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RELATO DE CASO.
Resumo: A literatura sugere que a luz intensa pulsada tem ação sobre as manchas
senis por destruir o excesso de melanina acumulada na epiderme e na derme
papilar que causa as lesões pigmentadas. Supõe-se que o efeito foto-térmico da luz
intensa pulsada queimaria e coagularia as partículas de melanina da pele. Para
tanto o objetivo da pesquisa é relatar casos clínicos da aplicação da luz intensa
pulsada em manchas senis. O estudo restringe-se a uma pesquisa descritiva e
exploratória e por descrição dos fatos observados a partir do material apresentado
por um profissional da área da medicina, ao qual disponibilizou ilustrativamente os
objetos que posteriormente serão analisados. Pode-se perceber que a luz intensa
pulsada é efetiva no tratamento das manchas senis e atua como despigmentante e
clareadora.
1 INTRODUÇÃO
Desde os tempos antigos, a luz sempre foi sinônimo de calor, energia e vida.
Foi no final do século XIX e no início do século XX, que cientistas como Plank, Kant
e Einstein elaboraram leis físicas comprovando a realidade energética da luz.
A Luz Intensa Pulsada (LIP) foi desenvolvida por Goldman (1963) a partir da
teoria da fototérmolise seletiva desenvolvida por Anderson (1983), sendo criado o
primeiro aparelho de LIP. Luz intensa pulsada é uma fonte de emissão de radiação
eletromagnética que emite um amplo espectro de comprimento de onda, do ínicio do
UV (< 100 nm) até o fim do IV (> 20000 nm) (SOUZA, 2007).
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Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI,
Florianópolis, Santa Catarina. E-mail:Janaina_b@hotmail.com
²
Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI,
Florianópolis, Santa Catarina. E-mail:ju.lalinha@hotmail.com
³
Orientador, Professor do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí –
UNIVALI, Florianópolis, Santa Catarina. E-mail:flacerda@univali.br
Coorientadora, Professora do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí –
UNIVALI, Florianópolis, Santa Catarina. E-mail:vbuenop@hotmail.com
A luz intensa pulsada é erroneamente confundida com o laser, mas se
diferencia deste por apresentar características de luz policromática, incoerente e não
colimada, e apresenta efeitos diversos sobre os tecidos como o fototérmico,
fotoquímico e fototermólise seletiva (PIROLA & GIUSTI, 2010).
Atualmente, a LIP vem sendo utilizada de forma crescente e também vem
apresentando aplicações com resultados fundamentados de cunho cientifico, tendo,
entre os tratamentos, a epilação, alterações da pigmentação da pele,
envelhecimento e fotoenvelhecimento tecidual, bem como alterações de crescimento
do pelo e atrofia tecidual, tal como as estrias, acnes e melanoses (PIROLA &
GIUSTINI,2010).
A luz intensa pulsada representa um grande avanço tecnológico no
tratamento coadjuvante de algumas alterações dermatológicas. A LIP age em dois
níveis da pele: superficial e profundo. A aplicação superficial consegue uma redução
significativa das melanoses solares (TAMURA, 2001).
As manchas senis (melanoses solares) constituem-se numa doença pré-
maligna da pele que ocorre por um processo degenerativo causado pelo sol que
incide sobre a pele ao longo da vida.
Geralmente localizam-se sobre o dorso das mãos, partes externas dos
antebraços e rosto. As manchas senis são coleções de pigmentos que aparecem
próximas à superfície da pele, nas áreas mais atingidas pelo sol.
Considerando a ação da luz intensa pulsada na despigmentação de
manchas de pele; e as manchas senis como uma das queixas dos pacientes na
prática clínica da estética, descrever os resultados do tratamento destas lesões
através da LIP se mostra de grande interesse nessa área de atuação.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Luz intensa pulsada é um aparelho de luz que age sobre o pigmento. Uma
emissão de pulsos de luz, disparados contra a pele, faz evaporar o pigmento, que
provoca a cor acastanhada na pele (BORELLI, 2004).
Parâmetros da Lip são: comprimento de ondas, duração do pulso, tamanho
da ponteira, a fluência, densidade de potência e frequência (SOUZA, 2007).
Potência é a taxa de liberação da energia ou a quantidade de energia
liberada por segundo (PIROLA & GIUSTI, 2010).
Energia é a quantidade de potência entregue ao tecido em um dado intervalo
de tempo e é medida em joules. É este parâmetro que governa a resposta térmica
do tecido (PIROLA & GIUSTI, 2010).
Fluência é a quantidade de energia liberada sobre uma área, sendo
expressa em J/cm². Quanto maior a fluência, mais rápido será o aumento de
temperatura no tecido e, consequentemente, a intensidade do efeito desejado
(PIROLA & GIUSTI, 2010).
A luz intensa pulsada usa uma fonte de luz filtrada, a qual é utilizada para
alcançar seletivamente os elementos pigmentados da pele (AGNE, 2011).
A LIP tem como característica ser uma luz policromática tendo vários
comprimentos de onda, essa luz policromática é caracterizada por várias cores do
azul até o infravermelho (SOUZA, 2007).
Para AGNE (2011, p. 333), “As principais cores emitidas são o amarelo,
verde e vermelho, além do infravermelho, sendo que cada lâmpada, a LIP terá um
predomínio de uma dessas cores e assim caracterizando suas propriedades de
estimulação celular seletiva.”
Todas as luzes agem juntas, porém as luzes azuis e verdes vão agir na
superfície, as laranjas e vermelhas nas zonas intermediárias e as infravermelhas nas
zonas profundas (SOUZA, 2007).
A luz intensa pulsada utiliza os comprimentos de ondas juntos, mas cada
comprimento vai ter um efeito específico para tratar de uma determinada patologia
ou alteração (SOUZA, 2007, p. 527).
A terminologia LIP se refere a luz intensa pulsada, que corresponde a
aplicações diretas de energia, sob forma de flashlamps, que são circuitos elétricos
que geram uma luz brilhante por incorporar o efeito do calor produzido por flashs,
que atuam diretamente numa estrutura-alvo (PIROLA & GIUSTI, 2010).
Luz intensa pulsada pode ser utilizada no tratamento de remoção de pêlos,
envelhecimento cutâneo, rosácea, telangectasia, manchas pigmentadas e cicatriz de
acne (SOUZA, 2007).
Todas as LIPs trabalham na zona de maior absorção dos dois cromóforos
mais importantes no tratamento das patologias da pele essa zona vai de 400nm até
1200nm (SOUZA, 2007).
Os cromóforos importantes (melanina e oxihemoglobina) agem até
1100/1200nm, então os construtores da LIP colocaram um filtro para eliminar todos
os comprimentos de onda acima do valor do filtro (SOUZA, 2007).
Luz intensa pulsada apresenta comprimentos de onda variados para
diversas aplicações sobre o tecido, onde a absorção da energia resulta na
conversão de luz em calor, sendo que a luz atinge as células fotossensíveis.
(PIROLA & GIUSTI, 2010).
A luz intensa pulsada é absorvida por componentes do tecido alvo, ou seja
cromóforos que convertem energia luminosa em calor através da absorção:
- Melanina capta radiação ultravioleta (340nm a 1000nm), luz verde (532nm)
e radiação infravermelha (800nm a 1200nm);
- Hemoglobina capta radiação ultravioleta-A (300nm), luz azul (450nm), luz
verde de (520nm a 540nm) e luz amarela (570 a 580nm);
- Colágeno capta luz visível (380nm a 780nm) e radiação infravermelha
(800nm a 1200nm);
- Água capta radiação infravermelha (acima de 1200nm) (PIROLA & GUISTI,
2010).
Os cromóforos naturais da pele tem seus espectros de absorção próprios
para cada comprimento de onda. Ao escolher a energia ideal, deve-se optar pelo
comprimento de onda na qual o cromóforo-alvo tenha absorção máxima, enquanto
os demais cromóforos tenham menor absorção (AGNE, 2011).
A seletividade dos cromóforos se torna imprescindível a aplicação dos filtros
ópticos, para que se atinja a estrutura-alvo com eficácia (PIROLA & GIUSTI, 2010).
A luz intensa pulsada (LIP) representa um grande avanço tecnológico no
tratamento coadjuvante de algumas alterações dermatológicas. A LIP age em dois
níveis de pele: superficial e profundo. A aplicação superficial consegue uma redução
significativa das melanoses solares (manchas senis) (TAMURA, 2001).
A LIP age fazendo fototermólise seletiva e que atua sobre os pigmentos, além
de induzir a restauração do colágeno (MAIO, 2011).
A fototermólise seletiva é a combinação do comprimento de onda com a
duração do pulso luminoso emitido, que proverá a energia necessária para lesar
somente o tecido alvo (PIROLA & GIUSTI, 2010).
No tratamento de melanoses, a utilização do filtro de 520nm a 1200nm com
fluência de 24 J/cm2 a 40J/cm2 com repasses duplos (PIROLA & GIUSTI, 2010).
O uso da LIP também apresenta algumas limitações, particularmente no
tratamento de lesões pigmentadas e vasculares em fototipos de pele mais escura,
especialmente nos fototipos da escala Fitzpatrick IV ou maiores, cabendo ao
profissional determinar sempre a fluência de energia conforme o biotipo da pele.
(AGNE, 2011).
Diferenciamos a LIP do laser por três propriedades físicas, o laser é
monocromático (frequência definida), coerente (relações de fase bem definida) e
colimado (propaga-se como um feixe), já a luz intensa pulsada é policromática (raios
de luz com várias cores), não coerente (as ondas não são irradiadas todas na
mesma fase) e não colimado (os raios de luz se dispersam rapidamente para todas
as direções) (AGNE, 2011).
As contra-indicações da luz intensa pulsada são:
- Pessoas que fazem uso de medicamentos fotossensíveis;
- Pacientes bronzeados e exposição continua aos raios UV;
- Diabetes descontroladas;
- Gestantes e lactantes;
- Pacientes com histórico de queloides;
- Sinais de infecção e inflamação de pele (PIROLA & GIUSTI, 2010).
3 METODOLOGIA
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Segundo Fábio Borges, luz Intensa pulsada, além de também não ser
invasiva, é minimamente ablativa (mínimo risco de lesão), com isso, ela também
consegue tratar manchas e estimular a produção de colágeno para o tratamento
rejuvenescedor.
AGNE, Jones Eduardo. Eu sei eletroterapia. 2 ed. Santa Maria: Pallotti, 2011.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas,
2010.
.
GUIRRO, Elaine; GUIRRO, Rinaldo. Fisioterapia dermato-funcional. 3. ed. rev. e
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KEDE, Maria Paulina Villarejo. Dermatologia estética. São Paulo: Editora Atrheneu,
2004.
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metodologia científica.7 ed.São Paulo:Atlas,2010
MAIO, Mauricio de. Tratado de médicina estética. 2 ed. São Paulo: Roca, 2011
PATRIOTA, Régia Celli Ribeiro. Laser um aliado na dermatologia. Rev Méd .São
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PIMENTEL, Arthur dos Santos. Peeling, máscara e acne: seus tipos e passo a
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SOUZA, Roberto C. Arena- de. et al. Temas de Médicina Estética. Porto Alegre:
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