoide encontram-se preferencialmente nos níveis II, III e metástases. Alternativa “c”: a alteração patológica presente
IV, VI e VII, raramente nos níveis Ia e Ib. no carcinoma folicular é a invasão de cápsula ou invasão
Alternativa “e” – compartimento central é o nome que re- vascular que são difíceis de identificar na congelação, nor-
cebe o nível VI. malmente são vistos na parafina. Alternativa “d”: são tumo-
Gabarito = D res bem diferenciados. Alternativa “e”: a simples presença
de células foliculares não significa carcinoma folicular, e sim
COMENTÁRIOS

a invasão de cápsula ou de vasos.


Tumores cervicais Gabarito = A

Questão 4. Alternativa “a”: nódulo submandibular com Questão 8. As 2 artérias que suprem a tireoide são tireói-
acometimento do nervo lingual é carcinoma adenoide císti- dea superior, ramo da carótida externa e tireoidiana infe-
co, que frequentemente invade nervos. Alternativa “b”: não rior, ramo do tronco tireocervical escapular, que é ramo da
invade nervos frequentemente. Alternativa “c”: geralmente subclávia.
tem disseminação local e não neurotropismo. Alternativa Gabarito = C

327

You might also like