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Meta da aula
Apresentar o surgimento da Antropologia no
contexto do colonialismo.
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta
aula, você seja capaz de:
Introdução
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Estudos Antropológicos
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Aula 2 • Colonialismo e Antropologia
A era da colonização
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Estudos Antropológicos
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Aula 2 • Colonialismo e Antropologia
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Estudos Antropológicos
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Aula 2 • Colonialismo e Antropologia
CANADÁ
LOUISIANA
COLORADO
NOVO
MÉXICO
Oceano Oceano
Pacífico Atlântico
VICE-REINADO
DE NOVA
Golfo do
ESPANHA
México
Possessões espanholas
Possessões britânicas
Possessões francesas
Possessões britânicas
ocupadas pelos franceses
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Estudos Antropológicos
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Aula 2 • Colonialismo e Antropologia
Reino Unido
França
Portugal
Espanha
Holanda
Rússia
Turquia
Reino Unido
França
Portugal
Espanha
Holanda
Belgica
Estados Unidos
Rússia
Itália
Alemanha
Turquia
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Estudos Antropológicos
Antropologia e colonização
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Aula 2 • Colonialismo e Antropologia
Colonização da África
O Continente Africano foi, desde o século XV, motivo de disputa
entre as potências coloniais. As disputas pelo tráfico de escravos
envolveram Portugal, França, Espanha, Holanda e Inglaterra.
Em função desse conflito de interesses territoriais, o chanceler
alemão Bismarck, em 1885, convocou a Conferência de Berlim com
o objetivo de definir a repartição do Continente Africano entre as
potências da Europa. Na Conferência, determinou-se que qualquer
anexação de território africano deveria ser comunicada às outras
potências e ser seguida da ocupação efetiva para garantir a posse.
No início da Primeira Guerra Mundial, 90% das terras já estavam
sob domínio da Europa. A partilha do território africano foi feita
de maneira arbitrária, não respeitando as características étnicas
e culturais de cada povo, o que ainda contribui para muitos dos
conflitos atuais no Continente Africano. Em inícios do século XX,
a África estava assim dividida:
– a França colonizou a África do Norte (Argélia, Tunísia e Marrocos),
a África Equatorial (região do Saara) e a África Ocidental Francesa;
– a Inglaterra colonizou Egito, Sudão Anglo-Egípcio, Quênia, Uganda,
Somália, Costa do Ouro e Nigéria; ao sul, os ingleses anexaram a
Colônia do Cabo e Rodésia e, em 1902, numa guerra contra os
antigos colonos holandeses, conquistaram o Transvaal e Orange;
– a Bélgica conquistou o Congo Belga (ex-Zaire);
– a Alemanha ficou com Togo, Camarões, Tanzânia, Ruanda, Burundi
e Namíbia;
– a Itália ficou com a Líbia, a Eritréia e parte da Somália;
– Portugal colonizou Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe,
Guiné-Bissau e o arquipélago de Cabo Verde;
– a Espanha manteve as posses coloniais de parte do Marrocos e
da Guiné Equatorial.
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Aula 2 • Colonialismo e Antropologia
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Estudos Antropológicos
A colonização da Índia
No século XVII, o Império Britânico fundou a Companhia das Índias Orientais e criou
uma ampla rede de postos comerciais em locais estratégicos da Ásia. Mas na Índia
o Império identificou possibilidades de domínio militar. Em 1757, o chefe do exército
britânico se converteu no primeiro governador geral da Companhia, que também passou
a controlar a Índia e outros povos da região, como Afeganistão, Birmânia e Nepal.
Em 1857, os soldados indianos se rebelaram contra a ocupação, mas a revolta foi vencida
em 1858. Como consequência desse fato, o governo britânico assumiu o controle do
país e a Índia perdeu sua autonomia. Começou a se chamar Índia Britânica e, em 1876,
a rainha Vitoria foi proclamada imperatriz da Índia. Em três séculos de ocupação, os
britânicos favoreceram o desenvolvimento do país, embora a partir de uma perspectiva
colonialista, levando à destruição do artesanato urbano e gerando migrações em direção
ao campo. Também com o argumento do respeito pela tradição, mantiveram o sistema
de castas, mas permitiram que alguns dalits, com acesso à educação, pudessem aceder
a cargos colaboracionistas.
Ao quebrarem o equilíbrio econômico tradicional, a colonização britânica alimentou o
nacionalismo indiano, cujos iniciadores foram Ram Mohan Roy (1772-1833) e o poeta
Debendranath Tagore (1817-1905) e, posteriormente, Mahatma Ghandi (1869-1948).
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Aula 2 • Colonialismo e Antropologia
Atividade
Atende ao Objetivo 1
Resposta Comentada
No século XIX, os fundadores de escolas e institutos de Antropolo-
gia tentavam justificar suas atividades argumentando que a falta de
conhecimentos sobre a cultura dos povos colonizados podia levar a
conflitos armados, mas nem sempre suas posições eram ouvidas,
principalmente quando o assunto era de ordem militar. Entretanto,
essa dependência da Antropologia à política colonial que Kuper ex-
plica na citação começa a mudar no século XX. Como apresentado
na aula, Fraze defendia a ideia de que os antropólogos eram pesqui-
sadores e não os responsáveis pelas decisões políticas que deviam
ser tomadas nas colônias.
Evolucionismo e Antropologia
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Aula 2 • Colonialismo e Antropologia
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Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_searchers_Ford_Trailer_screen-
shot_(3).jpg
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Estudos Antropológicos
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Aula 2 • Colonialismo e Antropologia
Atividade
Atende ao Objetivo 2
Resposta Comentada
Observe que o autor não fala de uma evolução de um aspecto da
cultura ameríndia que progressivamente se torna mais complexa,
mas sim fala da permanência ou influência dessa prática na cultura
moderna brasileira da época.
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Aula 2 • Colonialismo e Antropologia
Imagem Maia
Fonte: http://www.maya-archaeology.org/museums/popolvuh/
popolvuh.php
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Estudos Antropológicos
Os incas formaram um vasto império que ocupava as regiões que hoje corres-
pondem à Bolívia, ao Peru, ao Equador, à parte do Chile, chegando até a Argentina.
O centro do Império era a cidade de Cuzco. Estima-se que dentro de suas fronteiras vi-
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Colonialismo e miscigenação
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Aula 2 • Colonialismo e Antropologia
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Aula 2 • Colonialismo e Antropologia
Atividade Final
2. Evolucionismo e Antropologia
2.1 A Antropologia é evolucionista ( )
2.2 A Antropologia foi evolucionista em suas origens ( )
2.3 O Evolucionismo se originou da Antropologia ( )
2.4 O Evolucionismo se originou da Biologia ( )
3. A miscigenação
3.1 A miscigenação é um dos principais problemas
brasileiros ( )
3.2 O conceito de raça é utilizado até hoje ( )
3.3 O Brasil é um país de alta miscigenação ( )
Resposta Comentada
1. Colonialismo e Antropologia
1.1 O colonialismo criou a Antropologia ( F)
1.2 A Antropologia criou o colonialismo (F)
1.3 A Antropologia, em suas origens, contribuiu para o colonia-
lismo (V)
2. Evolucionismo e Antropologia
2.1 A Antropologia é evolucionista (F)
2.2 A Antropologia foi evolucionista em suas origens (V)
2.3 O Evolucionismo se originou da Antropologia (F)
2.4 O Evolucionismo se originou da Biologia (V)
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Estudos Antropológicos
3. A miscigenação
3.1 A miscigenação é um dos principais problemas brasileiros (F)
3.2 O conceito de raça é utilizado até hoje pela Antropo-logia (F)
3.3 O Brasil é um pais de alta miscigenação (V)
Resumo
A Antropologia surge no século XIX no contexto dos Impérios co-
loniais. A colonização foi um fenômeno histórico e político que
atingiu todos os continentes e que praticamente dividiu o mundo
entre potências colonizadoras e territórios colonizados. Durante
esse período, a Europa foi uma potência colonizadora e América,
África e parte de Ásia e Oceania foram regiões colonizadas. A des-
coberta da América no século XV foi o primeiro passo em direção
à conquista militar dos povos indígenas que logo deu lugar à colo-
nização através da transferência de população da metrópole para
as regiões ocupadas ou colônias.
O colonialismo é um processo de expansão territorial em que
uma nação instala seu poderio e parte de sua população em outra
nação ou território, perdendo sua autonomia.
A Antropologia britânica teve um papel importante na manutenção
do poder colonial. Algumas das primeiras pesquisas desenvolvidas
com metodologias e abordagens antropológicas foram financiadas
ou impulsionadas pelo poder colonial para melhor compreender a
cultura dos nativos e facilitar o domínio cultural. Esses antropólo-
gos não estiveram necessariamente envolvidos com o poder co-
lonial, mas suas pesquisas, no âmbito de territórios que estavam
sendo colonizados, muitas vezes eram úteis para reforçar o poder
colonial ou por vias indiretas, assumindo um discurso evolucionis-
ta, defendiam a ideia de que as sociedades passavam por fases,
desde a “barbárie” até a “civilização”, justificando a colonização.
O contexto colonial também abriu novas perspectivas metodoló-
gicas e debates sociais. Os colonizadores destruíram grande parte
dos objetos e textos sagrados dos indígenas da América por con-
siderá-los profanos, mas alguns foram conservados, permitindo
o desenvolvimento de pesquisas antropológicas com base nes-
sas fontes documentais. A colonização também esteve associada
à mistura de raças, provocando diferentes reações e debates que
foram motivos de estudos antropológicos, como o debate entre eu-
genia e miscigenação.
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Aula 2 • Colonialismo e Antropologia
Leituras Recomendadas
ARDENT, H. As origens dos totalitarismos. São Paulo: Companhia das Letras, 1980.
CABRAL, J. Pina. Os contextos da antropologia. Lisboa: Difel, 1991.
CORREIA, M. As ilusões da liberdade: a escola Nina Rodrigues e a antropologia no Brasil.
Bragança Paulista: Edusf, 1998.
FERRO, M. História das colonizações. São Paulo: Cia. das Letras, 1994.
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