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Teste diagnóstico
Turma:
Nome: A professora: Nota:_______________________
GRUPO I
A
Lê o poema seguinte:
AS PALAVRAS
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
5 Outras,
orvalho apenas.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
15 E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Eugénio de Andrade
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
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3. Relaciona o conteúdo da última estrofe com as reflexões apresentadas nas três estrofes anteriores.
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MARIA – “Menina e moça me levaram de casa de meu pai”1 é o princípio daquele livro tão
bonito que minha mãe diz que não entende; entendo-o eu. Mas aqui não há menina nem
moça; e vós, senhor Telmo Pais, meu fiel escudeiro, “faredes o que mandado vos é”. E não
me repliques, que então altercamos2, faz-se bulha, e acorda minha mãe, que é o que eu não
5 quero. Coitada! Há oito dias que aqui estamos nesta casa, e é a primeira noite que dorme
com sossego. Aquele palácio a arder, aquele povo a gritar, o rebate dos sinos, aquela cena
toda... oh! Tão grandiosa e sublime, que a mim me encheu de maravilha, que foi um
espetáculo como nunca vi outro de igual majestade!... À minha pobre mãe aterrou-a, não se
lhe tira dos olhos: vai a fechá-los para dormir e diz que vê aquelas chamas enoveladas em
10 fumo a rodear-lhe a casa, a crescer para o ar, e a devorar tudo com fúria infernal... O retrato
de meu pai, aquele do quarto de lavor tão seu favorito, em que ele estava tão gentil-homem3,
vestido de Cavaleiro de Malta4 com a sua cruz branca no peito, – aquele retrato, não se pode
consolar de que lho não salvassem, que se queimasse ali. Vês tu? Ela que não cria em
agouros, que sempre me estava a repreender pelas minhas cismas, agora não lhe sai da
15 cabeça que a perda do retrato é prognóstico fatal de outra perda maior que está perto, de
alguma desgraça inesperada, mas certa, que a tem de separar de meu pai. E eu agora é que
faço de forte e assisada, que zombo de agouros e de sinas... para a animar, coitada!... que
aqui entre nós, Telmo, nunca tive tanta fé neles. Creio, oh! se creio! que são avisos que Deus
nos manda para nos preparar. E há... oh! há grande desgraça a cair sobre meu pai... decerto,
20 e sobre minha mãe também, que é o mesmo.
TELMO (Disfarçando o terror de que está tomado) – Não digais isso... Deus há de fazê-lo por
melhor, que lho merecem ambos. (Cobrando ânimo e exaltando-se) Vosso pai, D. Maria, é
um português às direitas. Eu sempre o tive em boa conta; mas agora, depois que lhe vi fazer
aquela ação, – que o vi, com aquela alma de português velho5, deitar as mãos às tochas e
1 Com estas palavras inicia uma novela sentimental de Bernardim Ribeiro (séc. XVI). Nela são relatados os amores
infelizes de dois jovens e também nela se observam vários enigmas.
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discutimos.
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Fidalgo.
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A Ordem de Malta só admitia cavaleiros da mais distinta fidalguia, o que confirma a estirpe social de Manuel de Sousa.
5
Português de antigamente.
Mod.15/1
1. Nas suas palavras, Maria deixa transparecer sentimentos diferentes dos da sua mãe em
relação ao incêndio do palácio onde ambas habitavam. Justifica esta afirmação.
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2. Telmo confessa ter ocorrido nele determinada mudança relativamente ao modo como
considerava Manuel de Sousa Coutinho. Explicita a natureza dessa alteração.
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GRUPO II
Se alguma vez um polícia lhe disser que cometeu uma contraordenação e o vai autuar,
não se assuste com as palavras caras, mas entenda que violou uma regra de trânsito e está
prestes a ser multado. E se um médico lhe perguntar se tem cefaleias, o que ele quer saber é
se tem dores de cabeça. Pior é se administração da sua empresa mencionar a palavra
5 downsizing. Nesse caso, leve o assunto a sério. Provavelmente, vai haver despedimentos.
Vários grupos profissionais têm aquilo a que a linguística chama socioletos: códigos de
linguagem próprios partilhados por um grupo etário, social ou laboral. “Isso permite que as
pessoas desse núcleo se entendam melhor e pode ser também uma forma de um profissional
10 se afirmar entre os seus pares ”, explica o professor universitário Eduardo Prado Coelho. O
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pior é quando estes profissionais falam para uma plateia de leigos. Nessa altura,
compreender o que dizem os protagonistas do futebol, da política, do direito, da economia, do
marketing ou da medicina pode ser um quebra-cabeças. Nalguns casos, a mensagem é
confusa até para os próprios elementos desse grupo.
15 A maioria dos inquiridos (54%) de uma sondagem realizada […] pela empresa
britânica YouGov considera que a linguagem técnica é um problema até no local de trabalho.
Das 2900 pessoas que participaram na pesquisa, 39% dizem que este tipo de vocabulário
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parceiros de profissão, área, formação.
Mod.15/1
1. Para responder a cada um dos itens 1.1. a 1.7., seleciona a única opção que permite obter uma
afirmação correta.
1.1. O uso por parte de alguns grupos profissionais entre si daquilo a que a linguística chama
“socioletos” (linha 6) tem por objetivo
(A) fazer com que sejam facilmente entendidos pelo púbico geral.
(B) levá-los a afirmarem-se perante os outros e a compreenderem-se melhor.
(C) permitir-lhes arranjar par com mais facilidade.
(D) impedir que os leigos os percebam.
1.4. No contexto em que ocorrem, as expressões “Isso” (linha 7) e “eles” (linha 18) contribuem
para a coesão
(A) interfrásica.
(B) temporo-aspetual.
(C) lexical.
(D) referencial.
1.5. Na frase “Provavelmente vai haver despedimentos.” (linhas 4-5), a primeira palavra
desempenha a função sintática de
(A) modificador do grupo verbal.
(B) modificador de frase.
(C) modificador do nome.
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desleixados; pouco cuidadosos.
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aparatosas; que chamam muito a atenção pela sua aparente grandiosidade.
Mod.15/1
1.7. Na frase “Das 2900 pessoas que participaram na pesquisa, 39% dizem que este tipo de
vocabulário reduz o nível de confiança em quem as utiliza.” (linhas 14-15),
(A) o primeiro “que” introduz uma oração subordinada adjetiva relativa e o segundo, uma oração
subordinada substantiva completiva.
(B) o primeiro “que” introduz uma oração subordinada substantiva completiva e o segundo, uma
oração subordinada adverbial consecutiva.
(C) os dois “que” introduzem orações subordinadas adjetivas.
(D) as palavras destacadas pertencem à mesma classe.
GRUPO III
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco,
mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única
palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2014/).
2. Um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
− um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.
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Mod.15/1
COTAÇÕES:
BOM TRABALHO!!!!!!!!!!!
A PROFESSORA
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