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Poder e povo

O centro do poder está nas ruas. Só que não basta mostrá-lo. É preciso exercê-lo.
Se você aceita que o centro do poder está na Presidência ou no Congresso, você já está fora dele.
Se os líderes de movimentos de protesto estivessem conscientes do poder que têm, NUNCA
pediriam nada a deputados e senadores.
Juntem poder. não cargos.
A própria ditadura militar tremia de medo do velho Theobaldo. Ela lançava um novo imposto, ele
ligava para o ministério: “Quer saber? Não vamos pagar essa merda.” No dia seguinte o imposto era
suspenso. Isso é PODER.
Cargos e mandatos são papéis pintados. PODER não consiste em dar ordens em nome de uma
autoridade oficial. Consiste em SER OBEDECIDO.
Um dos mais notáveis líderes empresariais deste país, que estava se afirmando como uma liderança
regional quase indestrutível, pôs tudo a perder quando aceitou entrar na política oficial. Eu vi isso
acontecer. E vi muitos casos semelhantes. Estudem, em comparação, a vida do velho Theobaldo De
Nigris, presidente da FIESP. Nunca teve cargo público e mandava mais do que qualquer ministro.
Quem tem vocacão política, ouça enquanto é tempo. Uma política partidária corrompida até a raiz
NÃO PODE ser corrigida por meio dos seus próprios instrumentos. Não precisamos de mais
deputados, senadores ou governadores. Precisamos de líderes locais, regionais, que se afirmem pela
autoridade moral e, sem cargo oficial nenhum, sejam mais obedecidos do que as “autoridades
constituídas”. Só depois de instituído esse poder paralelo será possível corrigir a política partidária.
O povo tem de agir segundo a sua própria moral, não segundo os ditados oficiais.
O Sistema foi todo montado, desde há mais de quarenta anos, para dar sustentação à roubalheira
sem fim e à concentração do poder nas mãos de uma quadrilha.
A quadrilha não cairá se o Sistema não cair. Basta um empurrãozinho.
A economia informal já salvou o Brasil mais de uma vez. Pode salvar de novo.
Desobediência civil sistemática + Administração Popular = Revolução Pacífica.
CAPs — Centros de Administração Popular ou coisa assim.
O MST não tentou ser uma rede de sovietes? Falhou, Criemos nós os nossos próprios sovietes — a
auto-administração popular.
Sugiro que organizem comissões de bairro e comecem a resolver seus próprios problemas sem pedir
NADA à administração pública.
A hedionda duplicidade de tratamento que a elite mandante — midiática, política e judiciária — deu
ao Collor de Melo e à Dilma é a prova mais patente de que esperar algo dessa elite só serve para
fortalecê-la mais um pouco. Confio mais no povão que expulsa os petistas do seu bairro do que em
QUALQUER autoridade constituída deste país. Não há nada a “reivindicar”, nem a quem. Não faz
sentido nem mesmo EXIGIR. O que o povo quer que aconteça, ele vai ter de FAZER.
Inimigos do Lula: Entre 80 e 90 por cento da população brasileira — prova de que só a zé-lite não
gosta dele.
Amigos do Lula: Bancos, grande mídia, elite globalista internacional — prova de que ele é mesmo
o homem do povo em luta contra os ricos e poderosos.
A redução das universidades a centros de propaganda ideológica rasteira é um fenômeno universal,
não apenas brasileiro. Centenas de livros documentam esse fenômeno, como por exemplo “Tenured
Radicals”, de Roger Kimball, já de 1990. A única diferença é que nas áreas de ciência e tecnologia
as universidades americanas e européias continuam funcionando, por exigência da indústria, e no
Brasil não há indústria para exigir merda nenhuma.
Não é lindo? A zé-lite nacional e internacional toda correndo para salvar o cu do Lula.
Há dois tipos de “lideres de protestos”: uns, feitos pelo povão, nas ruas; outros, feitos pela mídia e
pelos políticos, em conchavos discretos.

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