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Prisão no Mundo

Desde as primeiras civilizações que sugiram na Idade Antiga, antecedendo o


Estado moderno – considerado o detentor do poder de punir –, regras de vivência já
eram estabelecidas objetivando o bem-estar comum. Tais regras surgiram no interior
de grupos que foram se formando na sociedade, para que seus membros pudessem
ter uma conduta regulada e a proteção própria fosse garantida. Desse modo, surgiram
as sanções, primeira amostra de uma estrutura de norma de conduta. Ao que
infringisse alguma regra, punia-se com a expulsão da comunidade e
consequentemente, a perda da proteção desta. Em casos como a violação de valores,
a punição era aplicada com vingança de sangue. A sociedade revidava qualquer mal
causado, sendo a sanção uma maneira de se vingar do malfeitor.

Historicamente não havia qualquer estrutura prisional, sendo o


aprisionamento algo desconhecido neste período de surgimento de medidas punitivas.
O que consta neste período é a vingança privada, onde a vítima ofendida, seus
parentes ou o seu grupo social, retribuíam o mal causado. Como foi inicialmente dito,
antes do surgimento do Estado moderno, não havia um detentor do poder de punir.

*Com o passar do tempo, ainda na Idade média, a influência da religião trouxe


a crença de que a paz adivinha dos deuses. Segundo “Caldeira (2009), a pena possuía
dois objetivos: eliminar quem se tornou um inimigo da comunidade, dos seus deuses
e das forças mágicas; evitar o contágio pela infâmia de quem se contaminou e as
reações vingadoras dos seres sobrenaturais, que poderiam ser a ira destes sobre todo
o grupo, se a punição não fosse aplicada. Sendo assim, através da religião, a pena,
que procedia da vontade divina, passou a ser vista como castigo e a quem infringisse
as supostas ordens divinas.

Durante a Idade média o aspecto religioso predominava e o temor sacro


causado possibilitou a sua hegemonia. Por isso, em quase todos os casos a
interpretação da lei era feita por sacerdotes ou suseranos que eram considerados
capacitados pelos deuses e a eles pertenciam o poder de punir.
*Com o desenvolvimento social, nasce a ideia da necessidade de evitar a
dizimação das comunidades com vinganças coletivas, e com isso, surge o Talião, que
circunscrevia a conduta olho por olho, dente por dente, sangue por sangue.

Algumas Leis como a das XII Tábuas, o Código de Hamurabi (Mesopotâmia),


Código de Manu e Código de Sólon, configuravam uma série de punições
contemplando a pena de morte e mutilação. Neste período ainda não se utilizava a
prisão como pena-castigo, exceto em algumas situações como pena-custódia ou
pena-processual somente para assegurar a aplicação da penalidade. Já no Egito, o
uso da prisão como punição já era utilizado, em vista que o governo do faraó era divino
e evitava penas bárbaras e arbitrárias. Tais prisões determinavam aos encarcerados
o trabalho forçado, nelas não havia classificação nem separação de acordo com a
situação de cada um.

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