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Belo Horizonte - MG
2012
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Belo Horizonte - MG
2012
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SUMÁRIO
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO.................................................................04
CAPÍTULO II – DESENVOLVIMENTO....................................................07
Histórico da atividade de inteligência......................................................07
No mundo.................................................................................................07
No Brasil...................................................................................................13
Conceituação básica................................................................................16
Fraude e erro...........................................................................................16
Fraude e Corrupção.................................................................................17
Inteligência Competitiva...........................................................................18
Business Intelligence...............................................................................20
Estratégia.................................................................................................21
Inteligência Estratégica............................................................................22
Inteligência...............................................................................................24
Contra inteligência...................................................................................26
METODOLOGIA......................................................................................28
Problema da pesquisa.............................................................................28
Natureza da pesquisa..............................................................................29
Método de abordagem.............................................................................29
Objetivos da pesquisa..............................................................................29
Procedimentos da pesquisa....................................................................29
Delimitação do universo da pesquisa......................................................30
Apresentação e análise dos resultados...................................................30
CONCLUSÂO..........................................................................................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................39
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CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
Quer seja sob o aspecto quantitativo ou no qualitativo, percebe-se uma evolução das
fraudes, que ao longo dos tempos vem atingindo mundialmente empresas públicas e
privadas, tanto em países desenvolvidos quanto naqueles chamados de
emergentes. Essa evolução e crescimento vêm causando perdas significativas, tanto
no patrimônio público quanto no privado.
Gil (1998), entende que a fraude tem o caráter de ação intencional e prejudicial, é o
ato praticado com intenção de lesar terceiros, fazendo uso de informação
privilegiada em benefício próprio. É a obtenção para si ou para outrem, de vantagem
ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro.
Nota-se que a fraude é e deve ser uma constante preocupação, nesse sentido os
proprietários, dirigentes, gestores e executivos das organizações, vem buscando
mecanismos de se trabalhar de forma preventiva, a partir da constatação de que a
fraude tem ocorrido por falta de conhecimento e da forma ideal de gerenciamento
de uma empresa, quer seja ela pública ou privada. Vislumbra-se a partir dessa
constatação a possibilidade de utilização da Inteligência como ferramenta contra a
fraude.
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A atividade de inteligência, que embora num passado não muito distante era
conhecida também como “informações”, tenha evoluído com o passar dos anos, o
tema de pesquisa proposto carece de estudos mais aprofundados, haja vista que
grande parte das referências bibliográficas não está acessível em fontes abertas,
como é denominado pela inteligência aquelas fontes de fácil consulta, como jornais,
livros, revistas, mídias, etc, pois grande parte do material produzido, em especial,
voltado para as ações de inteligência, constituem documentos de caráter sigiloso
protegidos por normas federais, como o Decreto n° 4.553, de 27 de dezembro de
2002, que dispõe sobre a salvaguarda de dados, informações, documentos e
materiais sigilosos de interesse da segurança da sociedade e do Estado.
A iniciativa privada ao longo dos últimos anos vem adotando o termo inteligência em
seu vocabulário, como por exemplo os termos “Inteligência Competitiva” e “Business
Intelligence”, entretanto, segundo Chiavenato; Sapiro (2009) enquanto a inteligência
Competitiva procede a coleta ética de dados e informações necessários a objetivos,
estratégias, suposições e recursos dos concorrentes, já o Business Intelligence,
segundo Mello (2011) está relacionado à manipulação de dados essenciais aos
negócios das empresas. Percebe-se, portanto, que embora a inteligência seja
reconhecida e utilizada como ferramenta na iniciativa privada, seu emprego em
ações da forma que se propõe o trabalho ainda é desconhecida.
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CAPÍTULO II
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Histórico da Atividade de Inteligência
2.1.1 No Mundo
A Bíblia Sagrada nos trás vários exemplos de utilização dessa atividade, um deles
se encontra no livro de Números, capítulo treze, situação onde o Moisés, ordenado
por Deus, enviou espias para Canaã, terra prometida a seu povo, conforme se vê:
Já a história nos dá conta de que no século XII a. C. existiu um famoso espião, cujo
nome era Argus. Argus, que até hoje, é considerado como um dos precursores da
Inteligência, e no Brasil, especificamente no serviço secreto brasileiro, é tido como
patrono dessa atividade. Segundo Figueiredo (2005), Argus viveu na península do
Peloponeso e fundou uma cidade com seu próprio nome. Ele conseguiu expandir
seus domínios de terra de potenciais invasores comandando uma rede de espiões.
Diz a mitologia que após sua morte Júpiter o transformou em um semideus, para
que ele prestasse seus valiosos serviços de espionagem no Olimpo.
Seu nome era Argus, e além de espião ele era também um semideus. O
mito era cultivado entre os agentes secretos como uma espécie de alerta:
mantenha os olhos sempre abertos, desconfie de tudo e, se possível, não
morra. Sua criatividade para a espionagem era infinita, certa vez tendo de
enviar uma mensagem secreta a um príncipe cujas terras ficavam nas rotas
de terras inimigas, mandou raspar a cabeça de um dos seus espiões e
gravou nela o recado com o ferro em brasa. Depois que os cabelos do
agente cresceram, ele foi enviado ao encontro do príncipe e cumpriu sua
missão sem despertar suspeitas (FIGUEIREDO, 2005, p. 11).
De acordo com Sousa (2006), foi a partir do início do século XIX que a Atividade de
Inteligência passou a ser mais organizada e adquiriu estrutura e metodologia
próprias. Cita-se, por exemplo, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), onde
somente a Inglaterra tinha um serviço estruturado de Inteligência, ocasião em que foi
capaz de desvendar códigos de comunicação alemães, neutralizando, assim, países
instalados em pontos estratégicos da Europa.
Países rivais ao Eixo, os Aliados, grupo formado basicamente por Inglaterra, França,
Estados Unidos e URSS, que, à época, eram as maiores potências mundiais,
também possuíam um forte serviço de Inteligência. A Inglaterra possuía o SOE
(Serviço de Operações Especiais), onde agentes eram enviados aos países inimigos
para estabelecerem grupos de resistência (FARIA, 2004 citado por CIRQUEIRA,
2010).
2.1.2. No Brasil
Durante seu governo, Washington Luís passou por várias turbulências políticas e
econômicas, e não era assessorado o suficiente para governar o país. Figueiredo
(2005) afirma que Washington Luís era mal informado e “penou” no exercício de seu
governo. Seus assessores não lhe prestavam as informações confiáveis sobre o
movimento rebelde liderado pelo ex-capitão do Exército Luiz Carlos Prestes.
Washington Luís só teve tranqüilidade em seu governo quando Prestes depôs suas
armas na Bolívia.
Notava-se que a maior falha no Conselho de Defesa Nacional era a falta de espiões,
ou de profissionais treinados para tal mister. Esse Conselho, não passava de um
“motivo” para bate-papo entre o presidente, os ministros e os oficiais das Forças
Armadas (FIGUEIREDO, 2005).
suas ações. O autor relata em sua obra que o serviço secreto brasileiro não existia
na prática, pois não tinha funcionários, instalações próprias, nem telefone.
Nos anos que se seguiram foram assinados mais decretos que regulamentavam o
Serviço de Inteligência, como por exemplo o Decreto n° 4783, de 05 de outubro de
1942, que modificou a composição do Conselho de Defesa Nacional. Outro norma
criada foi o decreto n° 9975, de 06 de setembro de 1946, que gerou condições para
que fosse instituído o Serviço Federal de Informações e Contra-informações (SFICI).
Segundo Cirqueira (2010), este decreto foi a primeira tentativa de criar um órgão de
Inteligência, propriamente dito, no Brasil.
Relata Figueiredo (2005) que, com o avanço comunista no Brasil, o governo dos
Estados Unidos se adiantou e começou a doutrinar os militares brasileiros quanto às
técnicas de Inteligência. Em 1949 forneceram apoio logístico para a criação da
Escola Superior de Guerra (ESG), uma academia militar sediada na cidade do Rio
de Janeiro. Após sua fundação uma equipe de militares americanos ficou por mais
de dez anos na ESG, fundamentando suas bases doutrinárias. O referido autor
considera a ESG como uma espécie de útero do serviço secreto brasileiro.
Sá (1997) define fraude como sendo uma ação premeditada para lesar alguém, e erro
como uma ação involuntária, sem o intuito de causar dano. Variando, de pessoa para
pessoa, o conceito de cada um sobre o que é bom ou mal, aceitável, ou inaceitável.
COMER (1999) Observa que fraude leva à idéia de perder a confiança, aproveitar-se,
enganar e sonegar; logo, pode-se conceituar a fraude como qualquer meio usado por
uma pessoa com a finalidade de obter vantagem injusta sobre outra pessoa, seja por
ação ou omissão, em que a intenção é dolosa ou culposa.
2.2.5. Estratégia
Usar de estratégias é um recurso muito empregado por profissionais das mais
variadas áreas. Estratégias são empregadas em ações militares, em atividades
econômicas, financeiras, em gestões governamentais, em equipes esportivas e até
em simples jogos de diversão.
Nicolau (2001) conceitua estratégia como a ligação entre os fins, objetivos e políticas
que visam as ações das empresas. Afirma também que o elo entre as organizações
e o ambiente externo explica todas as suas possíveis definições.
Segundo Mintzberg (1994, p. 17) citado por Carvalho (2006): “é uma dessas
palavras que inevitavelmente definimos de uma forma, mas, frequentemente,
usamos de outra. Estratégia é um padrão, isto é, consistência em comportamento ao
longo do tempo”.
Chiavenato; Sapiro (2009) afirma ainda que estratégia consiste em uma ação
escolhida por qualquer organização visando potenciais ganhos e vantagens futuras
em relação ao presente. Trata-se de uma arte, uma ciência, uma escolha que
engloba a organização como um todo e que determina, dentre variadas hipóteses,
quais rumos tomar. Funciona ainda como uma espécie de balança, onde serão
mensuradas as perdas e ganhos.
Segundo Santos; Franco (2010) Inteligência Estratégica nada mais é que uma
análise multifocal que trabalha com maior dimensionamento de tempo e espaço. Tal
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Kent (1996) afirma em sua obra que as organizações devem possuir pessoas
tecnicamente hábeis e conhecedoras do ambiente externo e das dificuldades
estratégicas que as rodeiam. Diz ainda que tais pessoas ou grupo de pessoas
devem possuir a capacidade de produzir informações que atendam e resolvam
essas dificuldades e problemas.
2.2.7. Inteligência
No sentido macro da palavra, existem várias definições para inteligência, seja ela
aplicada em qualquer organização, independentemente de sua natureza ou
atividade fim.
John Foster Dulles, ex–Diretor Geral da CIA, afirmou: “Inteligência é o mesmo que
clarividência, tipo de ofício artesanal de profetizar." (SANTOS; FRANCO, 2010, p.
11).
Segundo Santos; Franco (2010), inteligência pode ser definida como um processo
que observa as dimensões de espaço e tempo, sendo capaz de produzir
conhecimentos precisos e consistentes que permitam formulações e decisões
estratégicas.
CAPÍTULO III
3. METODOLOGIA
De acordo com Attie (1992) apud Silva e Nunes (2010), a fraude pode ser
identificada sob múltiplas modalidades que se dividem em:
Entretanto, com a percepção dos prejuízos provocados pelas fraudes, ao longo dos
tempos, tanto administradores quanto auditores têm procurado desenvolver os seus
controles internos e técnicas com o objetivo de garantir a ausência de
inconformidades materialmente relevantes nas demonstrações contábeis.
Conforme dados extraídos da pesquisa de Silva e Nunes (2010), a Kroll, The Risk
Consulting Company e a Transparência Brasil (2002), realizaram uma pesquisa em
48 empresas para identificar o perfil dos fraudadores (Figura 1). De acordo com essa
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pesquisa, não é possível identificar um perfil hierárquico que seja claramente mais
propenso a envolver-se em esquemas de fraudes.
CAPÍTULO III
4. CONCLUSÃO
Ainda em relação aos perfis de fraudadores, quanto à faixa etária, percebe-se que
na fase de “amadurecimento” do ser humano tanto quanto sob o aspecto de
formação de personalidade e caráter quanto profissional, ou seja, dos 31 aos 40
anos é que se concentra o maior percentual de fraudadores. Quanto a renda dos
fraudadores, a média ponderada que chega aos R$3.000,00 (três mil reais), para os
padrões atuais, onde o salário mínimo vigente é da ordem de R$622,00 (seiscentos
e vinte e dois reais) denotam, que a maioria dos fraudadores ocupam lugar de
destaque na organização a que pertencem.
Para Gomes (2000) quanto mais à empresa conhecer sobre o perfil do fraudador,
sua identidade, forma de agir e os motivos que conduzem a esta ação, será melhor
para a prevenção de fraudes.
Outro mecanismo que a maioria das empresas vem adotando, e que alia-se com
técnicas de inteligência consiste na instalação de câmeras de vídeo e circuitos
fechados de TV, que permitam o acompanhamento da rotina de funcionários,
fornecedores, clientes e visitantes. Embora haja questionamentos na utilização
dessa modalidade de prevenção na esfera judicial, a simples existência, no mínimo
inibe a possibilidade de fraude.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CODERRE, David R. Fraud Detection, a revealing look at fraud. Ed. Ekaros. 2004.
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