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IV EREBIO
Encontro Regional de Ensino de Biologia
SBEnBio – Regional 4 – Minas Gerais, Tocantins, Goiás e Brasília
Uberlândia, MG – UFU. 2017
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SUMÁRIO
Apresentação ....................................................................................................................3
Organização ....................................................................................................................4
Editor
Vinícius Abrahão de Oliveira
Equipe editorial
Mariane Schmidt da Silva
Lidiane Martins de Oliveira
Karoline Cabral Faria
Ana Luiza Santos Tizzo
Ludmila Rodrigues Rosa
Ilustração da capa
Fabrício Rezende @wildscrap
Apresentação
Os tsurus tiveram seu papel nesse desafio. Eles vibraram nas paredes e se
penduraram em nossos pescoços, colorindo a festa que preparamos. Mas,
principalmente, nos lembrando que podemos e escolhemos usar a alegria como modo de
resistência para cultivar tempos e espaços onde novos possíveis reverberem.
ORGANIZAÇÃO
Ateliês de Criação
REFERÊNCIAS
A microbiologia pode ser definida como a ciência que tem como campo de estudo os
microrganismos, dentre eles bactérias, fungos e vírus. É incontestável a importância que
esses possuem no campo ecológico e socioeconômico em diversos setores, como a
saúde, alimentação e indústria farmacêutica. Entretanto, a abordagem desses na
educação básica apresenta enorme descompasso. A forma como o conteúdo é disposto
na maioria das vezes, pode gerar dificuldades em estabelecer as diversas conexões entre
o tema e o cotidiano dos alunos, induzindo os discentes a relacionarem microrganismos
apenas com patologias e infecções (PRADO et al., 2004; CARNEIRO et al., 2012).
Outro desafio está relacionado ao fato das instituições públicas carecerem de recursos
que viabilizam a associação dos organismos visualizados com o conteúdo abordado
(e.g. microscópicos, lupas), o que proporcionaria uma melhor difusão do conhecimento,
visto que grande parte do que é estudado nesse conteúdo é assimilado de maneira
abstrata e complexa pelos alunos (CUNHA et al., 2012). Visando preencher essas
lacunas presentes no ensino de microbiologia, o grupo PET/Biologia, da Universidade
Federal de Uberlândia, elaborou modelos didáticos para abordar esse conteúdo em
turmas de 7° ano do Ensino Fundamental. Utilizando de E.V.A. (Etileno Acetato de
Vinila), papel crepom, papel cartão, cartolinas, barbante, cola quente e materiais
recicláveis, como garrafa PET, papelão, canudos, palitos de dente, isopor, caixas de
ovos e de frutas, foram confeccionados modelos didáticos representativos de vírus,
bactérias, fungos e uma pirâmide ecológica. Os materiais utilizados para confecção
características pedida na carta com as palavras, caso nenhum participante apresente uma
carta com essas características, os participantes deverão pegar uma carta do monte de
imagens, cada um em sua vez, até que alguém coloque uma carta sobre a de palavras;
será consagrado vencedor o jogador que conseguir descartar primeiro todas as cartas de
imagens. Através dessas estruturas os alunos poderão fazer a identificação de forma
divertida, tendo em vista que o erro no jogo pode ser encarado como uma oportunidade
para a construção de conceitos. O jogo foi idealizado para uso no segundo ano do
Ensino Médio, acompanhando o conteúdo programático da disciplina de Biologia,
proposto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, sendo um eixo
que associa conteúdo didático específico e o lúdico.
que a farinha de trigo é composta especialmente por amido, este formado por glicose,
esta é quebrada por enzimas da levedura para a produção do pão, além da farinha, a
receita inclui o açúcar de cozinha (sacarose) que também é usado na fermentação.
Também mostrei que o leite por ser composto, em grande parte, de água é fundamental
para que a reação ocorra, uma vez que água funciona como solvente. No decurso da
aula, nas três turmas, os alunos participaram fazendo perguntas sobre o assunto. Quando
a massa começou a crescer foi explicado que aos alunos a importância de manter o
recipiente tampado, já que a levedura faz fermentação em ambiente anaeróbio e o
contato com o oxigênio pode parar o processo, ainda foi explicado que o gás carbônico,
um dos resíduos metabólicos produzidos na fermentação alcoólica, é responsável pelo
crescimento da rosca e o cheiro de álcool é devido ao outro resíduo produzido no
processo, o álcool etílico. Como o crescimento acontece de forma lenta, as roscas foram
assadas, refrigeradas e servidas aos alunos no dia seguinte. Ao servir a rosca expliquei
aos alunos que agora aquele alimento serviria de ―combustível‖ para a respiração
aeróbia que foi trabalhada nas próximas aulas. Ao comentar o trabalho um aluno do 1º
ano ―A‖ relata: ―A experiência da fabricação de rosca me ajudou bastante a
compreender sobre o conteúdo estudado no bimestre, pelo fato de estarmos observando
cada passo do processo da fermentação, podendo assim melhorar nosso conhecimento‖.
contribuam para nossa formação acadêmica e também social. A interação com outra
universidade foi sugerida pela professora Lúcia e muito bem aceita dentro do nosso
grupo, pois tivemos a oportunidade de trocar experiências de forma didática e divertida.
Com isso, todos do grupo, tanto os mais antigos quanto os novos integrantes tiveram um
momento único para refletir sobre o que o PIBID venta em cada um de nós.
Ana Paula de Lima Florentino Matta (Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais)
anapaula.matta@ifsudestemg.edu.br
aluno identifique estruturas e descreva cada fase. Outra sugestão é que as imagens da
mídia tenham suas cores retiradas, permitindo ao estudante montar sua legenda,
baseando a identificação de estruturas com as cores escolhidas. Apesar do processo de
memorização e compreensão depender de cada indivíduo, a ampliação do repertório
visual com a utilização desse tipo de material didático, auxilia e complementa o
aprendizado dos alunos em diferentes níveis, oferecendo a eles uma ferramenta
alternativa, eficaz e estimulante para a construção do conhecimento.
inicia-se o jogo propriamente dito. Um dos alunos pega uma carta aleatoriamente dentre
as presentes no leque de cartas do adversário. Se um par for formado, o jogador abaixa
esse par junto com seus outros pares. O jogo segue forma até que um jogador fique com
uma única carta na mão. Essa carta é chamada de mico (representada no jogo pela carta
do sistema completo). O jogador que termina com a carta do mico é considerado o
perdedor e ganha a partida que conseguir fazer o maior número de pares. Então o jogo
propõe uma abordagem lúdica dinâmica para melhor compreensão dos conceitos
científicos relacionados ao Ensino de Ciências ganhando uma abordagem inclusiva que
poderá ser abordado com toda classe. A abordagem do jogo para alunos com Transtorno
do Espectro Autista poderá ocorrer na perspectiva acima; se o aluno possuir habilidades
para o entendimento das regras podendo também ser orientado por um colega ou
professor, ou poderá sofrer adaptações conforme sua necessidade específica, assim
algumas adaptações são sugeridas: como a utilização das cartas para reconhecimento
dos órgãos quando o sujeito não possuir habilidades desenvolvidas que permitam o
entendimento das regras do jogo proposto acima ou o pareamento dos órgãos com as
respectivas funções. A abordagem inclusiva no Ensino de Ciências para alunos com
necessidades educacionais especiais pode e deve ser guiada pela adaptação partindo da
necessidade especifica do aluno garantido não somente a matrícula deste aluno em rede
regular de ensino, mas sua efetiva aprendizagem.
embaralhar as peças do baralho base (as 48 cartas referentes aos componentes celulares)
e distribuir seis cartas para cada jogador, sendo que o restante do baralho é colocado no
―monte‖ de cartas, junto com as três cartas ―fagocitose‖ e a carta ―apoptose‖. O ―monte‖
também precisa ser embaralhado. Assim como o jogo de memórias, o objetivo do
carteado também é formar pares corretos de cartas correspondentes (imagem mais
característica descritiva de cada componente celular). Nesse sentido, como cada
participante possuirá seis cartas, logo serão formados três pares por cada jogador. O
primeiro jogador deve pegar uma carta no ―monte‖ e decidir se irá utilizá-la ou não,
sendo necessário o descarte de uma carta, ou do seu baralho (caso utilize a carta do
―monte‖) ou da própria carta que ele pegou do ―monte‖ (caso ela não seja importante
para o seu jogo). Dessa forma, o próximo competidor poderá escolher entre pegar uma
carta do ―monte‖ ou a última carta descartada pelo jogador anterior. O participante que
tirar a carta ―fagocitose‖ no ―monte‖ tem o direito de trocar uma de suas cartas com
uma outra de qualquer adversário, mas sem olhar a carta do outro competidor. Tal ação
foi colocada no jogo como analogia ao processo de englobamento de partículas. O
jogador que tirar a carta ―apoptose‖ será eliminado do jogo. Uma observação é
importante: as cartas ―fagocitose‖ e ―apoptose‖, uma vez usadas pelos participantes, não
retornam ao jogo. O aluno que formar os três pares de cartas primeiro, corretamente,
ganha o jogo.
Com a inserção das diversas mídias nas vidas das crianças, cada vez mais
precocemente, alguns hábitos tradicionais tendem a cair no esquecimento. Esse é o caso
da contação de histórias, um importante recurso capaz de estimular o desenvolvimento
de afetividade nas crianças e fortalecimento dos vínculos entre os envolvidos. Pode ser
uma estratégia metodológica para promover o envolvimento de estudantes do ensino
fundamental, facilitando a aproximação de conceitos teóricos à realidade dos alunos.
Especificamente com relação ao ensino de ciências, são recorrentes os relatos dos
professores voltados às dificuldades em chamar a atenção dos alunos para que se
envolvam efetivamente nas atividades. Ao mesmo tempo, os alunos atribuem a falta de
interesse pelo estudo da disciplina às aulas exclusivamente expositivas, centradas na
memorização de conceitos. Diante do exposto, o presente estudo pretende propor o
desenvolvimento de uma atividade voltada ao ensino de Zoologia por meio da utilização
da contação de história com o uso de sombras, aliando-se a arte ao ensino de ciências.
Durante o planejamento da atividade, foi criada pelos proponentes (licenciandos em
Ciências Biológicas) uma história descrevendo a vida de uma aranha, especificando
suas principais características morfológicas, comportamentais e algumas curiosidades a
respeito do animal estudado. O recurso utilizado para a contação de história será por
meio do uso de sombras, que poderá estimular a criança a associar seus conhecimentos
prévios com o que está vendo. Para o desenvolvimento, foi construída uma caixa com
uma abertura frontal, vedada por uma folha de seda para dar a sensação de sombra.
Foram também recortados personagens referentes à história contada e colocados em
palitos de madeira para que ficassem fixos para movimento de sombras. Por fim, para
dar o efeito de sombras sobre os recortes foi utilizado uma lanterna. Para a aplicação,
propõe-se a entrega a cada aluno de uma folha com o desenho de uma aranha, contendo
em seu interior linhas nas quais os alunos deverão preencher de acordo com o
andamento da história. A partir desse ponto, o professor inicia a história que conta a
vida de uma aranha chamada Samira que era muito grande e vistosa. No decorrer da
história, ela demostra algumas de suas características peculiares, a cada característica
citada os alunos terão que anotar nas linhas da folham que foram entregues. O professor
continua com a história, sempre com a demonstração em sombras, sendo que ao final,
cada aluno dirá em voz alta qual característica lhe chamou mais atenção e por que, a
partir daí será gerado uma exposição mais fundamentada sobre o conteúdo. O tempo
total da realização da atividade não deverá ultrapassar cinquenta minutos. A
metodologia aplicada tende a buscar primeiramente o conhecimento básico sobre
aracnídeos diferenciando estruturas, habitats, importância para o meio-ambiente. Como
forma de avaliação, foi proposto que durante a prática pedagógica os alunos
identificassem as características evidenciadas durante o conto. Após o desenvolvimento
da prática pedagógica, será dirigido aos alunos um questionário com três perguntas nas
quais eles deverão discorrer sobre como eles avaliam a atividade, com ênfase aos
benefícios percebidos por eles, destacando-se ainda as possíveis melhorias.
Palavras-chave: Contação de História; Ensino de Zoologia; Teatro de sombras.
em adequar a seleção das espécies de modo que facilite o conhecimento dos alunos e a
fácil intervenção do professor ao utilizar o material, de acordo com as competências a
serem desenvolvidas na Educação Básica proposta pelos Parâmetros Curriculares
Nacionais. Os materiais elaborados tiveram por principio a preocupação com o meio
ambiente, tais como a utilização de materiais de baixo impacto ambiental em sua
produção e garantia de resistência as intempéries da região amazônica (alta umidade e
pluviosidade). A sistematização e produção dos materiais didáticos contou com a
colaboração do Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado (IPEC) e do Programa
Amazônia, o Programa Educação para Sociedades Sustentáveis (PESS) da WWF-Brasil.
O Ensino de Ciências e Biologia, associado a outros saberes, pode contribuir
significativamente para o estabelecimento de estratégias de conservação da
biodiversidade, assim sendo este estudo propriamente dito, possibilitou a compreensão
mais profunda dos recursos naturais, o que pode viabilizar uma maior preocupação em
preservá-los. Percebeu-se que para a utilização destes materiais didáticos o professor
necessita de uma maior estrutura e iniciativa para executá-los, é preciso criar, fornecer e
desenvolver aulas práticas em diversos temas não restritivos, mas sim utilizando a
realidade da região para por em prática os conteúdos de sala de aula, visando assim
mostrar no cotidiano do aluno o que é discutido em sala de aula, e desta forma melhorar
a qualidade do ensino.
sensação de construírem materiais didáticos, nas duas últimas aulas eles confeccionarão
um modelo de Testudine (tartaruga, cágado ou jabuti), através de materiais recicláveis, e
serão abordados a partir do material didático confeccionado por eles as diferenças
morfológicas e conservação dos Testudines. Os resultados do projeto serão expostos em
uma mostra ao final da disciplina no Parque Municipal Victório Siquierolli e os
modelos didáticos confeccionados pelos alunos serão expostos. Pretendemos realizar
uma mostra no ―Ateliê de Criação‖ onde iremos apresentar os materiais didáticos
utilizados durante a proposta de intervenção que até a data do evento já terá sido
finalizada.
subsequentes. Para alguns termos, os alunos também criaram ilustrações, recurso muito
usado quando os alunos tiveram dificuldade em redigir um verbete. Vale destacar aqui
que alguns dos alunos apresentavam grandes dificuldades com a escrita, e viram na
ilustração uma maneira de contornar esta dificuldade para poder contribuir com o
trabalho. Os principais objetivos da confecção de um dicionário pelos (e para os) alunos
do ensino fundamental foram a ampliação do vocabulário destes alunos e o incentivo do
uso do dicionário como ferramenta auxiliar de leitura. A confecção deste dicionário
buscou também ser um orientador de estudos tanto para os alunos que participaram das
atividades do subprojeto quanto para os demais alunos da escola, que puderam usar os
dicionários doados às bibliotecas das escolas públicas de Uberaba. Como resultado
deste trabalho tivemos a confecção de dois dicionários, sendo que a primeira versão,
fruto do edital 2011, já foi publicada e distribuída, e a segunda versão está finalizada e
aprovada para publicação pela editora da UFTM e posterior disponibilização para as
escolas de Uberaba. De maneira estas atividades beneficiam alunos, licenciandos e
professores. Para os primeiros, as atividades do subprojeto são novas oportunidades de
aprendizado extra classe; para os segundos, uma possibilidade de aproximá-los do seu
futuro ambiente de trabalho e, para os professores, uma oportunidade de incrementar
sua prática docente.
cuidado de adquirir materiais de fácil acesso para que o experimento pudesse ser
reproduzido sem restrições. No modelo, os átrios, o corpo e os pulmões foram
representados por garrafas plásticas de 250 ml. Um recipiente de sorvete com tampa
transparente foi equivalente ao ventrículo, e as veias e artérias foram idealizadas por
mangueiras (garrotes) de uso hospitalar novas. Para que o fluxo sanguíneo pudesse se
assemelhar ao real e sua visualização fosse facilitada, coramos aproximadamente 2
litros de água com corante comestível vermelho e utilizamos uma bombinha de aquário
de 110V, instalada dentro do "ventrículo" para impulsionar o líquido pelo sistema. Na
tampa do frasco de sorvete foram instaladas, em lados opostos, duas garrafas plásticas e
estabilizadas com cola de silicone. No centro da tampa, fez-se uma abertura simulando a
saída de sangue do ―ventrículo‖ impulsionado pela bombinha de aquário — seguindo,
então, dois caminhos, através das mangueiras de soro, um para os pulmões (uma
garrafa) e um para o corpo (outra garrafa). Tais mangueiras passaram por dentro das
garrafas, perfuradas tanto na tampa quanto no fundo. Ambos os fluxos retornaram pela
abertura no fundo das garrafas representadas pelos ―átrios‖ esquerdo e direito. O
líquido, nesta etapa escoava livremente através dos ―átrios‖, alcançando o ―ventrículo‖
onde ocorria a mistura do sangue arterial e venoso, retomando o volume de líquido
dentro do recipiente, reiniciando o sistema. O modelo poderia assim ser usado para
ajudar a explicar a circulação em anfíbios, demandando somente energia elétrica no
local. Esse modelo de fisiologia comparada, assim como outros, está disponível no
Laboratório de Práticas Pedagógicas para graduandos e professores que desejam utilizar
esses materiais em suas aulas, contribuindo com um importante acervo didático-
pedagógico.
REFERÊNCIAS
citosina pela cor amarela, timina pela cor laranja e guanina pela cor roxa. Em seguida
ocorreu a segunda parte, na qual as jujubas são colocadas no arame representando assim
as bases nitrogenadas presentes no DNA. Depois em outro arame que representava a fita
molde do DNA, foram colocadas as cores contrárias das que havia sido colocado pelos
grupos, assim se no primeiro arame era a cor vermelha (adenina) no outro arame
colocava-se a cor laranja (timina), e se tivesse a cor amarela (citosina) no outro arame
colocava-se a cor roxa (guanina), representando assim as ligações que ocorrem entre as
bases nitrogenadas. E no terceiro arame que representava o RNA, onde havia a cor
vermelha (adenina) era colocado a jujuba da cor verde (uracila). Por fim após a
montagem das três sequências, para que houvesse a representação das pontes de
hidrogênio, eram usados palitos. Assim, para ligar adenina (jujuba vermelha) com a
timina (jujuba laranja) eram colocados dois palitos (duas pontes de hidrogênio), e para
ligar citosina (jujuba amarela) com guanina (jujuba roxa) eram colocados três palitos
(três pontes de hidrogênio). O aspecto mais importante da aula foi o fato de que os
alunos elaboraram a estrutura do DNA, esse ponto contribuiu para que houvesse
interação além de contribuir para a contextualização do conteúdo com o que estavam
elaborando. O aluno precisa entender as conexões entre o que está no livro, no que o
professor ensina com a realidade que vive, ou seja, há a necessidade de associação
visual para que haja a compreensão de pelo menos, a parte principal. O professor deve
conhecer as habilidades e dificuldades de cada aluno, para que consiga conciliar o
conteúdo com uma metodologia que instigue o aluno aprender de forma que ele associe
o que aprendeu com o que seria a prática do conteúdo. Os recursos didáticos agem como
fixadores do conteúdo ministrado e ao mesmo tempo contribuem para que um melhor
entendimento, o que faz com que a aula menos ―chata‖ e mais atrativa, já que promove
interação e também abre portas para discussões acerca do conteúdo.
Palavras-chaves: Ensino de Ciências, recursos didáticos, DNA.
REFERÊNCIAS
de trombos, podendo causar a morte do paciente. No modelo didático, uma garrafa pet
de 2L foi preenchida com água corada de vermelho. Em sua tampa foi feito um furo e
colocado um conector ligado à um tubo de borracha. Em outra garrafa pet de 500ml foi
feito um furo na região lateral, por onde se inseriu um conector ligado à outra
extremidade deste tubo, o qual estava ocluído por um prendedor. Ainda nesta mesma
garrafa, foi feito um novo furo no lado oposto e a uma altura de 5cm superior ao furo
anterior. Neste furo foi introduzido outro conector de antena acoplado a um novo tubo
de borracha cuja extremidade distal estava acoplada a outro conector de antena que, por
sua vez, estava inserido na lateral de outra garrafa pet de 500ml. Este tubo também
estava ocluído por outro prendedor. O sistema foi construído de tal forma que a garrafa
pet de 2L representava o átrio esquerdo, a primeira garrafa de 500mL representava o
ventrículo esquerdo, a segunda garrafa de 500 ml representava a artéria aorta e os dois
prendedores representavam as valvas mitral e aórtica, respectivamente. O sistema
funcionava desta maneira: ao apertar a garrafa de 2L, o líquido percorria o tubo de
borracha até chegar na região do prendedor, que simulava a valva mitral. Ao retirar o
prendedor, o líquido era derramado na primeira garrafa de 500 ml. Quando esta garrafa
era pressionada, o líquido percorria o segundo tubo até chegar na região do prendedor
que simulava a valva aórtica. Ao retirar o prendedor o líquido passava para a segunda
garrafa de 500ml. Contudo, o esvaziamento da garrafa que representava o ventrículo
esquerdo era incompleto, demonstrando que o enfraquecimento do miocárdio prejudica
a ejeção do sangue, fazendo com que este se acumule na câmara cardíaca, predispondo a
formação de trombos. Esse modelo foi desenvolvido para alunos do ensino médio, onde
os mesmos aprendem Fisiologia Básica, no qual espera-se que os mesmos possam
compreender os mecanismos de ações causados pelo parasita no coração infectado, a
importância do combate ao agente transmissor da doença e tenham conhecimento acerca
da Doença de Chagas. Intercalando um modelo teórico e a representação esquemática
do funcionamento cardiovascular do coração, em atendimento à Base Curricular
Nacional para o Ensino Médio.
Diante dos desafios impostos ao ensino básico pelo acesso livre que os alunos
têm a informações variadas, são necessárias estratégias diferenciadas que auxiliem o
professor no processo de ensino-aprendizagem. Nesse contexto, formas lúdicas de
abordar os conteúdos, podem ser ferramentas interessantes para garantir o aprendizado
do estudante. Como exemplo, pode-se destacar o jogo didático, este permite que o
estudante participe ativamente do processo, facilitando a construção do conhecimento e
o entendimento do conteúdo. Por meio deste recurso o estudante também é estimulado
em sua criatividade, desenvolvendo a sua expressão e comunicação em trabalho em
grupo de uma maneira mais divertida. Assim, nossa proposta é um jogo didático em
forma de tabuleiro sobre o tema fisiologia da gustação para ser utilizado no ensino
médio. Os conteúdos relacionados ao ensino da Fisiologia Humana são comumente
tachados como de difícil compreensão, sendo assim a estratégia de um jogo didático
visa tornar mais atrativo o ensino da temática através de um material economicamente
viável e de fácil acesso, incentivando e facilitando a aplicação do jogo por professores
de biologia. O jogo lúdico foi desenvolvido com base na literatura sobre jogos didáticos
e na revisão sobre fisiologia do sistema gustativo baseado em livros de fisiologia, sendo
assim o jogo propõe a abordagem de mecanismos básicos da fisiologia, dentro da
temática de gustação, destacando também a anatomia da língua e suas regiões de
percepção de sabores. O jogo proposto chama-se ―Jogo do Paladar‖ e é composto por
um tabuleiro com 03 plataformas: uma plataforma representando a língua e suas áreas
de percepção de sabores, outra representando as células gustativas e a fisiologia básica
da interpretação desses gostos e uma terceira, que promove a identificação das áreas do
encéfalo, local onde acontece a transdução dos sinais gustativos. No tabuleiro cada casa
apresenta uma ação específica, sinalizadas pelos desenhos nele contido e guiadas pela
retirada de cartas, que norteiam a dinâmica dos jogadores, sendo elas: as cartas ―Doce
Doçura‖ que contém situações agradáveis ao jogador, que o beneficiem; as cartas
―Amargor‖ possuem situações ruins, e temos ainda as cartas ―Quiz‖, cartas de perguntas
e respostas que possibilitam que os jogadores avancem no jogo. O jogo possui também
peões de cores diferentes, que podem ser substituídos por outros objetos, como botões,
por exemplo, componentes de ligação e 01 dado, que pode ser feito de papel. As regras
e dinâmicas do jogo são claramente explicadas na cartilha criada contendo as regras do
jogo. O objetivo é conectar todos os componentes de ligação referente ao processo
fisiológico, permitindo a transmissão do impulso nervoso até o córtex gustatório, logo,
vence o jogo o participante que conseguir ligar todos os componentes, elucidando o
processo fisiológico do sistema gustativo. O jogo do paladar foi criado para ser aplicado
somente após a abordagem do conteúdo em sala de aula, uma vez que é necessário o
conteúdo teórico para entendimento dos processos. Portanto, esse jogo deve ser
utilizado como estratégia auxiliar de ensino, e não como única ferramenta aplicada,
sendo sua função elucidar o conteúdo de maneira dinâmica e descontraída.
REFERÊNCIAS
elemento. Nos espaços reservados para o sistema imunológico foram separados locais
para a representação dos linfonodos, onde acontecem os ―combates‖. O sistema de
cartas se baseia nas características de cada personagem, apresentando seus pontos de
ataque, pontos de defesa e pontos de vida. Tanto para os personagens como para os
antígenos foram criadas cartas contendo a ilustração, nome, descrição e pontuação de
cada um. Durante a atividade, os jogadores devem mover suas peças pelos espaços do
sistema sanguíneo até conseguirem capturar as peças dos antígenos no meio extracelular
e leva-los para algum linfonodo no sistema imunológico. Neste momento, inicia o modo
de combate do jogo aonde os jogadores devem fazer um cálculo baseado nos pontos de
ataque e defesa do seu personagem e do antígeno que está enfrentando. Os valores
resultantes são registrados na ficha de anotações do jogo. Esta dinâmica continua até o
fim do jogo que pode acontecer em três situações diferentes: com a vitória dos
jogadores caso consigam eliminar cinco antígenos ou com a derrota dos jogadores caso
cinco antígenos estejam no espaço extracelular ou caso todos os linfonodos estejam
ocupados por dois antígenos. Foi utilizado o programa Microsoft Paint para
confeccionar o tabuleiro, cartas, personagens, fichas e demais peças, assim como seus
entornos, cores e designações. No programa Microsoft Word foram elaborados a ficha
de anotações e o manual de instruções. Foram produzidos dois vídeos explicativos sobre
o funcionamento do jogo e disponibilizados na internet. Todos os elementos produzidos
podem ser reproduzidos por professores que desejam utilizar o Lymphatic Wars em suas
aulas, bastando apenas a impressão do material do jogo e a visualização dos vídeos
explicativos.
DESVENDANDO O AEDES
REFERÊNCIAS
FORTUNA, T. R. Jogo em aula. Revista do Professor. Porto Alegre, v.19, n.75, p.15-
19, jul/set 2003.
SOUZA, S.E. The use of didactic resources at school teaching. Arq Mudi. v. 11, p.
110-114. 2007.
O Ateliê ―Chá com flores‖ propõe uma instalação a partir de uma atividade
desenvolvida pelo grupo PIBID/Biologia no ano de 2016. Esta ação ocorreu na Praça
Tubal Vilela no Município de Uberlândia e teve como propósito a troca de ideias dos
membros dos subprojetos PIBID/Biologia e a população que passava por aquele espaço
público. Houve um diálogo sensível sobre as emendas constitucionais e projetos de leis,
as quais estas estavam emergentes no país ao longo do ano. O objetivo desta instalação
no Ateliê de Criações do EREBIO é provocar os participantes do evento a pensar sobre
as políticas públicas relacionadas à educação bem como às propostas de alteração nestas
legislações. Para tanto, faremos um convite para o diálogo, buscando não apenas uma
conversa das concepções que os visitantes têm sobre o cenário político, mas também
oportunizar um olhar sensível ao outro, uma troca de afeto e anseios acerca dessa
temática problematizadora que afeta tanto a atuação docente. Faremos assim: Com o
auxílio de dois mediadores, pretende-se criar um espaço harmonioso com duas cadeiras
e uma mesa, contendo várias flores coloridas e chá para os convidados. Os mediadores
se revezarão para o momento do diálogo ocupando uma das cadeiras, a outra ficará livre
para aquele visitante que se sentir provocado e convidado a participar da proposta.
Haverá também um convite, escrito em um cartaz com os seguintes dizeres: Quer
conversar? Te ofereço flores e um chá. Somos capturadas a uma prática docente
atravessada pelo afeto e pela potência de estar com o outro, acreditamos em uma
educação que acontece na troca, nas possibilidades de encontro, em movimento, que
mais provoque do que esclareça. Portanto, essa intervenção vem ao encontro do que
acreditamos como alternativa para se pensar a prática docente, pois esta construção é
importante para reafirmar a emergência de nos conectarmos às discussões políticas que
permeiam a educação, pois vivemos um momento político particular com inúmeras
propostas que alteram de forma direta o fazer docente. Esta prática ressalta o severo
compromisso que setor político tem com estas questões e, além disso, o quão
imprescindível é a importância do envolvimento e sentimento de nós professores que
acreditamos em uma educação pública de qualidade socialmente referenciada.
Ensinar e aprender sobre temas científicos tem sido pauta de estudos recentes
(CARVALHO, 2013; MARANDINO; SELLES; FERREIRA, 2009; MARTINS;
LEITE, 2013), que via de regra concluem que atividades que buscam fugir ao padrão
convencional da aula expositiva tornam-se mais eficientes, na medida em que o aluno
participa da construção de seus próprios saberes e o professor atua como mediador do
conhecimento. O caso específico da biologia apresenta uma particularidade a ser
considerada: a elevada quantidade de termos técnicos que quase nunca fazem parte do
vocabulário dos alunos, podendo dificultar a compreensão de fenômenos biológicos
importantes. O presente relato tem como objetivo apresentar a vivência de uma
experiência educativa realizada no IF Goiano-Campus Urutaí, voltada à segunda série
do ensino médio, abordando os temas: ―Regras de Classificação dos Seres Vivos‖ e
―Diversidade do Cerrado‖ por meio da utilização da fotografia como recurso didático. A
ideia foi fomentada pelo estudo de Bezerra e Suess (2013), que analisando livros
didáticos perceberam grande distanciamento entre a abordagem deste bioma e a
realidade, inclusive com erros conceituais e distorções das ações voltadas à
conservação. Richter, Lopes e Freitas (2006, p.9) mencionam que ―criou-se a tradição
de considerar-se o que está apresentado no livro didático como única forma possível de
ensinar‖. Sendo assim, buscou-se por meio da atividade, ir além do que é apresentado
pelo livro didático, utilizando o trabalho com fotos registradas pelos próprios alunos
para a realização da classificação biológica de seres vivos, estimulando a atitude
investigativa. Após estudos teóricos sobre sistema binomial de nomenclatura científica,
os estudantes foram orientados a saírem a campo (o próprio IF que se localiza na zona
rural) e registrarem com suas câmeras, seres vivos nativos do cerrado. Posteriormente,
deveriam inserir uma legenda à mesma, contendo os seguintes tópicos: nome popular,
científico e uma característica marcante inerente ao ser vivo fotografado. Os trabalhos,
em mídia digital, foram primeiramente enviados à professora responsável pela
disciplina e, posteriormente, encaminhado a um grupo de licenciandos em Ciências
Biológicas que fizeram a avaliação. Foram considerados os seguintes aspectos:
qualidade e originalidade da imagem; obediência às normas de nomenclatura científica
e associação correta entre a característica apontada e o ser vivo fotografado.
Sequencialmente, os equívocos foram corrigidos pelos próprios alunos, os trabalhos
foram impressos e uma exposição fotográfica foi realizada no IF, no sentido de publicar
os resultados e democratizar o acesso das riquezas do cerrado aos demais estudantes. A
atividade mostrou-se como excelente forma de estabelecer conexões entre: educação
básica e ensino superior; uso da tecnologia e ambiente educacional; diversidade do
cerrado e classificação biológica; a turma e a comunidade escolar, dentre tantas outras
possibilidades de promoção de reflexões acerca das formas de aprender e ensinar
biologia em diferentes espaços educativos.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, A.M.P. Ensino de Ciências por Investigação. 1ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2013.
Iara Lúcia Barbosa Fernandes Vieira (Colégio da Polícia Militar de Goiás Wandemar
Mundin)
iarabioufg@gmail.com
uma resposta, mas se desejarem, que o façam através da sua essência libertária de arte
permitindo, assim, que as pibidianas e pibidianos de todos os mais longínquos lugares
respirem e sintam os ventos...
Os jogos didáticos são uma das ferramentas que podem colaborar para alcançar
o processo de ensino-aprendizagem. Através deles, os alunos podem ser estimulados a
utilizar o conhecimento da disciplina de maneira divertida e atrativa, ou seja, de forma
lúdica. Durante a disciplina de Morfologia Vegetal, foi proposta a criação de um jogo
como material didático, pelo Prof. Dr. Aristônio Magalhães Teles, que nos orientou
para, para a Prática como Componente Curricular, do curso de Licenciatura em Ciências
Biológicas da Universidade Federal de Goiás. Desenvolvemos, então, um jogo de
tabuleiro com a mecânica baseada em perguntas e estratégias que desenvolvem a
integração de conteúdo e raciocínio lógico. O jogo busca alcançar os seguintes
objetivos: desenvolver a sensibilização ambiental; tornar a metodologia de
aprendizagem mais prazerosa e interessante; promover sociabilidade entre os alunos;
auxiliar o professor no processo de ensino-aprendizagem; fornecer ao professor uma
ferramenta que o auxilie em demonstrar a importância de conhecer o conteúdo de
botânica, relacionando com eixos de ciências biológicas e sociedade, contextualizando
fatos voltados para educação ambiental no percurso do jogo. O recurso didático consiste
em um jogo de tabuleiro, nomeado ―Biomas Brasileiros‖. O cenário é dividido em seis
partes, sendo que, cada qual representa um bioma brasileiro: a Amazônia, o Cerrado, a
Mata Atlântica, a Caatinga, o Pampa e o Pantanal. Possuindo um dado, cartas de
perguntas sobre botânica em geral, cartas para ações bônus, cartas para ações de avaria,
cartas de espécies características de cada bioma, peças para representar os biomas de
cada jogador e peças para representar os indivíduos de cada bioma. Os jogadores devem
percorrer um caminho dividido em casas (a quantidade de casas percorridas será
definida pelo valor obtido pelo dado lançado), que passam pelos biomas; em cada casa
de parada o jogador terá de responder a uma carta pergunta. Ao acertar a pergunta o
jogador receberá uma carta contendo uma espécie característica do seu bioma (caso não
acerte, o jogo terá continuidade com o próximo jogador lançando o dado), que lhe
atribuirá uma quantidade de indivíduos de acordo com a espécie, nesta carta haverá
especificações sobre a espécie, tais como: nome científico, família, características
morfológicas, agente dispersor e uma curiosidade. Além de uma carta especifica de seu
bioma, há cartas de bônus, que ao parar em determinada casa o jogador tem direito a
uma carta desse tipo, que poderá ser utilizada para favorecer o seu bioma, se for do tipo
bônus, ou para atacar algum bioma alheio, se for do tipo avaria. Como exemplo de carta
bônus, temos: Unidade de Conservação, onde a carta atribui proteção ao bioma do
jogador contra qualquer ataque durante uma rodada. Para exemplo de carta de ataque,
temos: Madeireira Ilegal, onde o jogador perderá uma determinada quantidade de
indivíduos do seu bioma. O jogo requer raciocínio para momentos de ataque, onde os
efeitos de avaria são diferentes a cada bioma. Ao final do jogo serão contabilizados a
quantidade de indivíduos por bioma, vence o jogador que possuir o bioma com a maior
quantidade de indivíduos e diversidade de flora.
cartasembaralhadas aos dois grupos, assim ao final o grupo que tiver associado
corretamente as características será o vencedor. Foi apresentado em uma sala de ensino
superior com a supervisão do orientador para a avaliação do mesmo e aprovado para a
aplicação deste em salas de ensino fundamental que desenvolva tal conteúdo. Ao criar
este jogo pode-se perceber o quanto é motivador o desenvolvimento de materiais
didáticos, pois estes além de propiciar um bom desenvolvimento do aluno incentivam o
professor, impulsionando-o e até reanimando-o a lecionar, visto que este instiga a
curiosidade e a necessidade de raciocínio lógico dos alunos, resultando na participação e
consequentemente facilitando a aprendizagem. E por sua vez o professor ao perceber
seus alunos motivados, entende que seus esforços e metodologias estão no caminho
certo, reafirmando assim o seu valor.
Rodas de Conversa
Pedro Paulo Ferreira Silva (Instituto Federal do Triângulo Mineiro - Campus Patos de
Minas)
pedropaulo@iftm.edu.br
RESUMO
1 – CONTEXTUALIZAÇÃO
reproduzir informações para serem memorizadas e repetidas. Essa educação deve ser
libertadora, no sentido de promover a independência do aluno em relação a seu
professor, sendo que o educando passa a modificar o seu meio de forma crítica. Nesse
sentido, a utilização de metodologias ativas de ensino-aprendizagem é essencial para
promover a formação de cidadãos críticos e para que a escola cumpra o seu papel
efetivo na promoção do desenvolvimento humano, na conquista de níveis complexos de
pensamento e comprometimento em suas ações (BERBEL, 2011).
2 – METODOLOGIA UTILIZADA
formando grupos heterogêneos. Para cada grupo foi entregue um cartaz com os temas
específicos referentes a composição química dos seres vivos. Nos cartazes, foram
colocados os seguintes dizeres: ―Água no corpo humano‖, ―Água no Planeta Terra‖,
―Qual a importância dos carboidratos‖, ―Para que servem as vitaminas‖, etc.
A atividade foi extremamente proveitosa, pois propôs uma inversão dos papéis
em sala de aula. Durante a atividade, os alunos assumiram o protagonismo, sendo o
professor apenas um tutor da atividade. Inicialmente, foi percebido que os alunos
estavam um pouco perdidos, já que estão muito acostumados a receber passivamente as
informações e não construí-las. Alguns alunos discutiam que não conheciam nada sobre
o tema, que nunca haviam visto nada, etc. O professor foi estimulando o debate e o
surgimento de ideias nos grupos, o que promoveu um intenso debate entre os alunos.
utilizada é conhecida como ―leraning café‖, que incentiva a interação entre os alunos,
afim de estimulá-los, de forma que todos contribuam para a realização do trabalho.
Contudo, dentro das possibilidades de metodologias ativas, existem inúmeras como a
metodologia baseada em times (do inglês Team Based Learning (TBL)), a metodologia
baseada em problemas (do inglês Problem Based Leraning (PBL)), dentre outros.
4 – CONCLUSÕES
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RESUMO
INTRODUÇÃO
Vasconcellos (1992) por mais que que os professores do ensino básico saibam que o
ensino tradicional é problemático, eles têm dificuldade em colocar em prática aulas
alternativas ao modelo tradicional.
Desta maneira é necessário, segundo Silva (2014), uma reforma na formação
inicial de professores que proporcione uma formação integrada, crítica e reflexiva,
qualidades que são importantes para atender as demandas da sociedade atualmente.
Conforme Perez Gomez (2000), a profissão de professor é uma atividade complexa
dentro de um cenário também complexo na qual o docente não pode estar
descontextualizado.
Desta forma, também é relevante, de acordo com Krasilchik (2005), uma
formação continuada que deve se estender por toda a carreira do professor para que ele
possa estar capacitado a trabalhar em um ambiente em constante transformação. Assim,
este trabalho buscou articular o uso de fotografias da cidade de Lavras – MG com o
debate crítico mediado pelo professor para o ensino do tema ―Transmissão e Prevenção
de Doenças Parasitárias‖.
O tema da aula foi escolhido devido as Doenças Parasitárias, que consistem em
infecções causadas por metazoários ou protozoários serem comuns em áreas que
apresentam indivíduos de baixa renda no Brasil, sendo que muitas vezes os principais
afetados são os estudantes do ensino fundamental (TOSCANI et al., 2007). Então, a
aula buscou relacionar os mecanismos de transmissão de algumas doenças parasitárias
como: leptospirose, amebíase e cólera; com as deficiências de saneamento básico da
cidade de Lavras que foram expostas pelas fotografias.
A fotografia foi usada como um recurso didático, pois conforme Asari e
colaboradores (2004) a fotografia possibilita ao estudante compreender o mundo pela
linguagem visual, estimulando-o a colocar em prática observação e descrição de sua
realidade, possibilitando sua interpretação para resolução de seus problemas.
Dialogando com a fotografia, o debate, segundo Altarugio et al. (2010) dentro de
sala de aula é interessante pois proporciona a experiência de expor e ouvir ideias prévias
dos estudantes a respeito de um determinado fenômeno ou conceito. A autora ainda traz
que essa prática possibilita ao aluno se conscientizar de suas próprias ideias, além de
desenvolver sua comunicação.
Portanto este trabalho tem como objetivo relatar e discutir uma metodologia que
busca construir os conhecimentos de ―Transmissão e Prevenção de Doenças
DESENVOLVIMENTO
Proposta da Aula
Descrição da Aula
Ao final da aula os alunos realizaram uma avaliação escrita da aula, tratando dos
pontos fortes e os pontos a serem melhorados. Tal avaliação foi usada para a análise
deste trabalho.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Por meio das dezessete avaliações realizadas pelos estudantes foram criadas
quatro categorias. Elas foram classificadas e elaboradas de acordo com a afinidade de
ideias. O quadro a seguir apresenta as categorias e as respectivas frequências e
descrições.
Para melhor compreensão das categorias serão citadas algumas falas durante o
momento de discussão. Tais falas foram transcritas e nomeadas como EX, onde E
significa ―Estudante‖ e X, o número que identifica cada um.
E11: ―Pontos fortes da aula: Aula muito bem discutida, com reflexões sobre a
nossa cidade, com a utilização de fotos sobre a realidade de Lavras...”
em relação a sua atividade para que ela esteja em constante (re)construção. (NÓVOA,
1991).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RESUMO
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE
Elaboração do Currículo
Construção da Metodologia
Descrição da Aula
“O que é isso? Quais seres vivos são estes?; Por que elas não cresceram nestes halos?;
O que é um antibiótico?; Como ele atua?; Por que temos que tomar um antibiótico no
tempo certo determinado pelo médico? ”
Logo após foi apresentado aos discentes um outro teste de antibiograma que
diferenciava do primeiro pela não ação dos antibióticos. A partir dessas características
das placas foi problematizado com os alunos o porquê das diferenças entre os testes.
Após este momento foi construído com os estudantes, a partir de figuras
ilustrativas (da bactéria, moléculas de agua e antibiótico), e da problematização, como
se dá o mecanismo de ação do antibiótico Penicilina e como as bactérias que são
selecionadas resistem a este mecanismo. Neste momento foi trabalho também o tema
transversal Saúde, por meio de questões como o não cumprimento do tempo de ingestão
de antibióticos determinado pelo médico ou uso indiscriminado dos mesmos, ações que
selecionam bactérias resistentes deixando as infecções cada vez mais difíceis de se
tratar.
METODOLOGIA
Para analisar e discutir este trabalho e sua importância para a formação inicial de
professores, foi utilizada a pesquisa qualitativa que segundo Godoy (1998) através dela
é possível entender fenômenos sobre pessoas, lugares e interações pelo ponto de vista
dos sujeitos que estão sendo estudados.
Dentro da pesquisa qualitativa será utilizada a análise por categorias proposta
por Minayo (2002) que é uma derivação da análise de conteúdo. Segundo a autora tal
análise permite a compreensão dos significados e sentidos de um determinado contexto,
buscando entender o que não pode ser quantificado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Por meio de quinze avaliações realizadas pelos estudantes foram criadas quatro
categorias, de modo que elas foram classificadas e elaboradas de acordo com as ideias
em comum que apresentam. O quadro a seguir apresenta o nome das categorias e as
respectivas frequências e descrições.
O professor para ministrar uma aula, além de dominar a metodologia que for
usar e estar consciente de seu objetivo, tem de ter clareza do conteúdo, pois para que os
estudantes realmente aprendam o professor deve aliar seus conhecimentos científicos da
área que tem formação com o conhecimento didático-pedagógico. Dessa maneira o
professor estará transformando a ciência em algo que realmente pode ser ensinado
(LIBÂNEO, 2002).
A última categoria Figuras Ilustrativas compreende as falas que ressaltaram a
importância da ferramenta pedagógica para o ensino. Alguns alunos as denominaram
de: imagens, modelos ou esquemas. As nomeações dadas pelos alunos podem ser
devido a maneira que as figuras foram utilizadas pois as figuras ilustrativas foram
utilizadas de maneira ativa e dinâmica, ao invés de estarem estáticas apenas. Na fala
abaixo é possível perceber a ideia que dá base para categoria.
A partir disso é possível perceber que com o uso de figuras, o professor terá não
somente a comunicação verbal, instrumento principal para construção de conceitos, mas
também a comunicação visual que segundo Costa (2005) tem um caráter mais intuitivo,
por ser mais universal que a palavra seja ela escrita ou falada, sendo de grande auxilio
para o aprendizado dos alunos (VYGOTISKY, 2015).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do que foi relatado e discutido até aqui, é possível perceber como esta
atividade foi importante para a formação de professores, pois possibilitou integrar os
conhecimentos específicos da área de Biologia Celular com os conhecimentos didático-
pedagógicos, ambos muito importantes para a formação de professores.
Por meio da discussão das categorias também é possível perceber a importância
do uso de metodologias alternativas que promovam um aprendizado interativo, criativo
e prazeroso, possibilitando a participação ativa dos alunos, de maneira a formar sujeitos
críticos-reflexivos que compreendam a realidade e estejam aptos para transforma-la.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BASTOS, V. C., et al. Recursos Didáticos Para O Ensino De Biologia: O Que Pensam
As/Os Docentes. Revista de Ensino de Biologia da Associação Brasileira de Ensino
de Biologia (SBEnBio), v. 7, p. 7332-, 2014.
RESUMO
INTRODUÇÃO
De acordo com Gatti (2009), nos últimos anos houve um grande aumento de
cursos superiores de licenciatura voltados para a formação de professores dos
componentes curriculares específicos do currículo do ensino fundamental e médio. E,
mais recentemente, de acordo com as novas diretrizes federais dos cursos de formação
para a docência, também houve um grande aumento nos cursos de formação de
professores na modalidade à distância. Entretanto, Gatti (2009) discute que, embora haja
esse aumento, estudos publicados pelo Conselho Nacional de Educação (BRASIL.
MEC/CNE, 2007 apud GATTI, 2009) e pelo Inep (BRASIL. MEC/Inep, 2006a apud
GATTI, 2009) mostraram que
Ainda, de acordo com esta autora, dentre as propostas apresentadas para superar
esse impasse, encontram-se o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência
(PIBID) e a instituição de programas de incentivo às licenciaturas, revendo a criação de
licenciaturas em áreas específicas e em períodos noturnos nas áreas de maior carência.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, Bruna L.; NOVAIS, Luiz G. B.; KIILL, Keila B. et al. Implantação do
Laboratório de Química na Escola Estadual Padre José Grimminck: conquistas e
desafios. In: SEMINÁRIO DE SOCIALIZAÇÃO DO PIBID, 2., 2012, Alfenas.
Anais... Alfenas, MG: Universidade Federal de Alfenas, 2012. Disponível em:
Lourdes Maria Campos Corrêa (Escola Estadual Tubal Vilela da Silva – CAPES)
lourdesmccorrea@yahoo.com.br
RESUMO
Este trabalho é um relato de experiência sobre a atividade de recreios culturais,
envolvendo diversidade cultural, nutrição e saúde. O objetivo foi apresentar as
contribuições da equipe do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
(PIBID) para a escola, ao relacionar Ciências e culturas, além de avaliar as
contribuições referentes à formação de licenciandos e da supervisora. A atividade foi
desenvolvida com alunos do ensino fundamental de uma escola pública de Uberlândia.
Ocorreram seis recreios, cada um relativo a uma região do Brasil e um relativo à cultura
internacional. Os alunos apresentaram um varal cultural, levaram pratos típicos e
fizeram apresentações. As ações contribuíram para inserção das culturas no ensino de
Ciências e uma rotina escolar mais dinâmica.
INTRODUÇÃO
Além disso, a diversidade cultural brasileira é um tema que está sendo discutido
diariamente e suas principais questões têm sido alvo de inúmeros estudos na última
década no cenário educacional. Cada vez mais conceitos como diversidade, diferença,
igualdade e justiça social têm se constituído em uma preocupação por parte daqueles
que lutam por uma educação verdadeiramente cidadã. A diversidade etnocultural vem
aumentando e ganhou espaço em vários setores da sociedade, entre eles, a educação.
Isto se dá porque na diversidade etnocultural a noção de cultura é um aspecto essencial
para o desenvolvimento de uma análise das relações sociais e seus determinantes, o que
implica um novo olhar sobre o papel constitutivo e central da cultura na sociedade e na
formação das identidades, dentre elas a identidade docente (CANEM; XAVIER, 2011).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho do PIBID permite novos planejamentos e execuções de ações
docentes dinâmicas multiculturalmente orientadas que enfrentem os reais desafios
provocados pela diversidade cultural na sociedade e nas salas de aulas, requerendo uma
postura que supere a ‗negação‘ multicultural presente nas escolas que é responsável pela
desconsideração da gama cultural que se deve trabalhar.
Dessa forma, os recreios culturais puderam contribuir para o conhecimento e
respeito sobre as distintas manifestações culturais no ensino de Ciências através de
aspectos biológicos como a nutrição, atividade física, ou seja, aspectos de saúde. Além
disso, abriu precedentes para futuros projetos que envolvam atividades físicas, artísticas
e culturais, entre outras, e que explorem esse momento tão oportuno que é o recreio
escolar.
REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS
RESUMO
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RESUMO
O ensino de Imunologia passa por certas dificuldades referentes ao seu alto nível de
complexidade. Buscando otimizar essas aulas, o presente trabalho se propôs a aplicar e
avaliar um jogo didático cooperativo de tabuleiro intitulado ―Lymphatic Wars‖,
contendo os principais elementos sobre o sistema imunológico. Como forma de
avaliação, foram propostas duas atividades diagnósticas pré e pós jogo em duas turmas
de oitavo ano de uma escola municipal do Rio de Janeiro. Os resultados demonstram
que o jogo contribuiu positivamente na concepção dos alunos em relação aos temas
referentes a Imunologia, apresentando-se como um recurso didático alternativo, assim
como possibilitou a cooperação entre os alunos.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
regidas pela mesma professora e os alunos possuíam idades médias entre 12 e 14 anos e
eram bem homogêneas em termos de quantitativo e níveis culturais.
1
Links para os vídeos: Parte 1 – https://youtu.be/G9lD-0oBl8s / Parte 2 -
https://youtu.be/dA668Bvq95g
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A quinta questão é idêntica nas duas atividades, servindo para uma comparação
sobre os efeitos do jogo sobre o conhecimento dos alunos. Para tal, os alunos deveriam
explicar o que ocorre durante uma infecção, situação está que é a principal motivação
do jogo, além de reunir os demais elementos apresentados durante a aula teórica. Os
resultados obtidos nas atividades pré e pós jogo, respectivamente, foram os seguintes:
Gráficos 3 - Percentuais de respostas corretas, parcialmente corretas e erradas na questão 5 nas atividades
pré e pós jogo
De uma maneira geral, é visível a melhora conceitual que o jogo trouxe para os
alunos, principalmente em reconhecer os elementos do sistema imunológico na
compreensão sobre os fenômenos que ocorrem durante uma infecção. A utilização de
outros elementos educativos e lúdicos, comprovadamente, auxilia no aprendizado
quebrando o rigor das aulas clássicas e permitindo o desenvolvimento de diferentes
emoções e significados nos alunos.
De uma forma geral o jogo foi bem recebido pela maioria dos alunos.
Coincidentemente, os alunos que não demonstraram muito interesse na atividade não
assistiram ao vídeo da atividade ou não realizaram alguma atividade diagnóstica.
que não haviam entendido, além de todos buscarem as melhores estratégias para vencer
o jogo.
Dificuldades observadas
Soluções propostas
CONCLUSÕES
Imunologia, visto que ele aborda parte do extenso conteúdo desta disciplina. Contudo,
por meio dele, confirmou-se o caráter motivador dos jogos, um dos principais
benefícios trazidos com a utilização desta metodologia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ana Paula de Lima Florentino Matta (Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais)
anapaula.matta@ifsudestemg.edu.br
RESUMO
O presente trabalho consistiu na avaliação de um modelo do desenvolvimento
embrionário a partir da fecundação até a terceira semana aplicado a estudantes dos
cursos Técnico Integrado em Hospedagem e Química, com o objetivo de averiguar a
eficiência do uso de modelos tridimensionais. Após a realização da atividade com o
modelo realizou-se a sua avaliação por meio de um questionário semiestruturado
composto por nove perguntas, sendo cinco objetivas e quatro subjetivas. Para análise
das questões subjetivas utilizamos um dispositivo analítico para análise bakhtiniana do
discurso. Pela análise da narrativa podemos perceber que Estudante avalia o uso de
modelos como positivo, parece perceber que seu o uso auxilia na aprendizagem de
conteúdos mais abstratos como o da embriologia.
INTRODUÇÃO
A embriologia humana é o estudo dos fenômenos que ocorrem a partir da
fertilização, até a formação do feto. Estudos nessa área são fundamentais, porque
resultam em dados essenciais para a criação de estratégias de assistência à saúde. Logo,
o estudo da Embriologia, é um tópico de extrema importância não apenas para os
profissionais de saúde, mas também como uma disciplina que se bem abordada em sala
de aula, terá grande influência no comportamento sexual, na prevenção de doenças e em
bons desfechos reprodutivos (GARCIA e FERNÁNDEZ, 2012; LANGMAN, 2013).
Entretanto, é bem conhecida a dificuldade de aprendizado no ensino de
embriologia geral, devido à falta de recursos didáticos adequados. Além disso, muitos
Procedimentos Metodológicos
O presente estudo foi dividido em duas partes. Na primeira, foi desenvolvido um
modelo demonstrativo. Já a segunda parte, objeto desse trabalho, consistiu na aplicação
do modelo tridimensional do desenvolvimento embrionário a partir da fecundação até a
terceira semana em sala de aula para testar sua eficácia.
A atividade foi aplicada nos cursos Técnico Integrado em Hospedagem e
Química. Neste contexto, para facilitar o processo ensino e aprendizagem optou-se pela
utilização de modelos tridimensionais após três aulas expositivas. As aulas foram
baseadas no livro didático de Mendonça (2013), adotado pela instituição e com
apresentações esquemáticas na lousa das fases da embriogênese até o processo da
organogênese. Ao término do conteúdo teórico foi distribuído de forma aleatória os
modelos tridimensionais para os grupos de alunos que se organizaram em cada turma.
Para cada grupo foi solicitado que identificasse a fase embriológica, suas
características e a localização no sistema reprodutor feminino, previamente desenhado
por uma das equipes.
Após a aplicação do modelo em sala de aula, realizou-se a sua avaliação por
meio de um questionário semiestruturado composto por nove perguntas, sendo cinco
objetivas e quatro abertas, divididas em três blocos. No bloco um as questões versavam
sobre experiências com modelos tridimensionais. O dois, sobre a avaliação da estratégia
de ensino e o três abarca os aspectos visuais e a eficácia de seu uso. Tal procedimento
teve o intuito de investigar a eficiência de uso de materiais complementares no ensino
de embriologia em aulas experimentais.
Antes da aplicação do questionário para os cursos que trabalharam com os
modelos, foi aplicado um pré teste com uma turma semelhante a que participou da
pesquisa, com o intuito de corrigir algumas possíveis distorções.
O questionário foi respondido por quarenta seis estudantes pertencentes aos dois
cursos supracitados. Esse questionário foi aplicado pela professora da disciplina e por
uma estudante do curso de graduação em Ciências Biológicas, no mês de março de
2017.
A análise das questões subjetivas foi realizada utilizando um dispositivo
analítico para análise bakhtiniana do discurso (Veneu, 2012) que compreende os
seguintes procedimentos:
1 - Identificação do enunciado: a própria alternância entre os sujeitos falantes já
é suficiente para identificar o enunciado, iniciando-se no momento em que o falante
toma a palavra para si e finalizando-se no momento em que este termina o que gostaria
de dizer; 2 - Leitura preliminar do enunciado: procura identificar preliminarmente os
elementos linguísticos (itens lexicais, estilo, construção composicional, unidade
temática, conclusibilidade e relação com o falante e outros participantes) e fazer uma
articulação prévia entre o material linguístico, o objetivo da pesquisa e os conceitos
bakhtinianos; 3 - Descrição do contexto extraverbal: os elementos que compõem esse
item são descritos e articulados com vistas a estabelecer o horizonte espacial comum
dos interlocutores, seu conhecimento, compreensão, a avaliação comum dessa situação,
o momento social e histórico em que ela ocorre e a rede de enunciados a que se
relaciona;4 - Análise do enunciado: consiste em articular os elementos linguísticos, o
contexto extraverbal e os conceitos bakhtinianos envolvidos para alcançar o objetivo da
pesquisa.
Resultados da Análise
Apresentamos a análise das perguntas abertas, buscando, na articulação das
etapas do dispositivo analítico, elementos discursivos e relações dialógicas envolvidas
que possibilitem vislumbrar aspectos indicativos sobre a eficiência de uso de materiais
complementares no ensino de embriologia em aulas experimentais.
Esclarecemos que as perguntas dirigidas aos estudantes, não permitiram que
houvesse alternância entre entrevistados e entrevistadores, já que foram respondidas por
escrito. Também que selecionamos dentre os seis questionários que apresentavam
enunciados- respostas- mais desenvolvidos, um para ser analisado nesse trabalho. Tal
procedimento se justifica pelo volume de dados que ultrapassa o número de páginas
destinadas à apresentação do trabalho em tela. Assim, selecionamos as respostas de um
estudante do curso Técnico em Química e este recebeu uma denominação fictícia de
Estudante.
Embora não pretendamos generalizar os resultados deste estudo,
consideramos que seja possível encontrar, nas respostas, enunciados comuns aos de
outros estudantes, tendo em vista que eles compartilhavam o mesmo contexto
enunciativo. Nessas circunstâncias, supomos poder haver, conforme sugerem os estudos
de caso (MERRIAN, citado por ANDRÉ, 2005), aproximações entre os processos de
ensino de aprendizagem que utilizam modelos tridimensionais.
embrionário humano, ele assinala que este não é essencial e expõe os motivos de tal
opinião. Com relação a questão que trata do aspecto visual do material, como cor,
textura, dimensão, etc. ele não vê problemas, quanto a apresentação do material,
contudo, esboça dúvida sobre a similaridade do modelo com o que é verificado no
organismo.
Contexto extraverbal
O curso Técnico em Química é desenvolvido em três anos e abrange,
concomitantemente, um componente curricular de conteúdos de disciplinas
propedêuticas e técnicas. A carga horária total é de e 4167 horas. Ele é centrado na
formação integral do profissional e possibilita também a continuidade dos estudos. O
curso apresenta no primeiro ano uma carga horária menor para a disciplina Biologia.
Isso dificulta a abordagem de todo conteúdo proposto no livro didático adotado. Devido
a isso, o os conteúdos, embriologia e histologia animal, referentes ao primeiro ano
foram ministrados no início do segundo ano. Os assuntos trabalhados no componente
embriologia animal é fundamental para compreensão da formação dos tecidos, da
ontogênese, na classificação filogenética, além de fornecer subsídios para discussões de
temas atuais, como gravidez na adolescência, aborto, uso de drogas, biotecnologia.
Apesar da relevância na abordagem, o conteúdo embriologia apresenta características
que dificultam a aprendizagem: compreende estruturas microscópicas, o que requer
observação indireta, e envolve mudanças dinâmicas no embrião, que ocorrem em um
plano tridimensional (FREITAS et al., 2008)
Ressaltamos também, que o momento social e histórico no qual ocorreu a
interação com o estudante para averiguar a eficácia do uso de modelos tridimensionais
para ensinar um conteúdo repleto de minúcias e detalhes foi bem no início do semestre
letivo. O entrevistado pertencem a uma turma de 24 estudantes do segundo ano do curso
de Técnico em Química, cuja a faixa etária está entre de 15 a 17 anos. Assim, como seus
colegas de turma já teve contato com modelos tridimensionais em outras disciplinas e
também compartilha com eles que o uso deles auxilia na compreensão do conteúdo da
aula teórica. Já quanto ao uso de modelos para explicar o desenvolvimento embrionário
humano ele pensa ao contrário de seus colegas que este é dispensável. Contudo, avalia
como os demais estudantes da turma que o uso de modelos auxilia no reconhecimento
das estruturas e que necessita de um orientador quando for utilizado.
DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES
Pela análise da narrativa podemos perceber que Estudante avalia o uso de
modelos como positivo. Indica que para além da possiblidade de aprimoramento da
compreensão da matéria o modelo também auxilia aqueles que apresentam alguma
dificuldade visual, o que parece evidenciar a formação integral preconizada no Projeto
Pedagógico do curso.
Também explicita que o usos de modelos tridimensionais auxilia a
compreensão do conteúdo teórico e prático Contudo, parece indicar uma possível
contradição quando declara que ele não é necessário para a aprendizagem do conteúdo,
Declarando que o aprendizado irá ocorrer da mesma forma, porém essa ideia perde
força quando ele declara que essa aprendizado será mais difícil.
Ao emitir sua avaliação sobre o aspecto visual do material, Estudante,
evidencia seu protagonismo e qualifica de maneira positiva a aparência do material.
Contudo, ele esboça uma dúvida sobre a dimensão, cor e tamanho dele, pois não tem
elementos suficientes para comparar com as estruturas no organismo.
De maneira geral ele parece perceber que o uso de modelos tridimensionais
auxilia na aprendizagem de conteúdos mais abstratos como o da embriologia, apesar de
esboçar algumas pontos de tensões sobre a eficácia de tais materiais para a
aprendizagem. Também podemos perceber que ele dialoga com questões que
extrapolam o conhecimento técnico puro, quando evoca a questão da inclusão.
Talvez possamos depreender que o uso de modelos confeccionados com material
de baixo custo e de fácil manipulação, como o que foi utilizado para esse trabalho,
possibilite aos estudantes que o utilizam uma reflexão e assimilação do conteúdo de
maneira mais palatável, evidenciando assim a importância do uso de tais ferramentas no
ensino, em especial no de Ciências e Biologia. Essa perspectiva também foi apontada
por Krasilchik, (2004). A autora chama atenção para o fato de que ferramentas como
modelos, podem despertar um maior interesse dos alunos abrindo caminho para a
exploração de novas habilidades e competências.
Esse fato também foi verificado por Ferreira e colaboradores (2013), os autores
que trabalharam com modelo tridimensional de desmossomos, argumentam que. s
estudantes que participaram da atividades com o modelo afirmaram, que o uso desta
ferramenta auxiliou no aprendizado, promoveu uma aprendizagem construtiva e
proporcionou aos estudantes momentos de reflexão e criação.
Também é possível perceber pela análise dos enunciados, que o aluno evidencia
a possibilidade que o não uso de materiais alternativos, como o modelo tridimensional,
não impede o aprendizado, contudo exige um esforço maior para melhor compreensão
do conteúdo.
Pela análise do que foi apresentado e discutido podemos perceber que o trabalho
com modelos pode auxiliar bastante a aprendizagem de conteúdos que mesmo sendo
importantes para a formação tanto profissional como cidadã do sujeito parecem ser
abstratos e pouco interessantes. Contudo a utilização de modelos parece indicar um
caminho promissor para o ensino desses conteúdos, tornando-os mais palatáveis.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRÉ, M. Estudos de caso revelam efeitos sócio-pedagógicos de um programa de
formação de professores. Revista Lusófona de Educação, Lisboa, Portugal, n. 6, p. 93-
115, 2005.
CONFORTIN, A. C.et al.O ensino de embriologia a partir de moldes didáticos. In:
Seminário Integrado, ensino, pesquisa e extensão, 3, 2011. Chapecó. Anais... Chapecó,
2011
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VENEU, A.A. Perspectivas de professores de física do ensino médio sobre as
relações entre o ensino de física e o mercado de trabalho: uma análise bakhtiniana.
RESUMO
Neste texto relatamos uma experiência sobre a ocupação da Escola Estadual Uberlândia,
que ocorreu no final do mês de outubro do ano de 2016, simultaneamente com mais vinte
escolas da cidade. Neste trabalho visamos mostrar as diferentes visões e opiniões de
professores e alunos sobre estes movimentos sociais, buscando entender o significado
desta ocupação. Para isto utilizamos como instrumento para coleta de dados entrevistas
semiestruturadas, que foram analisadas qualitativamente. Nossos resultados demonstram
que os professores e alunos estavam conscientes do cenário educacional do qual faziam
parte, e se posicionaram criticamente sobre os movimentos naquele contexto.
INTRODUÇÃO
social que incentivou a matrícula de 98% de crianças entre 6 e 12 anos, 731 mil crianças
ainda estão fora da escola (IBGE). O analfabetismo funcional de pessoas entre 15 e 64
anos foi registrado em 28% no ano de 2009 (IBOPE); 34% dos alunos que chegam ao 5º
ano de escolarização ainda não conseguem ler (Todos pela Educação); 20% dos jovens
que concluem o ensino fundamental, e que moram nas grandes cidades, não dominam o
uso da leitura e da escrita (Todos pela Educação) (ARAÚJO, 2016). Somando todos estes
problemas citados acima com um currículo escolar inchado, cansativo e sem perspectivas
de melhoras, alunos de várias cidades brasileiras decidiram ocupar as escolas públicas em
forma de protesto contra o descaso dos governantes com a Educação brasileira
(MARANHÃO,2012).
Durante essa fase organizada da ocupação visitamos algumas escolas para ver
como estava a manifestação dos alunos, conversamos com alunos, professores e direção
das escolas. Ao chegarmos deparamos com um ambiente calmo bem diferente dos relatos
do noticiário da rede de televisão local, os alunos nos trataram muito bem, na entrada nos
identificamos como alunos do PIBID da Universidade Federal de Uberlândia e que
queríamos conversar com eles, o que foi prontamente atendido. Neste trabalho relatamos
esta experiência e opiniões de alunos e professores durante a ocupação da Escola
Estadual Uberlândia (Museu) com o objetivo de levantar reflexões a respeito deste
movimento.
METODOLOGIA
―[...] a polícia ela não age para a população, ela age a favor do
Estado, é uma segurança corporativa [...]‖ (áudio, 6:25‖ à 6:32‖).
Perguntamos aos alunos se eles acreditavam que a vida deles iria mudar após as
ocupações e ambos disseram que já mudou, pois estavam vivendo um movimento muito
organizado e muito rico culturalmente, pois era um movimento muito variado composto
por pessoas negras, mulheres, homossexuais, nordestinos entre outros e que eles não
estavam nas escolas de brincadeira estavam lutando pelos próprios direitos, mais apesar
disso se sentiam discriminados por pessoas de fora da ocupação, pessoas que estavam
julgando-os e classificando-os como bandidos. O aluno B manifestou que
Sobre a ajuda de pessoas de fora das escolas o aluno B disse que o movimento
era composto apenas por estudantes, mas que recebiam auxílio de outras pessoas para
ministrarem oficinas e aulas e também recebiam doações de alimentos. O aluno A disse
ainda que mantinham estreito contato com as lideranças de outras escolas ocupadas e que
fizeram amizades, pois estavam em busca de um mesmo objetivo.
Perguntamos aos alunos também como estava a relação deles com os alunos que
não aderiram à ocupação, os professores e a direção da escola, o aluno A respondeu que
não existia consenso com nenhuma das partes, porque alguns eram à favor e outros
totalmente contra à ocupação, disse ainda que é necessário politizar as pessoas para que a
população tenha uma consciência política, o aluno B complementou dizendo que o futuro
é das crianças e que os políticos que estão no poder atualmente irão sair do comando e
quando isso acontecer tudo irá melhorar.
Para Freire (1987)o diálogo é a base da comunicação, por via dele que
conhecermos o outro, suas carências e necessidades. Se eu não escuto o outro eu não o
conheço.
Durante nossa visita à escola estava ocorrendo uma reunião entre professores e
diretoria, reunião onde muitos estavam exaltados, pois estavam sendo pressionados pela
valorizar os professores, e tem esperança que os governantes façam algo positivo para
melhorar a educação. O professor P2 disse assim:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mesmo depois dos alunos comprovarem com seus próprios atos que o
movimento de ocupação das escolas era legítimo e organizado o juiz José Roberto Poiani
expediu uma liminar exigindo que o Estado e as direções de cada instituição
providenciem a saída pacífica dos estudantes. Após o mandado judicial 17 escolas
tiveram a desocupação imediata, porém 3 escolas permaneceram ocupadas por mais
alguns dias, entre estas a E.E. de Uberlândia, até ocorrer a desocupação total das escolas
uberlandenses no dia 10 de novembro de 2017.
Tendo observado todos estes problemas que foram citados por alunos e
professores da Escola Estadual Uberlândia (Museu), problemas que são compartilhados
por várias escolas brasileiras e que ninguém levou em consideração ao decretar a
desocupação das escolas. De tudo o que os alunos pediram durante o movimento nada
ainda foi feito, pois os governantes ainda insistem em não ouvir a voz da população,
produzem comerciais em rádios e televisões, e também dizem em campanhas eleitorais
que irão melhorar a educação, porém, na prática não é o que acontece, pois nos parece
que a educação brasileira está praticamente abandonada pelos governantes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARAÚJO, Lidiane Gomes; SILVA, Maiane Cabral. Um olhar sobre a realidade das
escolas: um estudo de caso sobre a visão de profissionais da educação sobre a situação
RESUMO
O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) possibilita
uma integração entre universidade e escola. Este trabalho tem como finalidade levantar
as contribuições do PIBID para a formação inicial de professores de um curso de
licenciatura na perspectiva dos ex-bolsistas. Para tanto, realizamos entrevistas com ex-
bolsistas que atuam como docentes. As contribuições: O aprendizado com e sobre
grupos, o saber lidar com as dificuldades encontradas (falta de recursos materiais,
gestão em aula, gestão administrativa escolar e do sistema de ensino) e as contribuições
relacionadas a formação inicial (vínculo com professores experientes, aprendizagem de
conhecimentos teóricos sobre ensino e participação do PIBID nas etapas do processo de
ensino e aproximação da profissão).
INTRODUÇÃO
Assim, aprender a ser professor não é uma tarefa que se conclua após estudos de
conteúdos específicos e de diferentes técnicas de transmissão de conhecimentos, é bem
mais que isso. Segundo Mizukami et al (2006, p. 12), essa aprendizagem
Nesse sentido, é preciso refletir sobre quais práticas de ensino devem ser
promovidas, e em qual momento do curso, para preparar adequadamente os futuros
professores (MIZUKAMI e REALI, 2010). Essas práticas precisam possibilitar
situações reais que envolvam o processo de ensino-aprendizagem.
Por isso, os momentos de estágio são essenciais, pois eles possibilitam conviver
e atuar no ambiente profissional, ou seja, sem esta interação a formação inicial fica
deficitária.
MÉTODO
- estar atuando ou ter atuado como professor da educação básica no último ano.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
as falas de alguns professores para ilustrar os resultados, pois não seria possível trazer
todo o material neste momento.
Outro aspecto que nos chama a atenção nas entrevistas realizadas é o fato do
reconhecimento do professor da escola (supervisor) como referência, ou seja, como um
profissional mais experiente que pode contribuir com a formação dos futuros
professores.
Para o Professor 3, o PIBID foi essencial. ―São três perspectivas diferentes que o
projeto proporciona. A primeira, a do aluno (o licenciando), a do professor que está em
sala de aula e a do professor que está formando o aluno da graduação. Os três olhando
para a mesma coisa, a escola, a sala de aula, o aluno, e por fim, a aprendizagem. E
esses três elementos, quando somados, são muito ricos, porque você consegue ter a
visão de uma pessoa que está na educação básica, de uma que está te formando, que
está na universidade, e a sua própria visão. E isso acaba por construir o que você
pensa, a sua visão de mundo e o que você pensa sobre a sala de aula e a educação.”
carga horária do PIBID é bem maior que a dos estágios, o que vem contribuindo para
afeiçoar e valorizar a formação, além de melhorar a qualidade da educação básica. Não
consideramos que a quantidade de tempo na escola seja o fator determinante e sim a
qualidade das vivências possibilitadas neste período.
3 - Contribuições teórico-metodológicas
Estar em sala de aula durante a graduação possibilitou esta maior conexão entre
teoria e prática segunda a professora. Outro aspecto levantado foi a questão das
limitações enfrentadas na prática, pois para o Professor 5 o PIBID auxiliou em suas
práticas docentes, mediante a ausência de recursos. “Essa questão do material, por
exemplo, me ajudou também a eu imaginar coisas, métodos de fazer diferente.”
6 - Inserção Profissional
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A prática docente envolve diversos fatores, e estar apto a atuar como docente
traz como necessidade uma formação de qualidade que preencha as lacunas existentes
no atuar como professor em início de carreira. A formação inicial não consegue dar
conta de todas as demandas da formação, mas deve ser capaz de formar sujeitos capazes
de iniciar sua atuação profissional, já que entendemos que a formação acontece ao longo
da vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RESUMO
Os jogos didáticos são recursos importantes para o ensino de ciências pois permitem o
desenvolvimento das habilidades como: trabalhar em grupo, aprender com o erro,
criatividade entre outras. partindo desse pressuposto, foi desenvolvido um jogo ―ataque
à torre dos biomas‖ que será apresentado como uma ferramenta que pode auxiliar no
ensino sobre os biomas brasileiros por meio da promoção de um engajamento
disciplinar produtivo. o jogo foi aplicado a uma turma do 6° ano do ensino fundamental
de uma escola pública e para a coleta de dados foram utilizados um caderno de campo,
gravação de áudio e entrevista com a professora e os alunos. a partir dos dados
analisados foi possível concluir que o jogo favoreceu o ensino de biomas e foi capaz de
promover o engajamento dos estudantes na atividade.
INTRODUÇÃO
criaturas vazias, para isso eles precisam passar pelos três biomas e recolher os
emblemas. Ao propor esse desafio inicial, o jogo se relaciona com o princípio de
problematização do EDP. Desde o primeiro trecho da aventura, os alunos devem
escolher qual o seguinte passo que desejam seguir, portanto eles atuam de modo ativo
na história e, como essa escolha ocorre em grupo, a opinião de todos deve ser levada em
consideração. Desse modo, o jogo se aproxima dos princípios de fornecer autoridade e
conceder responsabilidade aos estudantes do EDP. As informações referentes aos
biomas no jogo funcionam como um recurso relevante para os alunos solucionarem o
desafio proposto, como sugere este princípio do EDP.
Para jogar a turma deve ser dividida em grupos. Cada grupo deve receber um
livro-jogo ―Ataque à Torre dos Biomas‖ e um dado comum de seis lados. Antes do
início da aventura, existe um manual do jogo que o professor deve ler com os alunos.
Nesse manual, é explicado como ler os trechos da aventura e sobre a não linearidade do
texto. Em seguida, cada grupo decide quem irá narrar ou se essa função será revezada
entre todos os membros do grupo. Então, a aventura se inicia e ao final de cada trecho o
grupo deve decidir qual o próximo passo que eles desejam seguir. Em alguns trechos, é
necessária a utilização do dado para saber qual será o próximo passo, então os alunos
devem jogar o dado e verificar o resultado. O jogo deve seguir desse modo até o fim da
aventura.
O jogo foi aplicado em uma turma de 6° ano em uma escola da rede municipal
de Santa Luzia, localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A aplicação
ocorreu com o auxílio da professora de ciências da turma em duas aulas geminadas de
50 minutos cada. Para a coleta de dados foi utilizado o caderno de campo, gravação em
áudio e entrevistas com os alunos e com a professora.
Esses dados foram analisados buscando perceber se o jogo promoveu o EDP.
Engle e Conant (2002) afirmam que para perceber se ocorreu o EDP é necessário
observar se: a) um grande número de alunos participaram da discussão com
contribuições substanciais; b) as contribuições dos alunos estavam em concordância
com as apresentadas pelos colegas anteriormente, portanto não configuraram
contribuições isoladas; c) poucos alunos estavam envolvidos em outras atividades; d) os
alunos demonstraram estarem atentos uns aos outros através do contato olho no olho e
grupos era notório que os alunos estavam voltados para o livro e atentos a quem lia o
trecho no momento, fato também observado pela professora que relatou na entrevista:
Professora: Alguns grupos né, infelizmente numa sala de aula a gente não
consegue atingir todos com uma atividade, mesmo que ela seja interessante,
infelizmente vai ter algum grupo que dispersa, um aluno que não esteja
interessado, mas não é que a atividade não seja interessante, mas é porque o
aluno não se situou naquela atividade, mas a maioria dos grupos se manteve
engajado na atividade.
até o fim da aula. Essa visão é próxima à da professora que quando perguntada se os
alunos continuaram engajados por um longo período de tempo respondeu que:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nessa primeira aplicação do jogo pode ser percebido que ele funcionou como
um elemento para sistematização do conteúdo já visto e também nos parece que
proporcionou a aprendizagem e sensibilização com os problemas ambientais. E com
relação ao engajamento disciplinar produtivo, é possível assinalar que o jogo foi eficaz
ao proporcioná-lo, pois foram constatadas evidências associadas ao comportamento e as
interações dos estudantes.
De modo geral, o jogo foi bem aceito pelos alunos e pela professora. Os alunos
quando perguntados se gostariam de jogar novamente responderam de forma afirmativa.
E a professora relatou que é uma proposta interessante e adequada ao currículo de
ciências e que gostaria de utilizá-lo novamente. Portanto, é possível concluir que a
aventura ―Ataque à Torre dos Biomas‖ se mostrou uma ferramenta viável para o ensino
de biomas brasileiros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL, R. R. do. Uso do RPG pedagógico para o ensino de física. Recife, 2008.
170pf. Dissertação – Mestrado em Ensino das Ciências. Universidade Federal Rural de
Pernambuco, Recife – PE, 2008.
VIEIRA JÚNIOR, J. J. et. al. RPG na Educação: relato de experiência durante o uso em
um clube de ciências. In: Encontro Regional de Ensino de Biologia, III, 2015, Juiz de
RESUMO
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
Este trabalho teve como objetivo investigar como o AEE surgiu nas escolas
municipais e verificar o rendimento escolar dos alunos especiais antes e depois da
implantação do projeto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
―... Depois que eles entram para o AEE muitos deles amadurece, eles (alunos)
aprendem a lhe dar com as questões e as pesquisas”, disse a Professora Joana, em
reunião com os professores da aluna Maria, que era uma menina muito desorganizada,
que tinha dificuldade nas pesquisas, depois de certo tempo frequentando o AEE, os
professores chegaram à conclusão que ela havia melhorado e ficado mais responsável.
Gomes (2014) relata que após a saída ou durante a participação dos alunos nas
AEES é observado um grande avanço no amadurecimento deles, adquirindo grandes
responsabilidades e consequente interesse em aprender. Esta constatação corrobora com
o depoimento de uma entrevistada apresentado anteriormente.
A professora Joana nos diz que “Vários casos que são tratados como
indisciplina, na verdade são casos de AEE”. Muitos professores ainda não conseguem
observar que os alunos precisam de atendimento especial, acham que é indisciplina, mas
quando é feito um diagnóstico os professores conseguem observar a necessidade de
atendimento especial. Nesse caso, segundo a fala da professora Joana para a
supervisora, a mãe do aluno foi chamada até a escola devido a indisciplina do seu filho,
e a mesma questionou se a escola não conferia as pastas dos alunos, pois ela havia
levado um laudo médico informando que o filho precisava de atendimento em sala
especial e inclusive no AEE.
grupo. A aluna não se sente excluída dos demais colegas da sala, ela disse que não é
tratada com indiferença, apesar de ser a única da sala que frequenta o AEE. Ela
considera mais os alunos da sala de aula como seus amigos do que os próprios alunos
do AEE. Sua maior dificuldade é em matemática e com o AEE ela consegue aprender
mais.
Em uma conversa com a gestão do AEE, Vera uma das coordenadoras do
projeto em uma das escolas municipais entrevistadas nos disse que a prefeitura de
Uberlândia tem dado prioridade para pessoas especiais desde 1991, e assim implantaram
o Programa Ensino Alternativo, dando iniciou no mesmo ano, mas sendo implantado
em 1992 nas escolas municipais de Uberlândia. Nesta época o Programa foi utilizado
como um norteador para integração escolar. O Projeto Ensino Alternativo passou a
receber o nome de Programa Ensino Alternativo - PEA em 1996.
O atendimento às crianças com deficiência é feito desde o início do PEA, a partir
da inserção da pessoa com deficiência no ensino regular, tendo o direito do aluno nas
atividades do contra turno. O Programa possui como intuito de visar o um melhor
atendimento com foco em ética da diversidade, acessibilidade e inclusão, acessibilidade
comunicacional, inclusão digital, letramento/ alfabetização. Criaram em 2004 um
Núcleo de Apoio às Diferenças Humanas/NADH que é hoje o setor responsável pela
Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação do Município de Uberlândia
este núcleo visa garantir a vaga do aluno na escola regular e o ensino-aprendizagem.
Por lei todas as escolas são obrigadas a receber alunos especiais, mais isto não
acontece em todas as escolas públicas. Várias escolas estaduais, por exemplo, não
possuem estrutura para atender um aluno especial como podemos ver em uma frase dita
pela coordenadora Vera: [...] “Nem todas (escolas) têm acessibilidade. A inclusão ainda
é um desafio e falta muito a ser feito. Mas, nós encaminhamos os alunos para as
escolas que têm capacidade de atendê-los de acordo com as limitações de cada um‟‟.
Os professores que ministram as aulas na parte pedagógica do AEE precisam de ter
especialização em educação especial e os profissionais que atuam na psicomotricidade
têm que ter especialização em psicomotricidade. Acreditamos que esses cursos tornam
os profissionais envolvidos com o AEE mais seguros e capazes de auxiliar os estudantes
de forma efetiva.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RESUMO
O objetivo central dessa pesquisa é problematizar sobre que Amazônia se pensa quando
se assume a necessidade e importância de contemplar o que lhe é próprio, o que se diz a
―cara da Amazônia‖. É uma tentativa de desnaturalizar verdades sobre a Amazônia a
partir da perspectiva teórica dos Estudos Culturais e de algumas ferramentas de Michel
Foucault no sentido de problematizar as ideias sobre a Amazônia dos professores da
rede pública de Manaus e os atravessamentos dessas nos discursos midiático e literário.
A trama enunciativa que se apresenta é um recorte de um projeto institucional no qual
apresentamos a trajetória inicial da pesquisa pautada nos estudos teóricos dos temas e na
análise da dispersão das Amazônias fabricadas.
INTRODUÇÃO
Uso a palavra para compor meus silêncios. Não gosto das palavras
fatigadas de informar. Dou mais respeito às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo. Entendo bem o sotaque das águas Dou respeito às coisas
desimportantes e aos seres desimportantes. Prezo insetos mais que aviões. Prezo a
velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis. Tenho em mim um atraso de
nascença. [...]
Manuel de Barros
Figura 01: Levantamento das produções que problematizam sobre a Amazônia na perspectiva dos
Estudos Culturais. Fonte: COSTA, M.de O.; OLIVEIRA, C.B. 2017.
MÔNICA
[...] trazer ao espaço público e acadêmico a trajetória dos anônimos que vêm
das margens é um ato político e pedagógico. Marcos Reigota
CAROLINE
Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas
da noite. E logo sentava-se ao tear. Linha clara, para começar o dia. Delicado
traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora
a claridade da manhã desenhava o horizonte
Marina Colasanti
A literatura tem como um dos seus ofícios trabalhar com o vir a ser, com o devir,
com as posições periféricas. Mas também atua da fabricação daquilo que é comum,
cotidiano, como a ideia de uma Amazônia que é floresta e dicotômica. Assim, podemos
destacar as diferentes formas pelas quais a Amazônia é descrita por meio de binarismos:
o inferno/paraíso verde, ou seja, ideias que constituem uma Amazônia pelos extremos,
hiperbólica atravessada relação natureza e cultura. Milton Hatoum (2009, p.99), no
conto ‗A natureza ri da cultura‖, fala de uma suposta Amazônia exuberância natural e
mítica narrada por personagem cientista:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BUENO, Magali Franco. O imaginário brasileiro sobre a Amazônia: uma leitura por
meio dos discursos dos viajantes, do Estado, dos livros didáticos de Geografia e da
mídia impressa. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2002.
Disponível em: <bdtd.ibict.br> Acesso em 21.03.2014.
_____. Como lidar com os pensamentos passageiros que nos atravessam. Revista
Linha Mestra. N. 24. Jan-Jul, 2014.
HATOUM, Milton. Órfãos do Eldorado. São Paulo: Companhia das letras, 2008.
ROCHA, Cristianne Maria Famer.A escola na mídia: nada fora do controle. Porto
Alegre : UFRGS, 2005.
SOUSA, Márcio. Amazônia, regional e universal. IN: BASTOS, Élide Rugai. PINTO,
Renan Freitas. Vozes da Amazônia II. Manaus: Valer, 2014.
RESUMO
ensino fundamental e médio ou fica restrita ao fim do terceiro ano do ensino médio,
caso haja tempo sobressalente, e de forma resumida e superficial. (TIDON &
LEWONTIN, 2004; SANTOS & CALOR, 2007)
Dobzhansky (1973), um famoso cientista e biólogo, diz que ―Nada em biologia
faz sentido, exceto à luz da evolução‖, seguindo essa premissa diversos artigos
investigaram como é o ensino de evolução e como poderia melhorar. Nesse contexto,
uma das sugestões é justamente usar a evolução como eixo transversal, mesmo que não
de forma explícita, como um conteúdo, mas sim como a base na qual se consolidará o
ensino de ciências biológicas desde o princípio.
Eis então a necessidade de se explorar os mais variados meios para se ensinar,
pois o ensino não é restrito ao ambiente formal de sala de aula. Considerando as
experiências dos autores, é comum que professores organizassem passeios aos
zoológicos sem um plano de visita, fazendo de tal uma saída apenas voltada para o lazer
ou mesmo pouco direcionada ao ensino, todavia, é perceptível que o referido espaço
abrange uma área multidisciplinar pouco contemplada. Locais como zoológicos e
jardins botânicos possuem potencial para serem usados para o ensino (QUEIROZ ET
AL, 2014), e é nesse uso de espaços não formais que surge a presente proposta de
trabalho.
Em um momento de crise, onde a educação no Brasil está tão desvalorizada e
desprezada, é preciso trazer um novo ânimo no ensinar e aprender, com atividades mais
interativas construtivas aos alunos, mas também para os professores. Considerando que
passeios a zoológicos para escolas podem ser gratuitos, a proposta não traz grandes
gastos ou muita dificuldade operacional, se tornando assim uma "brecha" para se trazer
algo diferente e fora da escola, mesmo com a falta de investimentos na educação, que
deve ser melhor aproveitada.
Pensando nisso, na falta de direcionamento real ao ensino nesses passeios e para
subsidiar a necessidade de um material de apoio para o professor de ciências, foi
efetuada, em etapa anterior ao presente trabalho, uma pesquisa em quatro escolas
públicas em regiões administrativas do Distrito Federal, duas localizadas na Asa Norte
(Centro de Ensino Fundamental 102 e 104) e duas em Ceilândia (Centro de Ensino
Fundamental 12 e 26). Nela foram entrevistados 11 professores de ciências naturais por
meio de questionários contendo itens em sua maioria discursivas. Entre as perguntas, foi
abordado o perfil e formação dos professores, bem como questões relacionadas a saídas
CONSTRUÇÃO DO MATERIAL
Como base para a cartilha foi construída uma árvore filogenética ilustrando a
relação evolutiva dos grupos de animais presentes no JZB para exposição, mamíferos,
aves e répteis, e a partir disso dar um enfoque a grupos menores dentro de aves e
mamíferos. O uso de sistemática filogenética já foi demonstrado por Santos e Calor
(2007) como uma forma didática e interessante de se ensinar o conteúdo de evolução
biológica. Uma vez que possui um aspecto visual atrativo, a forma de árvore também é
instrutiva, pois permite uma análise clara das relações de parentesco entre os seres
vivos.
No mesmo trabalho também é discorrido sobre o nível hierárquico a ser utilizado
na relação, uma vez que trabalhar relações entre gênero e espécie não atenderia aos
objetivos didáticos por se tratar de algo muito específico. Desse modo, assim como os
autores, relacionamos os animais em níveis hierárquicos maiores, com membros
representativos em cada grupo, facilitando assim a compreensão e assimilação sobre o
que a árvore filogenética pretendia ilustrar.
Figura 2: Árvore filogenética relacionando os grupos de aves presentes no JZB em outubro de 2016
Figura 3: Árvore filogenética relacionando os grupos de mamíferos presentes no JZB em outubro de 2016
REFERÊNCIAS
TIDON, R., & VIEIRA, E. O ensino da evolução biológica: um desafio para o século
XXI. ComCiência, n. 107, 2009.
RESUMO
Pesquisas com estudantes brasileiros e relatos nas aulas de ciências revelam o quanto
os adolescentes tem fácil acesso à diferentes drogas, sendo o álcool e a maconha
algumas delas. Esses assuntos são delicados e devem ser tratados de forma a estimular a
autonomia e senso crítico dos jovens, para que não entendam o ato educativo como mais
uma campanha de guerra às drogas que se instaura nas escolas. Nesse sentido o trabalho
em questão relata uma experiência docente com alunos do 8º ano de uma escola
municipal de Silva Jardim (Rio de Janeiro) cuja letra da música Cachimbo da paz foi a
ferramenta didática norteadora das discussões. Essa estratégia proporcionou um debate
aberto, crítico e participativo sobre o uso/abuso do álcool e da maconha e sobre a
violência punitiva acerca do uso de drogas ilícitas no país.
1. INTRODUÇÃO
O álcool e a maconha são substâncias psicoativas consumidas entre alguns
estudantes. É o que indica a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada
pelo IBGE em 2012, com escolares brasileiros entre 13 e 15 anos. Ela revelou que
26,1% dos jovens investigados consumiu bebida alcoólica nos últimos trinta dias
anteriores à pesquisa. Sobre o consumo de drogas ilícitas alguma vez na vida, 7,3%
afirmou ter usado nos últimos 30 dias, sendo maior o consumo da maconha (34,5%)
(BRASIL, 2013). Esses dados não sofreram muitas variações em relação ao consumo se
comparados com a PeNSE realizada em 2015, onde o consumo de Cannabis continuou
a prevalecer (46,1%) (BRASIL, 2016).
Além dessa pesquisa com os escolares brasileiros, a prática docente do autor
desse relato demonstra que os jovens apresentaram experiências com o uso do álcool
2
Doutorando em Ensino em Biociências e Saúde (IOC/Fiocruz/RJ); Mestre em Tecnologia Educacional
para as ciências da Saúde (NUTES/UFRJ); Especialista em Educação de Jovens e Adultos, Diversidade e
Inclusão (NUEC/UFF); Docente I da Secretaria Estadual de Educação (SEEDUC/RJ); Pesquisador no
Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde (LEAS/IOC/FIORUZ); Pesquisador colaborador e
Coordenador de GT do Grupo Interdisciplinar de Educação, Eletroquímica, Saúde, Ambiente e Arte
(GIEESAA) - Departamento de Físico-Química, Instituto de Química, UFRJ; e-mail:
francisco.coelho@ioc.fiocruz.br
3
É cabível registrar que os alunos dedicaram bastante atenção à audição da música e leitura da letra,
sem que o professor fizesse esse pedido. Foi cogitada a possibilidade dos alunos mais comunicativos e
falantes impedirem esse processo. Contudo, durante essa aula e com esse grupo de alunos, a adoção da
letra de música se revelou atrativa.
comunicativos, para que ela não se concentrasse apenas nos alunos mais extrovertidos e
participativos. A cada estrofe musical, os alunos eram questionados se concordavam ou
discordavam com a composição. A partir dessa dinâmica os debates aconteceram ao
longo da aula e diferentes curiosidades científicas, legais e sociais em torno do tema
álcool e Cannabis entrelaçaram-se numa abordagem interdisciplinar e transversal.
alunos relataram ter abertura para conversar com seus pais sobre álcool, maconha e
outras substâncias.
Quando questionados sobre o que achavam da estratégia de ensino para debater
o assunto drogas, os 17 alunos disseram que trabalhar com músicas e suas letras é uma
forma mais estimulante de se falar sobre drogas e escutar os pontos de vista de cada um
sem parecer que alguém é dono da razão, reconhecendo os espaços de discussão como
favoráveis para entender diversos assuntos que não sejam apenas sobre ciência. Nesse
momento de debate, praticamente todos os alunos (exceto um) reconheciam a
importância de se conhecer mais as leis. Contudo, não conheciam a Lei 11.343/2006 e o
plano de Lei 7187/14. Ao longo do debate foi sugerido que, para conhecerem mais
sobre seus direitos e deveres de cidadãos, buscassem conhecer mais sobre as leis,
sobretudo o plano de Lei sobre legalização da Cannabis e seus critérios.
Ao serem questionados se identificavam em outros professores um perfil para
fazer uso desta estratégia, todos citaram o professor de História. Alguns (3 apenas)
descreveram o professor de geografia, mas definiram que provavelmente sua forma de
abordagem do tema drogas seria mais como aconselhamento para não usar drogas do
que ouvir o que eles tinham a dizer.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACSELRAD, G. Quem tem medo de falar sobre drogas? Falar mais para se proteger.
Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2015. p.164.
ADADE, M.; MONTEIRO, S. Educação sobre drogas: uma proposta orientada pela
redução de danos. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 40, n. 1, p. 215-230, jan./mar.
2014.
MIDFORD, R.; RAMSDEN, R.; LESTER, L.; CAHILL, H.; MITCHELL, J.;
FOXCROFT, D. R.; VENNING, L. Alcohol Prevention and School Students: Findings
from na Australian 2-years Trial of Integrated Harm Minimization School Drug
Education. Journal of Drug Education: Substance Abuse Research and Prevention,
vol. 44 (3-4), p. 71-94, 2014.
Fonte: https://www.vagalume.com.br/gabriel-pensador/cachimbo-da-paz.html
Resumo
INTRODUÇÃO
(2014, p. 22) problematiza que ―[...] mais do que organizar atividades lúdicas e jogos
com o intuito de tratar conceitos, precisamos oferecer algo mais para que nossos alunos
tenham um interesse maior em participar‖. O que ainda predomina é a aplicação dos
jogos como possibilidade de aulas mais divertidas, dinâmicas e participativas.
se não for bem-entendida, poderá passar a ideia de algo simplório, sem sentido algum.
Ainda é difícil para a escola e para muitos professores conceber o lúdico como aspecto
do processo ensino aprendizagem sem a necessidade de eleger os momentos de brincar.
METODOLOGIA
COMO JOGAR
Este jogo possui uma maneira simples de desenvolver, podendo ser jogado por
quatro a 20 participantes. As regras se limitam em ter um breve conhecimento do
conteúdo: biologia celular.
Para dar início ao jogo é necessário tirar a sorte no par ou impar, feito isto o
professor embaralhará as cartas para que o aluno sorteado retire a primeira carta, a
pergunta será lida em voz alta pelo participante; caso o jogador saiba responder, ele terá
1 minuto para responder, respondendo no devido tempo e corretamente, ele irá procurar
a palavra designada em sua pergunta no tempo determinado de 30 segundos no Tampa
palavras.
em dois grupos, grupo A e grupo B, e assim, para responder as questões tem-se dois
participantes competidores para cada rodada de perguntas: um do grupo A e o outro do
grupo B.
DESENVOLVIMENTO DO JOGO
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segundo os dados obtidos sobre o jogo no quesito grau de dificuldade, cinco dos
nove participantes assinalaram a alternativa ‖muito fácil" e apresentaram justificativas
de que o jogo é fácil por se entender as suas regras possibilitando assim uma
experiência agradável e marcante. Os outros quatro participantes marcaram a alternativa
Quando questionados sobre o que o jogo lhes tinha proporcionado cinco alunos
marcaram a opção de "melhor entendimento do conteúdo" e os outros quatro disseram
que despertou um maior interesse pelo conteúdo e todos justificaram que o jogo
proporciona uma curiosidade maior pelos conteúdos de biologia. Durante a aplicação do
jogo, constatou-se que muitos alunos tiveram receio nos primeiros momentos, pois
tinham vergonha de responder as perguntas e acabarem errando, e que após certo tempo,
ficavam mais à vontade, e eles começaram a ver a situação de forma diferente e
minuciosa, entendendo as características e se divertindo.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SANTOS, V.R. Jogos na escola: os jogos nas aulas como ferramenta pedagógica.
Petrópolis: Vozes, p. 14. 2014.
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para Carvalho (2009) citado por Neves (p. 16, 2012), entre as
razões para se utilizar os quadrinhos na escola estão a atração
dos estudantes por esse tipo de leitura, a combinação de
palavras e imagens-forma mais eficiente de ensino-, a
qualidade da informação, o enriquecimento da comunicação
pelas HQs, o auxílio no desenvolvimento do hábito de leitura e
a ampliação do vocabulário.
Quadro 1. Avaliação com as respostas mais frequentes juntamente com a relação literária, das questões
dada em sala, a partir do conteúdo explicado e depois da aplicação da HQ.
Em suas respostas (quadro 1) foi perceptível que os hábitos alimentares de casa e
da escola influenciam na resposta das questões. Podemos perceber que a elaboração das
mesmas é de forma simples de acordo com a sua faixa etária escolar.
Na interrogativa sobre proteína percebemos que os alunos não assimilaram a
proteína com sua função, respondendo o questionamento de forma geral, visto que, a
falta de qualquer nutriente ou fator patogênico pode causar, como os próprios citaram,
certas consequências. As respostas conseguintes atenderam de forma suficiente, o que é
afirmado pelos respectivos autores que foram utilizados como embasamento teórico.
Por meio das atividades propostas, observou-se que os alunos se interessaram
pelo tema em questão, levando a uma interação entre os discentes de biologia e os
alunos que participaram, o que permitiu a abertura para questionamentos sobre o
assunto, como por exemplo, o tipo de alimento que formaria tal grupo da Pirâmide
Alimentar Brasileira, além de questões como os efeitos do alto consumo de sal e açúcar.
A interação no momento da aplicação foi de extrema importância para a
formação dos discentes, já que, eles puderam vivenciar na prática o quão os alunos se
veem entusiasmados com aulas diferenciadas. Além do mais, o uso da HQ, permitiu que
os alunos colocassem nos balões brancos o que aprenderam, unindo o texto com os
desenhos, ou seja, arte que compõe uma história.
CONCLUSÃO
Por meio das HQs, o aluno precisa adquirir habilidades que estão interligadas
a leitura e concentração, na qual, ao lerem a história que tem o intuito de ser atrativa,
eles concentram e aprendem o que leem. Este trabalho se volta para uma temática
diferenciada da que se apresenta nas HQs comuns, em que buscou a assimilação dos
alunos para com o conteúdo de alimentação.
Percebe-se que as HQs contribuem para aprendizagem do aluno, visto que,
este pode desenvolver o interesse para uma leitura que se torna agradável por conter
imagens representativas de determinada história, contribuindo para sua formação
enquanto leitor. Torna-se importante a utilização de HQs enquanto metodologia
auxiliar na sala de aula, pois permite ao aluno desenvolver-se não somente por meio da
escrita, mas também pela interpretação visual.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VERGUEIRO, Waldomiro. O uso das HQs no ensino. In: BARBOSA, A.; RAMOS, P.;
VILELA, T.; RAMA, A.; VERGUEIRO, W. (orgs.) Como usar as histórias em
quadrinhos em sala de aula. São Paulo: Contexto, 2009.
Márcia Maria Martins Parreiras (Escola Municipal Padre Henrique Brandão - Belo
Horizonte/MG)
marciaparreiras@yahoo.com.br
RESUMO
INTRODUÇÃO
A Educação Ambiental
As Hortas Escolares
No que se refere aos trabalhos com hortas, a literatura vem apresentando
discussões que têm dimensionado esse espaço como importante recurso pedagógico.
Compreendido enquanto um verdadeiro laboratório vivo, as hortas são
adequadas para o desenvolvimento de diversas aprendizagens teórico-práticas, como por
exemplo: formas saudáveis de cultivo; problematização do uso de defensivos e seus
impactos negativos sobre o ser humano e o ambiente; cuidado com os seres vivos;
desenvolvimento de melhores hábitos alimentares, uma vez que a própria ação de
cultivar e de levar o alimento para casa estimula a consumi-los. (CRIBB, 2010; Lared
et. al. 2011 apud MELO et al, 2012)
Além disso, o contato direto com o solo, com a água, o aprendizado dos
processos de semeadura, plantio, cultivo e manejo das plantas, contribuem para o
desenvolvimento do valor do respeito pela terra e do entendimento da dependência e
responsabilidade com a mesma. (CRIBB, 2010)
Por fim, a horta configura-se como relevante estratégia para trabalhar a
disciplina e estimular a responsabilidade, e isso quando seu processo de implantação e
cultivo desenvolve-se pautado no protagonismo e empoderamento dos estudantes.
(GENTIL, 2011)
DESENVOLVIMENTO
O projeto de EA desenvolvido teve como berço uma turma do 1º. ano do III
Ciclo contendo trinta discentes com média de idade entre 12 e 15 anos.
A primeira atividade consistiu em uma discussão com os estudantes sobre o
conceito de ―meio ambiente‖, destacando seus vários significados tais como os
propostos por Sauvé (2005): meio ambiente como a natureza; como um recurso; como
um problema; como um sistema; como a biosfera.
Além dessas dimensões, dois aspectos apresentados por Sauvé (2005)
destacaram-se como mais diretamente relacionados ao projeto e, por esse motivo, foram
trabalhados com maior ênfase, sendo: a ideia de ambiente como um lugar para viver
(para melhorar) e como um projeto da Comunidade (no qual devemos participar
ativamente).
Assim, tendo por base tais reflexões e provocações, seguiu-se à organização dos
estudantes em grupos a fim de realizarem uma análise crítica do espaço físico da escola,
com vistas a identificarem problemas que poderiam estar comprometendo a qualidade
do ambiente escolar.
Como resultado dessa tarefa, os principais problemas elencados pela turma
foram: carência significativa de áreas verdes na escola, embora houvesse vários espaços
apropriados para o cultivo de hortas e/ou jardins; ausência de árvores nos passeios em
torno do prédio; utilização incorreta das cestas de coleta seletiva do pátio; presença de
lixo e pichações nas salas, banheiros e corredores; excesso de barulho em horários
distintos do recreio e, ainda, o problema da limpeza dos sanitários.
Após a sistematização desse diagnóstico, propôs-se aos estudantes a discussão e
seleção de quais problemas optariam por tratar e quais soluções poderiam propor e
implementar, tendo, então, decidido pelo trabalho na construção e cultivo de uma horta.
Sendo assim, como passo inicial, os estudantes foram orientados a realizar
pesquisas e análises sobre as relações da luminosidade e da qualidade do solo com o
desenvolvimento das plantas.
Nessa etapa discutiram-se conceitos afetos à astronomia, como a variação da
duração dos dias e das noites ao longo do ano, bem como, questões sobre os diferentes
los optando pela implantação de uma horta. Essa escolha pode significar, indiretamente,
a demanda por uma interação maior com os aspectos biofísicos do meio ambiente,
representados pela terra, água, plantas e animais associados.
Um segundo resultado observado diz respeito à percepção da redução da
indisciplina e do desinteresse dos estudantes pelas tarefas pedagógicas. Compreende-se
que tal alteração ocorreu devido à condução do processo ter se pautado na valorização
da autonomia e do protagonismo dos discentes. De fato, avalia-se que o formato
assumido permitiu uma transformação significativa da rotina dos estudantes,
possibilitando-lhes a construção de uma nova identidade com a escola.
Esse aspecto, acreditamos, vincula-se também com a EA, uma vez que ela não
prima pelo trabalho com conteúdos conceituais exclusivamente, mas busca colocar em
destaque a importância de se desenvolver os aspectos procedimentais e atitudinais.
Enquanto terceiro resultado, relacionado mais diretamente à interação dos
estudantes com a horta, avalia-se que tal vivência promoveu junto aos discentes uma
sensibilização para com os seres vivos, sobretudo, as plantas.
Além disso, a horta parece também ter favorecido a reflexão sobre novos hábitos
alimentares, impulsionando positivamente os estudantes ao consumo de hortaliças, uma
vez que essas se configuraram em produtos de seus próprios esforços.
Por último, o projeto configurou-se como importante instrumento para inclusão
das TIC no cotidiano discente, ao promover o vínculo dos trabalhos e pesquisas com a
publicação em um blog. Avalia-se que a partir dessa oportunidade os participantes
desenvolveram, principalmente, a autodidaxia e o trabalho exploratório e colaborativo.
AGRADECIMENTOS
Às diretoras Amália e Elisabeth Freitas pelo apoio; à SMASAN/BH pela
parceria; à técnica agrícola Helenice Lamounier; os professores colaboradores; a
todas/os estudantes, funcionárias/os, pais e vizinhos da escola que abraçaram a ―Horta
do Padre‖.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros
Curriculares Nacionais: Matemática. (3º e 4º ciclos do ensino fundamental). Brasília:
MEC, 1998.
RESUMO
INTRODUÇÃO
Ainda são poucas as investigações voltadas para as práticas de saúde no âmbito
da pesquisa no Ensino de Ciências (VENTURI; MOHR, 2011) que favoreçam a
proposição de ações e estratégias educativas voltadas para a comunidade de modo a
proporcionar o desenvolvimento de habilidades e aprimoramento do senso crítico dos
cidadãos para com sua saúde e de sua comunidade, de maneira que se tornem membros
ativos na luta pela garantia por seus direitos.
Para tanto, incentivar o empoderamento dos indivíduos no âmbito da saúde é
possível através da criação de um ambiente propício ao debate, argumentação e (auto)
reflexões através de discussões relacionadas à Educação em Saúde (ES). De modo que,
os indivíduos possam ter acesso a informações sobre os processos de saúde e doença,
bem a ampliação de suas competências e habilidades sobre problemáticas relacionadas à
saúde.
METODOLOGIA
Biomédica Socioecológica
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após o mapeamento da produção acadêmica dos artigos submetidos ao ENPEC,
selecionamos para a análise trabalhos que pareciam discutir algum aspecto teórico
relativo à saúde e propor materiais ou ferramentas pedagógicas dirigidas para o ensino
dessa temática numa esfera educativa. Deste modo, um total de 30 trabalhos foi
considerado pertinente, frente ao objetivo de pesquisa.
Identificamos trabalhos de propostas educativas que visam tratar de questões de
saúde somente a partir do ano 2001 (Figura 1). Porém, somente na quinta edição do
evento, em 2005, é que há um significante crescimento no número de artigos. Sendo
que, o máximo de trabalhos selecionados (7 trabalhos) foi na oitava edição do evento,
ocorrido em 2011.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir de nossas análises é possível verificar que o campo da Educação em
Saúde ainda é pouco representado por pesquisas que apresentem propostas didáticas
para que se consolidem práticas voltadas para a discussão de temas de saúde no
contexto escolar, a partir da abordagem socioecológica.
Ademais, identificamos entre esses artigos, a ênfase apenas nos aspectos
biológicos como determinantes da saúde, desconsiderando as relações entre saúde e
fatores socioculturais, históricos e econômicos, como defendido pela OMS (1986) e
pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (2000).
Essa situação é preocupante por contribuir com a hegemonia da abordagem
biomédica da saúde e negligenciar os diversos fatores relacionados à saúde individual e
coletiva, bem como por não tratar a saúde como um estado de direito.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUIAR, R. C. B.; CABRAL, I. E. A natureza do conteúdo saúde-doença na Ata do V
ENPEC: um estudo de metassintese. In: VII Enpec – Encontro de Pesquisa em
Educação em Ciências, 2009, Florianópolis. VII ENPEC. Belo Horizonte - Minas
Gerais: ABRAPEC, 2009.
AUTOR, 2016.
Organização Mundial da Saúde- OMS. Ottawa charter for health promotion. First
International Conference on Health Promotion, Ottawa, Canada, 1986. Disponível em:
http://www.who.int/hpr/NPH/docs/ottawa_charter_hp.pdf. Acesso em: 23 nov. 2016.
PEREIRA, E. G. C.; FONTOURA, H. A. da. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO
ENSINO FUNDAMENTAL: UMA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA COM ALUNOS
DO 6º ANO. In: VIII Enpec – Encontro de Pesquisa em Educação em Ciências, 2011,
Campinas. VIII ENPEC. Belo Horizonte - Minas Gerais: ABRAPEC, 2011.
RESUMO
INTRODUÇÃO
Resultados e Discussão
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei n. 9.795, de 27 abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui
a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília: Senado
Federal, 1999.
CANTO, A. R.; ZACARIA, M. A.. Utilização do jogo Super Trunfo Árvores Brasileiras
como instrumento facilitador no ensino dos biomas brasileiros. Ciências & Cognição
2009; Vol 14 (1): 144-153
IARED, V. G. et al. Coexistência de diferentes tendências em análises de concepções de
educação ambiental. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental. FURG.
v. 27, jul/dez, 2011.
LIMA, A. M. de; OLIVEIRA, H. T. de. A (re) construção dos conceitos de natureza,
meio ambiente e educação ambiental por professores de duas escolas públicas. Ciência e
Educação, Bauru, v.17, n.2, p.321-337. 2011.
Plano de manejo do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, incluindo a Estação
Ecológica de Fechos. Encarte 1 – contextualização da unidade de conservação, Belo
Horizonte – Minas Gerais, outubro 2007.
RODRIGUES, G. S. S. C.; COLESANTO, M. T. de M.. Materiais didáticos para
educação ambiental em unidades de conservação. Bol. Goia. Geogr. (Online). Goiânia,
v. 35, n. 2, p. 289-304, maio/ago. 2015
ZANONA, D. A. V.; GUERREIRO, M. A. da S.; OLIVEIRA, R. C. de. Jogo didático
Ludo Químico para o ensino de nomenclatura dos compostos orgânicos: projeto,
produção, aplicação e avaliação. Ciências & Cognição 2008; Vol 13 (1): 72-81.
Resumo
O estágio supervisionado, por nem sempre ter cumprido sua função de subsidiar a
formação inicial de professores, precisa ser compreendido em sua especificidade, neste
sentido, faz-se necessário refletir sobre seu papel ao longo do tempo. Este trabalho se
apresenta como um relato de experiência sobre o estágio supervisionado da formação de
professores de um curso de Ciências Biológicas, realizado em uma escola estadual de
Lavras, MG, mais especificamente na disciplina de Biologia do Ensino Médio. Com a
ajuda das teorias do conhecimento buscou-se realizar uma análise das observações de
aula e regência da própria estagiária, cujos resultados indicam a influência das
metodologias de ensino e das condições de trabalho nas relações entre professores,
alunos, comunidade e conhecimento.
Introdução
Na matriz curricular dos cursos de licenciatura, o estágio não se limita apenas à
prática, constituindo-se também como campo de conhecimento. Não é raro observar
uma ruptura entre a teoria e a prática, enquanto estas deveriam estar unidas de modo a
possibilitar a compreensão crítica e um possível enfrentamento para os problemas
identificados nos processos de formação de professores, bem como nos de ensino-
aprendizagem. Segundo Pimenta e Lima (2004), do modo como os cursos de formação
de professores estão estruturados não é possível que fundamentem teoricamente a
atuação do futuro profissional e nem tomem a prática como referência para a análise
teórica. Essa dicotomia presente entre teoria e prática na formação do professor se dava
também por conta do formato que o próprio estágio tinha. Em muitos cursos de
formação de professores persistiu um modelo de estágio, cujo objetivo era replicar
metodologias prontas, sem a preocupação de refletir acerca dos métodos utilizados. De
acordo com estas autoras, a prática como imitação de modelos tem sido denominada de
‗artesanal‘, caracterizando o modo tradicional da atuação docente, ainda presente em
nossos dias.
OBJETIVO DO TRABALHO
METODOLOGIA
Considerando uma abordagem qualitativa de pesquisa, realizamos neste trabalho
um relato de experiência. Para Minayo (2000), a pesquisa qualitativa inclui as
concepções teóricas de abordagem e é o conjunto de técnicas que possibilita a apreensão
da realidade. A coleta de dados foi realizada por meio de observação direta, que para
Ludke e Andre (1986), consiste em observar da forma mais objetiva possível e depois
interpretar os dados recolhidos. Como meio de registrar as observações de 10 aulas de
Biologia, foi utilizado um ―diário de bordo‖ e para análise dos dados, recorremos às
referências teóricas.
As observações foram realizadas por ocasião do estágio em uma escola Estadual de
Lavras-MG. Este estágio, que ocorreu no segundo semestre de 2016 foi supervisionado
na escola pelo professor aqui colocado como professor (P1).
RESULTADOS
No decorrer do estágio foram observadas 10 (dez) aulas. O professor P1 ao
adentrar na sala de aula, passava o conteúdo na lousa, que era uma síntese baseada no
livro didático, a qual ele levava escrito em um papel, e os alunos tinham que copiar o
que ele passava. Isso se dava de forma breve, ele só falava o tema da aula e comentava o
que estava escrito no quadro. Durante as aulas, alguns alunos usavam fones de ouvido e
outros conversavam entre si. Uma parte dos alunos estava atenta à aula do professor e
transcreviam o que estava na lousa, mas muitos outros não demonstravam interesse pela
aula. Muitas podem ser as questões que determinam e influenciam o que foi observado,
uma delas é o fato de o professor não problematizar suas aulas, não chamar os alunos a
participar, buscando, por exemplo, os seus conhecimentos prévios, o que distancia os
estudantes da possibilidade de aprendizagem. Outra questão são as várias distrações
presentes fora da sala de aula que dispersavam os alunos, a quadra de esportes da escola
fica ao lado das salas de aula, local onde há intenso movimento e barulho. Outra questão
importante a ser ressaltada que pode ter dificultado a aproximação do professor com os
alunos, foi o fato de ele passar pouco tempo na escola, isso é o professor P1 foi regente
por apenas um semestre e quando chegou à escola não conhecia o grupo, nem o nível de
apropriação dos alunos com relação ao conteúdo, o que dificulta melhor planejamento
de suas aulas.
Vínculos de trabalho mais frágeis, como o vivenciado pelo professor P1 – mas
realidade de muitos professores da rede pública de ensino –, por não ser concursado, é
forçado a mudar constantemente de escola em escola, sendo substituto de outros
professores, o que não o permite ter uma relação mais íntima com a escola e todas as
suas particularidades e seus envolvidos, tanto interno quanto externamente. Ainda que o
cenário relatado tenha sido recorrente nas aulas observadas, foi possível observar
também momentos e espaços em que a escola buscava fomentar a participação e o
interesse dos alunos, relacionando o seu cotidiano aos conteúdos escolares. A escola
realizou uma feira de ciências que tinha como objetivo unir as áreas do conhecimento,
incentivando os alunos na construção de projetos contextualizados com a realidade. A
proposta dessa feira foi trabalhar com a reciclagem. Durante a semana de aula os alunos
confeccionaram objetos recicláveis e no final de semana organizaram um espaço para
expor estes objetos com a finalidade de mostrá-los à comunidade. Foi possível perceber
que os alunos participaram de maneira integral do processo com a mediação dos
professores de cada área.
Na tentativa de contrapor o estilo de aula mais expositiva, a estagiária realizou
um modelo diferente de aula, onde tentava aproximar os alunos do conteúdo de forma
em que eles pudessem participar e levantar questões. Assim, foi possível perceber que
apesar dos esforços, as aulas não decorreram como esperadas, pois os alunos resistiram
e não participaram tanto como o planejado. Mas é preciso pensar que para se ter uma
aproximação com o aluno é preciso conhecer a sua realidade, é importante que o
estagiário conheça o entorno escolar e isso não foi realizado.
Para as Diretrizes Curriculares (1999), contextualizar o conteúdo nas aulas com
os alunos significa, primeiramente, assumir que todo conhecimento envolve uma
relação entre sujeito e objeto. Ao ensinar, o professor tem que ter a consciência de que
ele vai ser o mediador entre o aluno e o conhecimento e que dessa forma ele precisa
proporcionar os meios para que o aluno se aproprie do conhecimento. É necessário que
o professor valorize a história de vida do aluno e o insira no conteúdo, pois ao longo da
história, o processo de ensino-aprendizagem tem dado pouca importância ao contexto de
vida do aluno e desta forma, o distancia dos conteúdos a serem ensinados.
O método expositivo possui algumas deformidades ao se centralizar na figura do
professor que representa ele próprio o conhecimento, não possibilitando uma interação
formação para se estruturar. As autoras ainda apontam como importantes aportes para a
construção dessa identidade os estudos e as análises da prática pedagógica que ocorrem
nas escolas a partir das práticas de ensino, didática e currículo. Mas apesar disso,
Pimenta e Lima (2012), afirmam que a construção da identidade profissional deve ter
uma significação e valorização social da profissão, sob a revisão constante de suas
tradições e significados.
Ao promover a presença do docente em formação no cotidiano da escola, o
estágio abre espaço para conhecer a realidade escolar e o trabalho do professor na
sociedade. Ainda, segundo as autoras, supõe-se que o docente em formação ao longo do
estágio se atente às particularidades e interfaces da realidade escolar em sua
contextualização na sociedade. A escola, apesar de reproduzir a lógica dominante do
capital, promove espaço para o desenvolvimento das habilidades e formas de
conhecimento necessárias para a transformação social assim como o contato constante
dos professores, intelectuais, que podem se organizar em prol da luta pela educação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As observações das aulas demonstram que eram realizadas de acordo com uma
abordagem expositiva. Esta forma de trabalhar o conhecimento, de maneira fragmentada
e pouco contextualizada pode dificultar a aproximação do aluno com o conteúdo,
podendo ser uma das possíveis causas da falta de seu interesse. Mas, em alguns
momentos, pudemos observar que a escola tentou trazer a comunidade para dentro da
escola, além de trabalhar com os alunos o senso crítico de alguns conteúdos que
permeiam seus cotidianos através da feira de ciências.
A observação de aulas no estágio supervisionado possibilita enxergar os
possíveis problemas e obstáculos recorrentes na prática docente. Ou seja, com o suporte
de referências teóricas, busca-se realizar uma análise e discussão dos momentos críticos
da prática docente para subsidiar a formação inicial de professores e romper com o
paradigma de que o estágio é componente curricular obrigatório apenas como
cumprimento de horários e preenchimento de fichas de observação.
Nota-se assim, que o estágio supervisionado pode ser um meio importante para
aproximar o docente em formação da realidade educacional, assim como para que reflita
acerca das práticas ali presentes, juntamente com o estudo das teorias do conhecimento,
propiciando a relação teórico-prática e contribuindo para que o futuro professor não
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RESUMO
A promoção do conhecimento sobre Doença Sexualmente Transmissível (DST), como a
causada pelo vírus do papiloma humano (HPV), é essencial para a sua prevenção.
Estudos feitos com professores de uma escola pública mineira mostraram uma
defasagem no conhecimento de questões relacionadas ao HPV e suas manifestações,
demonstrando não estarem suficientemente preparados para abordar o assunto com
alunos e pais. Objetivando contribuir e favorecer na formação desses profissionais e no
compartilhamento de informações sobre essa doença, desenvolveu-se no Facebook a
página intitulada: HPV em Foco: Ação e Reflexão. A referida página tem se mostrado
como uma potencial ferramenta auxiliar nos processos de formação de alunos e de
informação para a comunidade.
Palavras-chave: HPV, informação, Facebook.
Introdução
O Papiloma Vírus Humano, mais conhecido como HPV, é um vírus que infecta a
pele ou a mucosa e que contém mais de 150 tipos, sendo que cerca de 40 deles podem
infectar a região ano-genital (AUTOR 2). Sua principal forma de transmissão é por
meio de relações sexuais, sendo uma doença sexualmente transmissível (DST) comum
geralmente em mulheres, principalmente por causa do câncer do colo de útero que é o
terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina.
Isto é, esses educadores não se mostram preparados para trabalhar um tema atual e
importante que pode garantir a saúde sexual e reprodutiva de seus alunos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AUTOR 2
ALMEIDA, Fernanda Leite et al. A vacina contra o vírus hpv para meninas: um
incentivo à vida sexual precoce?. Link Scienceplace: revista científica interdisciplinar,
v. 1, n. 1, 2014.
GELATTI, Luciane Cristina. Adesão das adolescentes frente à vacinação contra o HPV
no município de Uruaçu, Goiás. Fasem Ciências, v. 6, n. 2, p. 37-44, 2015.
RESUMO
INTRODUÇÃO
CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA
METODOLOGIA
RESULTADOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PERRENOUD, P. (2000) Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes
Médicas Sul. Trad. Patrícia Chittoni Ramos.
RESUMO
INTRODUÇÃO
Muitos educadores ainda optam pelo modelo tradicional de ensino tanto nas
escolas de Ensino Fundamental quanto nas escolas de Ensino Médio, onde o professor
se preocupa em apenas ministrar aulas de forma expositiva, com o intuito de transmitir
o conteúdo esperando que os alunos memorizem tudo que foi passado em aula e não
consideram, muitas vezes, o conhecimento prévio que o aluno já traz consigo (CUNHA,
2001).
Esta metodologia, conhecida como transmissão-recepção, de acordo com
Vasconcelos (2003) faz com que os alunos memorizem por determinado tempo o
conteúdo, não ocorrendo o aprendizado efetivo, podendo ser esquecido pelos alunos em
semanas ou meses. Após essa metodologia, surgiu o construtivismo piagetiano
(Lajonquiere, 1997), que leva em consideração o conhecimento prévio dos alunos,
fazendo ligação com o dia-a-dia deles, e onde o lecionador apresenta situações
problemas para que o aluno não seja passivo no processo de ensino-aprendizagem.
A tendência atual no ensino-aprendizagem das ciências da natureza é promover
uma aprendizagem significativa. Segundo Ausubel (1982), aprender significativamente
é ampliar e reconfigurar ideias já existentes na estrutura mental e com isso ser capaz de
relacionar e acessar novos conteúdos. De acordo com Campos e Nigro (1999), todo
educador que trabalha visando à aprendizagem significativa deve estar atento ao que a
criança ou adolescente tem a dizer, e levar sempre em consideração o conhecimento
prévio do aluno.
Por esses motivos acima citados, o nosso objetivo de ensino foi realizar uma
atividade com o da metodologia ―júri simulado‖ (Carvalho e Gil-Pérez, 2000) para
debater os malefícios e benefícios que a construção de hidrelétricas acarreta para o meio
ambiente e a vida do ser humano na terra. Partindo desse contexto, investigamos se
esse tipo de abordagem é capaz de oportunizar a aprendizagem facilitando uma relação
entre a situação problema apresentada (hidrelétricas) com o cotidiano dos alunos, e
como esse tema pode influenciar na vida deles.
MATERIAL E MÉTODOS
A atividade foi realizada em uma Escola Estadual do município de Uberlândia,
no primeiro semestre de 2017, com os alunos dos 9º anos A e B do Ensino
Fundamental, contendo um total de 38 alunos no primeiro dia de intervenção e 37 no
último dia. A atividade teve um período de três semanas de duração, com dois dias de
Tabela 1. Sumário das quantidades de respostas para cada questão nos questionários
pré- e pós-intervenção para cada turma do 9º ano (A e B). O total de alunos corresponde
ao número de alunos que responderam ao questionário.
Respostas 9º ano A 9º ano B Total
Pré-intervenção
Gerar energia 14 6 20
Questão 1 Não sabe 5 11 16
Conduzir energia 1 18 19
Sim 4 0 4
Não 7 10 17
Questão 2
Não sabe 7 5 12
Não respondeu 2 3 5
Total de alunos 20 18
Pós-intervenção
Questão 1 Gerar energia 9 28 37
Sim 4 4 8
Questão 2
Não 5 24 29
Total de alunos 9 28
FONTE: AUTORES
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Desde o primeiro dia de atividade na escola buscamos questionar os alunos e
ouvir como era o conhecimento prévio sobre a construção de hidrelétricas. Além dos
questionamentos feitos em sala de aula, a aplicação da pesquisa pré-intervenção nos
permitiu avaliar o conhecimento prévio dos alunos.
No último dia de intervenção, o qual realizou a atividade do júri simulado, nós
pibidianos, fornecemos um texto conceituando a construção de hidrelétricas, mas
incentivamos que eles mesmos criassem seus próprios argumentos. Separamos de três a
quatro alunos para serem os juízes e dividimos o restante da sala em dois grupos, um
iria defender a construção de uma hidrelétrica hipotética e o outro iria contra a
construção da mesma.
Realizamos a mesma atividade em duas turmas de 9º ano e percebemos
comportamentos bem diferentes nas duas ocasiões, a primeira turma era mais calma e
continha menos alunos, então toda a discussão foi mais branda. A segunda turma
continha mais alunos e por consequência era mais agitada. Porém, apesar da inquietude
da turma, os alunos se interessaram pela atividade, participaram e se envolveram
bastante. Os alunos usaram argumentos válidos, sendo alguns dos argumentos utilizados
contra a construção da hidrelétrica: o desmatamento que a construção de uma
hidrelétrica pode causar; o remanejamento de populações ribeirinhas; e a perda do
habitat de diversas espécies de animais. O grupo a favor da construção usou de
argumento a grande demanda de energia que temos atualmente, mencionaram o custo-
benefício da construção de usinas hidrelétricas. Percebemos que esses argumentos
foram ideias que eles já traziam consigo, e outras que aprenderam durante todo o
processo de intervenção através de pesquisas nos vídeos e textos que nós, pibidianos,
disponibilizamos para eles.
Apesar da diferença de comportamento das duas turmas obtivemos resultados
muito próximos, o que nos mostra que mesmo a primeira sendo mais calma e a segunda
mais agitada e participativa, ambas tiraram bons proveitos da atividade proposta, e isso
pôde ser observado nos gráficos das figuras 1 e 2.Observamos no questionário pré-
intervenção que aproximadamente metade da turma não sabia qual era a função de uma
hidrelétrica e no questionário pós-intervenção observou-se que todos os alunos
responderam corretamente a função da hidrelétrica, em vista do conhecimento
compartilhado com os alunos; em relação à segunda questão, 42% dos alunos não
souberam responder os danos que a construção de uma hidrelétrica poderiam causar ao
meio ambiente, e no questionário pós, vimos que todos os alunos tiveram uma opinião
formada, sendo que 78% responderam que não é possível construir uma hidrelétrica sem
agredir o meio ambiente, mas o restante, que representa 22% dos alunos, responderam
que é possível a construção sem danos ao meio ambiente. É interessante observar o
contraste das respostas entre os questionários pré e pós-intervenção em relação a essa
última questão, pois a aplicação da atividade levou ao desenvolvimento de pensamentos
críticos fundamentados em argumentos sustentáveis.
CONCLUSÃO
Com a realização desse trabalho observamos a efetividade da metodologia do
debate, pois os alunos buscaram seus próprios argumentos e souberam se posicionar
criticamente a frente de um problema que pode afetar a vida dos seres humanos de
forma direta e indireta. Para nós, pibidianos, é importante perceber que os professores
ao trazerem situações-problema para seu planejamento podem auxiliar não apenas a
formação escolar do indivíduo, mas também ajudar os alunos a serem críticos e pensar
por si próprios ao invés de apenas reproduzir conteúdos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
RESUMO
INTRODUÇÃO
Na segunda metade de século XX, falava-se em tecnologias educacionais ou
recursos audiovisuais para a escola. Esta discussão permeava desde o retroprojetor, a
televisão e o vídeo e um certo fascínio, provocado pela valorização dos próprios objetos
técnicos a partir do trabalho desenvolvido com eles (BARRETO, 2017).
Ainda a mesma autora acrescenta que
PERCURSO METODOLÓGICO
A pesquisa qualitativa foi dividida em dois momentos, sendo a primeira uma
fase exploratória que visou estabelecer questões iniciais e procedimentos adequados
para apurar estas questões (ALVES-MAZZOTTI; GEWANDSZNAJDER, 2004). Nesta
etapa, pesquisamos os sites dos integrantes dos GTUCA e dos pesquisadores que foram
contemplados com o Edital MCT/CNPq/CAPES/MEC-SEB nº 76/2010 - PROUCA do
governo federal.
A segunda fase ocorreu durante o mês de novembro de 2016 a março de 2017 e
objetivou selecionar os OVA disponíveis nos sites. Além disso, forma enviados e-mails
aos pesquisadores contemplados pelo edital supracitado perguntando se houve produção
digital para o ensino de Ciências e Biologia.
A análise dos OA foi realizada por meio de análise de seu conteúdo e forma e o
preenchimento de uma ficha de avaliação (Quadro 1), adaptada da pesquisa de Echalar
(2016). O conteúdo foi analisado pela escala Likert atendendo três parâmetros: atende,
atende parcialmente e não atende.
Quadro 1 – Ficha para avaliação dos OVA selecionados para esta pesquisa.
Nome
Link
Desenvolvedor
Autores
Agencias financiadoras
Tipo de Licença
Objetivo
Descrição
ASPECTOS TÉCNICOS
Interatividade Sim Não
Controle da visualização de informações
Possibilita a edição do material apresentado
Participação de mais de um usuário
Multimidialidade
Tipo de Conteúdo
Tutorial Simulação e Animação
Exercícios e prática Jogos
Aplicativos Hipertexto/Multimídia
Realiza algum tipo feedback (retorno) ao usuário
Sim Não Observação
QUESTÕES PEDAGÓGICAS
UNIDADES DE ANÁLISE Likert DESCRIÇÃO
Motivação e nível de atenção a partir da apresentação dos conteúdos
PSICOPEDAGOGIA
A partir desta análise foi possível fazer uma discussão crítica a partir dos OVA
produzidos para o trabalho com os laptops do PROUCA. Neste trabalho será analisado
os dados quantitativos dos OVA selecionados, sendo que esta análise será tangida pelos
seguintes tópicos: aspectos técnicos e parte dos aspectos pedagógicos (a ficha técnica e
psicopedagógica).
4
Disponível em: < http://cnpq.br/chamadas-
publicas?p_p_id=resultadosportlet_WAR_resultadoscnpqportlet_INSTANCE_0ZaM&filtro=resultados&
detalha=chamadaDetalhada&exibe=exibe&idResultado=47-106-1296&id=47-106-1296> Acesso em:
abr. 2016
5
Site: <http://www.nuepe.ufpr.br/blog/> Acesso em: 3 abr. 2017.
contexto das escolas contempladas pelo programa e que não houve preocupação em
produzir material didático especifico para os laptops do PROUCA.
Quando analisamos a parte psicopedagógica do nosso instrumento de coleta de
dados, percebemos que a maioria dos OA analisados não atendem aos critérios
elencados de análise, exceto o item ―Não apresenta elemento de distração‖ (Figura 1).
No quesito ―Motivação e nível de atenção a partir da apresentação dos
conteúdos‖, percebemos que 84% dos OVA analisados não o atende ou o faz
parcialmente. 56% do material analisados não está adequado ao ―Nível de dificuldade
adequada ao nível dos estudantes‖, 64% não estimula a autonomia à participação dos
alunos e 100% propicia apenas a interação ―homem X máquina‖, corroborando com
60% de baixa variedade metodológica.
A mesma autora ainda afirma que os OA são construídos como aulas prontas,
que podem ser reutilizadas em vários contextos, havendo um deslocamento do sujeito
para o objeto. Dentro de uma perspectiva neoliberal é mais rentável financiar a
produções de OA e repositórios de materiais didáticos, que são criados sem levar em
considerações os contextos escolares, do que necessariamente criar condições
estruturais na escola para que o professor tenha condições de construí-las com seus
alunos.
Em consonância com esta lógica, a produção de OA acaba reduzindo a
necessidade de investimentos e financiamentos na escola e na formação dos professores,
pois para a reprodução de OA não há necessidade de novas produções ou densas
formações.
No que tange ao tópico ficha técnica, os dados da tabela 2 evidenciam que os
OVA cometem erros graves, quando se trata na construção de um material didático, pois
nenhum deles: ―Define claramente os objetivos de aprendizagem‖; ―Explicita sua
fundamentação pedagógica‖ e “Indica a data da última atualização‖.
A ausência dos dados apresentados contribui para que o OVA possuam uma
fragilidade teórica, visto que não demonstram as bases teóricas, ou seja, as
intencionalidades que o fundamentam o material didático e qual finalidade possui.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RESUMO
A pesquisa teve como objetivo avaliar, por meio de algumas metodologias
Etnobotânicas, o conhecimento das espécies vegetais nativas e seus usos na área urbana
de Martinésia (Uberlândia - MG) e fomentar projetos futuros de Educação Ambiental
(EA) para a Formação de Professores. Para alcançar este propósito foram utilizadas
entrevistas com a comunidade para fornecer dados socioeconômicos e identificar
parceiros que pudessem divulgar seus conhecimentos sobre plantas do Cerrado.
Destacaram 11 espécies de plantas medicinais mais importantes. Uma triangulação de
dados foi feita a fim de contrastar o uso medicinal dessas espécies na literatura científica
e na fala dos informantes chave, chegando à um nível de coincidência de 90,1%.
Palavras Chave: Etnobotânica, Educação Ambiental, Formação de Professores.
INTRODUÇÃO
A Escola passa por grandes transformações em diversas áreas: espaço físico,
tecnologias, conteúdos, competências, habilidades, dentre outros são os novos olhares
que o professor precisa assegurar como parceiros para almejar a aprendizagem de seus
alunos. Entretanto, uma das mais desafiadoras transformações na educação é o refletir.
Os grandes estudiosos reconhecem que o novo modelo de educação é proposto com a
reflexão sobre a prática cotidiana, pelo professor, como elemento estruturador de sua
formação. Entre os autores representativos da perspectiva reflexiva, temos Schön (1997)
e Perrenoud (1999). O exercício da prática reflexiva conduz ao aprimoramento da
competência pedagógica do professor (FIGUEIRÓ, 2006). A reflexão é tida como
condição apropriada para transformar a prática pedagógica do professor, bem como para
prepará-lo para acolher as exigências que se colocam para sua profissão na atualidade,
uma vez que a sociedade pós-moderna impõe novas exigências ao saber fazer deste
profissional (AQUINO e MUSSI, 2001).
A reflexão incide sobre vários aspectos do saber docente, mas o contexto, ou
seja, onde a comunidade escolar está inserida é de uma importância fundamental para
que a prática do professor seja eficiente. Um aspecto importante a ser considerado no
trabalho de formação de professores refere-se à construção de espaços de escuta de suas
práticas, sua concepção de trabalho e sua inserção na instituição. Nesses espaços, devem
ser potencializadas a reflexão, a discussão e a criação de formas de proceder em relação
Neste interim, o presente trabalho tem como foco investigar, por meio de
técnicas Etnobotânicas, o conhecimento das espécies vegetais nativas e seus usos pela
comunidade da área urbana de Martinésia e fornecer dados para futuros projetos de
Educação Ambiental (EA) e subsídios para Formação de Professores em uma visão
sócio-interacionista para a conservação do referido ambiente.
MATERIAIS E MÉTODOS
O Cerrado brasileiro é considerado um dos 25 ―hotspots‖6 mundiais (MYERS et
al. 2000), sendo que sua cobertura vegetal é a segunda mais importante do Brasil.
Abrange aproximadamente 1.750.000 km², que corresponde a cerca de 20% do território
nacional e é um dos biomas mais ricos do mundo em biodiversidade (DIAS, 1990). É
possuidor de riquíssima flora com mais de 10.000 espécies de plantas, sendo 4.400
espécies endêmicas desse bioma (MENDONÇA et al., 1998).
Dentro deste referido bioma está o município de Uberlândia que possui quatro
distritos: Tapuirama, Miraporanga, Martinésia, Cruzeiro dos Peixotos, além do Distrito
Sede. Os distritos rurais são áreas de estudo interessantes para a Etnobotânica, pois a
relação entre plantas e pessoas é mais direta em locais que ainda mantém um contato
mais efetivo com o ambiente natural (BORGES, 2009).
A coleta de dados no distrito de Martinésia teve como: a caracterização da
comunidade e o levantamento do conhecimento das plantas nativas e suas utilizações.
Para isto a presente pesquisa teve como direcionamento teórico-metodológico a
Etnobotânica, enquanto pesquisa cultural e do conhecimento dos recursos naturais
vegetais. Dentro da pesquisa Etnobotânica foram feitas entrevistas com pessoas da
comunidade, que autorizaram, por escrito, em termo de consentimento devidamente
aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Uberlândia.
A partir do primeiro contato com a comunidade, foram anotadas em um diário
de campo as falas de moradores de Martinésia e as impressões do pesquisador para que
se obtivesse um registro de detalhes sócio-culturais desta população. Esses tipos de
anotações são denominados por Bernard (1989) como entrevistas informais e de acordo
com Albuquerque et al. (2008), os trabalhos etnobotânicos se debruçam sobre diferentes
6
Área rica em biodiversidade, com cerca de 1.500 espécies endêmicas de plantas e
que tenham a vegetação original de sua região reduzida.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Aplicou-se o formulário com 28 famílias (88 pessoas), 13 homens e 15 mulheres
responderam sobre aspectos sócio-econômicos e culturais. Os resultados obtidos foram
tabulados e categorizados a fim de dar maior visibilidade às futuras pesquisas, uma vez
CONCLUSÃO
Os estudos etnobotânicos correlacionam dados científicos e populares para
desvendarem o conhecimento sobre as plantas. Tal conhecimento é de grande valia em
práticas de Educação Ambiental e na Formação de Professores, pois agrega tanto a
organização científica quanto a cultura popular, fazendo dessa união uma discussão
sobre a conservação do próprio ser humano.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Resumo
Introdução
no contexto das relações heterossexuais e das relações de gênero, elas não são
consideradas e tratadas como sujeitos de seus corpos. E de outro lado, não é possível
pensar em direitos reprodutivos considerando-se apenas as mulheres como sujeitos
destes direitos.
Uma questão importante na concepção dos direitos reprodutivos é que
eles não devem se restringir às mulheres, mas também incluem os
homens, suas responsabilidades e capacidades de decisão no âmbito
da reprodução e de regulação da fecundidade. Idealmente, as decisões
reprodutivas devem ser resultado de consentimento mútuo entre os
parceiros. Entretanto, no contexto das relações heterossexuais, ainda
hoje, o controle da autonomia reprodutiva das mulheres continua a ser
um traço marcante das desigualdades de gênero. Assim sendo, em
situações em que esta desigualdade e controle continuam a prevalecer
– como, por exemplo, quando um jovem proíbe sua parceira de usar
métodos anticoncepcionais ou de recorrer a um aborto –, os direitos
reprodutivos das mulheres (ou mesmo daqueles que têm menos poder
de decisão numa relação homossexual) devem ter primazia
(CORRÊA; JANNUZI, ALVES, 2006).
Como o projeto foi construído com eles/as e para eles/as a autonomia em decidir
qual o tipo de material levar ocorreu por conta deles/as, atuei como uma mediadora e
problematizadora das questões que surgiam à medida que módulos aconteciam.
As letras das músicas escolhidas e levadas para a sala de aula foram do funk,
eles/as foram caracterizados de „funkeiros/as‟ o que já causou controvérsias entre
eles/as próprios/as, pois as meninas diziam que não se sentiam a vontade com ‗aquelas‘
roupas porque sabiam que isso seria motivo mais que suficiente para serem assediadas
pelos meninos e que entre elas seriam chamadas de ―cachorras‖, ―putas‖, ―vagabundas‖
e outros adjetivos que utilizaram para defenderem que o machismo também está
impregnado e disseminado entre as mulheres.
Nesse momento outras meninas questionaram sobre então por que dançar essas
músicas, já que as colocavam em uma situação ―perigosa‖, a resposta foi unânime ―não
é porque estou dançando funk ou estou com roupa curta ou ainda estou na rua, que um
garoto tem o direito de invadir meu espaço‖, os meninos reagiram com essa fala
pontuando que agir assim era uma forma de ―provoca los‖ e isso não era ―certo‖, o
revide veio em tom de protesto ―então certo é você tocar em mim mesmo quando eu não
autorizo? É dizer palavras ‗feias‘ quando a gente anda na rua sozinha? É dizer que sou
‗puta‘ só porque beijo mais de um garoto em uma festa?‖ sob risos e vaias a discussão
foi finalizada pela troca de horário.
Faze los/as pensar sobre isso conduziu a uma serie de questionamentos sendo o
mais relevante ―então somos nós que definimos o que mulher veste e o que homem
veste?‖, ―eu posso vestir o que quiser então?‖, ―mas os modelos são bem diferentes né?‖
feita as pontuações um dos meninos me perguntou ―tia, posso por uma roupa das
meninas?‖ tendo o meu consentimento alguns deles trocaram com algumas delas e
assistiram a todo o horário com as roupas ―trocadas‖. Questionei aos/às meninos e
meninas que haviam trocado de roupa como se sentiam e eles sem rodeios afirmavam
―normal‖, ―meio bizarro, porque esse vestido é bem justo e fica difícil mexer‖ (risos), já
as meninas ―muito bom, é solto, largo, bem mais confortável‖.
No terceiro módulo uma caixa ―do anjo‖ foi utilizada para que depositassem
perguntas sobre sexualidade. A identificação não era necessária, pretendia assim
promover com que todos/as participassem já que sua identidade não seria revelada,
evitando o constrangimento perante a turma, isso porque a pergunta era lida em voz alta
e respondida a todos/as. São elas
REFERÊNCIAS
Resumo
Introdução
Como uma forma de permitir a abertura das caixas-pretas das disputas científicas e
também o fechamento de controvérsias, Latour (2015) nos instrui a desenhar mapas e a
fazer diferentes inscrições que nos permitam a visualização de alianças e oposições entre
atores e ideias que estão ativos em uma disputa. Essas estratégias são de grande utilidade
para se explorar as controvérsias sem se perder em meio a sua complexidade. Para se
traçar esses mapas e outras inscrições, temos como metodologia a cartografia de
controvérsias de Venturini (2010) que se caracteriza como um conjunto de ferramentas
capazes de lidar com a crescente hibridização entre humanos e não-humanos e seguir
disputas que perpassam fronteiras disciplinares. Venturini (2010) indica que a observação
de atores sozinhos e de redes sociais estabilizadas não são suficientes para entender o
processo de construção dos fenômenos sociais. Segundo o autor são os atores-redes é que
devem ser observados, ou seja, deve-se observar as configurações fugazes nas quais os
atores renegociam os laços de velhas redes e no surgimento de novas redes que redefinem
a identidade dos atores.
propicia uma rede sociomaterial da qual participam tanto entidades humanas quanto não-
humanas que são denominadas de actantes (SANTOS et al, 2016).
Aula 01: Avaliação Diagnóstica. Sugerimos que o(a) professor(a) inicie com uma
breve discussão objetivando levantar o que os estudantes sabem sobre o ―Estatuto do
Embrião‖ e conhecimentos relacionados a este projeto de lei. Em seguida sugerimos a
Aula 02: Preparando o espaço para discussões. Nesta aula indicamos que o(a)
professor(a) contraponha as visões da ciência, da religião, da filosofia, da política, do
direito e da ética por meio das entrevistas feitas pelos alunos. Ao final do processo
indicamos que os estudantes sejam questionados sobre o que especificamente se faz
polêmico nos diversos discursos. Estimulamos o professor a elaborar questões e
estratégias na tentativa de despertar os alunos ao fato da personificação do embrião, da
atribuição do status de pessoa, de indivíduo a ele.
quando você se tornou uma pessoa? O que faz de você uma pessoa? O embrião humano é
uma pessoa? Desde que momento o embrião humano se torna uma pessoa? Por quê?
Sugerimos a contraposição das visões de mundo numa tentativa de elucidar a
complexidade dos discursos e da fundamentação destes. Acreditamos que ―fazer falar‖ os
variados porta-vozes na sala de aula pode enriquecer discussões e contribuir para a
fundamentação de opiniões diversas dos estudantes.
Com o movimento que propusemos até este momento intencionamos permitir que
os estudantes percebam diferentes formas de apropriação e utilização de conceitos
científicos e as consequências que tal apropriação/utilização pode ter na sociedade. A
indicação de pesquisas se deu devido ao fato de atribuirmos aos alunos neste momento o
papel de pesquisadores. Assim, computadores, celulares e a internet – entidades de
natureza nãohumana - passam a ser mediadores nas redes que vão se estabelecendo. Com
os questionamentos propostos, intencionamos que os alunos entrem em contato com
7
Bio-objetos: um entrelaçamento de elementos e atores que não permitem a distinção entre categorias
como
social e natural. A falta de fronteiras nítidas e essências que possibilitem enquadrá-los faz com que eles
sirvam
como um dispositivo conceitual ou heurístico (WEBSTER, 2012). Os bio-objetos apontam que a ordem
natural é
biossocial e a ordem social é bionatural (COUTINHO; MATOS e SILVA, 2014).
8
Recalcitrância é qualidade dos actantes cujas manifestações não são facilmente controladas, resistindo às
tentativas de domesticação por parte de outros actantes. Para um estudo sobre a recalcitrância, ver mais
em
Tsallis (2005).
SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia
349
Considerações finais
Latour (2015) alerta quanto ao pouco esforço no que diz respeito a equipar
cidadãos com novas ferramentas para compreender questões controversas de forma
ajustada à situação presente. Segundo o autor faz-se necessária a utilização de novas
ferramentas para representar - de forma compreensível - os debates em torno de questões
de interesse público. Sob este aspecto acreditamos e defendemos que a Teoria Ator-Rede e
a cartografia de controvérsias sejam potenciais instrumentos na tentativa de representar -
de forma sensível e compreensível - os debates em torno de questões de interesse público.
Referências bibliográficas
Resumo
O presente trabalho se deu como resultado de uma ação social em uma escola de
ensino básico da cidade de Uberlândia-MG, promovida pelo grupo de Quadrilha Junina
Fala UAI, e teve como objetivo destacar a importância das plantas e da natureza, e
principalmente a valorização dos conteúdos acerca da Educação Ambiental como:
preservação do meio ambiente, impactos ambientais gerados pelos humanos, socialização
com a natureza e a importância do tema. O projeto desenvolvido foi uma prática de plantio
de mudas de árvores já conhecidas e muitas vezes presentes no cotidiano das crianças,
junto à explanações teóricas, promovendo conscientização e conhecimento sobre o tema
com uma atividade descontraída e agradável fora do ambiente da sala de aula.
Introdução
Este trabalho é resultado de uma ação social do grupo de Quadrilha Junina Fala
UAI, da cidade de Uberlândia, criado em 2014 a fim de participar do Festival de
Quadrilhas Juninas de Uberlândia, festival que ressalta a importância da cultura de
quadrilha junina, dança típica no Brasil, principalmente na região nordeste e em Minas
Gerais. A Quadrilha faz projetos educativos e apresentações como retorno ao investimento
da sociedade, que nos cede espaços de ensaio e divulgação.
A Educação Ambiental pode ser vista como uma ferramenta de introdução aos
conhecimentos sobre as questões ambientais, ensinando como cada cidadão pode ser um
agente transformador que pode mitigar problemas relacionados ao assunto. No entanto,
essas medidas educativas são mais bem compreendidas quando vivenciadas na prática,
para que o estudante aprenda a praticar ações voltadas à conservação ambiental.
SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia
352
Metodologia
O espaço cedido e utilizado para o plantio localiza-se nos fundos da Escola, área
atualmente utilizada como estacionamento para funcionários, mas a maior parte não é
utilizada. Seis membros da quadrilha junina participaram do projeto, sendo dois
licenciandos em Ciências Biológicas, enriquecendo ainda mais a atividade. Inicialmente,
os membros da equipe marcaram e cavaram, com o auxílio de pás e enxadas, os locais de
Preparação da muda a ser plantada, após breve explicação e Membros da Quadrilha Junina FalaUAI participantes da atividade.
introdução ao tema.
plantio. As mudas ficaram bem
distribuídas no local da atividade.
Momento em que as crianças plantam as mudas, sem auxílio de pás ou outros objetos, sensibilizando o contato com a
terra.
Resultados
Além disso, em conversa após a atividade, disseram que através de ações simples
como: não jogar lixo na rua, não desmatar, usar água e energia adequadamente, entre
outras coisas, podem contribuir para a preservação do meio ambiente e garantir um futuro
melhor para a sua geração, assim como as próximas. Disseram também que as plantas
servem para produzir oxigênio, alimento, além de deixar o ambiente mais fresco e mais
bonito. Muitos deles relataram algumas plantas que sua famílias possuem em casa.
Discussão
Podemos assumir então que a prática e o contato com a natureza, atrelada aos
conhecimentos teóricos de Educação Ambiental, são muito importantes principalmente em
relação às crianças, pois assim percebe-se maior interesse e absorção de informações
pertinentes ao tema, gerando conhecimento, que pode ser difundido na sociedade.
Conclusão
Agradecimentos
Referências bibliográficas
Resumo
Introdução
Qualquer ato, omissão ou conduta que serve para infligir sofrimentos físicos,
sexuais ou mentais, direta ou indiretamente, por meio de enganos, ameaças, coação
ou qualquer outro meio, a qualquer mulher, e tendo como objetivo e como efeito
intimidá-la, puni-la ou humilhá-la, ou mantê-la nos papeis estereotipados ligados ao
seu sexo, ou recusar-lhe dignidade humana, a autonomia sexual, a integridade
física, mental e moral, ou abalar a sua segurança pessoal, o seu amor próprio, ou a
sua personalidade, ou diminuir as suas capacidades físicas ou intelectuais
(BALLONE, 2003, p. 2-3).
Como é possível perceber, a violência pode adquirir contornos sutis, muitas vezes
invisibilizados no cotidiano. Mulheres comumente desempenham, além das funções
profissionais, o cuidado com a casa e com os filhos, sujeitando-se a uma carga de obrigações
que não são socialmente exigidas de seus companheiros. Essas cobranças sobrecarregam as
mulheres, comprometem seu desempenho profissional e fragilizam a imagem que a sociedade
tem delas. Não raro, sua própria percepção pessoal, como sujeito de direitos e detentora de
habilidades variadas, fica comprometida diante da impossibilidade de executar com
eficiência as diversas atividades que a ela são impostas. ―É importante ressaltar que
independente do tipo de violência praticada contra a mulher todas tem como base comum as
desigualdades que predominam em nossa sociedade‖ (BRASIL, 2003, p. 9). Portanto, não é
possível desassociar relacionamento abusivo de violência de gênero.
Nesse contexto, as mulheres têm maiores probabilidades de se tornarem vítimas de
membros de suas próprias famílias ou de seus parceiros íntimos. Na sua forma mais grave, a
violência leva à morte da mulher. Segundo Day et al. (2003, p.15) 40 a 70% dos homicídios
femininos, no mundo são cometidos por parceiros íntimos.
A Lei Maria da Penha9 classifica os tipos de abuso contra a mulher nas seguintes
categorias: violência patrimonial, sexual, física, moral e psicológica.
Fonseca, Ribeiro e Leal (2012, p. 308) referem-se dois tipos específicos de violência:
a patrimonial como ―destruição de bens materiais, objetos, documentos de outrem‖ e a moral
que ―constitui qualquer conduta que caracterize calúnia, difamação ou injúria‖.
Por sua vez, as violências do tipo física, psicológica e sexual podem ser assim
referidas:
A violência física ocorre quando alguém causa ou tenta causar dano por meio de
força física, de algum tipo de arma ou instrumento que possa causar lesões internas,
externas ou ambas [...] A violência psicológica inclui toda ação ou omissão que
causa ou visa a causar dano à autoestima, à identidade ou ao desenvolvimento da
pessoa (p. 10). [...]
9
Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Esta lei cria mecanismos que visam coibir a violência doméstica e
familiar contra a mulher, em acordo com documentos como a Constituição Federal, a Convenção sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e a Convenção Interamericana para
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher. Esta lei dispõe ainda sobre a instituição de Juizados
de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a
Lei de Execução Penal.
SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia
360
A violência sexual é toda ação na qual uma pessoa, em situação de poder, obriga
outra à realização de práticas sexuais, utilizando força física, influência psicológica
ou uso de armas ou drogas (DAY et al, 2003, p.10-11).
A oficina
A oficina consistiu em quatro etapas. A primeira delas foi uma intervenção em que
quatro bolsistas do PIBID relataram depoimentos reais de mulheres que vivenciaram
relacionamentos abusivos. Este momento teve como objetivo sensibilizar os/as estudantes
para o debate que viria em sequência.
Após a intervenção, foi realizada uma dinâmica com os/as estudantes representando
várias situações para que opinassem sobre serem ou não atitudes abusivas em um
relacionamento. No piso do laboratório de Biologia foram delimitados com fita adesiva três
grandes retângulos, sendo que cada um deles continha uma das seguintes inscrições: ―SIM‖,
―NÃO‖ e ―ABSTENÇÃO‖. Ao ouvir a leitura das situações, os/as estudantes se deslocaram
para cada um dos espaços, seguindo suas convicções sobre o que é um relacionamento
abusivo.
As situações apresentadas foram as seguintes: impedir de sair com seus amigos e
amigas; pedir para retirar o excesso de maquiagem por estar chamado muita atenção;
controlar roupas e horários; monitorar as fotos e curtidas em redes sociais e mensagens de
celular; pedir permissão para sair sozinho/a, dentre outras. Posteriormente, foram discutidas
as situações consideradas abusivas mencionadas na dinâmica. Este momento oportunizou a
apresentação dos tipos de violência que podem ocorrer em um relacionamento, suas formas
de denúncia, além de dados estatísticos referentes a essas situações de abuso.
Em se tratando de uma atividade proposta e desenvolvida por licenciandos e
licenciandas do curso de Ciências Biológicas, foi importante vincular ao ensino de Biologia,
a discussão sobre relacionamentos abusivos com base no gênero. Para tanto, foram
apresentados os conceitos de gênero e sexo biológico e as implicações socioculturais no
processo de construção do conhecimento científico e sua relação com esse tema.
A última etapa da oficina foi um momento de criação em que os/as estudantes foram
desafiados/as a desenvolver uma campanha contra relacionamentos abusivos e apresentá-la
posteriormente. Para isso, estavam dispostos vários materiais de papelaria, deixando livre a
criação. Como produtos da campanha, foram apresentadas performances, além de cartazes,
que ficaram expostos no espaço escolar.
tem seus desafios e barreiras, que acabam muitas vezes sendo obstáculos ao exercício da
carreira docente.
Dentre outros depoimentos, um dos estudantes diz que a sociedade necessita de
professores e professoras como os/as ministrantes da oficina, que contribuam para o
empoderamento dos/as jovens e ajudem a levantar as bandeiras censuradas pelo núcleo
escolar e pelo sistema educacional. A cada agradecimento, a equipe sentiu-se valorizada e
estimulada a novos desafios como este de propiciar na escola de Educação Básica, espaço de
discussão de opiniões e inquietações comumente atribuídas à juventude.
A última etapa da oficina foi permeada de emoções e sentimentos. O momento de
criação foi realizado de forma muito representativa. Os/as estudantes separaram-se em grupos
e tiveram 40 minutos para preparem suas campanhas contra relacionamentos abusivos.
Enquanto isso, no ambiente ressoavam músicas de cunho de empoderamento feminino
previamente escolhido pela equipe PIBID.
Todos os grupos optaram por realizar performances para expor suas campanhas.
―Qualquer comportamento, evento, ação ou coisa pode ser estudado como se fosse
performance e analisado em termos de ação, comportamento, exibição‖ (SCHECHNER,
2003, p.39). Foi interessante notar a unanimidade dos grupos em optar por este tipo de
apresentação, mostrando que a intervenção feita pelas bolsistas do PIBID no início da
oficina, sensibilizou e despertou afetos que se externaram como performances.
A primeira performance foi a encenação de um casal heteroafetivo discutindo,
enquanto pessoas passavam por perto viam a situação e ficavam inertes à agressão. A
sensação para quem assistia era de grande angústia e incômodo por presenciar passivamente
uma situação de violência, mesmo que irreal. Ao final da ação, o homem da discussão tapou
a boca da mulher e disse: “ela não tem voz”, enquanto as pessoas que omitiram ajuda iam
uma a uma ajoelhando-se e tapando os olhos, ouvidos e boca uma das outras.
O segundo grupo representou uma cena de violência entre casal homoafetivo,
representado por duas garotas, destacando que todo relacionamento está sujeito a ser abusivo.
A terceira performance foi diferente das demais, uma estudante sentada em uma
cadeira disponibilizou seu corpo para que o público da oficina escrevesse situações abusivas
que já sofreram ou que expressassem os sentimentos que estavam aflorados naquele
momento. Os/as estudantes logo se posicionaram deixando suas vivências e emoções
marcadas no corpo da estudante. Frases como: ―vítima de relacionamento abusivo por dois
anos” e “você não é culpada”, apareceram registradas A experiência do corpo no contexto
artístico serviu de convite à participação dos outros grupos que estavam apenas
contemplando a apresentação.
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364
“Estou achando o debate uma grande oportunidade de falar sobre problemas ocorridos com
muitas pessoas, inclusive comigo também, e melhor, ainda ver que tem uma saída,
muitíssimo obrigada”.
Percebe-se pelas falas dos/as estudantes o quanto a oficina foi importante para
ressignificar alguns pensamentos e despertar para reflexões sobre as questões debatidas
durante a atividade.
Considerações finais
A oficina cumpriu com o objetivo de problematizar atitudes abusivas em
relacionamentos afetivos e permitiu articular outras temáticas como homofobia, preconceitos,
questões de gênero e machismo. Notou-se através dos relatos dos/as estudantes o quanto a
discussão sobre os assuntos abordados é ausente no ambiente escolar.
Entende-se a escola como um espaço complexo, no qual, ao mesmo tempo em que
permeiam atitudes de violência e preconceitos, também ocorrem debates e reflexões por meio
de intervenções como a oficina. Neste contexto é importante ressaltar o PIBID como
mediador de ações na escola que envolva temas contemporâneos como corpo, gênero e
sexualidade não discutidos em sala de aula. Assim, o PIBID contribui com a formação de
professores e professoras através da realização de atividades sobre essas questões ausentes
nas disciplinas da Licenciatura.
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Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.
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racismo em livros para crianças. Fundação Carlos Chagas. Departamento de Pesquisas
Educacionais, São Paulo, 1990.
Resumo
sobre o tema (Macedo et al, 2012), de forma a possibilitar a compreensão em termos das
reações químicas.
Levando-se em consideração a problemática apontada, foi desenvolvido e aplicado
para os alunos de 1º ano do ensino médio um questionário diagnóstico com o intuito de
identificar o entendimento do tema fotossíntese. Isto foi feito porque objetivamos
desenvolver uma sequência didática sobre o tema, que envolva história da ciência e
argumentação. Nesse sentido, diagnosticamos as concepções iniciais para subsidiar a
proposição da sequência didática. Esse trabalho é um recorte de um projeto mais amplo.
2. Referencial Teórico
verde das plantas, transpiração, alimentação, ou, então, associado a conceitos como
autótrofo, isto é, aqueles que produzem seu próprio alimento (Almeida, 2005).
O obstáculo substancialista pode ser entendido como o ato de atribuir qualidades
diversas a substâncias e, por isso, impede o desenvolvimento do espírito científico uma
vez que satisfaz uma mente preguiçosa (Bachelard, 1996). Para o caso da fotossíntese
pode-se entender como a qualidade que os estudantes atribuem ao fenômeno, quando estes
criam e buscam analogias com o senso comum, como cor, cheiro entre outros (Almeida,
2005).
No obstáculo animista o sujeito trás o fenômeno da fotossíntese para o real, dando
vida aos conceitos e definições. Segundo Dominguini (2010), o obstáculo animista
caracteriza-se por um fetichismo da vida, onde se busca relacionar questões vitais em
questões inanimadas. É comum o uso de recursos animistas para visualização do
fenômeno em termos microscópicos, mesmo que de forma grosseira e com graves
equívocos conceituais. Além de não permitirem uma abstração do conhecimento
científico, acabam impregnando, em nossos alunos, uma crença que os mesmos o
compreendem como verdadeiro.
O pragmatismo é um fator muito recorrente entre os alunos, ainda mais alinhado
com temas como a fotossíntese, fenômeno este visto como aquele que acarreta em um bem
ao ser humano, purificando o ar e auxiliando na cadeia alimentar (Almeida, 2005). Desta
forma, os estudantes tendem a associar a fotossíntese com seu efeito prático e utilitário aos
seres humanos.
3. Metodologia
10
Série de histórias em quadrinhos criada pelo cartunista e empresário Mauricio de Sousa.
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369
relacionar com ciências; a questão 1c se o aluno era capaz de comparar a imagem com
algum processo natural. Em sequência, a questão 1d, interrogava se o aluno conseguia
estabelecer uma relação entre o sol e a planta. A questão e buscava saber se para o aluno
o sol e a planta precisam necessariamente um do outro e a 1f questionava se os seres
humanos necessitam das plantas e do sol.
A questão 2 continha uma imagem de uma mulher dormindo perto de uma planta e
em sequência a frase [“Minha mãe fala que dormir com plantas no quarto faz mal, causa
falta de ar… Acho isso besteira, mas outras pessoas já falaram isso também. É
verdade?”]. Em seguida, a questão 2a perguntava se o aluno conhecia algo a respeito do
questionamento e o quê; a alternativa 2b questionava se a mãe estava certa e em 2c como
o aluno se posicionaria sobre o questionamento; a questão 2d buscava saber se o aluno
poderia fazer alguma relação entre a imagem 1 (imagem da questão anterior) com a
imagem 2. O objetivo desta questão era que os alunos conseguissem identificar o processo
da fotossíntese ocorrendo no cotidiano e interligando-o com outros questionamentos
pertinentes no dia-a-dia.
Os alunos foram informados pela pesquisadora sobre os objetivos da pesquisa e os
aspectos éticos relacionados a sua condução. Posteriormente, entregaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) liberando sua participação na pesquisa. O
questionário foi respondido no tempo máximo de 50 minutos (1hora/aula) e não foi
avaliado pela professora. Todos os alunos responderam de forma livre, sem consulta e
individual. Algumas questões foram deixadas em branco, contudo, foi percebido o
comprometimento e a seriedade dos mesmos.
3.3. Análise de Dados
Em primeiro momento foi feita uma análise geral das respostas dos alunos e
apontadas as dificuldades de aprendizagem dos mesmos. A partir desta análise inicial
escolheu-se o referencial OE. Desta forma, foi proposta uma descrição para as categorias
analíticas segundo o referencial. A categorização foi elaborada perante a análise das
respostas e dividiram-se em função dos OE apresentados pelos estudantes, sendo que um
mesmo aluno poderia apresentar mais de um obstáculo, ou seja, ser classificado em mais
de uma categoria. Toda vez que a categoria for explicada, será precedida por exemplos
retirados dos dados analisados.
OEEP: Experiência Primeira: quando o estudante se referiu ao fenômeno da
fotossíntese como sendo algo de fácil visualização e sem muitas etapas, como apenas uma
entrada e saída de gases. Para grande parte dos alunos há uma maquinaria dentro das
plantas onde ocorre o processo de transformação de um gás (gás carbônico) em outro gás
(oxigênio).
Ex: “A fotossíntese ocorre quando entra gás carbônico nas plantas e dentro da
clorofila este gás se transforma em oxigênio, e então o oxigênio é liberado.”
OEV: Obstáculo verbal: quando o estudante se referiu à explicação do fenômeno
usando um termo mais complexo, porém mal aplicado. Muitas vezes os alunos associam a
simplicidade ao fenômeno pelo fato de terem visualizado imagens em livros didáticos com
entrada e saída de gases e relacionam essa ocorrência à fotossíntese como se fosse única, e
realizada desta forma.
Ex: “A fotossíntese é um processo que adquire luz pela clorofila.”
OES: Obstáculo Substâncialista: quando o estudante se refere a uma substância
como agente do processo, atribuindo a ela as qualidades e/ou ações necessárias/suficientes
para ocorrência do fenômeno.
Ex: “Na planta somente as folhas fazem fotossíntese porque são verdes.”
OEA: Obstáculo animista: quando o estudante se referiu à fotossíntese como algo
que possui vida, isto é, quando lhe confere atributos comumente associados a seres vivos.
Sendo assim, o uso de termos como puxar, sugar, entre outros, e/ou expressões que
sugerem ações animadas, foram caracterizados como obstáculos animistas.
Ex: “A planta puxa gás carbônico do ar.”
“As raízes das plantas sugam a água do solo.”
OEP: Obstáculo Pragmatista: quando o aluno se referiu a fotossíntese como algo
que servia à solução imediata de seus problemas.
Ex: “Na fotossíntese libera oxigênio para o ser humano.”
As respostas dos alunos poderiam ser categorizadas em OE: OECG, OEEP, OEV,
OES, OEA, OEP. Constatamos que as respostas de um mesmo aluno poderiam se
enquadrar em mais de um obstáculo, e com base nisso, foi elaborado o gráfico 1 com o
objetivo de diagnosticar, perante a resposta dos alunos, em quais categorias eles se
agrupavam, para enfim caracterizarmos suas maiores dificuldades.
Gráfico 1: Categorias de OE
essa propriedade, e que além disso provêem ações ao fenômeno, como o fato de puxar
algo.
Pode-se perceber nos OE citados a ocorrência de fatores distintos, mas que se
completam, um, de movimento puro e simplesmente linguístico que ao associar uma
palavra a um fenômeno pensa ter favorecido os avanços das ideias e outro, de repouso
racional que entrava a correta atribuição de significados à expressão uma vez que esta já
fala por si, é algo intuitivo. Isto possibilitou agrupar os alunos em mais de uma categoria.
Ex: “Como a fotossíntese tira o gás carbônico e coloca oxigênio, isso possibilita
que o ar permaneça equilibrado.”
“Porque as plantas realizam fotossíntese liberando ar para o ambiente.”
5. Considerações Finais
Referências Bibliográficas
Resumo
Este texto tem como propósito relatar uma experiência de grupo do PIBID Subprojeto
Biologia da Universidade Federal de Uberlândia, realizado no evento ―Brincando e
Aprendendo" que faz parte da 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Este
trabalho teve como intuito dar relevância à exposição científica em espaço não-formal de
educação, que contribui para a divulgação da ciência, como também, para formação
docente inicial dos mediadores desta ação. A mostra científica realizada teve como
finalidade construir junto aos estudantes do ensino fundamental e médio de escolas
públicas de Uberlândia e região, um conhecimento sobre a agricultura orgânica, bem como
elucidar sobre o uso intensificado de agrotóxicos. A coleta de dados infere no diálogo
entre pibidianos e o público visitante.
1. Considerações iniciais
O homem tem conhecimento sobre a eficiência do uso de defensivos químicos
desde 1931, a qual foi descoberta por Muller (NUNES e RIBEIRO, 1999), desde então a
ampla aplicação das tecnologias da agricultura convencional atribuída ao controle de
pragas, insetos e, principalmente, ao aumento da produtividade, vem aumentando de
forma intensificada. À vista disso, os impactos e a segurança que essas práticas têm à
saúde humana e ao ambiente são conceitos de importantes pesquisas (FRANK et al.,
2004).
agroecológica, expondo-os a necessidade do bem estar social e que possam agir em prol
da sustentabilidade.
2. Metodologia
A metodologia utilizada foi uma pesquisa narrativa que tem como intuito valorizar
as experiências por meio de uma investigação da própria prática (CUNHA, 2009). Os
dados obtidos na pesquisa inferem em fins investigativos, mediante o diálogo entre
pibidianos e o público visitante.
O presente trabalho foi apresentado por licenciandos do Curso de Ciências
Biológicas da Universidade Federal de Uberlândia, que integram o Programa Institucional
de Bolsas de Iniciação Científica (PIBID) da mesma instituição, ao longo da Semana
Nacional de Ciência e Tecnologia, durante o evento Brincando e Aprendendo. Ao longo
de três dias de visitação, a mostra contou com um público aproximado de oitocentas
pessoas, de diversas faixas etárias, predominando estudantes da Educação Básica do
município de Uberlândia, MG. A atividade visava o entendimento dos alunos acerca dos
agrotóxicos e suas implicações, tal qual suas especificidades e consequências, por meio de
uma abordagem prática e participação direta dos alunos da Educação Básica.
Na mostra ‗‘Vamos falar sobre agrotóxicos?‘‘, foram exibidos por meio de um
circuito de temas, a profusão de imagens, ilustrações e charges a maneira com que os
agrotóxicos atuam, direta e indiretamente, no cotidiano dos visitantes. Cada traslado
buscava provocar a atenção do participante sobre a atuação dos químicos em alimentos tão
presentes no cotidiano, de maneira cômica e/ou impactante, visando uma maior reflexão e
criticidade de cada um que os observava acerca do assunto tratado.
Foi demonstrada por meio de um comparativo, a diferença morfológica entre um
alimento orgânico e não orgânico seguido de uma breve explicação sobre suas
disparidades. Por exemplo: ―Os alimentos orgânicos são menores que os não orgânicos,
sendo estes mais bonitos e uniformes, isso devido ao uso agrotóxicos usado, ocasionando
uma deformação morfológica, sendo assim, o importante é o valor nutritivo, não a
aparência.‖ Os alunos tiveram a oportunidade de degustar tais alimentos, para analisarem
se tinham diferença ou não no sabor.
Mencionamos e exibimos duas possibilidades de produção de alimentos, como é o
caso do processo biológico feito pela composteira orgânica, onde a matéria orgânica é
reutilizada, como também exibimos uma horta suspensa, como observado na Figura 1.
Abrimos uma discussão acerca da facilidade de se cultivar alimentos orgânicos em casa,
extendo o assunto sobre esta ação ser mais econômico e sustentável.
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378
Figura 1: Circuito de temas e hortas suspensas. Figura 2: Simulação de uma horta com
produção de alimentos transgênicos.
3. Resultados e Discussão
Dar a iniciativa à alfabetização científica (AULER e DELIZOICOV, 2001;
CHASSOT, 2000) é potencializar os estudantes a explorar aprendizagem relacionadas
com a ciência, dando a possibilidade de apropriarem-se com as ações e mudanças que vem
ocorrendo na comunidade científica e tecnológica (HURD, 1998). Em vista disso, esta
mostra traz a oportunidade para que os estudantes possam entrar em contato com a
educação científica, de maneira que estarão investigando e tendo proximidade com as
produções científicas divulgadas no evento.
Posto que a agroecologia é uma perspectiva ecológica interdisciplinar que abrange
áreas da agronomia, ecologia, sociologia e da economia, surge uma preocupação entre
muitos pesquisadores, por receio de tornar o conhecimento descontextualizado e
fragmentado. No entanto, com relação aos discentes, agregar os saberes se torna
fundamental, visto que estes sempre veem os conteúdos de forma desintegrada e
descontextualizada. Dessa maneira, a educação agroecológica busca integrar e trabalhar
em conjunto, favorecendo o desenvolvimento por parte daqueles que a investiga
(DALGAARD et al., 2003; AUGUSTO et al., 2004).
Admitindo-se que a aprendizagem em Agroecologia é uma mediação educativa
necessária para a construção de novos conhecimentos, buscando uma proximidade
harmônica entre homem e a natureza, favorável à transformação socioambiental a partir de
SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia
379
4. Reflexões finais
Em meio a tantas problemáticas envolvendo o projeto pedagógico da Educação
Básica, práticas alternativas de ensino demonstram ser cada vez mais imprescindíveis no
processo ensino-aprendizagem, deste modo, dar iniciativa à formação docente inicial, é
potencializar graduandos de licenciatura a permitirem-se realizar pesquisas no campo da
educação, flexibilizando-os para investigações na ampla cultura científica.
Não obstante, pibidianos resistem acerca das prováveis mudanças e isenções
ocorridas no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), desta
maneira, trabalhos como este demonstram e sensibilizam a todos os leitores sobre o mérito
e a eficácia que projetos teóricos-práticos pedagógicos revela.
Tendo em vista que a formação para a área da educação ambiental é crescente,
trabalhos como esse, desenvolvido pelo grupo de alunos reforça a importância de uma
formação contínua e eficaz que visa a busca de soluções para as questões ambientais e a
problematização e discussão da temática ainda no âmbito escolar inicial até a formação
superior da população, não se restringindo a profissionais ou futuros profissionais da
educação ou da área ambiental.
5. Referências Bibliográficas
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382
Resumo
Introdução
que tipificam os estudos feministas. Tendo em vista esse dossiê, este trabalho busca
apresentar uma análise dos treze textos que o constituíram, uma vez que suas autoras
corroboram com o pensamento das pesquisadoras que assinam o dossiê quanto aos
espaços educativos como campo fértil de pesquisa nas questões do contexto das relações
de gênero e sexualidade.
Síntese e análise do dossiê
O nono artigo, "Corpos e identidades em jogo. Dois olhares feministas /Des corps
et des identités en jeux. Deux regards féministes", é de autoria de Maria Rita de Assis
César e de Nádia Setti. É um estudo teórico com base em autores como Clarisse Lispector,
Virginia Woolf, Guacira Louro, Michel Foucault, Judith Butler, dentre outros. Dividido
em duas partes, a primeira, escrita em português, de autoria de Maria Rita de Assis César,
analisa a produção teórica específica sobre os movimentos sociais de feministas e de
LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), assim como
uma reflexão produzida por esses próprios movimentos e os projetos educacionais que
eles têm inspirado, percebendo-se que as lutas e conquistas que ocorrem em um contexto
específico de abordagem, pressupõem a apropriação de uma identidade específica. A
segunda parte, de autoria da italiana Nádia Setti, foi escrita em francês e versa sobre a
questão das mulheres serem mais presentes no espaço da cultura e literatura, enquanto
poucas parecem ser reconhecidas em espaços públicos e políticos. Tanto a primeira parte
que compõe esse artigo, que explicita as reflexões críticas sobre a noção de identidade nos
discursos e nas práticas educacionais contemporâneas, como a segunda, que se concentra
num certo côté da crítica literária, encontra-se a educação como ponto de encontro, de
partida e de chegada.
O décimo artigo, "Políticas de equidade de gênero na educação superior na
Espanha e no Brasil: avanços e limites", é uma produção de Maria Eulina Pessoa de
Carvalho e de Alejandra Montané. A pesquisa, de cunho teórico, é baseada em
levantamento de dados e aporte teórico embasado nas políticas de equidade de gênero na
educação superior na Espanha e no Brasil. As autoras relatam que, no Brasil, foi a partir
da década de 1990 que as questões de gênero passaram a ter visibilidade na pesquisa e na
política educacional, mas que ainda hoje, quando se fala de inclusão e equidade em
educação, tende-se a negligenciar ou minimizar a desigualdade de gênero. Em virtude
desta visibilidade, a média de anos de estudo das mulheres, ao final dos anos 1990, era
mais elevada do que a dos homens em todas as regiões do país, porém, na educação
superior, a reversão do ―hiato de gênero‖ a favor das mulheres só começou na década de
1970. Contudo, essa vantagem quantitativa das mulheres nas Instituições de Ensino
Superior é qualitativamente limitada e ainda não erradicou as diferenças salariais de
mercado, sendo notório o predomínio das mulheres nas profissões ligadas ao cuidar
(educação, saúde e alimentação) e os homens nas profissões consideradas de maior status
e reconhecimento no mercado (as hard sciences). Os dados evidenciam que situação da
mulher na Ciência e na Universidade é de discriminação e desigualdade na promoção
profissional, uma vez que somente a inclusão não implicou em ascensão no campo
SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia
389
Discute a contribuição dos feminismos para o campo das Ciências do Esporte, destacando
a importância da categoria gênero como ferramenta analítica e o potencial político e
pedagógico presente na relação entre os feminismos e o esporte, cujos desdobramentos
permitiram desconstruir muitas justificativas que historicamente foram utilizadas para
manter a condição desigual entre homens e mulheres no contexto dessa prática cultural.
Os feminismos demarcaram sua primeira contribuição ao campo da investigação e da
prática do esporte ao utilizarem o gênero como uma ferramenta analítica para reclamar às
mulheres o direito de reivindicar o esporte como um espaço que também é seu. A
predominância do masculino no mundo do esporte trás raízes históricas, culturais e
políticas, baseadas na premissa que atividades físicas e esportivas mais adequadas às
mulheres e aos homens estavam subjugadas a uma tradição aristotélica, a qual associava
os homens às atividades princípio, mais ativas, e as mulheres às atividades elemento, mais
passivas. Os feminismos podem ampliar significativamente a sua produtividade e também
a sua dimensão pedagógica quando relacionada às Ciências do Esporte, ao tornarem mais
visíveis discursos e práticas que indaguem por que as diferenças biológicas e não outras
quaisquer são tomadas como as mais importantes para demarcar a distinção entre homens
e mulheres no universo do esporte e suas significações.
Considerações finais
Referências
SCOTT, J. W. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade.
Porto Alegre, vol. 20, nº 2, jul./dez. 1995.
APRENDIZAGENS EM DEVIR-PROFESSOR
Resumo
Nunca se sabe de antemão como alguém vai aprender - que amores tornam alguém
bom em Latim, por meio de que encontros se é filósofo, em que dicionários se aprende a
pensar. Os limites das faculdades se encaixam uns nos outros sob a forma quebrada
daquilo que traz e transmite a diferença. Não há método para encontrar tesouros nem para
aprender, mas um violento adestramento, uma cultura ou a ideia que percorre inteiramente
todo o indivíduo [...] (Deleuze, 1968/2006, p. 159).
Vaz (2012) assim descreve muito bem a preocupação de não se criar a identidade
fixa do ‗ser professor‘, pois ‗ser‘ professor não é existência, e sim uma das possíveis
profissões que assumimos em um momento da vida: ―[...] o professor não é existência
(ser), é acontecimento; não é identidade, é devir, é alguém que constrói lugares ao invés de
somente habitar espaços inventados por outrem‖.
11
Afectos, utilizado por Deleuze (2007) para designar a “sensação (o contrário do sensacional) como o
encontro de uma onda que percorre o corpo com as forças que agem sobre ele”.
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394
Deleuze e Guatarri (2012) trazem alguns conceitos para amarrar esse cenário,
como a Hecceidade:
Entendemos Hecceidade sem começo e sem fim, sem origem e sem destinação;
está sempre no meio, nas dobras. A Hecceidade é importante para compor esse trabalho na
no momento de desconstruir a imagem cronológica da formação como professor, pois ela
não tem raízes na memória, nem na composição de imagens do passado, ela é feita de
linhas, rizoma.
tem a proposição de oferecer receitas prontas, enumerar o passo a passo e finalizar uma
discussão, como estamos acostumados a elaborar as pesquisas científicas, seja para
reafirmar uma verdade, descrever o objeto de estudo ou mesmo para refutar alguma
hipótese. A cartografia vem para acompanhar processos, propor encaminhamentos, sugerir
pistas, e indicar novos caminhos por onde permeiam tantas outras possibilidades de
pesquisa. Barros e Kastrup (2015) reitera que um dos objetivos da cartografia é realmente
o de não demonstrar um caminho de pesquisa linear e dessa forma não apresentar uma
conclusão final em seus trabalhos.
Objetivo
- Elaborar outras narrativas, por meio da entrevista com outros professores, sobre a
reinvenção da sua profissão, os afectos envolvidos, e os movimentos de desejo, evocadas a
partir dos objetos do baú - constituído pela pesquisadora ao longo do tempo.
Procedimentos metodológicos
12
O Museu de Biodiversidade do Cerrado é uma Unidade Especial do Instituto de Biologia da Universidade
Federal de Uberlândia. Foi inaugurado em maio de 2000 e configura-se como um espaço de promoção de
atividades de divulgação científica socioeducativas e como centro de pesquisa na área de Educação em
Ciências. Possui um acervo didático de espécies animais e vegetais representativos do Bioma Cerrado em
exposição permanente e um acervo científico de répteis, anfíbios, mamíferos, aves e invertebrados,
resultante de pesquisas acadêmicas. Configura-se como um espaço de educação não-formal que constitui
o processo de formação dos professores da Universidade Federal de Uberlândia.
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398
Nessa linha, Passos e Kastrup (2013) definem uma diretriz de validação do método
cartográfico, propondo que a mesma seja realizada em três níveis de avaliação:
Após os três encontros e as construções das narrativas, será feita a análise dos
dados a luz da cartografia e a auto avaliação dos professores e cartógrafa.
Referências Bibliográficas
DELEUZE, Gilles. Francis Bacon: lógica da sensação. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.
DELEUZE, Gilles e GUATARRI, Félix. Mil Platôs. v.1. Rio de Janeiro: Ed.34 Letras,
1995.
ORLANDI, Luiz B.L. Um gosto pelos encontros. São Paulo, 2014. Disponível em: <
http://deleuze.tausendplateaus.de/wp-content/uploads/2014/10/Um-gosto-pelos-encontros-
Artigo-de-Luiz-Orlandi1.pdf> Acesso em: Março de 2017.
Resumo
Introdução
O ensino básico abrange várias temáticas presentes no cotidiano, são conteúdos
aplicados no contexto contemporâneo e precisam ser discutidos em prol do bem comum
(VIEIRA et al, 2005). A educação ambiental se encaixa perfeitamente neste propósito e
vem sendo discutida há tempos, toma-se como exemplo a Lei nº 9.795/99 que
regulamentou a abordagem de tal conteúdo nas escolas como de essencial aplicação
(KONDRAT; MACIEL, 2013). As modificações das maneiras de sobrevivência da
humanidade vêm afetando diretamente o meio ambiente. Para que esta concepção mude,
os costumes intrínsecos e negligentes contra a natureza devem ser confrontados,
começando na esfera escolar, pois educar esta nova geração de maneira adequada é
essencial para uma longa vida ao meio ambiente (SANTANA; ARAUJO, 2011).
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403
Para a formação de uma geração mais consciente, há vários assuntos que devem
ser abordados na disciplina de educação ambiental, dentre os quais podemos citar a
preservação dos recursos hídricos, do solo e da vegetação que circunda os cursos d‘água,
aspectos que se encontram relacionados (FERNANDES, 2004).
A água é essencial à vida, porém sua qualidade e quantidade estão sendo
comprometidas pela antropização principalmente (COELHO et al, 2011). O assoreamento
das nascentes, erosão do solo, devastação da fauna e flora, são algumas das consequências
da ação do homem nessa temática (TUNDISI, 2014).
As florestas que circundam as nascentes, rios e córregos são denominadas
vegetação ripária, estas são constituídas por fisionomias como matas ciliares e as matas de
galeria apresentando solos úmidos e bastante férteis, propícios para agricultura e obtenção
de areia e cascalho, sendo as mais degradadas pelo homem (SANO et al, 2008).
A mata ciliar se encontra as margens de rios de grande porte e funciona como
―filtro‖ de agrotóxicos, o que evita a desertificação do solo e contribui positivamente para
a qualidade da água. Já as matas de galeria formam túneis ao redor dos cursos d'água de
menor largura. Ambas as vegetações são importantes para a proteção do solo e da pureza
das águas, evitando erosões, assoreamento e a formação de voçorocas (TEREZA et al,
2010).
A ação antrópica tem modificado esses ambientes naturais, colocando a qualidade
das águas em risco. Para que essa degradação não ocorra de forma contínua é necessária
uma conscientização sobre o assunto; a educação ambiental não vem somente para abordar
o ensino de ciências e ecologia, ela deve ser um meio de motivar a mudança de atitudes e
fazer dos estudantes cidadãos conscientes (SANTANA, ARAUJO, 2011).
O objetivo desse trabalho foi abordar na disciplina de Educação Ambiental, a
importância dos recursos hídricos, do solo e das matas de galeria para a preservação de
ambos os recursos, com uma pesquisa qualitativa e quantitativa acerca dos conhecimentos
dos estudantes sobre este assunto, com ênfase nos conhecimentos sobre os recursos
hídricos regionais e do município de Quirinópolis – Goiás.
Metodologia
Os acadêmicos bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à
Docência (PIBID), subprojeto de Biologia da Universidade Estadual de Goiás Campus
Quirinópolis, realizaram atividades no Colégio Estadual Dr. Onério Pereira Vieira, sobe a
matéria de Educação Ambiental com alunos do Ensino Médio. O subprojeto conta com a
participação de seis acadêmicos bolsistas, do curso de Ciências Biológicas, também com a
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404
Observa-se que para a maioria das questões avaliadas (Figuras 1 A e B), houve um
melhor desempenho na média de acertos pelos estudantes do sexo feminino, exceto para
as questões oito e nove as quais tratavam sobre formação de voçorocas e a quantidade de
lixo em kg produzido por dia respectivamente, na turma do 3º ano.
Sobre esta disparidade entre os sexos no desempenho escolar, Biddulph (2002)
afirma que o baixo rendimento escolar dos meninos geralmente está associado ao seu
comportamento de agitação, agressividade e falta de atenção que podem ser explicados
pelos fatores hormonais que influenciam o comportamento dos meninos. Entretanto, isto
não deve ser generalizado, pois há também meninos que são apáticos e apresentam baixo
rendimento escolar. Já as meninas têm características como docilidade, passividade e
maior concentração que por vezes estão associadas a um possível melhor rendimento
escolar (DAL'IGNA, 2007).
A) Porcentagem de acertos B)
80% 80%
Porcentagem de acertos
70%
60% 60%
50%
40% 40%
30%
20% 20%
10%
0% 0%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Número de questões Feminino Masculino Número das questões Feminino Masculino
Figura 1 – Média de acerto da pré-avaliação dos conhecimentos dos estudantes (A) 3º Ano
e (B) 2º ano do ensino médio do Colégio Estadual Dr. Onério Pereira Vieira (24 e 27 de
Abril de 2017).
cidade (59 e 68%); questão 07 sobre a faixa de vegetação mínima que deve ser preservada
no entorno dos cursos d‘agua (38 e 43%); questão 08 sobre o conceito de voçoroca (62 e
47%) e por fim a questão 09, que apresentou a menor média percentual de acertos ( 11 e
13 %), referia à quantidade média de lixo produzida (habitante/dia) em kg.
Essa avaliação prévia indicou que termos como ―vegetação ripária, mata ciliar e
mata de galeria‖ ainda eram desconhecidos por muitos estudantes. Outro fator relevante
observado se deve ao percentual de acertos da questão 06 (Manancial de abastecimento de
água do município), provavelmente a maioria sabe o nome do curso d‘água por que em
março de 2017, após uma chuva forte, ocorreu a paralisação do abastecimento de água na
cidade, durante três dias, e esse problema foi bastante debatido nos meios de
comunicação, o que certamente possibilitou aos estudantes um maior conhecimento da
causa.
Desta forma, verificou-se que quando o estudante presencia em seu cotidiano de
forma prática uma situação relacionada ao conteúdo abordado, o entendimento de certos
conceitos torna-se facilitado. Dessa maneira, fazer o estudante sujeito do próprio
aprendizado é uma estratégia eficiente para o significativo processo de ensino-
aprendizado.
Segundo Ausubel (2003) a aprendizagem significativa ocorre quando o aprendiz é
capaz de receber novas informações e racionalizar, de forma a construir uma interação
com o que já se sabe previamente e o que se acabou de conhecer. Uma vez que para que
ocorra aprendizagem significativa é preciso que o aluno esteja disposto a aprender e o
conteúdo trabalhado deve ser significativo para esse aluno (PELIZZARI, 2002).
Considerando esses dados, foram realizadas aulas teóricas em forma de diálogo
expositivo composta de uma parte prática em todas as turmas, com a finalidade de reforçar
estes conceitos: recursos hídricos e vegetação ripária. A experiência prática analisava o
carreamento de sedimentos em três situações (Figura 2) mostrando a importância da
vegetação nativa para o recuso hídrico, amenizando o assoreamento e os impactos à
biodiversidade.
(A)
(A) (B)
(B) (C)
(C)
A)
Porcentagem de acertos
100%
50%
0%
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Número das questões Masculino
Feminino
B)
Porcentagem de acertos
120%
100%
80%
60%
40%
20%
0%
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Masculino
Número das questões
Feminino
Figura 3– Média de acertos após realização das atividades com os estudantes (A) 3º Anos
e 2º (B) anos do ensino médio do Colégio Estadual Dr. Onério Pereira Vieira (11 de Maio
de 2017).
A partir destes dados foi possível verificar que a diferença na média de acertos
entre os sexos reduziu, e em alguns casos na maioria das questões os meninos melhoraram
seus resultados quando comparados ao desempenho das meninas, nas duas turmas
avaliadas.
Em comparação com os primeiros resultados verificou-se que para a maioria das
perguntas a média de acertos foi superior após a realização das atividades teórico-práticas.
Sendo os maiores valores observados na questão 01 chegando a 88% na média de acertos
analisando os dois sexos para o 2º e 3ºanos. A única questão que apresentou média abaixo
de 50% de acertos foi a questão 07 que tratava do código florestal e a preservação da
vegetação no entorno dos cursos d‘agua. No entanto, não se observou diferença percentual
entre as turmas do 2º e 3º anos considerando apenas o sexo.
Após a explicação do conteúdo relacionado às questões que compõem o
questionário, observou-se que os alunos tiveram maior empenho ao responder o mesmo, e
que ambas as turmas passaram a ver as questões como algo mais familiar, já que no
primeiro momento do trabalho os alunos não conheciam certos conceitos e alguns
aspectos da cidade em que vivem, como por exemplo, o principal manancial de
Conclusão
As atividades realizadas pelos acadêmicos foram eficientes no processo de ensino-
aprendizagem dos estudantes, uma vez que o tema abordado interfere diretamente no
cotidiano dos mesmos, que por meio dos acadêmicos e orientadores do subprojeto
biologia, puderam conhecer melhor os cursos d‘água da cidade em que vivem, e integrar-
se da responsabilidade de cuidar destes recursos, e propagar tal missão, diante tantos
impactos.
É essencial que estes estudantes coloquem em prática o que aprenderam por meio
de uma auto-avaliação, para que possam adaptar aos seus cotidianos as atitudes possíveis
para mudar o cenário ambiental. Assim, fica registrada a tentativa de contribuir para a
formação de indivíduos críticos, solidários e responsáveis pelas suas atitudes e pelas
implicações decorrentes das mesmas.
Agradecimentos
Agradecemos a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior-
CAPES pela bolsa concedida e a direção e alunos do ensino médio do Colégio Estadual
Dr. Onério Pereira Vieira por sempre estarem dispostos a participar das atividades
propostas.
Referências
BORGES, A.T. Novos rumos para o laboratório escolar de ciências. Caderno Brasileiro
de Ensino de Física, v.19, p.291-313, dez. 2002.
Resumo
As QSC são questões de temática controversa que exige, para sua solução, conhecimentos
científicos e tecnológicos e a sua relação com o contexto social seja ele local ou global.
Seu uso tem mostrado importância em diversas áreas no Ensino de Ciências. Nesse
sentido, buscamos neste trabalho, compreender como as QSC vêm sendo discutidas e
propostas no ensino de Ciências a partir da análise das Atas do Encontro Nacional de
Pesquisa em Educação (ENPEC). Percebemos ao término desta pesquisa que os trabalhos
voltados ao uso de questões sociocientíficas, apesar de terem naturezas diferentes,
convergem para o fortalecimento destas questões como estratégias de ensino
potencializadoras para a formação dos indivíduos como cidadãos participativos na
resolução dos problemas que os cercam.
Palavras-Chave: Questões problematizadoras; Estratégia de ensino; Ensino de Ciências.
Introdução
Percurso metodológico
Este trabalho é de natureza qualitativa, pois se trata de uma pesquisa descritiva, na
qual busca examinar aspectos mais profundos do campo a ser estudado (MINAYO, 2008),
bem como descrever características destas ferramentas e fatores que interferem no uso de
QSC como estratégia de ensino. Como corpus da presente pesquisa utilizamos as Atas das
dez edições do ENPEC realizados entre os anos de 1997 a 2015. O ENPEC foi escolhido
por este ser considerado muito relevante em pesquisas na área de Ensino de Ciências a
nível nacional (VENTURI; MOHR, 2011).
Resultados e discussão
Ao fazer o levantamento dos artigos publicados, foram encontrados 170 artigos.
Contudo, após a leitura dos títulos e resumos dos trabalhos, somente 37 deles tinham
relação com a temática de interesse e, assim, estes compuseram o corpus da pesquisa.
Dos 37 artigos analisados, 12 foram categorizados como intervenções executadas,
ou seja, trabalhos em que as discussões estão voltadas para a apresentação e/ou relato de
uma intervenção implementada envolvendo QSC; 21 categorizados como discussões
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413
teóricas, que correspondem aos artigos que discutem QSC, desde análises sistemáticas e
epistêmicas desta estratégia de ensino às discussões sobre as possibilidades de sua
utilização; e quatro categorizados como sistematização de trabalhos publicados, pois
versam sobre o modo como as QSC são discutidas em atas e anais de eventos, por
exemplo. A seguir detalhamos o levantamento realizado:
Intervenções executadas
Em nossa análise encontramos um total de 12 artigos categorizados neste eixo.
Nestes trabalhos buscamos investigar, o conteúdo tratado e os objetivos para com o uso da
QSC.
Encontramos uma variedade de conteúdos que foram discutidos a partir do
intermédio do uso de QSC. As áreas como poluição e meio ambiente, bioética e
saneamento básico foram contempladas. Cabe destacar que não encontramos uma
similaridade grande de conteúdos entre os artigos, nesse sentido, dois trabalhos trataram
de produção de energia elétrica (BERNARDO; VIANNA; SILVA, 2011) e energia
nuclear (BERNARDO et al., 2013) e três abordaram o tema agricultura relacionada ao uso
de agrotóxicos (LENHARO; LOPES, 2013), os demais trabalhos buscaram discutir:
dengue, sustentabilidade e vida urbana, águas residuais, células tronco, combustíveis
fósseis e alternativos, legalização da maconha e, ainda, diversos conteúdos relacionados à
biologia.
Percebemos ainda que muitos trabalhos identificaram as diversas dimensões que
podem interferir nas problemáticas apresentadas por intermédio de uma QSC. De modo
que as perceberam a partir dos discursos dos alunos, sendo elas: sociais (questões éticas e
morais) (SANTOS et al., 2013), ambientais (MOREIRA; AMOS, 2015), políticas
(BERNARDO; VIANNA; SILVA, 2011), econômicas (LENHARO; LOPES, 2013), de
saúde (LOPES; CARVALHO; FARIA, 2013), culturais (VARGAS; MARTÍNEZ PÉREZ,
2011) e/ou científicas (SANTOS et al., 2013).
Alguns autores ao tratarem de um tema de problemática local, apresentaram uma
proposta que incentiva os estudantes à prática da formação crítica e reflexiva e à
argumentação em diferentes contextos de forma a tomarem decisões sobre questões
controversas e adquirirem e/ou consolidarem conceitos científicos (BERNARDO;
VIANNA; SILVA, 2011), ou seja, objetivando o letramento científico (SILVA; BASTOS,
2011), utilizando tais conhecimentos adquiridos em suas vidas práticas e teóricas
(LENHARO; LOPES, 2013), resultando também numa formação cidadã.
Assim, a característica de intervenções que potencializam a argumentação e o
pensamento crítico foi observada na maioria dos trabalhos. Bernardo et al. (2013), por
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414
Nas atas do ENPEC analisadas, encontramos quatro artigos que buscaram mapear
estudos relacionados à temática QSC. Percebemos que os autores buscaram investigar
bancos de dados tanto de periódicos nacionais (e.g. Ciência & Educação; Ensaio: Pesquisa
e Educação em Ciências; Revista Brasileira de Pesquisa em Educação Em Ciências;
Investigações em Ensino de Ciências) quanto internacionais (e.g. Cultural Studies;
International Journal of Science Education; Research in Science Education; Revista
Electrónica de Enseñanza de las Ciencias).
Em contraste a esse achado, somente dois trabalhos buscaram analisar dados
encontrados além de revistas da área educacional, ou seja, investigaram teses e trabalhos
apresentados em anais de eventos.
Predominantemente, os trabalhos objetivaram entender como as QSC vêm sido
tratadas em pesquisas de Ensino de Ciências a partir da análise dos bancos de dados.
Nesse sentido, foi constatada a predominância de trabalhos de natureza empírica
(FERNANDES et al., 2015) que visam investigar e discutir as práticas no processo de
ensino e aprendizagem em sala de aula (LIMA; MARTINS, 2013) a partir do uso de QSCs
e as concepções de professores e/ou licenciandos para melhor compreensão dos limites e
possibilidades dessas abordagens nos espaços de formação.
À vista disso, as QSC apresentam-se, a partir dos resultados e conclusões
apresentados pelos autores, com a finalidade de construção do conhecimento científico
(e.g. a partir da desmistificação do cientificismo e tratamento de questões de Natureza da
Ciência) de modo a resultar no desenvolvimento de argumentação científica e pensamento
crítico (FERNANDES et al., 2015) e contribuir para o incentivo de tomada de decisões
que favoreçam uma cidadania ética e responsável dos alunos.
Considerações finais
Podemos perceber ao término desta pesquisa que os trabalhos voltados ao uso de
questões sociocientíficas no Ensino de Ciências, apesar de terem naturezas diferentes,
convergem para o fortalecimento destas questões como estratégias de ensino
potencializadoras para a formação dos indivíduos como cidadãos críticos, capazes de
refletir sobre as problemáticas que os cercam. Desse modo, favorece a tomada de decisão
orientada por conhecimentos diversos (científico, tecnológico, social, econômico, cultural,
entre outros) que levam à ações sociopolíticas com intervenções na comunidade.
Destacamos a importância da continuidade na realização de pesquisas que
fomentem não somente discussões teóricas-epistêmicas sobre o uso de QSC no Ensino de
Ciências, mas também, trabalhos em que as utilizem na Educação Básica e concomitante a
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416
REFERÊNCIAS
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AS QUESTÕES SOCIOCIENTÍFICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS. In: IX ENPEC –
Encontro de Pesquisa em Educação em Ciências, 2013, Águas de Lindoia. IX ENPEC.
Belo Horizonte - Minas Gerais: ABRAPEC, 2013.
Resumo
Os estudos sobre Educação Sexual ainda são poucos no Brasil, apesar dos altos índices de
gravidez na adolescência e de doenças sexualmente transmissíveis. A sequência didática
com abordagem investigativa foi realizada em uma turma de 1º ano do Ensino Médio,
utilizando metodologia mista quali-quantitativa, com observação participante, para a
coleta de dados. Entre outros itens abordados, os alunos pensam que sexualidade é
sinônimo de relação sexual (58%), não sabem sobre o coito interrompido e nem como
funciona a tabelinha (84%), demonstrando pouco conhecimento sobre o tema. Frente ao
exposto é necessário que o Educador trabalhe o assunto sabendo quem é seu público alvo,
e esteja ciente que paradigmas que julga superados talvez ainda não estejam.
Introdução
Como professora de biologia, percebo que a maioria dos adolescentes tem
dificuldade em conversar e entender uma série de mudanças que ocorrem no corpo durante
a puberdade. Diversos autores têm atentado para isso, por exemplo, Alencar et al. (2008);
Ribeiro et al. (2009) e Oliveira, Lima e Pagan (2012).
No Brasil, são poucos os estudos relacionados ao exercício da sexualidade e à
abordagem da educação sexual (PIASENTIM E BRAGA, 2009).
Sexualidade é algo que se constrói e aprende, e ao fazer parte do desenvolvimento
e da personalidade do indivíduo, capaz de interferir na alfabetização, desempenho escolar
e comportamentos, a escola não pode ignorar essa dimensão do ser humano e deveria
investir na formação de seus professores (SUPLICY, 1999).
As formas de viver a sexualidade são influenciadas pelo meio cultural. Louro
(2000, p.65) afirma que ―os sujeitos aprendem no interior da cultura determinados
comportamentos e atitudes que naquele ambiente são considerados adequados para
expressar seus impulsos e desejos sexuais‖. Por isso, é essencial conhecer um pouco da
cultura da comunidade em que se está trabalhando, para se tentar entender determinadas
atitudes comportamentais e orientar os jovens sem interferir nas suas crenças e valores.
Objetivo geral
Relatar o que os estudantes já sabem sobre sexualidade. Descrever a contribuição de
uma sequência didática na temática da educação sexual para o desenvolvimento do
conhecimento científico dos estudantes.
Referencial teórico
A educação sexual deve ter um caráter formativo amplo, que propicie a livre
discussão de normas e padrões de comportamentos em relação ao sexo, deixando os
jovens pensarem e refletirem sobre suas atitudes, segundo seus próprios valores morais e
religiosos.
Metodologia
O trabalho foi desenvolvido em uma escola pública que atende alunos do Ensino
Fundamental e Médio, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Magistério. Está localizada
na região periférica da cidade de Santa Luzia/MG, numa comunidade que convive com
uma série de problemas sociais, sendo considerada área de alta vulnerabilidade, com
escassez de serviços privados, baixa cobertura de equipamentos públicos e unidades de
saúde que visam garantir direitos sociais e bem-estar. A escola é um local público de
referência, sendo chamada a responder aos problemas sociais da região, sem ter condições
para fazê-lo satisfatoriamente. A instituição é composta de crianças e jovens com baixos
recursos financeiros.
contraceptivos entre os jovens?); 6ª- Doença não tem cara; 7ª- O que eu aprendi sobre
sexualidade? (Pós-teste).
Resultados e discussões
negaram que a sexualidade é sinônimo de relação sexual. De acordo com Suplicy (1999, p.
245), ―sexualidade não é somente sexo, existe toda uma afetividade essencial ao ser
humano‖. Segundo Cano, Ferriani e Gomes (2000, p. 22), ―no Brasil a idade média é de
16,9 anos para meninas e 15 anos para meninos, sendo que essa iniciação precoce não vem
acompanhada de cuidados com a anticoncepção‖.
Para as meninas a questão da virgindade é bem sentimental e importante para a
vida amorosa. Para os meninos, perder a virgindade é uma questão de ganhar pontos no
grupo de amigos. Os dados observados vão ao encontro da literatura sobre o assunto:
―Sobre virgindade, as mulheres têm preocupação de prestar contas do próprio corpo, como
se o hímen lhes conferisse maior ou menor valor no mercado, servindo como prova de
honestidade da mulher para o homem‖ (SUPLICY, 1999).
A maioria dos estudantes relatou ter medo de conversar com os pais sobre a
primeira relação sexual; por isso, acabam relatando experiências e tirando dúvidas apenas
com os amigos mais próximos. De acordo com Tonatto e Sapiro (2002, p. 169), ―segundo
os adolescentes, isso se deve ao fato de terem idades próximas dos amigos, que entendem
melhor os problemas da adolescência‖.
A partir dos bonecos confeccionados na terceira oficina, observou-se que poucos
alunos demonstraram conhecimento com relação às estruturas que compõem o organismo
do homem e da mulher, sendo destacadas as genitálias externas e muito pouco do aparelho
interno. O tamanho e formato do pênis e da vagina foram bem discutidos, visto que a
maioria tinha curiosidade em saber o que leva o homem a ter pênis grande ou pequeno.
Segundo Suplicy (1999, p.78), ―O tamanho é uma característica particular que faz parte da
carga hereditária do indivíduo‖. Outra preocupação dos jovens é se esses fatores têm
relação com o desempenho sexual do homem e da mulher; muitos temem algum tipo de
problema em satisfazer a parceira na hora do sexo. Suplicy (1999, p.78) explica que ―o
tamanho do pênis não influencia na capacidade de ter ou propiciar maior ou menor prazer
sexual‖.
A masturbação foi um ponto muito comentado, principalmente pelo fato de
acharem que é algo que pode trazer algum problema para o corpo devido a mitos
relacionados a essa prática. A primeira pergunta foi ―se o menino se masturbar, cresce os
peitos?‖ e ―se a menina se masturbar, ela pode perder a virgindade?‖ De acordo com
Suplicy (1999, p.101), ―a masturbação faz parte do processo de sexualização e expressão
sexual que depende das necessidades individuais de cada pessoa e das circunstancias
afetivo-emocionais em cada período da vida‖.
que o sexo sem proteção é a principal forma de contaminação. Com relação ao tratamento
das doenças mais da metade do grupo tem conhecimento de que algumas DST não
possuem cura, sendo a mais comentada a AIDS.
A sétima oficina foi realizada para avaliar os conhecimentos e habilidades
desenvolvidos pelo grupo sobre educação sexual, e, de uma forma simples, dinâmica e
divertida, foram revistas diversas situações discutidas ao longo das outras seis oficinas.
Essa fase da pesquisa permitiu perceber o quanto os alunos desenvolveram suas
habilidades de questionar, refletir, analisar e serem críticos, possibilitando um
amadurecimento sexual aliado a conhecimentos científicos que são muito importantes na
vida dos jovens durante a tomada de decisões ao longo de suas vidas.
Considerações finais
A escola e família têm o dever de orientar os jovens, de forma dialógica, em sua
sexualidade.
Referências bibliográficas
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adolescentes. Ciência & Educação, São Paulo, v.14, n.1, p. 159-168, 2008. Disponível
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ferramenta sociocultural para analisar e planejar o ensino. Investigações em Ensino de
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17/11/2015>.
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sexualidade nas escolas. VI Colóquio Internacional ―Educação e Contemporaneidade‖.
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indivíduo. Sequências Didáticas convite a ação – Ciências. Goiânia, p. 24-48, 2009.
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– SP, Casa do Psicólogo; 1994.
SUPLICY, M. Conversando sobre sexo. 20ª ed. Editora Vozes Ltda. Petrópolis – RJ,
1999.
TONATTO, S. SAPIRO, C. M. Os novos parâmetros curriculares das escolas brasileiras e
educação sexual: Uma proposta de intervenção em ciências. Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Psicologia e Sociedade; v.14, n.2, p.163-175; Jul/dez. 2002.
Resumo
Introdução
Para discorrer sobre as construções culturais veiculadas no filme de animação O
Lorax: em busca da trúfula perdida13, optamos por trabalhar com autores ligados aos
Estudos Culturais e Educação. Trilhamos esse caminho, por partilhar da ideia de que o
filme é um artefato cultural que possibilita o diálogo com diferentes e diversos contextos,
sendo, por isso, um estudo que está em constante transformação. Focalizamos nossos
13
Título – O Lorax (original)
Duração - 86 minutos
Gênero - Animação
Sinopse - O menino Ted descobriu que o sonho de sua paixão, a bela Audrey, é ver uma árvore de verdade,
algo em extinção. Disposto a realizar este desejo, ele embarca numa aventura por uma terra desconhecida,
cheia de cor, natureza e árvores. É lá que conhece também o simpático e ao mesmo tempo rabugento
Lorax, uma criatura curiosa preocupada com o futuro de seu próprio mundo.
olhares sobre o longa-metragem nessa perspectiva, por acreditar que ele produz saberes e
sujeitos, materializando socialmente na cultura.
Nos conhecimentos advindos dos Estudos Culturais, Nelson, Treichler e
Grossberg (2011) mencionam que a cultura é percebida como um modo de vida que
constitui ideias, linguagens, práticas, relações de poder, entre outros, sendo um leque de
práticas culturais disponíveis para serem relacionadas a variados contextos sociais,
considerando a vida diária dos sujeitos comuns, compreendendo suas produções e
sentidos.
Os Estudos Culturais assumem uma perspectiva expandida de cultura, na qual,
segundo Kindel (2003, p. 12), ―[...] direcionam seu olhar para várias práticas culturais, que
passam a ser tomadas como instâncias educativas que produzem ideais, representações e
identidades culturais, sendo desse modo, constitutivas dos sujeitos‖.
A partir do que chamamos cultura ou práticas culturais, surgem novos caminhos
que levam aos Estudos Culturais e às novas descobertas do que seja realmente o erudito, o
literário, o artístico, e novos padrões estéticos vão-se delineando. Os saberes,
particularidades e interesses do povo são valorizados e contemplados, sendo considerados
como uma construção histórica, social e cultural.
Nessa mesma direção, os Estudos Culturais organizam e direcionam assuntos
culturais relacionados aos conhecimentos gerais para ampliar as formas de fomento à
aprendizagem. Referente ao cinema como espaço educativo Xavier expõe que:
Cinema que educa é o cinema que faz pensar, não só o cinema, mas as
mais variadas experiências e questões que coloca em foco. Ou seja, a
questão não é ‗passar conteúdos‘, mas provocar a reflexão, questionar o
que, sendo um constructo que tem história, é tomado como natureza,
dado inquestionável (XAVIER, 2008, p. 15).
entender um tema e refletir sobre ele, já que, por meio do cinema, o trabalho pedagógico
se torna mais amplo e mais significativo.
Fantin (2007) avalia a Educação como um escopo que pode abordar não somente
a TV, mas o cinema como um dispositivo, objeto de conhecimento, meio de comunicação
e modo de expressão de pensamentos, sentimentos e conhecimentos filosóficos e sociais.
Assim, de acordo com a autora, o cinema explora a questão cultural, tais como costumes e
formas de vida de diversos grupos sociais. Fantin (2007, p. 04) afirma que ―[...] a
realidade cultural vista no tempo e no espaço é constituída de concepções, princípios,
obras e realizações que preparam e modelam o patrimônio de toda a humanidade‖, e por
isso, além das oportunidades de difusão de significados sociais, à medida que as
produções cinematográficas ―[...] contribuem para transmitir a cultura, isso já os configura
como fato cultural por si mesmo‖.
Kindel (2003, p. 147) menciona que, para analisar um filme na perspectiva dos
Estudos Culturais é imprescindível focalizar ―[...] as representações culturais e os efeitos
de sentidos associados à construção de determinados personagens, os quais fazem circular
visões que têm sido estabelecidas para eles por representação de etnia, colonização, raça e
gênero". A autora menciona que:
formas e, assim, agir com respeito à integração da natureza. Entendemos que o discurso se
baseia na ideia preservacionista de que é preciso amar a natureza e não destruí-la.
Argumentamos também que esse artefato intenciona ensinar às crianças atitudes positivas
em relação ao ambiente, bem como formar sujeitos atentos às problemáticas ambientais,
mas essas questões são abordadas de maneira simplista e superficial.
Um exemplo marcante apresentado no filme é ideia de natureza como algo
natural e, ao mesmo tempo artificial, mesmo que tenha sido usada para instigar o
imaginário da criança pela fantasia, de buscar o público infantil, que se apresenta pela
árvore de trúfula em formato de algodão-doce, sendo uma estratégia para mostrar a
natureza e pensar na sua preservação. Ficamos incomodadas com esse artifício do doce
para atrair as crianças: seria politicamente correta essa associação se considerarmos o doce
como algo não saudável?
Nesse viés, o filme apresenta a problemática ambiental dando ênfase ao medo da
perda da natureza, e consequentemente, do planeta, construindo nos sujeitos a
responsabilidade individual e social na preservação da vida. Garré e Henning (2013, s.p.)
comentam que ―[...] a mídia vem-nos interpelando a cada momento, chamando a nossa
atenção para tal problemática e nos convidando a participar dessa grande campanha
mundial para Salvar o Planeta, assim vamos nos responsabilizando por nossas atitudes
individuais e coletivas".
As autoras mencionam que é necessário problematizar como o artefato aborda o
ambiente e a crise ambiental, pois o cinema é uma mídia potente que constitui modos de
vida, que objetiva, nesse caso, construir sujeitos preocupados com a natureza e com a
existência. É a partir dos discursos de salvar a natureza que as construções culturais
precisam ser pensadas, porque são essas verdades que são fabricadas e tomadas como
legítimas pelas pessoas.
Contudo, o filme é um artefato cultural que apresentou várias abordagens que
participam da construção de significados importantes para o sujeito cultural e social, mas
também podem atuar na formação de representações distorcidas e estereotipadas sobre o
humano, os relacionamentos interpessoais e o meio ambiente.
Nessa direção, Fischer (1997, p. 61) menciona que os filmes de animação, assim
como outros artefatos culturais são "[...] como produtores de saberes e formas
especializadas de comunicar e de produzir sujeitos, assumindo nesse sentido uma função
nitidamente pedagógica‖. Baseada nos pressupostos de Foucault, Fischer (1997, p. 63)
alega que ―[...] a mídia não apenas veicula, mas constrói discursos e produz significados e
sujeitos‖.
SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia
433
Referências
GARRÉ, Bárbara; HENNING, Paula. O enunciado de terror e medo pela perda do planeta:
modos de construir o discurso de crise ambiental na atualidade. In: Associação Nacional
de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, 36, 2013, Goiânia. Anais ANPED. Goiânia.
KINDEL, Eunice Aita Isaia. A natureza ensinando sobre raça, etnia e outras coisas
mais nos desenhos animados. 194 fl. Tese (Doutorado em Educação). Porto Alegre,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 2003.
ORTIZ, Paula Nunes. Representações de escola em filmes de animação. In: 32ª Reunião
Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação ANPEd, 2009.,
2009, Sociedade, cultura e educação: Novas regulações?, 2009, Caxambu (MG).
XAVIER, Ismail. Um cinema que educa é um cinema que (nos) faz pensar. Entrevista.
Educação & Realidade, v.33, n.2. Porto Alegre, 2008.
Resumo
Dieta e corpo
A cultura ocidental trata o peso corporal como um fator que deve ser controlado
pelo indivíduo. Contreras e Gracia (2011) afirmam que, ser magro, além de ser
considerado belo, é considerado saudável. As pessoas com sobrepeso ou obesas passaram
a ser consideradas doentes, não se encaixando no padrão estabelecido. Entretanto, o peso
não depende apenas do controle alimentar ou do regime adotado, intervém nele a parte
biológica e psicoemocional.
deturpada do próprio corpo. A busca pela perfeição estética e saudável tem tomado
proporções preocupantes, pois faz com que os sujeitos busquem as mais diversas soluções.
Esses aprendizados escolares sobre saúde serão sempre permeados pelo que a
mídia veicula como sendo socialmente aceito. A formação da pessoa é um mosaico
daquilo que chega de informação até ela, e a mídia exerce uma grande influência
ensinando modos de ser e estar, de se portar no mundo e muitos outros valores sociais e
culturais que farão parte do que a pessoa se tornará (NIEMEYER & KRUSE, 2008).
Geralmente é na adolescência que se sofre maior pressão social, que vem de várias
instâncias sociais, como família e amigos, publicidade em revistas, televisão, internet,
onde é exposto que se deve ter um corpo magro e esbelto. Os adolescentes são
extremamente suscetíveis a essas pressões, pois estão em fase de desenvolvimento físico,
mental, psicológico e social (GONÇALVES & MARTINEZ, 2014; NIEMEYER &
KRUSE, 2008).
Metodologia
A primeira etapa foi uma busca no site de pesquisa ―Google.com‖ com a seguinte
sentença chave: blogueiras fitness brasileiras Instagram. Os cinco primeiros sites que
apareceram no resultado da busca14 foram os utilizados para começar a delimitar o
universo da pesquisa. Deles foram tabeladas quais eram as indicações de blogueiras desses
sites. Em quatro, dos cinco sites, as blogueiras: Gabriela Pugliesi -
Instagram/gabrielapugliesi (com 3,4 milhões de seguidores), Bella Falconi -
Instagram/bella.falconi (2,9 milhões de seguidores) e Michelle Franzoni -
Instagram/blogdamimis (166 mil seguidores) se repetiram. Outras mulheres que não
apareceram na busca inicial, mas que se observa frequentemente como capas de revistas
sobre dietas, vida fitness e em anúncios de suplementos para atletas são, a modelo Juliana
Salimeni - Instagram/jujusalimeni (11,6 milhões de seguidores) e a ex-dançarina de axé
Gracyanne Barbosa - Instagram/graoficial (5 milhões de seguidores).
Para este estudo, selecionou-se aquelas com mais de hum milhão de seguidores,
totalizando quatro blogueiras, duas com o corpo magro e definido, Gabriela Pugliesi e
Bella Falconi, e duas relacionadas ao fisiculturismo e hipertrofia muscular, Juliana
Salimeni e Gracyanne Barbosa.
Foram analisadas as postagens feitas entre fevereiro e março de 2017, das quais
foram selecionadas as relacionadas a: alimentação e dieta em si, dicas de como e onde
comer fora; atividade física, dicas de treinos e os treinos específicos que elas fizeram;
moda e beleza; temas de cunho psicológico e motivacionais.
14
Por trás desses resultados existem fatores como a localização do computador usado para acessar a internet,
o valor pago por estes sites para o veículo de busca para que eles apareçam em lugares privilegiados e as
informações armazenadas de pesquisas anteriores, que o site de busca utiliza para mostrar os resultados mais
relevantes para a pessoa que está pesquisando. O próprio universo da busca não é imaculado, a busca
geralmente já vem repleta de histórias anteriores. Adwords é a nome que a empresa Google deu à sua forma
de propaganda, que é vender lugares de destaque quando se pesquisam as palavras chaves mais comuns.
Quanto mais comum é a palavra-chave, mais caro ela custará (GOOGLE, 2017).
SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia
438
Resultados e Discussão
Dentro de sua rotina diária, as pessoas podem incorporar essas modas e tendências
de maneira consciente, controlando a alimentação e seus exercícios físicos, ou,
inconscientemente, quando optam por comprar determinados alimentos em detrimento de
outros, mas sem estar pensando que é para se manter magro.
A criação e veiculação pela mídia desse ideal de beleza é uma pressão significativa
para a população em geral e, especialmente, para as adolescentes que estão em fase de
descobrimento e aceitação do seu corpo. Os professores ao trabalhar com adolescentes em
sala de aula costumam ter que explicar o significado dos termos trazidos pelos alunos,
além de terem que lidar com as barreiras de comportamento e aceitação da adolescência
que tendem a ser mais fortes e explícitas no ambiente escolar. Como os livros didáticos
ainda mantém o caráter cientificista e biologicista, o professor acaba sobrecarregado ao ter
que abortar de maneira mais humana a questão da educação alimentar e saúde
(GONÇALVES & MARTINEZ, 2014; NIEMEYER & KRUSE, 2008).
Toda essa pressão que as mulheres sofrem pela mídia para ter o corpo magro ideal
podem desencadear ansiedades diversas, as estratégias do marketing do emagrecimento
criam uma opressão em relação corpos, contribuindo para o aparecimento das doenças da
cultura contemporânea, como os Transtornos do Comportamento Alimentar (TCA)
(NIEMEYER & KRUSE, 2008; SILVA; TAQUETTE & COUTINHO, 2014;).
Considerações Finais
Referências
DERAM, S. O peso das dietas: emagreça de forma sustentável dizendo não às dietas! 1ª
ed. São Paulo: Sensus, 2014.
FERREIRA, F. P. Painel Pluri Economia - PIB Mundial 2011. 2011. Disponível em:
http://www.pluriconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2016/09/PLURI-ECONOMIA-
2011-PIB-pt3.pdf. Acesso 20 de Mai. 2017.
Resumo
Introdução
A sexualidade feminina recebeu forte influência da sociedade ocidental européia,
pautada na ética e na moral do Cristianismo. A mulher, pela sua condição desigual em
relação ao homem, viveu sob a sua guarda: em primeira instância do pai e em segunda
do marido, com sua sexualidade regida pelos padrões Cristãos, permitida pela
instituição do casamento e pelo cumprimento da função reprodutora. Essa convenção
machista seja na Religião, seja na Política concretizada em, por exemplo, estátuas
homenageando grandes homens ou até mesmo com a escassa ou extinta abertura para
participação feminina. No entanto, a sexualidade deve ser vivida de forma igualitária
pelo homem e pela mulher, e o desfrutar de uma vida sexual boa e saudável vai
propiciar felicidade e bem-estar. Monismo sexual, ou seja, a hipótese de um só e
mesmo aparelho genital é a primeira das teorias sexuais freudianas e tem em sua
concepção a importância para a feminilidade (SILVA, 2008). Desde a convenção dos
direitos para mulher de 1848 a mulher vem conquistando seu espaço no mundo, seja no
Metodologia
Trata-se de um estudo realizado por meio de cinco oficinas, com uma hora de
duração cada, realizadas ao longo de um mês com uma semana de intervalo entre elas,
com alunos de licenciaturas da Universidade Federal do Federal do Triangulo Mineiro
(UFTM). Desse total, 85% eram do gênero feminino e 15% do masculino. As oficinas
tiveram como objetivo a reflexão em grupo sobre como o machismo social está
intrínseco aos grupos sociais que eles ocupam, a superação da visão conservadora da
masturbação segundo gênero, a conscientização sobre o prazer enquanto necessidade
humana e discussão sobre a autossuficiência feminina em relação ao seu próprio prazer.
palavra com conceitos relacionados ao prazer feminino, e uma discussão sobre mitos e
verdades acerca do tema.
A segunda oficina, nomeada como ―A Biologia das partes‖, contou com a discussão
de conceitos biológicos sobre a anatomia do corpo feminino, mostrando os pontos onde
as mulheres sentem prazer ao serem tocadas (pontos erógenos), focando a questão
anatômica. Os aspectos biológicos relativos ao ato de masturbar-se, além das vias
hormonais ativadas na atividade, também foram foco de discussão na oportunidade. Foi
solicitado, nessa oficina, que os participantes colassem um Post it no local onde os
mesmo considerassem a maior zona erógena no corpo feminino. Nesta oficina foi
passado o primeiro questionário sobre o assunto com sete perguntas sendo duas
perguntas abertas e cinco de múltipla escolha (sexo dos participantes, frequência que o
tema era tratado no cotidiano deles, qual a perspectiva deles sobre o posicionamento da
sociedade em relação ao tema, qual foi o canal de informação que primeiramente o tema
foi percebido pelo participante, quando foi a última vez que o tema foi foco de discussão
pelos participantes).
Na terceira oficina ocorreu uma dinâmica a qual cada participante recebeu uma
bexiga e um pedaço de papel onde foi escrito, em uma palavra, a sua opinião sobre
masturbação feminina. Enquanto elaboravam suas resposta, a musica ―I touch myself
(DIVINYLIS, 1990) era tocada para uma leve discussão sobre o tema. Após
escreverem em seus papeis, os participantes os colocaram dentro das bexigas e as
jogaram no meio da sala. Após esta dinâmica , foi iniciada a discussão sobre as partes
essenciais do texto ―Análise da cinematografia pornô em Linda Williams: a cena
pornográfica e sua relação com o falocentrismo.‖ (RIBEIRO NETO et al., 2012). Após
finalização do texto, cada aluno escolhe uma bexiga que não a sua, e leu o que outros
participantes escreveram sobre o tema. Essa dinâmica fez com que os participantes
conhecessem a opinião dos seus colegas sem ao mesmo saber seu nome e opinar sobre
o que estava ali escrito, se concordam ou não, enquanto a música ―She bop‖ de Cyndi
Lauper (1983), tocava ao fundo.
Resultados e discussão
Para a análise das questões, antes e após as oficinas, foi usado o método
quantitativo para as de múltipla escolha e para analise das outras questões foi utilizado
o método qualitativo buscando nas respostas um enfoque e assim classificando-as. Para
os desenhos elaborados na oficina, foi utilizado o método de categorizar os desenhos
com relação a abordagem e o assunto principal do mesmo. Os resultados após as
oficinas demonstraram que, em cinco questões, ocorreram mudanças positivas na
compreensão dos jovens, que passaram a considerar a masturbação feminina algo
positivo e que precisa ser abordado com maior frequência.
Nos resultados das questões, antes e após a oficina educativa, foi observada
diferença entre as médias com relação ao fator ―sociedade‖ sobre a masturbação, foi
possível observar uma elevação da resposta ―que ela é benéfica a saúde‖ e uma redução
da ―ela é benéfica e maléfica simultaneamente‖ que caracterizam mudanças nas
atitudes dos jovens em relação à masturbação. Quando o questionário abordou a
primeira vez em que o participante ouviu falar sobre o tema masturbação, notou se
que no segundo questionário os membros se sentiram mais à vontade para colocar
a alternativa internet, visto que, esse tópico remete a pornografia que se encontra na
internet e que foi abordada em uma de nossas oficinas anteriores foi permitido a escolha
de mais de uma alternativa para a questão. A ultima pergunta já aborda a ultima vez
em que o estudante ouviu ou comentou o assunto, permitimos a escolha de mais de
uma resposta para a questão. Constatamos nessas duas questões que a família ou
membros que moram na mesma casa não tem o habito de falar sobre o assunto e assim
perpetuando o tabu em cima do assunto e que os participantes, em sua maioria, só
ouviam falar sobre o assunto em nossas oficinas que ocorriam semanalmente.
Conclusões
Referências
GOLDBERG, T.B.; JAEHN, S. M.; CAMPANA, A.P.; KFOURI, J.R.; SIMÕES, A.C.;
CURI, P.R. Avaliação do desenvolvimento afetivo-social do adolescente na faixa etária
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da sexualidade. Jornal de Pediatria, v. 70, p.39-43, 1994.
MATOS, Maria Izilda Santos de. O corpo Feminino em debate. Editora Unesp 2003
WHITE, Leslie A. The Symbol: the origin and basis of human behavior. In: The
science of culture. Disponível em: < http://www.generalsemantics.org/wp-
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Resumo
Introdução
vegetação. São descritos onze tipos principais de vegetação para bioma, enquadrados
em formações florestais, savânicas e campestres. Do ponto de vista fisionômico,
apresenta dois extremos: o campo limpo, onde há predomínio do componente herbáceo-
subarbustivo e o cerradão, fisionomia na qual predomina o componente arbóreo-
arbustivo. As demais fisionomias encontradas – campo sujo, campo cerrado, cerrado
(sentido restrito) – podem ser consideradas ecótonos entre o campo limpo e o cerradão
(COUTINHO, 1978 apud BRANDO, 2010; RIBEIRO; WALTER, 2008).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Resumo
Diante da incompatibilidade entre os cuidados demandados pela natureza, as ações
depredatórias praticadas pelo homem e a escassez de ações que busquem reverter esse
paradoxo. Visualiza-se o desenvolvimento de projetos locais como um meio de
intervenção ativa. Associa-se á isso, o fato de as escolas representarem um espaço
central dentro das comunidades. Dessa forma, buscou-se aproveitar o vínculo
estabelecido entre professor e alunos para a confecção de um teatro de fantoches na
Escola Municipal Boa Vista, realizado com material reciclável. Houve elaboração de
roteiro, prática de leitura, confecção do cenário e filmagem. Apesar de ter se revelado
um processo trabalhoso, pudemos observar dedicação e companheirismo em alunos que
apresentavam desinteresse nas atividades regulares da escola.
Introdução
Antes do processo civilizatório o homem considerava a natureza como parte de
si, sendo plantas, animais, mundo físico e a própria humanidade parte de um todo
interligado e interdependente. Partindo desse princípio, a forma de tratamento dos seres
humanos para com o meio ambiente externo se dava como uma relação bem mais
harmoniosa e equilibrada. Diferente daquela que vem se estabelecendo nos períodos
mais recentes da história (ALBUQUERQUE, 2007).
A crise ambiental se agrava a partir de ações antrópicas destrutivas, que tornam
o meio ambiente inviável para o abrigo e desenvolvimento de vida. A poluição tóxica, a
deterioração da camada de ozônio, o efeito estufa, a redução de terras férteis e de
aquíferos são alguns dos resultados. A partir dessa potencialização, a principal
consequência observada é a perda de biodiversidade (WILSON, 2012).
Objetivos
- Investigar as reflexões á cerca das problemáticas ambientais, tais como; extinção de
espécies, poluição, desmatamento, queimada e caça ilegal.
Metodologia
O projeto aconteceu na Escola Municipal Boa Vista, situada no bairro Boa Vista,
na cidade de Uberaba-Mg. Foi realizado com os alunos do 7º ano do ensino
fundamental, participantes do Subprojeto ―Pibid – Ciências biológicas‖. A metodologia
foi dividida entre aulas teóricas e oficinas práticas. Aconteceu uma vez por semana,
durante um semestre. Nas aulas teóricas foram discutidos temas fundamentais para a
construção do conhecimento sobre questões relacionadas á problemática ambiental.
Enquanto as oficinas práticas foram planejadas como espaço para a elaboração das
etapas necessárias na construção de um teatro, como roteiro, cenário, confecção de
personagens e prática de leitura. Os principais temas abordados nas aulas teóricas
foram; Sustentabilidade, diversidade de seres vivos, ameaças á biodiversidade, extinção,
adaptação e seleção natural.
Após a contextualização dos alunos a cerca do tema principal e reconhecimento
de seus pontos de dificuldade e maior interesse, as oficinas práticas começaram a
acontecer. Na primeira tentativa de elaboração do roteiro a sala foi dividida em grupos,
onde cada um escreveu um pequeno texto com falas e sequência de acontecimentos.
Cada grupo conversava entre si e posteriormente os licenciandos se aproximavam para
ouvir o que os alunos tinham a dizer e fazer alguma sugestão caso necessário.Os alunos
puderam levar o trabalho para casa e apresentar para a sala a história desenvolvida na
semana seguinte. Entretanto as histórias precisavam ser associadas em uma só, logo, na
etapa seguinte houve um foco na montagem do roteiro. Sendo que a estruturação da
cronologia da história ocorreu em conjunto, reunindo toda a turma, os licenciandos e a
professora supervisora. Neste roteiro geral foram estabelecidos os animais que seriam
incluídos na história, assim como os biomas envolvidos (cenários), os problemas
ambientais abordados e a sequência de eventos que viria á ocorrer no desenvolvimento
da mesma.
Os animais selecionados, seus respectivos biomas e personalidades estabelecidas
foram: Tartaruga-de-couro – Giló (faladeira) = litoral (ES, nordeste), Baleia-franco-do-
sul –Lola (lerda) = Litoral (RJ, ES...), Ararajuba - Jujuba (escandalosa) = Amazônia,
Mico-leão-dourado –Chico (super-herói) = Mata Atlântica, Onça-pintada –Tereza
(engraçada) = Cerrado, florestas, Lobo-guará – Beto (ranzinza) = Cerrado, Serpente
surucucu –Téo (culto) – surucucu = encontrada na Amazônia e Mata Atlântica. Além do
personagem Sérgio, que seria o biólogo envolvido na história. Os problemas ambientais
vivenciados pelos personagens seriam; Poluição aquática, pesca em larga escala,
desmatamento, retirada de espécies, agropecuária, biopirataria, caça e explosão urbana.
Resultados
Os dois momentos em que os alunos mais apresentaram dificuldades foram nas
oficinas de escrita e de leitura. Durante a elaboração dos roteiros, dos quatro grupos
presentes, três se mostraram um pouco confusos no primeiro momento, não sabiam
exatamente como colocar as ideias no papel, mas conseguiam explicar com palavras
algumas partes do que haviam visualizado. Apenas um grupo não conseguiu articular as
ideias de nenhuma das duas formas.
No encontro seguinte em que os alunos foram convidados á compartilhar com a
turma as ideias construídas por cada grupo, a maioria dos alunos apresentou grande
timidez. Então pedimos que comentassem de maneira informal apenas o básico do que
haviam conversado entre si. Foram retiradas daquele momento várias ideias soltas a
partir das quais se obteve futuramente uma proposta de história a ser contada.
Foi na terceira oficina para escrita e elaboração do roteiro que obtivemos uma
estrutura cronológica concreta. Os licenciandos com a ajuda da supervisora
esquematizaram uma linha do tempo em uma parte do quadro e na outra foram
colocando em tópicos as problemáticas ambientais á serem trabalhadas, assim como os
principais animais envolvidos em cada situação. O roteiro geral teve sua base principal
no texto do grupo que apresentou um inicio, meio e fim completos. As ideias dos
demais grupos foram inseridas no desenrolar desse roteiro central.
Neste ponto os alunos se mostravam bem mais empolgados, assimilavam melhor
o fato de que aquele momento inicial no qual tantas dificuldades foram apresentadas na
verdade foi fundamental para dar vida ao teatro. E ainda, os jovens integrantes do grupo
Apesar disso, foi o momento em que os alunos apesar de muitas vezes cansados,
se mostraram também mais próximos uns dos outros. Aquele que tinha maior facilidade
para expressar a personalidade do personagem em sua fala dava dicas para aquele que
tinha uma leveza maior na gesticulação dos fantoches e vice-versa. Ao longo das
filmagens nossa prioridade não foi de que os alunos tivessem uma oralidade perfeita, ou
movimentassem os fantoches de maneira exata. È claro que as constantes mediações
contribuíam para que se esforçassem a cada tentativa, entretanto a grande conquista
observada foi a persistência e permanência de cada aluno, mesmo diante dos desafios.
Afinal, poucos saíram no meio do projeto e surpreendentemente, dois daqueles que mais
apresentavam resistência e inquietação durante as atividades escolares, estavam entre
aqueles que permaneceram até o fim. A supervisora relatou ainda o fato de estarem mais
calmos e participantes durante as aulas regulares da escola. O resultado final foi
apresentado aos alunos envolvidos durante a confraternização final de encerramento das
atividades.
Considerações finais
Concluímos que a proposta da realização de um teatro de fantoches em sala de
aula exige um grande comprometimento de todas as partes envolvidas. Uma vez que ao
longo do desenvolvimento do trabalho não pode haver desistência daqueles alunos que
irão assumir determinado personagem. Assim como exige uma organização bem
estabelecida por parte dos mediadores do projeto, principalmente em um contexto no
qual toda a estrutura do teatro será construída pelos participantes. È também
fundamental que haja flexibilidade no processo de criação, já que pessoas oriundas de
diferentes culturas estarão trabalhando em equipe e consequentemente vivenciando uma
troca constante. Além disso, cada indivíduo possui diferentes potenciais e habilidades.
Dessa forma é preciso identificar gradativamente tais potencialidades, sem que haja
imposições ou cobranças demasiadas.
Em relação á questão ambiental, percebemos que mesmo que a sensibilidade
seja um fator um tanto subjetivo e particular. A proposta de atividade é bastante
contribuinte no sentido de levar informações de uma forma menos abstrata, o que
facilita o caminho para o despertar de uma percepção crítica. Uma vez que para refletir
sobre algum problema, primeiro é necessário conhecer sua existência e fatores
relacionados.
Referências
NABHAN, Gary Paul et al. The loss of floral and faunal story: The extinction of
experience. The biophilia hypothesis, p. 229-250, 1993.
Resumo
Os insetos desempenham diversas funções benéficas na natureza, mas a maior parte das
pessoas enxerga-os como nocivos. Discussões sobre os insetos nas escolas ajudam os
estudantes a mudarem suas percepções. Além disso, os insetos podem representar
importante recurso didático, prático e palpável, que pode fazer conteúdos abstratos se
tornarem concretos. Nesse contexto, nosso objetivo foi avaliar o uso dos insetos como
recurso didático, no tema: Interações Ecológicas, em uma escola estadual. Inicialmente
observamos aulas, propusemos uma intervenção usando os insetos e, depois, avaliamos
qualitativamente a proposta usada. Mostramos que o uso dos insetos pode ajudar a
retirar a abstração do modelo tradicional de ensino. Discussões sobre percepções obtidas
ao longo do processo são apresentadas.
Palavras-chave: Ensino médio noturno, Insetos na educação básica, Metodologias de
Ensino.
Introdução
Os insetos são os organismos mais diversos e abundantes, encontrados em
praticamente todos os ecossistemas terrestres (GULLAN; CRANSTON, 2010). Eles se
interagem com diferentes plantas e animais, incluindo nós, humanos. Os efeitos dos
insetos sobre nós podem ser maléficos (e.g. transmissão de doenças, especialmente os
mosquitos Aedes aegypti, atualmente; RABAAN et al., 2017) ou benéficos (e.g.
polinização, cerca de 80% das plantas utilizadas na agricultura são polinizadas por Apis
mellifera; CARRECK; WILLIAMS, 1998). Mas, o número de espécies que causa
efeitos maléficos em humanos é pequeno comparado ao número de espécies benéficas.
Por exemplo, das cerca de um milhão de espécies de insetos descritas, conseguimos
apurar que menos que 1% delas é maléfica (ver GULLAN; CRANSTON, 2010). Maior
que esse percentual, mas ainda representando valores muito baixos, Gallo e colaborades
(2002) mostraram que apenas 10% das espécies de insetos são consideradas pragas.
Contudo, a maior parte das pessoas vê os insetos como organismos nocivos
(TRINDADE et al., 2012). E, tal fato, fundamenta a necessidade de maior abordagem
Metodologia
A escola
O estudo foi feito na escola PJIS15, de abril a maio de 2016. A escola situa-se na
região central de Uberlândia, Minas Gerais, onde possui: dois pisos, com 28 salas,
anfiteatro, laboratório multimídia, laboratório de Ciências (desativado), jardim e quadra
coberta e descoberta. As salas de aula contam com quadro branco e ventilador. Poucos
espaços com acessibilidade para deficientes físicos são disponíveis, apenas escadas.
Além de tudo isso, a escola possui uma unidade rural.
Ação didática
Foram disponibilizadas quatro aulas. A proposta foi trabalhar com recursos
audiovisuais (data-show e vídeos) nas duas primeiras aulas e uma coleção
15
Os autores optaram por salvaguardar o nome da escola e, por isso, a utilização das iniciais de seu nome
próprio.
entomológica16 nas duas últimas aulas. Na primeira aula foi definida a programação das
próximas aulas e foram apresentados nove vídeos (Canibalismo, Comensalismo,
Colônia, Competição, Parasitismo, Parasitoidismo, Polinização, Predação e Sociedade)
curtos de aproximadamente 30 segundos cada e duas imagens (Amensalismo e
Inquilinismo) disponibilizadas pela BBC Creative (2016). Foi pedido para que os
estudantes anotassem quem se interagia e o tipo de interação, se era harmônica ou
desarmônica. Na segunda aula houve uma intervenção teórica, onde foram retomadas as
discussões ecológicas, evolutivas e de aplicação dos vídeos da aula anterior. Nas duas
últimas aulas foi levada uma coleção entomológica particular, a qual conta com 12
ordens de insetos, e mais uma flor de plástico. Inicialmente foi feita uma apresentação
da coleção e explicada sua importância e a ética necessária para lidar com os
organismos nela presentes. Depois disso, foi pedido para que cada estudante visse os
organismos e propusesse três diferentes tipos de interações, explicando-as (e.g. quem se
interagia, quem se beneficiava etc.).
Resultados e Discussão
O uso dos insetos chamou a atenção dos estudantes do primeiro ano do ensino
médio noturno. Esse fato foi comprovado pela participação e por todos os estudantes
presentes nas aulas conseguirem propor três tipos de interações ecológicas, no mínimo.
Assim, a hipótese de que os insetos chamariam a atenção dos estudantes foi
corroborada. A aula prática com utilização de recursos palpáveis faz com que o
estudante, ao entrar em contato com o material, possa se tornar sujeito ativo no processo
de aprendizagem (SANTOS; SOUTO, 2011). Além disso, a diversidade de recursos e
16
Os insetos, aqui utilizados, pertencem a uma coleção entomológica particular, confeccionada durante a
disciplina de Entomologia Geral do Programa de Pós-Graduação em Entomologia da Universidade de São
Paulo e, vem sendo utilizada, como ferramenta didática para o ensino de Ciências e Biologia.
atividades pode proporcionar maior interesse por parte dos estudantes, visto que cada
um tem sua particularidade (KRASILCHIK, 2008). Portanto, o uso dos insetos
combinado com a exibição de vídeos curtos sobre interações ecológicas pode ter
contribuído para reduzir a abstração que esses estudantes tinham ao trabalharem
exclusivamente com o livro didático, diariamente.
Houve um aspecto importante percebido durante a ação didática. Em uma das
aulas, cuja coleção entomológica foi utilizada, foi percebido que um estudante, o qual
participava pouco das aulas, teve interesse por um inseto (Corydalus sp.; Megaloptera).
Ele observou, falou de possíveis interações com outros organismos, mas não registrou
em seu caderno. Quando foi dada uma atenção ao estudante, percebemos que ele tinha
dificuldades com a escrita e, assim sendo, precisava de maior atenção para realizar suas
atividades. Esse deve ser o fator que fazia com que ele não desenvolvesse as atividades
solicitadas pelos docentes. Um olhar com mais cautela e atendimento mais humano
pode fazer com que esse e outros estudantes mudem seus rendimentos/comportamentos.
Considerações Finais
Este estudo mostrou que o uso de materiais práticos, aqui insetos em uma coleção
para o ensino de interações ecológicas, pode ajudar a retirar a abstração do modelo
tradicional (uso exclusivo do livro didático) e despertar maior interesse por parte dos
estudantes do ensino médio noturno. Mostramos que os insetos representam potenciais
recursos didáticos a serem utilizadas no ensino de Ciências e Biologia. O baixo custo da
preparação das coleções também é um fator importante (ver SANTOS; SOUTO, 2011),
viabilizando seu uso. Por outro lado, é claro que, para utilizar os insetos como modelo,
o docente responsável deve ter o conhecimento básico sobre esses organismos
(MACÊDO et al., 2009). Talvez aqui esteja a questão mais importante: o professor deve
ser capaz de discernir, diferenciar, saber onde encontrar, saber observar e conhecer os
insetos, assim como, propor diferentes situações em que eles podem representar bons
exemplos para cada conteúdo.
Mostramos também que ainda serão necessárias mais reflexões por parte do
corpo docente e dos cursos de formação docente. Isso por que metodologias mais
atrativas para os estudantes do noturno (ou educação básica em geral) podem tornar a
escola mais atrativa, reduzindo o número de faltas e evasão (ver evasão em TOGNI;
SOARES, 2007). Aspectos básicos como a leitura e a escrita também devem ser
estimulados por todas as áreas de ensino, pois pudemos observar a dificuldade dos
Referências
ALMEIDA-NETO, J.R.; COSTA-NETO, E.M.; SILVA, P.R.R; BARROS, R.F.M.
Percepções sobre os insetos em duas comunidades rurais da Serra do Passa-Tempo,
Nordeste do Brasil. Revista Espacios, v. 36, n. 11, 2015.
CARRECK N.; WILLIAMS I. The economic value of bees in the UK. Bee World, v.
79, n. 3, p.115-23, 1998.
GALLO, D.; NAKANO, O.; NETO, S.S.; CARVALHO, R.P.L.; BAPTISTA, G.C.;
BERTI-FIHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S.B.; VENDRAMIM,
J.D.; MARCHINI, L.C.; LOPES, J.R.S.; OMOTO, C. Entomologia Agrícola.
Piracicaba: FEALQ, 2002. 920 p
MACÊDO, M. V.; MONTEIRO, R. F.; FLINTE, V.; GRENHA, V.; GRUZMAN, E.;
NESSIMIAN, J. L.; MASUDA, H. Insetos na Educação Básica. Volume único. Rio de
Janeiro: Fundação CECIERJ, 2009.
Resumo
Trabalhar evolução, geologia e paleontologia é um desafio para os docentes. Ao aplicar
oficinas realizadas pelo PIBID de Ciências Biológicas da UFTM, observa-se grande
necessidade de desenvolver tais temas, sobretudo pelo grande interesse por parte dos
alunos, servindo como pilares de uma educação base para os níveis mais avançados do
ensino. Diante desse contexto, buscamos aliar educação formal e não-formal, visando,
assim, uma maior compressão dos temas, unindo aula teórica e visita prática ao museu
para desempenhar tal papel. Concluímos que os conceitos são essenciais ao
entendimento de outros conteúdos do ensino de ciências e igualmente importantes para
uma maior percepção sobre o passado, bem como as descobertas feitas, para que
pudéssemos escrever a nossa história até os dias atuais.
1. INTRODUÇÃO
17
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO, 1998.
necessária para aproximar o ser humano da sua própria história e cultura por meio de
atividades e experiências educativas.
2. METODOLOGIA
dado maior enfoque à história do local onde se encontram os fósseis de Uberaba, bem
como na diferença de rochas e de minerais, para posteriormente realizarmos o
planejamento das oficinas.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Antes da visita, foi transmitido aos alunos a maneira na qual deveriam portar-se
dentro do espaço, como evitar correr e/ou fazer barulho, mas, principalmente, tocar
apenas em objetos nos quais não eram permitidos. Esse processo inicial foi importante
não apenas para o decorrer da visita monitorada, mas também para que os estudantes
entendessem tanto a importância do local como a de se preservar o que nele está
contido, a fim de se propiciar a divulgação científica – tendo em conta que o espaço é
um importante centro de referência em pesquisa e divulgação da mesma.
Durante a visita, uma bolsista desenvolveu e ministrou todo o trajeto dentro do
sítio paleontológico. Primeiro, levamos os alunos ao museu que já fora uma estação
ferroviária que ligava os estados de Minas Gerais e São Paulo, parte histórica onde tudo
teve início. Entrando no museu, a primeira coisa (de grande importância) a ser explicada
aos alunos foi a linha geológica de todas as eras, representada por meio de desenhos
logo na entrada do museu. Associamos os desenhos em questão aos respectivos
acontecimentos marcantes e característicos de cada momento, como quando surgiram os
primeiros dinossauros. Logo a seguir, mostramos os fósseis e as suas representações em
3D. Troncos de árvores da época estão presentes no museu para serem manuseados e,
assim, demonstrar como eram e como ficaram com o passar do tempo, bem como o
processo de fossilização, que se mostra diferente em relação aos fósseis de ossos do
dinossauros, principalmente por conta do mineral.
Foi necessário explicar aos alunos que muitas das representações de fósseis
presentes no museu não são reais, sendo apenas réplicas, ou seja, representações
idênticas às achadas nas escavações e baseados em estudos. Como é o caso do
Titanossauro (Uberabatitan ribeiroi) representado em 3D num tamanho real segundo a
série de pesquisas e estudos que foram realizadas.
As referências estéticas, bem como o design do corredor que nos leva à outra
sala, com paredes escuras, luz negras e várias pinturas, mostra um pouco de como foi o
processo de extinção das espécies, despertando tamanha curiosidade. Importa referir que
foi frisado e repetidamente explicado que não houve extinção total dos mesmos.
Nesse mesmo corredor, encontram-se os dentes de alguns dinossauros, sendo que as
suas exposições foram importantes para demonstrar a diferença dos animais carnívoros
e herbívoros da época.
Em seguida, tem-se a oportunidade de conferir as representações e alguns fósseis
de lagartos e tartarugas também encontrados na região de Peirópolis, bem como réplicas
de ovos de dinossauros, representados em tamanho real. Neste momento, discutimos
que a região de Uberaba foi a única a encontrar fósseis de ovos de dinossauros com
cascas fossilizadas. Os alunos também observaram os instrumentos usados para a
realização do processo de escavação e da importância de se ter cuidado com algo tão
raro e importante para a história da evolução da Terra.
Os alunos também observaram os instrumentos usados para a realização do
processo de escavação e como é preciso ter cuidado com algo tão raro e importante para
a história da evolução.
Depois, seguimos a visita para outro museu, passando então pelo alojamento
onde os pesquisadores são recebidos para pesquisas. Durante o caminho, observamos,
junto aos alunos, a vegetação presente na área – e prontamente respondíamos ao
questionamento dos alunos à medida que nos interpelavam. O segundo e último museu
a ser visitado causou grande interesse aos alunos, já que é nele que se encontram as
grandes réplicas construídas ali mesmo. Outro fator que gerou fascínio foi a
possiblidade tátil de sentir a textura de um fóssil fêmur, presente no museu, bem como
os moldes utilizados para construção das réplicas de ossos.
Todo esse contato que os alunos obtiveram desde a chegada em Peirópolis até
entrarem a fundo nos museus, foi importante para o enriquecimento científico. Assim
como afirmam, Ribeiro e Carvalho (2009), a construção do conhecimento se dá por
meio da contextualização prática com observação direta de todo o conteúdo apresentado
no museu.
4. CONCLUSÃO
Logo, é fundamental que desde cedo os estudantes tenham contato com esses
tipos de ambientes não formais, não apenas para entendimento e melhor compreensão
do mundo que os cerca, mas também para preservação e divulgação dos acervos para
que toda população e comunidade científica do Brasil e do mundo tenham acesso. Além
do museu ter ―[...] a finalidade de conduzir o aluno à apropriação dos conceitos
científicos elaborados pela humanidade‖, valorizando assim a divulgação científica.
(FERNANDES, 2006).
APOIO: CAPES.
REFERÊNCIAS
RIBEIRO, L.C.B. & CARVALHO, I.S. Sítio Peirópolis e Serra da Galga, Uberaba,
MG. In: WINGE, M.; SCHOBBENHAUS, C.; SOUZA, G.C.R.; FERNANDES,
S.C.A.; BERBERT-BORN, M.; QUEIROZ, T.E. & CAMPOS A.D. (Eds.). Sítios
geológicos e paleontológicos do Brasil, Volume II, Brasilía, Brasilía Wallprint, p. 1-
13. 2009.
Financiamento: PROGRAD/UFOP
Resumo
Introdução
Este trabalho apresenta uma reflexão sobre uma experiência de ensino que
envolveu uma atividade de problematização por meio de um estudo de caso sobre o
maior desastre socioambiental ocorrido no Brasil proveniente do rompimento de uma
barragem de rejeito em Mariana. Esse estudo de caso foi utilizado na disciplina de
Fundamentos em Bioética oferecida para os cursos de Licenciatura e Bacharelado em
Ciências Biológicas de uma universidade federal mineira. Essa atividade foi
desenvolvida como parte de um projeto da Pró-reitoria de graduação que visa melhorias
nas disciplinas de graduação por meio da criação de novos recursos e estratégias
educacionais.
Segundo Lenoir (1996), a Bioética surge como uma forma de alertar a sociedade
sobre os riscos dos avanços científicos e tecnológicos, apresentando os limites éticos e
fomentando a tomada de atitudes mais conscientes diante as novas descobertas e
controvérsias. Logo, é importante que os profissionais que estão sendo formados sejam
preparados para reconhecer conflitos éticos, analisar as implicações (AZEVÊDO, 1998)
e contribuir para a formação de um olhar crítico sobre conflitos existentes.
Resultados
Por outro lado, um grupo apesar de citar esse impacto no modo de vida dos
índios Krenak, sugeriu mudanças no local da tribo que, provavelmente, interfeririam no
modo de vida e na cultura:
Para os índios Krenak o impacto gerado pela lama de rejeito fez com
que esses perdessem a maior parte do seu meio de sobrevivência, já
que eles dependiam do rio para cultivo, pesca, banho etc. E talvez por
esse motivo a solução de tudo seria de realocar, ajeitando
principalmente o modo de vida dos mesmos e podendo interferir na
tribo de modo cultural. (Grupo 1)
A terceira questão requeria que os alunos fizessem uma comparação nos modos
de vida dos ribeirinhos e dos Krenak para terem argumentos que exemplificassem a
diferença da relação com o rio Doce e o modo de vida:
Após o levantamento dos alunos sobre os modos de vida dos sujeitos presentes
na reportagem, solicita-se que identifiquem o conflito principal que se desenvolve no
texto. De forma objetiva, os grupos identificaram o principal conflito:
Apesar de alguns grupos relatarem apenas a relação dos ribeirinhos e dos índios
Krenak ser direta com o rio, a maioria dos grupos conseguiu estabelecer a causa do
problema inicial com o que se instalou posteriormente, uma vez que a pesca pelos
ribeirinhos, os rituais, a recreação e interação dos Krenak com o rio tornou-se
impossível devido ao rompimento da barragem. Um trabalho mais consistente com o
princípio da precaução muito tem a contribuir em situações como essa, haja visto que as
respostas obtidas na questão constroem a relação de causa e efeitos das condutas que
levaram a um dos maiores desastres ambientais.
As respostas dos grupos 1 e 4 retratam o que foi comentado por Souza, Marques e
Machado (2016) que é necessária cautela em relação à análise da problemática e não considerar
apenas aspectos políticos e econômicos com respaldo no progresso e bem-estar como solução
para esse tipo de situação. Diante de temas controversos e incertezas científicas, como o
desastre da Samarco, o princípio da precaução permite considerar novas tecnologias,
conhecimentos científicos, valores emocionais, culturais e até mesmo de crença para tomada de
decisão que minimizem as possibilidades de dados ao meio ambiente e aos seres humanos.
Considerações Finais
Referências
Resumo
INTRODUÇÃO
O estudo que aqui apresentamos é parte de uma investigação mais ampla, que
envolve a produção e aplicação de materiais didáticos tridimensionais, para alunos com
deficiência visual na educação especial. Discutimos a parte de validação desse material
antes da sua aplicação.
METODOLOGIA
elástico de 2cm de largura e 10 (dez) metros de comprimento, para o ovo da tênia uma
miçanga de 3mm de diâmetro. Para os modelos da esquistossomose: a fêmea
representou-se por um palito de 1,5cm de comprimento, já para o macho por um palito
de 1cm de comprimento, o ovo por uma miçanga de 2mm, miracídio por um pedaço de
barbante de 1cm de comprimento, o caramujo foi representado por EVA com o tamanho
aproximado de 40mm de diâmetro e a cercária por uma miçanga de 3mm de
comprimento. Os vermes da ascaridíase tiveram como representação fios de lã nos
tamanhos de 20, 30 e 40cm, sendo o macho com cerca de 20 a 30cm de comprimento e
a fêmea de 30 a 40cm. Por fim, o ovo da ascaridíase foi representado por uma miçanga
de 2mm de diâmetro.
DISCUSSÃO
Outra observação feita pelo docente foi em relação ao tipo de material. Ele
relatou que conseguiu perceber a diferença entre o tamanho de lã dos vermes adultos do
Ascaris lumbricoides, e perguntou do que era feito aquele material, parecendo barbante.
Foi esclarecido que eram pedaços de lã, para representar o tamanho dos vermes. Tal
observação nos chamou a atenção para o aspecto da significação tátil, que segundo
Cerqueira e Ferreira (2000, p.3) ―o material precisa possuir um relevo perceptível e,
tanto quanto possível, constituir-se de diferentes texturas para melhor destacar as partes
componentes. Contrastes do tipo: liso/áspero, fino/espesso, permitem distinções
adequadas‖. Ao lidar com outro sentido para enxergar o mundo, o deficiente visual irá
criar seus modelos a partir das impressões táteis. Dessa forma, é preciso que os
materiais pensados para esse púbico possam revelar impressões o mais próximo
possível do modelo original.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
NEVES, D. P. et al. Parasitologia Humana. 11ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu, p. 494, 2005.
SILVA, A. V. M. da. Teníase e cisticercose. In: NEVES, David Pereira et al. Parasitologia
Humana. 11ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu, cap. 25, p. 227 - 237, 2005.
Resumo
O artigo apresenta uma pesquisa que teve como objetivo realizar uma revisão
bibliográfica acerca dos trabalhos que associavam educação científica e processos de
ensino e aprendizagem para alunos com deficiência visual (DV) que foram publicados
na Revista Benjamin Constant. Essa revista se constitui em um periódico que é
editorado pelo Instituto Benjamin Constant, referência em estudos e no atendimento à
pessoa com deficiência visual. A pesquisa abrangeu o período de 1995 a 2016,
totalizando 58 edições e 5 publicações especiais. A revisão realizada aponta que há
poucas publicações sobre ensino de ciências e DV, um fato importante e que revela que
há necessidade de estímulo para novos estudos para contribuir para o enfrentamento dos
problemas que confrontamos na inclusão de todos os estudantes.
INTRODUÇÃO
Com relação à educação especial para pessoas com deficiência visual (DV),
Lima e Silva (2000, p.1) apontam que há uma defasagem nos estudos e publicações no
Brasil. Eles sinalizam que existem poucas referências acerca ―(...) do tato, sua
implicação na educação, na orientação e mobilidade ou na vida social dos portadores de
limitação visual, em geral‖. Em relação ao ensino de ciências para deficientes visuais,
são poucos os trabalhos que podemos citar e apoiar os nossos estudos. Nesse sentido
destacamos os trabalhos de alguns autores como Lippe, Alves e Camargo (2012) e Vaz
et al (2012), que apresentaram a educação especial e inclusão de maneira distinta.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
CONCLUSÕES
O ensino de ciências para alunos deficientes visuais, como pode ser evidenciado
por essa pesquisa parece ser bastante carente, pois de 152 artigos relacionados a
deficiência visual apenas 3,3%, ou seja, cinco artigos abordavam o ensino de ciências.
Apesar dos autores promoverem um ensino relevante, com a utilização de recursos
diferenciados que explore os outros sentidos dos alunos deficientes visuais, esses
materiais ainda são escassos e precisamos de profissionais capacitados, criativos e
compromissados com uma educação para a diversidade para desenvolverem novas
ferramentas.
REFERÊNCIAS
LIPPE, E.M; ALVES, F.S.; CAMARGO, E.P. Análise do processo inclusivo em uma
escola estadual no município de Bauru: a voz de um aluno com deficiência visual.
Revista Ensaio, v. 14, n. 2, p.81-94, 2012.
carolinasouzaoliveira13@gmail.com
marina.festozo@dbi.ufla.br
Resumo
Introdução
São vários os desafios que a educação pública no Brasil enfrenta e é nosso dever,
como educadores e futuros educadores, discuti-los e juntos, buscarmos transformações
para, assim, a educação atender melhor e de forma efetiva a maioria da população. A
Universidade Pública tem papel importante na sociedade e busca entender o sistema
educativo e contribuir com a melhoria da educação básica pública, tendo como uma de
suas funções a formação de professores. O Estágio supervisionado obrigatório realizado
nas escolas é espaço e momento fundamental para os cursos de licenciatura.
O estágio é uma atividade que deve servir de ponte entre o curso de formação de
professores e o que se concretiza na escola, um dos lócus potenciais desta formação. Ele
é parte teórico e parte prático, uma vez que envolve reflexões, análises e produção de
conhecimento a partir do que os estagiários vivenciam nas instituições educativas.
Assim, ele serve de base para a práxis na educação, para a mudança que queremos
(PIMENTA, 2013). É um momento em que os licenciandos têm contato direto com a
escola, podendo expandir os conhecimentos adquiridos na universidade, aprenderem
com a experiência concreta, podendo relacioná-la com o arcabouço teórico já
apropriado.
A violência constantemente presente nas escolas nem sempre tem origem dentro
da mesma, mas muitas vezes é uma extensão do que acontece na sociedade. Sendo
assim, para sua compreensão, é necessária uma análise não fragmentada, pois da mesma
forma que a violência não necessariamente tem origem no ambiente escolar, a escola
também não é o único meio de amenizar esse problema (DE SOUZA, 2008). Sabe-se
que a violência é um problema presente na estruturação da sociedade e ela pode ser
observada de diversas maneiras, dentre elas nas desigualdades sociais.
A pergunta de pesquisa desse trabalho é ―Como as relações interpessoais
influenciam o bom desenvolvimento e aprendizagem dos alunos e alunas de uma Escola
Municipal de Lavras?‖ Assim, o objetivo desse trabalho foi compreender como se dão
as relações presentes no interior da escola, questões fundamentais à compreensão da
atuação docente e, portanto, à sua formação inicial.
Este relato se baseou em uma experiência realizada no segundo semestre de
2016 em uma Escola Municipal da cidade de Lavras e tomou como base o método
qualitativo de pesquisa, que leva em consideração que o estudo é feito baseado em
pessoas e concepções sociais que estão em constante mudança: de valores, crenças e
conceitos e que possuem uma carga cultural e histórica que dificilmente podem ser
convertidas em números (MINAYO, 2000). A pesquisa foi feita por meio do ―Estágio
Supervisionado I‖, atividade obrigatória do curso de Ciências Biológicas – Licenciatura
da Universidade Federal de Lavras. Duas professoras foram acompanhadas: a primeira,
professora supervisora, aqui denominada ―professora A‖, em determindo momento
precisou tirar licença por questões de saúde durante algum período do estágio e, dessa
forma, a mesma foi substituída em suas atividades por outra professora, aqui
denominada ―professora B‖. Foram feitas observações do tipo ―observação
participante‖, que é aquela em que o pesquisador tem contato direto com aquilo que está
sendo estudado e que pode alterá-lo ou ser alterado por ele (TOZONI-REIS, 2007). Os
dados em diálogo com a literatura nos propiciaram reflexões sobre essas relações e os
moldes sociais, culturais e históricos que propiciam tais circunstâncias.
Resultados e discussão
Logo no início do estágio, em contato com os alunos, foi possível observar a
visão que muitos possuem a respeito da Universidade Pública que se localiza na cidade
em que moram: trata-se de algo inacessível para eles. Foi possível perceber, a partir das
conversas com crianças que estudam naquela escola pública municipal de Lavras, que
elas não têm incentivos nem a meta de ingressar na Universidade, pois na concepção
delas (o que elas dizem, principalmente), isso é algo inalcançável. Até porque elas
competem com outras pessoas que vêm de uma realidade menos violenta, com menos
problemas e preocupações que elas, e, portanto, com mais motivações e melhores
condições em diversos âmbitos, como culturais e sociais, de ingressar na universidade.
Nota-se, portanto, a impossibilidade, ao menos para grande parte das crianças, de acesso
ao saber elaborado, produzido pela humanidade, saber que muitas vezes é utilizado
como forma de dominação daqueles que não o detêm. Esse tipo de agressão pode ser
chamado agressão simbólica, que segundo Moreira (2008, p. 301), é ―aquela imposta
pela sociedade dominante e que faz com que o indivíduo menos privilegiado, aceite
como natural a dominação‖.
A violência é um problema marcante em toda a sociedade, mas nem sempre ela
fica tão evidente. Ela é presente na maneira como a sociedade se estrutura, nas relações
de trabalho, nas relações interpessoais, pode ser observada também nas desigualdades
sociais, na distribuição desigual da renda, na opressão de grupos menores, dentre outros.
Ou seja, apesar de a violência estar presente no interior da escola, ela é originada fora
dela (DE SOUZA, 2008). A partir disso, é importante o papel da educação na formação
de cidadãos críticos, que tenham participação política e lutem pelos seus direitos e pelos
direitos daqueles menos privilegiados, que não aceitem medidas governamentais que
visem reduzir ainda mais os direitos da classe operária, aumentando ainda mais as
desigualdades e a violência na sociedade. É importante que a comunidade escolar tenha
conhecimento dos tipos de violência e que ela não é sempre física ou tão visível quanto
e também que entendam sua origem, para que assim se tenha uma maior compreensão
do meio e possa então buscar por uma minimização desses problemas.
copiar. Também nessa turma pude notar violência tanto nas conversas dos alunos que
eram sobre armas e drogas, assim como em uma agressão física entre dois alunos que se
deram tapas.
Na aula seguinte (também 9º ano e sobre o mesmo assunto), agressões físicas e
ameaças entre os alunos também estavam presentes. Talvez por ser a última aula do dia,
notei alguns meninos sentados no canto da sala, conversando entre si, com as mochilas
nas costas, aparentemente só esperando dar a hora para enfim serem ―libertos‖. Eles
claramente não demonstravam interesse pelo o que a professora estava apresentando e
demonstravam que não queriam estar ali. Quando a professora tentou repreendê-los,
falando a eles que deviam se interessar pela aula, eles reagiram com violência, dizendo
a ela que ela ―não tem moral com eles‖. Em conversa, a professora mostra grande
desânimo e diz que ela ―não tem mais o que fazer, pois ela não é respeitada‖.
É comum encontrar situações em que os professores se sentem impotentes e sem
ter o que fazer diante de casos atípicos. No cotidiano escolar não é incomum a presença
de ações de violência e os efeitos dela representam a parte mais dispendiosa desses
casos atípicos. A escola contemporânea apresenta-se cada vez mais como um espaço de
confrontos, marcando então, uma crise paradigmática e ética (AQUINO, 1998). A
professora também relata problema de uso de drogas no banheiro da escola e diz que as
drogas fazem parte da realidade de muitos alunos dela.
De Souza (2008) discute que além da violência cultural e simbólica, que
vínhamos discutindo, existem outras formas de violência como a institucionalizada
(familiar, escolar, religiosa...), psicológica (agressões verbais, xingamentos…),
violência física, dentre outras. Os tipos de violência que aparecem na escola são
reproduções e fruto da sociedade e suas consequências podem causar danos irreparáveis
à saúde física, emocional e psicológicas dos envolvidos. Nas crianças podem afetar
inclusive seu desempenho escolar (DE SOUZA, 2008).
Conclusão
Referências Bibliográficas
AQUINO, Júlio Groppa. A violência escolar e a crise da autoridade docente. Cadernos
Cedes, v. 19, n. 47, p. 7-19, 1998.
Introdução
De acordo com Machado (2006), atualmente áreas da ciência e da tecnologia
estão cada vez mais articuladas a fim de explicar e simular fenômenos naturais e
também impactos ambientais, obtendo maior abstração e associação do conteúdo ao
meio social inserido Tal fato permite a construção de aprendizados quando manuseados
de forma adequada.
Nesse sentido, a utilização das tecnologias na educação levou à criação de novos
recursos tecnológicos, tais como ambientes virtuais que colaborassem para o processo
de ensino-aprendizagem (WORLEY, 2001). De acordo com Sosteric & Hessemeier
(2001), recursos conceituados como objetos de aprendizagem (OAs) são arquivos
digitais utilizados para ações pedagógicas que possuem sugestões sobre o contexto
apropriado para a sua aplicabilidade. Para que a aplicabilidade seja contemplada é
importante estabelecer critérios de avaliação desses OAs, visando vários quesitos
18
UFTM: Universidade Federal do Triângulo Mineiro - Uberaba, Minas Gerais.
19
Disponível em: <http://objetoseducacionais2.mec.gov.br>
20
Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html>
21
Disponível em <http://rived.mec.gov.br/site_objeto_lis.php>
Metodologia
Primeiramente, iremos explicar o contexto de elaboração do jogo didático que
prioriza conceitos sobre ―Relações Ecológicas‖ e desenvolvido para alunos do primeiro
ano do ensino médio. O jogo ―Relações Ecológicas‖ foi elaborado por três licenciandas
do curso de Ciências Biológicas, durante as atividades do componente curricular
Estágio Curricular Supervisionado IV da uma Instituição Federal de Ensino Superior
localizada na região sudeste. Inicialmente, as três estagiárias realizaram um
levantamento sobre como elaborar jogos utilizando um programa da Microsoft
Windows, conhecido como Power Point22. Este programa foi escolhido por ser comum
em computadores desse sistema operacional, por ser de fácil manuseio, permitir
adicionar ações às figuras dos botões que podem ser adicionados aos slides
(caracterizando o jogo) e também por proporcionar ao usuário, interações com o objeto
a ser desenvolvido.
22
Microsoft PowerPoint é um programa utilizado para criação/edição e exibição de apresentações
gráficas, originalmente escritas para o sistema operacional Windows. A versão para Windows também
funciona no Linux através da camada de compatibilidade Wine.
escolha – perguntas fechadas; ou seja, alternativas com uma resposta correta e três
incorretas, foram elaboradas abordando as seguintes temáticas: Epifitismo e
Parasitismo, Comensalismo, Mutualismo, Cadeia Alimentar (produtor, consumidor
primário, consumidor secundário, consumidor terciário e consumidor quaternário),
Invasões Biológicas e Colônia. Em cada alternativa selecionada pelo aluno, este era
guiado para um slide em que era explicado o ―por que‖ da questão estar correta ou
incorreta. Quando o aluno acertava, ia para uma página sendo parabenizado, além de
discutir um pouco sobre o conteúdo da questão. Quando o aluno marcava uma resposta
incorreta, era direcionado para uma página que explicava o ―por que‖ do conteúdo
incorreto e o incentivava a tentar novamente.
Resultados e Discussão
A aplicação do objeto de aprendizagem, de um modo geral, foi considerada pelas
licenciandas e professora supervisora das três turmas como bem sucedida. Os alunos
haviam estudado esse conteúdo em momento anterior e foi importante para revisar e
avaliar o que foi aprendido e compreender as dificuldades de aprendizagem que ainda
persistiam. Em relação ao jogo, os alunos gostaram do recurso utilizando o Power Point
e ficaram curiosos e surpresos ao saber que se podia atribuir funções aos ícones nos
slides. Eles foram bastante receptivos conosco, estagiárias, bem como a professora
responsável (supervisora) e os demais funcionários do colégio estadual.
Um imprevisto que nos instigou a (re)pensar o jogo, foi que o Power Point se
expressa normalmente no sistema operacional Microsoft Windows. Entretanto, os
computadores dessa instituição escolar têm o sistema operacional Linux. Devido a isso,
os ícones do jogo perderam a função e o jogo desformatou, ficando desconfigurado.
Como chegamos ao local com 40 minutos de antecedência, conseguimos instalar o jogo
nos computadores e (re)arrumar o design. Deste modo, solicitamos que os alunos
levassem papel e caneta para o laboratório de informática, acoplado à biblioteca. Como
dito anteriormente, os alunos em duplas ou trios foram para os computadores, sendo as
questões apresentadas na forma de slides e as respostas anotadas em folha de papel.
Apesar da mudança, a execução da proposta ocorreu de forma considerada satisfatória.
Como também assinalado, as seis questões abordavam diferentes conteúdos dentro
da temática ―Relações Ecológicas‖, tais como: Epifitismo e Parasitismo, Comensalismo,
Mutualismo, Cadeia Alimentar (produtor, consumidor primário, consumidor secundário,
consumidor terciário e consumidor quaternário), Invasões Biológicas e Colônia. Porém,
23
Normalmente, as imagens dos livros didáticos fazem parte de um banco de imagens das editoras.
Considerações Finais
De acordo com Gama (2007), a utilização desses recursos permite ao sujeito ser
o protagonista de sua construção de aprendizado, rompendo as características da
formação tradicional e acrítica. Reiteramos que há necessidade uma atualização
curricular que proporcionem ideias e aprendizados de grande amplitude, não apenas se
restringindo ao espaço escolar. Desta forma, a tecnologia tem potencial para ser aliada
do ensino formal subsidiando um processo educativo mais próximo da realidade dessa
geração de estudantes.
Segundo Krasilchik (1992), uma formação mais abrangente permite uma maior
compreensão dos fenômenos científicos, bem como uma reflexão e construção crítica
acerca de aspectos tecnológicos, científicos e sociais. Nesse sentido, as atividades
propostas durante o Estágio Supervisionado, em que se compartilham contribuições
(artigos, jogos, documentários, sugestões de leituras, entre outros) voltadas para o
enriquecimento profissional, pessoal e também cultural, ampliaram nossas visões para
outras áreas de ensino por investigação, tornando-se uma oportunidade de troca ímpar,
além de possibilidades de conhecer novos objetos de aprendizagem.
Portanto, mediante a experiência vivenciada, torna-se importante e relevante a
necessidade da formação inicial e continuada de professores ao exercício de
contextualização do ensino, isto é, aproximação aluno-realidade-conteúdo. Ao aliar as
tecnologias de informação e comunicação (TIC‘s) na prática pedagógica, possibilita que
os objetos e recursos presentes no cotidiano dos alunos sejam utilizados na construção
de conhecimento.
Referências
WORLEY, T. Como construir um site. Publifolha, São Paulo, 2ª ed. Série sucesso
profissional: informática, 2001.
Resumo
A partir da análise de um episódio da série Go, Diego, Go!, desenho animado que
integra a programação do canal de TV por assinatura da Nick Jr., buscamos analisar
algumas problemáticas ambientais que são apresentadas às crianças, pois a animação
tem como tema principal a preservação da fauna. Produções como essa tem um grande
impacto na produção de identidades infantis, podendo influenciar a maneira de pensar
das crianças sobre a educação ambiental. Os resultados da pesquisa sugerem que o
desenho animado pratica uma educação ambiental conservadora e de resoluções de
problemas, mas ao simplificar as soluções, ela acaba operando na direção da
banalização dos problemas ambientais, provocando seu apagamento.
INTRODUÇÃO
teia de produtos tais como material escolar, brinquedos, relógios, roupas dentre outras
mercadorias.
Muitos desenhos animados são feitos com a intenção de ensinar às crianças
temas como português, matemática, história, ciências, entre outros e temas ambientais
também são muito abordados por essas animações. Como é o caso da animação Go,
Diego, Go!, uma série animada derivada de Dora, A Aventureira que conta a história de
Diego Márquez, primo de Dora. Um menino latino de 8 anos, preocupado com a
preservação da natureza e com os animais que nela vivem. Ele é um garoto bilíngue e
em cada episódio ele e outros personagens da série passam por várias aventuras para
proteger os animais em perigo.
Animações como Go, Diego, Go! podem influenciar as crianças no que se
refere a educação ambiental, por exemplo, em vertentes conversadoras, no qual o
mundo natural é visto como algo distante do mundo social, muitas vezes até
interpretado como algo ameaçador, ou também uma visão mais preservacionista de
contemplação da natureza aquela que é intocável. Nas duas visões o ser humano é
separado da natureza. Não devemos ver os seres humanos como algo fora da natureza.
Segundo Reigota (2007), a participação dos cidadãos nos discursos sobre as questões
ambientais são extremamente importantes, pois educação ambiental também inclui
questões sociais, políticas e culturais.
Ao trabalhar cinema/animação e educação ambiental temos o objetivo de
mostrar que o cinema sendo considerado como uma forma de conhecimento pode
colaborar para propagar determinadas vertentes da educação ambiental. Segundo Duarte
(2009), a construção de significados produzidos pelo cinema não se dá de forma
individual, já que ao assistir um filme comentamos com outras pessoas. Diante disso,
propusemos realizar um trabalho crítico dentro da perspectiva da educação ambiental na
animação Go, Diego, Go! da Nick Jr. vinculada ao grupo Nickelodeon, um canal de TV
por assinatura.
Entendemos que o cinema de animação é um novo campo para trabalhar com a
educação ambiental, pois consideramos que ele é um importante colaborador para a
construção de sujeitos críticos e reflexivos da nossa sociedade visto que a população
assiste muitas horas de Televisão por dia.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
problemas; Bebê Onça, um filhote de onça amigo de Diego que o acompanha em suas
aventuras.
O episódio em questão tem início com uma abertura, no qual aparecem várias
imagens da animação, onde Diego salva diversos animais. A primeira cena começa com
o personagem Bebê Onça na floresta brincando de esconde-esconde com Diego. Nesse
momento eles escutam vozes de animais pedindo socorro. Logo, Diego conclui que é
algum animal em perigo e fala: ―temos que chegar a base científica rápido, go go‖.
Os personagens vão para a base cientifica (uma casa de madeira com
equipamentos tecnológicos). Lá Diego encontra a irmã, então ele explica que Alicia
também ajuda a resgatar animais, depois o personagem fala que escutou animais em
perigo. Alicia diz que a Click pode ajudá-los a encontrar quais animais que estão em
perigo. Ao dizerem click a câmera acorda, se apresenta e começa a cantar.
Click, a personagem câmera mostra o animal em perigo, que são as Pererecas-
de-olhos-vermelhos. Em seguida, Alicia ajuda Diego a descobrir informações sobre os
animais com o auxílio do computador. Ela descobre que as pererecas vivem em florestas
tropicais, possuem pernas fortes para saltarem, possuem olhos vermelhos, dedos que se
parecem com ventosas que ajudam a grudar em qualquer coisa que queiram subir. Mas
nesse momento da cena as Pererecas-de-olhos-vermelhos começam a gritar por socorro,
e a câmera mostra uma imagem delas balançando no galho de uma árvore. Até que o
galho quebra e os animais caem no rio e começam a cantar pedindo ajuda. Diego decide
resgatar os animais com a ajuda do personagem Bebê Onça. Então, Alicia diz que vai
encontrar uma nova árvore enquanto os dois vão resgatar as Pererecas-de-olhos-
vermelhos. Eles descem na tirolesa e começam a cantar junto com outros animais.
Ao descerem da tirolesa os personagens aparecem encurralados por um poço
de lama, mas Diego encontra um tronco de árvore para atravessar. O tronco começa a
girar, por causa dos Irmãos Bobos. Então o personagem principal pede para o
telespectador bater palma três vezes e dizer ―parados Bobos‖ com a intenção de pará-
los. Assim, os macacos caem dentro da poça de lama. Então, Diego e o filhote de onça
atravessam para o outro lado através do tronco e escutam as pererecas pedindo ajuda.
As Pererecas-de-olhos-vermelhos vão rumo a uma pirâmide. Ao chegarem lá
os personagens percebem que os animais em perigo entraram dentro dela. Então, o
personagem principal usa uma luva de ventosa para escalar a pirâmide, assim como os
dedos das pererecas. Diego e seu amigo Bebê Onça entram na pirâmide e utilizam uma
lanterna para procurar as pererecas. Eles acham os animais, mas as Pererecas-de-olhos-
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não é nossa intenção destruir ou invalidar as animações propostas pelos
programas de televisão sobre educação ambiental. Apenas verificar se a educação
ambiental é ensinada de fato para as crianças e que tipo de educação ambiental é essa.
Para Giroux (2003) nós não devemos nos cegar para o que nos são transmitidos, pois as
corporações de televisão não produzem um entretenimento inofensivo e por isso devem
ser investigadas. Não desconsideramos a importância de programações como essas
voltadas para as crianças, pois muitas vezes é através da interação com as animações
que elas entram em contato com o mundo natural que podem estar bem distante delas. É
interessante que pais e professores conversem com os filhos/alunos sobre o que está
passando na televisão, no caso da animação discutida no artigo, para que a criança saiba
que educação ambiental não se limita apenas a salvar os animais, é um conjunto de
ações desenvolvidas pela população e que se relaciona com o meio ambiente.
Discutindo com a criança o que é real ou não.
REFERÊNCIAS
BRAZ, C. D. S. Infância e cinema de animação: O poder da mídia na (re)construção
das identidades. 2013. 302 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pós-
graduação em Educação Faculdade de Educação, Universidade Federal de Uberlândia,
Uberlândia, 2013.
DUARTE, R. Cinema & Educação. 3. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. 103 p.
REIGOTA, M. Meio ambiente e representação social. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2007,
87 p.
Resumo
INTRODUÇÃO
Pesquisa narrativa
A aula de intervenção foi proposta para ser realizada fora da sala de aula
tradicional e do espaço escolar, com a missão de despertar o interesse dos alunos do 1º
ano do ensino médio em participar das atividades, com a ressalva de que as dinâmicas
não acrescentariam pontos às notas no final do seu período escolar. O tema da atividade
foi pensado cuidadosamente por nos estagiários, pois a escolha do conteúdo deveria
despertar o entusiasmo nos alunos, e ao mesmo tempo ser trabalhado de forma dinâmica
e interativa. O assunto escolhido para a realização das atividades foi à botânica, com a
seguinte temática ―um novo olhar sobre as plantas‖, pelo fato de que segundo Fagundes
e Gonzalez (2006) ser uma das temáticas que menos atrai a atenção e o interesse dos
alunos, sendo geralmente ensinada apenas pelos recursos que o livro didático oferece.
A atividade extraclasse ocorreu com três encontros, sendo uma por semana e
com duração média de quatro horas, e um ultimo encontro para uma confraternização e
avaliação do projeto pelos alunos. O número de alunos participantes variou de um
encontro para outro, sendo entre vinte e cinco a trinta alunos. Todo o processo de
atividade ocorreu fora do horário regular de aula dos alunos, além disso, cada encontro
abordou um tema diferente referente à botânica, com o uso de jogos, dinâmicas,
experimentos, dissecação e trilhas, ministrados de maneira provocativa. Como afirmam
Oliveira e Carvalho (2015) ―com formulação de atividades diferentes das tradicionais
buscamos a interação com o objeto e sem necessidade de utilizar aulas expositivas‖.
24
Estágio supervisionado I é realizado na educação básica na perspectiva da investigação. Discutindo o
planejamento necessário para a realização de uma proposta de ensino em um espaço extra-escolar.
(www.portal.ib.ufu.br)
A B
C D
A B
C D
A B
C D
C D
Considerações finais
As aulas e as visitas nos espaços não formais despertam nos alunos o interesse
pelo conteúdo e a vontade em participar das atividades propostas, o que possibilita com
que os alunos se sintam como os principais protagonistas no ambiente da educação.
Além de destacar a oportunidade em conhecer novos ambientes e lugares, que devido as
suas condições sociais e econômicas podem privá-los a visitação. Todas estas dinâmicas
e aulas em espaços não formais tem uma contribuição significativa na interação das
relações entre os professores em formação e os seus alunos.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, J. N.; SILVA, MFV. Floresta amazônica: espaço não-formal potencial para
aprender botânica. In: Anais do XI CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO.
2013.
Resumo
1. INTRODUÇÃO
Um dos problemas mais graves pelo qual o Brasil e o mundo estão passando é
a questão da água, da renovação das fontes naturais e da busca por alternativas no
caso de escassez da mesma. Foi pensando nisso que André D‘Elia criou o filme ―A
Lei da água novo código Florestal‖, sendo este um documentário brasileiro que
explica e esclarece as mudanças promovidas pelo novo código florestal e a polêmica
sobre sua elaboração e implantação, destacando também a importância das florestas
para a conservação dos recursos hídricos no Brasil (fonte: A Lei da água novo
código Florestal, 2015).
O documentário é composto de 37 entrevistas com ambientalistas, ruralistas,
cientistas e agricultores e se debruça sobre a situação brasileira relacionada ao tema,
levantando questões ambientais, sociais e políticas a esse respeito e destacando como a
burocracia tem dificultado qualquer tipo de planejamento visando à preservação deste
recurso no país.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
A importância do cinema como meio de construção do conhecimento pode ser
compreendida no sentido de que ―ver e interpretar filmes implica, acima de tudo,
perceber o significado que eles têm no contexto social do qual participam‖ (KLAUS,
2003).
Do ponto de vista do aprender, o construir do conhecimento na criança, por meio
do cinema, buscaria descobrir a forma pela qual o cinema estabelece compromissos para
com a vontade de aprender da criança, e teria por significado ―direcionar o
entendimento sobre a criança para sua qualidade de sujeito empírico e sobre a infância
para etapa da vida‖ (MARCELLO, 2008).
Em referencia a educação ambiental por intermédio do cinema, acreditamos que
―a problemática ambiental demanda a produção de um corpo complexo e integrado de
conhecimentos sobre os processos naturais e sociais que intervém em sua gênese e em
sua resolução‖ (LEFF, 2001b, p. 162).
A educação ambiental é um processo contínuo de aprendizagem de
conhecimentos para o exercício da cidadania. Deve-se capacitar o cidadão para uma
leitura crítica da realidade e uma participação consciente no espaço social, uma vez que
um indivíduo consciente procura sempre se informar sobre as decisões da comunidade
(HINGEL, 2002).
A necessidade da interdisciplinaridade que reflita a complexidade atual tornou-
se a base da educação ambiental, pois as evidências do modelo de educação através
informação e transmissão de conhecimentos não estavam sendo suficientes para
3. METODOLOGIA
RESULTADOS
Além disso, uma turma de sexto ano ficou muito sensibilizada com a situação
e disse que da próxima vez que encontrasse o político local (que foi um dos relatores
do novo código florestal) iria questioná-lo sobre as suas ações em relação a nova lei
dizendo a seguinte frase:
Aluna: professora quando encontrar com ele vou perguntar como ele pode
pedir pra nós preservamos o meio ambiente se ele está destruindo ele com
esse novo código?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
possível perceber mudanças de atitudes e preocupações com o meio ambiente, com isso
o professor necessita criar situações que estimulem e desafiem os alunos a agir.
Assim, o uso de documentários é apresentado como uma das estratégias que
podem ser usadas na escola para estimular as crianças a se envolverem com os
problemas ambientais de suas próprias comunidades, buscando soluções coletivas.
Portanto, acredita-se que por meio desse trabalho pode-se despertar o
interesse e a sensibilização ecológica dos alunos em relação às questões ambientais
abordadas no documentário, principalmente em relação aos recursos hídricos e os
impactos do novo código florestal. Esse fato pode ser comprovado por intermédio
das discussões e reflexões realizadas durante a execução do mesmo e a confecção dos
cartazes. Além disso, destaca-se a importância da utilização de recurso didático como o
filme, que pode ser usado na escola para estimular as crianças a se envolverem com os
problemas ambientais de suas próprias comunidades, buscando soluções coletivas
(VIERA, 2009).
REFERÊNCIAS
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 59. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.
A ―Lei da água‖ o novo código florestal: Disponível
em <https://aleidaaguafilme.wordpress.com> acesso 20 de outubro, 2016.
SOUZA, C.C, O meio ambiente e a parceria governo e comunidade. In: SANTOS, C.P.
(Coord.) Educação Ambiental: Ação e conscientização para um mundo melhor.
Belo Horizonte: See/MG, 2002
Resumo
A presença de alunos com deficiência em escolas regulares aumentou nos últimos anos.
Entretanto, ainda existem muitos impasses para que esse acesso também garanta um
ensino de qualidade. O presente relato aborda a experiência de uma estudante de
Licenciatura em sua primeira prática docente. Nessa ação, foi professora de um aluno
diagnosticado com autismo e vivenciou a dificuldade de lecionar sem um respaldo
adequado. Assim, o objetivo desse estudo é descrever momentos desse período de
docência e levantar estratégias para uma melhor adaptação de escolas para o ensino de
alunos com deficiência. Essas estratégias, conciliadas com maiores estudos sobre o
assunto, são importantes para a reformulação de políticas públicas que contribuam com
a melhoria da inclusão nas escolas.
INTRODUÇÃO
reflexões sobre os problemas existentes no local, dentre eles, a falta de adequação para
inclusão de alunos com deficiência, incluindo indivíduos com autismo.
A escola é um espaço importante de sociabilidade para pessoas com TEA.
Nesses espaços, há troca de experiências entre os alunos, troca de informações com
profissionais adultos e troca de afeto. Vygotsky, em seus estudos sobre defectologia,
descreve sobre os benefícios da inserção de crianças com deficiência em grupos
homogêneos, levando-as a serem capazes de atuarem como mediadoras no processo de
aprendizagem (MOMBERGER, 2007). Já se foi observado efeitos terapêuticos
positivos na inserção do educando com autismo na escola comum (RAHME, 2010).
Muitas vezes, o ambiente escolar também é visto como um espaço familiar e há
uma expectativa de que a escola seja cuidadora de crianças autistas. Porém, mesmo
sendo um espaço que divide com a família a responsabilidade de educar, a participação
dos pais é fundamental para o desenvolvimento psicopedagógico das crianças (SERRA,
2009). Os encontros mensais entre pais e professores são de grande importância para
esclarecimentos e orientações sobre o cotidiano de seus filhos e, portanto, além do
acompanhamento em casa, os responsáveis devem se manter atentos para participar ao
máximo das atividades proporcionadas pela instituição (SERRA, 2009).
Apesar de inclusiva, a escola analisada nesse relato não possuía estrutura
adequada para acolher alunos deficientes em seu espaço educacional. Todas as
instituições de ensino devem oferecer atendimento especializado para alunos com
deficiência, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (Lei nº. 9394 de
20 de dezembro de 1996), define ainda que a educação para alunos com deficiência
deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino (BRASIL, 1996). Porém,
a rede de ensino regular deve assumir o compromisso de adaptar o currículo e o
ambiente físico para promover possibilidades e potencialidades aos sujeitos presentes
(FARIAS et al., 2008). A reformulação de políticas públicas de educação é necessária
para auxiliar essas adaptações, garantindo assim, o acesso e a conservação desses alunos
em escolas comuns (SERRA, 2009).
No estágio, durante o período de observação em aulas de diversas áreas de
conhecimento, foi notado um despreparo dos educadores perante os cuidados com
alunos com deficiência. Os ritmos de aprendizado eram diferentes, devido a isso,
estudantes com maiores dificuldades não conseguiam acompanhar a turma e deixavam
de aprender por consequencia da falta de atenção recebida. Assim, evidencia-se a
necessidade de uma formação adequada de professores para atender a todos, sobretudo
aqueles com deficiência. Estudos mostraram que 80% dos professores de escolas
municipais da capital de Minas Gerais não possuem formação específica na área da
Educação Especial. Em geral, os docentes desconhecem as síndromes e as estratégias
pedagógicas para usar em sala de aula. A falta de formação pode fazer com que esses
professores percam suas funções educacionais, exercendo somente o papel de zeladores
(GOMES; MENDES, 2010).
Já no período de docência, a estagiaria ao perceber o desequilíbrio de
aprendizagem entre os alunos, se propôs a dar aulas particulares para o aluno autista em
horários paralelos às atividades curriculares. No início da experiência em sala de aula,
percebeu que o aluno sentava sempre na última carteira, e isoladamente, evitava manter
contato com os colegas de turma ou com a professora. Após as aulas particulares, o
mesmo aluno passou a se posicionar a frente da sala, e se mostrava confiante para
participar das discussões propostas para a classe. Sugere-se que a explicação atenciosa
tenha influenciado no comportamento mais proativo do aluno, auxiliando na inserção
dele no espaço educativo e no processo de aprendizagem. A sensibilidade e
perseverança do educador é importante para compreender quais são e como se dão as
competências dos alunos a partir da relação com eles (ORRÚ, 2007).
Além do apoio do professor, é pertinente que indivíduos com TEA sejam
acompanhados por profissionais especializados. PARRA (2010) discute a importância
do Acompanhante Terapêutico (AT) como forma de auxiliar no processo de inclusão de
educandos com autismo. Nessa modalidade, o atendimento ocorre fora da clínica, de
forma que o profissional se disponibiliza a estar junto ao paciente com necessidades
específicas em suas atividades cotidianas com a proposta de promover sua autonomia e
independência e reinseri-la no convívio social (PAULA NUNES; AZEVEDO;
SCHMIDT, 2013). Assim, o acompanhamento de um profissional pode fazer com que o
aluno se sinta seguro para participar. Na avaliação semestral da escola tratada nesse
relato, por exemplo, o tempo estipulado para a realização da prova e as questões
propostas eram iguais para todos os alunos, gerando deste modo, dificuldade para o
indivíduo com TEA. A docente estagiaria sentou com o discente e se propôs a ler os
textos à medida que ele raciocinava e respondia, outros professores não fizeram o
mesmo. Caberia ao AT estar presente nesse e em outros momentos, servindo como
apoio para o processo de aprendizagem.
O relatório de avaliação psicopedagógico também é uma alternativa de grande
importância na estruturação das ações pedagógicas. O relatório tem como finalidade
obter dados que indiquem a origem da dificuldade do aluno, podendo ser trabalhada a
partir daí. Para viabilizar a inclusão, é necessário que o relatório seja atualizado com
frequência pelo docente e pelo AT, e forneça informações detalhadas sobre a dinâmica
de desenvolvimento do aluno ao longo do processo de escolarização (BRANDIZZI,
2009).
Outra alternativa importante seria o recurso de Tecnologia Assistida (TA). TA
são instrumentos facilitadores. Englobam equipamentos, serviços e estratégias que
objetivam promover habilidades funcionais de pessoas com deficiência, fazendo com
que esses indivíduos alcancem a sua independência e autonomia, para assim, serem
incluídos (BERSH; TONOLLI, 2012). O emprego de TA com a população autista tem
evidenciado resultados promissores (BEZ, 2010). A escola analisada nesse relato de
experiência possuía sala de informática e computadores para uso dos alunos, podendo
assim, facilmente acrescentar essa ferramenta em seu cotidiano educacional.
Por fim, o uso de Plano de Ensino Individualizado (PEI) surge como outra importante
ferramenta na inclusão, orientando as ações do professor. O conteúdo a ser trabalhado
passa por um processo de personificação, considerando dessa forma, o que é relevante
para cada aluno. Metas de curto e longo prazo, avaliação do educando, e a atuação desse
em atividades extracurriculares são algumas das informações que constam e são
revisadas anualmente nesse dispositivo (SMITH, 2009). Infelizmente poucas escolas
utilizam o PEI em sua grade curricular, a instituição do presente relato também não
utilizava essa ferramenta para contribuir com o acompanhamento avaliativo dos alunos
deficientes, ocasionando assim, dificuldade no processo de aprendizagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
permanência de qualidade para esses educandos. A escola analisada nesse relato, por
exemplo, apesar de inclusiva, ainda precisa passar por diversas mudanças para oferecer
uma educação adequada para seus alunos, principalmente os que possuem TEA. Dessa
forma, estratégias como a participação da família na educação das crianças e nas
atividades desenvolvidas pela instituição escolar, a adaptação do currículo e do espaço
físico das escolas, a adequação na formação dos professores, o acompanhamento
terapêutico no cotidiano dos alunos, o relatório de avaliação psicopedagógico, o uso de
recurso de Tecnologia Assistida (TA) e o uso de Plano de Ensino Individualizado (PEI),
juntamente com maiores estudos sobre o assunto, podem contribuir para a reformulação
de políticas públicas que auxiliem as modificações necessárias para serem introduzidas
nas escolas. Para que assim, promova possibilidades a todos os estudantes, sobretudo
aqueles com deficiências.
REFERÊNCIAS
Resumo:
O tema Educação Ambiental (EA) nos parece rotineiro e por vezes desgastado. Porém,
em algumas modalidades é apresentado timidamente. Diante disto, o trabalho que se
apresenta, realiza uma análise de como a EA é apresentada no Livro Didático (LD)
adotado no Programa Nacional do Livro Didático da Educação de Jovens e Adultos
(PNLDEJA) em 2014, na rede municipal de Goiânia. Desta forma, com a abordagem
quali-quantitativa, foi realizada uma análise documental, buscando a temática nas
seções consideradas espaços interdisciplinares pelas autoras do LD. Percebeu-se a
presença da EA em toda coleção. Finalizando o trabalho, forma feitas algumas
considerações sobre a temática, relacionando-a à formação de professores de Ciências.
INTRODUÇÃO
Formar cidadãos ecologicamente conscientes tornou-se parte da Educação
Básica. Neste aspecto, não se refere àquele sujeito com concepções conservadorista,
mas o consciente de sua interferência no meio em que vive. Para tanto, o Brasil conta
com legislações educacionais que contemplam a Educação Ambiental (EA), a citar a
Lei nº 9394/96: Diretrizes e Bases da Educação Nacional; a Lei nº 9795/99: Política
Nacional de Educação Ambiental; o Decreto nº 4281/02: Criação do Grupo Gestor; a
Lei nº 13005/14 de 25/06/14: Plano Nacional de Educação; a Lei Complementar nº 62
de 09/10/2008: Plano Estadual de Educação; e a Lei nº 8262/04 de 30/06/04 Plano
Municipal de Educação, além de ser incorporada no Projeto Político Pedagógico das
instituições escolares, como um tema transversal.
O conceito de transversalidade transcende as metodologias convencionais
utilizadas pelos docentes. Implica uma transformação de atitude para além do conteúdo
a ser ministrado. Assim, a formação de professores, tanto inicial quanto continuada,
torna-se um processo importante para impulsionar novas atitudes, uma vez que a
educação é dinâmica, e considerando, aqui, o homem em constante processo de
formação.
Ainda neste contexto de formação de sujeito ecológico, aludimos o educando da
Educação de Jovens e Adultos (EJA), cuja formação teve sua iniciação há muito tempo,
estando, agora, na fase de reestruturação, ou seja, este público volta à escola após um
tempo de afastamento e neste ambiente irá aprender conceitos e atitudes novas,
remodelando sua maneira de ver o mundo.
Para consolidar estes novos conhecimentos adquiridos pelo aluno de EJA, os
materiais didáticos podem contribuir, além de auxiliar o exercício da docência. Dentre
estes podemos citar os Livros Didáticos (LD), oriundos de Políticas Públicas como o
Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLD-
EJA), iniciado em 2009.
Então, este trabalho teve como objetivo compreender como a EA se encontra no
LD adotado na EJA no PNLD-EJA - 2014, para o ensino fundamental (6º ao 9º ano),
Coleção Tempo de Aprender, editora IBEP, na rede municipal de Goiânia.
REFERENCIAL TEÓRICO
Ainda de acordo com esta lei, a Educação Ambiental foi reconhecida como um
importante, necessário e permanente processo formal e informal de educação, devendo
estar presente em todos os níveis e modalidades de ensino.
Freire (década de 1950) como principal condutor e defensor desse público que teve, em
algum momento de suas vidas, o direito à educação negado, direito este garantido na
Constituição de 1988.
A partir do Parecer CNE/CEB nº 11 de 10/05/2000, que estabelece as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, a modalidade é
fortalecida: instituiu-se o ensino profissionalizante para a modalidade e formação
específica para os professores, norteando os caminhos a serem seguidos na EJA (CRUZ
et al, 2012). Este, então, é o documento norteador para a oferta de EJA em âmbito
nacional, sendo suporte para as legislações estaduais e municipais.
A apropriação e construção do conhecimento podem ser feitas, também, pela
utilização de materiais pedagógicos, como livros didáticos. Estes são importantes
ferramentas utilizadas pelos professores e estudantes, e muitas vezes são os únicos
recursos didáticos usados, uma vez que, eles cumprem papéis diferentes no processo de
ensino, tais como: direcionador do currículo, material de apoio ao professor e ao
estudante, fonte de informação e de pesquisa, importante recurso para a organização dos
métodos de ensino, bem como de mediador entre os diferentes saberes que constituem
os conteúdos escolares (BAGALHA, 2010). Sendo assim, é necessária uma análise
reflexiva de como os conteúdos são abordados neste material didático tão presente e
utilizado no processo educativo.
O surgimento do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), em 1985,
possibilitou o acesso gratuito dos estudantes de todas as unidades escolares da rede
pública ao livro didático de todas as áreas do conhecimento, de forma gradual.
Considerando a necessidade de estabelecer um programa nacional de distribuição de
livro didático adequado ao público da educação de jovens, adultos e idosos, como um
recurso básico, no processo de ensino-aprendizagem, foi criado o PNLD-EJA, com a
Resolução MEC/FNDE/CD n° 51, de 16 de setembro de 2009. Considerando as
especificidades desta modalidade é importante observar, no que se refere ao processo de
escolha, a proposta pedagógica e a realidade específica da sua localidade.
A rede municipal de Goiânia possui uma proposta pedagógica própria, baseada
nas concepções metodológicas de Paulo Freire, como uso de eixos temáticos, tema
gerador e projetos. Tais metodologias oportunizam o trabalho docente de forma
interdisciplinar.
CAMINHOS METODOLÓGICOS
No trabalho aqui esboçado, a abordagem utilizada foi a qualitativa, uma vez que
se preocupa com a qualidade que os dados podem fornecer. Neste contexto,
preocupando-se com o processo, e não somente com o resultado, relacionando com todo
o contexto social e com a comunidade envolvida (TRIVIÑOS, 2013).
Então, a pesquisa se denomina como documental, buscando o conteúdo latente
das mensagens das seções do corpus, realizando a análise dos dados pela técnica de
análise de conteúdo (FLICK, 2009), composto pelos LD, Coleção Tempo de Aprender,
editora IBEP, área de Ciências do 6º ao 9º anos do ensino fundamental da EAJA,
adotados no PNLDEJA em 2014, na rede municipal de Goiânia, Goiás, cujo autoras são
Clarinda Mercadante de Lima Pifaia e Sandra Angélica Gonçalves.
Buscou-se as partes do LD, em que oportuniza a interdisciplinaridade de forma
explícita. A partir da análise destas seções, compreendeu-se se a temática EA está
contemplada e de que forma.
ANÁLISE E DISCUSSÕES
Identidade;
Cidadania e Cultura 6º ano 1 4 2
Meio ambiente;
Saúde e qualidade de vida 7º ano 5 4 2
Cidadania e Cultura;
Cultura da paz 8º ano 3 4 2
Trabalho e consumo;
Globalização e novas 9º ano 6 4 2
tecnologias
Fonte: Elaborada pelas autoras.
Na tabela acima, originada da análise das seções nas obras, percebe-se que no
LD do 6º ano, apenas uma seção contemplou a temática da EA. Uma das hipóteses para
isto pode estar ligada aos eixos temáticos nos quais a obra foca: a) identidade; b)
cidadania e cultura. Então as seções possuíam outros temas.
Na obra para o 7º ano, pode-se notar cinco seções voltadas para a EA. Neste
contexto, os eixos temáticos da obra favorecem este foco, uma vez que são: a) meio
ambiente. B) saúde e qualidade de vida.
Ao se voltar para o LD do 8º ano, de seis seções disponíveis, apenas três tiveram
como foco a EA. Mesmo com eixos temáticos similares ao LD do 6º ano: a) cidadania e
cultura; b) cultura da paz. A obra apresenta maiores oportunidades no tratamento da EA.
Finalmente no LD do 9º ano, todas as seções contemplaram a EA, chamando a
atenção aos eixos temáticos balizadores da obra: a) trabalho e consumo; b) globalização
e novas tecnologias. Neste contexto o LD do 9º ano proporciona maiores momentos de
formação do sujeito ecológico.
Embora a EA esteja presente na coleção, a forma como se apresenta permite ao
professor desenvolver a formação do sujeito ecológico, uma vez que não está de forma
rígida, mas como sugestões de temas dentro da EA, dando liberdade para o professor
planejar a melhor maneira de desenvolver os trabalhos.
Então, consideramos que o trabalho de desenvolver a EA de forma crítica e
interdisciplinar, fica inteiramente, na responsabilidade do professor, pois as seções
apresentam atividades que podem ser realizadas desta forma, mas se o professor não
estiver atento irá apenas reproduzir o que é sugerido, sem perspectiva crítica.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAGALHA, D. E. O papel e o uso do livro didático de ciências nos anos finais do
ensino fundamental. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal do
Paraná. Curitiba, 2010. Disponível em:
http://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/26239/IMPRESSAO_biblioteca_UFP
R.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
Resumo:
O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) possibilita a
participação efetiva dos licenciandos e professores supervisores no planejamento e na
aplicação das práticas pedagógicas nas escolas parceiras. Este trabalho tem como
objetivo relatar a experiência do projeto baseado em tema gerador, ―drogas‖, integrando
os conteúdos de histologia, os aspectos políticos, sociais e econômicos, facilitando a
aprendizagem dos eventos biológicos de forma interdisciplinar.
Palavras-chave: Drogas; Tema gerador; Interdisciplinar.
Introdução
A escola reflete as transformações políticas, sociais e culturais da sociedade,
paralelamente ocorrem mudanças na concepção do papel da escola, dos objetivos, das
modalidades e recursos didáticos (KRASILCHIK, 2000). Neste contexto, as propostas e
o currículo do ensino de biologia sofreram alterações significativas ao longo dos anos.
Uns dos desafios atuais referem-se em ministrar os distintos objetivos da disciplina
escolar, Biologia, tendo proximidade com as Ciências Biológicas, o docente trabalha
conteúdos abstratos, vinculados às disciplinas acadêmica e científica, e também aborda
conteúdos de caráter utilitário e pedagógico, que atendam às necessidades dos
estudantes (MARANDINO et. al, 2009). Para abarcar os diferentes objetivos, observa-
se inúmeras pesquisas associadas à alternativas metodológicas para o ensino de
biologia na tentativa de superar o ensino tradicionalmente desenvolvidos nas escolas. O
aumento de pesquisas na área de ensino de biologia pode ser observado com expansão
de cursos de pós graduação no final dos anos 90 e início dos anos 2000 (TEIXEIRA,
2009). Outro fator que tem contribuído com trabalhos e discussões de práticas
pedagógicas do ensino de biologia e de outras áreas é o Programa Institucional de Bolsa
de Iniciação à Docência (PIBID). Neste programa os estudantes de licenciatura tem
oportunidade vivenciar em escolas parceiras a experiência do futuro ambiente de
trabalho. Os licenciandos e professores supervisores participam de forma efetiva no
planejamento e na aplicação das práticas pedagógicas nas escolas parceiras. Nesta
perspectiva, o PIBID promove um espaço de reflexão entre licenciandos e professores
supervisores das escolas parceiras, possibilitando apropriação de novas práticas
pedagógicas. Este trabalho relata uma das propostas do projeto do PIBID tentando
aproximar a abordagem do conteúdo de biologia por meio de tema gerador em três
momentos pedagógicos.
Referencial Teórico
Tema gerador
Segundo Freire (1987), os temas existem nos homens, em suas relações com o
mundo, referidos a fatos concretos. Um mesmo fato pode provocar, numa determinada
região, um conjunto de ―temas geradores‖, e, noutra, não os mesmos, necessariamente.
Os conteúdos, se desenvolvidos na perspectiva da compreensão de temáticas locais,
significativas, possuem um potencial papel transformador. As práticas pedagógicas
tradicionais colocam os alunos cada vez mais distante das reais necessidades do que seja
uma formação cidadã e de se tornarem sujeitos proativos, a proposta freiriana do Tema
Gerador provoca uma nova forma de criar o conhecimento e a formação cidadã, para ele
a educação deve cultivar o conhecimento de forma interdisciplinar, articulando a
experiência da vida prática com a teoria ensinada, possibilitando um ensino mais
significativo, o estímulo a interdisciplinaridade, o desenvolvimento da autonomia e do
senso crítico e a aproximação entre professor e aluno.
Vê-se assim que a busca do conhecimento que se reduz à pura
relação sujeito cognoscente-objeto cognoscível, rompendo a
‗estrutura dialógica‘ do conhecimento, está equivocada, por
maior que seja a sua tradição. Equivocada também está a
concepção segundo a qual o quefazer educativo é um ato de
transmissão ou de extensão sistemática de um saber (FREIRE,
1992, p.68).
O conhecimento para Freire situa-se por sua própria natureza em um processo de
construção do conhecimento através de uma relação dialógica que respeita as diferenças
Considerações finais
No primeiro momento pedagógico apresentou-se o filme na íntegra, mesmo
sendo longo (uma hora e quarenta minutos) para que os estudantes pudessem observar
os danos físicos, psíquicos, sociais e morais que a droga provoca no personagem. Os
estudantes estiveram atento durante a exibição do filme. Muitos estudantes comentaram
que o filme era violento e ficaram chocados. Nas discussões sobre o filme e drogas, os
estudantes apresentaram dúvidas em relação aos tipos de drogas e como essas atuam
dentro do organismo. As discussões serviram para informar os alunos sobre os efeitos da
droga, das questões sobre o vício, alertando os principais problemas que a droga pode
trazer na vida nos aspectos sociais e de saúde. Outro assunto levantado sobre um dos
alunos foi referente a legalização da maconha, onde ocorreu algumas desmistificações
sobre como ocorre o consumo nos outros países e a utilização na forma de
medicamentos. Surgiram também questões sobre a importância da família, a ausência de
diálogos e dos grupos sociais. Esse foi um momento em que observou- se a maior
interação dos licenciandos e estudantes.
No segundo momento pedagógico, os licenciandos ministraram as aulas de
histologia fornecendo subsídios para que os estudantes pudessem compreender os
artigos científicos. Muitos conceitos dos artigos não foram apresentados durante a aula,
conduzindo o estudante a pesquisa em bibliografias especializadas. Esta foi a etapa em
que os licenciandos apresentaram maior dificuldade, ministrar o conteúdo de Histologia
Animal que é um assunto complexo e abstrato associado ao tema ―droga‖.
No terceiro momento, os estudantes tiveram oportunidade de fazer a leitura de
um artigo científico, resultando em uma apresentação. As apresentações atingiram os
Referências Bibliográficas
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1987.
Resumo:
A avaliação é de suma importância no processo ensino-aprendizagem e necessita de
profundas discussões, visto que no cenário brasileiro, o ato de verificar encerra-se com a
obtenção de dados. A formação de professores pode ser um diferencial na inserção do
futuro docente na escola e na construção de relações mais significativas com o processo
avaliativo nela desenvolvido. Visto a importância do EREBIO e ENPEC frente às
discussões presentes nos mesmos entre licenciandos, professores da educação básica e
superior e pesquisadores, foi feita uma análise dos anais dos respectivos encontros ao
longo de suas três últimas edições. Este trabalho fundamentou-se em seus aspectos
teóricos metodológicos na teoria Bakhtiniana, demonstrando nos anais a presença de
diversas vozes.
INTRODUÇÃO
De acordo com Luckesi (2013), a avaliação exige uma tomada de decisão, exige
um posicionamento de não indiferença, diante do objeto que está sendo ajuizado. Por si,
ela não conduz à simples classificação de alguma ação ou pessoa e sua consequente
museologização, mas sim à transformação, ao crescimento. Uma ação, quando julgada
adequada a partir de suas manifestações, poderá ser mantida ou aprofundada; se ao
contrário, for admitida como inadequada, poderá ser reformulada e reencaminhada. A
avaliação, em si mesma, é um instrumento de dinamismo e progresso.
De acordo com Hoffmann (2012, p. 103), a finalidade da avaliação não é
descrever, justificar, explicar o que o aluno alcançou em termos de aprendizagem, mas a
de desafiá-los todo tempo a ir adiante, a avançar, confiando em suas possibilidades e
oferecendo-lhes, sobretudo, o apoio pedagógico adequado a cada um.
Porém na atual conjuntura, segundo Perrenoud (1999), avaliar é criar hierarquias
de excelência, em função das quais se decidirão a progressão no curso seguido, a
seleção no início do secundário, a orientação para diversos tipos de estudos, a
REFERENCIAL TEÓRICO
A análise de discursos nos remete às contribuições da teoria dialógica de
Bakhtin. Ele nos faz distinguir a existência de um conjunto de gêneros discursivos em
METODOLOGIA
A pesquisa assumiu enfoque qualitativo, fundamentada em seus aspectos
teóricos metodológicos na teoria Bakhtiniana com análise documental dos anais das três
últimas edições do ENPEC (VIII, IX E X) e EREBIO – regional 2 (V, VI e VII). Nesta
análise, foram observados discursos acerca do processo avaliativo na formação de
professores.
A busca por estes trabalhos iniciou-se com o estudo dos títulos e resumos
(quando os mesmos não estavam presentes nos textos, verificava-se a introdução) para
observar se estavam relacionados com a temática. A partir desta procura, dos 74
trabalhos apresentados no ENPEC sobre avaliação, apenas 6 retratavam este assunto na
formação dos professores. Quanto ao EREBIO, 12 abordavam a avaliação e apenas 2
faziam menção desta temática nos cursos de licenciatura. Nota-se a presença de diversas
vozes nesses textos, que foram remetidas por discursos antecedentes, os quais se
manifestam pelo uso de citações diretas e paráfrases.
RESULTADOS
De acordo com o trabalho desenvolvido por Miguel et al no IX ENPEC, o debate
sobre a importância da formação docente tem sido objeto de crescente atenção desde a
segunda metade do século XX. Os professores têm sido alvo e objeto de pesquisas que
procuram identificar não apenas as deficiências e insuficiências de sua atuação, mas
também as origens destes problemas. Essa perspectiva tem como pressuposto o
entendimento de que a formação dos professores pode viabilizar mudanças
significativas no quadro de dificuldades que o âmbito escolar apresenta (MONTEIRO,
2005). De acordo com Justina e Ferraz (2009), no processo de ensino e aprendizagem o
professor de ciências, ao planejar e avaliar, confronta-se com uma pluralidade de
concepções a respeito do que é ensino, aprendizagem, conhecimento, ciência, entre
outros aspectos. Entretanto, ressalta-se que a avaliação, para alguns professores, é um
processo que gera dúvidas e insegurança, haja vista o distanciamento entre as
recomendações contidas na literatura e sua prática avaliativa. Essa situação revela-se
não só na educação básica, mas também nos cursos de formação de professores, locais
onde o docente, na maioria das vezes, não consegue romper com a prática reducionista,
restringindo a avaliação como se essa fosse apenas um produto final.
CONCLUSÃO
Concluímos que a avaliação é limitadamente desenvolvida nos cursos de
formação de professores, refletindo as possíveis carências que se estabelecem no
cotidiano escolar, pois sem a devida preparação para o exercício da avaliação, os
professores tendem a repetir, em sua vida profissional, as experiências avaliativas
vividas ao longo de sua história, as quais, na maioria das vezes são contaminadas por
vieses autoritários e meritocráticos.
Entendemos que não há um modelo formativo pronto e acabado da avaliação da
aprendizagem, no entanto, considera-se que a adoção de uma avaliação de caráter
formativo nas mediações docentes no contexto da formação inicial de professores é
caminho frutífero para alcançar essa meta que está relacionada com a construção de
uma escola de qualidade.
Diante disso, percebemos que a formação de professores pode ser um diferencial
na inserção do futuro docente na escola e na construção de relações mais significativas
com o processo avaliativo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEDOR, P. B. A., LIMA, M. J. G. S. DE, REIS, S. A. DOS, De ex-aluna a licencianda:
uma experiência de prática de ensino no IFRJ, Anais do VI EREBIO – Regional 2.
Resumo
Este trabalho relata uma proposta de sequência didática (SD) que foi planejada para
introduzir o tema ―Sexualidade e Afetividade‖ no quinto ano. O enfoque teórico que
fundamenta o presente trabalho é a teoria sociocultural de Vygotsky por meio de uma
abordagem interdisciplinar. Tal sequência iniciou a partir de uma dinâmica para
identificar o conhecimento prévio dos estudantes acerca das mudanças físicas e
psicológicas que ocorrem na pré-adolescência. Para desenvolver a perspectiva biológica
e emocional que envolve o tema sexualidade, foram utilizadas estratégias metodológicas
diversificadas: aula expositiva dialogada, dinâmica, leitura de livro paradidático, uso
das TIC e palestra.
Palavras-Chave: Ensino; Ciências; Sexualidade.
Contexto do Relato
mesmos iniciassem a leitura dos livros paradidáticos que já foram mencionados acima.
As obras trazem questionamentos comuns aos pré-adolescentes e repostas simples que
facilitam a compreensão.
Com base na análise das produções textuais e exposições orais dos estudantes,
ficou evidente a importância da leitura dos livros paradidáticos, pois os mesmos
contribuem para o processo de letramento. Conforme Machado (1996) os livros
paradidáticos permitem construir o significado de temas a partir de suas múltiplas
relações com diferentes áreas do conhecimento.
Considerações
Os objetivos propostos para esta SD foram atingidos de maneira geral, pois foi
possível notar por meio da análise das produções dos estudantes e interações ao longo
do processo, que os mesmos participaram de forma ativa do processo de ensino e
aprendizagem. Por meio desta experiência é possível estabelecer a importância de
estratégias diversificadas para desenvolver o tema ―Sexualidade e Afetividade‖, como o
uso dos livros paradidáticos, que além de incentivar a leitura, contextualizam o
conteúdo de forma mais lúdica e esclarecedora.
acontece por meio da sua interação com o outro e com o meio. De acordo com seu
pensamento o sujeito que aprende não é somente passivo e nem apenas ativo, mas sim,
interativo e dinâmico, incorporando em sua história de vida, novas experiências, valores
e hábitos a partir de suas interações. Nesse contexto, ficou evidente a importância da
dinâmica utilizada para iniciar o conteúdo, das aulas expositivas dialogadas, da roda de
conversa, bem como, a palestra ministrada por uma médica da comunidade que
enfatizou as interações entre os envolvidos no processo.
Referências
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais
da Educação Básica. Brasília: MEC/SEB, 2013.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica.
Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação,
2002.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais. Brasília: MEC/SEF,
1998.
Centro Marista de Defesa da Infância. Projeto Defenda-se. Disponível em:
<http://defenda-se.com/>. Acesso em: 30 maio 2017.
Ciência Hoje na escola. Ministério da Saúde. Conversando sobre saúde com
adolescentes. [coordenação pedagógica e editorial Sheila Kaplan ; textos Beatriz
Corrêa... et al. ; ilustrações André Bethlem... et al.]. Rio de Janeiro: Instituto Ciência
Hoje, v.13, 2007.
FAZENDA, I. C. A. (Org.). O que é interdisciplinaridade. São Paulo: Cortez, 2008.
GONÇALVES Carlos, J. Interdisciplinaridade no ensino médio: desafios e
potencialidades. 2007. 172 f. Dissertação (Mestrado Profissionalizante em Ensino de
Ciências) - Universidade de Brasília. Brasília, 2007. Disponível em:
<www.unb.br/ppgec/dissertacoes/proposicoes/proposicao_jairocarlos.pdf>. Acesso em:
20 maio 2017.
MACHADO, N. J. Sobre Livros Didáticos: Quatro Pontos. Aberto, ano 16, p. 30-38,
1996.
Resumo
O Centro Educacional 104 do Recanto das Emas – DF, escola em que foi
desenvolvida a atividade para alunos do ensino médio adotou a metodologia da
semestralidade, baseada pelo art. 23 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB -
9394/96), e implantada em 2013. Como o próprio nome sugere, as disciplinas são
divididas em dois semestres, sendo que as cursadas no primeiro não serão mais vistas no
segundo semestre, exceto Língua Portuguesa, Matemática e Educação Física, que
continuam sendo anuais. Assim, um aluno que está cursando o 1º ano do ensino médio,
terá todo o conteúdo curricular de Biologia trabalhado em um semestre. A princípio, a
adaptação a essa nova metodologia foi bem difícil para todos os participantes da
comunidade escolar, desde a modulação dos profissionais à ministração dos conteúdos
em quatro meses líquidos. No entanto, a competência da equipe gestora e do corpo
docente, as atribulações puderam ser superadas.
Esse ano letivo de 2017, o tema escolhido foi a morte de duas personalidades
históricas: Maria Leopoldina, esposa de D. Pedro I – tema do júri para o 2º ano, e Iara
Iavelberg, militante de extrema-esquerda e companheira de Carlos Lamarca, declarada
suicida na época da ditadura brasileira – tema do júri para o 3º ano. O trabalho foi
elaborado nas coordenações pedagógicas e, inicialmente, abrangeria as disciplinas de
história, biologia e artes, mas com o entusiasmo percebido durante a elaboração do
projeto, os professores das outras disciplinas manifestaram interesse em participar.
METODOLOGIA
2ª etapa: Divisão dos alunos em grupo, de acordo com um júri real: juiz, meirinho,
réu(s), jurados, advogados de defesa, promotores, testemunhas.
3ª etapa: Palestra: Biologia Forense, ministrada pelo prof. Dr. Rodrigo de Mello,
docente da Universidade Católica de Brasília e coordenador do Pibid de biologia desta
instituição. A palestra foi realizada na própria escola, em turno contrário, para não
inviabilizar o trabalho dos outros professores.
6ª etapa: Julgamentos
7ª etapa: Avaliação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ferreira (1986) ensina que a experiência pode determinar uma prática, a qual
deve se manter por meio da conversação, da comunicação, da troca de saberes. Desta
forma, pode-se concluir que a interdisciplinaridade pode ser atingida quando se
promove exercícios investigativo, reflexivo e comunicativo do ato pedagógico, do ato
de ser professor (HAAS, 2007). Assim, segundo Haas (2007),
REFERÊNCIAS
Resumo
O estudo teve o objetivo de analisar a abordagem da temática Alimentação Humana
presente em livros didáticos de Ciências Naturais voltados para o 8º ano de
escolaridade. Realizou-se análise de conteúdo em 5 livros didáticos, em vigor para o
anos letivos de 2017/2020. Identificamos que este tema está inserido em unidades e
capítulos destinados à nutrição humana e sistema digestório e abordam de forma mais
aprofundada os aspectos: composição dos alimentos, função dos nutrientes, calorias,
alimentação equilibrada, obesidade e conservação dos alimentos. Embora os livros
didáticos sejam bastante completos na quantidade de conteúdos relacionados à
alimentação o enfoque é extremamente biológico e algumas vezes omitem questões
culturais, emocionais e sociais que envolvem os hábitos alimentares.
Palavras-Chave: Alimentação, Livros Didáticos, Ensino de Ciências.
A EAN foi pouco valorizada ainda durante a década de 1990 como disciplina e
como estratégia de política pública (BRASIL, 2012). No entanto, hoje em dia, a EAN
constitui uma estratégia preconizada pelas políticas públicas em alimentação e nutrição,
sendo considerada uma ferramenta importante para a promoção de hábitos alimentares
saudáveis (RAMOS, SANTOS e REIS, 2013). A promoção de ações dessa natureza
entre os cidadãos tornou-se uma questão de grande interesse social devido à associação
entre hábitos alimentares e o aumento de doenças crônicas não transmissíveis,
consideradas as causas de maior mortalidade no mundo (RODRIGUES e RONCADA,
2008; RODRIGO e EJEDA, 2008; BRASIL, 2012).
Procedimentos metodológicos
Anos Finais avaliados e aprovados pelo MEC no último Programa Nacional do Livro
Didático – PNLD/2017 (BRASIL, 2016), para serem adotados pelas escolas públicas.
A escolha dos livros didáticos de Ciências Naturais voltados para esse ano do
Ensino Fundamental se deu principalmente pelo fato de que o seu currículo,
tradicionalmente, aborda conteúdos relacionados aos sistemas do corpo humano,
incluindo o sistema digestório, o que favorece maiores possiblidades de se encontrarem
abordagens sobre Alimentação Humana e EAN no LD como apontam Cardoso e
Moreira (2016) e Greenwood e Fonseca (2016).
Resultados e Discussão
em relação a outros assuntos como, por exemplo, valor nutricional de sanduíches e junk-
foods.
Considerações Finais
A realização desse trabalho propiciou, entre outros aspectos, uma reflexão sobre
como a temática Alimentação Humana é abordada por livros didáticos de Ciências
Naturais direcionados ao oitavo ano do Ensino Fundamental: Anos Finais.
Referências
Resumo
Introdução
Os desafios para ensinar Ciências no Brasil estão presentes nas pesquisas que
revelam os baixos níveis educacionais de nossos estudantes em levantamentos
realizados por órgãos de pesquisa como o PISA (sigla de Program for International
Student Assessment) (SILVA, FERREIRA; VIEIRA, 2017). Para esses autores e para
Martins (2015), apesar da complexidade desse assunto, a falta de acesso à
experimentação, a desvalorização docente, bem como aspectos relacionados a uma
formação inicial ineficiente, podem ser apontados como fatores que resultam nesses
índices tão baixos. Além desses fatores, outros como a falta de elo entre o conhecimento
ensinado nas aulas de Ciências e o mundo cotidiano dos estudantes pode levar ao
desinteresse pelas aulas. Diante desse cenário, uma das estratégias encontradas para
melhorar o Ensino de Ciências seria a introdução de atividades experimentais no
currículo (VALADARES, 2001; GUIMARÃES, 2009).
Procedimentos Metodológicos
Esta pesquisa foi realizada com vinte e cinco licenciandos de Ciências Naturais
matriculados em uma disciplina optativa que discute a experimentação no contexto
escolar, destacando a importância da experimentação como ferramenta pedagógica que
pode ser utilizada em sala de aula para motivar a aprendizagem dos alunos referente aos
conteúdos de Ciências e Química. É importante salientar que esse curso não possui
nenhuma disciplina obrigatória que abarque esses aspectos.
O plano de ensino dessa disciplina prevê trinta e quatro aulas, com duas aulas
semanais de uma hora e cinquenta minutos cada. As aulas tiveram como estratégias
didáticas a leitura de artigos científicos que orientam como utilizar a experimentação em
sala de aula, orientações individuais e em grupo, aulas expositivas dialógicas, produção
de roteiros experimentais, apresentação de experimentos pelos estudantes e a elaboração
de um portfólio final com todos os experimentos e suas discussões conceituais e
metodológicas realizados durante a disciplina.
Para a análise dos dados obtidos durante a realização deste trabalho foi utilizada
uma abordagem qualitativa de pesquisa (LÜDKE; ANDRÉ, 1986) e serão apresentados
três momentos de discussão.
Resultados e Discussão
da experimentação nas aulas de Ciências, foi relatado que ela poderia estimular os
alunos para aprenderem os conteúdos e tornar a aula mais diversificada.
Fazer um experimento na sala de aula ajuda a deixar a aula mais interessante. (L02).
Fico nervosa e é mais fácil se eu falar logo o que está acontecendo. (L11)
A leitura dos portfólios, onde os alunos anotaram as suas observações das aulas, os
artigos científicos debatidos em sala, bem como todos os experimentos e suas
discussões conceituais e metodológicas trouxeram importantes reflexões por parte dos
alunos sobre as práticas desenvolvidas.
Vou guardar o portfólio para minhas futuras aulas e utiliza-lo nelas. (L17).
Considerações Finais
Referências
DRIVER, R.; ASOKO, H.; LEACH, J.; MORTIMER, E.; SCOTT, P. Construindo
conhecimento científico na sala de aula. Química Nova na Escola, n. 9, p. 31-40, 1999.
FRANCISCO JR, W. E. ; FERREIRA, L. H.; HARTIWIG, D. R. Experimentação
Problematizadora: Fundamentos teóricos e Práticos para Aplicação em Salas de Aula de
Ciências. Química Nova na Escola, n.30, p. 34-41, 2008.
GALIAZZI, M. C.; GONÇALVES, F. P. A Natureza Pedagógica da Experimentação:
uma Pesquisa na Licenciatura em Química. Química Nova, n. 27, p. 326-331, 2004.
GALIAZZI, M. D. C.; ROCHA, J. M. D. B.; SCHMITZ, L. C.; SOUZA, M. L. D.;
GIESTA, S.; GONÇALVES, F. P. Objetivos das atividades experimentais no ensino
médio: a pesquisa coletiva como modo de formação de professores de Ciências. Ciência
& Educação, v. 7, n. 2, p. 249-263, 2001.
Resumo
Introdução
Aspectos metodológicos
Discussão
Estes tipos de respostas dos/as estudantes revelam o que está presente na maior
parte do registro escrito feito por eles/elas. Tais pensamentos de senso utilitarista e de
visão antropocêntrica, voltado apenas ao ser humano, nos mostram o quanto o processo
de ensino-aprendizagem se consolida como uma instância de produção ou reprodução
de saberes, muitas vezes de forma irrefletida, adotando verdades que são propagadas na
mídia, nos materiais didáticos e na nossa formação cultural. Além disso, tais
informações agregam a interpretação do ser humano, seu organismo, enquanto distante
dos demais seres vivos. Neste sentido, nota-se a percepção dos/as alunos/as sobre os
outros seres enquanto necessários para fins específicos à nossa espécie. Por exemplo,
admitem o sentido reducionista de vida, aqui reportando-se aos demais seres vivos,
somente em relação à sua serventia, conveniência.
Esses discentes atribuem aos animais uma complexidade que não é extensível
aos vegetais, visto que eles/as concebem a falta de movimentação destes seres como não
vida, ou seja, menos complexos ou mais simples. Esse entendimento de complexidade
apenas da célula animal configura o reducionismo, uma vez que classifica
hierarquicamente os seres vivos em uma espectro de diversidade, categorizando a vida
por meio de apenas um atributo: a mobilidade. Se há mobilidade, há vida, caso contrário
caracteriza-se a morte (ou sem vida).
Eu faço essa associação [da célula como uma fábrica], [...] mas
eu não vou entrar na discussão que ela é uma fábrica e pronto,
não. Eu faço associação no sentido deles colocarem os papéis
empenhados pelos setores. As células têm os papéis em cada
organela, quero deixar bem claro (Prof. Lara).
Ainda nesta discussão do uso de analogias, como foi o caso do/a aluno/a do
ensino médio que comparou a célula à fábrica e o coração com uma bomba, temos a
presença e o reforço da visão mecanicista da vida. O corpo-máquina.
bomba); IV- elencar e discutir sobre as semelhanças e diferenças entre o coração animal
e a bomba hidráulica; V- apontar os pontos negativos ou inconsistentes da bomba
hidráulica em relação ao coração dos animais; VI- solucionar o caso a partir das
discussões levantadas com os/as alunos/as.
Considerações finais
Referências
Resumo
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO DA PRÁTICA
Após essas explicações, foi apresentado a tabela de valores das balas, que
representariam os recursos. Os alunos então tiveram 60 segundos para competir por esse
recurso que estava distribuído na sala em árvores de papel onde os mais altos teriam
mais facilidade e em recipientes de garrafa pet onde só se era possível pegar as balas
com as pinças.
Foi explicado que quanto mais pontos, mais energia seria obtida,
correlacionando com a maior chance de sobrevivência e a possibilidade de deixar
descendentes. O conceito de especiação simpátrica foi então construído, pois houve
discrepância em relação aos pontos obtidos entre os estudantes, em que ao longo de
várias gerações essas características que levaram o indivíduo a ter mais filhotes, seriam
herdadas, originando outra espécie. Alguns alunos pegaram apenas balas de uma cor e
outros pegaram de várias cores, assim o conceito de generalista e especialista também
foi trabalhado.
Para a segunda parte da dinâmica houve novamente a busca pelos recursos, mas
dessa vez o ambiente foi dividido pela lama do rompimento da barragem de Mariana. A
barragem fez com que existissem dois ambientes distintos: um onde havia árvores com
recursos que beneficiariam os alunos sem pinça e outro apenas com recipientes que
beneficiariam os alunos com pinça. A partir disso foi explicado o conceito de fluxo
gênico e questionado quais outros possíveis tipos de barreiras, considerando também os
impactos de ação antrópica.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a realização da aula, foi pedido para que os alunos da disciplina avaliassem
os pontos positivos e os pontos a serem melhorados da aula. A partir das avaliações,
pôde ser percebida a importância de um ensino em que o aluno não fique à margem do
processo de ensino-aprendizagem, mas que participe de forma ativa na construção do
conhecimento, como é evidenciado na fala a seguir:
A11: “Fazer a problematização e perguntas para o aluno faz com que a participação
dele fique mais ativa”
A11: “Colocando também, a necessidade de aprender sobre evolução, para termos uma
noção de como as coisas acontecem e aconteceram”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Resumo
Este texto relata um olhar acerca da vivência do grupo PIBID/Biologia da Universidade
Federal de Uberlândia, no que se refere ao planejamento e desenvolvimento de uma
intervenção que ocorreu em espaços públicos da cidade de Uberlândia. O ―Chá com
Flores‖ é resultado de uma construção coletiva entre os membros e escolas do
subprojeto PIBID/Biologia. Os mediadores da ação provocaram os visitantes a
participar de um diálogo que evidenciou os anseios e as percepções que a comunidade
tem respeito do cenário político, especialmente no que diz respeito às emendas
constitucionais e projetos de leis que afetam diretamente a educação. Esta ação
promoveu a troca de reflexões entre a comunidade e os pibidianos, principalmente
considerando as questões políticas que emergiam no país no ano de 2016.
Palavras-Chaves: PIBID; Gestão da Educação; Formação Docente Inicial
1. Apresentação
(BAKHTIN, 2003)
Conversamos com Bakhtin (2003), que nos provoca ao colocar que nós só nos
constituímos no mundo como um sujeito pensante e atuante pelos olhares do outro. Esse
dizer não é explicitado apenas oralmente, ele é um dizer que passa pelo afeto; pelos
olhares; em nãos; em ausências que vão me permitindo ser o que eu sou pelos olhares
do outro, é portanto, um deixar-se afetar a partir do olhar do outro, transformando-nos.
Somos capturadas portanto a uma prática docente atravessada pelo afeto e pela potência
de estar com o outro, acreditamos em uma educação que acontece na troca, nas
possibilidades de encontro, em movimento, que mais provoque do que esclareça. Tendo
em vista esses fatos supracitados, este trabalho tem como objetivo provocar a
comunidade a refletir sobre o cenário político e seus impactos por meio do diálogo e do
afeto.
Figura 1 e 2: Momento da intervenção ―Chá com Flores". Nosso convite para o diálogo
com a comunidade para além da universidade.
(FREIRE, 1981)
A vivência na intervenção ―Chá com flores‖ apesar de não ter sido executada
no espaço formal de educação, dentro dos muros da escola, com nossos alunos, nos
provocou a relacionar os resultados dessa experiência com a educação, já que, no
momento que nos colocávamos perante aos transeuntes, éramos também professores. E
transpor esses saberes para os desafios da educação se torna fundamental.
No decorrer dos tempos, o professor era reconhecido como o único que possuía
conhecimento, a principal fonte do saber. Os alunos eram obrigados a obedecer a regras
definidas e com nenhuma possibilidade de contestação ou argumentação. O desafio hoje
é nos colocarmos como professores críticos e reflexivos acerca da nossa realidade, para
além dos conteúdos previstos nas ementas das nossas disciplinas, como coloca Freire
em Pedagogia da Autonomia, para além de repetidores credenciados de frases e idéias
inertes (Freire, 1996). Devemos então levar em consideração o fato de que ―ser
professor‖ tem um grande papel no processo de transformação social de um indivíduo,
sendo assim a docência vai mais além do que somente dar aula. Seguimos junto a
Rubem Alves, querendo desaprender para aprender de novo. Raspar as tintas com que
nos pintaram, desencaixotar emoções e recuperar sentidos.
5. Referências bibliográficas
ALVES, R. A alegria de ensinar. 3ª ed. São Paulo: Ars Poética,1994. Disponível em:
http://www.virtual.ufc.br/cursouca/modulo_3/6994779-Rubem-Alves-A-Alegria-de-
Ensinar.pdf. Acessado em: 04/03/2017.
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003
BARROS, M. O livro das Ignorãças. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1993.
BRASIL. Câmara dos Deputados. Parecer do Relator nº 2 – PEC 241/2016. Brasília, 2016a.
Disponível em: <
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1496691&filenam
e =Tramitacao-PEC+241/2016> Acesso em: 10 de maio. 2017
Resumo
A Educação Ambiental (EA) deve ser tratada nas escolas de forma contextualizada,
reflexiva, contínua e permanente. Assim, objetivou-se compreender como a EA foi, ou
não, incorporada no currículo da rede estadual de Goiás (CREG). Para tanto, empregou-
se uma pesquisa qualitativa, mediante análise documental. A fonte de dados foi o
CREG, de 1º ao 9º ano, no componente curricular Ciências. Para a verificação foi
empregada à análise de conteúdo. A EA é inserida no currículo, a partir de uma visão
utilitarista e recursista, que não corrobora com a perspectiva crítica, não explicitando,
por exemplo, no item expectativas de aprendizagem a dimensão política imbuída nestas
questões. É recorrente ainda uma visão antropocêntrica, em que o homem é colocado de
forma externa à natureza.
Palavras-Chave: Educação Ambiental. Currículo Referência. Ciências.
Introdução
O olhar sobre as questões ambientais se intensificou na atualidade. Por meio de
diferentes abordagens a crise ambiental global tem sido retratada nos diferentes veículos
de comunicação, sendo pauta constante nas conversas dos indivíduos. Assim, como
parte de um contexto social, a escola enquanto uma das principais instituições sociais
também está repercutindo as discussões que levaram a criação de programas, ações e
movimentos ambientalistas.
Loureiro (2006, p. 52) ressalta que ―as proposições críticas admitem que o
conhecimento é uma construção social, historicamente datada, não neutra, que atende a
diferentes fins em cada sociedade, reproduzindo relações sociais‖. Assim, Trivelato e
Silva (2011, p. 20-21), por meio das colocações de Loureiro (2006), colocam que não
cabe nesta perspectiva crítica: 1) discutir conservação sem considerar os processos
sociais que levaram ao atual quadro de esgotamento e extinção; 2) falar em mudanças
de comportamentos sem pensar como cada indivíduo vive, seu contexto e suas
possibilidades concretas de fazer escolhas; 3) defender uma forma de pensar a natureza,
ignorando como cada civilização, cada sociedade e cada comunidade interagiam nela e
definiam representações sobre ela; 4) como produziam, geravam cultura e estilos de
vida e como isso se dá hoje.
25
A EA é entendida neste trabalho como ―um processo de aprendizagem permanente, baseado no respeito
a todas as formas de vida. Tal educação afirma valores e ações que contribuem para a transformação
humana e social e para a preservação ecológica. Ela estimula a formação de sociedades socialmente justas
e ecologicamente equilibradas, que conservam entre si relações de interdependência e diversidade‖,
segundo o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e de Responsabilidade Global,
escrito durante a Rio 92.
Essas ideias compartilham com a discussão proposta por Sauvé (2005, p. 317):
―A educação ambiental não é, portanto, uma ―forma‖ de educação (uma ―educação
para…‖) entre inúmeras outras; não é simplesmente uma ―ferramenta‖ para a resolução
de problemas ou de gestão do meio ambiente‖. Neste viés, a autora enfatiza a
importância do reconhecimento das dinâmicas sociais com o meio e o estabelecimento
da abordagem colaborativa e crítica dos problemas socioambientais.
26
O Currículo Referência da Rede Estadual de Educação de Goiás está disponível no site da Seduce, por
meio do link:
http://portal.seduc.go.gov.br/Documentos%20Importantes/Diversos/CurriculoReferencia.pdf.
27
Dias anteriores à construção deste artigo, a 3ª versão da BNCC, sob o comando da Secretária Executiva
do MEC, Maria Helena Guimarães, e da Coordenadora Ghisleine Trigo Silveira, foi encaminhada ao
Conselho Nacional de Educação para análise, elaboração de parecer e projeto de resolução.
28
A Seduce entende por sequências didáticas formas de organizar os conteúdos escolhidos ou indicados
pelos professores, para concretizar situações exemplares de ensino e aprendizagem, como apoio
metodológico à rede (Goiás, 2009).
29
Das oito sequências didáticas apresentados nos Cadernos 6.3 e 7.3, seis discutem temáticas relativas a
Educação Ambiental.
Observa-se que estes eixos estão presentes em todo o CREG ao longo dos nove
anos, permeando os bimestres que compõem o ano letivo. Entretanto, à medida que se
avança na escolarização, percebe-se que a quantidade de bimestres dedicada ao estudo
do eixo ambiente se torna cada vez mais rarefeita. Nota-se que: 1) nos primeiros anos, a
discussão do tema é mais abrangente, perpassando por três ou quatro bimestres e, 2) ao
final desta fase da educação básica, o debate se restringe a momentos pontuais, em um
único bimestre, revelando o forte vínculo com uma das concepções de EA mais
criticada: a comportamental.
Considerações Finais
A análise realizada possibilitou a compreensão sobre como a EA foi incorporada
no CREG. Assim, é possível inferir que a temática ambiental é inserida no currículo da
rede estadual de Goiás, porém a partir de uma visão utilitarista e recursista, que não
corrobora com a perspectiva crítica, ou seja, o mesmo não coloca em questão o
movimento histórico e social de constituição dos problemas ambientes, não
explicitando, por exemplo, no item expectativas de aprendizagem a dimensão política
imbuída nestas questões. É recorrente ainda uma visão antropocêntrica, em que o
homem é colocado de forma externa à natureza.
Referências
ARROYO, M. G. Currículo, território em disputa. Petrópolis: Vozes, 2011.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Prol e Acabamento, 2011.
BARRETTO. E. Tendências recentes do currículo do ensino fundamental no Brasil. In:
BARRETTO, E. S. de S. (org.). Os Currículos do Ensino Fundamental para as Escolas
Brasileiras. Campinas: Editora Autores Associados, 1998. p. 05-42.
RESUMO
INTRODUÇÃO
Para que isso ocorra, é importante que a formação de professores seja repensada,
pois os estágios, ainda nos dias de hoje carregam marcas e características que precisam
ser superadas. Pimenta (1996, p. 96) diz que a formação inicial de professores está além
da aquisição de ―habilidades tecnicomecânicas‖, já que ser professor não é um exercício
―burocrático‖, mas um exercício intelectual de reflexão sobre a realidade educacional e
social como estão dadas e se desenvolveram historicamente, podendo ser agente que
Podemos notar então que a educação passou por diversas mudanças, porém,
atualmente ainda nos deparamos com grandes problemas tanto na formação de
professores como nas escolas. Machado (2000) articula a boa formação do profissional
da educação à habilidade e preparo do mesmo para enfrentar as situações atuais do
sistema educacional brasileiro, com a possibilidade de contribuir para melhoria de
qualidade de ensino. O estágio na formação dos professores permite conhecer esta
realidade, podendo refletir sobre ela, também refletir sobre as práticas e conteúdos
utilizados nas escolas, podendo inclusive atuar, propondo outras práticas.
METODOLOGIA
Foram feitas observações participantes das aulas, além de entrevistas com alguns
membros da comunidade escolar: alguns professores, inclusive o professor supervisor
de estágio, aproximadamente 15 (quinze) alunos e com 6 (seis) pessoas que trabalhavam
na manutenção. A observação permite ao pesquisador ter maior contato com a realidade
social e também o possibilita enxergar os sujeitos de pesquisa, como afirma Ludke e
André (1986, p. 26):
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ainda, com base na pesquisa realizada durante o estágio, por meio de entrevistas
realizadas com alunos, professores e alguns membros do serviço técnico da escola,
obtivemos diversos relatos. Com os alunos, alguns manifestam sua insatisfação com a
falta de espaço para diálogo com os professores, uma vez que os professores em grande
parte seguem metodologias tradicionais, sem abertura para o debate efetivo com os
alunos. Outros alunos destacam que mesmo fora da sala, não há espaços para promover
um diálogo e interação entre o aluno-professor e para que o aluno possa expor suas
opiniões. Outros ainda, questionam as aulas com metodologia tradicional utilizada pelo
professor pelo fato de a aula ser repetitiva e pouco interessante. Os relatos dos alunos
acabam por reafirmar aquilo que se observou nas aulas de Ciências.
Contudo, temos claro que estas problemáticas não são resultantes apenas de
escolhas individuais dos professores. Há questões que estão colocadas de forma coletiva
e que submetem estes profissionais a condições de trabalho muito difíceis: contratos
frágeis e temporários, baixos salários, longas jornadas de trabalho, tempo para
preparação de aulas não remunerado, além da formação muitas vezes aligeirada em
tantas Instituições de Ensino Superior que são grandes empresas, mais comprometidas
com seu lucro que com a formação de professores competentes e politicamente
compromissados (FESTOZO, TOZONI-REIS, 2017). A desvalorização histórica da
profissão tem reflexos diretos na desvalorização do seu trabalho no dia a dia pelos
próprios alunos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
TAPIA, J.A. Contexto, motivação e aprendizagem. In: TAPIA, J.A; FITA, E.C. A
motivação em sala de aula: O que é, como se faz. 5ed. São Paulo: Loyota, 2003.
RESUMO
INTRODUÇÃO
fundamental que haja uma aproximação entre esses diferentes saberes, pois, assim como
afirma Libâneo (2015) se complementam, além de estarem atrelados.
DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
Proposta da aula
Descrição da aula
Além disso, os alunos perceberam que cada região brasileira mantém hábitos
alimentares diferentes, influenciados por sua cultura local. Dessa forma, foi trabalhado a
pluralidade cultura, um dos temas transversais propostos nos Parâmetros Curriculares
Nacionais. A transversalidade é a possibilidade de relacionar os conteúdos escolares
específicos e a realidade concreta dos alunos (BRASIL, 1998).
Após este momento de confraternização, foi pedido aos alunos que fizessem
uma avaliação apontando os pontos positivos e os pontos a serem melhorados da aula.
Esta avaliação foi utilizada para a análise deste trabalho.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
As falas dos alunos foram agrupadas por conterem elementos comuns. Diante
disso, foram feitas categorias para a análise.
uma sociedade que rompa com a exclusão das minorias e respeite a diversidade em
todas as suas formas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
SMOLKA, Ana Luiza Bustamante; GÓES, Maria Cecília Rafael de. A linguagem e o
outro no espaço escolar: Vygotsky e a construção do conhecimento. São Paulo:
Editora Papirus, 1995.
Resumo
INTRODUÇÃO
Passados os anos 50 já nos fins dos anos 60, a formação de profissionais não se
mostra efetiva e consolidada uma vez que, há uma desvalorização da profissão docente
com salários cada vez mais baixos e assim formam-se professores sem preparo teórico e
habilidade para lecionar nas escolas primárias. Na década de 70, com a Lei 5692/71, são
A observação de aulas é uma das ações que o estagiário participa que contribui
diretamente na formação docente, porém é interessante que esta observação da turma
seja um processo anterior à regência de aulas para que o futuro professor possa conhecer
a turma, o contexto em que estão inseridos (NODARI e ALMEIDA, 2012) e possa,
assim, propor processos de ensino que facilitem a construção de conhecimento com os
alunos. Além disso, as autoras dizem que a observação de aulas vem auxiliar o
estagiário a constatar que não existe receita pronta ou um modo de agir que será efetivo
para todas as situações, pois cada momento é único e depende de uma postura crítica do
docente. Porém, Pimenta e Lima (2005) discutem que as relevâncias proporcionadas
pelo estágio só se fazem possíveis a partir da reflexão e análise da vivência no estágio,
sendo estas amparadas pelos fundamentos teóricos que a atividade formativa viabiliza.
METODOLOGIA
Foi utilizada a pesquisa qualitativa, pois conforme Tozoni-Reis (2008) este tipo
de metodologia busca compreender os fenômenos nos quais os indivíduos estão
inseridos, a partir do contato direto do pesquisador com o objeto de estudo e interação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
que a proposta de aula não se configurou como efetiva para o ensino-aprendizado, pois
os alunos não participaram da atividade e se apresentavam apáticos, desestimulando
assim a estagiária. As metodologias alternativas são importantes para auxiliar no
processo de ensino-aprendizagem, pois estimulam os discentes a participarem da
atividade, aproximando-os da construção de conhecimento e contribuindo de forma
positiva no ensino (SILVA e NASCIMENTO JUNIOR, 2014). Esse estímulo vindo do
professor pode despertar vontade no discente de querer aprender, deixando-os
motivados (CASTOLDI e POLINARSKI, 2009). A prática se opõem as metodologias
conteudistas, pois, do ponto de vista pedagógico, quando utilizada há um alto risco do
estudante não aprender devido à falta de interação entre os alunos envolvidos, o
professor e o conhecimento a ser construído (VASCONCELLOS, 1992). Contudo,
pode-se perceber que a prática da estagiária não despertou o interesse dos discentes,
ainda que tenha havido uma intencionalidade e preparação de atividades buscando a
participação dos alunos. Desta forma, a nova experiência vivenciada foi relatada nas
aulas de estágio, a fim de compreender os motivos que levaram ao ocorrido. Nestas
discussões discutiu-se que o contexto escolar e o seu histórico podem ter influência
neste cenário: metodologias conteudistas são utilizadas por muitas instituições escolares
(Lourenço, 2015), o que pode acarretar em desmotivação dos estudantes com relação a
sua participação durante as atividades, assim o uso de diferentes recursos pedagógicos
pode minimizar esta problemática.
Abordar esse tema na atividade de estágio nos proporcionou compreender a
realidade a ser enfrentada quando da atuação profissional como futuro professor, além
disso, discutir a temática pode permitir ao discente refletir e criar soluções com relação
a essas problemáticas, pois o estágio, segundo Pimenta e Lima (2006), se constitui
como um espaço formativo enriquecedor para o aprendizado da docência, levando em
consideração a complexidade de se construir uma formação inicial de qualidade.
Os momentos vivenciados durante atividade formativa na universidade foram
significativos para repensar a relevância de o docente interagir e conhecer sua turma e
principalmente adaptar as metodologias de acordo com o perfil dos estudantes da classe.
A partir dessa nova abordagem foi repensada a próxima regência a fim de ser trabalhado
um recurso que fosse efetivo, no sentido de contribuir para a construção de
conhecimento com os discentes e propiciar interação entre professor, aluno e
conhecimento. Neste sentido, Santos (2004) analisa que o estágio se configura como um
REFERÊNCIAS
RESUMO
INTRODUÇÃO
As metodologias conteudistas são amplamente utilizadas pela maioria das
instituições escolares o que colabora para o desinteresse dos discentes durante a
abordagem das temáticas na sala de aula, ocasionando falhas no processo de ensino-
aprendizagem (LOURENÇO, 2015). Para Ovigli (2011), a inserção dos recursos
pedagógicos permite uma interação entre alunos e o objeto a ser estudado,
proporcionando a construção de novos saberes. Segundo Pereira (2003), as estratégias
metodológicas são importantes para que o estudante construa seu próprio conhecimento
a partir dos conteúdos abordados, permeando uma aprendizagem fundamentada e mais
prazerosa. A aplicação de atividades em que o aluno participe de maneira mais ativa na
construção do seu conhecimento, não apenas usando o seu lado racional, mas também
seus talentos, suas intuições, suas sensações e emoções, contribuem não somente no
processo de aprendizagem, mas no resgate do ser humano e na busca por novas formas
de pensar e compreender o mundo, formando cidadãos pensantes (MORAES, 2000).
Os autores ainda apontam que existe a necessidade de realizar o uso dessas redes
não somente como forma de distração e lazer, mas também, como uma maneira de
aprendizado uma vez que tais redes podem contribuir e atuar para a construção do
conhecimento e atuação docente. A tecnologia ainda pode ser considerada um meio que
permite tirar partido das suas múltiplas potencialidades enquanto espaço de interação e
de partilha, segundo Minhoto (2012).
DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE
PLANO DE AULA
Objetivos
Conteúdo programático
- Células
- Organelas
Recursos didáticos
Métodos e procedimentos
1ª etapa
Para o primeiro momento foi pensado na realização de uma visita ao Museu de História
Natural da Universidade Federal de Lavras com o intuito de que os alunos fizessem uma
associação do museu com algumas imagens pensadas para esse momento. Pensou-se em
utilizar imagens de animais e vegetais do Museu, juntamente com uma imagem de uma
célula animal e vegetal, respectivamente, para que os estudantes fizessem uma análise e
procurassem qual a relação existente com o que foi visto durante a visita.
2ª etapa
Também foi pensado na utilização de uma dinâmica utilizando balas. O objetivo era fazer
com que eles percebessem que há uma interação e uma independência entre as organelas
presentes nas células.
3ª etapa
Avaliação
A construção do perfil do facebook foi pensada como método avaliativo, pois os alunos
poderiam demonstrar seus conhecimentos através do perfil criado por eles, facilitando a
compreensão de todos e caso houvesse alguma dúvida esta poderia ser solucionada por
mediações do professor.
Relato da atividade
Foi proposto na disciplina de Metodologia do Ensino de Biologia que os
discentes construíssem uma aula com duração de 50 minutos. Após o processo de
construção das aulas foram realizadas apresentações aos integrantes do Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) – Biologia, estes avaliaram os
recursos pedagógicos desenvolvidos pelos alunos, contribuindo para a construção do
conhecimento acerca do tema. Posteriormente a atividade foi realizada com os alunos da
disciplina no Museu de História Natural (MHN) da Universidade Federal de Lavras
(UFLA).
Em um primeiro momento foi proposto aos alunos que fizessem uma associação
com algumas imagens apresentadas a eles durante a visita ao museu. Essas imagens
estavam com zoom de alguns animais e vegetais do próprio espaço. Juntamente com
elas foi entregue a figura de uma célula animal e vegetal para que os estudantes
pudessem realizar uma análise e procurar qual a relação existente entre as fotografias e
os animais e plantas encontrados no museu. No segundo momento foi realizada uma
dinâmica utilizando balas para que os alunos pudessem perceber a interação e a
dependência das organelas presentes nas células.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As falas a seguir foram registradas, por escrito, pelos estudantes que avaliaram a
atividade desenvolvida na disciplina de Metodologia de Ensino de Biologia. Os doze
alunos não se identificaram durante esse processo, para a identificação dos participantes
foi utilizada a letra ―P‖ seguida do número em que apareceram na ordem de avaliação.
As falas foram reunidas nas categorias apresentadas no quadro abaixo.
De acordo com Castro (2013), o uso desta rede social configura-se também
como um importante recurso didático-pedagógico, possibilitando aprendizagens
significativas em um meio virtual cada vez mais utilizado pelos indivíduos. Para
Campos et al. (2012), no sentido da docência, ainda existe pouco uso das redes sociais
virtuais e tais espaços devem ser explorados, uma vez que a grande interação existente
pode ser interessante para o aprendizado e pode trazer implicações para todo processo
educacional. De acordo com Fumian (2013), a utilização de uma mídia que está no
cotidiano dos estudantes potencializa a disseminação de informação e conhecimento de
forma dinâmica e diversificada através de um cenário digital global, o que pode auxiliar
os professores a construir o conhecimento com o máximo possível de alunos.
Outro ponto a ser destacado é que nas avaliações escritas pelos alunos da
disciplina não foram feitas referências com relação à importância do museu no processo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com as análises das falas dos alunos, pode-se concluir que as
estratégias pedagógicas utilizadas puderam trazer benefícios no ensino de biologia
celular. As metodologias utilizadas contribuíram para que os alunos se apropriassem de
vários aspectos que são fundamentais para o aprendizado como entender que o
organismo é formado por células e essas possuem organelas, suas funções e interações.
REFERÊNCIAS
CAMPOS, N. S.; SANTOS, A.; SANTOS, M. M.; SANTOS, N. B.; CORDEIRO, A..
Lições aprendidas em uma experiência de utilização do Facebook como Arquitetura
Pedagógica de apoio a um curso em regime Blended Course. Revista Augustus
(UNISUAM. Online), v. 17, p. 75-93, 2012.
CASTRO, F. V.; OLIVEIRA, S. H. A.. Implicações no facebook para uma abordagem
de gêneros textuais, Anais do EITEC, v. 2, n. 1, 2013.
CAVALCANTE, I. ; BARCELLOS, P.. Proposta de estratégias didática para construção
do conhecimento em Divisão Celular. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA
EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, v. 4, p. 1-5, 2004.
CECCON, S.-UFGD. Dinâmicas de grupo como ferramentas didático-pedagógicas para
ensino médio de biologia. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO–
EDUCERE, p. 1-13, 2008.
Resumo
As licenciaturas têm por objetivo formar professores para a educação básica e devem
estar atentas ao perfil do egresso que pretende formar. Objetivamos apresentar e discutir
os locais de atuação profissional dos egressos de um curso de licenciatura em ciências
biológicas que optaram ou não pela docência e os respectivos motivos. Os dados
indicam que 54,5% dos egressos atuam na docência, mas apenas 33,3% na educação
básica pública. Já dos 45,5% que não atuam na docência, 30,3% dizem que poderiam
atuar e 15,2% indicam que nunca atuariam. Os fatores para o distanciamento da carreira
docente são extrínsecos, investir em uma formação crítica e política que auxilie o
egresso a discutir as questões profissionais que perpassam a carreira escolhida.
O trabalho ora apresentado faz parte de uma pesquisa de Iniciação Científica que
tem como objetivo geral discutir a contribuição de um curso de Licenciatura em
Ciências Biológicas de uma universidade pública do centro-oeste para educação básica
do estado de Goiás na perspectiva da atuação de seus egressos nessa etapa da educação,
em especial na educação pública. Nesse recorte apresentamos os resultados relacionados
ao mapeamento dos locais de atuação profissional dos egressos que optaram pela
docência e os motivos que os egressos que não optaram pela carreira indicam para uma
possível (ou não) atuação futura.
30
Com a Lei no 11.502/2007 o Decreto no 6.316/2007, “a Capes incorporou ao seu portfólio a
coordenação do sistema nacional de formação de professores e subsidia ao MEC na
elaboração de políticas e atividades de suporte para formação dos docentes em todos os níveis
e modalidades de ensino” (PEREIRA e MINASI, 2014, p.19).
iniciativa privada, ao mesmo tempo em que ―permite‖ maior acesso ao ensino superior é
excludente.
Objetivos
Metodologia
Resultado/ discussão
31
Foi utilizado o sistema: https://www.google.com/docs/about/ item “formulários”.
É claro que a universidade sozinha não vai dar conta dos tópicos que
determinam a escolha profissional dos sujeitos, mas pode auxiliar nas discussões sobre
essa questão. É relevante considerar que o perfil do curso influencia, assim como as
condições profissionais da atividade.
uma formação crítica e política que auxilie o egresso a discutir as questões profissionais
que perpassam a carreira escolhida.
Considerações
Referências
PINTO, J. M. de R. Pesquisa mostra que não falta professor, mas interesse de seguir a
carreira. in: http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,pesquisa-mostra-que-nao-
falta-professor-mas-interesse-de-seguir-a-carreira,1552687 (Acesso em: 25/05/2017).
RESUMO
INTRODUÇÃO
Ainda, Castro e Mortale (2012) apontam que não é incomum professores que
não saibam diferenciar força e energia, logo, seus conceitos são trabalhados como
sinônimos. Sendo assim, os autores, ainda, enfatizam que a visão que o docente tem de
certos conteúdos, influencia de forma significativa como essas explicações são
apresentadas aos alunos. Portanto, quando o professor trabalha com seus educandos
ideias equivocadas a respeito do conceito de energia, impossibilita que os estudantes
compreendam, de fato, os fenômenos que envolvem a energia, e para além disso, que
entendam a realidade da natureza.
DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
Proposta da aula
Também foi utilizado um poema, escrito por Joyce dos Santos, uma das autoras
do trabalho, pois desenvolve a imaginação e curiosidade dos alunos e, ainda como
aponta Carvalho (2011), o poema cria possibilidade para que lúdico seja trabalhado,
apresentando um jogo de palavras e sons. E ainda, foram utilizadas algumas imagens na
problematização, pois, assim como afirma Litz (2009) as imagens devem ser usadas
com a possibilidade de construir conhecimentos.
Descrição da aula
A aula foi ministrada aos alunos da disciplina, e foi dividida em três momentos.
O primeiro momento foi iniciado com a utilização de quatro imagens mostrando
diferentes fontes de energia, a partir dos conhecimentos prévios dos alunos a aula foi
problematizada a fim dos mesmos construírem o conceito de Energia, suas
transformações e capacidade de armazenamento, com isso, foi possível iniciar uma
discussão sobre energia renovável e não-renovável e suas implicações no cotidiano.
Após o término da aula foi pedido aos alunos para fazerem uma avaliação
destancando os pontos positivos e os pontos a serem melhorados da aula. Esta
avaliação foi utilizada na análise do presente trabalho.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir das falas dos alunos foram elaboradas 4 categorias, onde foram
expressas ideias semelhantes. O quadro a seguir traz as categorias e a frequência que
apareceram nas falas.
Categorias Frequências
É necessário que a leitura seja vista pelos alunos como um ato e exercício crítico
e não ser estimulada com a finalidade de ocupar os mesmos em sala de aula. E assim
como apontam Silva e Jesus (2011), é preciso que a leitura seja apresentada aos alunos a
fim de romper com certos preconceitos e aversão de alguns à leitura, principalmente à
poesia. Os autores ainda dizem, que o uso da literatura deve ser trabalhado também no
desenvolvimento da personalidade humana, já que esta arte está ligada a própria textura
social.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
REFERÊNCIAS
BÖHM, Giani M. Bärwald; KURTZ SANTOS, Arion de Castro. Estudo das concepções
dos alunos sobre a energia elétrica e suas implicações ao meio ambiente. Ambiente &
Educação (FURG), Rio Grande, v. 7, 2002, p. 45-62.
SILVA, Eliseu Ferreira; JESUS, Wellington Gomes. Como e porque trabalhar poesia na
sala de aula. Revista Graduando, v. 01, p. 21-34, 2011.
RESUMO
O presente trabalho relata uma experiência pedagógica desenvolvida na disciplina de
Metodologia do Ensino de Biologia do curso de licenciatura em Ciências Biológicas da
Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais, UFLA, a fim de entender como
metodologias alternativas de ensino auxiliam na formação inicial de professores. A
prática consistiu em construir o conceito de gene utilizando uma metodologia dialógica,
inicialmente, seguido do uso do microscópio, e da utilização de um vídeo. Também foi
proposto que os participantes construíssem um modelo de célula com material em EVA.
Ao final da atividade foi pedido que os alunos avaliassem de forma escrita a atividade
desenvolvida. A análise foi feita a partir desses relatos sendo utilizada a metodologia de
pesquisa qualitativa. Diante da análise feita foi possível perceber a relevância da
metodologia desenvolvida na construção do conceito de gene.
Palavras-Chave: Metodologia Alternativa de Ensino; Ensino de Biologia; Ensino de
genética.
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
A Proposta da Disciplina
A proposta da disciplina metodologias de ensino era construção de um currículo
em genética para o ensino médio com metodologias não expositivas. Assim, a sala foi
dividida em grupos onde cada grupo construiria uma aula durante o semestre abordando
um conceito de genética. Esta disciplina tem como objetivo auxiliar na formação inicial
de professores, contribuir para a construção da identidade docente dos licenciandos e
também discutir as questões envolvidas no sistema educacional.
Após os setes primeiros temas trabalhados, foi ministrada a aula que teve por
objetivo construir o conceito de gene. Para o desenvolvimento da aula foi utilizada a
técnica dialógica, pois assim como aponta Gadotti (1991), esta técnica possibilita que os
alunos expressem seus conhecimentos prévios. Também foi utilizado o microscópio a
fim de diminuir a abstração do tema e, um vídeo, pois quando utilizado de maneira
correta, sendo um mediador entre o conhecimento e o aluno, permite a melhor
compreensão do tema.
Depois da construção do currículo e a definição dos recursos pedagógicos a
serem utilizados no desenvolvimento da aula, a metodologia pensada foi apresentada
aos alunos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência da
Universidade Federal de Lavras, MG, PIBID Biologia, onde os bolsistas puderam
apresentar críticas e sugestões a fim de maximizar as potencialidades da metodologia
pensada.
Descrição da aula
síndromes cromossômicas, etc.) buscando, por meio de diálogos, chegar em que aspecto
estes assuntos se relacionam com a genética. Em seguida, os alunos foram divididos em
três grupos para que fizessem lâminas a fim de visualizar células ao microscópio
utilizando mucosa bucal, onde usaram palito de dente para coletar a amostra, passaram
sobre a lâmina, colocaram uma gota de corante (azul de metileno) cobriram com
lamínula e fizeram a visualização. Então foi pedido a cada grupo que organizassem um
modelo de célula (feitos com papel EVA), conforme visualizaram ao microscópio. Com
isso buscando resgatar os conhecimentos prévios dos alunos, foram feitos
questionamentos sobre o que é cromossomo, DNA e gene, e então foi explicado o
conceito de cada um, onde se localizam, os processos de duplicação, transcrição e
tradução, e qual função desempenham nos organismos. Para uma melhor visualização
dos processos foi apresentado um vídeo curta-metragem a fim de facilitar o
entendimento de como estes ocorrem nas células. Como atividade avaliativa, os alunos
fizeram um texto ou esquema representando o que foi discutido em aula. As falas dos
estudantes estão apresentadas a seguir:
A1: “Gene é uma parte do DNA que contém uma informação genética. DNA é uma
molécula que contém todas essas informações. Cromossomos são moléculas de DNA
enoveladas com proteínas. A duplicação é um processo em que o DNA é replicado com
auxílio de uma enzima chamada DNA polimerase. Transcrição é um processo em que o
DNA forma um RNA que será usado para formar proteína”.
A2: “O DNA é um armazenador de informações genéticas. Ele é localizado no núcleo
de todas as nossas células. Os genes são partes específicas do DNA, mas nem todo o
DNA pode ser considerado gene. Para nossas funções biológicas serem mantidas
precisamos sempre de células novas e para isso o DNA deve ser replicado existindo no
núcleo de todas as nossas células. Ao longo do dia a dia precisamos de proteínas e elas
são formadas a partir dos genes. No núcleo o gene é transcrito e sai para o citoplasma
como RNAm que irá virar proteína”.
A3: “As nossas características são determinadas pelos genes. Genes são sequências de
DNA. DNA é nossa informação genética, é nele que estão características como cor dos
olhos, cabelo, entre outras. O DNA fica no núcleo da célula, quando a célula se divide,
ele se reorganiza em cromossomos, que são formados por DNA condensado. Para que
nossas características sejam expressas ocorrem alguns processos como: transcrição,
tradução, ocorrendo a síntese de proteínas”.
A4: “O DNA tem a capacidade de se replicar dando origem a outras fitas de DNA.
Através do enovelamento, dá origem aos cromossomos que contém os genes que são
responsáveis pela determinação das nossas características”.
A5: “O gene é uma “região” do DNA que tem função específica, e pode ser utilizado
pela célula na formação de mais DNA ou na formação de proteínas com participação
dos ribossomos. Essas informações são hereditárias e determinam genótipos.
Após o término da aula foi pedido aos alunos que escrevessem uma avaliação
apontando os pontos positivos e os pontos a serem melhorados da metodologia
desenvolvida. Essas avaliações foram utilizadas para a análise do presente trabalho.
Metodologia
Resultados e Discussões
A partir das falas dos licenciandos foi possível analisar a importância da prática
desenvolvida para a construção do conceito de gene. Os participantes foram
identificados pela letra X acompanhado de um número para diferenciá-los.
X1: “ O uso do microscópio foi de grande importância para a explicação do conceito
de gene, pois ficou menos abstrato o tema. A apresentação das células utilizando os
modelos também foi de grande ajuda para abstrair o formato de uma célula e os
componentes gaméticos. No segundo momento da aula, apesar da ótima explicação e
demonstração de conhecimento do tema, ficou um pouco expositiva o que torna a aula
um pouco mais cansativa, poderia ter focado mais a aula como no primeiro momento e
assim explicando os processos (... )”
X2: “ A utilização do microscópio para a visualização do núcleo da célula deixou a
aula menos abstrata, facilitando a construção do conceito de gene, no entanto, acredito
que a utilização do vídeo no final teve o intuito de “fixar” o que foi ensinado. Portanto,
seu uso é desnecessário. Talvez se o vídeo fosse o ponto inicial da aula poderia ser
trabalhado o que foi abordado nele, assim, o vídeo não teria o propósito de fixar
conteúdo.
Acredito também que alguns conceitos poderiam ser trabalhados de modo que os
alunos pudessem interagir mais, facilitando o processo de compreensão sobre o tema”.
X3: “ Devido ao fato de você ter ficado responsável por ensinar uma parte da biologia
muito abstrata foi necessário a aula ser expositiva. Não vejo isso como negativo,
entretanto percebi que por sua prática abraçar muitos conceitos, processos e nomes
distantes da realidade escolar a aula ficou um pouco confusa (...).
Sabe Lets, a aula ficou distante da real necessidade biológica e fisiológica do por que
temos que duplicar DNA. Pq? Pois estamos constantemente crescendo, renovando as
células...
As escolhas que você fez para organizar a sua aula direcionou a aula para não ter
abarcado nenhum tema transversal.Gostei do início da metodologia;talvez o vídeo se
enquadre em reforço conceitual (...).”
X4: “O conteúdo trazido na aula é muito denso e repleto de detalhes e a metodologia
da Letícia trouxe de forma simples, de modo que, para os alunos o conhecimento seja
bem construído e bem claro. A professora foi o menos expositiva possível, o que tornou
a aula bem didática”.
X5: “ A aula ministrada pela professora, foi bem detalhada, porém para melhor
entendimento poderia ter um pouco menos de conteúdo, pois assim o tema da aula
poderia ser um pouco mais trabalhado. O vídeo foi bem interessante pois trouxe uma
realidade maior do que acontece. Montar lâminas foi ótimo pois assim a professora
conseguiu despertar o interesse dos alunos pelo conteúdo”.
X6: “ A metodologia foi bem rica e bem utilizada para trazer o tema, os conceitos a
serem discutidos, o que provocaria curiosidade nos estudantes, por exemplo, no E.M. A
aula precisaria de mais tempo e algumas “aulas de base” para que os conceitos fossem
bem definidos previamente. A aula foi um pouco expositiva devido ao nível de
abstração encontrado no tema e na quantidade de informação. A aula seria muito boa
em um curso mais avançado (curso superior), mas um pouco de “difícil entendimento”
para alunos do E.M, o que levaria mais tempo para ser trabalhado nessas turmas (...)”.
X7: “(...) Por se tratar de um tema complexo houve o cuidado para que o conteúdo
fosse passado de forma simples com a utilização de dinâmicas e uso de vídeo, o que
aproximou o conteúdo com o aluno, além de ser passado de forma mais objetiva e de
melhor compreensão sobre os conceitos aplicados”.
Um pouco de discussão
A partir das falas dos licenciandos foi possível perceber que os discentes da
disciplina entenderam as dificuldades que são encontradas na metodologia tradicional
de ensino, que segundo Darroz et. al (2015), são baseadas na transmissão e recepção de
informações, onde parte-se do pressuposto que os alunos não possuem conhecimentos
prévios, dessa maneira, os educandos são capazes apenas de reproduzirem o que foi
visto em sala de aula nas provas. Com isso, a capacidade dos alunos de fazerem
conexões entre o que foi aprendido em sala de aula e a realidade que estão inseridos
fica, de certa forma, comprometida.
Diante disso, é necessário que o sistema educacional brasileiro seja repensado, já
que de forma majoritária, nas escolas, ainda está presente o ensino tradicional. Para
Rosa e Rosa (2012), diante da crise que a educação no Brasil vive, é preciso que se
rompa com este ensino que valoriza a transmissão de saberes e acúmulo de informações
que a escola se submete. É preciso que a educação proporcione ao estudante uma
formação que o torne capaz de compreender o mundo no qual está inserido, e que atue
de forma ativa na sociedade.
Ainda, a partir dos relatos dos discentes nota-se o destaque que a utilização do
microscópio teve durante o desenvolvimento da aula. Segundo Silva et al (2009),
enquanto recurso pedagógico, o microscópio pode contribuir de forma significativa no
processo de ensino e aprendizagem dos alunos. Os autores ainda ressaltam que o uso
desse recurso torna a aula mais dinâmica e minimiza a dissociação entre teoria e prática.
Sendo assim, o microscópio desempenha importante papel no desenvolvimento da aula
e sua utilização deve ser bem pensada para potencializar o processo educacional.
E por fim, o vídeo é destacado como importante recurso pedagógico na
construção de conhecimentos, segundo Silva e Oliveira (2010) a utilização do vídeo em
sala de aula é capaz de contextualizar os mais diversos conteúdos e trabalhar a
sensibilidade e a emoção dos alunos, potencializando o processo de construção de
conhecimentos. As autoras ainda dizem que esse conjunto de elementos, que podem ser
trabalhados partindo do uso de vídeo, contribui de forma significativa na formação de
sujeitos capazes de atuarem de maneira crítica na sociedade. Portanto, a sua utilização
em sala de aula facilita o processo de democratização dos conhecimentos
sistematizados, permitindo uma ampliação de visão do mundo por parte dos alunos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DARROZ, Luiz Marcelo; ROSA, Cleci Werner da; GHIGGI, Caroline Maria. Método
tradicional x aprendizagem significativa: investigação na ação dos professores de física.
Aprendizagem Significativa em Revista Meaningful Learning Review – V5(1), pp.
70-85, 2015.
ROSA, Cleci Werner; ROSA, Álvaro Becker. O ensino de ciências (Física) no Brasil:
da história às novas orientações educacionais. Revista Iberoamericana de Educación,
2012.
Resumo
Introdução
Falar sobre sexualidade não é apenas falar sobre o ato sexual e questões de
saúde que circundam essa ramificação de temática tão vasta e tal relevância.
Há além das questões de saúde outras questões como as significações de
gênero, orientação sexual do sujeito. Diferenciar com eles conceitos como
sexo, orientação e gênero é fundamental, além de se tratar de um conteúdo
que não apenas informa, mas forma os mesmo para a reflexão deles com eles
mesmos e deles com o outro na sua individualidade.
Portanto, ―não basta apenas abrir as discussões sobre o tema, que seria o
primeiro passo para uma mudança efetiva no contexto escolar. É preciso ir além! Ter de
fato uma mudança de postura com relação às‖ (SANTOS, 2015, p. 5). Por fim, dispõe-
se que essas mudanças podem e devem ser implementadas nas instituições escolares
através de projetos, onde o tema seja abordado de forma transversal.
A ideia do tema abordado no PIP surgiu a partir de uma conversa com uma
das professoras de Biologia da escola esta, informou aos estagiários que a temática da
sexualidade seria trabalhada no colégio por um grupo de professores. Por meio desta
atividade os professores da escola-campo trabalhariam a temática aborto, pois era um
dos temas listados que poderia cair na redação do Exame Nacional do Ensino Médio
(ENEM), dessa forma os alunos do 3º ano teriam mais argumentos sobre o assunto.
Por meio da diagnose, os estagiários foram informados que haviam alunas
grávidas no colégio. Desta forma, o PIP teve como intuito alertar e informar os
estudantes sobre gravidez na adolescência, identidade de gênero e DST‘s.
Para que a implementação do PIP alcançasse turmas de 1º a 3º ano, foi feito
um cronograma, onde cada turma teve seu horário estabelecido para a visitação de
trabalhado o processo de infecção, mostrando aos alunos que a pessoa pode estar
visivelmente bem, mas pode estar infectada com alguma DST.
Por meio deste experimento o grupo falou sobre seis DST‘s, sendo elas:
HIV, AIDS, Sífilis, Gonorréia, Clamídia e Herpes genital, mostrando a partir do
processo de infecção os sintomas, as causas, os tratamentos utilizados nestas doenças
sexualmente transmissíveis.
O grupo responsável por apresentar a embriologia e o aborto atribuiu ao seu
estande o nome: ‗‗O Enigma da Vida‘‘. O grupo iniciou sua apresentação mostrando
aos estudantes por meio de modelos das fases do desenvolvimento embriológico com
enfoque na quarta semana do desenvolvimento, pois é nesta fase que ocorre a formação
do tubo neural; formação de células especializadas (somitos) e a diferenciação das três
camadas germinativas, entre outros. Em seguida, os estagiários indagaram os estudantes
a pensar sobre o que é o aborto e, após algumas respostas foi exposto a eles as diferentes
visões sobre o inicio da vida, dando um enfoque maior às respostas dadas pela ciência e
expondo algumas respostas levantadas pelas diferentes religiões.
Após este momento, os estagiários perguntaram aos estudantes se eles
conheciam algum dos métodos abortivos, depois de algumas respostas, foram expostos
aos estudantes os principais métodos utilizados pelas mulheres para alcançar o aborto,
sendo eles: aspiração ou sucção, curetagem, prostaglandina, solução salina, nascimento
parcial, alguns remédios e ervas, foi ressaltando aos estudantes que estes métodos são
ilegais no Brasil em quase todas as circunstancias. Os estudantes também foram
questionados acerca dos fatores que influenciam a mulher a realizar o aborto, sendo
eles: razões econômicas, relacionado à saúde da mãe, má formação fetal, violação e
idade da mãe. Por fim, os estagiários mostraram aos alunos a posição do Brasil e de
outros países em relação à legalização do aborto.
Com base nas experiências obtidas com as apresentações percebemos o quão são
importantes atividades que tragam estes debates para o ambiente acadêmico e que
permitam a reflexão dos estudantes acerca destes problemas. Entretanto, entendemos
que apenas movimentos como estas atividades desenvolvidas pela turma de ECS-I são
insuficientes, e assim como Santos (2015) adverte, não basta trazer estas problemáticas
de forma pontual, mas que estas sejam trabalhadas em toda sua complexidade de forma
transversal pelas várias esferas de ensino.
De acordo Ribeiro (2017, p. 12), a metodologia participativa aplicada para a
discussão de sexualidade nas escolas ―facilita o processo de reflexão pessoal,
Relatar estas experiências é uma forma de compartilhar o que foi vivenciado por
meio do ECS-I. O estágio é uma etapa importante para a formação do licenciando, pois
é neste espaço que será possível trabalhar diretamente com o seu futuro local de
trabalho, aproximando o estagiário do cotidiano escolar. Assim, através das discussões
realizadas durante as aulas do ECS-I, bem como com o desenvolvimento do PIP,
percebemos o quão cruciais são esses movimento no processo de (re)construção da
nossa identidade docente.
Referências
Resumo
Este texto tem como proposta apresentar aproximações imaginárias das lendas
mitológicas gregas, da ideia de completude substancial do andrógino platônico e da
composição da dualidade do sexo do hermafrodita para pensarmos os usos
colonizadores de corpos, gêneros e sexualidades no Ensino de Biologia, que os
proscrevem do território da experiência, circunscrevendo-os numa organização
estrutural/essencial orgânica. A aposta foi ventilar entre as f(r)estas com a
transexualidade, a fim de irrompermos desalojamentos da lógica metafísica da alma
com uma metade masculina ou uma feminina substancial, normatizada, firme, sólido e
estável, e, provocarmos furos no território das explicações, estritamente, biológicas.
Movimentos que abrem territórios outros para fazer/pensar o Ensino de Biologia.
Introdução
Segundo Foucault (1979), em sua crítica ao exagero metafísico, ―[...] a origem está
sempre antes da queda, antes do corpo, antes do mundo e do tempo; ela está do lado dos
deuses [...]‖. (p. 18).
Podemos considerar que o andrógino representa a alma, que é fundante do ser,
enquanto essência, racionalidade, isolamento e imobilidade, estancando os fluxos de
movimento dos corpos. Ao ser afetado por Zeus o andrógino torna-se outros ‗corpos
distintos‘ numa mobilidade indesejada, fracassada e incompleta. O mito nos mostra que
o corpo em movimento não tem inteligibilidade. No entanto, revela que um corpo é
primeiramente encontro com outros corpos.
Aqui, também, se revela a tomada de uma concepção de um corpo, caluniado,
sem originalidade, proscrito do território da experiência por ter o seu movimento
negativado mediante a toda antecipação de uma significação última, original e almejada
da alma substancial. No entanto, podemos manifestar que com o castigo de Zeus, um
campo de força, foi possível dispersar, descentrar, deestruturar, interromper, desconfiar
e renunciar do eu; da alma; do uno; da totalidade; da identidade; de subjetividades
inteiriças, da completude e da razão. A condenação de Zeus (des)essencializou o
andrógeno, desembaraçando lhe da alma, deixando de ser e colocando-o em
movimento, conexões e ao acaso dos encontros com as outras metades, fonte constante
de potência, de multiplicidades e de renúnica a qualquer ilusão de restauração de uma
união rompida. A condenação de Zeus e o aparecimento dos corpos são lugares de
dissociação do eu.
Temos falhas e movimentos inesperados. Os corpos, no mito, são considerados
como fracos e incompletos, pois desalojam uma lógica, a preferir o movimento errático
do acaso. Dissolvem o mito da interioridade representada pelo andrógino, correlato da
unidade metafísica da alma com uma metade masculina ou uma feminina substancial e
normatizada, fazendo com que tudo fique firme, sólido e estável. Caso contrário é um
estado de fraqueza e incompletude. Preferem as conexões, os fluxos, as trocas, a
exterioridade das alianças. Nenhuma tentativa de recompor um Uno cindido,
fragmentado, corrompido. (CORRAZA; SILVA, 2003).
O deus Zeus racha, desestabiliza e desloca a exclusividade do original, do real,
do verdadeiro, do essencial, do autêntico e da identidade genuína.
Ao deus hermafrodito a origem é divergente. O que se deu no encontro entre a
ninfa Salmákis e o deus Hermafrodito? Traz para o jogo o caráter humano, material,
profano, terreno de um corpo fabricado e inventado para instalar o caos que cria. Deriva
A ninfa irrompe nas águas do lago com uma violência que se abate destrutiva
sobre o deus hermafrodito de modo incompreensível e inassimilável. A ninfa faz uma
ruptura interna de seu território hierárquico e delimitado, compondo-se com o fora, com
forças exteriores de experimentações e intensidades, velocidades e lentidões. Conecta-se
com outro corpo, de amar, abalando as irredutíveis estacarias fundacionais. Rasgando o
equilíbrio, colocando em risco e ferindo a conservação dos papéis sociais bem distintos
e claramente delimitados. Uma ação considerada caótica, temerosa, cruel, maldita,
traidora e amaldiçoada com tudo o que já foi pensado, dito, sentido, embora amorosa,
pois inventou, esticou linhas de fuga e deu prova de outras interações.
O encontro da ninfa com o deus hermafrodito foi rejeitado por ele. Na tentativa
de desvencilhar, ela invoca aos deuses que num campo de imprevisibilidade os forçam e
os constrangem, obrigando-os a se inventar no hermafrodito e ―[...] não se
reconhecerem mais nada do que até então conheciam, impedindo-os de pensar como
antes e de prosseguir sendo os mesmos‖. (CORAZZA; SILVA, 2003, p. 28). A ninfa
atraiu, puxou e arrastou o deus hermafrodito para o devir-caótico da matéria, encontros,
proliferação de possíveis inventados, multiplicação e ramificação de não-sensos. Essa
materialidade hermafrodita atualizada no encontro é inventora, híbrida, misturada e
rizomática.
Ao final, a pergunta: O que pode um corpo?
Os mitos nos provocam a pensar o discurso da ambiguidade sexual32 e os corpos
como uma unidade ora instalada no campo da essência, ora no campo de um fazer.
Assim como Leite-Júnior (2011) consideramos que a figura mítica do andrógino e do
hermafrodita exercerá influências conceituais em corpos, gêneros e sexualidades, ora
desestabilizando-os, ora codificando-os, ora estriando-os, ora dotando-os de uma
natureza interior, ora se abrindo as experimentações. De modo que isso tudo (teve) tem
efeitos em nossas vidas..., sobretudo, na futura explosão/multiplicação das categorias
sexuais.
O mito do andrógeno nos mostra que o corpo em movimento não tem
inteligibilidade. No entanto, revela que um corpo é primeiramente encontro com outros
corpos. Na mitologia do hermafrodita temos o jogo do caráter humano, material,
profano, terreno de um corpo fabricado e inventado para instalar o caos que cria.
Essas prescrições mitológicas têm implicações no entendimento da
transexualidade na contemporaneidade e ressonâncias no Ensino de Biologia. Uma
experiência que tem uma forma imóvel, uma completude na alma, na essência (e que
aqui iremos nomeá-la e adjetivá-la no campo do orgânico - hormonal, genética, neural)
e que assim desconsidera os fluxos de movimentos, de encontros, de conexões e da
materialidade do corpo. O ser da transexualidade é construído misteriosamente anterior
a tudo que é externo, acidental e, sobretudo, anterior ao corpo. No entanto, tal
32
Todo o discurso da ambiguidade sexual (união conceitual ou fisiológica de ideias ou caracteres
considerados masculinos e femininos) estava intrinsecamente relacionado ao mundo espiritual, ao campo
do fantástico, ao universo dos monstros e criaturas mágicas. (LEITE-JÚNIOR, 2011, p. 28).
(Des)organizadores: Referências
CORAZZA, Sandra Mara.; SILVA, Tomaz Tadeu da. Composições. Belo Horizonte:
Autêntica, 2003.
ETTER, Fernanda. et al. Sentidos de sexualidade em produções acadêmicas:
Investigando os anais dos Encontros Nacionais de Ensino de Biologia (2005-2012).
Revista SBenBio, Niterói, v. 7, p. 2085–2096, 2014.
PINHO, Raquel.; BASTOS, Felipe. Sentidos de sexualidade nos anais dos Encontros
Regionais de Ensino de Biologia RJ/ES (2001-2015). VI Enebio e VIII Erebio Regional
3. Revista da SBEnBio, Maringá/PR, n.9, 2016.
SANTOS, Sandro Prado.; ARAÚJO, Ronaldo Batista de. Corpos que ensinam e
(des)organizam o discurso biológico: reflexões e diálogos na formação inicial de
professores/as de Ciências e Biologia. In: III Encontro Regional de Ensino de Biologia.
Ser professor de Ciências e Biologia: Entre políticas, inquietações, saberes e
sensibilidades. SBEnBio Regional 4 – MG GO TO DF. Anais... Juiz de Fora/MG, 2015.
ISSN: 2446-788X.
Resumo
O presente trabalho surgiu do projeto de pesquisa intitulado ―A relação entre Educação,
Saúde e Direitos humanos: a realidade brasileira sobre a sexualidade humana e o direito
à saúde nos contextos social, escolar e familiar‖, desenvolvido em escolas dos
municípios de Ceres e Rialma, Goiás. A proposta surgiu em um contexto de sala de
aula, onde foi possível perceber que os estudantes do Ensino Médio, travam,
diariamente, um conflituoso paradigma referente à sexualidade humana e suas
implicações. O objetivo desse trabalho foi investigar, dentro de uma realidade regional,
os fatores responsáveis pela ausência de orientação e conhecimento sobre questões
relacionadas à sexualidade e à saúde sexual, enquanto direito humano, seja no contexto
escolar e/ou social em geral.
Palavras-chave: Educação sexual; Sexualidade humana; Saúde.
Introdução
Precisamos sempre nos questionar, o por que é tão dificultosa a abordagem sobre
essa temática nos vários contextos da sociedade. Isso porque, atualmente, há uma gama
de denominações e conceituações sobre vários elementos da sexualidade humana. As
normativas impostas às escolas, por exemplo, levam ao engessamento dos currículos, os
quais atendem apenas a padrões pré-estabelecidos e privilegiados da sociedade.
Discussões sobre gênero e sexualidade em geral, se tornam verdadeiros tabus dentro de
instituições escolares, familiares e sociais; dessa forma podemos associar fatores
histórico-culturais a essa realidade, que nos permite relacioná-los aos diversos discursos
sobre sexo ao longo dos séculos.
Considerações finais
No decorrer da pesquisa, percebemos a importância da Educação sexual,
enquanto orientação sobre sexo e sexualidade para estudantes adolescentes; uma vez
que, no momento da aplicação do questionário questões como a 12 e 16, tornaram-se
motivo de preocupação, pois muitos estudantes nem se quer sabiam ou ouviram falar
em DST e ginecologia/urologia/proctologia. A primeira barreira encontrada, foi a
própria resistência da gestão escolar, em receber nossa pesquisa, isso denota a ausência
de orientação sexual e processos educativos que poderiam auxiliar o desenvolvimento
sexual saudável desses estudantes. As questões 1, 2 e 3, também nos mostrou o quanto é
essencial o conhecimento científico sobre as questões de gênero e sexualidade inseridas
nos processos educacionais. Os estudantes demonstraram extrema curiosidade e
interesse sobre essas questões dispostas no questionário, porém, a limitação de
conhecimentos e informações deturpadas prevaleceram.
Compreendemos, no decorrer da pesquisa, o por quê é tão difícil falar
abertamente sobre estas questões, e por quê há uma cultura de silenciamento e negação
sobre características tão inerentes ao ser humano, enquanto espécie Homo sapiens.
Características estas, como o sexo e a sexualidade, enquanto atribuição natural da
formação de identidade de cada sujeito. Os fatores históricos, culturais, sociais e
religiosos, contribuíram ao longo dos tempos, para um constructo social onde se nega o
direito de saber e conhecer sobre tais questões, aos adolescentes, que em idade de
transição, sofrem e pagam pelo silêncio e repressão dos adultos. A escola tem como
função social fazer parte dessa formação de identidades sexuais, tendo como dever o
educar para a diversidade das formas culturais contemporâneas.
São inúmeras e claras, as preocupações que emergem com a presente pesquisa,
mas entendemos que há meios, teóricos e práticos, de se modificar essa realidade, não
apenas em âmbito regional, mas geral. Esclarecer situações cotidianas sobre a
diversidade sexual é um desses meios, pois a falta de diálogo, exime os interlocutores
de se aprofundarem nos conceitos que poderiam servir de base formativa para cidadãos
conscientes, sensibilizados, informados, e além do mais, base para a autopreservação,
enquanto sujeitos emancipados. Contudo, o que encontramos, na maioria das vezes, são
adolescentes sem conhecimentos, sem informações corretas, cheios de dúvidas,
inseguros, reprimidos, repletos de preconceitos e sem apoio emocional e psicológico; e
o mais grave está no fato de que, tudo isso reflete no desenvolvimento educacional e
pessoal dos nossos estudantes.
Desse ponto de vista, chegamos à conclusão que, esse quadro precisa ser
modificado, que a escola e seus atores, junto com suas atribuições precisam ser
ressignificados; e para isso é importante compreendermos os processos naturais pelos
quais todos os Homo sapiens passam, como é o fato do amadurecimento sexual
biológico. Este que gera na idade de transição uma série de modificações físicas e
fisiológicas na passagem da infância para a idade adulta. E negar orientação,
conhecimento e informações a esses sujeitos em formação, se configura em um sério
caso de saúde pública, trazendo más consequências, muitas vezes irreversíveis, para as
gerações futuras.
Referências
Introdução
Sousa (2006) propôs uma pesquisa, em que iria avaliar a variação da atenção
seletiva, propícia à retenção de informações em função do intervalo de tempo, numa
aula de 40 minutos. Os resultados desse estudo apontam que a concentração é maior nos
primeiros momentos, por volta dos 10 a 18 minutos, segue-se a isso um tempo de baixa
atenção, durante uns 8 a 10 minutos, após esse período de abstração, a atenção seletiva
apresenta um aumento, porém de menor intensidade que no primeiro momento. Os
Esse trabalho foi baseado numa pesquisa que analisou as aulas de três
professores de biologia, dois da cidade de Ouro Branco e um da cidade de Ouro Preto,
ambas em Minas Gerais, em uma escola da rede privada e duas da rede pública de
ensino. As observações tiveram como objetivo pontuar os procedimentos pedagógicos
que interferem no processo cognitivo da atenção dos alunos.
Metodologia
Resultados
Fonte: Elaborado pela autora com base nos critérios de observação de Reis (2011)
Darwin foi notado um ambiente com muita conversa e distratores como smartphones,
havendo pouca intervenção do professor. A minoria de alunos interessados na correção
dos exercícios foi perdendo o interesse e se rendendo aos gracejos dos outros alunos.
Alguns alunos afirmavam o seguinte: “- Não gosto de genética. ”; “- Não entendo nada
dessa matéria. ” Não houve nenhuma tentativa do professor em refutar tais
comentários. Esse momento é caracterizado pela desatenção explícita, em que
predomina a atenção involuntária e dividida, os alunos focam seus sentidos e interesses
nas conversas alheias e em outros eventos que interrompem as aulas. Sendo assim a
barreira já se estabelece num primeiro momento, em que não há captação de
informações pelo sistema sensorial e, portanto, a impossibilidade de consolidação
cerebral. Já em uma das aulas da professora Margulis, o ambiente era de silêncio total e
os alunos estavam apáticos em relação ao conteúdo. Mesmo percebendo nitidamente
que sua explicação não estava sendo recepcionada pelos alunos, a professora seguiu o
cronograma até o fim do horário de 50 minutos sem buscar resgatar a atenção,
mantendo a mesma estratégia didática. Pode-se caracterizar esse episódio como
desatenção implícita, em que a aula não apresentava recursos capazes de estimular o
foco da atenção. Foi notado que alguns alunos se esforçavam para concentrar, porém
acabavam por demonstrar sonolência. No episódio 1, descrito a seguir, observa-se o
comportamento adotado pela professora Margulis:
Episódio 1:
Professora Margulis: ―_. Olha, isso vou te responder depois senão foge do tema
e não dá tempo de terminar. ”
Episódio 2:
Professora Rachel: ―_. Pessoal, iremos falar sobre fungos. Alguém pode me dar
um exemplo de fungo? ”
Aluno 1: ―_ Cogumelo. ‖
Professora Raquel: ―_. Pois é gente. E isso que está na parede do fundo? ”
Aluno 2: ―_. Esse negócio preto é fungo também, o tal bolor, né? Isso tá feio.
Precisando de uma reforma. ”
Professora Raquel: ―- Por que vocês acham que ele apareceu aí? O que mais
está visível nessa parede? ”
Professora Raquel: ―_. Sim, é isso que acontece, a umidade favorece o ambiente
para a reprodução do fungo. ”
Discussão
corrente a ideia de que uma sala com alunos quietos, calados e olhando para o professor
falando durante horas sinaliza um efetivo processo de atenção. Faz-se importante
salientar que a atenção no contexto escolar não se refere a um processo de focalização
rígida, no qual o aluno se fixa como expectador num formato linear de repasse de
conteúdos. Do ponto de vista das Neurociências os comportamentos que distanciam o
envolvimento do aluno não propiciam a atenção e internalização de informações,
portanto não promovem aprendizagem (GAZZANIGA; MANGUN, 2009).
Considerações finais
Referências
BRANDÃO, Marcus Lira. As bases biológicas do comportamento: introdução à
neurociência. 2005.
SOUSA, David A. (Ed.). How the brain learns. SAGE Publications Ltd, 2006.
Resumo
Introdução
Nos dias atuais, a sociedade está se tornando cada vez mais interessada em
resultados de pesquisas científicas, em meio a grande evolução da ciência e da
tecnologia (BAPTISTA, 2010). O mesmo autor continua a descrever que, como
consequência, é necessário que os cidadãos busquem informações e atualizações
científicas que fomentem a construção de uma visão crítica quanto ao uso das
tecnologias e da ciência no cotidiano, posto que esse desenvolvimento desencadeou
também alguns impactos sociais, econômicos, políticos e outros.
Mediante a isso, o ensino de ciências pode contribuir para a formação de
cidadãos críticos e reflexivos perante essa questão. De acordo com Malafaia e
Rodrigues (2008), o aprendizado em ciências é fundamental desde a infância, e é algo
que vai além da escola, posto que é uma especialidade que abrange o cotidiano dos
estudantes. Bizzo (2009, p. 14), reconhece a importância de ensinar ciências e afirma
que esta é essencial para que o aprendiz ―amplie a sua capacidade de compreensão e
atuação do mundo‖ [...] no qual circunda.
No entanto, o ensino de ciências perpassa por uma série de problemas, desde a
formação de professores até a falta de recursos pedagógicos disponíveis nas escolas.
Uma vez percebido, torna-se claro que o objetivo de um ensino de ciências diferenciado
não é atingido quando os docentes se limitam apenas ao uso do livro didático,
proporcionando para o aprendiz apenas acúmulo de informações, sem focar na reflexão
(KRASILCHIK, 2000). O ensino de ciências também fica comprometido quando os
educadores não ensinam com o intuito de priorizar a interpretação do conhecimento
científico e ainda levam em consideração a sua visão de mundo pessoal, além de achar
que os alunos são obrigados a visualizarem o mundo como os cientistas (MARSULO;
SILVA, 2005).
Dessa forma, talvez o primeiro passo a ser realizado para que os problemas
referentes ao ensino de ciências sejam minimizados, seja por meio da inserção de uma
seleção adequada dos diversos tipos de conteúdos a serem trabalhados, a utilização de
novos recursos didáticos diferenciados que levem a ciência para mais perto dos
estudantes e ainda o investimento em cursos focados para a formação continuada dos
professores (MALAFAIA; RODRIGUES, 2008).
Com isso, ao entender a importância do ensino de ciências para a formação
cidadã dos aprendizes, o PIBID, um programa voltado para discentes que cursam
licenciatura e tem parceria com professores da educação básica e docentes de nível
superior, busca implementar atividades diferenciadas para tentar reduzir as
problemáticas existentes em todo o sistema educacional. Assim, este projeto tem como
finalidade principal promover o aperfeiçoamento e a valorização dos futuros
professores, fornecer oportunidade para que os licenciandos participem de experiências
Resultados e Discussão
A unidade didática em questão fomentou diversas contribuições para os
participantes da educação integral: equipe do PIBID, professora/supervisora e
estudantes da educação básica. Por meio das observações, foi possível notar a
motivação dos aprendizes para discutir sobre a importância da água para eles, como as
atitudes inadequadas podem contribuir para a redução desse recurso, sendo capazes de
elaborarem perguntas sobre a questão do racionamento hídrico que ocorria na sua
cidade e reconhecer como poderiam intervir com ações para evitar o desperdício de
água na escola.
O papel da Equipe do PIBID e das monitoras da SEEDF foi crucial para a
construção e aplicação da unidade didática, posto que os mesmos pensaram em
estratégias que vislumbrassem os educandos como protagonistas durante o processo de
ensino aprendizagem, e ainda utilizaram recursos diferenciados para trabalhar o
problema em questão, fugindo do tradicionalismo que propõe posturas no ensino de
ciências. Essa ação corrobora com os pressupostos teóricos de Krasilchik (2000), posto
que o mesmo enfatiza que o professor não deve ensinar ciências com o uso exclusivo do
livro didático, apenas transmitindo informações e conceitos, mas é importante utilizar
estratégias diferenciadas que fomentem a curiosidade, participação e a motivação do
corpo de alunos.
No primeiro momento, ao decorrer das discussões e com a reprodução dos
vídeos, foi identificado que os discentes compreendiam a importância da água, mas não
possuíam noção da quantidade de desperdício que é efetuado pelos seres humanos.
Dessa forma, tais artifícios podem contribuir para a construção de uma visão crítica em
relação à importância da água e ao mau uso desse recurso. Essa perspectiva é crucial,
posto que, ―a educação para a água não pode, dessa forma, estar centrada apenas nos
usos que fazemos dela, mas na visão de que a água é um bem que pertence a um sistema
maior, integrado, que é um ciclo dinâmico sujeito às interferências humanas‖ (BACCI;
PATACA, 2008, p. 217).
Baseados na etapa de discussão, os alunos foram capazes de estabelecerem uma
proposta para o reaproveitamento de água, considerando que na escola podem ser
realizadas medidas para redução do consumo e para praticar o reaproveitamento desse
recurso. Para tal, os mesmos sugeriram a instalação de uma caixa de água de 200 litros
no bebedouro mais utilizado por eles, para promover a captação da água que sobrava e
era transferida para um cano que dava acesso a rede de esgoto. Os estudantes contaram
com a ajuda de um profissional da área para executar a ação. Esse momento foi muito
rico, uma vez que foi marcado pela troca de experiências, ideias e sugestões, formulação
de perguntas referentes, principalmente, à montagem da estrutura, demonstrando
curiosidade e motivação pelo aprendizado.
No momento final, ao responderem o questionário, os alunos afirmaram como
benefícios da ação de reaproveitamento da água e justificaram a ação evidenciando os
seguintes pontos:
“É interessante porque ta faltando água e as pessoas não economizam de forma
consciente”. - Aluno 1
“É possível reutilizar muita água assim”. - Aluno 2
“A água pode ser utilizada para fazer as coisas da escola”. - Aluno 5
Ainda apontaram que com o reaproveitamento, a água que seria desperdiçada,
poderia ser utilizada para a limpeza dos pátios, regar a horta escolar e a área verde da
escola. No entanto, os mesmos observaram que a caixa d‘água transbordava em questão
de 48 horas e que os mesmos não conseguiriam utilizar todo esse conteúdo. Com isso,
foi sugerido que outros setores da escola colaborassem com a intervenção dos
estudantes da educação integral. Determinados aprendizes apontaram que:
“Essa mediação precisava de uma conversa com os funcionários”. – Aluno 2
“Podemos espalhar cartazes, explicando nosso projeto”. – Aluno 6
Diante da ideia dos envolvidos, foram confeccionados cartazes e houve uma
apresentação para alguns profissionais da área de serviços gerais da escola, com intuito
de solicitar ajuda para o andamento do reaproveitamento. Essa atitude, denotou um
caráter essencial, compreendendo que as ―ações escolares devem ser consolidadas em
um contexto participativo, integrador de todos seus segmentos, sincronizadas com o
contexto atual‖ (BEZERRA et al., 2010, p. 281).
Esse momento, contribuiu de forma eficaz para a adoção de posturas
responsáveis, visto que eles tiveram o compromisso de selecionar informações
importantes para elaborar o material visual voltado para a comunicação da ação e
organizaram-se para promover a apresentação. Apesar dessa tentativa de envolvimento
da comunidade escolar, foi observado que mesmo com toda a intervenção e mobilização
para que a ação fosse desenvolvida no meio educativo, não houve uma contribuição de
todos para a efetivação do reaproveitamento de água, principalmente por parte dos
profissionais dos serviços gerais que não cumpriram o acordo realizado com os
estudantes.
Considerações Finais
As estratégias implementadas pela equipe do PIBID para a execução das
atividades da unidade didática propiciaram um momento diferenciado para os alunos,
pois os mesmos puderam ir além do tradicional, explorando suas ideias e a capacidade
criativa, envolvendo-se na articulação entre teoria e prática para tentar minimizar
problemas de cunho socioambiental, como a questão do desperdício da água.
Cabe ressaltar também que a iniciativa de propor uma integração entre a
comunidade escolar, apesar de ter apresentado falhas e descaso por parte de alguns, foi
um incentivo para fomentar novas práticas que exijam a colaboração de todos os
agentes do âmbito escolar, no intuito de despertar ações para que estes indivíduos se
sintam responsáveis e pertencentes à um conjunto e não fiquem apenas focados em suas
obrigações individuais.
Referências Bibliográficas
Resumo
Introdução
questões de gênero. É, para tanto um lócus privilegiado para ruptura, o qual deve estar
alicerçado no movimento de aproximação e igualdade entre os sexos.
Referências
AUAD, D. Educar Meninas e Meninos: relações de gênero na escola. São Paulo:
Contexto, 2006.
Resumo
Este trabalho tem como objetivo descrever a importância do diálogo dos conteúdos das
matérias de Biologia e Sociologia através abordagens individuais de cada disciplina.
No nosso cotidiano os conteúdos são trabalhadas isoladamente fazendo com que os
alunos não vejam sentido no aprendizagem gerando desmotivação. Quando há o
trabalho interdisciplinar das matérias do currículo escolar, vem a existir um maior
aproveitamento e contribuição para o ensino aprendizagem gerando reflexão desses
alunos e faz com que o professor consiga diagnosticar os principais problemas
envolvidos sobre aqueles temas, podendo trabalhar com cada sala na sua respectiva
necessidade e com isso é mostrado a necessidade e importância da permanência do
ensino de sociologia no currículo escolar do Ensino Básico.
Introdução
A partir dessa premissa, o conteúdo proposto pela Sociologia nas escolas visa
auxiliar estudantes no processo de construção do conhecimento. O conhecimento
sociológico proporciona ao estudante um diagnóstico mais cuidadoso e acurado das
questões sociais no meio em que ele está inserido. A Sociologia contribui decisivamente
na formação humanística e crítica do indivíduo (LÔBO, 2012).
Referencial Teórico
Objetivos Gerais
Objetivos específicos
Procedimentos Metodológicos
Sujeitos da Pesquisa
Considerações Finais
Referências Bibliográficas
JUSTINA, L. A. D.; FERRARI, N.; ROSA, V. Genética no ensino médio: temáticas que
apresentam maior grau de dificuldade na atividade pedagógica. ENCONTRO
PERSPECTIVAS NO ENSINO DE BIOLOGIA, 2000, 7: 794-795.
Resumo
Alunos acostumados com o ensino bancário, que muitas vezes não tem voz no seu
próprio processo de formação, quando em contato com aulas não-expositivas e abertas a
discussão, mostram-se acuados no processo de aprendizagem. O presente trabalho tem o
objetivo de relatar uma aula produzida na disciplina Metodologia de Ensino em
Biologia da Universidade Federal de Lavras, MG, utilizando o tema transversal
Pluralidade Cultural para construir o conceito de variabilidade genética. A
problematização foi feita utilizando vídeo, música e imagem como recurso pedagógico
ressaltando a importância de métodos de ensino que fujam do convencional, escapando
do modelo tradicional de ensino e visando uma aprendizagem que construa o
conhecimento fazendo com que o aluno seja o autor de sua própria aprendizagem.
Palavras-Chave: Ensino de Biologia; Metodologias de Ensino; Formação de
Professores.
Introdução
O ensino de genética passou a ter muita ênfase e importância no ensino médio,
mas os métodos de ensino muitas vezes deixam a desejar. É de fundamental importância
que professores que lecionam sem a preocupação com o que está sendo trabalhado em
sala, sem reflexão sobre sua prática e que seguem o modelo tradicional de ensino
tomem, segundo Freire (2005), consciência do papel que estão exercendo na formação
Figura 1
sala de aula, que é de fundamental papel do professor, mas que estes tenham cuidado de
como trabalhar o tema necessitando assim de um trabalho de base para conseguir
dialogar corretamente e de forma produtiva no sentido de desconstrução de valores
errôneos sobre a variedade de raças presentes no contexto do Brasil.
A Pluralidade cultural é um dos seis temas transversais propostos no Parâmetros
Curriculares Nacionais (2000), que tem o papel de dialogar um eixo que se mostra
comum em todas as disciplinas. Para Souza (2008) abordar esse tema é fundamental na
formação crítica da cidadania do aluno já que trata de questões urgentes, presentes na
sociedade vigente e precisam ser trabalhadas na escola.
Percebeu-se também nos relatos a importância da contextualização durante a
aula. Peraçoli (2008) ressalta em seu trabalho como a contextualização pode ser
utilizada como viés para o ensino na escola, pois possibilita relações intraespecíficas
entre os alunos e auxiliam no processo do aluno se inserir na aula como participante
ativo.
Os alunos citaram como a utilização das mídias ajudaram na construção dos
conceitos e como desencadearam as discussões. Tanto o vídeo como a música e a
imagem foram precursores e desencadearam problematizações de grande relevância
para a construção da aula.
Com os avanços tecnológicos cada vez mais presentes no âmbito educacional
cabe a escola, o professor, buscar recursos tecnológicos para melhoria de sua prática,
como por exemplo, o vídeo. Tal afirmação vai de encontro com a linha de raciocínio de
Cortês (2009, p.18), onde cita que não podemos simplesmente fechar os olhos para
esses avanços, uma vez que os próprios alunos já se apropriaram dessa tecnologia que
pode ser utilizada favoravelmente no âmbito escolar.
A utilização da música como um recurso pedagógico pode ser vista como uma
maneira facilitadora e construtiva que faz com que o aluno saiba a aprender ouvir e
interpretar, possibilitando uma maior interação com toda a sala. Gainza (1988) ressalta
importância da música como recurso que possibilita a reflexão e a capacidade de atingir
o ser humano, tocando-o e favorecendo assim o aprendizado educacional.
O uso de imagens no ensino auxilia no papel de trazer o cotidiano do aluno para
dentro da sala de aula e no caso desse relato ainda mais por se tratar de uma foto da
família da própria apresentadora da aula. Os alunos relataram como isso auxiliou para
construção dos conceitos de variabilidade genética, percebendo que este é um tema que
afeta diretamente nossas vidas e esta presente no dia a dia.
O ensino que dialoga com o aluno e o traz como ser ativo na dinâmica da aula é
um viés perceptivelmente mais efetivo. Larrosa (2011) traz que a experiência só pode
ser efetivada se o sujeito se abrir para recebê-la, ou seja, se sentir parte do processo de
construção do conhecimento. Por isso a importância de trazer para dentro do ambiente
escolar metodologias e recursos de maneira que ―acordem‖ o aluno facilitando a
apropriação dos conceitos a serem trabalhados.
Conclusão
O uso de recursos pedagógicos tem se mostrado ferramentas importantes no
processo de ensino aprendizagem possibilitando que o docente trabalhe com os alunos
diversos conceitos de forma mais instigante e motivadora. No entanto, tais atividades
precisam ser bem estudadas e preparadas a fim de possibilitar um trabalho satisfatório.
Dinâmicas que envolvem os alunos muitas vezes geram discussões que podem fugir do
objetivo principal da aula, então é papel do professor agir como mediador dessas
discussões levando a conversa a caminhos específicos para a construção do
conhecimento, como foi observado na inserção da música.
As problematizações e contextualizações feitas sobre variabilidade genética a
partir dos recursos utilizados possibilitou uma maior participação dos estudantes
durante a aula deixando o processo de ensino aprendizagem mais motivador e
participativo. Além disso, foi possível contextualizar o conceito de variabilidade
genética com problematizações referentes á pluralidade cultural sendo de fundamental
importância que tais discussões permeiem o dia-a-dia da sala de aula.
Uma alternativa interessante para que estas práticas estejam inseridas no dia-a-
dia da sala de aula seria uma maior inserção de tais práticas na formação desses
professores, tanto na formação inicial como na formação continuada. Assim, ao
trabalhar estes recursos de forma crítica e reflexiva, os mesmos contribuirão para uma
formação que dê mais sentido no processo de ensino aprendizagem possibilitando a
construção de conceitos de forma mais significativa, que faça sentido para o aluno e
para o professor e, que possibilite uma educação libertadora desse estado ditatorial que
muitos estudantes se encontram.
Referências Bibliográficas
ZIA, I. C. de A.; MANSANI, Roberto Ernesto Camacho; LIMA, Rodrigo Luiz de; et al.
O uso da mídia na contextualização de temas biológicos. In: Pibid/UFABC e o
lizimartins@gmail.com
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
2 ASPECTOS METODOLÓGICOS
construção do saber. Em seguida, a turma foi dividida em grupos e foi solicitado que
cada um deles elaborassem um projeto de pesquisa seguindo o roteiro que foi
apresentado. Os encontros posteriores têm sido destinados à discussão da temática
escolhida pelo grupo, correção da parte escrita e sugestões para o aprimoramento.
Os alunos que participaram das intervenções acima descritas pertenciam a
turmas distintas, a saber: 3º ano do Ensino Médio (Discussão histórica da saúde);
Educação de Jovens e Adultos - EJA (Sistemas do corpo humano) e; 1º ano do Ensino
Médio (Elaboração e orientação de projetos de pesquisa). Os responsáveis pela
mediação desse trabalho foram dois bolsistas Iniciação à Docência - PIBID, estudantes
do curso de Ciências Biológicas do DEDCX/UNEB.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
―[...] eu pensava que era só entender o que causa doença e evitar que
resolveria o problema, não sabia que tinha (sic) essas coisas todas, tipo... eu
ando de bicicleta né? Ai (sic) to (sic) cuidando do corpo, emagrecer e tal...
mas tem os carros que solta fumaça na cara da gente e faz mal pra (sic) saúde.
O prefeito podia fazer um lugar só pra andar de bicicleta fora do trânsito...‖
Nesse trecho observamos uma percepção de saúde do indivíduo que não depende
somente de ações individuais (andar de bicicleta), mas uma integração entre essas e o
poder público (construção de ciclovia em locais adequados). Isso mostra fatores que
contrapõem a abordagem biomédica (BOORSE, 1975, 1977), trazendo a saúde para um
plano que envolve outros aspectos. Nesse cenário, o poder executivo tem a
responsabilidade de planejar a infraestrutura da cidade, permitindo melhores condições
para promoção de saúde, tanto para quem pratica o ciclismo, quanto para os motoristas,
visto que melhora o fluxo de veículos. Portanto, evidencia uma visão de que não se
pode isolar a saúde do indivíduo da sociedade, como sendo resultado apenas de ações
particulares ou medidas preventivas, pois ele está inserido em um meio mais amplo.
Embora a escolha dos temas para os projetos de pesquisa fosse livre, na sala que
ficou sob nossa responsabilidade, todos os grupos elencaram problemas que envolvem a
saúde, a exemplos: educação sexual escolar/familiar, uso e efeitos do álcool no
organismo e na família, arboviroses etc.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
34
Os nomes verdadeiros dos alunos foram substituídos por pseudônimos para preservar a identidade
dos mesmos.
REFERÊNCIAS
Resumo
Introdução
No Brasil do início do século XX, os homens de ciência não se dedicaram
exclusivamente a escrever para seus pares. Ao mesmo tempo em que produziam artigos
para revistas científicas também redigiam para públicos diversos, entre eles o infanto-
juvenil. Dessa forma, ao cumprirem esse percurso duplo, os cientistas circulavam entre
os dois gêneros do discurso científico: especialização e a vulgarização.
Nesse contexto, além da divulgação científica utilizando suportes como os
periódicos e o rádio, os cientistas também passaram a debater sobre a literatura
destinada às crianças. Os livros infantis tinham à época forte ligação com a instituição
escolar, consolidando-se só posteriormente como gênero autônomo. 35
Vários foram os cientistas que escreveram para crianças e adolescentes, mas
destaco aqui o botânico Frederico Carlos Hoehne (1882-1959)36 e o zoólogo Rodolpho
von Ihering (1883-1939)37. Como ambos, lançaram mão dos elementos típicos da escrita
de divulgação, conjuntamente com o que seria uma narrativa adequada para crianças.
Meu primeiro contato com essa literatura ocorreu durante o levantamento de fontes para
35
Uma geração de estudiosos reproduziu a ideia segundo a qual Monteiro Lobato “criou” a literatura
infantil brasileira. Pesquisas recentes apontam seu papel como modernizador, mas destacam outros
autores como João Köpke (1852-1926). Ver: FIORAVANTI, C. Os precursores de Lobato. Pesquisa FAPESP,
ano 18, n.253, mar., p.18-25, 2017.
36
Frederico Carlos Hoehne nasceu em Juiz de Fora, MG. Autodidata, a trajetória do botânico teve início
no Museu Nacional, passando pelas Comissões Rondon e Roosevelt-Rondon. Em São Paulo, esteve em
várias instituições como o Museu Paulista. Produziu farta bibliografia especializada sobre a família
Orchidaceae e foi diretor do Instituto de Botânica de São Paulo de 1942 a 1952. Ver: HOEHNE, 1951.
37
Rodolpho Theodor Wilhelm Gaspar von Ihering nasceu no Rio Grande do Sul. Sua formação se deu
pelo contato com as atividades do pai, o zoólogo alemão Hermann Friedrich Albrecht von Ihering,
diretor do Museu Paulista. Em 1901, Rodolpho ingressou na mesma instituição. Passou também pelo
Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal de São Paulo, foi redator da Diretoria de Publicidade
Agrícola da Secretaria de Agricultura de São Paulo. Notabilizou-se pelas pesquisas na área de
Piscicultura. Ver: Verbete. http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/iah/pt/verbetes/ihenrod.htm
38
SILVA, Valéria Mara da. Educando homens para educar plantas: orquidofilia e ciência no Brasil (1937-
1949). Tese (Doutorado), Programa de Pós-graduação em História, Fafich/UFMG, 2013.
39
Encontramos também: mutualismo, simbiose, dispersão, adaptação, dentre outros.
40
O artigo citado foi publicado no único número da Revista dos Amigos da Flora Brasílica. O periódico
era ligado à sociedade de mesmo nome fundada por Hoehne em 1939.
Ao fim de sua análise, Hoehne surpreende ao dizer que caso os cursos normais
fossem reestruturados e formados bons professores, os livros podiam ser abolidos na
escola primária e jardim de infância em favor de um ensino ―oral e prático‖. É possível
41
Ainda que mereça um cuidado maior de investigação, é válido citar, que o Edgar Monteiro Lobato
(1910-1943), jornalista e filho de Monteiro Lobato era membro da comissão redatora da Revista dos
Amigos da Flora Brasílica.
42
Proceedings of the Zoological Society of London, Catálogo de Aves do British Museum, Argentine
Ornithology (A descriptive catalogue of the birds of the Argentine Republic), Transactions the Zoological
Society of London.
43
Ornamento de plumas, penacho.
Por fim, temos o livro No Campo e na Floresta, lançado em 1927. Nessa obra,
Rodolpho Von Ihering utiliza um relato do século XVIII no qual os padres capuchinhos
submeterem as formigas a um tribunal44. Após comentar esse episódio pitoresco
ocorrido na província de Piedade no Maranhão, o narrador expõe o elementar fracasso
do processo e conclui dizendo que naturalistas ―arrolam todos os malefícios com que
um inseto, é capaz de nos prejudicar‖. Sendo assim, como os religiosos, os naturalistas
também processavam bichos daninhos. Não é novidade a utilização de insetos, em
forma de pragas, como catalisadoras de uma série de elementos simbólicos, nos quais o
mundo natural é usado como justificativa e fonte de interpretação do mundo social e de
projetos políticos, baseados, sobretudo, nas ideias de cooperação e altruísmo.45
Em 1929, um artigo publicado no Diário Nacional criticava os livros infantis
que tentavam incutir ―noções científicas, de física, higiene e economia doméstica‖. O
autor apela para os autores se fiem na ―ficção literária‖, e não nas prescrições típicas da
ciência e até mesmo do folclore. Entretanto, as opiniões pareciam ser díspares. Em
1937, o jornalista Ibiapaba de Oliveira Martins (1917-1985), colocou lado a lado,
Monteiro Lobato e Hoehne. O primeiro nacionalizou a literatura infantil, o segundo,
embora não tenha recebido incentivo, atraiu a simpatia das crianças com narrativas
sobre as matas brasileiras e seus habitantes.
Não há dúvida, que Hoehne e Rodolpho Von Ihering, tinham motivações e
habilidades diferentes para escrever. Estavam atentos às discussões de seu tempo e
buscavam afirmar o lugar do conhecimento sobre a fauna e flora no imaginário desse
público. Ainda que esse texto não tenha explorado todas as possibilidades desse corpus
documental, as tensões aqui apresentadas merecem um exame mais apurado das
concepções de natureza, infância e divulgação científica compartilhada com outros
profissionais, suas instituições de origem e percepção que tinham da nacionalidade e os
projetos políticos que vislumbravam para o país.
44
O episódio ao qual Rodolpho Von Ihering se refere é a Demanda das Formigas. Os capuchinhos não
processaram de fato as formigas, mas utilizaram um acontecimento cotidiano, o combate à praga, como
mote para um exercício de retórica chamado Disputatio.
45
SILVA, Valéria Mara da. Nascidas do Sol e da Chuva: Minas Gerais e o combate às saúvas (1929-1936). Dissertação
(Dissertação de Mestrado em História), Fafich- UFMG, Belo Horizonte, 2007.
Referências Bibliográficas
Resumo
Este relato consiste numa experiência promovida pelo Programa Institucional de Bolsa
de Iniciação à Docência, vinculado ao Colegiado de Biologia, em uma escola estadual
parceira, para discussão de conteúdos relacionados à saúde, a partir do tema água. Para
tanto, elaborou-se uma Sequência Didática, em quatro encontros, com o objetivo de
tratar a influência da água na saúde e os diversos fatores relacionados (sociais, culturais,
políticos, econômicos). Com esta atividade pode-se evidenciar, aos estudantes, a
importante relação entre água e saúde, bem como, a partir de uma abordagem
globalizante, mostrar o papel dos diversos fatores socioambientais na vida dos
indivíduos. Foi possível, também, enfatizar a necessidade de temas transversais no
Ensino de Biologia.
Introdução
Para isso, o que move essa prática se estabelece diante da interface saúde-
educação, por envolver o cotidiano do estudante, na promoção de um conhecimento
crítico sobre os fatores sociais e políticos que cercam a saúde individual e coletiva (ver
MARTINS, 2010). Assim, a aprendizagem acerca destas questões pretende contribuir
para o entendimento de seu próprio corpo, do meio social em que estão e os impactos
sobre a saúde, que integra a construção do conhecimento e como este interfere no
cotidiano da sociedade (BRASIL, 1997).
Victorino (2007) dá ênfase ao trabalho escolar que considere o ser humano como
parte integrante da natureza, já que pouco ou nada se aprende de valores e de
cooperativismo como fundamentais na relação correta entre homem x homem e homem
x natureza além de exaltar o controle dos fatores de meio físico do homem que exercem
ou podem exercer efeitos nocivos sobre seu bem-estar físico, mental e social, de acordo
com a Organização Mundial de Saúde (2004).
Neste cenário, a partir dos conteúdos sobre água, que envolvem o cotidiano do
estudante de forma norteadora nas discussões sobre saúde coletiva, o objetivo deste
trabalho está em: 1) compreender a abordagem ―Água‖ a partir das temáticas sociais,
políticas e econômicas, 2) aprimorar o pensamento crítico dos estudantes sobre a
utilização consciente da água e os percalços que transcendem o seu uso e 3) colaborar
para a formação consciente acerca das complicações relacionados entre água e bem
estar social.
Metodologia
Resultados e Discussão
Para tanto, abordar água para fomentar discussões sobre Educação em Saúde não
é tarefa fácil, diante da necessidade do tratamento de conteúdos de biologia de modo
transversal, como apontado pelo PCNEM (BRASIL, 2000), para favorecer o diálogo
entre os diversos conteúdos curriculares da biologia, juntamente com os da história,
geografia, medicina, educação, sociologia etc.
Esta opção decorreu das discussões que vêm sendo realizadas pela comunidade
científica sobre os conflitos entre as comunidades tradicionais brasileiras e os desastres
ecológicos, decorrentes da construção de barragens, e sua relação com o gasto e
poluição da água utilizada, além dos conflitos existentes entre os pequenos produtores e
as grandes indústrias do agronegócio e das produções em massa.
Considerações finais
Tratar água sob uma discussão de saúde a partir de uma perspectiva mais
abrangente é importante para promover uma reflexão sobre o cuidado com a
biodiversidade e as condições de sobrevivência do meio natural. Para isso, programas
como o PIBID possibilitam o intercâmbio entre diferentes áreas do conhecimento, visto
a dificuldade do diálogo entre diferentes áreas e, por isso, a necessidade de investir na
Referências
ALVES, L. F.; FREIRE, L. Proposta de sequência didática para gestão das águas no
ensino de biologia. Revista da SBEnBio, n. 7, p. 4667-4678, 2014.
Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2004,
p. 95-128.
Resumo
Os objetivos desse trabalho foram: analisar a influência que o professor regente tem na
formação do estagiário, no âmbito da graduação em Ciências Biológicas, e sua
contribuição para a formação de um bom profissional. Também foi verificado como o
estagiário se relaciona com o professor regente e como esta fase pode influenciar na sua
formação. Foram utilizadas a pesquisa bibliográfica, seguida da pesquisa qualitativa do
tipo estudo de caso. A pesquisa foi realizada com dezesseis graduandos que cursavam o
último ano (4º ano) do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Goiás
– UEG – Campus de Quirinópolis, Goiás. As análises mostraram que alguns estagiários
se sentiram desprotegidos pela falta de experiência e outros demonstram autonomia e
segurança em sala de aula.
Introdução
Tornar-se professor é muito mais que saber os conteúdos específicos da aula que
será lecionada. Para isso é preciso conhecer os alunos, saber empregar as diferentes
metodologias aos conteúdos diversos e, mais ainda, ter um bom relacionamento entre
professor-aluno (KRASILCHIK, 2008).
O estágio se mostra como uma forma de voltar à prática para a disciplina das
áreas das Ciências Naturais, promovendo-se a junção das ciências específicas com as
pedagógicas, inserindo ao seu programa algumas questões oriundas tanto do campo
educacional, como do científico, de forma que são trabalhados os conhecimentos
teóricos e sua aplicação na prática escolar. Em virtude disto, acredita-se ser esse o
caminho a ser percorrido para a compreensão desta dinâmica por parte dos futuros
professores, bem como para a produção de conhecimento nas diferentes áreas
(MARANDINO, 2003).
Metodologia
Além disso, neste trabalho optou-se pela pesquisa qualitativa, do tipo estudo de
caso, uma vez que essa pesquisa foi realizada com dezesseis graduandos que cursavam
o último ano (4º ano) do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de
Goiás – UEG – Campus de Quirinópolis, Goiás, que realizavam o estágio
supervisionado no Ensino Médio.
Para o estudo de caso, foi realizada a observação de cinco aulas com o objetivo
de analisar a forma como estes estagiários interagem com os alunos e com o professor
regente.O estudo de caso foi executado por intermédio da investigação acerca do tema,
utilizando-se para isso um questionário formado por um total de 11 questões, que
consideraram: o gênero dos participantes, se tinham alguma experiência com a docência
antes de realizarem o estágio, questões sobre o tipo de relacionamento com o professor
regente, pontos positivos e negativos da prática docente, importância do estágio e os
pontos positivos e negativos na prática do estágio, características de um bom professor,
se o professor regente o auxilia, pontos importantes para a melhoria do estágio e as
habilidades que um professor deve ter para se relacionar bem com os estagiários.
Após a obtenção das informações, por meio dos questionários e das aulas
observadas, os questionários foram enumerados de 1 a 16, denominados os sujeitos de
P, de pesquisado, no intuito de tornar mais fácil a exposição das respostas dos
estagiários, bem como a explanação das respostas dos participantes do estudo.
Resultados e Discussões
No entanto, é bom lembrar que, para se ter uma aprendizagem na docência, não
basta a simples observação do trabalho de outro professor, sendo necessário que o
estagiário passe pelo processo de aprendizagem e ensino. Além disso, este processo
requer uma atenção especializada do professor regente, o qual é responsável por orientar
o futuro professor na busca por conhecimentos acerca da docência (FRANÇA, 2005).
boa educação, entender que o estagiário não sabe tudo, e necessita adquirir experiências
e conhecimento; e, 28% acrescentaram que é preciso que o professor regente se mostre
disposto a ajudar e auxiliar o estagiário, sendo compreensivo no decorrer do estágio e,
principalmente incentivando o estagiário a crescer, tecendo apenas críticas que sejam
construtivas, pois o poder de uma frase mal colocada pode fazer com que o estagiário
desista dos seus sonhos como um professor (Figura 1).
Figura 1 - Habilidades que o professor regente deve ter para obter um bom
relacionamento com os estagiários.
37%
40%
35%
30%
23%
25%
20%
12%
15% 10%
10%
5%
0%
Liberdade e Professor regente Convívio Professor ter boa
confiança deve trocar harmonioso educação,
experiências e entender o
tirars dúvidas dos estagiário
estagiários
Considerações finais
Fora retratada pelos estagiários a importância desta etapa para a sua formação,
por ser uma oportunidade no desenvolvimento de seus conhecimentos teóricos, restando
evidente que o estágio supervisionado oportuniza aos professores em formação uma
vivência com a realidade de uma sala de aula, preparando-os para o exercício da
profissão. Assim é porque nesta fase é apresentado aos futuros educadores aspectos
indispensáveis para a construção dos seus saberes, ou seja, é o momento em que
experimentam as situações novas, conhecendo melhor a sua área de atuação.
Referências
ALMEIDA, G.; BATISTA, J.; SANTOS, N.; GRAFF, S. Estágio: um diálogo entre
teoria e prática. Crátilo: Revista de Estudos Linguísticos e Literários, Patos de
Minas, MG, v. 2, p. p. 32-40, nov. 2009.
KRASILCHIK, Myriam. Pratica de ensino de biologia. 4. ed. São Paulo, SP: EDUSP,
2008. 197 p.
MARANDINO, M. A prática de ensino nas licenciaturas e a pesquisa em ensino de
ciências: questões atuais. São Paulo: Faculdade de Educação – USP, 2003.
CAPES/CNPq
Resumo
Este trabalho apresenta a revisão de literatura realizada na Biblioteca Digital de Teses e
Dissertações, BDTD, de 2005 a 2017 e da Revista da Associação Brasileira de História
e Filosofia da Biologia, utilizando-se de método de revisão de literatura, colocando em
relevo o pensamento do filósofo inglês Herbert Spencer, na busca de responder a
pergunta: há trabalhos científicos em torno do pensamento de Herbert Spencer e o
ensino de Biologia? Assim, foram utilizados descritores específicos em torno das duas
áreas de conhecimento, de modo a obter um mapeamento de pesquisas realizadas com
preocupação em torno do ensino de Biologia em uma perspectiva filosófica de Herbert
Spencer. Como resultados, poucos trabalhos foram encontrados sobre a temática,
justificando a continuidade da investigação.
Palavras-Chave: Ensino de Biologia, perspectiva filosófica, Herbert Spencer.
Introdução
Apesar de várias políticas públicas educacionais desenvolvidas pelo governo
como: o Plano Nacional de Educação – PNE (BRASIL, 2014) e o compromisso Todos
pela Educação, para registrar dois exemplos e ainda as reformas curriculares propostas
pela Base Nacional Curricular Comum- BNCC, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
– LDB e a lei do Novo Ensino Médio, Lei no 13.415, de 16/02/2017, além das
avaliações internacionais, como é o caso do Programa Internacional de Avaliação de
Alunos - PISA, nota-se um descompasso entre essas políticas educacionais e a
aprendizagem dos alunos do Ensino Médio. Esta questão maior diz respeito à
investigação de doutorado em educação, realizada em um Programa de Pós-Graduação
credenciado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, com
recursos desta agência.
História e Filosofia da Biologia, aos que foram encontrados, com esses descritores,
setenta e sete trabalhos, publicados entre os anos de 2000-2017.
A partir dessa nova pesquisa, com os descritores citados anteriormente, um
levantamento foi realizado, levando-se em consideração os resumos e palavras-chave de
todos os trabalhos encontrados. Posterior ao levantamento e análise da BDTD foi
realizado um levantamento nas edições eletrônicas da revista Filosofia e História da
Biologia, da Associação Brasileira de Filosofia e História da Biologia - ABFHIB.
Essas análises bibliográficas apontam para o caminho que as pesquisas no tema
em questão estão se delineando e indicam quais são os maiores interesses dos
pesquisadores, de acordo com o momento histórico ao qual estão vivendo.
Ao se buscar os dados por meio da BDTD, obteve-se setenta e sete trabalhos.
Após uma leitura prévia dos resumos e palavras-chave, produziu-se um quadro geral,
como demonstrado na figura 1, abaixo, para o levantamento daqueles trabalhos que
apresentavam correlação com o tema história e filosofia da Biologia.
Temas Quantidade de
trabalhos
1 História e Fisosofia da Biologia 41
2 Educação sexual 1
3 Livro didático 6
4 Alfabetização científica 3
5 Políticas educacionais 3
6 Formação Inicial 13
7 Epistemologia 1
8 Perfil de Egressos 1
9 TICs 2
1 Cultura escolar 1
0
1 Metodologia de Ensino 4
1
1 Filosofia da linguagem 1
2
Fonte: Quadro construído pelos autores. BDTD (2017)
É por isto que as práticas pedagógicas no geral, mas, especialmente no que diz
respeito ao ensino de Biologia para o Ensino Médio, de modo particular, encontra aporte
no pensamento de Herbert Spencer. As análises dos artigos também nos provocaram
uma reflexão para a construção do Quadro 2, objeto de posteriores apreciações
sistemáticas.
Considerações finais
Por meio da pesquisa realizada, identificaram-se muitos trabalhos produzidos
sobre o ensino de Biologia; entretanto, ainda existe um número pequeno deles fazendo a
relação com o filósofo Herbert Spencer. A partir desse ponto de análise, entende-se que
esse autor é referência e torna-se uma tendência para estudos nessa área de investigação.
Se a pergunta da investigação consistiu em buscar saber se há trabalhos
científicos em torno do pensamento de Herbert Spencer e o ensino de Biologia?, a
resposta é objetiva e precisa, isto é, sim, existem, trabalhos, mas, muito poucos e
inexpressivos, considerando a riqueza do pensamento do filósofo e, portanto, a potência
para que outras investigações sejam realizadas no campo educacional, buscando
Referências
Associação Brasileira de Filosofia e História da Biologia - ABFHIB. Revista De
Filosofia E História Da Biologia. FAPESP: São Paulo, S.P. 2006-2016. Disponível em:
http://www.abfhib.org/Publicacoes/ABFHiB-Publicacoes.htm acesso em: 15 de maio de
2017.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica.
Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio). Brasília: MEC, 2000. Disponível
em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencian.pdf Acesso em: 14/04/2017.
________. Lei Nº 13.005, De 25 De Junho De 2014. Plano Nacional de Educação
- PNE Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-
2014/2014/Lei/L13005.htm , acesso em 30 de Maio de 2017.
________. Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações- BDTD. Disponível
em: http://bdtd.ibict.br/vufind/, acesso em 21 de abril. de 2017.
1 INTRODUÇÃO
Pierre Bourdieu destina o sucesso ou o insucesso da escola às desigualdades
sociais. Desigualdade que vai além do poder econômico e que desconstrói a cultura
original do indivíduo. (Maria Alice e Afrânio Catani,1999.)
A escola é uma instituição que reforça o capital cultural, pois trabalha com uma
matriz curricular fechada, sem a possibilidade de o aluno construir seu currículo
considerando o que ele é. ―Ofertam-se‖ professores despreparados para enxergar e
trabalhar as diferenças. Porém, não podemos esquecer que o professor é um indivíduo
que também vive o capital cultural e que isso é refletido em sala de aula.
É nítida, na sala de aula, a nova cultura adquirida. Negros negando o que são e
negros valorizando o que não são. ―Brancos‖ acreditando ser o que nunca foram.
Habilidades desmerecidas para que outras sejam valorizadas, pois estas sim são
comerciais.
O capital cultural aprisiona, não só o negro, como qualquer indivíduo que aceita
uma cultura que fere os seus princípios, a sua origem, pelo fato de acreditar que dessa
forma haverá melhora. Quando este indivíduo faz essa leitura, estabelece características
ruins e boas, assim, como acredita que se mudando irá melhorar, logo, acredita ter
características ruins. A escola, enquanto instituição de ensino formal tem o dever de
auxiliar o indivíduo na sua formação, porém, enquanto espaço de conhecimento
informal, tem o dever de promover possibilidades de reflexão e de construção de uma
identidade verdadeira, livre de camuflagem.
estes desenvolvem. Existe uma distância bilateral dentro dessas famílias, onde o
comportamento dos filhos é o reflexo do comportamento dos pais. O não envolvimento
é de ambos os lados.
É percebido, no trabalho em sala, que não há diálogo na família, pois não são
cultivados momentos para ela. por parte dos integrantes. O que há é um grande
individualismo, além da desestrutura afetiva estabelecida por vários motivos.
Na escola Celina, não se pode falar em um padrão de família, porque, na verdade,
atualmente, não existe esse padrão. Dessa forma, pesquisar sobre a própria família pode
despertar no aluno a curiosidade por aquele que já escreveu sua história aqui. Assim,
estudar sobre os antepassados aumenta a noção que os alunos têm da sua própria família
e o mais significativo é compreender quem foi o antepassado a partir do que ele era, sua
profissão, sua importância familiar, na comunidade, ou seja, seu legado, para as
próximas gerações que vieram por conseguinte.
2 METODOLOGIA
2.1 Aplicação das Leis 10.639/03 e 11.645/008 a partir de vídeos e posteriores refle-
xões. Realização de dinâmicas e rodas de conversas.
Para iniciar a oficina, a turma foi sensibilizada com a música, ‗Família‘ de Rita Rameh.
Em seguida, com fotografias de gerações distintas de uma mesma família, os alunos
refletiram sobre as características genotípicas, que transitam nos indivíduos, e sobre as
características fenotípicas, que são alteradas de acordo com o meio. Os bolsistas ID
2.3 Visita ao Museu Afro Brasil com o objetivo de concretizar o estudo sobre a Cultura
Afrobrasileira.
A visita ao Museu Afro Brasil teve como objetivo principal o fechamento do estudo
teórico sobre a formação do povo brasileiro. Foi o momento em que os alunos
praticaram a sociabilidade, o companheirismo, uns com os outros, como também
estreitaram os laços com os bolsistas ID e o coordenador do subprojeto.
2.5 Parceria com Pibid/UNIUB Educação Física Apresentação das danças: Samba de
roda e Congo.
A professora de Educação Física, Neiva Virgínia, apresentou aos alunos algumas danças
que são influenciadas pela cultura africana, sendo necessário ressaltar os elementos
como vestimenta, adornos, postura corporal. Logo após, o bolsista ID, do curso de
Educação Física, realizou ensaios das danças com os alunos que os permitiram
apresentar à escola em um dia comemorativo.
3 RESULTADO E DISCUSSÃO
Embora não tenha sido possível o envolvimento de todos os alunos, pois alguns são
imigrantes e vivem longe de suas famílias, foi possível construir valores de identidade
coletiva e de identidade própria de forma significativa com os alunos que acessaram as
fotos e os familiares, pois houve um envolvimento bilateral (parentes e alunos) durante
o processo.
4 CONCLUSÃO
Este projeto apresentou deficiências na execução, uma vez que ocorreu o não
envolvimento dos bolsistas no planejamento e no desenvolvimento de algumas
atividades programadas, como também, a insegurança, a superficialidade desses em
5 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BOURDIEU, Pierre. Escritos de Educação / Maria Alice e Afrânio Catani
(organizadores) – Petrópolis, RJ: Vozes, 1999, 2º edição.
CRUZ, Carolina Silva; JESUS Simone Silva. Lei 11.645/08: A escola, as relações
étnicas e culturais e o ensino de história - algumas reflexões sobre essa temática no
PIBID. XXVII – Simpósio Nascional de História – Conhecimento Histórico e Diálogo
Social. Natal - RN. 22 a 26 de julho de 2013.
RESUMO:
O trabalho relata a percepção dos professores de uma escola da rede particular
localizada em Nova Serrana sobre a aplicação do Minicurso virtual prático que aborda
conceitos referentes à inclusão escolar de alunos com Transtorno Espectro Autistas com
adoção de práticas pedagógicas baseadas em Neurociências. Foi constado que 78,8%
dos professores indicaram que o minicurso foi efetivo para mudança de conceito sobre
as práticas pedagógicas e inclusão e 84% dos docentes sinalizam como um caminho
possível a adoção destas práticas no cotidiano da sala de aula. Com isso a formação
continuada de docentes se caracteriza como alternativas para transpor as barreiras
metodológicas excludentes.
Palavras chave: Formação continuada. Prática pedagógica, inclusão.
INTRODUÇÃO
OBJETIVO:
METODOLOGIA:
RESULTADOS E DISCUSSÃO
específicos, ligados todos através de setas, formando uma teia de conceitos interligados
a um tema gerador (MOREIRA, 2006).
Pergunta1
18
Frequência
15
12
9
6
3
0
1 2 3 4 5 6 7
Respostas
Pergunta 2
18
Frequência
15
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6
3
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Pergunta3
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12
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Respostas
Pergunta 4
Frequência
18
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1 2Respostas
3 4 5 6 7
Pergunta 5
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Frequência
12
9
6
3
0
1 2 3 4 5 6 7
Respostas
RESUMO
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
O presente trabalho tem por objetivo divulgar para a sociedade o serviço educacional
que é feito nas classes hospitalares, mostrando sua importância na vida de todos os
envolvidos, diretamente ou indiretamente, e também valorizá-lo.
METODOLOGIA
Para a realização das atividades dos petianos junto às classes hospitalares há visitas no
CRER uma vez por semana, sendo que cada visita tem duração de 4 horas. Cada
educando-paciente é atendido por meia hora e nesse período o petiano auxilia o
educador na execução das atividades que são dividas por níveis de acordo com a
necessidade de cada educando.
No CRER foram registrados depoimentos de todos os professores do turno vespertino,
de três pais de alunos e também, o depoimento dos petianos envolvidos no atendimento.
Os depoimentos foram compilados em forma de vídeo, gerando um documentário que
contém relatos de experiências, relato de caso, a visão da estrutura física do ambiente
hospitalar e a visão geral do projeto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
Concluindo, a parceria entre o grupo PET Biologia da UFG com o NAEH vem
atingindo seus objetivos com êxito. As atividades realizadas pelo grupo estão cada vez
mais ganhando reconhecimento por parte dos profissionais educadores e pelos pais dos
educandos, o que leva ao conhecimento e à valorização deste trabalho pela comunidade.
A ferramenta áudio visual é uma ferramenta versátil que contribui na coleta dos dados,
em sua análise, e contribui na constatação do alcance das metas inicialmente propostas
pelo projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Resumo
A educação sexual é um tema importante para ser abordado no ambiente escolar,
podendo auxiliar no tratamento de questões relacionadas a diferentes tabus. Os bolsistas
do PIBID da UFTM/Ciências Biológicas que atuam na E. E. Professor Chaves
(Uberaba-MG) realizaram oficina interativa (teórico/prática) nas turmas do Ensino
Médio. Desenvolveram uma conversa informal sobre os métodos contraceptivos; quem
os utiliza (homem/mulher); como manusear adequadamente; e com que objetivo
(prevenir gravidez e/ou doenças sexualmente transmissíveis). Posteriormente, a
explicação sobre o uso do preservativo e eficiência foi realizada. Os alunos adquiriram
conhecimento sobre os diferentes métodos contraceptivos existentes, permitindo a
reflexão sobre a importância da prevenção da gravidez e das DST‘s.
Palavras-chave: Educação Sexual; Doenças Sexualmente Transmissíveis; Gravides na
Adolescência.
Introdução
A adolescência é uma etapa fundamental do processo de crescimento e
desenvolvimento humano, marcada por modificações físicas e comportamentais
influenciadas por fatores socioculturais e familiares. Pode ser considerada como um
fenômeno de passagem, marcada pelo abandono da auto-imagem infantil e projeção de
vida no mundo adulto (SOARES et al., 2008).
Objetivos
Analisar o conhecimento sobre métodos contraceptivos dos alunos do Ensino
Médio da Escola Estadual Professor Chaves do município de Uberaba-MG;
proporcionar conhecimento aos mesmos sobre o tema; apresentar e diferenciar os
diversos métodos contraceptivos e explorar as vantagens e desvantagens de se fazer uso
Metodologia
Os alunos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência
(PIBID/UFTM – Ciências Biológicas) realizaram uma oficina interativa teórico/prática
nas turmas do 1º e 2º ano do Ensino Médio. Para apontar o direcionamento da aula,
houve uma conversa informal sobre os métodos contraceptivos; quem os utiliza
(homem/mulher); como se utiliza; e com que objetivo (prevenir gravidez e/ou doenças
sexualmente transmissíveis – DST‘s).
Foi apresentada aos alunos uma maleta pedagógica com os principais métodos
contraceptivos: camisinha/preservativo masculino e feminino, que além de evitar que
ambos tenham contato com secreções genitais passíveis de contágio de uma DST‘s,
também evitam a gravidez; pílulas contraceptivas orais que são de uso diário da mulher,
contendo dois hormônios (estrogênio e progesterona) com o objetivo de evitar a
gravidez; dispositivo intrauterino (DIU), o qual consiste em um objeto de plástico
flexível em forma de ―T‖ que é inserido no útero para atuar como contraceptivo; injeção
anticoncepcional, sendo uma dose de hormônio que atua como contraceptivo e varia
sobre o tempo de atuação; diafragma, que é um copinho de silicone em forma de cúpula
que é inserido na vagina algumas horas antes do ato sexual com a finalidade de evitar a
gravidez, sendo necessário o uso combinado com o espermicida, o qual consiste em
uma substância letal aos espermatozoides, e por fim; o anel vaginal, que é um pequeno
objeto de plástico flexível que, quando inserido na vagina, atua como contraceptivo.
Foi alertado que nenhum dos métodos existente é cem por cento eficaz e somente
a camisinha pode impedir a contaminação por DST‘s. Posteriormente, tiveram a
explicação adequada sobre o uso do preservativo e eficiência.
Resultados e discussão
Os alunos do Ensino Médio relataram que conhecem quase todos os métodos
contraceptivos apresentados e a maioria relacionou com a prevenção de uma gravidez
indesejada durante a realização do debate (Figura 01), mas poucos tinham conhecimento
que somente o preservativo (feminino/masculino) protegia contra as DSTs, mostrando a
importância em trabalhar o tema de modo completo e suas transversalidades, de forma a
apresentar um conteúdo importante e o mais próximo da realidade do aluno, a fim de
que ele incorpore em seu estilo de vida o conhecimento acerca do conteúdo apresentado
na oficina. Foi percebido no decorrer da oficina que as dúvidas foram comuns entre os
dois públicos (alunos do 1º e 2º ano do ensino médio).
A efetiva participação dos alunos mostrou que eles se sentiram a vontade para
tirar dúvidas e expor situações cotidianas. Além disso, a abordagem detalhada de cada
um dos métodos permitiu que eles identificassem os de maior e menor eficácia. Através
da utilização da maleta pedagógica, foi possível tirar as dúvidas sobre todos os métodos
contraceptivos (Figura 02).
Conclusão
De maneira geral, os alunos adquiriram conhecimento sobre os diferentes
métodos contraceptivos existentes, permitindo a reflexão sobre a importância da
prevenção da gravidez e das Doenças Sexualmente Transmissíveis. A análise dos
resultados aponta a oficina como uma possibilidade efetiva de aprendizagem, capaz de
envolver os alunos e estimulá-los a se apropriarem do conhecimento. Enquanto
docentes em formação, os graduandos envolvidos atestam a relevância da formação
docente inicial bem estruturada e compartilhada com os professores da escola, situação
esta propiciada pelo PIBID.
Referências
ABERASTURY A, KNOBEL M. Adolescência normal. Tradução de Suzana Maria
Garagoray Ballve. 6ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas; 1988.
EISENSTEIN E. Ficar ... por dentro! In: Sá CAM, Passos MRL, Kalil RS. Sexualidade
humana. Rio de Janeiro (RJ): Revinter; 2000.
FIGUEIRÓ, M. N. D. (org.) Educação sexual : múltiplos temas, compromisso comum.
Londrina: UEL, 2009.