You are on page 1of 4

A MISSÃO “TOPO DE LISTA”

Ricardo Aguiar

UM APRENDIZ DE MISSIONÁRIO:

Era meados de 1982, o jornal da missão havia acabado de ser distribuído no escritório da
missão, eu não sabia quem era o editor, mas o seu conteúdo era muito bom. Obviamente talvez
vocês pensem que o que mais buscávamos neste editorial fossem suas mensagens, pois é...sinto
muito dizer, mas não era não!

O que os missionários buscavam ver primeiramente em cada edição mensal?


- Por incrível que pareça, a última página do jornal.

- E o que havia na última página?


Lá encontrávamos o Ranking de batismos dos missionários, em ordem decrescente, ou seja,
primeiramente aquele que mais batizou até aqueles que, tão tristemente, ou não, contemplavam um
zero (0) no final da linha de seus nomes. (para alguns se pronunciava assim – Zeeeeeeero
batismos)

Parecia haver uma atração muito forte daquela página às vidas dos jovens missionários da
missão, obviamente ninguém queria ser os últimos da lista. Mas, mais fortemente se consistia o
apelo a algo que os indicasse como heróis e guerreiros, como se fossem capazes de cortar quantas
cabeças fossem necessárias para serem iguais a Néfi ou ao Capitão Moroni. Havia algo de
interessante naquela lista, parecia que ela nunca mudava, aqueles que eram últimos, sempre
continuavam a ser últimos, e os primeiros sempre continuavam lá...audaciosamente no topo da lista.
Com ligeiras variações.
Pensei com meus botões missionários se eu não poderia
subir naquela lista. (..sem querer buscar a glória do homens, é
claro!...Claro, Claro)

Resolvi então aprender como poderia subir na lista.


Observei que o número UM em todos os números dos editoriais
era um missionário chamado Elder Gonzáles (Pseudônimo),
ninguém batizava mais do que ele na missão. Imagine o leitor,
um número normal de batismos que qualquer bom missionário
conseguia realizar em um mês de trabalho duro, pois é, ele
sempre multiplicava este número por 3 ou 4. Como ele fazia
isto?
Isto todos queriam saber, todos queriam trabalhar com
ele para aprender a ser missionários...imaginem
vocês...aprender a ser missionários! Essa é boa. (eu sempre
achara que isto, o espírito nos ensinaria)

Certo dia estávamos em um área de Curitiba e recebemos a visita do nosso ídolo


(esta palavra vem de idolatrado, ou seja, adorado por aqueles que não batizavam ninguém)...antes
de tudo tive que conter minha emoção em falar pessoalmente com aquele missionário que para mim
existia apenas nos editoriais da missão, era fantástico! Uauuu.... as mãos suavam, a boca secou, a
mente zerou e eu não sabia o que falar, mas mesmo assim não perdi a oportunidade, como um
aprendiz que com fome de conhecimento tinha que perguntar ao mestre, indaguei o que todos
queriam saber.

― Elder Gonzales, como você batiza tantas pessoas em um mês? (esta era a pergunta certa, nunca
saberemos)

A resposta me foi surpreendente, achava que ele fosse um missionário cheio de revelação e
espírito...talvez fosse, mas ele nos falou:
― Eu não faço grandes esforços, apenas aplico os princípios que adquiri lendo o livro de Og
Mandino – O maior vendedor do mundo. Vocês poderão entender melhor sua capacidade pessoal se
lerem esta história.

A ESTÓRIA DO VENDEDOR

Hafid quer ser o maior vendedor do mundo, assim como é conhecido por seu pai adotivo Pathros.
Pathros resolve colocar o jovem Hafid à prova, dando-lhe uma túnica de sua fabricação, de ótima
qualidade com seu logotipo (uma estrela dourada) bordado no tecido. Hafid terá como tarefa: ir até a
cidade de Belém, que é considerada muito pobre, e vender essa túnica no prazo de quatro dias, pelo
preço que achar justo.

Hafid vai, mas, completamente sem ânimo, chegando àquela cidade montado em seu burrico,
oferece a túnica para as pessoas nas ruas, nas casas e para os soldados, sem conseguir vende-la. Na
última noite dos quatro dias, ele resolve dormir numa gruta que ficava atrás da hospedaria onde faz
suas refeições. Quando de se aproxima da gruta, percebe uma luz fraca vinda de seu interior.
Resolve entrar para verificar e fica surpreso ao ver um casal e um recém-nascido. O casal estava
encolhido e tremia de frio, pois tinha tirado cada um sua túnica para cobrir a criança.
Hafid foi até onde estava seu burrico, pegou a túnica vermelha que deveria ter vendido e cobriu o
recém-nascido com ela. Devolveu as túnicas do casal que permaneceu em silêncio, e saiu, montou
em seu burrico para voltar ao acampamento para se encontrar com seu pai. Ao chegar, muito
desanimado ao acampamento, ainda pensava como diria a ele que em vez de ter vendido a túnica, a
deu sem receber nada em troca, viu então seu pai que olhou para ele assombrado, pois uma estrela
emitindo uma luz que deixava a noite como o dia, parecia tê-lo seguido até ali.

Hafid, envergonhado, contou a seu pai o que acontecera, que havia falhado como vendedor, e
pior, havia dado a túnica para um casal desconhecido cobrir uma criança recém-nascida. Pathros
emocionado, falou que Hafid não havia falhado e a partir daquela noite seria seu sucessor como O
Maior Vendedor do Mundo. Pathros em seu leito de morte, sentindo que sua missão fora cumprida,
passou para o filho Hafid o baú contendo os dez pergaminhos de couro, onde estavam escritos os
segredos para ele se transformar no Maior Vendedor do Mundo. A primeira orientação era para que
Hafid lesse cada pergaminho durante trinta dias seguidos, ao acordar, ao entardecer e antes de ir
dormir. Para colocar em prática os segredos dos pergaminhos, todos os ensinamentos neles contidos
teriam que
estar incorporados em Hafid.

Assim ele fez, abriu o baú, retirou o pergaminho de número um e começou a ler: Amor por si e
pelos outros, ricos, pobres, arrogantes, humildes, persisitir até conseguir, colocar um tijolo
de cada vez, retirar do vocabulário palavras e expressões como: desistir, improvável,
incapaz, fracasso, impraticável, fora de cogitação, impossível, sem esperança e recuo. Pois
são palavras e expressões de tolos. Mesmo que o desespero tente me contagiar, prosseguirei assim
mesmo. Ignorarei os obstáculos sob meus pés e manterei meus olhos
firmes nos objetivos acima de minha cabeça.

- Persistirei até alcançar êxito.


- Tentarei e tentarei e tentarei de novo.
- Jamais permitirei que o dia termine com um fracasso.
- Esquecerei os acontecimentos do dia anterior, sejam eles bons ou maus, e saudarei o
novo dia com a certeza que será o melhor dia de minha vida.
- Tudo que eu ganhar, dividirei com os pobres.
- Se persisto bastante, vencerei. Sou único, não existe ninguém no mundo que ande ou fale igual à
mim. Eu sou o maior milagre da natureza.
- Eu persistirei.
- Eu vencerei.

Seguindo esses ensinamentos Hafid transformou-se no Maior Vendedor Do Mundo, e muito rico.
Quando pressentiu que o próximo escolhido estava para aparecer, doou toda sua riqueza para os
pobres, ficando apenas com o suficiente para viver com conforto o tempo que lhe restava. Um certo
dia apareceu no portão do palácio de Hafid um homem maltrapilho, querendo falar-lhe com urgência.
Hafid ouviu toda sua história, pois esse homem dizia ter sido ali enviado por Jesus, o Messias. Trazia
consigo uma túnica vermelha suja e manchada de sangue, com a estrela de Pathros bordada em seu
tecido.
Hafid segurando a túnica emocionado, pediu que o homem lhe contasse tudo que sabia sobre a
história de Jesus Cristo. O homem contou que Jesus Cristo havia nascido numa gruta em Belém.

A PERCEPÇÃO FINAL E A VISÃO DO ESPÍRITO

Tudo bem a estória é boa, não quero ser o cético de plantão, mas eu consegui fazer uma
missão normal sem ler esta história, assim como outros milhares de missionários, agora olho para
trás e coloco na balança esta decisão, poderia eu ter mudado minha missão, minha vida ou minhas
decisões se os aplicasse?

Em um certo momento de minha vida no campo missionário, percebi então, que o que eu
queria, era apenas “estar no Topo de lista”, em vez de fazer aquilo que o Salvador me pedira a
fazer em minha benção patriarcal

– “...o Pai Celeste te abençoa com os dons e habilidades para pregares o Evangelho,
para levar a sua palavra a todos as pessoas que estiverem a teu alcance...”; Entendi então
não era necessário batizar toda a cidade, apenas as que estivessem ao meu alcance, devia lembrar
em ser antes de tudo o ensinamento de introspecção do Salvador...

“E houve também entre eles contenda, sobre qual deles parecia ser o maior.
E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre
eles são chamados benfeitores.
Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa
como quem serve.
Pois qual é maior: quem está à mesa, ou quem serve? Porventura não é quem está à mesa?
Eu, porém, entre vós sou como aquele que serve”
Lucas 22:24 e 26

Era no entanto, uma tentação muito grande me arrastar à certeza de que é necessário seguir
os valores de papel para ser um missionário topo de lista; No fundo eu aprendi que o que mais
importava não era vender o que acreditava, mas antes de tudo, acreditar naquilo que estava
oferecendo.

Confesso não me frustrar com os ensinamentos da estória de Og Mandino, mas não devemos
esquecer, e não só esquecer, orar para que o espírito esteja com aqueles missionários e membros
desta santa Igreja, que acreditarem na verdade de que estão fazendo a vontade do Deus Altíssimo,
(que é perfeita) e cumprindo-a pelos motivos corretos, com a visão pessoal do alcance limitado que
ele próprio estabeleceu para nossas mãos.

È um desejo que nutro no fundo de minha alma.


Em nome do Mestre Jesus Cristo, Amém.
AS DEZ LIÇÕES DO MAIOR VENDEDOR DO MUNDO:

1) Hoje começo uma vida nova. Formarei bons hábitos e me tornarei escravo deles.

2) Amarei todos os comportamentos dos homens, pois cada um tem qualidades a serem admiradas,
mesmo se estiverem ocultas.

3) Persistirei até alcançar o êxito. Jamais aceitarei a derrota e retirarei de meu vocabulário palavras
como desistir, não posso, incapaz, impossível, fora de cogitação, improvável, fracasso, impraticável,
sem esperança e recuo, pois são palavras e expressões de tolos. O êxito de ontem não se
transformará em complacência hoje, uma grande razão de fracasso.

4) Concentrarei minha energia no desafio do momento. Os problemas caseiros serão deixados em


casa. Os problemas da feira serão deixados na feira.

5) Viverei hoje como se fosse meu último dia. Não desperdiçarei um momento sequer velando os
infortúnios ou as derrotas de ontem. Cada minuto de hoje será mais frutífero em relação ao dia de
ontem.

6) Serei dono de minhas ações. O fraco deixa seus pensamentos controlarem suas ações. Os fortes
forçam suas ações a controlarem seus pensamentos.

7) Cultivarei o hábito de rir. Nenhuma criatura viva ri, à exceção do homem. Na adversidade, para
manter minha vida em equilíbrio, ensaiarei as palavras “Isto também passará”, ensinadas pelos
antigos. Jamais trabalharei para ser feliz, mas, sobretudo, para permanecer ocupado e não ser triste.

8) Estabelecerei objetivos para cada dia, cada semana, cada mês, cada ano e para minha vida. Ao
fixar meus objetivos, pensarei em meu melhor desempenho. Superar os feitos dos outros é
importante; superar meus próprios feitos é tudo.

9) Agirei agora. Não evitarei as tarefas de hoje e não as deixarei para amanhã. Para vencer o medo,
devo sempre agir sem hesitação.

10) Eu suplicarei, mas apenas pedidos de orientação. Jamais suplicarei pelas coisas materiais do
mundo ou dádivas de ouro, amor, vitórias, fama, êxito ou felicidade.

You might also like