You are on page 1of 11

Parte 1 - Apresentação dos objetivos do trabalho e uma breve análise sobre a escolha feita para o

experimento: por que e como a atividade pode ajudar à compreensão do aluno etc.

O trabalho tem como objetivo desenvolver o raciocínio lógico e crítico do aluno trabalhando
em paralelo com fundamentos lúdicos para que naturalmente ele se sinta confortável e entenda
construtivamente o que lhe foi apresentado, além disso apresentaremos uma base teórica bem
definida, baseada no livro 1 dos Elementos de Euclides e consequentemente uma base interessante
àqueles que forem seguir à área de exatas.

Dessa forma, iremos apresentar as proposições 1, 6, 8, 15, 27 e 30 parafraseando o que foi


escrito no livro 1 de Euclides de uma forma mais tangível para o aprendizado do aluno. Para isso,
deveremos incialmente apresentar algumas definições, postulados e noções comuns, onde o
professor irá abordar apenas aqueles que convém para as demonstrações das proposições citadas
acima. Porém, será distribuído o material extra para que os alunos tenham acesso a todo conteúdo.

A atividade será em grupos, os quais terão disponível o material extra e uma lista apenas com
as proposições dadas. O intuito é utilizarem o material disponibilizado para encontrar soluções
(demonstrações) para as proposições. De um olhar mais pedagógico, estaremos trabalhando com os
alunos a zona de desenvolvimento proximal, a qual segundo Vygotsky, se amplia a maneira que há um
estimulo mutuo entre os colegas na tentativa de solução do exercício.

Finalmente, assim que os grupos terminarem as proposições, eles irão apresentar aos colegas
e a expectativa é que apareça construções diferentes, o que se torna um objetivo muito poderoso,
uma vez que os grupos poderão discutir, analisar e qualificar de forma a quantificar o número de
passos utilizados e a clareza na passagem de um passo a outro, assim, eles chegarão em um consenso
qual o jeito mais otimizado de construção.

Parte 2. (peso 2) Descrição da atividade a ser realizada, contendo o material de apoio para a mesma
(no caso de material escrito) e uma lista de material extra que precisará ser utilizado. Faça uma
estimativa da duração da atividade em horas-aula. (de 1 a 2 páginas).

O trabalho consistira na união de grupos de estudo de até quatro alunos. Caberá ao professor
escolher os grupos. Dessa forma escolher alunos que tenham dificuldades em geometria plana
juntamente com alunos que tenham facilidade nessa matéria seria o mais recomendável.
Em relação ao material que compõe a aula, será disponibilizado aos alunos o material extra
contendo uma folha com as definições, postulados e noções comuns, uma por aluno. Também serão
entregados um compasso e uma régua por grupo disponibilizados pela escola, tendo em vista que
dependendo da escola, a falta de recursos pode ser um empecilho. Portanto, será recomendado aos
alunos para trazerem de casa a própria régua e compasso. Além disso duas folhas de rascunho por
aluno e três folhas A4 quadriculadas (para entregar) por grupo.

O tempo estimado para esse projeto será de três aulas de cinquenta minutos, ficando dividida
da seguinte maneira: introdução, apresentação da proposta, formação dos grupos e disponibilização
do material extra, vinte minutos. Desenvolvimento e apresentação das demonstrações, média de
vinte minutos por proposição. Fechamento, dúvidas e sugestões para os últimos dez minutos.

Sendo essa uma mera recomendação, deixaremos a critério do professor o tempo estimado
para execução da atividade, visto que ele já tenha um conhecimento prévio da atuação da sala em
conjunto.

Deixaremos abaixo o material extra a ser utilizado em sala:

Definições
1. Ponto é aquilo que nada é parte, ou seja, não se divide.

2. Linha é comprimento sem largura.

3. As extremidades de uma linha são pontos.

4. A linha reta é a que está posta por igual com os pontos sobre si mesma.

5. Superfície é aquilo que tem somente comprimento e largura.

6. As extremidades de uma superfície são retas.

7. Superfície plana é a que está posta por igual com as retas sobre si mesma.

8. Ângulo plano é a inclinação, entre elas, de duas linhas no plano, que se tocam e não estão postas
sobre uma reta.

9. Quando as linhas que contém o ângulo forem retas, o ângulo é chamado retilíneo.

10. Quando uma reta, caindo sobre outra reta, forma os ângulos adjacentes iguais, cada um dos
ângulos é reto, e a reta que “caiu” é chamada perpendicular àquela outra.
11. Ângulo obtuso é aquele maior que um reto.

12. Ângulo agudo é aquele menos que um reto.

13. Fronteira é aquilo que é extremidade de alguma coisa.

14. Figura é o que é contido por alguma ou algumas fronteiras.

15. Círculo é uma figura plana contida por uma linha (que é chamada circunferência), em relação à
qual todas as retas que a encontram (até a circunferência do círculo), a partir de um ponto dos postos
no interior da figura, são iguais entre si.

16. E o ponto é chamado centro do círculo.

17. Diâmetro do círculo é alguma reta traçada através do centro, e terminando, em cada um dos lados,
pela circunferência do círculo, e que corta o círculo em dois.

18. E semicírculo é a figura contida tanto pelo diâmetro quanto pela circunferência cortada por ele. O
centro do semicírculo é o mesmo do círculo.

19. Figuras retilíneas são as contidas por retas, por um lado, triláteras, as por três, e por outro lado,
quadriláteras, as por quatro, enquanto multiláteras, as contidas por mais do que quatro retas.

20. E, das figuras triláteras, por um lado, triângulo equilátero é o que tem os três lados iguais, e, por
outro lado, isósceles, o que tem só dois lados iguais, enquanto escaleno, o que tem os três lados
desiguais.

21. E, ainda das figuras triláteras, por um lado, triângulo retângulo é o que tem um ângulo reto, e, por
outro lado, obtusângulo, o que tem um ângulo obtuso, enquanto acutângulo, o que tem os três
ângulos agudos.

22. E das figuras quadriláteras, por um lado, quadrado é aquela que é tanto equilátera quanto
retangular e, por outro lado, oblongo, a que por um lado é retangular, e, por outro lado, não é
equilátera, enquanto losango, a que, por um lado é equilátera, e por outro lado, não é retangular, e
rombóide, a que tem tanto os lados opostos quanto os ângulos opostos iguais entre si, a qual não é
equilátera nem retangular; e as quadriláteras, além dessas, sejam chamadas de trapézios.

23. Paralelas são retas que, estando no mesmo plano, e sendo prolongadas ilimitadamente em cada
um dos lados, em nenhum se encontram.

Postulados
1. Fique postulado traçar uma reta a partir de todo ponto até todo ponto.

2. Também prolongar uma reta limitada, continuamente, sobre uma reta.

3. E, com todo centro e distância, descrever um círculo.

4. E serem iguais entre si todos os ângulos retos.

5. E, caso uma reta, caindo sobre duas retas, faça os ângulos interiores do mesmo lado menores que
dois retos, sendo prolongadas as duas retas, ilimitadamente, encontrarem-se no lado no qual estão
os menores do que dois retos.

Noções Comuns

1. As coisas iguais à mesma coisa são também iguais entre si.

2. E, caso sejam adicionadas coisas iguais a coisas iguais, os todos são iguais.

3. E, caso de iguais sejam subtraídas iguais, as restantes são iguais.

4. E, caso iguais sejam adicionadas a desiguais, os todos são desiguais.

5. E os dobros da mesma coisa são iguais entre si.

6. E as metades da mesma coisa são iguais entre si.

7. E as coisas que se ajustam uma à outra são iguais entre si.

8. E o todo é maior do que a parte.

9. E duas retas não contêm uma área.

Parte 3. (peso 3) Explicação dos conceitos envolvidos na atividade, contendo definições e resultados
necessários, exemplos e extensões possíveis da atividade. Pense nesta terceira parte como um guia
para um professor do Ensino Fundamental II ou Médio que pretenda aplicar a atividade proposta
por seu grupo. (até 4 páginas).

Como dito anteriormente, a atividade tem como objetivo estimular o aprendizado dos alunos em
geometria plana, utilizando conceitos bem definidos e além disso desenvolver habilidades para
soluções de problemas do Ensino Médio de modo que esse conteúdo contribua com isso.
O professor irá escrever na lousa as seis proposições pedindo aos alunos que se reúnam e utilizem o
material extra como "o que é permitido" para provar os postulados e caso necessário, irá ajudar os
alunos com dicas para não desmotiva-los.

Ao final de cada construção, cada grupo deverá apresentar aos outros como foi realizada a
demonstração e eles deverão julgar (com rigor matemático) se a prova está bem feita e se os passos
foram bem construídos, podendo de repente, eliminar algum passo desnecessário.

As proposições escolhidas foram:

Proposição l – Construir um triângulo equilátero sobre uma reta dada.

Demonstração: Considerando um segmento com extremidade nos pontos A,B queremos determinar
um ponto C tal que o triângulo ABC é equilátero. Consideremos o círculo com centro no ponto A e raio
AB (postulado 3) e um círculo de centro B e raio BA (postulado 3). Seja C um dos pontos de intersecção
da circunferência. Então, como AC é igual a AB (definição 15) e BC é igual a AB (Definição 15), então
AC é igual a BC (Noção Comum 1). Portanto o triângulo ABC é equilátero (Definição 20) que é o
requerido.

Proposição 6 – Caso os dois ângulos de um triângulo sejam iguais entre si, também
os lados que se estendem sob os ângulos iguais serão iguais entre si.
Demonstração:

Dado um triângulo ABC, tendo o ângulo ABC igual ao ângulo ACB então o lado AB é igual ao lado AC.

Suponha que AB é diferente de AC, uma delas é maior. Seja AB maior que AC, tome um ponto D em
AB tal que DB = AC e fique postulado traçar a reta DC (Postulado 1). Como DB = AC, BC é comum entre
elas, então, as duas DB e BC são iguais as duas AC e CB, respectivamente, e o ângulo DBC é igual ao
ângulo ACB, portanto, a base DC é igual à base AB e o triângulo DBC será igual ao triângulo ACB, o que
é absurdo; portanto AB não é diferente à AC, logo é igual.

Por fim, caso os dois ângulos de um triângulo sejam iguais entre si, também os lados que se estendem
sob os ângulos iguais serão iguais entre si; o que era preciso provar.

Proposição 8 – Caso dois triângulos tenham os dois lados iguais aos dois lados, cada
um a cada um, e tenham também a base igual à base, terão também o ângulo igual
ao ângulo, o contido pelas retas iguais.

Demonstração:
Sejam os dois triângulos ABC e DEF, tendo os dois lados AB e AC, iguais aos dois lados DE e DF,
respectivamente; tenham também a base BC igual à base EF, então o ângulo BAC é igual ao ângulo
EDF.

Ajustado o triângulo ABC sobre o triângulo DEF e, sendo postos, por um lado, o ponto B sobre o ponto
E, e, por outro lado, a reta BC sobre a EF, também o ponto C se ajustará sobre o F, por BC ser igual a
EF, então também se ajustarão BA e CA sobre ED e DF, respectivamente. Se, por um lado, a base BC
se ajustar sobre a base EF e, por outro lado, os lados BA e AC não se ajustarem sobre ED e DF,
respectivamente, mas passarem além, como EG e GF, serão construídas sobre a mesma reta duas
retas iguais às duas mesmas retas, cada uma a cada uma, em um e outro ponto, sobre o mesmo lado,
tendo as mesmas extremidades. Mas não são construídas, portanto não sendo ajustada a base BC
sobre a base EF e não se ajustarão também os lados BA e AC sobre ED e DF, respectivamente. Portanto,
o ângulo BAC se ajustará sobre o ângulo EDF e será igual a ele.

Logo, caso dois triângulos tenham os dois lados iguais aos dois lados, cada um a cada um, e tenham
também a base igual à base, terão também o ângulo igual ao ângulo, o contido pelas retas iguais; o
que era preciso provar.

Proposição 15 – Caso duas retas se cortem, fazem os ângulos no vértice iguais


entre si.

Demonstração:

Dado uma reta AB existe uma outra reta CD que corta AB no ponto E. O ângulo AEC é igual ao DEB e,
por outro lado, o ângulo CEB é igual ao AED.

Como a reta AE intercepta a reta CD, fazendo os ângulos CEA e AED, estes são iguais a dois retos. De
novo, como a reta DE intercepta a reta AB, fazendo os ângulos AED e DEB, estes são iguais a dois retos.
Portanto os ângulos CEA e AED são iguais aos ângulos AED e DEB (Noção Comum 1), como o angulo
AED é comum, o ângulo CEA restante é igual ao angulo BED restante. Analogamente, será provado
que os ângulos CEB e DEA são iguais.

Corolário: Disso então, é evidente que, caso duas retas se cortam, farão os ângulos iguais a quatro
retos.

Proposição 27 – Caso uma reta, que corte duas retas, faça os ângulos alternos
iguais entre si, as retas serão paralelas entre si.

Demonstração:

Dado duas retas AB e CD, existe uma reta EF que corta essas duas formando os ângulos AEF e EFD,
alternos, iguais entre si, então AB é paralelo a CD.

Se AB não for paralela a CD, estas serão prolongadas e se encontrarão ou no semi-plano que possui
os pontos B e D ou no semi-plano dos pontos A e C. Prolongando, então, para o semi-plano dos pontos
B e D, a intercepção das duas retas forma o ponto G. Então o ângulo AEF, exterior do triângulo GEF, é
igual ao ângulo EFG, interior e oposto; o que é impossível; portanto, se AB e CD forem prolongadas,
não se encontrarão no semi-plano dos pontos B e D. Do mesmo modo, então, será provado que
também não se encontrarão no semi-plano dos pontos A e C. E pela definição 23, as retas prolongadas
que nunca se encontram são paralelas, portanto, a reta AB é paralela à CD.

Logo, caso uma reta, caindo sobre duas retas, faça ângulos alternos iguais entre si, as retas serão
paralelas; o que era preciso provar.

Proposição 30 – As paralelas à mesma reta são paralelas entre si.


Demonstração:

Seja AB e CD paralelas à EF; então AB também é paralela à CD.

Dada uma reta GK caindo sobre as retas AB, CD e EF. Como a reta GK caiu sobre as paralelas AB e EF,
portanto, o ângulo AGK é igual ao ângulo GHF. De novo, como a reta GK caiu sobre as paralelas EF e
CD, o ângulo GHF é igual ao ângulo GKD. Portanto, o ângulo AGK é igual ao GKD (Noção Comum 1); e
são alternos. Logo, a reta AB é paralela à CD; o que o requerido.

Encerrada as demonstrações, haverá o debate para que os grupos cheguem em um consenso de qual
construção é mais coerente e prática. Finalizando a atividade, deixaremos a cargo do professor deverá
explicar cada proposição e criar uma outra atividade correlacionando essa atividade mais teórica com
algo mais voltado a parte prática (resolução de problemas).

Parte 4. (peso 1) Aplicação da atividade proposta (pode ser aplicada em um grupo de pessoas, se
couber, ou realizada pelo grupo, se for experimento).

A aplicação ocorreu de duas formas: primeiramente foi aplicado em uma escola estadual a alunos que
participarão da OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) formando um grupo
de vinte alunos do primeiro e segundo ano. Posteriormente, foi aplicado (também ao Ensino Médio)
em uma escola privada dentro de uma oficina de matemática extraclasse a trinta alunos que optaram
por participar dessa aula.

A aula foi realizada de forma simétrica em ambas escolas, não havendo inicialmente o mérito de
julgamento entre ensino público e ensino privado.
Parte 5. (peso 2) Análise dos resultados obtidos na realização da atividade: limitações e aspectos
positivos da atividade proposta, descobertas inesperadas, descrição das dificuldades encontradas,
etc. (até 2 páginas).

Após a aplicação da atividade podemos constatar dois fatos: os alunos de ensino Médio não estão
preparados para uma linguagem formal, porém com auxílio e uma explicação calma do professor,
foram capazes de compreender as proposições propostas. Tivemos uma atividade proposta para durar
três aulas e serem aplicados e demonstrados seis teoremas. Juntamente com a demonstração através
do programa Geogebra, foi entregue aos alunos um material de apoio com as proposições em uma
linguagem simplificada do livro l dos Elemento de Euclides e um material extra com postulados,
definições e noções comuns.

Num primeiro momento o professor começou explicando o propósito e objetivo da atividade. Logo
após tal introdução, começou a desenvolver a primeira proposição, que causou várias dúvidas nos
alunos. Por não estarem familiarizados com a formalidade matemática, mesmo utilizando e sendo
disponibilizados teoremas simplificados, não compreenderam em primeira instância a demonstração.
Posteriormente à demonstração em lousa, seguindo a proposição e a linguagem disponibilizada aos
alunos, o professor resolver utilizar pela primeira vez a demonstração no Geogebra. Com uma nova
explicação e ao verem a animação no projetor, os alunos tiveram uma maior compreensão da
demonstração, porém ainda dúvidas surgiram, só que em menor número. Vendo o sucesso que essa
abordagem teve, o professor continuou a aula nesse ritmo utilizando o Geogebra e explicando as
proposições recebidas pelos alunos.

O ponto positivo da atividade foi notar que os alunos, apesar das dificuldades, conseguiram
compreender com clareza todas as proposições, até mesmo algumas mais complexas. Vale também
destacar a diferença de compreensão dos alunos ao ser utilizado o quadro e o projetor. Quando o
professor estava fazendo manualmente na lousa a demonstração, os alunos tiveram dificuldade de
acompanhar e compreender as proposições, entretanto, quando o professor começou a utilizar o
Geogebra, inserindo-se em um mundo mais atual (tecnológico e interativo) os alunos tiveram uma
compreensão mais fluida. Não encontramos muitas limitações na aplicação da atividade, não
obstante, uma das mais claras foi que os alunos não têm familiaridade alguma com a linguagem formal
matemática, o que foi o maior causador de problemas durante a atividade. Por outro lado,
conseguiram entender muito bem o material de apoio que os foi entregue. Outra limitação e, até certo
ponto, dificuldade encontrada foi a falta de concentração e interesse por parte de alguns alunos. Isso
fez com que a classe dispersasse muito e em vários momentos vimos que o professor enfrentou
dificuldades em manter o controle, o que dificultou que a atividade fosse ininterrupta.

You might also like