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A ECONOMIA CONTEMPORÂNEA MUNDIAL E O CRESCIMENTO ECONÔMICO

NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO

Rodrigo da Rocha Gonçalves1


Rogério Piva da Silva 2
Samanda Silva da Rosa3
RESUMO: A economia contemporânea mundial, reflexo do processo de globalização e das consequentes crises
econômico-financeiras tem causado efeitos devastadores nos países periféricos e seus processos de desenvolvimento
sustentável. Em linhas gerais, esses países enfrentam diversas restrições em sua trajetória rumo ao crescimento, entre
tais estão as limitações ao nível de investimento e poupança interna, a baixa relação capital/trabalho e elevados
déficits em conta corrente do balanço de pagamentos. Dessa forma, esta pesquisa teve por objetivo analisar
empiricamente os determinantes do crescimento econômico dos países emergentes na economia contemporânea
mundial. Para que esse objetivo fosse alcançado, utilizou-se de uma pesquisa de caráter dedutivo, por meio da
análise bibliográfica e quantitativa, com a estimação de um modelo de dados em painel. Os resultados mais robustos
foram os do modelo de efeitos fixos, eles permitem afirmar que o crescimento dos países que compõem a amostra
respondem: (i) positivamente a aumentos nas taxas de poupança interna e investimento e (ii) negativamente a
aumentos nas taxa de juros real, ao grau de incerteza mensurado pela taxa de inflação e pela variável dummy crises
financeiras. Ambas as afirmativas estão de acordo com a concepção dos modelos de hiatos.

PALAVRAS CHAVE: Crescimento econômico; países em desenvolvimento; economia contemporânea mundial.

ABSTRACT: The contemporary global economy, reflecting the process of globalization and the consequent
economic and financial crisis has caused devastating effects in peripheral countries and their development processes
sustainable. In general, these countries face various restrictions in its path toward growth, among such are the
limitations to the level of domestic savings and investment, low capital / labor ratio and high current account deficits
in the balance of payments. Thus, this study aimed to examine empirically the determinants of economic growth of
emerging countries in the contemporary world economy. For this goal to be achieved, we used a survey of deductive
character, through literature review and quantitative, with the estimation of a panel data model. The results were
more robust than the fixed effects model, they have revealed that the growth of the countries in the sample answers:
(i) positively to increases in the rates of domestic savings and investment and (ii) negatively to increases in interest
rates real, the degree of uncertainty measured by the rate of inflation and the financial crisis dummy variable. Both
these statements are consistent with the design models gaps.

KEY WORDS: Economic growth; developing countries; contemporary global economy.

Classificação do JEL: O40. O50. P10.


Área temática 2: Desenvolvimento econômico

1
Professor Assistente do Instituto de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis da Universidade Federal do
Rio Grande – Mestre em Economia – UFPEL. E-mail: rrochagoncalves@gmail.com.
2
Professor Associado do Instituto de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis da Universidade Federal do
Rio Grande – Doutor em Economia – UAM. E-mail: piva_furg@hotmail.com.
3
Acadêmica do Curso de Ciências Econômicas – Universidade Federal do Rio Grande. E-mail:
samanda_rosa@hotmail.com.
1. INTRODUÇÃO
A nova configuração do capitalismo mundial possibilitou um incremento sem precedentes do
fluxo de capitais, especialmente a partir da década de 90 em decorrência direta da liquidez do
mercado internacional, da desregulamentação das economias nacionais e das estratégias das
empresas multinacionais. Consequentemente, as economias aumentaram a sua dependência em
relação ao cenário econômico mundial, principalmente os países em desenvolvimento.
As crises financeiras ocorridas em alguns países do mundo, entre os quais o México, no
final de 1994, ou em países da Ásia e na Rússia, colocaram em dúvida os benefícios do processo
de liberalização comercial e financeira. Dessa forma, com a globalização financeira e produtiva, é
primordial para que os países obtenham mercados eficientes que ocasionem primeiramente um
controle interno para adoção de políticas econômicas, podendo sentir menos os reflexos das
crises externas.
A crise cambial do México no final de 1994 gerou uma contração nas transferências
internacionais de capitais, afetando vários países, inclusive o Brasil. No início de 1995, alguns
destes começaram a utilizar o mecanismo de bandas cambiais e as taxas internas de juros mais
elevadas. Medidas estas, adotadas para atrair capital.
A crise financeira nos mercados do sudeste asiático, em 1997, gerou alterações no cenário
mundial, pressionou o mercado de câmbio e ocasionou significativa perda das reservas
internacionais. Posteriormente, os mercados emergentes foram afetados em 1998, como reflexo
da crise asiática do ano anterior, além da instabilidade na Rússia. Os investidores voltaram-se aos
ativos de menor risco, limitando seus recursos aos países em desenvolvimento, ocasionando a
retração da liquidez externa. Assim, houve perda excessiva de reservas internacionais por parte
de alguns países, inclusive o Brasil, que acabou voltando ao sistema de livre flutuação.
Nos primeiros anos do século XXI, a economia mundial entra em um ciclo de expansão,
com elevação do produto interno bruto de diversos países, oriundos da maior liquidez do mercado
de capitais, do aumento expressivo dos fluxos comerciais e da redução da incerteza do cenário
macroeconômico internacional.
Entretanto, em 2008, o cenário financeiro foi marcado pela crise americana das hipotecas
chamada subprime. O aumento da taxa de juros de 1% para 5,25% pelo Federal Reserve, entre o
segundo trimestre de 2004 e o segundo trimestre de 2007 foi determinante para que em pouco
tempo, os tomadores das hipotecas subprime não conseguissem honrar seus compromissos.
Segundo Júnior e Filho (2008), a crise continuou se agravando, pois, em meados de setembro de
2008, as autoridades americanas decidiram não prover apoio financeiro ao banco de
investimentos Lehman Brothers, culminando na sua falência.
A nova configuração da economia mundial, fruto do processo de abertura comercial e
financeira do final da década de 80, pode resultar em crises econômicas globais, as quais têm
consequências adversas, entre tais, volatilidade no fluxo de capitais e contração do comércio
internacional, fatos danosos, principalmente aos países em desenvolvimento.
Países em desenvolvimento geralmente possuem um padrão de vida médio e um Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) variando entre médio e elevado, segundo dados do Relatório de
Desenvolvimento Humano (2010). Além disso, estudos recentes indicam que a dinâmica de
crescimento econômico desses países difere dos desenvolvidos, fato que pode ser observado na
tabela 1 em anexo, a qual demonstra as diferenças de renda percapita entre tais países.
Com o intuito de analisar as restrições ao crescimento econômico dos países em
desenvolvimento, Chenery e Bruno (1962) formalizaram o chamado modelo de dois hiatos,

2
seguindo a fundamentação teórica Harrod (1948) e Domar (1957). Mais adiante, Bacha (1989 e
1990) inseriu o hiato fiscal, originando o modelo de três hiatos.
A nova etapa da economia mundial, associada às consequentes crises econômico-
financeiras, tem causado efeitos devastadores, principalmente aos países em desenvolvimento, os
quais enfrentam diversas restrições ao seu processo de crescimento sustentado. Sendo assim, o
objetivo deste artigo é analisar os fatores determinantes do crescimento econômico desses países.
Para que isso fosse alcançado, utilizou-se de uma pesquisa de caráter dedutivo, por meio da
análise bibliográfica e quantitativa, com a estimação de um modelo de dados em painel, através
da coleta de dados em organismos internacionais.
Quanto à estrutura da pesquisa, após a introdução, na seção 2, realizou-se uma revisão de
literatura dos modelos de crescimento econômico e de hiatos. Na seção 3, apresentam-se os
dados e os procedimentos metodológicos. Na seção 4, os resultados serão descritos e discutidos,
enquanto que a seção 5 apresentará as conclusões da pesquisa.

2. TEORIAS DO CRESCIMENTO ECONÔMICO

2.1 Modelos Neoclássicos de crescimento econômico


Nesta seção, realiza-se uma análise da teoria Neoclássica do crescimento, baseando-se em
trabalhos como Solow (1956), Swan (1956), Lucas (1988), Romer (1986, 1990), Simonsen
(1991). Os quais teorizam sobre as principais variáveis que afetam a dinâmica de crescimento dos
países.
Os modelos neoclássicos exógenos explicitam que a acumulação de capital é propulsora do
crescimento econômico. Entre tais modelos, os de Solow e Swan, utilizam uma função de
produção que busca satisfazer a condição de proporções flexíveis no uso dos fatores. A
concepção dos autores é que a produtividade marginal do capital é decrescente, sendo assim, os
países pobres crescem mais rapidamente que os países ricos, à medida que os primeiros possuem
baixas taxas de acumulação de capital.
O modelo de Solow (1956) conclui que a propensão marginal a poupar determina somente
a relação capital-trabalho e a velocidade do ajustamento da economia ao estado estacionário, a
qual é determinada exogenamente pelas taxas de progresso tecnológico e de crescimento
populacional. Adicionalmente, aumentos na taxa de poupança proporcionam apenas a passagem
da economia de um estado estacionário para o outro.
Arraes e Teles (2000) indicam quatro diferenças entre os modelos exógenos e endógenos,
entre tais: i) Os modelos tradicionais enfatizam o capital físico como força motriz do crescimento
econômico, enquanto os modelos endógenos atribuem a mudança tecnológica e ao estoque de
capital humano LUCAS (1988). Nesse caso, ambos sendo encarados como mensurações do nível
de conhecimento agregado do modelo de ROMER (1986); ii) Os modelos de crescimento
exógeno, ao contrário dos modelos endógenos, não consideram a possibilidade de ocorrer
alteração no preço do processo de difusão do conhecimento diante de alterações nos parâmetros
tecnológicos da economia; iii) Os modelos de crescimento endógeno permitem um entendimento
da dinâmica dos efeitos da política econômica em geral sobre diferentes patamares de
crescimento, na medida em que políticas de comércio exterior, fiscal, educacional, de distribuição
de renda, de formação de infraestrutura e de incentivos ao progresso tecnológico constituem-se
em externalidades ao processo produtivo (spillovers). iv) Os modelos de crescimento endógeno
possibilitam a divergência entre os níveis de renda de economias distintas ROMER (1990).

3
Simonsen (1991) realizou um estudo importante dos principais modelos de crescimento
econômico, pertencentes à controvérsia Cambridge-Cambridge4, o autor teve como objetivo
explicar como as taxas de poupança afetam o crescimento econômico dos países no longo prazo.
Segundo Simonsen (1991), o modelo de Solow (1956) omitiu essa relação. Na concepção de
Simonsen (1991), a controvérsia Cambridge-Cambridge, com os modelos de Solow (1956),
Kaldor-Pasinetti (1974) e a síntese de Samuelson e Modigliani (1966), também pouco adicionou
de prático a teoria do crescimento econômico. O fulcro da discussão era saber se a relação
capital/produto se adaptava à taxa de poupança, como no modelo de Solow (1956), ou se a taxa
de poupança se ajustava à relação capital/produto, como no de Kaldor-Pasinetti.
Segundo Simonsen (1991) o mérito dos modelos Solow, Kaldor-Pasinetti e a síntese de
Samuelson e Modigliani era revelar que, na ausência de progresso tecnológico, o produto per
capita não poderia crescer geometricamente. O problema é que, nesses modelos, o progresso
tecnológico caía do céu. Além disso, a taxa de crescimento a longo prazo da economia dependia,
essencialmente, da taxa de progresso tecnológico, sendo pouco ou nenhum papel reservado a taxa
de poupança.
Lucas (1988) teve relevância na teoria do crescimento econômico, introduzindo o capital
humano na função de produção. Para ele, quanto menores forem as taxas de desconto das
utilidades do consumo futuro, maiores serão as taxas de poupança. Os investimentos em capital
humano e as taxas de crescimento a longo prazo são o resultado conjunto de menores taxas de
desconto das utilidades do consumo futuro.
Visando remodelar a teoria do crescimento econômico, Romer (1986, 1990) e Lucas (1988)
como outros, endogenizaram o progresso tecnológico, considerando tecnologia e capital humano
como essenciais para afetar o rendimento dos fatores produtivos. Os autores desses modelos
consideram o estoque de capital físico como um índice de conhecimento acumulado e de
experiências do tipo learning by doing, de forma a gerar externalidades que promovem
rendimentos crescentes no uso dos fatores ou spillovers ARRAES e TELES (2000).

2. 2. Crescimento econômico em países em desenvolvimento: Modelo de hiatos

2. 2. 1. Modelo de Hiatos5
As primeiras discussões sobre a necessidade de ajuda externa para o crescimento
econômico ocorreram nos anos 40 e 50, após a Segunda Guerra Mundial e a reconstrução da
Europa. Ao final dos anos 40, a percepção da existência de restrição ao crescimento econômico
de uma nação tornou-se bastante difundida entre os economistas norte-americanos, europeus e
latino-americanos. O norte-americano Hollis Chenery argumentou que essas restrições eram
oriundas da escassez de dólares.
Por outro lado, os economistas latino-americanos, cuja maior parte pertência a Comissão
Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL), órgão da Organização das Nações Unidas
(ONU), acreditavam que tal restrição ocorria em decorrência do chamado estrangulamento
4
As evidências do modelo de Solow (1956) geraram algumas controvérsias na teoria de crescimento econômico por
cerca de 20 anos. A fundamental dessas é que o crescimento de longo prazo e a poupança não mantinham relação de
dependência. Essas prerrogativas do modelo de Solow (1956) foram conhecidas como a controvérsia Cambridge-
Cambridge, com isso, as contribuições subsequentes de Kaldor (1956); Samuelson e Modigliani (1966) e Pasinetti
(1974), pouco acrescentaram para o restabelecimento das ideias iniciais do modelo de Harrod-Domar, o qual inferia
que o crescimento era afetado pela taxa de poupança.
5
As considerações sobre modelo de hiatos foram realizadas com base na dissertação de mestrado do autor.

4
externo dos países em processo de desenvolvimento. O principal teórico que defendeu esta
análise foi o argentino Raul Prebisch.
O modelo de dois hiatos, desenvolvido inicialmente por Chenery (1950) e formalizado por
Chenery e Bruno (1962), foi concebido para analisar as restrições ao crescimento econômico dos
países em desenvolvimento, especialmente o caso de Israel. Ele se fundamenta no modelo
Harrod-Domar6, incluindo a análise de uma economia aberta. A análise defende que os países em
desenvolvimento enfrentam duas limitações ao investimento: a insuficiência de reservas em
moeda estrangeira (hiato de divisas) e a escassez de poupanças pública, privada e externa.
O modelo de dois hiatos na visão de Damico (1984. p. 86) “é essencialmente de um modelo
de crescimento baseado na noção de acelerador de Harrod-Domar que permite prever uma taxa de
crescimento equilibrado do tipo fio da navalha”. Partindo da visão clássica do financiamento
externo como mera edição à poupança interna tomada como necessariamente insuficiente, As
consequências normativas advindas da concepção clássica de estrangulamento do crescimento
por insuficiência de poupança interna são claras: “i) aumento da propensão a poupar, via
concentração de renda ou pela potencializarão de um mercado de capitais; ii) elevação da relação
produto-capital”. (DAMICO, 1984. p. 860).
Bacha (1982) enfatiza que o modelo de dois hiatos, com o progresso da liberalização
comercial e financeira entre os países industriais, o florescimento das exportações mundiais e o
aumento da complexidade das relações econômicas (fluxo de capitais e mercadorias), geraram
descrédito entre os economistas com relação aos seus resultados, especialmente os ortodoxos.
Dessa forma, Bacha (1982) propõe uma reavaliação do modelo de dois hiatos, considerando a sua
importância na interpretação das condições econômicas dos países em desenvolvimento nos anos
80 maior do que a dos modelos alternativos da escola neoclássica.
No entendimento de Zini Jr. (1995, pág. 90), “o modelo de dois hiatos vem da literatura
sobre desenvolvimento econômico e aborda os fatores que limitam o crescimento de um país”.
Portanto, pode ser considerado um modelo de crescimento e não um modelo de estabilização. Ele
se orienta para questões de política econômica e integra ideias e preocupações existentes entre
teóricos de desenvolvimento, dentre os quais se podem destacar Chenery e Bruno (1962),
Chenery e Strout (1966) e Mckinnon (1964).
A idéia básica do modelo de dois hiatos, segundo Junior (1995) é que nos países em
desenvolvimento o crescimento é constrangido pela falta de recursos e não pela falta de
oportunidades de investir. “O crescimento pode ser constrangido pela poupança doméstica
insuficiente para derivar investimento necessário, bem como pela falta de moeda estrangeira
necessária para importar as máquinas e equipamentos requeridos pela indústria.”(JUNIOR.1995.
p. 90).
Adicionalmente ao modelo de dois hiatos, Bacha (1989) expõe um terceiro hiato,
chamado de hiato fiscal, que ocorre devido às dificuldades de investimentos públicos em
infraestrutura e em indústria de base por parte dos países em desenvolvimento. Tais dificuldades
se explicam pelas restrições orçamentárias governamentais, motivadas pelas altas taxas de
inflação e por outros desequilíbrios macroeconômicos. Dessa forma, o investimento privado é
condicionado pela incapacidade de geração de poupança pública.

6
Segundo Simonsen (1995. p.490), o chamado modelo de Harrod-Domar é uma adaptação das contribuições Harrod
(1948) e Domar (1957) à teoria do crescimento econômico e cuja formalização se dá em uma economia fechada.
Embora se constituam em estudos separados, o modelo recebeu essa denominação devido à similaridade entre os
resultados obtidos na abordagem das determinantes das taxas de crescimento.

5
O modelo de três hiatos proposto por Bacha (1989) é considerado uma extensão do modelo
de dois hiatos de Chenery e Bruno (1962). A derivação completa do modelo de três hiatos pode
ser visualizada em Bacha (1989).
Resumidamente, segundo Bacha (1989), o modelo de três hiatos é um exercício de
maximização do investimento, considerado como um modelo de crescimento de um período com
preços fixos, sujeito a algumas restrições representadas por: i) equações, entre tais, em igualdade:
renda e absorção; identidade do balanço de pagamento e a igualdade entre os fluxos de oferta e
demanda, e por restrições em desigualdade: a renda observada não pode ser maior que a potencial
as exportações realizadas não podem superar a por exportações; e o investimento privado não
pode ser maior do que K*. Além disso, são consideradas predeterminadas as seguintes variáveis:
“consumo privado; as importações de não sejam em bens de capital; superávit na conta corrente
do orçamento do governo; taxa de inflação; e as transferências externas; e ii) inequações.”
(BACHA. 1989. p. 219).
Um resultado inicial do modelo de três hiatos é que o conceito de transferências externas é
mais relevante do que o de poupança externa para analisar as interações financeiras entre o país
em desenvolvimento e o resto do mundo. Isso ocorre porque o cálculo da poupança externa não
leva em conta as saídas a título de serviços de fatores, as quais são internamente predeterminadas
pela dinâmica interna da política econômica.
Outro resultado do modelo é o de que a restrição fiscal pode ser definida
independentemente da restrição global de poupança. Para isso, são necessárias as seguintes
condições, as quais correspondem à realidade de muitos países em desenvolvimento: 1) a de que
nos países de industrialização tardia o investimento público seja complementar ao privado; e 2) a
de que o mercado doméstico de capitais seja restrito, o que leva à necessidade da existência da
senhoriagem ou do imposto inflacionário, como únicas alternativas para o financiamento dos
déficits públicos dos governos desses países.
Bender e Lowenstein (2005) realizaram uma aplicação empírica do modelo de dois hiatos
com uma reformulação baseada nos modelos de crescimento neoclássicos. Para um conjunto de
países, constataram que o coeficiente de poupança doméstica tem uma correlação positiva com o
nível de investimento e com as taxas de crescimento do produto.

3. BASE DE DADOS, PAÍSES DA AMOSTRA E METODOLOGIA

3.1. Base de dados


Com o objetivo de analisar os determinantes do crescimento dos países em
desenvolvimento 1990-2008, será utilizada a metodologia bibliográfica e quantitativa com a
utilização de um modelo de dados em painel7, com variáveis oriundas dos modelos de
crescimento, as quais são explicitadas abaixo:
Crescimento econômico (CRESC): Considerou-se a taxa de variação do PIB percapita real de
cada pais, a série foi extraída Development Research Institute8, com ano base 1990;

7
Para mais informações sobre dados em painel, ver em Greene (2002), Gujarati (2003), Johnston e Dinardo (1997),
Wooldridge (2002).
8
Todas as séries extraídas do Development Research Institute tem fonte primária. O Fundo Monetário Internacional
e o Banco Mundial e estão disponíveis em: http://nyudri.org/resources/global-development-network-growth-
database/

6
Taxa de investimento (INV): Taxa de investimento de cada país em percentual do PIB. A série
foi extraída do Development Research Institute, com ano base 1990;
Poupança interna (PINT): A soma das poupanças pública e privada em percentual do PIB. A série
foi extraída do Development Research Institute, com ano base 1990;
Taxa de juros real (JUROS): A variação da taxa de juros real em cada país. A série foi extraída
do Development Research Institute, com ano base 1990;
Inflação (INF): A variação da taxa inflação, serve como referência da incerteza em cada país,
série foi extraída do Development Research Institute, com ano base 1990;
Poupança externa (PEXT): O saldo da conta corrente do balanço de pagamentos, pode ser
considerado um indicador de solvência externa do país. A série foi extraída do Development
Research Institute, com ano base 1990.
Dummy crises financeiras (Dcrises): Variável binária com valor zero (0) para anos que não
ocorreram crises financeiras com desdobramentos internacionais e um (1) para anos que
ocorreram crises financeiras.
Cabe ressaltar, que o conjunto de dados coletados das variáveis anteriores está expresso em
termos reais.
Os países em desenvolvimento que compõem a amostra 9 foram selecionados com base na
definição do Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) das nações Unidas. Considerou-se
também a disponibilidade de séries históricas de cada país

3.2. Dados de painel 10


Para analisar empiricamente os determinantes do crescimento econômico dos países em
desenvolvimento de 1990-2008, utilizou-se a metodologia de dados em painel. O uso de dados
em painel deve-se a disponibilidade de dados de corte para todos os países que compõem a
amostra, mas poucos com série de tempo; além de apresentar a vantagem de contar com mais
graus de liberdade do que análise cross-section. Dessa forma, o resultado obtido na regressão de
dados de painel possui maior confiabilidade e robustez.
Considere a seguinte especificação, segundo Wooldridge (2002), a respeito da estimação
em dados de painel:
Onde as unidades de cross-section possuem n>1 e períodos T > 1:
Yit  ai  X itj    it
(1)
Onde:
a i =Constante;
Yit = o valor da variável dependente para a unidade i no instante t, sendo i = 1,..., n e t = 1,... T;
X itj = o valor da j-ésima variável explicativa para a unidade i no instante t (onde há j = 1,..., K);
 it = termo de erro para i-ésima unidade em t.
Na literatura econométrica, observa-se três tipos de modelos em painel: i) Modelos
agrupados “Pooled” (MAG), neste caso a estimação é feita assumindo que os parâmetros a i e

9
Os países da amostra são: Argentina (ARG), Bolívia (BOL), Brasil (BRA), Chile (CHL), China (CHIN), Colômbia
(COL), Costa Rica (CRI), Equador (EQUA), Egito (EGT). Guatemala (GTM), Índia (IND), Indonésia (IDN),
México (MEX), Paquistão (PAK), Paraguai (PAR), Peru (PER), África do Sul (ZAF), Tailândia (THA), Uruguai
(URY) e Venezuela (VEN).
10
Mais detalhes ver Greene 2000 e Johnston e Dinardo 1997.

7
 são comuns para todos os indivíduos; ii) Modelos com efeitos fixos (MEF), Modelos com
efeitos aleatórios (EA).
Cabe ressaltar que os modelos de dados de painel (MEF) e (MEA) são diferenciados pelos
seus  it , que são constituídos por um elemento que varia com i, mas que permanece constante ao
longo do tempo, podendo ser correlacionado com as variáveis explicativas, representadas por  it
e um componente que varia não sistematicamente com i e t, representado por  it .
Se  it , não for correlacionado com X itj , origina o chamado modelo de efeitos aleatórios
(MEA). Já se  it , for correlacionado com X itj , temos o modelo de efeitos fixos (MEF).
O modelo de dados de painel admite o uso de dois estimadores com distintas propriedades:
se os efeitos não estão correlacionados com as variáveis explicativas, o estimador de MEA é
consistente eficiente, e neste caso o estimador de MEF originará estimativa consistente, no
entanto não eficiente. Contudo, se os efeitos estão correlacionados com as variáveis explicativas,
o estimador de MEF é consistente e eficiente, enquanto o de MEA é não consistente.
A definição da escolha do modelo mais adequado ao conjunto de dados, pode ser realizada
a partir de alguns testes econométricos, entre tais, o teste F, para avaliar a hipótese nula de que
todas as unidades seccionais possuem o mesmo intercepto. Caso o p-valor obtido no teste F seja
baixo, rejeita-se a hipótese de que o modelo de Mínimos Quadrados Agrupados seja o mais
apropriado. Através da verificação do teste de Hausman (1978), pode escolher por uma ou outra
(MEF ou MEA) especificação. A estatística deste teste terá sob a hipótese nula que o estimador
de MEA é o mais adequado, distribuição assintótica de um  2 com k graus de liberdade.
Recentemente os trabalhos empíricos com dados em painel, incluindo Lin e Chu (2002),
verificaram analogamente aos estudos em séries temporais, a necessidade do teste de
estacionariedade das variáveis em dados em painel, sendo necessário, a realização do teste da raiz
unitária, pois a existência de variáveis não estacionárias prejudica análise dos modelos estimados,
confrontando a hipótese nula de que as séries são integradas de primeira ordem, com a hipótese
alternativa de que essas não apresentam raiz unitária, ou seja, são estacionárias.
Para atender o objetivo do trabalho, vamos usar um modelo de painel desequilibrado, ou
seja, com diferente número de observações para cada unidade seccional, onde as unidades de
cross-section possuem n>1 e períodos T > 1. O modelo a ser estimado segue abaixo:

Modelo (1)
cresc ai  B1P int it  B 2 Invit  B3 Jurosit  B 4 Inf it B5 X it  B6 DCRISES u it (1)
Onde: Crescit é a variação do PIB Percapita de cada país i do período t ; P int it poupança
interna de cada país i no período t ; INVit taxa de investimento de cada país i no período t ;
JUROSit taxa de juros real de cada pais i no período t ; INFit taxa de inflação de cada país i no
período t , PEXT it poupança externa de cada país i no período t ; DCRISES it dummy que capta
os efeitos das crises financeiras em de cada país i no período t e u it é o termo de erro aleatório
(ruído branco). Considerando t  (1,2,3...............T ) onde 1  1990 e T  2008 .

8
4. RESULTADOS
Abaixo, faz-se a exposição dos resultados obtidos com suas respectivas análises. A variável
dependente é a variação do PIB percapita real (CRESC). A tabela 2 apresenta os resultados das
regressões. A definição entre os modelos de dados em painel ocorreu levando em consideração: i)
O teste F; ii) O teste de Hausman; iii) Equilíbrio dos dados no painel. Os critérios anteriores
indicaram o modelo de efeito fixo.

TABELA 2 – Estimação dos determinantes do crescimento econômico dos países em desenvolvimento


Modelo agrupado Modelo I Modelo II
Variáveis independentes MEF MEA
-1.942002* -6.061259*** -2.296117*
(-3.685142)
Constante (-2.286282) (-2.253727)
0.243444*** 0.273935*** 0.230190***
INV (5.509624) (4.634776) (4.874307)
0.084237** 0.226307*** 0.108309**
PINT (2.737407) (3.650340) (2.988547)
-0.025439*** -0.053740** -0.037391**
JUROS (-1.940992) (-2.993836) (-2.607103)
-0.001481** -0.001699*** -0.001597*
INF (-3.223847) (-3.710167) (-3.608717)
-0.042652** -0.020768 -0.034733*
PEXT (-2.750121) (-0.648554) (-1.826661)
-1.548384*** -1.192066 -1.440485***
DCRISES (-4.091793) (-3.299571) (-4.033376)
R² 0.334907 0.413622 0.276378
Estatística F 6.101395 14.50858 12.45214
Nº. Obs. 338 338 338
DW. Durbin-Watson stat 1.42 1.66 1.51
24.916011
Teste Hausman (0.0004)
FONTE: cálculos efetuados no software Eviews 7.
Obs. 1: *** significativo a 1%, ** significativo a 5% e * significativo a 10%
Obs. 2: Os números entre parênteses representam os valores dos testes t.

Os resultados explicitados na tabela 2 do MEF demonstram que apenas a variável


exportação (PEXT) não se mostrou estatisticamente significante com a variável dependente. Por
outro lado, as variáveis: investimento (INV); Poupança interna (PINT); taxa de juros real
(JUROS) e taxa de inflação foram estatisticamente significantes com a variável dependente.
Analisando o coeficiente de determinação R 2 , ajustado do modelo de efeito fixo, percebe-se que
9
cerca de 41% das variações no crescimento econômico dos países em desenvolvimento
selecionados foram explicados por alterações (INV), (PINT), (JUROS), (INF) e (DCRISES).
O resultado do MEF representado na tabela 2 indicou que as taxas de investimento tiveram
maior impacto no crescimento econômico dos países em desenvolvimento do que as outras
variáveis. Um aumento de 1% no investimento promove um incremento 0,27% do crescimento
desses países. Os modelos de crescimento, especialmente o modelo de hiatos, explicitam a
importância da acumulação de capital físico para o incremento na capacidade produtiva de uma
região ou país.
Adicionalmente, Musgrave (1980) e Wagner (1983) mencionam a importância do fomento
ao investimento do setor público, sendo um importante fator nos primeiros estágios de
desenvolvimento dos países. Tal fato se dá em virtude de que, nesta fase inicial existe a
necessidade de investimentos, especialmente em infraestruturas sociais e econômicas, tais como
transporte, estradas, saneamento e educação, isso é valido principalmente aos países em
desenvolvimento.
Além disso, uma elevação da poupança interna em 1% aumenta o crescimento econômico
dos países em desenvolvimento em 0.22%, segundo os resultados do MEF. Isso ocorre porque a
maior poupança interna significa menor dependência de geração de déficits em transações
correntes (poupança externa) e mais recursos disponíveis para o governo financiar o investimento
público e privado. Cabe ressaltar, que o resultado anterior foi defendido por Simonen (1991).
Com relação aos impactos positivos do investimento e da poupança interna sobre o
crescimento econômico, os dados internacionais indicam que países que obtém maior
crescimento do PIB são os que possuem maiores taxa de investimento e poupança. Isso é válido
principalmente para países em desenvolvimento, como por exemplo, Índia, Chile e China (ver
tabelas 3, 4 e 5 em anexo).
Outro resultado importante do MEF, explicitado na tabela 2, foi que a taxa de juros real
apresentou relação inversa com a taxa de crescimento econômico dos países selecionados, e uma
redução da taxa de juros real de 1% promove um crescimento do produto percapita de 0,05%.
Sendo assim, quanto maiores forem essas taxas de juros, menores serão as possibilidades de
concessão de crédito e acumulação de capital. Salienta-se ainda, que alguns dos países analisados
possuíam altas taxas de juros real no período 1990 a 2008, entre tais, Brasil, Bolívia, Uruguai e
Equador.
A inflação, variável explicativa que mensurou o grau de incerteza de cada país, apresentou
uma relação negativa com o crescimento econômico desses países, conforme demonstra o
resultado do MEF da tabela 2. Essa relação inversa é teorizada na literatura econômica11. O
modelo de três hiatos proposto por Bacha (1989) enfatiza que países em desenvolvimento
apresentam um histórico de inflação alta, e por isso, incapacidade de realizar os investimentos
públicos, dessa forma, o crescimento econômico desses é restringido pelo chamado hiato fiscal.
Ressalta-se ainda, que a variável dummy crises financeiras mostrou-se estatisticamente
significante, essa variável apresentou uma relação inversa com a variável dependente, como
demonstra a tabela 2. Percebe-se que entre 1990 a 2008 ocorreram algumas crises financeiras
11
Pode-se destacar a opinião de Stockman (1981) quando ele enfatiza que, em uma economia com restrição de
liquidez, uma alta taxa de inflação esperada reduziria a atividade econômica, pois esta tem um efeito similar a uma
taxação sobre o capital produtivo. Na concepção de Friedman (1977), a variabilidade da taxa de inflação distorce a
informação contida em preços de mercado, o que contribui para a redução do crescimento do produto. Fischer (1993)
encontra uma relação negativa e estaticamente significativa entre inflação e crescimento.

10
com reflexos na economia internacional, entre os quais o México, no final de 1994, Ásia 1997 e
na Rússia 1998, Brasil 2001, e recentemente EUA, essas restringiram o crescimento econômico
dos países em desenvolvimento que compuseram a amostra.
A partir da tabela 2.A, em anexo, relaciona-se a constante comum do MEF com o
coeficiente específico de cada país, percebe-se que os coeficientes de países como Bolívia, Brasil,
Costa Rica, Guatemala, Egito, Paquistão, Paraguai, Peru e Uruguai foram positivos,
diferentemente do resultado negativo da constante do MDEF. Com isso, infere-se que a dinâmica
do crescimento econômico desses países pode ser distinta dos demais que compõem a amostra.
Em linhas gerais, as análises anteriores realizadas com relação ao MEF corroboram com a
concepção teórica dos modelos de hiatos, ou seja, países em desenvolvimento são dependentes de
poupança interna e investimento, historicamente possuem taxa de juros real alta e a presença de
um elevado grau de incerteza em suas economias.

5. CONCLUSÕES
Os dados internacionais demonstram que países em desenvolvimento nas duas últimas
décadas apresentaram um produto interno percapita médio inferior a US$ 13.000 (ver tabela 1 em
anexo). Esse período foi marcado pela mudança do paradigma na economia mundial,
prevalecendo a maior liberdade comercial e financeira, o que aumentou os efeitos das crises
econômicas globais, principalmente em países da periferia. Dessa forma, buscou-se verificar os
fatores que explicam o crescimento econômico desses países no período 1990-2008, partindo dos
pressupostos dos modelos de crescimento, principalmente associados aos países em
desenvolvimento.
Após as regressões efetuadas, os resultados mais robustos foram os do modelo MEF, Esses
permitem afirmar que o crescimento dos países em desenvolvimento que compõem a amostra
respondem: (i) positivamente a aumentos nas taxas de poupança interna e investimento e (ii)
negativamente a aumentos nas taxa de juros real, ao grau de incerteza mensurado pela taxa de
inflação e ao impacto das crises financeiras. Ambas as afirmativas estão de acordo com a
concepção dos modelos de crescimento econômico aplicados a países em desenvolvimento,
conhecidos como modelo de hiatos.
Em suma, os resultados da pesquisa indicaram a importância de políticas econômicas que
estimulem as taxas de poupança interna e de investimento em capital fixo, assim como, a redução
gradativa das taxas de juros real e a criação de mecanismos institucionais que reduzam a
vulnerabilidade externa dos países. Essas medidas conjuntas visam estimular o produto interno
percapita dos países em desenvolvimento ao longo do tempo, e reduzir a dependência externa,
fator marcante na nova configuração da economia mundial. Dessa forma, os impactos das crises
econômicas não trariam efeitos perversos a tais países.
Por fim, como sugestão para trabalhos posteriores, faz-se duas recomendações: I) Analisar
os coeficientes específicos expostos na tabela 2.A a partir da história econômica de cada país; II)
Criar variáveis dummies que mensurem a produtividade de cada país, tendo como base o nível de
educação e III) Expandir a amostra até 2011, com a finalidade de mensurar o impacto da crise
européia no crescimento econômico dos países em desenvolvimento.

11
REFERÊNCIAS

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14
ANEXOS

Tabela 1: Comparativo internacional das taxas de crescimento econômico


PIB Percapita médio em US$
Período/País 1990-1994 1995-1999 2000-2004 2000-2007
Países desenvolvidos
ALEMANHA 25646,27 27278,62 29155,87 29640,80
CANADA 24997,60 27832,18 32290,73 33442,83
FRANÇA 23566,21 24929,65 27781,22 28319,45
FINLÂNDIA 20292,91 22719,51 27447,11 28815,45
ITALIA 23440,50 25304,85 27555,77 27850,00
JAPÃO 27151,98 28089,68 28486,07 29165,93
PORTUGAL 15444,12 17543,15 19695,40 19728,94
POLÔNIA 7317,19 9407,78 11347,00 12171,94
ESPANHA 19319,66 21659,46 26529,66 27941,37
NORUEGA 31529,58 38742,45 42594,20 44223,22
Países em desenvolvimento
ARGENTINA 10785,73 12524,97 12082,84 12973,25
BRASIL 7790,66 8229,40 8531,35 8822,66
COSTA RICA 7757,73 8692,55 9780,74 10353,15
ÍNDIA 2005,47 2376,02 2860,45 3133,97
INDONÉSIA 3632,64 4251,44 4409,21 4643,95
MÉXICO 8923,05 9128,50 10236,69 10485,73
NIGÉRIA 1285,12 3874,45 1593,85 1810,49
PAQUISTÃO 2512,99 2677,98 2847,61 3060,63
ÁFRICA DO SUL 7651,75 7919,37 8786,78 9250,72
TAILÂNDIA 6280,42 7300,16 7644,32 8170,59
Fonte: elaboração dos autores a partir de dados do Development Research Institute e do Banco Mundial.

Tabela 2. A- Coeficientes do MDEF de cada País


País Coeficiente específico
ARG -0.295024
BOL 2.864558
BRA 2.753317
CHL -0.664657
CHIN -2.396741
COL -0.625414
CRI 1.736608
EQUA -0.363012
EGT 1.540868
GTM 2.710540
IND -0.907554
IDN -2.493855

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País Coeficiente específico
MEX -1.325875
PAK 2.422931
PAR 0.146769
PER 1.661339
ZAF -0.567539
THA -4.114704
URY 3.666171
VEM -3.893839
Fonte: cálculos dos autores no Eviews 7.

Tabela 3: Comparativo internacional taxa de crescimento do produto


Taxa de crescimento do produto
Período/País 1990-1994 1995-1999 2000-2004 2005-2008
Países em desenvolvimento
Argentina 6,79 2,25 0,35 8,32
Bolívia 4,10 3,89 2,71 5,04
Brasil 1,35 2,05 3,03 4,47
Chile 7,33 5,43 4,00 4,50
China 10,60 9,12 9,18 11,00
Colômbia 4,31 1,41 3,37 5,68
Costa Rica 5,55 5,40 3,29 6,35
Equador 2,88 0,80 4,79 4,72
Egito 3,62 5,05 3,71 6,37
Guatemala 3,91 4,22 3,10 4,73
Índia 4,70 6,55 5,93 8,79
Indonésia 7,99 1,68 4,57 5,88
México 3,87 2,90 2,53 3,25
Paquistão 4,54 3,41 4,34 6,45
Paraguai 3,32 1,59 1,33 4,93
Peru 2,84 3,65 3,44 8,32
África do Sul 0,20 2,59 3,71 4,61
Tailândia 9,01 1,54 5,14 4,33
Uruguai 4,34 2,17 -0,37 6,94
Venezuela 4,04 0,89 1,75 8,47
Fonte: elaboração dos autores a partir de dados do Development Research Institute e do Banco Mundial.

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Tabela 4: Comparativo internacional das taxas de investimento
Taxa de investimento em percentual do PIB
Período/País 1990-1994 1995-1999 2000-2004 2005-2008
Países em desenvolvimento
Argentina 19,09 18,67 15,33 23,34
Bolívia 14,97 18,59 14,36 14,22
Brasil 19,44 17,04 16,32 17,22
Chile 23,55 25,12 20,64 21,75
China 31,79 33,78 36,98 41,38
Colômbia 17,76 19,28 * *
Costa Rica 19,54 18,52 18,54 21,18
Equador 18,86 18,33 21,62 21,60
Egito 21,44 19,31 17,44 20,31
Guatemala 14,22 15,49 18,15 19,77
Índia 22,21 23,35 24,70 33,03
Indonésia 26,99 26,38 20,18 25,09
México 18,80 19,09 19,85 20,91
Paquistão 18,13 15,95 15,38 19,81
Paraguai 22,88 21,22 17,99 18,59
Peru 17,74 23,11 18,40 21,30
África do Sul 16,36 16,25 15,46 19,53
Tailândia 40,16 31,82 23,56 28,95
Uruguai 13,82 15,03 13,44 17,65
Venezuela 18,28 22,00 20,16 22,03
Fonte: elaboração dos autores a partir de dados do Development Research Institute e do Banco Mundial.
* Número de observações insuficiente para cálculo da média.

Tabela 5: Comparativo internacional das taxas de poupança interna


Taxa de poupança interna em percentual do PIB
Período/País 1990-1994 1995-1999 2000-2004 2005-2008
Países em desenvolvimento
Argentina 16,93 17,14 22,01 28,34
Bolívia 9,05 10,53 11,32 23,07
Brasil 21,62 15,40 18,12 19,46
Chile 26,57 25,30 25,17 33,56
China 40,99 42,00 41,11 51,07
Colômbia 20,97 15,63 13,68 20,43
Costa Rica 14,26 16,57 18,62 19,19
Equador 21,27 20,42 21,30 22,39
Egito 15,41 12,91 14,03 16,57
Guatemala 9,36 8,63 6,87 4,369
Índia 22,44 22,82 25,21 33,34

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Taxa de poupança interna em percentual do PIB
Período/País 1990-1994 1995-1999 2000-2004 2005-2008
Países em desenvolvimento
Indonésia 32,72 27,62 30,59 29,49
México 18,97 23,59 20,74 23,79
Paquistão 15,42 14,83 16,68 14,16
Paraguai 14,42 12,73 12,81 17,03
Peru 16,52 18,78 18,51 27,83
África do Sul 20,35 18,52 18,91 17,72
Tailândia 35,45 35,08 31,19 34,15
Uruguai 16,45 14,17 15,12 19,29
Venezuela 23,14 29,86 34,26 38,11
Fonte: elaboração dos autores a partir de dados do Development Research Institute e do Banco Mundial.

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