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Produto editorial, linha editorial, selo, marca, série e coleção: uma

pesquisa em busca de definições


Luzimar Gomes de Paiva

PRODUTOS EDITORIAIS OU LINHAS EDITORIAIS


De acordo com Corte (2010),
consideram-se produtos ou linhas editoriais os materiais bibliográficos,
educativos, informativos, normativos, técnicos e científicos produzidos e
veiculados em diferentes suportes e mídias, classificados como publicação
periódica, não periódica e seriada, como se segue:
a) publicação periódica, aqui incluídos os boletins, revistas técnicocientíficas,
revistas informativas, catálogos, cadernos, entre outros, devendo cada
título contar com um conselho editorial específico. É objeto de ISSN;
b) publicação não periódica contempla livros, manuais, anais de congressos e
outros eventos técnico-científicos, normas, projetos, programas, relatórios,
bibliografias, teses e dissertações. É objeto de ISBN. Para cada publicação,
é recomendável a existência de um editor e um conselho editorial para
todas as publicações não periódicas;
c) publicações seriadas incluem o conjunto de publicação organizada sob
determinado tema, ou que receba a identificação de uma série, tais como
material instrucional para determinado curso, legislação, estatística, dados
históricos, entre outros, objeto de ISSN ou ISBN, conforme o caso. Para
cada série, é recomendável a existência de um editor e um conselho
editorial para todas as séries (CORTE, 2010, p. 120).

Corte (2010) ainda ressalta que


para cada um dos produtos editoriais anteriormente mencionados, devem ser
estabelecidos os seguintes itens:
a) título da publicação;
b) abrangência temática;
c) periodicidade;
d) comunidade usuária;
e) editor responsável;
f) cronogramas, prazos para aceitação de trabalhos;
g) idioma;
h) tiragem;
i) critérios para aceitação de trabalhos;
j) características de autores convidados;
k) condições a serem cumpridas para firmar o contrato de cessão de direitos
autorais;
l) formas de distribuição e divulgação;
m) projeto gráfico (CORTE, 2010, p. 121).

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SELO OU MARCA
Trata-se de marca criada para lançar produtos específicos de um segmento.
Basicamente busca refletir personalidade e/ou estilo agradável e relevante a um
determinado público. Ele ajuda na organização e na visualização do catálogo pelos
compradores.
Entretanto o conceito de selo não está muito claro, uma vez que cada editor e/ou editora
faz uso dele com fim diversificado (público-alvo, temas, tiragem de livros, publicações
independentes, aquisição de outras editoras, etc.). Geralmente os selos representam as
linhas editoriais adotadas por uma editora.

SÉRIES E COLEÇÕES
Coleção

Trata-se de conjunto limitado de publicações de um ou diversos autores, impresso em


determinado número de volumes físicos com objetivo de facilitar a consulta e o
processo gráfico, quando o conteúdo for muito extenso. Cada volume dessa coletânea
poderá ter seu título próprio e ser ou não numerada. As obras distintas constantes dessa
compilação poderão estar reunidas sob um título comum ou coletivo, que é o título
próprio da coleção.
A forma de paginação da obra fica a critério do editor. Dessa forma, ela poderá ser
sequencial ou iniciar a cada volume. Entretanto, se os volumes forem divididos por
especialidades, a numeração de cada volume deve ser distinta. Todas as informações
sobre a estrutura física da obra devem ser contempladas em cada um dos volumes
(folhas técnicas, sumário, etc.).
Os dados sobre a numeração de volumes da coleção deverão figurar no anverso da
folha de rosto em algarismos arábicos, que substituem os números por extenso e outros
algarismos, como os romanos. Quando o título próprio da coleção é composto por um
título comum e um título dependente, a numeração do título comum é omitida.

Subcoleção

Refere-se à coleção que é uma parte de uma coleção numerada (coleção


principal). A subcoleção pode ou não ter um título dependente da coleção
principal.

Série

Constitui-se de itens separados com autores e títulos próprios sobre um tema específico
ou não, publicados por um mesmo editor sob um título comum. O conjunto de livros
a ser inseridos em uma série é ilimitado.
As informações da série (título, título paralelo, subtítulo, nome do primeiro
organizador ou responsável, numeração interna sequencial da obra dentro da série)
devem figurar no verso da folha de rosto. Opcionalmente, esses dados podem ser
dispostos também na capa e/ou folha de rosto da publicação. Em geral, a série obedece
a um plano editorial, que estabelece quais são os assuntos afins similares e as
características físicas semelhantes.

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Subsérie

Trata-se de uma série dentro de outra, isto é, uma série que sempre aparece em
conjunto com outra, geralmente mais abrangente, da qual constitui uma parte.
Seu título pode ou não ser dependente do título da série principal.

Coleção e série editorial são “recursos criados pelos editores ou pelas instituições
responsáveis, para reunir conjuntos específicos de obras que recebem o mesmo
tratamento gráfico-editorial (formato, características visuais e tipográficas, etc.) e/ou
que mantêm correspondência temática entre si”. Esses meios podem “reunir
monografias (por exemplo: Coleção Primeiros Passos, Série Nossos Clássicos, Série
Literatura Brasileira, Série Relatórios) ou constituir publicação editada em partes, com
objetivo de formar futuramente uma coleção completa (por exemplo: Série Século XX,
Série Bom Apetite, entre outras)” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2002, p. 2).

DEFINIÇÕES

Folha de rosto – folha que contém os elementos essenciais à identificação do trabalho,


também chamada de rosto. Elemento obrigatório constituído de
anverso e verso.
Publicação periódica – publicação em qualquer tipo de suporte, editada em unidades
físicas sucessivas, com designações numéricas e/ou
cronológicas e destinada a ser continuada indefinidamente.
Não se deve confundir publicação periódica com publicação
seriada.
Publicação seriada – publicação que utiliza qualquer tipo de suporte, editada em
partes sucessivas com designações numéricas ou cronológicas
e destinada a ter continuidade indefinidamente. Inclui
periódicos, revistas ilustradas, revistas eletrônicas, diretórios
publicados em partes sucessivas, relatórios anuais, jornais,
memórias, atas e comunicações de sociedades e séries
monográficas numeradas.
Título alternativo – segunda parte de um título próprio composto de duas partes (sendo
que cada uma se apresenta como um título), ligados entre si pela
expressão “ou”, ou o seu equivalente noutra língua.
Título coletivo – quando uma publicação compreende várias obras individuais.
Título comum – parte do título apresentado por um conjunto de publicações ligadas
entre si e que se junta aos diferentes títulos de cada seção. Serve para
indicar essa relação e, junto com o título da seção, identifica cada
publicação. Esse título pode ser igualmente comum a uma publicação
principal e ao seu ou seus suplementos, ou a uma coleção principal e
à sua ou suas subcoleções, assim que ao suplemento ou suplementos
ou a subcoleção ou a subcoleções apresentem um ou mais títulos
dependentes.
Título dependente – título que, isoladamente, não é suficiente para identificar uma
publicação e que requer a adição de um título comum, ou o título

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da publicação principal, ou o título da coleção principal. São
exemplo, os títulos de seção, certos títulos de suplementos, certos
títulos de subcoleções.
Título paralelo – equivalente do título próprio (ou do título de uma obra específica que
faça parte de uma publicação sem título coletivo) noutra língua e/ou
escrita e que se apresente como um equivalente do título próprio. Os
títulos paralelos podem também existir relativamente às menções de
coleção e de subcoleção.
Título próprio – título principal de uma publicação, isto é, o título de uma publicação
tal qual figura na página de rosto ou seu substituto. O título próprio
pode incluir um título alternativo, mas exclui os títulos paralelos e as
informações de outro título. Uma coleção ou uma subcoleção tem
igualmente os seus títulos próprios. Alguns títulos próprios são
compostos de vários títulos, designados título comum e título
dependente.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023:2002:


Informação e documentação, referências, elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. 24
p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6029:2002:


Informação e documentação, livros e folhetos, apresentação. Rio de Janeiro: ABNT,
2002a. 9 p.

CARRENHO, Carlo. Selos pra que te quero? Publishnews. 15 jul. 2016. Disponível
em: <http://www.publishnews.com.br/materias/2016/07/15/selos-pra-que-te-quero>.
Acesso em: 14 jul. 2017.

COELHO, Robson. Normas da ABNT: citações e referências bibliográficas.


[Documento eletrônico]. Disponível em:
<http://www.sistemas.ufrn.br/shared/verArquivo?idArquivo=826019&key=cd8a88fbc6
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CÔRTE, Adelaide Ramos e (org.). Publicações oficiais brasileiras: guia para


editoração. Brasília: Presidência da República, 2010. Disponível em:
<http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/publicacoes-oficiais/publicacoes-oficiais-
brasileiras-guia-para-editoracao-cor>. Acesso em: 18 jul. 2017.

ISBD(M): Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada para as Publicações


Monográficas (International Standard Bibliographic Description for Monographic
Publications). Rev. de 2002. Trad. de José Carlos Sottomayor. Lisboa: Biblioteca
Nacional; Jostis, 2005.

KFURI, Daniela. Selos, por que te quero? Publishnews.19 jul. 2016. Disponível em:
<http://www.publishnews.com.br/materias/2016/07/19/selos-por-que-te-quero>. Acesso
em: 14 jul. 2017.

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SELO e editora. Epiphonia. Disponível em:
<http://epiphonia.blogspot.com.br/2011/10/selo-e-editora.html>. Acesso em: 14 jul.
2017.

SOUZA, Maria Paixão Ferreira (coord.). Normas para apresentação de publicações


institucionais da Católica do Tocantins. Palmas, TO: Católica o Tocantins, 2015.
Disponível em: <http://www.catolica-to.edu.br/portal/portal/downloads/docs/biblioteca-
normas_apresentacao_publicacoes_institucionais.pdf>. Acesso em: 14 jul. 2014.

SOUZA, Marilda Barbosa Macedo. Manual para apresentação do trabalho


acadêmico e técnico-científico. 2. ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Ed. Câmara,
2010. 147 p. (Fontes de referência. Guias e manuais; n. 26).

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