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28/2/2013
Atos de comércio
Um ato de comércio é considerado como uma declaração de vontade das partes
(normalmente contratos bilaterais ou unilaterais) que têm relevância jurídica no
âmbito do Direito Comercial
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DIREITO COMERCIAL 1º Mini teste
Prescrição
o Diz-nos o art.317º b) CC que para atos de comércio existe um prazo de
prescrição diferente – 2 anos – ao contrário do prazo de prescrição geral de 20
anos
Para melhor classificação dos atos, inicialmente deve-se sempre classificar o ato de
comércio principal, pois a classificação deste irá influenciar a classificação dos atos
acessórios
01-03-2013
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DIREITO COMERCIAL 1º Mini teste
Fiança
Art.101º Ccom
É uma garantia pessoal para cumprimento de uma determinada prestação
Assim só será comercial se a relação que se encontrar a afiançar também for
considerada como tal
É considerado um ato de comércio acessório
Mandato
Art.231º Ccom
Também o mandato será um ato acessório, pois existe mandato quando alguém
encarrega outro de praticar um ou mais atos
Se esses atos forem comerciais, também o mandato o será
Conta corrente
Art.344º Ccom
É considerado um ato comercial autónomo
Sucede quando é realizado um encontro de contas entre dois sujeitos,
simultaneamente devedores e credores entre si
Operações de bancos
Art.362º Ccom
É um ato objetivamente comercial sem dependência de outros
É um ato autónomo
Por exemplo um empréstimo bancário deve aqui ser incluído, ao contrário de um
empréstimo particular que será considerado como ato acessório, somente sendo
considerado comercial se o ato principal o for também.
Transporte
Art.366º Ccom
É um ato autónomo
Só é considerado um contrato de transporte quando o transportador tiver empresa
constituída
Empréstimo
Art.394º Ccom
Considerado um ato acessório
Só será comercial se o objeto sobre o qual incide o empréstimo tiver carater mercantil
Penhor
Art.397º Ccom
Outras das garantias previstas neste código
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DIREITO COMERCIAL 1º Mini teste
Será comercial se a dívida que se pretende garantir tenha também ela carater
comercial
É então considerado um ato acessório
Depósito
Art.403º Ccom
Considerado ato acessório
Só será comercial se o bem depositado for destinado a qualquer ato de comércio
Compra e venda
Art.463º Ccom
São os atos de comércio mais praticados no nosso ordenamento jurídico
Para ser considerado como comercial tem de estar elencado nos números deste artigo
Deve analisar a compra na posição do comprador, verificando a sua convicção no
momento da mesma
No art.464º Ccom encontramos os atos que não são considerados comerciais
É um ato autónomo
Troca
Art.480º Ccom
Por força deste artigo devem-se observar as regras estabelecidas para a compra e
venda
Ato autónomo
Aluguer
Art.481º Ccom
O aluguer será considerado comercial se a coisa comprada, o tiver sido com o intuito
de alugar o seu uso
Ato autónomo
Empresas
Art.230º Ccom
Desde logo existe uma divergência doutrinal na interpretação deste artigo
o Qualificar os atos, ou
o Qualificar os sujeitos
A doutrina maioritária inclina-se para que este artigo seja interpretado observando os
atos.
Assim concluímos que os atos que estão previstos neste artigo, no exercício de
atividades das empresas são considerados objetivamente comerciais
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DIREITO COMERCIAL 1º Mini teste
Leis que se auto qualificam como comerciais ou leis que no seu todo ou
em parte contêm artigos/ capítulos que qualificam de comerciais os
atos aí descritos
DL 178/86 – Contrato de agência
DL 149/95 – Contrato de locação financeira
DL 211/2004 – Mediação imobiliária
DL 144/2006 – Atos de mediação de seguros
DL 148/90 – Agrupamentos europeus de interesses económicos (AEIE)
o Aplicação analógica, aos Agrupamentos complementares de empresas (ACE)
o A sua constituição (AEIE, ACE), é também considerada um ato de comércio
objetivo, isto se o objeto do agrupamento tiver um objetivo comercial
Lei 6/2006 – NRAU, entretanto alterada pela Lei 31/2012
o Considerada como objetivamente comercial:
O arrendamento para fins não habitacionais de comércio e industria
O trespasse comercial
A locação de um espaço comercial
Analogia
Outras das formas de classificar atos objetivamente comerciais é através do recurso à
analogia
Devemos distinguir duas possibilidades de analogia
o Analogia legis
o Analogia iuris
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Analogia legis
Quando se analisa a letra da Lei e se substitui ou acrescenta diretamente uma palavra
ao redigido
o Ex: art.230º, nº6: substituir casa por armazém
o Art.230º,nº7: acrescentar a possibilidade “ar” às já existentes terras e mar
o Art.230º,nº2: substituir géneros por prestações de serviços
Analogia iuris
Quando se analisa uma norma de Direito Comercial, recorrendo ao espírito da Lei com
aplicação de um princípio geral da lei
Altera-se então a letra da lei com recurso ao espírito da Lei
o Ex: art.230º,nº2: a lei refere preço convencionado, mas pelo espirito da lei
pode-se depreender que se possa aplicar também a situações sem preço
convencionado
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DIREITO COMERCIAL 1º Mini teste
Comerciante
Os sujeitos dos atos de comércio e das relações jurídicas comerciais, podem ser
comerciantes ou não comerciantes. No entanto existe uma maioria de sujeitos
considerados como comerciantes.
Relevante saber quem é comerciante, pois um ato de comerciante é considerado
subjetivamente comercial.
Para aferirmos da qualidade de comerciante, devemos fazer o enquadramento do
sujeito num dos números do art.13º Ccom:
Nº1
Relativamente à expressão “pessoa”, deve aqui ser considerada não somente a nível
singular, mas também como pessoa coletiva que não seja sociedade comercial
Para ser considerado comerciante devem então ser observados três requisitos
cumulativos:
o Capacidade
Falamos aqui da capacidade de exercicio de direitos prevista no art.
No caso de incapazes, ou seja menores não emancipados, interditos ou
inabilitados, deve esta incapacidade ser suprida através do seu
representante legal e com autorização do MP
Tendo assim o estatuto de comerciantes (e não os seus
representantes)
Artigos do CC: 1889º.nº1 c) ;1938,nº1 a) e f); 1390º
o Prática de atos de comércio
Prática de atos objetivamente comerciais
o A título profissional / fazer da atividade profissão
Deve esta atividade ser sistemática e regular
Não precisando no entanto de ser exclusiva, nem a principal do agente
Não existe a necessidade de ser uma atividade ininterrupta, podendo
ser meramente sazonal
Nº2
Conjugar este artigo com o art.1º CSC
Para ser considerado como Sociedade comercial deve:
o Ter uma atividade comercial – art.230º Ccom
o Adotar um tipo comercial previsto neste artigo:
LDA; SA; SNC; Sociedades em comandita
o Adquirem a qualidade de comerciante pelo menos a partir do momento em
que adquirem personalidade jurídica – art.5º CSC
O Código comercial não se aplica às sociedades comerciais previstas no art.1º,nº4
CSC,pois não são consideradas comerciantes em virtude de lhe faltar a atividade
comercial
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Outras pessoas coletivas que não são sociedades comerciais, mas que podem ser
comerciantes
Outras pessoas coletivas podem ser comerciantes, quando tenham por objeto a prática
de atividades ou atos comerciais
Estas empresas não visam o lucro, logo não se aplica o art.13º,nº2
Assim serão comerciantes se observados os requisitos do art.13º,nº1, adquirindo essa
qualidade pelo menos a partir do momento em que passam a gozar de personalidade
jurídica
ACE;AEIE
Pese as empresas que os constituem visarem lucros, os agrupamentos não. Logo não
podem ser incluídos pelo art.13,nº2
O objetivo destes agrupamentos é ganhar poderio negocial para reduzir custos
Cooperativas
Também as cooperativas não visam o lucro, mas se tiverem um objeto comercial nada
impede que sejam consideradas comerciantes
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Nº1
Referência a entidades coletivas que embora possam praticar atos de comércio na
prossecução dos seus fins, a lei não lhes concede o estatuto de comerciante
É o que nos diz o art.17º, referindo que essas mesmas associações podem realizar atos
de comércio mas não serão consideradas como comerciantes
Decorre do facto de não prosseguirem interesses materiais
o Associações de fim desinteressado ou altruístico
Não têm, obviamente por objeto interesses materiais
o Associações de fim interessado ou egoístico mas ideal
Por exemplo uma associação desportiva que tenha um bar que explore
Pratica atos comercias, mas estes são um meio para auxiliar na
prossecução dos fins de natureza ideal a que se propõe
o Associações de fim interessado ou egoístico de cariz económico não lucrativo
Associações sindicais por exemplo
Alguma atividade comercial também por elas exercida será sempre
instrumental das finalidades principais
Se a atividade comercial passar a ser encarada como principal, esses mesmos atos
serão considerados nulos e pode o MP extinguir a associação
Nº2
A legislação comercial estabelece neste nº2 algumas incompatibilidades que podemos
dividir em:
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XL 13