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UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL – UNISC

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

Economia Industrial – Profª Jerusa Zerbielli

AULA 3: O COMPORTAMENTO E OS OBJETIVOS DAS INDÚSTRIAS

EMPRESA: “é entendida como a unidade primária de ação que organiza recursos


EMPRESA: “é entendida como a unidade primária de ação que organiza recursos
(fatores de produção) em busca de maximização dos seus resultados”;
(fatores de produção) em busca de maximização dos seus resultados”;
“é uma entidade legal que estabelece contratos com fornecedores, distribuidores,
“é uma entidade legal que estabelece contratos com fornecedores, distribuidores,
empregadores e frequentemente, com clientes”;
empregadores e frequentemente, com clientes”;
“é uma entidade administrativa com divisão no seu interior e que desenvolve mais
“é uma entidade administrativa com divisão no seu interior e que desenvolve mais
de uma atividade”;
de uma atividade”;
“comportam-se de acordo com rotinas cristalizadas através de sua experiência, que
“comportam-se de acordo com rotinas cristalizadas através de sua experiência, que
coordenam a atividade interna, semelhante à um código genético”.
coordenam a atividade interna, semelhante à um código genético”.

1. A busca pelo lucro: receita total

- Objetivo das empresas: maximização de lucros e das vendas, crescimento no

mercado, atender os requisitos sociais (responsabilidade ambiental e social), hegemonia e

estabilidade no mercado;

- Os empresários precisam tomar decisões eficientes enfrentando competição

(desleal) e buscando o lucro:

Schumpeter: Capitalistas: é tudo aquilo Remuneração pela


rendimento funcional que sobra além dos custos inovação; capacidade LUCRO =
ACUMULAÇÃO
(em S. A. deixa de ser que foram realizados no empresarial;
DE CAPITAL
automático para ser processo de produção para remunera o capital do
político). obter o produto final. empresário

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- Concorrência perfeita: maximização dos lucros; Oligopólio: maximização das

vendas, a partir de um lucro mínimo (receita total menos custo total a um determinado

preço) e maior participação no mercado.

2. Comportamento gerencial: ganhos de escala e de escopo:

- Retornos crescentes de escala: decorrem da habilidade do trabalhador

(conhecimento), das inovações e do empreendedorismo do empresário e da

comercialização eficiente dos produtos; são fundamentais para o acúmulo de capital e

afastar risco e incertezas do mercado.

- Crescimento da empresa: contribuições gerenciais - proprietários/acionistas:

crescimento do capital e gerentes: crescimento da demanda, estabilidade -; e investimentos:

fundamentais para reposição do estoque de capital, modernização da tecnologia e

expansão das fábricas;

EMPRESA demanda, abertura de crédito, incerteza EMPRESA


e risco, concorrência (trustes e cartéis)

- Empresário ou gerente: abrir novos nichos de mercado, profissional que busca o

lucro mínimo para a empresa; status e poder, capacidade de gerenciar; inovador

(Schumpeter) ou imitador (Roselitz); ter sucesso e não necessariamente lucro.

3. Riscos e incertezas, cooperação e competição entre empresas:

- Oligopólios: interdependência entre as empresas e diferenciação de produtos o

que leva a risco e incertezas; o risco são as perdas quantificáveis que a empresa pode ter

(não cumprimento de um contrato) e a incerteza, a obscuridade no comportamento das

empresas concorrentes frente ao futuro (mercados incertos como por exemplo pesquisa de

petróleo na camada pré-sal);

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“...isso significa - como sucede precisamente no oligopólio - que cada um, ao decidir o

próprio comportamento, deveria levar em conta aquilo que todos os seus adversários

esperam dele e o modo pelo qual os adversários podem comportar-se em conseqüência

dessa expectativa.

- Indiferença do Estado frente aos oligopólios: incentivos à concorrência desleal,

conluios, cartéis, subornos, corrupções, espionagem industrial.

4. Estrutura Organizacional Interna da Empresa:

“Empresa (de forma geral) é uma entidade administrativa e financeira cujo o

objetivo predominante é o crescimento e a acumulação interna de capital”; pode ser

unitária (organizada a partir de setores como produção , marketing, finanças, vendas...)

produzindo um um mais produtos, e muldivisional (divisões por produtos ou por regiões

geográficas, cada uma como uma instância operacional individualizada); alguns modelos

organizacionais existentes:

a) empresa multiproduto: produz vários produtos relacionados em termos de P&D,

fabricação e marketing; explora economias de escopo e canais de comercialização para os

diferentes produtos;

b) empresa verticalmente integrada: atuação da empresa em vários estágios da cadeia

produtiva na busca de ganhos de eficiência e redução de custos de transação;

c) conglomerado gerencial: presente em vários mercados e produtos pouco relacionados

entre si; característica básica é a presença de capacidade gerencial genérica utilizada nos

diferentes mercados;

d) conglomerado financeiro: presente em vário mercados e produtos sem relação

nenhuma entre si; nem a atividade gerencial pode ser utilizada de um mercado para

outro; característica básica são os controles financeiros, ou a distribuição de recursos de

uma empresa para outra;

e) companhia de investimento: participa (não detém a propriedade) de várias empresas,

porém, em caso de rentabilidade insatisfatória, desfaz-se desta atividade em direciona

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capitais para outras mais lucrativas.

- Cadeias produtivas: é um conjunto de etapas consecutivas pelas quais passam e

vão sendo transformados e transferidos os diversos insumos (insumos, produção,

transformação, distribuição e consumidor final); é útil para análises empresariais, estudos

de tecnologia e políticas locais de desenvolvimento;

- Complexos industriais (clusters): entrelaçamento de cadeias, que se repartem ou

se juntam; de forma agregada criam os complexos (várias cadeias que utilizam

infraestrutura comum) localizadas em uma determinada região.

5. Economias de escala e de escopo:

Economistas e contadores diferem na contabilização dos custos que as empresas

incorrem; o custo contábil é o custo explícito (desembolsos em dinheiro) e o custo

implícito é o custo de oportunidade do capital e da capacidade do empresário:

Custo contábil X custo econômico


Abordagem Abordagem
contábil econômica
Custo explícito $ 15.000 $ 15.000
Implícito: custo de oportunidade do tempo do $ 7.500
empreendedor
Implícito: custo de oportunidade do capital $ 2.500
Custo total $ 15.000 $ 25.000

Em termos de tempo precisa-se diferenciar curto prazo de longo prazo; segue dois

exemplos para diferenciação entre eles:

a) “Uma empresa que já possui uma instalação de produção (planta de fábrica) deve

decidir quanto deve produzir do bem. Esta é uma decisão de curto prazo porque um dos

fatores da produção é fixo (instalações)”;

b) “Uma empresa que decidiu entrar em um mercado deve decidir o tamanho da

instalação que será construída. Tal empresa está tomando uma decisão de longo prazo

porque nenhum dos fatores de produção é fixo. A empresa começa do zero e pode escolher

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uma instalação de produção de qualquer tamanho”.

5.1 Análise de curto prazo:

Supõe-se apenas dois fatores de produção, trabalho (MO) e capital (K); a função de

produção pode ser representada por q = f(MO, K), como um dos fatores deverá ser fixo,

então q = f(MO); utilizando o exemplo acima poderíamos supor que a padaria apenas

incrementasse mais empregados na padaria, portanto, os aumentos na quantidade

produzida de pães seria resultado de aumentos no número de empregados.

Na análise de curto prazo busca-se encontrar a quantidade ótima de produção, para

tanto, deve-se compreender os conceitos de:

a) Produto Total (PT): é todo o volume produzido em determinado período de tempo (q =

PT);

b) Produto Marginal (PMg): é a variação no produto total proveniente do acréscimo de

uma unidade no fator de produção variável (PMg = ∆PT/∆MO);

c) Produto Médio (PMe): é a relação entre a quantidade produzida e a quantidade de

insumos necessária a essa produção.

Em termos de custos no curto prazo, tem-se dois tipos de custos:

a) Custo total (CT): soma de todos os custos, fixos e variáveis;

b) Custo Fixo (CF): custo que não varia com a quantidade produzida do bem;

c) Custo Variável (CV): custo que varia com a quantidade produzida do bem;

d) Custo Marginal (CMg): é a mudança no custo total resultante da produção de uma

unidade adicional do bem.

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Custo de produção no curto prazo
Produção CF CV CT CMg CFMe CVMe CTMe
0 36 0 36 - - - -
1 36 8 44 8 36 8 44
2 36 12 48 4 18 6 24
3 36 15 51 3 12 5 17
4 36 20 56 5 9 5 14
5 36 27 63 7 7,2 5,4 12,6
6 36 36 72 9 6 6 12
7 36 48 84 12 5,14 6,86 12
8 36 65 101 17 4,5 8,13 12,63
9 36 90 126 25 4 10 14
10 36 130 166 40 3,6 13 16,6

5.2 Análise de longo prazo:

No longo prazo não existem retornos decrescentes, uma vez que todos os insumos

podem variar; o custo total da empresa no longo prazo é definido como o custo total da

produção quanto da empresa tiver a total flexibilidade na escolha de todos os insumos,

podendo escolher uma instalação de produção de qualquer tamanho.

A empresa pode obter economias de escala quando sua curva de custo médio de

longo prazo tem inclinação negativa, até o ponto em que ela se torna horizontal (escala

mínima eficiente); este conceito também se torna importante quando duas empresas

consideram a possibilidade de fusão; são fontes de economia de escala a utilização de

instalações comuns de produção (indivisibilidade técnica), economias em custo

operacional, compra de insumos e operações de vendas (canais de distribuição). Abaixo

segue um quadro que apresenta o comportamento do custo médio de longo prazo com o

nível de produção sendo aumentado.

CMeLP se reduzem Economias de escala


CMeLP se mantem constantes Retornos constantes de escala
CMeLP aumentam Deseconomias de escala

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Ao mesmo tempo que as empresas podem utilizar economias de escala, elas podem

gerar deseconomias de escala, significa que quando a empresa aumenta a produção, o

custo médio da produção aumenta; elas podem surgir devido a problemas de coordenação

(muitos níveis gerenciais) ou aumento dos custos dos insumos.

As economias de escopo estão relacionadas à produção de duas ou mais

mercadorias que utilizam uma estrutura de produção conjunta. São fontes de economia de

escopo fatores de produção comuns, insumos que podem ser compartilhados entre os

produtos produzidos, sinergias em termos tecnológicos ou comerciais (canais de

distribuição, gerenciamento da produção).

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