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ACHAM - é um dos sacrifícios que somente são apresentados pelas

pessoas em particular, isto é, não faz parte dos sacrifícios apresentados


pelo público. Só pode ser trazido de gado ovino, e só de machos desta
espécie. Casos em que a pessoa se obriga neste sacrifício são várias,
porém sempre clara sua culpabilidade, que é sua característica
especial, que o distingue claramente do sacrifício ĥatat ou acham talúi.
Como exemplo de pessoa que se obriga neste sacrifício, temos a
pessoa que prometeu ou jurou algo, e deixou de cumprir com sua
palavra. (Clique aqui para voltar)

ACHAM TALÚI - é o sacrifício apresentado pela pessoa que está em


dúvida se transgredira algum preceito sobre o qual deveria trazer
sacrifício ĥatat, ou não. A palavra "talúi" significa depende. (v. ĥatat )
- (voltar)

ACHAM VADÁI - a expressão "vadái" indica "certeza". quer dizer,


trata-se do sacrifício "acham" acerca do qual não há nehuma sombra
de dúvida da obrigação de que seja apresentado. (voltar)

ACHERÁ - certos povos e religiões na antiguidade costumavam


plantar árvores especialmente para serem adoradas, ou para servir de
local de ajuntamento popular idólatra. Tal árvore tem o nome de
"acherá" na Torá. Havendo sido uma das várias formas de idolatria
comuns na época da outorga da Torá, Deus nos proibira até mesmo o
plantio de qualquer árvore nas cercanias do altar, por ser demasiado
similar a esta forma idolátrica antiga. Resquícios desta idolatria serão
ainda encontrados, muito provavelmente, no extremo oriente, como o
são diversas formas outras ainda em nossos dias conforme eram
realizadas em sua forma original. - Leis de idolatria 6:14 -
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AĤARONIM - assim são chamados os rabinos posteriores à escrita


do Chulĥan 'Arukh, de Rabi Iossêf Caro, que vivera entre os séc. XV e
XVI. Literalmente, significa: "últimos". Anteriores a eles, estão os
"Richonim" - lit. "primeiros, que se situam no tempo desde o fim do
período dos geonim (princípio ou metade do séc. XI) até a compilação
do Chulĥan 'Arukh. Cabe lembrar aqui que, para o Rambam, não
existe importância na ordem cronológica rabínica, conforme é claro
em seu prefácio ao Michná Torá (Veja também Leis de Mamrim cp.
1). Outros grandes sábios, anteriores ou posteriores ao Chulĥan 'Arukh
também se deram conta do fato que não há motivo para tal cronologia,
que tende a prejudicar a verdadeira compreensão da Torá, como por
exemplo, o Gaon de Vilna, que vivera na Lituânia no séc. XVI,
ou Moharam Alachqar, entre os sefaraditas orientais. (voltar)

AMORÁ - (plural: amoraím) Assim foram chamados os últimos


rabinos do Talmud, a partir da anulação da semikhá por razão da
diáspora e dos problemas por ela acarretados. Apesar de que muitos
dos Sábios da Terra de Israel continuaram dispondo dela por quase
meio milênio após o princípio do período dos amoraím, também são
assim conhecidos. A palavra deriva do verbo "amar" (dizer), por
serem os encarregados de "dizer" à geração posterior ao período
tanaíta, as palavras dos tanaím. - V. "Taná". (voltar)

ANDRÓGINUS - o mesmo que "andrógino" em língua portuguesa,


ou seja, a pessoa que nasce com os dois sexos. É desnecessário dizer
que o termo é de origem javânica. (voltar)

GÊZEL e AVAQ GÊZEL - "Gêzel" - é uma das palavras que


traduzem por "roubo", e sua equivalência real em português ou em
qualquer idioma ocidental, inexiste. O sentido mais prático
equivalente a roubo em português é "genevá" - que é a tradução exata
do termo. "Gêzel" refere-se a casos variados, como por exemplo o
caso de uso de utensílio de outrem sem a devida permissão, estando
este cônscio ou não, ou de manter à força objeto ou dinheiro de outra
pessoa contra sua vontade. Quanto ao assalto, há determinados casos
nos quais a palavra certa é gêzel, e outros nos quais o termo correto a
ser aplicado é "chôd" - que é o termo mais apropriado para assalto à
mão armada. "Avaq gêzel" é um derivado - o significado
de "avaq" é "pó", ou "poeira". Refere-se a casos nos quais a pessoa
se usa de coisas de outro que, por pura bondade, ou por bom proceder,
não querendo dizer "não", dá sua permissão, ou convite, mas em seu
âmago sabe que sua situação pecuniária não lhe permite certas
concessões. Seja "gêzel" ou "avaq gêzel" - tudo isto é
proibido. (voltar)

AVIV (ou nissan) - é o primeiro mês do ano judaico para a contagem


de períodos de reinados, e o sétimo a partir de Tishrê, o primeiro mês
do calendário judaico. é o mês da primavera na Terra de Israel, que é o
significado da palavra "abib". (Aviv, no hebraico hodierno de
Israel). (voltar)
AVOT MELAKHÁ - São os trinta e nove trabalhos principais
proibidos no chabát. 1) arar; 2) semear; 3) ceifar; 4) fazer feixes (de
espigas de cereais, por exemplo); 5) trilhar (bater para tirar as
sementes); 6) dispersar (grãos, para separar o imprestável); 7)
selecionar; 8) peneirar; 9) moer; 10) amassar ; 11) assar (cozinhar);
12) tosquiar; 13) embranquecer (fios de tecido); 14) cardar; 15) tingir;
16) fiar; 17) esticar o fio no no vertical (no tear); 18) trançar (fios no
horizontal - no tear); tecer; 20) cortar; 21) atar; 22) desatar; 23)
costurar; 24) rasgar; 25) construir; 26) destruir; 27) bater com martelo;
28) caçar; 29) degolar; 30) pelar (animal); 31) curtir (pele); 32) pelar (
tirar o pelo da pele); 33) cortar (a pele); 34) escrever; 35) apagar (o
escrito); 36) esboçar; 37) acender; 38) apagar (o fogo); 39) transportar
(de um recinto particular para um recinto público, ou vice-versa). -
(Michná - Tr. Chabát, pg 73). (voltar)

'AM HA-ARETZ - (plural: 'amê ha-aretz) - literalmente,


significa: "o povo da terra". Assim são chamados os ignorantes do
conhecimento da Torá. O termo é pejorativo, pois compara os
ignorantes de Torá ao "povo que habitava a Terra antes da entrada do
povo hebreu na Terra de Israel", que não tiveram o mérito de receber a
Torá, estando perdidos em suas açõs abjetas e repletas de
conspurcações ignominiosas diversas, além de obscenidades inúmeras,
que eram geralmente oriundas de suas práticas religiosas
diversas. (voltar)

'AMIDÁ - a oração judaica, chamada por este nome por ser dita
estando a pessoa de pé, que é o significado do termo. É também
chamada de "chemonê 'esserê" ("dezoito"), em alusão às dezoito
bênçãos que a compõem, às quais acrescentara-se nos dias de Raban
Chimeon ben-Gamliel uma a mais, transformando a oração em
dezenove bênçãos (v. "min" e a explanação acerca da razão deste
acréscimo). (voltar)

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'AVODÁ - (pronuncia-se segundo a tradição sefardita: "'abodâ") -


lit.: "trabalho" - relaciona-se, geralmente, ao trabalho do Templo.
Assim chama-se a última das bênçãos de petições na 'amidá, ou
oração diária, que é a petição concernente ao trabalho sacrificial do
Templo. (voltar)
'AZARA - em português traduzira-se por "átrio". Trata-se do setor do
templo no qual as pessoas (israelitas) em geral podiam chegar, sem ser
sacerdotes ou levitas. neste lugar não podiam ser efetuados os
sacrifícios, ou pormenores deles. (voltar)

'ATZÊRET - nome secundário para a festa de chavu'ôt, que se


comemora no quinquagésimo dia após o primeiro dia da festividade
dos pães ázimos (Festa do Pêssaĥ). Não confundir com "chemini
'atzêret", que é o dia que procede aos sete dias da festa de sucôt
(traduzido geralmente como "festa de tabernáculos" ou "cabanas").
Em chavuôt comemoramos a recebimento da Torá, e o nome
"chavuôt" significa "semanas", por serem sete semanas a partir da
segunda noite da festa do Pêssaĥ, no cúlmino das quais é
comemorada. Fora seu nome comumente traduzido entre as nações
"pentecostes". (voltar)

BAREKHU - literalmente, "Bendizei". No princípio da oração


pública, entre os israelitas, diz o chaliĥ tsibur: "Barekhu et-Ado-nái
ha-Mevorakh!"("Bendizei a Deus, que é abençoado!") ao que o
público responde: "Barukh Adonái ha-Mevorakh le'olam
va'ed!" ("Bendito é o Eterno, que é abençoado, para todo o sempre!")
- após o que principia-se as bênçãos do Chemá, que antecede a oração
("'amidá")

BELORIT - (na atualidade, é pronunciado pela maioria: blurit) -


mecha de cabelo em cima da cabeça deixado em honra a idolatrias (se
assemelha à cauda de um cavalo) pendente do centro da cabeça
costume ainda vigente em nossos dias no oriente (Tibet, China,
Burma, Índia). Hoje confunde-se o significado desta palavra hebraica
com a mecha de cabelo deixado acima da região frontal, a exemplo de
soldados de exércitos ocidentais, conhecido em português como
"topete" (de origem francesa: "toupet"). (voltar)

BERAITÁ - pl.: beraitôt (ou: "beriatá"; "beriatôt", conforme


aparece nos escritos dos gueonim da Babilônia, que escreviam uma
letra "alef" após o "iod") - são escritos exteriores
à Michná compilados pelos precípuos alunos de Rabi Iehudá ha-Nassi
para ajudar na explanação e esclarecimento de trechos complicados da
Michná, ou abstrusos, trazendo frases e fontes de outros Sábios, que
Rabi Iehudá ha-Nassi não achara necessário trazer na Michná. (Clique
aqui para voltar)
BET DIN - é o tribunal dos sábios da Torá, chamados "Daianím"
(plural de "Daian" - juiz). Compõe-se de três, de vinte e três ou de
setenta e um. O Bet Din dos setenta e um é Sábios que se assentava no
local do Templo chamado "Lichcat ha-Gazit" é conhecido como
"Sanedrin" (sinédrio, no dicionário português). O líder de um Bet Din
- seja qual for o número de seus componentes - é chamado "Av Bet
Din". Juntava-se a ele no Sanedrin o "Nassi". Os tribunais rabínicos
posteriores ao selar do Talmud são chamados de tribunais de
"ieĥidim" por não serem componentes do grande corpo chamado
"sanedrin", não disporem de autoridade da "semikhá" e por serem para
apenas determinadas regiões, consequentemente. (Clique aqui para
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BET HA-MIDRACH - (o mesmo que "iechivá" em nossos


dias). "Bet" = "casa de"; "midrach" = "estudo" - designa os locais de
estudo de Torá, sejam grandes escolas ou pequenas salas em cujos
recintos o estudo é realizado de forma permanente ou
contínuo. (Clique aqui para voltar)

CACHER - significa, literalmente: "lícito, aprovável". O termo,


porém, é usado não somente em questões referentes a alimentos,
indicando o que é lícito para o judeu de acordo com as regras
alimentícias da Torá, senão também em questões mais abrangentes,
como por exemplo, uma família cujas origens sejam problemáticas do
ponto de vista da halakhá, como era o caso dos "ĥalalim", dos "gerim"
dos "assufim", dos "chetuqim", dos "ĥarurim" e dos "mamzerim"
trazidos no trat. Qiduchin 68a (entre outros tratados, mas esta página
refere-se exatamente ao assunto de permissividade dos cohanim em
questões de conúbio, bem como dos demais hebreus), que eram
pessoas de origem incerta, ou problemática. Ĥalalim: filhos da união
de um cohen com uma mulher que seja-lhe proibida, uma viúva ou
uma divorciada. Gerim: convertido ao judaísmo por livre convicção -
está proibido de casar-se (uma moça convertida) com um homem de
família sacerdotal. Assufim: Todo o que foi achado na rua quando
criança e, pela lógica, trata-se de um hebreu.Chetuqim: Todos os que
sabem quem é sua mãe, e desconhece a identidade de seu
pai. Ĥarurim: escravos libertados, que com sua libertação passa a
fazer parte do povo de Israel como todo convertido ao
judaísmo. Mamzerim: frutos de toda relação sexualmente ilícita,
exceptuando-se o caso de relações entre solteiros, que apesar de
proibida, não invalida o fruto. O termo é usado ainda para objetos e
coisas, como por exemplo o altar no Templo, caso uma de suas pedras
fosse fendida ou deslocada, o mizbéiaĥ (altar) torna-se "passul", isto é,
o antônimo de "cacher" neste caso. O mesmo com respeito aos
filactérios e às fímbrias dos cantos da veste do judeu, que podem ser
"kecherôt" (plural de "kecherá" - feminino de "cacher") ou "pessulôt"
(plural feminino de "passul"). A mulher que venha a casar-se com um
cohen necessariamente deve estar limpa de qualquer mancha, familiar
ou pessoal, que a torne "pessulá" para contrair matrimônio com um
filho de Aharon. No caso de ser apta, usa-se o
termo "kecherá". (Clique aqui para voltar)

CARÊT - literalmente, cortar. Significa "penalidade de aniquilamento


espiritual", ou seja, perecimento da alma. Assim é a forma de pensar
herdada dos geonim da Babilônia, que nos traz o Rambam, porém
alguns sábios da idade média insistiram que isto é o mesmo que
castigo de " 'ariri", ou seja, que a pessoa morra sem deixar semente
para a continuação de sua prole. (Clique aqui para voltar)

CHA'ATNEZ - palavra intraduzível para qualquer idioma, mesmo


semita. O termo existe somente em hebraico, e significa mescla de lã e
linho. Qualquer tecido feito com esta mescla para servir de indumento,
é proibido para o judeu. Trata-se de uma das leis chamadas "ĥôq" pela
Torá, para as quais não existe uma explicação racional. O cohen,
porém, podia vestir "cha'atnez", pois a faixa com que cingia sua túnica
era obrigatoriamente feita dessa mescla, mas mesmo o cohen somente
podia vestí-lo durante o serviço sagrado no Templo. Outros caso
permitido o cha'atnez pela Torá é o das fímbrias dos cantos das roupas
("tsitsit"), que os sábios decretaram que se fizesse todos os fios
brancos e do mesmo tecido - isto é - de linho (a mescla no caso
permitida pela Torá é unicamente no caso do uso do fio de cor
"tekhêlet"), mas não colocasse fios de lã em roupa de linho, evitando o
erro dos indoutos, que certamente perguntariam: "Por que podem usar
no Talit, e não na costura geral?" A proibição de "cha'atnez" refere-se
somente ao cobrir-se, e somente em caso de vestimenta, mas estar sob
uma tenda feita "cha'atnez" é permitido, bem como sentar-se sobre
tapetes ou demais assentos que sejam feitos desta mistura. É
importante ressaltar que somente a mistura de lã e linho é "cha'atnez",
e todas as demais miscelâneas de tecidos são permitidas, não como
alguns pensam que a proibição da Torá nos vem por motivo
econômico, proibindo qualquer fio tecido fraco de ser cosido com
outro mais forte, formando uma peça única. A penalidade para o
transgressor deste preceito, pela Torá, é de quarenta açoites menos
um. Muitos são os decretos rabínicos que proibem mesclas parecidas a
esta que é proibida, por exemplo, a de vestir roupa de mistura de lã de
animal misturado de ovelha com bode, que não é o caso da lã à qual a
Torá alude. Sobre estes casos não se incorre na penalidade
determinada pela Torá. (Voltar)

CHABAT - (plural: "chabatôt") desta palavra se derivara a palavra


sábado para as línguas latinas. No calendário romano antigo era esse
dia consagrado ao deus pagânico "Saturno", que representava o
planeta que leva este nome. por isto, em algumas línguas, como por
exemplo o inglês, é chamado de "saturday" - "Saturn day". (Clique
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CHALIAĤ TSIBUR - literalmente: "enviado do público". O ofício


litúgico público judaico é efetuado com o quórum mínimo de dez
homens, e o que preside as orações é chamado "enviado do público",
como um representante perante Deus. Entre os sefarditas é comum
também o termo "ĥazan", que geralmente é versado em música e
regras da gramática hebraica. No oriente, o ĥazan aprende o
complicado sistema da música árabe (conhecido
como "maqam" (literalmente: escadaria), em suas diversas
formas). (Clique aqui para voltar)

CHAMTÁ - o mesmo que nidúi. Tipo de excomunhão menos grave


que o ĥêrem. (Clique aqui para voltar)

CHANI (TOLÁ'AT) - trata-se de determinada tinta natural extraída


de certo vermezinho. A tinta possuía cor vermelha mui intensa, e
alguns tradutores da Bíblia traduzem-na por "escarlate", enquanto que
outros por "carmesim". Fôra muito utilizado nos utensílios do
Templo. (Clique aqui para voltar)

CHATUI - derivado do verbo "chatá" - beber. Designa a pessoa no


estado anterior à embriaguez, mas que já não pode ser considerado
normal plenamente. Os sábios fizeram a pessoa que tomar
um "revi'it" de vinho como "chatúi". (Clique aqui para voltar)
CHA'ÔT ZEMANIÔT - Vários tipos de relógio foram usados na
antiguidade por povos diversos. Alguns povos usaram o "relógio de
areia", outros, de água. Os hebreus usavam o solário, ou
"relógio de sol", pelo que ainda é em nossos dias a vida
religiosa do judeu dirigida por horas de solário, e não de relógio
comum, que mede o tempo em forma igual o ano todo. O solário é
comumente construído sobre uma coluna ou parede colocada entre o
nascente e o poente, e sulcos feitos sobre o solário indicarão as horas à
medida que o sol faça com que uma haste colocada ao centro deixe
recair sua sombra sobre os sulcos, cuja distância entre eles é
matematicamente exata. Por este sistema, o dia e a noite terão sempre
doze horas, em qualquer época do ano. Dependendo da estção, as
horas serão mais curtas ou mais longas, mas sempre terão o mesmo
número. Por isto, é comum ouvir de judeus ortodoxos a expressão
hebraica "cha'ôt zemaniôt" ("horas temporais"), cuja referência é ao
tempo marcado pelo "relôgio de sol", ou solário. (Clique aqui para
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CHAVUOT - Pentecostes é o nome desta festa em língua portuguesa,


e deriva do grego, no qual indica um período de cinquenta dias, que é
o período exato que vai desde o segundo dia do Péssah até esta
festividade. Néo usei aqui o termo helênico, porquê a meu ver não
ajudaria em nada ao leitor, ao contrário, poderia complicá-lo, levando-
o a conexões errôneas com assuntos alheios ao judaísmo. (Clique aqui
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CHEĤITÁ - abate de animais para alimento segundo a


halakhá,estando a cutelo afiado e em extrema lisura superficial em
seus três lados e em ambos os sentidos, devendo ser verificado
alternadamente em seis direções antes da executação da degola com a
unha e com a carne do dedo. Dois "sinais", conforme são chamados no
Talmud, devem ser cortados totalmente, sendo que se o foram em sua
maior parte, é o abate considerado correto e, portanto, permissível
para alimento. Estes sinais são a traquéia e a faringe, sendo os pontos
de princípio e final reconhecidos como "setor especificado para abate"
perfeitamente reconhecidos por todo "choĥet" - a pessoa especializada
e treinada para o abate. Em nossos dias a maioria dos "choĥatim"
(plural de "choĥet") se desfazem da verificação do cutelo na carne do
dedo, umprindo unicamente com o que devem fazer com a primeira
verificação - na ponta da unha. Tal fato é incorreto, e deve-se chamar
a atenção dos grandes rabinos para o fato, fazendo permanecer a Torá
em Israel como se deve. (Clique aqui para voltar)

CHEKHEĤÁ - a preocupação da Torá com as camadas sociais, bem


como com o despertar do carinho natural dos judeus uns para com
seus semelhantes, se revela nesses preceitos agrícolas de "chekheĥá"
"lêqet;" "pêret" e "peá". A expressão "chekheĥá" significa literalmente
"esquecimento". Refere-se a feixes da colheita esquecidos durante a
mesma, os quais são deixados para os pobres. (Clique aqui para
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CHEKHINÁ - deriva do verbo "chakhan" - "habitar", e indica a


nuvem da Presença Divina que se via no Templo. Porém, o termo
refere-se à Presença de Deus em todo caso, e não somente no Templo.
É importante ressaltar que tal nuvem ou luz que aparecia era uma
criação do próprio Deus, devido ao fato de tão recém haver saído o
povo de Israel do Egito, precisando algo que pudesse testemunhar
para eles a existência do Criador, pois a cultura egípcia transformara a
força cósmica e o cosmos em si em deidade absoluta, assim como
pensam em nossos dias algumas ordens místicas, incluindo no meio
judaico. A diferenciação do "cosmos" e da "energia cósmica" de Deus
é importante, e foi o que gerou a dissensão entre o Gaon de Vilna e os
adeptos do movimento ĥassídico. Muitos chegaram ao panteísmo
absoluto em máximas como "a divindade em tudo se reveste!", que é
muito comum ainda em nossos dias em certos movimentos místicos
judaicos. Os sábios verdadeiros, porém, afastam-se deste tipo de
idolatria, entendendo que Deus, que é Infinito, não se reveste nem há
como estar "ligado" (e, nem nos cabe usar esses termos em relação a
Ele) a qualquer finito. em Deus em (Clique aqui para voltar)

CHELAMIM - dos sacrifícios particulares. Somente na festa de


'atzêret é apresentado "chalmê tzibur" - ou seja, "chelamim do
público" Jamais pode ser apresentado pelo público, exceto em
chavu'ôt, quando são trazidos dois cordeiros que acompanham o pão
da "tenufá". Pode vir de animais bovinos, ovinos e caprinos, tanto de
machos como de fêmeas destas espécies, mas não das aves, e a degola
só pode ser feita após abrir-se as portas do Santuário. Este sacrifício,
quando apresentado pelo público na festa de 'atzêret, recebe o nome de
"ĥagigá" e faz parte dos "qodachê qodachim" (Santidade de
santidades). Quando porém, é particular, pertence à dos "qodachim
qalim" (santidades leves). Nota: a palavra "qôdech;", apesar de ser
normalmente traduzida como "santidade" em português, não possui
exatamente esta mesma conotação. Três são os "chelamim"
particulares: "chalmê ĥagigá" ou "chalmê simeĥá", que é o chamado
"chelamim" em especial, e vem sem acompanhamento de pão, fazendo
parte dos "qodchê qodachim "; "todá" - o sacrifício "chelamim" que
vem com o pão e por voto ou dádiva; e o "el nazir" - o "cordeiro do
nazireu" - também este vem acompanhado de pão e é trazido pelo
"nazir" ao completar o tempo de seu voto de nazireado.

CHEM'Á ISRAEL - três trechos separados na Torá devem ser


recitados em conjunto por ordem expressa de Deus no Sinai. o
primeiro trecho encontra-se em Dt 6:4-9; o segundo, em Dt 11:13-21;
o terceiro, em Nm 15:37-41.

CHEMINI 'ATZÊRET - "chemini" significa "oitavo". "'atzêret",


deriva de "cessar" ou "interromper". Assim é chamado o dia posterior
aos sete dias da festividade de sucôt, que é ele mesmo uma festa
particular.

CHEMU'Á - refere-se às leis ou aos pormenores recebidos no Sinai,


ouvidos diretamente de Moisés, que não foram escritos na Torá. (Não
confundir com "dinim muflaim", que são leis que não foram recebidas
no Sinai, senão renovadas pelo Sanedrin de cada geração que viu
necessidade em sua instituição).

CHOFAR - instrumento de sopro de chifre de carneiro, e todo chofar


feito de chifres de outros animais, são inválidos para uso sagrado. O
toque do chofar no Templo era acompanhado de duas trombetas, uma
à direita e outra à esquerda, enquanto que as trobetas encurtavam seu
sonido, o chofar prolongava. Fora do Templo, porém, não se pode
efetuar desta forma o toque do chofar. O chofar é tocado em ocasiões
solenes determinados pela Torá, como por exemplo, no primeiro dia
do ano hebraico e no quinquagésimo (jubileu - V. abaixo: "IOVEL")
no décimo dia do ano, para a libertação dos escravos e devolução
proprietária de terras, que não pode entre as tribos de Israel ser
vendida perpetuamente.

CHÊRETZ - Nome genérico hebraico para todos os animais


pequenos que vivem sobre a terra (há também os aquáticos e os
alados, mas quando se diz simplesmente "chêretz", refere-se
geralmente aos de sobre a terra). Não traduzi o termo aqui, porquanto
os tradutores cristãos da Bíblica já traduziram erroneamente ao
português com o termo "réptil", e não é exato, pois em hebraico o
termo refere-se também aos ratos, as lagartas (de folhas), os
caranguejos, os sapos, e também os répteis e demais animais
pequenos. Daí, temos também o termo "chêretz ha-máim" ("chêretz"-
aquático, que são todos os seres vivos pequenos que vivem nas águas)
e "chêretz ha-'of" ("chêretz"-alado, que incluem os morcegos e as
moscas, por exemplo). Dentre todos os animaizinhos pequenos da
terra, oito separa a Torá para serem impurificadores, que no momento
que a pessoa tocá-los, se impurifica (Lv 11:29): 1) ĥôled (toupeira -
Spalax ehrenbergi); 2) 'akhbar (rato - rattus) ; 3) Tsav (tartaruga -
Chelonia); 4) anaqá (tipo de lagarto existente na Terra de Israel, que
chega a 80 cm de comprimento - Varanus); 5) côaĥ (outro réptil, da
mesma espécie da anaqá); 6) letaá (lagartixa comum - Lacerta); 7)
ĥômet (tipo de lagarto pequeno, de pescoço curto e pernas muito
curtas, de escamas muito fortes, lisas e brilhantes, muito ligadas ao
corpo. Há pelo menos oito tipos de "ĥômet". - Scindae); 8) tinchémet
(pequena ave de rapina noturna, de cabeça grande e arredondada,
olhos negros e muito próximos um do outro, envoltos por "cílios" de
penas, bico muito curto e torto desde sua base. Sua cabeça e costas são
amarelas. Tyto alba).

CHEVITÁ - deriva do termo "chabát", ou do verbo "chavát", e possui


sentido análogo. Para melhor compreensão, veja-se a nota 01 no
primeiro capítulo de Leis de Iom Tov.

CHEVUT - proibições rabínicas talmúdicas relativas ao chabát, que


evitam que o judeu chegue à transgressão que o levaria à morte por
seqilá. (v. termo). Subir em uma árvore no chabát é um exemplo desta
proibição. Veja Michnê Torá - Leis de Chabát, cp. 21 para maiores
esclarecimentos.

COFER - (pl.: cofrim) comumente traduzido como "herege" ou


"apóstata". O verbo "cafar" em hebraico significa "negar", e esta
mesma palavra (cofer) em árabe é "cafir". Em sentido religioso,
define-se assim a pessoa que descrê da Torá, ou de parte dela,
afirmando ser "fruto da imaginação humana", ou como pelo estilo.
Nisto, difere do aceito no islam, pois o termo refere-se a pessoas que
se desfazem da Torá e dos profetas, mas não se estende a quem quer
que seja de outra fé ou credo que não o judaísmo, enquanto que no
Islam o termo abrange todos os não islâmicos, como cita o "qur'an"
em várias suratas os "cafirin", ou "cafirun", mas a raiz do termo
semítico é a mesma. Em sentido mais amplo e jurídico, aplica-se à
pessoa que ao comparecer ao tribunal de Torá, nega o que lhe é
imputado, em casos de dívida, por exemplo. Neste caso, não se
entende como pejorativo. Pessoas que descrêem dos princípios da fé
judaica, em geral, são chamados "cofrim" entre os judeus pela
halakhá. outros pontos da fé, por exemplo, é a crença na ressurreição
dos mortos e a vinda do Messias.

COHEN - (plural: "cohanim") literalmente, sacerdote. Trata-se


da casta aharônica, descendentes de Aharon, o irmão de Moisés, que
foi o primeiro sacerdote entre os filhos de Israel. Os cohanim (plural
de cohen) foram separados do restante da tribo de Levi, e são
ordenados com muitos preceitos diferentes dos demais levitas e
demais israelitas. O sumo-sacerdote, o principal dentre os cohanim no
Templo é chamado em hebraico "cohen-gadol" - o "grande
sacerdote".

DIN HAZAMÁ - refere-se ao que deve-se fazer à tesmunha


desmentida, o qual incorre pela Torá na penalidade pela qual deveria
ser castigado com ela o réu que por seu testemunho foi julgado. Em
alguns casos impossibilita-se de ser efetuada esta lei com exatidão, e
pela Torá Oral sabemos como proceder neles. São bem esclarecidos
casos assim no Talmud, nos tratados Sanedrin e no princípio do
tratado Macôt.

DINIM MUFLAIM - - Refere-se o termo às leis sobre as quais


Mochê Rabenu nada falou, não havendo sido recebidas no Sinai, e a
Torá dera autoridade ao Sanedrin (e unicamente ao Sanedrin, não aos
rabinos em geral, conforme muitos querem pensar) para decidí-las.
Por exemplo, a discussão de Bet Hilel e Bet Chamái acerca de quantos
fios deve-se colocar nas fímbrias usadas nos cantos da roupa,
conforme trazido no Sifrá. A decisão do Sanedrin é como se
houvéssemos recebido no Sinai, por que assim a Torá nos ordenou. A
palavra "Muflá" significa: "algo que está além", "algo que ainda não
foi visto", "situação nova, com a qual se depara pela primeira vez".
"Din", significa lei, ou pormenor dela.

DIVRE SOFRIM (ou Divrê Ĥakhamim)- expressão que determina


todos os decretos e preceitos rabínicos. Há que faça distinção entre os
promulgados pelos Neviím (profetas) e os promulgados pelos
Ĥakhamim (Sábios). O Rambam, porém, não lembra esta distinção,
pois o que os faz é a força do Sanedrin, que existiu desde Moisés até o
selar do Talmud, sendo-lhes outorgado por Deus tal autoridade em
qualquer época que estejam, independente de serem profetas ou não.

EFÔD - um dos oito componentes da indumentária sacerdotal


peculiar unicamente ao sumo-sacerdote, usada sobre o ĥôchen, sobre
o qual há doze pedras preciosas, cada pedra com o nome de cada uma
das tribos de Israel.

EITAN - literalmente: "forte". Designa-se assim também qualquer


riacho mais próximo a uma cidade em cujas redondezas foi
encontrado algum cadáver hebreu assassinado, na Terra de Israel.
Cinco Juízes do Sanedrin devem vir até o local onde foi encontrado o
corpo do assassinado, e medir as distâncias a partir dali, até descobrir
qual a cidade mais próxima, após o que todos os sábios da cidade são
convocados, e juntando-se a eles, conduzem até as orilhas do riacho
uma novilha, cujo pescoço é decepado ali por lâmina, cortando-se a
nuca do animal, após o que lavam todos eles suas mãos nas águas do
riacho, proferindo em hebraico: "-Iadênu lô chafkhu et ha-dam ha-
zê!" ("-Nossas mãos não derramaram este sangue!").

EPÍCURUS - segundo o nome do famoso filósofo helênico. No


plural, "epicurussim". O nome foi aplicado pela semelhança que há
entre a pessoa que adere ao descrer da consciência de Deus, que
abrange toda a criação, conforme afirmavam certas ramificações da
filosofia grega. Também se aplica este nome a todo o que descrê da
profecia, e que esta possa ser um fato real, bem como a do Moisés,
nosso Mestre. Deve-se ter cuidado de não confundir o termo
com "min" , com "mechumad" e com "cofer".

ÊVEN MASKIT - Pedra que depositavam os idólatras da antiguidade


para sobre ela depositar a cabeça em suas orações, ou para efetuar
sobre ela o ato chamado em hebraico de "hichtaĥavaiá" - ou seja -
colocar-se por terra com braços e pernas estendidos, e todo o corpo
debruçado, com o rosto por terra.

GAON - (plural: gueonim) - Assim eram intitulados os rabinos pós-


talmúdicos da Babilônia, cujos tribunais permaneceram seguindo o
mesmo sistema de seus antecessores, os Amoraím e os Tanaím (v.
termos). Isto é, buscavam manter a guardia memorizada dos ditames
de seus antecessores pelo mesmo método comum no Talmud. O termo
"gaon" é mal compreendido em nossos dias, pois tomara o sentido de
"gênio", "pessoa super-inteligente", quando na verdade deriva do
versículo: "Pois Deus faz voltar o orgulho de Jacob..." - (Nahum 2:3) -
orgulho, em hebraico - gaon, é a sabedoria de Israel, e esta é a Torá;
sendo seus Sábios seus representantes - dera-se este termo como
designação para os maiorais dos grandes tribunais rabínicos da
Babilônia, sendo os ditos tribunais chamados Iechivá (termo que
também perdera seu sentido original, e em nossos dias se utiliza em
analogia a Bet Midrach - casa de estudo de Torá). - v. também o
termo "savorá".

GEMARÁ - O Talmud está dividido em duas partes: Michná e


gemará. A michná traz as palavras dos Sábios judeus até os dias de
Rabi Judá ha-Nassi, que ao ver o princípio da diáspora e o sofrimento
dos judeus, temera que a legislação da Torá e suas regras, oralmente
recebidas no Sinai e transmitida de geração em geração por cada bet-
din, fosse perdida pelas gerações vindouras, dispersas e perseguidas
pelo mundo. A gemará fora compilada algumas gerações mais tarde,
para facilitar sua compreensão, pois havia sido compilada numa
linguagem demasiado concisa, que era suficiente para sua época,
repleta de estudiosos. Com sua diminuição através de duas ou três
gerações, por motivo das perseguições da época promovidas pelo
império romano e, pouco mais tarde, pelo que tivera nele sua origem,
fizera-se necessário um compêndio que facilitasse sua compreensão
aos estudantes mais recentes. Duas "gemarôt" (plural de gemará)
foram compiladas: a babilônica e a jerosolimitana. A primeira, fora
compilada por Rab Achê, dos últimos amoraím, e selada por ele e por
Rabiná, seu colega; a segunda, por Rabi Ioĥanan, na Terra de Israel.
Com filho de Rab Achê, Mor bar Rab Aché, começa o período dos
"Saboraím". - (V. termo). - Plural: gemarôt.

GEMAR MELAKHÁ - É um termo de difícil explicação em


português, tratando-se de uma forma de expressão hebraica típica, e
refere-se ao que foi previamente determinado para determinado final
de execução de uma tarefa agrícola, como por exemplo: se alguém
planta uvas para comê-las ou vendê-las em seu estado natural, sem
nenhuma finalidade outra, a partir do momento em que estiverem
maduras chegaram a seu "gemar melakhá". Outrossim, se seu intuito
era o de obter por meio delas vinho, seu "gemar melakhá" é o
momento em que se tornarem vinho. O mesmo com a azeitona para
azeite, ou para conserva, e assim por diante. GEMAR - conclusão,
término; MELAKHÁ - trabalho, obra.

GER e GER-TOCHAV - o termo "ger" significa literalmente


"peregrino", e assim foi traduzido nas diversas traduções das
Escrituras. Contudo, é ele aplicado ao convertido ao judaísmo, pois
veio de outra nação para nosso meio. "Ger-Tochav", porém, possui
outra conotação: é o gentio que, após haver aceito cumprir com os
preceitos de Deus dados a Noé quando este saíra da arca com o
término do dilúvio, vindo morar na Terra de Israel, entre nós. O
primeiro, o povo judeu está sempre disposto a aceitá-lo; o segundo,
todavia, somente quando todas as tribos habitam na Terra de Israel.

GEZERÁ - decretos geralmente proibitivos, que servem de "cercado


de vigília" em torno da Torá, evitando o engano que poderia trazer a
pessoa a transgredir quaisquer pormenores que o levariam porventura
a incorrer em penalidade, baseado no escrito na Torá: "Guardem
minha vigília..." - (Lv. 18:30) - explicaram os Sábios do Talmud que
isto quer dizer: "Façam guardia em torno de minha vigília (a Torá)!" -
mandamento este fora entregue ao Sanedrin, conforme Dt. 17: 8-14. -
Plural: gezerôt. (v. taqaná)

GEZERÁ CHAVÁ - das treze regras dadas ao Sanedrin para


interpretar a Torá nos casos de "dinim muflaim". (v. termo), é a que
busca aplicar sentidos similares a distintas leis através de mesmas
expressões encontradas nas mesmas em comum. Como toda regra só
pode ser bem entendida através de exemplos, tomemos o caso do
estudo da comprovação da obrigatoriedade de realizar o casamento
pela compra, que é o que significa "tomar" para si uma mulher, cujo
termo "tomar" é o mesmo utilizado por Abraham quando comprou o
campo de 'Efron.

GEZERAT HA-CATUV - algo como "decretado pelo escrito", se


traduzido fosse. Porém tal tradução não seria clara, pelo que
preferimos trazer aqui uma explanação detalhada. As coisas acerca das
quais o escrito determinara, sejam preceitos ou não, nos quais não há
um motivo explícito ou compreensão, são chamados assim, como por
exemplo o estado de impureza (que nem sequer há tradução exata para
o termo assim traduzido pelos tradutores das Escrituras, pois nada tem
a ver o termo hebraico "tumá" com "impureza" em língua latina ou
ocidental). O escrito decidira que tal estado existe, e somente por
causa do escrito, admitimos sua existência, sem questionar, apesar de
não haver ser humano que possa explicar realmente de que se trata. Os
místicos tentam explicar por seus métodos duvidosos, mas o
importante é que sejamos cônscios que os Sábios disseram
simplesmente ser "gezerat ha-catuv". O mesmo se dá com alguns
preceitos, conforme citado, e o melhor exemplo é o toque
do chofar em roch ha-chaná, o primeiro dia do ano hebraico. Seria
como dizer: "Apesar de estranho, não questionamos, por ser
determinação da Torá!" A partir da compreensão do que significa a
expressão, cai por terra toda outra explicação - esotérica ou não, de
acordo com o caso - sobre os mesmos, pois trata-se simplesmente de
determinação da Torá, nada mais.

GID HA-NACHÊ - "Nervo ciático". É o nervo que se estende desde o


meio da coluna vertebral até abaixo dos joelhos posteriores do animal,
exacerbadamente ramificado, de difícil extração. Ê uma das proibições
graves da Torá comer tal nervo. A proibição da Torá é somente o que
se estente pela anca e coxa do animal, mas por decreto dos Sábios,
também as ramificações acima e abaixo destes pontos são proibidas. A
divisão também difere, no que concerne à parte deste nervo que se
exterioriza no animal, e a parte que é interior, sendo a exterior também
proibida por decreto, e a interior pela Torá. A penalidade pela Torá é
de açoites e a medida para tal é o equivalente ao volume de uma
azeitona mediana (um terço de um ovo). Se a pessoa comer uma
quantia desta de uma coxa, e outra igual de outra coxa, recebe duas
vezes o castigo (ou seja, setenta e oito golpes de açoites).

HAGARI - (pl.: "hagariím") - alcunha hebraica para os descendentes


de Hagar, segunda esposa de Abraham, nosso pai.

HALAKHÁ - (plural: halakhôt) assim se denomina cada uma das


particulariedades de cada um dos seiscentos e treze preceitos, ou seja,
cada preceito da Torá divide-se e subdivide-se em pequenos
pormenores que levam esta denominação.
A expressão "halakhá" é derivada do verbo hebreu "halakh" - que
significa "caminhar" (o verbo aqui figura em tempo passado na
terceira pessoa, como se faz pela gramática hebraica, e não no
infinitivo, como se faz nas línguas ocidentais em geral). Quer dizer: a
forma pela qual deve-se caminhar no que concerne ao cumprimento
da Torá. É importante lembrar que quando dizemos halakhá leMochê
mi-Sinai (halakhá desde Mochê no Sinai), referimo-nos às halakhôt
que foram ditas a Moisés oralmente, sobre as quais não há discussão, e
não acham-se escritas em lugar algum na Torá, nem têm alusão
alguma nos escritos.
Há no campo da halakhá casos especiais, nos quais se diz, por
exemplo, "halakhá, veen morim ken" ("é [o caso citado] halakhá,
mas não se ensina [às pessoas que o façam] conforme ela"), ou seja,
casos que o feitio delas pode acarretar problemas de cunho diverso
entre as pessoas que sabem pouca Torá, como no caso de continuar
com os tefilin sobre si após o crepúsculo, que é permitido desde que
haja posto antes do pôr-do-sol, e pessoas simplórias ao ver rabinos ou
estudantes de Torá agindo assim, virão muito provavelmente a colocá-
los à noite, ou após o crepúsculo, incorrendo em transgressão contra a
Torá.
Outro caso especial é o que se denomina "matin", que significa
literalmente "entornar". Dizemos então, por exemplo: "Halakhá
kerabi peloni, akh matin kerabi almoni", ou seja: "A halakhá é de
acordo com as palavras de rabi fulano, e entorna-se como rabi
ciclano".
Este segundo caso, apesar de ser distinto plenamente do anterior, é
efetuado por motivo similar, e vem ou facilitar, ou dificultar, para
evitar do público geral o tropeço pela falta de conhecimento suficiente
da Lei no meio da massa.
Como exemplo deste caso, poderia ser citado o caso de cozinhamento
no chabat sem intenção, discussão em beraitá repetida em cinco
lugares diferentes no Talmud por Rabi Ioĥanan, Rabi Iehudá e Rabi
Meir, apesar de muitos rabinos pós talmúdicos dizerem que o caso não
pode ser tido como "matin", pois todo caso de entornamento da
halakhá tem por meta facilitar para a maioria, que é o povo simples, e
dificultar para os sábios e seus discípulos, que são poucos e mais
capacitados a suportar o difícil. Este último caso somente pode ser
dito em casos de que seja a halakhá decisão unânime do Sanedrin, e
não em pormenores diretos do Sinai, nos quais não pode haver
discussão. (voltar)

HAFLAÁ - Não há palavra alguma em nenhum idioma ocidental que


possa traduzir exatamente este termo, apesar de que expressões
derivadas são traduzidas pelo termo "maravilha" nas línguas latinas,
ou "wonder" e "wunder" nas saxônicas ou germânicas, sem ser este,
porém, seu sentido original verdadeiro; contudo, ele provém da
mesma raiz explicada na nota número 28 (DINIM MUFLAIM), no
parágrafo 25 do prefácio. Indica algo além da concepção humana, algo
que causa espasmo, ou algo com o qual ainda não se deparara por
estar além do alcance natural. O caso de uma pessoa proibir-se algo
que pela Torá ser-lhe-ia naturalmente permissivo, deve causar em
todos nós sentimento de espanto, pois assim se refere ao caso o
próprio Criador e dador da Torá, no versículo que reza: "...ich o ichá
ki iafli lindor..." - "...homem ou mulher que admiravelmente fizer um
voto..." - (Nm 6:2). "Muflá", conforme já explicado, é algo além da
concepção ou alcance racional humano, e no caso da autoridade do
Sanedrin, a Torá utilizara também esta palavra, talvez para dar ênfase
à autoridade que Deus lhe outorgara a este corpo judicial. O fato de
que em nossos dias seja tão comum o fato de que acharem muitos que
para adentrar os portais da santidade é imprescindível que se faça
além do que o que nos fora ordenado na Torá, é estranho à forma de
pensar hebraica original, segundo a qual devemos cumprir exatamente
o que nos fora ordenado, sem aumentar ou diminuir. Os casos nos
quais acharam os Sábios do Sanedrin mister, decretaram e proibiram,
segundo a autoridade que Deus mesmo lhes dera. Quanto a nós, cabe-
nos aceitar o que disseram, e não desviarmos nem para a direita, nem
para a esquerda, nem aumentar, nem diminuir, nem fazer para nós
mesmos decretos proibitivos segundo nos pareça.

HAQHEL - na saída de cada ano de "chemitá", ou seja, o sétimo ano


designado para o descanso da Terra, o povo deve ser juntado para a
audiência da Torá, e este preceito éconhecido com este nome, que
deriva da palavra qahal = congregação. (Preceito positivo número 16)

HATRAÁ - literalmente, "advertência". Não traduzi este termo,


optando por transliterar simplesmente, por ser usado, em termos de
halakhá, de modo muito singular. A hatraá é imprescindível para que
alguém possa ser condenado por qualquer transgressão no judaísmo.
Ela inclui um esclarecimento pleno para o indivíduo ao qual fora
transmitida, seja do peso de sua transgressão, como da pena na qual
incorrerá, caso a realize. Deve ser-lhe transmitida por duas pessoas
(testemunhas). Caso a pessoa transgrida leis sem esta prévia
advertência, dificilmente poderá ser condenado à morte caso seja
passível desta penalidade. Logicamente, não equivale para todas as
leis, senão por exemplo profanação de chabat e iom tov (mas não
unicamente estas.)
HAVDALÁ - (ou, conforme pronunciado tradicionalmente pelos
sefarditas, habdalâ) - trata-se do ritual de separação entre
o chabat (sábado judaico) e os demais dias da semana, no qual se
bendiz sobre vinho (ou outra bebida comum ao país), sobre
especiarias, sobre a luz produzida pelo fogo e sobre a separação entre
o santo e o profano. Este ritual é também feito ao término de cada dia
festivo

HÊSPED - trata-se do discurso sobre o falecido, lembrando seus bons


atos durante sua vida neste mundo. O hêsped é, geralmente,
acompanhado de choro e lamentos por parte dos enlutados e de
demais pessoas que tenham motivos para tanto, o que o faz proibido
no Chabát e no dia festivo (iom tob). Na época transata - quando ainda
viviam todos os hebreus na Terra que foi dada a nossos pais, até o
período talmúdico, o enterro e o "hêsped" eram acompanhados por
lúgubres toques de flautas.

ĤALA - parte da massa para o pão que deve ser separada por
determinação da Torá e entregue a um cohen. Na atualidade, que
nosso Templo encontra-se desolado, e todos nos achamos impuros por
falta da cinza da vaca vermelha, os cohanim não podem dela usufruir,
por ser proibido comê-la em estado de impureza; ou estando ela
impura. Os Sábios do Talmud decretaram que o mínimo que cada
israelita deve dar é 1/24 para o cidadão comum que assa seu pão em
sua casa para seus familiares e sem fins lucrativos, e 1/48 para os que
o fazem para venda.

ĤALALA - assim é cogominada a mulher que nasceu da união entre


um sacerdote e uma das mulheres proibidas ao sacerdócio, bem como
a própria mulher proibida para o sacerdócio com a qual se relacionou,
torna-se ĥalalá. "Ĥalalá" literalmente significa "profanada" - de "ĥilul"
- profanação.

ĤALITÁ - último processo a ser realizado para que se possa


alimentar de carne (desnecessário somente quando é assada), que faz-
se após lavar - salgar - lavar da carne, tirando dela todo o sangue. A
ĥalita fecha os vasos sanguíneos, tornando a carne permissiva para
cozinhamento. É feita dos seguintes modos: após o processo de
lavagem, salgamento e relavagem da carne, entorna-se a mesma sobre
um caldeirão de água fervente, ou deixa-se por um espaço de tempo
em um recipiente de vinagre, até fecharem-se todos os canais pelos
quais havia possibilidade de saída de sangue durante o cozinhamento.
O ingerir sangue - cozido ou não - é proibição grave na fé judaica,
mas como as fontes talmúdicas que achavam-se intactas perante o
Rambam não foram vistas por muitos rabinos europeus posteriores a
ele, esses alguns deles perguntaram acerca das fontes do Rambam
para tal promulgação, e concluíram que "a vermelhidão que escorre da
carne após o lavar-salgar-lavar é caldo, e não sangue" (Rabi Nissim,
em nome do Ramban). Eu me pergunto, com todo o respeito aos
distintos sábios: "caldo" - que seja - mas, de quê?
ĤALITZÁ - Quando o homem se vê impossibilitado de cumprir com
o mandamento de "ibum", seja qual for a razão é executada diante de
um pequeno tribunal de sábios da Torá o "descalçar do sapato", na
qual se desfaz o homem de tomar para si a esposa de seu irmão
falecido, deixando-a livre para ser desposada por quem quer que seja.
(V. abaixo: ibum)

ĤAMETZ - Qualquer fermentação oriunda dos cinco tipos de cereais


(trigo, cevada, centeio, aveia, espelta). São proibidos, em caso de
fermentados, estes cinco tipos de cereais. Todos os demais tipos de
sementes pequenas, que proíbem para si mesmos nossos irmãos
achkenazitas durante os dias da festa, como arroz e outras,
dependendo da comunidade mais elementos ficam proibidos, não
fazem parte desta proibição, e nada tem a ver com ela, sendo
totalmente permitido seu uso alimentício durante a festividade,
aumentando nossa alegria nos mandamentos de nosso Deus.

ĤAZAQÁ - termo que indica probalidade sem lugar para


questionamento com respeito a tudo o que pudesse gerar os tais, seja
em concernência a pessoas, objetos ou a estado dos mesmos.
Geralmente, a ĥazaqá é levada em conta após uma constatação
tríplice de determinado caso. Em determinados casos, como em
assuntos relativos a negócios, o termo pode ter significação diversa,
indicando propriedade.

ĤAZAN - assim é chamado o que oficia em público a oração, para a


qual é imprescindível a presença do mínimo de dez pessoas.

ĤATAT - sacrifício que, assim como "acham", vem sobre


transgressão. O sacrifício "ĥatat" é apresentado por transgressões nas
quais há pena de aniquilamento espiritual que hajam sido realizadas
inconscientemente, seja qual for o motivo da inconsciência. Ele é
apresentado de todos os três tipos de animais designados para
sacrifícios (bovinos, ovinos e caprinos), bem como de ambos os tipos
de aves (pombas e rolas), tanto de machos como de fêmeas. pertence à
classe dos "qodachê qodachim" ("santidades de santidades"). Por
serem oferecido pela transgressão, nem o ĥatat nem o acham podem
ser trazidos por promessa ou por dádiva. Todo lugar onde estiver
escrito ¨ĥatát qevu'á¨, significa que o sacrifício somente poderá vir dos
três tipos de animais.

ĤEREM - Trata-se do caso de proibição decretada pelo Tribunal de


Torá sobre determinados objetos dos quais não se possa fazer uso, por
exemplo, como no caso da guerra de Josué no qual proibira-se ao
povo de levar do despojo para suas casas, sendo "ĥêrem", e estende-se
também a pessoas, com os quais fica proibido todo e qualquer contato,
comercial ou não, até que arrependa-se de sua transgressão e torne ao
caminho reto - caso haja sido declarado contra ele estado de "ĥêrem".
O caso relativo a pessoas mais leve que este é chamado nidúi. Desta
lei copiara posteriormente o cristianismo romano o que chamam de
excomunhão, pelo que comumente os tradutores para as línguas
latinas traduzem-no ou explicam-no como "a excomunhão judaica".
Outro significado deste termo é dedicação por voto de algo de sua
propriedade (como para o Templo, por exemplo), que o faz tornar-se
proibido para as demais pessoas. Outro caso é o da cidade destruída
por motivo de desvio do caminho da Torá, buscando formas de
idolatria. Tudo o que nela houver é chamado por essa determinação.

ĤÔCHEN - integrante dos indumentos do sumo-sacerdote, quadrado,


feito de fios de ouro, azul-safira, púrpura e escarlate, traduzido
comumente nas diversas traduções bíblicas como "peitoral". Cobria as
espaldas e o tórax do sumo-sacerdote e sobre ele era colocado o
"efôd". (ver: EFÔD)

ĤOL HA-MO'ED - assim cogomina-se entre nós


os dias intermediários dos festivais (pêssaĥ e sucôt). O primeiro e o
último são iamim tovim (plural de "iom tov").

ĤÔVER - encantador. A pessoa que crê que certas palavras


ininteligíveis, inexistentes em qualquer idioma, tratando-se apenas de
junções de letras ou sílabas (como por exemplo: "abracadabra", ou
similares), ou certas ações místicas possuem força no campo astral e
influenciam no físico, seja para boa sorte ou para livrar-se de
inimigos, serpentes, influências energéticas negativas, ou coisas
parecidas, e faz tais atos, e profere tais palavras em sua crença torpe.
Todo tipo de ações dessa ordem é chamada "ĥêver", e a pessoa que o
faz, "ĥôver". São proibidas por serem raízes da idolatria, sendo
proibido achar que há força além da do Criador, ao qual servimos.
Muitas destas cousas são atualmente praticadas por judeus que acham
haver "uma forma santa de proceder nestas coisas".

IÉN NÊSSEKH - trata-se do vinho despejado no altar idólatra, por


excelência. Outrossim, os Sábios decretaram que todo vinho
produzido pelos gentios seja-nos proibido, distanciando-nos desta
transgressão. Mesmo um vinho feito por judeus, mas servido por um
não judeu, torna-se igualmente proibido, a partir do toque e despejo,
sendo a mesma lei equivalente para um judeu que não guarde o sétimo
dia semanal judaico, o chabat. Em caso de vinho judaico tocado por
um gentio, exceptua-se o caso de haver sido o vinho previamente
cozido, que o faz inapto para ser despejado sobre o altar com libação,
que o torna impróprio também para "qiduch", ou seja, celebração da
santificação do sábado pelo vinho, de acordo com o Talmud. Em
nossos dias, porém é comum ver-se pessoas que o fazem com vinho
cozido, o que é, segundo o Talmud, um erro que precisa ser reparado.

IBUM - Comumente traduzido nas diversas versões da


Bília "LEVIRATO". Segundo a Torá, se um homem se casa e morre
sem trazer filhos ao mundo, seu irmão deve tomar para si sua esposa
após seu falecimento, trazendo dela filhos em nome de seu irão, e tal
se chama em hebraico "iebamá". Em nossos dias, por via das
dificuldades que nos são impostas pela cultura ocidental e sua
hipócrita legislação anti-poligâmica para que ela perdure existindo sob
a forma de concubinas ilegais, ocultas para a esposa e para a
preservação do "bom nome", só temos como cumprir com o preceito
de ĥalitzá.

IDE'ONI - "Qual é [o feitio característico do] ide'oni? - toma um osso


de certa ave, colocando-o em sua boca. Acende incenso, fazendo [em
seguida] outros feitios, até cair como que possesso, predizendo o
futuro..." - Michnê Torá Leis concernentes à idolatria, cp 6, halakhá 3.
Desenvolveram-se esses feitios desde a antiguidade e tomaram novas
e diversas formas pelos quatro ventos do mundo. Apesar de que
somente o caso citado é o que chama a Torá de feitio de ide'oni, todos
os derivados são claramente proibidos, tendo todos conexão direta
com formas de idolatria.

IEBAMÁ - Assim é chamada a mulher à qual corresponde a


obrigação de "ibum", ou seja, o levirato. (V. acima: ibum.)

IOCHVÊ QERANÔT - iochev = assenta-se; qéren = canto, esquina.


Alcunha talmúdica para pessoas vadias, que perdem seus dias e horas
em jogatinas ou simplesmente em sentar-se sem ocupar-se de nada
que dê proveito.

IOM TOV - (iom = dia; tob = bom; plural: iamim tovim) São os dias
festivos judaicos, nos quais as proibições são similares àquelas do
chabát, com exceções, segundo citadas neste livro. Suas penalidades,
porém, são diversas das que se aplicam em casos de profanação do
chabát, como constatará o leitor. Na terra de Israel, com exceção do
primeiro dia do ano, que são dois dias em comemoração por toda
parte, todos os demais dias festivos são comemorados por um dia
apenas (um no princípio e um no final da festa), em contraste com a
diáspora, onde comemora-se dois dias ao princípio e ao final da festa.

IOVEL - pronuncia-se yobel tradicionalmente entre os sefarditas


(repare que o "i" é consonontal, devendo-se pronunciar à moda árabe,
ou como a letra russa "yá"). Comumente traduzido "jubileu". Os anos
hebraicos na Terra de Israel são dividos por determinação da Torá em
porões de sete - sete, sendo cada sétimo destinado ao descanso da terra
do trabalho agrícola e à anulação de dívidas de empréstimo
pecuniário. após a sétima vez dessa contagem (quarenta e nove anos)
um ano a mais é destinado ao descanso da terra, e nele são libertos os
escravos e devolvidas as terras compradas durante os cinquenta anos a
seus proprietários-herdeiros originais. Por esta mesma razão, o
"yobel" somente pode ser realizado em todos seus pormenores quando
todas as tribos encontram-se juntas na Terra de Israel, o que não
ocorre ainda em nossos dias, que somos compostos especialmente de
Judá, Benjamin e Levi, e entre estes, descendentes de Aharon.
Contamos ainda com pouquíssimos dos filhos de Simeão cuja tribo em
sua maior parte foi absorvida por Judá, após o cisma que se dera com
a morte do rei Salomão. Os grupos afegães chamados "Pathan" são
reconhecidos por muitos pesquisadores históricos e etnologistas
(judeus e não-judeus) como sendo as dez tribos perdidas de Israel, o
que é perfeitamente admissível, pois seus nomes remontam ainda aos
mesmos do período bíblico, com leve influência da pronúncia dos
idiomas indo-pérsicos (Chama'uni - Chime'oni; Rabni -
Reubeni; Menassi - Menachi; Djadi - Gadi, etc). Deve-se rezar para
nossa grande família reúna-se novamente em nossa Terra, e fazer de
tudo para contribuir com nossos próprios meios para que tal ocorra,
como está escrito: "Amarás a teu próximo..." (Dt 6)

KERAKH - Três termos são usados para indicar "cidade": O


termo "mediná" no hebraico atual é comumente usado com o sentido
de Estado ou País. No passado, porém, significava simplesmente
"cidade", assim como em árabe a palavra "medina". A cidade que
nos dias de Josué possuía muralhas, mesmo que agora as tenha, é
chamada kerakh, e a que é murada hoje, e nos dias de Josué não era, é
chamada 'ir. Entretanto, o termo "kerakh" é utilizado também para
indicar localidade com população numerosa, como se vê nas Leis de
Idolatria. Tanto a cidade chamada "'ir" quanto a chamada "kerakh" são
chamadas "mediná". Se são os habitantes em número menor que cem
pessoas, é o chamado "kefar" (equivalente a "kafr" em árabe), que
significa "aldeia", ou "vilarejo". Porém devemos lembrar que como
em toda constituição jurídica, também a Torá usa termos com
diferentes significados para situações diversas, e assim temos o
termo "kerakh" nas Leis da Leitura da Megilá (1:4) com o sentido
acima mencionado, diferenciando as cidades antigamente muradas das
não muradas, e nas Leis de Idolatria (cp 4 - "kerakh gadol", indicando
a maior parte de uma tribo) com o sentido de aglomerado de povoados
em conjunto, e nas Leis de Bênçãos (final do cp 10) indicando toda
cidade grande, onde o perigo é permanente, pois conforme a grandeza
da cidade, assim também o perigo nela (assaltos, roubos, etc) é sempre
iminente.

KILÁIM - plantio de duas espécies parecidas juntamente ou enxerto


delas uma na outra, ou acasalamento de animais de distinta espécie.

KILÊ HA-KÊREM - plantio de uvas e cerais, ou uvas e verduras


juntamente. A proibição refere-se, pela Torá, à Terra de Israel, porém
os Sábios proibiram-na também para os que vivem fora dela.

KIPUR - Expiação. Ao décimo dia do mês de Tichrê (que é o


primeiro do ano judaico, coincidente geralmente com o mês de
setembro dos gregorianos) os hebreus jejuam o jejum prescrito na
Torá e sacrifícios especiais similares aos de Roch ha-Chaná são
apresentados no Templo, com acréscimo do "bode expiatório". Este
dia é chamado de "Iom Kipur" - "O dia da expiação", ou "iom ha-
kipurim" - "dia das expiações".

LÊQET - No momento da ceifa do trigo, toda espiga que cai dentre as


outras deve ser deixada para usufruto dos pobres. Mesmo que a pessoa
haja transgredido este preceito, deve dar o assado delas aos pobres.

LICHCAT HA-GAZIT - setor designado no Templo de Jerusalém,


no qual se assentava o Bet-Din ha-Gadôl (O Grande Tribunal),
responsável pela legislação de Torá para todo o povo judeu, na Terra
de Israel e na diáspora, segundo Dt. 17:8-14.

MA'ASSÊR - (v. "terumá") - deriva de 'esser = dez. Significa


"dízima". após separar-se a "terumá" - i.e., a porção que cabe ao
cohen, a dízima deve ser separada e dada ao levita. Após isto, outra
dízima deve ser separada (do que restou), e os proprietários devem
comê-la em Jerusalém, estando puros. A primeira dízima é dada ao
levita, e chama-se "ma'asser richon" ou "ma'asser levi". A segunda
separação é chamada "segunda dízima", ou "ma'asser cheni".

MA'ASSÊR 'ANI - (v. "terumá") - Nos anos terceiro e sexto


(contagem feita a partir do ano de descanso da terra), a segunda
dízima deve ser dada aos pobres.

MABÔI - comum a edifícios de moradia para vários núcleos


familiares, que constitui de corredores entre as casas até entrar no
quintal principal, que é comum a todos os moradores. Mabôi é o
corredor (ou os corredores) por excelência, e muito há sobre isto em
leis de chabát. Tais edifícios, comuns ao oriente médio, perdem-se já
na antiguidade, achando-se ainda entre os árabes nas velhas cidades e,
principalmente, nos vilarejos mais antigos.

MADIAĤ - trata-se da pessoa que desviou a maioria


da população hebréia de uma cidade para outra fé. Nisto difere
do "massit", que é quem desviou ou desvia judeus em particular, sem
haver chegado à maioria de uma população.

MAMZER - assim é chamado o filho gerado por qualquer das


relações ilícitas da Torá. O 'mamzer' não propriamente é o "bastardo"
da cultura ocidental. Um mamzer, todavia, está proibido de contrair
matrimônio com uma filha de Israel, havendo uma forma especial para
purificar seu estado em sua prole, sendo seu estado hereditário.

MAROR - deriva da raiz "mar" = amargo. Trata-se das ervas que


acompanham o sacrifício pêssaĥ durante a comemoração na qual é
comido em família. Comumente, trata-se do alface.

MASSIT (v. "madiaĥ") trata-se da pessoa que desviou ou tenta


desviar israelitas de sua fé, mas ainda não desviara a maioria da
população judaica de determinado lugar, diferenciando-se do madiaĥ
unicamente pelo fato de este outro já haver causado a muitos o desvio
da fé judaica, chegando a converter a uma outra fé a maior quantidade
dos habitantes judeus de determinada cidade. A ordem Divina é que
tanto o messit quanto o madiaĥ sejam mortos pela penalidade de
apedrejamento judaico (seqilá), após julgamento numa corte de Torá.
Exemplo de messit e madiaĥ em nossos dias: o evangelismo
missionário fomentado por judeus cristianizados, que se intitulam
"judeus messiânicos" e têm por meta o desvio dos israelitas do Pacto
Eterno de Deus, outrora dado no Sinai para toda a eternidade,
conforme testifica a Torá em vários lugares. é claro que não incorrem
nesta penalidade missionários não-judeus, que estão desobrigados da
Lei de Moisés, incorrendo simplesmente na penalidade dada por Deus
a Noé e descendência para sempre, que proíbe atos idolátricos, pelos
quais incorre em pena por "sêif", se julgado por uma corte que julgue
de acordo com suas leis (ver termo).

MACHBER - assento especial perfurado sobre o qual assentava-se a


mulher ao dar à luz a criança. Deriva do verbo chavar (lichbor), que
significa quebrar, romper, provavelmente em alusão ao sofrimento
pelo qual passa a parturiente.

MATZÁ - pão assado sem fermentação alguma, feito de farinha e


água, unicamente.

MATZEVÁ - pedra ou lage memorial. No passado, era comum entre


as nações o levantar lages para idolatria, como faziam os druídas nas
terras britânicas, ou outras formas idólatras, pelo que a Torá nos
proibira de fazê-lo. Tal era levantada geralmente sobre os montes, ou
sobre os palanaltos, servindo de ponto reconhecido para reunião das
multidões em adorações de ídolos, em lugares nos quais não fora nem
seria erigido nenhum Templo, destinado para o culto ao ar livre. - Leis
de idolatria 6:9.

MATZÔT - plural hebraico da palavra "matzá.

MECHIKHÁ - o significado desta palavra é "ação de puxar", e


provém do verbo "machakh" = puxar. A efetuação de compra e
venda entre os israelitas, conforme determinado pela halakhá, faz
necessário a ação mencionada para que seja tido como efetuada a
realização da negociação. Caso haja dado o valor da mercadoria e não
efetuado a ação, o negócio encontra-se ainda em realização, não
havendo ainda saído da propriedade do vendedor. Em caso de objetos
que não possam ser "puxados", como terra, imóveis ou várias espécies
de móveis, algum objeto outro, como um lenço, desde que valha uma
perutá, é elevado à altura de um têfaĥ, simbolicamente simbolizando
o objeto comprado. (Não confundir com "mechiĥá", que significa
"unção." Em Israel, atualmente, a maioria das pessoas pronunciam
ambas as sem distinção, com excessão de alguns sefarditas e judeus
orientais, que preservam a distinção entre as letras "ĤET" e "KHÁF"
sem "daguêech" (ponto ficativo colocado dentro da letra, que modifica
sua pronúncia). "MACHAKH" e "MACHAĤ" são verbos cabalmente
distintos.)

MECHUMAD - deriva do termo "chemad" - que significa


literalmente "destruição", mais utilizado comumente em sentido de
"destruição espiritual". Há várias classes, mas a pessoa classificada
como "mechumad" por excelência, são dois tipos: a) aquele que não
cumpre com os mandamentos da Torá em geral por opção livre; b) o
que opta por outra fé qualquer contrária à Torá, especialmente as
religiões idolátricas, por livre e espontâneo alvedrio.

ME'ILÁ - trata-se do uso profano de qualquer das coisas santificadas


do, ou do Templo, seja utensílios, seja alimentos ou qualquer outro
pertence destinado ao que é mais elevado em termos de santidade. Os
sábios explanam no Trt. Berakhot no Talmud que a pessoa que tira
deste mundo prazer sem antes bendizer, é comparado a quem entra no
Templo e toma de lá algo sem que possa fazê-lo segundo o
determinado na Lei de Deus, pois o universo todo é pertence de Deus,
e não somente o Templo, não sendo Deus resumido nem mesmo ao
universo. (Voltar)
MELIQÁ - Os sacrifícios em geral são degolados, porém os
sacrifícios de aves são feitos de uma forma muito especial, que é a
seguinte: o cohen enfia alguns de seus dedos entre as alas da ave e
abaixa sua cabeça com outro dos dedos, deixando o polegar
direcionado sobre a nuca da ave, onde sua unha é introduzida,
separando o crânio do corpo, cortando juntamente o canal da via
respiratória e o alimentar no sacrifício holocausto ('Olá). Segundo Rav
Sa'adia Gaon, após o ato de "meliqá" deve-se degolar a ave, conforme
escrevera no comentário sobre a Torá.

MÊQAĤ TA'UT - "Mêqaĥ" significa "compra", e "ta'ut", engano,


erro. literalmente traduzido, seria: "compra enganosa", e, neste caso,
fica anulada automaticamente a negociação. O judeu, ao vender algo,
é obrigado pela halakhá a deixar claro para o comprador todo defeito
que porventura possa haver no objeto ou imóvel a ser por ele vendido,
e caso haja sido blando para com o comprador, mesmo que este haja
realizado todo o necessário segundo a halakhá para efetuar a compra,
tudo o que fizera torna-se automaticamente invalidado a partir do
momento em que haja descoberto o engano (mesmo que não haja uma
razão que indique capciosidade por parte do vendedor), e como se
jamais houvesse efetuado a compra. O vendedor deve devolver-lhe o
valor pecuniário recebido, e tomar de volta o objeto vendido.

MÉRCULES - ídolo da antiguidade, identificado como Mercúrio,


conhecido também como "Hermes",
cuja forma de idolatria consistia em
lançar-lhe pedras. O dia semanal
consagrado a esse deus ainda hoje tem seu nome em língua espanhola
(miércoles=quarta-feira -não confundir com a expressão latina
"mehercules" - que significa "por Hércules"). Ao lado, na gravura,
aparece o símbolo desta deidade, conforme trazido nos livros
maçônicos, os que são ainda as maiores autoridades em tudo o que diz
respeito às simbologias idolátricas místicas dos povos da antiguidade,
os que ainda são os que praticam as antigas formas secretas de magia
egípcia e babilônica na atualidade. Mércules simbolizava a "energia
vital" entre os iniciados no esoterismo grego e egípcio na antiguidade.
No antigo Egito, seu nome era "Thoth" (ou Tutí), e varia nos escritos
místicos ocidentais entre os países sua transliteração, podendo ser
encontrada em regiões eslávicas a forma "Tocz", ou em países latinos,
"Toch", ou simplesmente "Tot". O nome, em sua forma polonesa, mas
transcrito com a forma secreta cabalística, figura nas últimas páginas
do livro cabalístico "judaico" que, segundo a "tradição", fora entregue
pelo anjo Raziel ao primeiro homem Adão. "Thoth" fora chamado
pelos egípcios na antiguidade de "O senhor dos livros divinos", e "O
escriba da companhia dos deuses". A forma figurada deste ídolo entre
os egípcios difere, porém, da comum entre os antigos gregos. Os
primeiros tinham-no com corpo humano e cabeça avícola, como uma
"íbis" (ave mitológica). Os segundos, corpo humano e cabeça de
carneiro. O nome "Hermes" - segundo a maçonaria - deriva do nome
Ĥiram. O carneiro egípcio simbolizava a potestade egípcia que
determinava o que fazer às nações, e tal fora degolado diante de seus
olhos por ordem divina pelos hebreus, dando origem ao sacrifício
pascal judaico. "Hermes" era (e é ainda nas ordens místicas secretas)
simbolizado também por um dragão, simbolizando a "sabedoria
universal". Similarmente, simboliza o bissexualismo, ou o
hermafrodismo, tal e qual a águia bicéfala (símbolo do grau 33º da
franco-maçonaria).

METZORÁ' - traduzido erroneamente pelos tradutores da Bíblia


como "leproso". Trata-se da pessoa leva em sua pele manchas
consideradas impuras pela Torá, e nada tem a ver com a enfermidade
conhecida como hanseníase ou lepra. (V. neg'á)

MICHNÁ - Conjunto de escritos compilados por Rabi Iehudá (Judá)


ha-Nassi, que contém toda a Torá oralmente recebida no Sinai por
Moisés. Tanto a Michná como sua acompanhante, a Gemará, devem
ser estudadas através de regras. Rabi Chemuel ha-Nagid compilou um
livro de regras de estudo e de legislação talmúdica, baseando-se no
livro de regras de um dos últimos geonim de Sura, Rabi chemuel ben
Ĥofni ha-Cohen Gaon. (Geonim - plural de gaon - veja o termo.)
Muitos rabinos aĥaronim encontram dificuldades imensas em explicar
certas legislações de R. Moisés Maimônides em seu grandioso e
inefável livro, o Michnê Torá. Isto se dá por três motivos principais: a)
A linguagem na qual fora escrito - o hebraico michnaico - exige uma
leitura contínua (desde seu princípio atê seu final), não somente em
assuntos e capítulos, como em todo o compêndio. Hoje em dia, pelo
fato de estar a maioria acostumada a ler na gemará o texto talmúdico e
verificar em seguida o que disseram os grandes exegetas e legisladores
sobre o assunto, vão direto ao canto da página que indica onde se
encontra a dita halakhá cita no Talmud no Michnê Torá, sendo este
método errôneo quando se trata de estudar o Rambam; b) Em seu
prefácio ao Michnê Torá cita o autor muitas fontes que, em nossos
dias, são inexistentes; c) As regras de estudo do talmud usadas pelo
Rambam foram outras em grande parte delas, pois vários casos de
erros de copiadores caíram nos palimpsestos das regras, e qualquer
estudioso veraz pode dar-se conta do fato. Além disso, vários casos há
de regras desfeitas no próprio Talmud, em especiais ocasiões. (V. o
caso de Rabi Ioĥanan, no trat. 'Erubin pg. 56, e compare com Ketubôt
84, na discussão de Rabi Iohanan e Rêch Láqich na Gemará acerca da
discussáo na Michná entre Rabi 'Aqiba e Rabi Tarfón). - Há outros
exemplos, mas o tempo urge e não é este o lugar para tais. A grande
importância que há no Michnê Torá e que o distingue de demais
escritos rabínicos de sua época em toda a Europa, é principalmente o
fato de ser o Rambam discípulo direto dos geonim, e estes
dos amoraím, que por sua vez o foram dos tanaím até Moisés, que
recebera diretamente da Divina Presença, no Sinai. As regras de
legislação utilizadas pelo Rambam são, outrossim, as mesmas
empregadas pelo grande cohen de Fez, Rabi Isaac Alfassi. Este,
contudo, pusera em ordem concisa e prática toda a legislação
talmúdica, senão parte dela. (v. também gemará e Talmud)

MINHAG - traduz-se geralmente por costume. Optei às vezes por não


traduzi-lo por motivo da confusão vigente com respeito à verdadeira
significação do termo, que perdera após o período dos geonim, seu
original sentido. Trata-se de certa classe de decretos rabínicos,
análogo a taqaná e gezerá, mas um tanto mais leve. Em nossos dias,
qualquer coisa que o povo haja tomado liberada decisão de por em
prática grupalmente (e, em alguns casos, mesmo não grupalmente), é
tido como minhag. No período talmúdico e gaônico, e na península
ibérica e oriente a antiga forma de entender o termo perdurou por
muitos séculos mais tarde, pelo menos até a influência do grande
cabalista R. Isaac Lúria tomar conta da Terra de Israel e do oriente,
distinguia-se costumes de cunho folclórico de costumes promulgados
por um Bet- Din. é um dos motivos pelos quais os discípulos do Gaon
de Vilna citam no livro escrito em sua memória, em versos: "Não deu
atenção aos "costumes", nem dissera: "Poq, hazê!" - (expressão que
significa: "Saia entre o povo, e veja o que fazem: assim é a lei!") - Sua
disposição firme, contra todo o meio no qual crescera, em observar a
halakhá de acordo com suas fontes no Talmud, levara-o não somente a
observar os minhagim lembrados no Talmud, senão a executar uma
transformação plena no sidur achkenazi, obliterando tudo aquilo que
lhe fora adscrito através dos séculos.

MINĤÁ - (plural: menaĥôt) libação de cereais oferecida no Templo,


acompanhada pelo sacrifício. Atualmente chamam por esse nome
também a oração vespertina. Pelo fato de ser desconhecido da maioria
tudo o que concerne às leis do Templo, creio ser importante esclarecer
aqui acerca das libações trazidas - cujo nome para todas é minĥá:
primeiro, devemos lembrar que são em número, onze. Três são
públicas, e nove, particulares. As três públicas, são: 1) Lêĥem ha-
Panim - pães apresentados a cada sábado, não são levadas ao altar, e
devem ser comidas pelos cohanim; 2) Cheti ha-lêĥem - trazido na
festa de chavu'ôt, não podendo ser trazido ao altar, e são ĥamêtz; 3)
'Ômer ha-Tenufá - trazido sobre (queimado como sacrifício) o altar do
fruto novo de cereais do mês de nissan, no dia seguinte ao do
sacrifíicio pêssaĥ (15 de nissan). Não é ĥamêtz. Nove particulares: 1)
minĥát ĥotê - trazida pelo pobre cujos bens não lhe permitem trazer
sacrifício animal ou avícola pela transgressão inintencional; 2) minĥát
sotá - ou minĥát qenaút - trazida quando a sotá é levada ao Templo
por motivo de desconfiança conjugal; 3) minĥát ĥinukh - trazida pelo
cohen quando principia o preenchimento de seu cargo sacerdotal; 4)
minĥát ĥavitin - trazida pelo cohen gadol (sumo-sacerdote a cada dia);
5) minĥát ha-sôlet - vem por promessa ou por dádiva; 6) minĥát ha-
maĥvat; vem por promessa ou por dádiva; 7) minĥát marĥêchet - vem
por promessa ou por dádiva; 8) minĥát maafê-tanur ĥalôt; vem por
promessa ou por dádiva; 9) minĥát maafê-tanur reqiqin - vem por
promessa ou por dádiva. Todas as nove são sacrificadas sobre o altar.

MIN (pl: "minim") - há várias classes de "minim", ou em outras


palavras, que deixaram-se levar pela "minut" (a
terminologia "ut" hebraica equivale a "ismo" em português). A
pessoa que descrê da Torá, ou parte dela, ou da Torá Oral em sua
totalidade, aceitando unicamente a Torá escrita, ou o indivíduo que
optou por outra religião, seja qual for. Parecido com isto - os
"Epicursim" - pelo nome de Epícuros, o famoso filósofo javânico da
antiguidade, que são os que dizem não ser a Torá oriunda de Deus. O
exemplo mais clássico de "minim" é o dos primitivos cristãos, que
eram judeus e optaram por novas formas de crença em desacordo total
com as normas da Torá, sobre os quais decretara o Sinédrio nos dias
de Raban Chime'on ben-Gamliel que fosse proferida sobre os mesmos
uma maldição, para que fossem desarraigados do povo de Israel. Esta
maldição acha-se entre as bênçãos a serem proferidas por todo judeu
em cada oração diária semanal, e chama-se "birkat ha-minim". Deus
se apiedou de nós, e aquele pequeno grupo que entregava judeus para
serem mortos pelos romanos empeçaram a converter pessoas para seu
meio exacerbadamente, não segundo as normas do judaísmo, pelo que
outros judeus deixaram de contrair com eles matrimônio. Estes, por
fim, fundaram a maior religião ocidental, que já são algo à parte, não
considerados "minim", pois o termo refere-se somente a judeus.

MIQDACH (ou Bet ha-


Miqdach) - O Templo,
conforme conhecido entre os não judeus. Foi construído pelo rei
Salomão, destruído pelos babilónios, reconstruído posteriormente por
Ezra e Nehemias, e destruído novamente pelos romanos no ano 70 da
era comum ocidental. O local reconhecido como sendo o local do
Templo é onde se assenta o monumento conhecido como "Domo da
Rocha", erguido por um califa em honra ao local sagrado dos judeus.
Com o tempo, os muçulmanos passaram a tê-lo como um dos lugares
sagrados islâmicos. Porém, variam as teses acerca do verdadeiro lugar
onde achava-se o Templo e o Santuário, sendo que uma das teses
(Ernst L Martin, veja gravura ao lado) afirma ser situado bem ao sul
do Domo da Rocha, sobre a fonte de chilôaĥ, sobre metade do monte
ou maior parte construída artificialmente. Esta tese condiz com as
palavras do Rambam acerda da construçção do Templo haver sida
sobre pequenas abóbadas, na elevação do monte, evitando assim a
impureza.

MINIAN - quórum mínimo de dez pessoas para as orações públicas.

MÔLEKH - Idolatria do antigo Oriente Médio, comum a vários dos


países da região, especialmente aos amonitas. Seu nome deriva do
termo semítico "mêlekh" ou "málik", que significa "rei". Consistia
no levantamento de um altar no qual era aceso o fogo pelo qual o pai,
após entregar seu filho nas mãos do sacerdote para que seja "afilhado"
de Môlekh, recebe-o de volta e passa com o menino sobre o fogo a pé,
cruzando as labaredas, dedicando-o ao deus. Não se confunda esta
idolatria com outra, na qual entregavam os filhos em idade tenra para
ser queimados diante do ídolo. Alguns setores interiores no Brasil
ainda conservam resquícios desta idolatria antiga nas festas (católicas
romanas) juninas, e o mesmo ocorre na índia por seitas de religiões
orientais regionais. - Leis de Idolatria 6:5

MUQSÁ (múqtze) - é o termo que designa tudo o que, ao crepúsculo


da véspera de iom tob, esteja inapto para uso, tornando-se inapto
durante todo o dia de iom tob. De acordo com o Rambam, há
diferença entre muqsá e "objetos que não podem ser portados no
chabát" (no próprio recinto particular), que são duas idéias totalmente
separadas. Em nossos dias, não distingue a maioria dos rabinos entre
ambas.

MUSSAF - todos os dias no Templo em Jerusalém incorremos nós os


hebreus na obrigação de efetuar dois sacrifícios: um pelo amanhecer,
um pelo atardecer. Estes são os chamados "tamid" - traduzido
comumente como "sacrifício perene", ou "sacrifício perpétuo", ou
ainda "diário". No sétimo dia semanal judaico, bem como nos dias de
"Roch ĥôdech" (primeiro dia do mês lunar), e dias festivos hebraicos
em geral, cuja santidade é da Torá, e não por decreto dos Sábios - há
um sacrifício adicional após o do amanhecer. este é chamado "mussaf"
- "acréscimo". A oração que segue a oração matutina deve ser
efetuada neste mesmo tempo, e recebe o mesmo nome.

MUGMAR (ou mais corretamente: "mughmar") - Deriva do verbo


hebraico "gamar", que significa "terminar". Mugmar é o incenso
pós-refeição que no período bíblico e talmúdico costumava-se colocar
no local onde fora feita, ao término da mesma. O costume do uso
deste incenso após a refeição é tipicamente oriental, pelo que devido à
influência ocidental na maioria dos judeus durante o prolongado
exílio, caíra em nossos dias em total desuso, conservando-se na
memória unicamente dos estudantes talmúdicos.

NASSI - assim eram intitulados os presidentes do Sanedrin, que


ocupavam um lugar de honra ao lado do principal do Sinédrio. A
partir de Hillel, o cargo permanecera com seus descendentes, até Rabi
Iehudá ha-Nassi. O posto era equivalente ao do Rech Galutá na
Babilônia, que era descendente direto da família real davídica, dos
filhos do último rei de Judá, Joaquim (Iehoiakhin). Devido ao fato de
não haverem descendentes diretos do Rei David na Terra de Israel,
ocupara o posto a família de Hillel que, apesar de serem oriundos da
tribo de Benjamin, eram descendentes da casa real de David por linha
materna.Veja "RECH GALUTÁ". Na penísula ibérica, a exemplo da
autonomia judaica desde os dias do exilado Rei Joaquim em 500 antes
da era comum ocidental (2Re 24:15) funcionara durante o período do
domínio islâmico, uma autonomia judaica com sede na importante
cidade de Lucena, cujo governo geral judaico ficava nas mãos
do "nagid" (título hebraico de nobreza). Tal foi copiado da região
árabe espanhola e aplicado nas regiões centrais e setentrionais
originalmente cristãs, e o dirigente foi chamado "nassi" ("presidente").

NAZIR - traduzido comumente "nazireu". é a pessoa que, por voto se


auto proibira de diversas coisas que para a maioria são comumente
permissivas. O voto do nazir, caso não haja marcado seu período por
sua própria decisão no momento do voto, é de trinta dias. Três coisas
em especial são proibidas para o nazir pela Torá: a) cortar o cabelo; b)
impurificar-se; c) comer uvas ou tomar derivados de uva. Ao terminar
seu voto o nazir deve trazer três sacrifícios especiais por seu voto: 'olá,
ĥatat e chelamim.

NEG'Á - o mesmo que "tzará'at" - comumente traduzido por lepra,


ainda que nada tenha a ver com a doença, conforme explicado adiante
na palavra tzarâ'at neste glossário. São quatro os tipos de manchas
impuras: duas principais: 1) seêt; 2) bahêret - e duas derivadas: 1)
sapáĥat seêt; 2) sapáĥat bahêret. Toda mancha na pele que seja mais
escura do que a cobertura sob a casca que cobre o ovo, não é "neg'á
tzará'at, sendo portanto, pura.

NÊTEQ - queda de cabelo impurificadora - na cabeça ou na barba -


cujos sinais são: a) queda do cabelo, ficando o espaço vazio onde
antes havia cabelo; b) nascimento de fios curtos de pelo dourado no
local (mínimo: dois fios.) O espaço no qual havia antes cabelo deve
medir no mínimo o suficiente para que houvessem nele trinta e seis
fios.

NEVELÁ - literalmente, carniça. Serve para designar todo animal


cujo abate não fora efetuado de acordo com a lei judaica em todos
seus pormenores. Cinco ações principais são proibidas no abate, e se
uma delas ocorrer, o animal abatido é considerado nevelá. (Não
confundir com terefá ou "trefá".)

NE'ILÁ - A oração de encerramento do iom kipur, ou dia da


expiação. Deriva seu nome do verbo na'al - fechar, trancar. Após esta
oração espera-se a saída das estrelas para o encerramento do jejum.
Ela é efetuada junto ao crepúsculo, devendo ser terminada com este.

NIDÁ - estado de impureza no qual se encontra a mulher durante e


após os dias do período menstrual, até que se haja imerso em águas de
miqvá ou fonte natural sete dias depois do último no qual ainda viu
alguma mancha.

NIDÁ, águas de - o mesmo que mê ĥatat ou águas de ĥatat. Assim é


chamada na Torá a água na qual se despejara a cinza da vaca
vermelha, que serve para purificar de impureza de cadáver. A água
deve ser trazida de uma fonte natural, obrigatoriamente em um
utensílio.

NIDUI - segundo sentido da palavra ĥêrem, com pouquíssima


diferença. Seria dizer, um ĥêrem em menor grau. Trata-se da
excomunhão judaica declarada no tribunal de Torá, ou por um sábio.
para melhor compreensão, v. ĤEREM. V. também chamtá

NISSAN - é o sétimo mês hebraico a partir de tichrê, e o primeiro


para a contagem dos períodos de reinados.

ONEN - Assim se chama a pessoa que está enlutada no dia do


falecimento da pessoa pela qual se enluta, e também na noite por
decreto rabínico, desde que seja o luto por uma das pessoas sobre as
quais a Torá ordenara que se enlutasse.

ÔV - outro dos adivinhos lembrados na Torá. (V. ide'oni) O feitio do


ôv é acender incenso enquanto move um ramo de mirta na outra mão,
dizendo palavras conhecidas entre os ditos idólatras, adivinhando em
seguida o futuro. Outro tipo de ôv, ventríloquo, toma em suas mãos
uma caveira, acende-lhe incenso, fazendo parecer que ela emite vozes
revelando coisas que ainda estão por vir. Também deste tipo de
adivinho se desenvolveram vários tipos conhecidos em nossos dias, e
todos têm conexão direta com a idolatria, da qual fomos ordenados
estar distantes. A penalidade para o caso de ôv ou de ide'oni é "carêt"
(morte espiritual), caso haja sido feito espontânea e intencionalmente,
e sacrifício "ĥatát qevu'á", caso haja feito sem saber que trata-se de
proibição.
'OLÁ - comumente traduzido "holocausto". São sacrifícios cuja carne
está destinada a ser totalmente incinerada no altar.

'OLÊ VEIORED - literalmente, "sobe e desce". Quando o


apresentador do sacrifício for rico, podendo sacrificar um animal, e a
pessoa pobre só traz sobre o mesmo caso uma ave, outro mais pobre
ainda pode trazer simplesmente o décimo de um efá de farinha para
que seja apresentado, o sacrifício recebe o nome de "sacrifício que
sobe e desce", e vem como ĥatat por certas transgressões.

'OLÊLET - o cacho de uva, geralmente menor do que os normais,


que nasce nas costas do galho, se tem ligação com o cacho que
nascera em seu lugar, pertence ao dono da plantação, se não, pertence
aos pobres. Uma plantação que seja toda ela assim, toda ela deve ser
entregue para colheita dos pobres.

'OLELÔT - plural de 'olêlet.

'ÔMER -literalmente, feixe. No ano de "chemitá" - ou seja, o sétimo


ano, designado para descanso da terra, no qual todo o fruto da terra é
desapropriado, o tribunal rabínico ordena guardiães assalariados que
preservem da vegetação nova uma parte do que germina dentre os
cereais, para que dele seja feito o pão e o ômer, o Certa medida que
havia no Templo.

'ONEN - (não confundir com "onen" mencionado acima: o


primeiro, sua grafia principia com alef; o segundo com 'ain) Trata-
se de outro dos adivinhos lembrados na Torá, a exemplo do 'ôv e do
ide'oni. O "me'onen" caracteriza-se especialmente por marcar dias de
sorte ou de azar, anos de fartura ou de fome, pestilência ou guerras -
pela astrologia. Trata-se do astrólogo preditor do futuro, com o qual se
consultam os pobres estultos e os pacóvios para marcar datas de
casamento ou buscando outras pascaciedades, similarmente.

'ORLÁ - lit. PREPÚCIO. Há na Torá três casos de prepúcio: o


primeiro, refere-se à pele que cobre a glande, que deve ser cortada ao
oitavo dia do nascimento do judeu, segundo prescrito na Torá, que é o
preceito da circuncisão, seguido de mais dois pormenores,
esclarecidos nas leis de circuncisão. O segundo caso, é o do fruto de
árvores antes terceiro ano nos quais dera frutos. O terceiro é
claramente figurativo, tratando-se do "prepúcio do coração", conforme
lembrado muitas vezes na Bíblia. O caso de prepúcio dos frutos é o
que faz com que o fruto seja proibido a partir do momento no qual a
árvore principia a dar seus frutos durante os três primeiros anos, sendo
proibido utilizar-se dele para alimento. (v. Lv 19:23)

PEÁ - (no plural: peôt) canto do campo plantado que deve ser
deixado para o proveito dos pobres. Também chama-se "peá" qualquer
um dos cantos das cabeça sobre o osso diante das orelhas, que os
achkenazitas e parte dos judeus iemenitas deixam crescer
exageradamente, sendo a proibição da Torá simplesmente o raspar-se
ali com navalha. Também alguns judeus oriundos de países árabes,
Terra de Israel e sefaraditas - especialmente na Terra de Israel - talvez
levados por um sentimento de "admiração" por seus irmãos
achkenazitas, aderiram a este costume a partir de meados do século
XX e.c.
Chama-se "peá" igualmente qualquer um dos cinco cantos da barba,
pelo que se proíbe barbear-se com navalha toda a barba, por não
sabermos quais são exatamente os cinco cantos. Ao que tudo indica,os
achkenazitas empeçaram este costume de deixar crescer as madeixas
mais que o normal exigido pela Torá por razão de necessidade de
reforço de sua identidade judaica, a mesma razão de seus indumentos
estranhos e antiquados, ou a cor preta deles, numa busca de acentuar
suas diferenças das comunidades gentílicas européias, quando estes
deixaram de requerer deles um "sinal pejorativo" que lembrasse sua
judeidade, como o uso de um chapéu diferente ou algo similar. A
proibição expressa na Torá, porém, é simplesmente a de raspar os
cantos da cabeça diante das orelhas com navalha. Por cada um dos
dois cantos da cabeça e dos cinco da barba incorre-se em pena de
trinta e nove açoites. Os iemenitas também conservam este estranho
costume de deixarem crescer as madeixas, e dizem que por decreto de
um certo rei, que ordenara que assim fizessem como sinal de
diferenciação que os distinguisse de seus vizinhos muçulmanos, algo
parecido com o chapéu pontudo na Europa da idade média. Todavia,
não se sabe realmente se é esta a verdadeira razão, ou se tem a ver
com o trazido na Tossefta acerca de certo Sábio que deixara sua barba
crescer demasiadamente para servir de sinal contrário aos que
transgrediam o preceito, depilando-se a exemplo dos gregos e
romanos.
O costume de deixar crescer as madeixas ao longo do rosto, ou seja,
mais do que o suficiente para contornar o lóbulo auricular, é estranho
mesmo aos achquenazitas, originalmente, e típico ĥassidismo,
movimento esotérico criado por rabi Israel ben-Eli'ezer, mais
conhecido como "Ba'al Chem Tov", tendo razões místicas
intrinsecamente ligadas à circuncisão, sendo a diferença numérica de
ambas as palavras apenas um algarismo (peá= oitenta e seis, valor
numérico do nome "Deus" em hebraico, e do termo "a natureza",
acompanhado de seu artigo, que em hebraico se junta à palavra;
"milá" = circuncisão - equivale a oitenta e cinco), que tem por sua vez
outras conotações místicas.
Suas tradições e pensamento são de todo estranho aos sefarditas,
contrário ao que se pensa que o movimento foi influenciado por
judeus hispanos que difundiram a ciência mística. A grande maioria
dos rabinos sefarditas foram contrários à cabalá e suas crenças,
cogominando-a de "filosofia platônica" e "segunda forma de
cristianismo", e os que aderiram a ela, entre os sefarditas da
antiguidade, fizeram-no através dos ensinamentos de rabi Mochê
Cordovero, que é em muito distante da difundida no meio ĥassídico,
assemelhando-se mais à propalada pelo rabino italiano Mochê Ĥaim
Luzzatto e pelo Gaon de Vilna.

PÊRET - uvas que caem durante a colheita e devem ser deixadas para
os pobres.

PERUTÁ - comumente, hoje em dia, por influência do hebraico mal


pronunciado do Estado de Israel, que foge demasiado às regras
gramaticais de pronúncia - diz-se "prutá". Trata-se da menor moeda
hebraica no período talmúdico, de valor ínfimo.

PÊSSAĤ - é o nome do sacrifício comido na noite de 15 de nissan,


em comemoração à saída do Egito, traduzido pelos tradutores
ocidentais das Escrituras como "sacrifício pascal", apesar de o
"pêssaĥ" nada ter em comum com a festa dedicada a Ishtar que leva
até hoje o nome desta deusa pré-cristã em inglês (Easter). Costuma-se
chamar pelo mesmo nome o festival no qual se come o sacrifício, que
são sete dias de festa pela Torá.

PE'OR = Ou Ba'al Pe'or - ídolo da antiguidade cuja forma de culto


consistia em que se fizesse diante dele necessidades fisiológicas, que é
o significado literal de seu nome. Algumas nações orientais de origem
semítica até hoje curvam-se em suas orações com determinada região
corporal levantada em direção ao alto, e segundo se busca as fontes de
cada coisa, apesar de sua forma de rezar haver sido aprendida da
forma judaica de efetuar o trecho pós oração que se chama "nefilat
apáim", este pormenor de levantar a parte corporal trazeira ainda
conservam da época em que serviam ao tal ídolo, cujo nome em
português significa: "Senhor dos Excrementos". Há quem diga que seu
serviço "sagrado" envolvia também casos de homossexualismo entre
seus sacerdotes, ou fórmulas mágicas segundo as quais fazia-se
necessário que houvesse um relacionamento "incomun" entre um
homem e uma mulher.

PESSULÊ HA-MUQDACHIM - sacrifícios invalidados - e várias


são as razões para que tal ocorra.

PIGUL - Pormenor demasiado importante nos sacrifícios em geral, é


o pensamento do cohen que o faz, sendo três os pensamentos que, no
momento da efetuação do sacrifício, podem invalidá-lo: mudança de
lugar - seja da degola ou de aspergimento do sangue; mudança de
nome - ao sacrificar um "'olá pensou que fosse chelamim; mudança
de tempo - ao realizar o ato do sacrifício, pensara em deixar para
aspergir o sangue após o pôr do sol, ou comer a carne após o subir da
alva, isto é, após o tempo prescrito pela Torá. Caso haja pensado sobre
certo sacrifício no momento de sua degola que o fazia com a condição
de que seu sangue fosse espargido sobre o altar após a posta do sol,
que não é o tempo apropriado para tal, ou apresentar seu incenso no
dia seguinte após o subir da alva, que também não é seu tempo, é a
carne de tal sacrifício chamado "pigul", e torna-se proibido comer
dela, tornando-se tal sacrifício inválido. Nos demais casos citados,
ficam igualmente invalidados, mas não são chamados "pigul"

PIQUAĤ NÊFECH - é a expressão hebraica que indica a verificação


e busca de salvamento de qualquer pessoa judia que encontre-se em
perigo vital. Todo caso de periculosidade vital desfaz toda validade e
importância de qualquer preceito da Lei Hebraica, posto que a Torá
mesmo disse que "...que fará o homem, e viverá por eles..." - Lv
18:5, e não que morramos por eles, e a Torá é misericórdia e piedade,
não crueldade por parte de Deus, que a deu. Ou seja, mesmo em caso
de dúvida, e mesmo no dia de chabat ou kipur, tudo o que puder ser
feito deve ser efetuado para salvar uma vida, e este caso de dúvida
vale mesmo para quando há quase certeza absoluta de que a pessoa
achar-se-á morta. Bom exemplo disto é trazido no Tratado Iomá 83a
(são trazidos ali outros casos), sobre a pessoa que se acha sob
escombros de uma casa desmoronada, mesmo que aos olhos do
espectador seja claramente impossível que haja possibilidade de
sobrevivência. (voltar)

QABALÁ - (ou: divrê qabalá) - Trata-se de pormenores recebidos de


Mochê Rabênu que não se encontram escritos na Torá, mas há sobre
tais alusões nos escritos dos profetas. Por exemplo, sabemos que um
judeu que mantém um contubérnio com uma mulher não judia é
passível de "carêt" (morte espiritual), por ser lembrado em um dos
profetas (Ml 2:11,12 - v. "Sêfer ha-Mitzvôt, preceitos negativos, nm.
52), apesar de que na Torá escrita não se encontre alusão a isto. Não
confunda-se de modo nenhum com o que normalmente é conhecido
por "qabalá", ou seja, o misticismo desenvolvido entre os judeus a
partir da Idade Média. Nada tem a ver uma coisa com a outra. O caso
aqui trazido é transmitido desde o Sinai, oralmente, e refere-se
unicamente a preceitos. O outro trata de conjecturas às quais deve
chegar a pessoa pelo uso de suas faculdades racionais, analisando cada
pormenor da criação, da natureza e de versos bíblicos, especialmente
os que relacionam-se à criação no gênesis, e não há nisto senão
depreendências. Muitos sábios aderiram a este modo de pensar,
enquanto que outros ainda na Espanha afirmaram tratar-se de
"platonismo" oposto ao racionalismo aristotélico.

QADOCH - traduzido comumente como "Santo", sem que haja


conexão direta entre o original significado do termo em hebraico, e o
original significado latino, além de nada ter a ver o termo hebraico
com a idéia ocidental de "santo", que já distanciara-se inclusive de sua
origem latina. O termo latino "sanctus" significava o que hoje se diz
"sancionado", e o termo "santo" atual está conectado com a fé nos
deuses helênicos e romanos pré-cristãos em sua idéia, ou com
abstinência total do deleite físico. O termo "qadoch" hebraico indica
de certo modo separação, sem que seja este o termo exato para sua
tradução. Veja-se por exemplo que o indivíduo antigamente separado
por determinada operação ainda em tenra idade, designado para objeto
sexual masculino, era determinado "qadech" (tal operação ainda era
comum até recentemente em determinados países do oriente, como a
Índia, e provavelmente haja ainda quem a realize. Tomam uma criança
de sexo masculino, cortam-lhe o membro, deixando apenas pequena
cavidade para a urina, e introduzem seus escrotos para dentro da
cavidade pélvica, sobre o que resta do membro por baixo da pele
pílvica, o que faz que ao desenvolver-se sexualmente desperte o
desenvolvimento de hormônios femininos, dado ao uso do corpo
permanentemente como mulher, tendo seu aparelho sexual atrofiado).
O nome "qadech" designa o indivíduo especialmente separado para tal
fim, e este é o sentido de todo termo derivado de "qôdech" - separação
para determinado fim. Por esta mesma razão o povo de Israel é
chamado de "povo santo" ("'am qadoch"), e por esta mesma razão a
pessoa que busca melhorar suas virtudes se "santifica", por seu
distanciamento do geral humano. O mesmo concernente a coisas
separadas especialmente para o Templo - objetos ou campos -
separados especialmente para o servir a Deus.

QADICH - termo aramaico equivalente a "qadoch" em hebraico,


traduzido como "santo" nas Bíblias em idiomas latinos. É também o
nome de uma prece de louvor a Deus, dito antes do princípio da reza
pública, e a seu término. Comumente ao ouvir-se o termo "qadich"
muitas pessoas incultas em questões de judaísmo tem em mente ser
esta uma espécie de "prece pelos mortos", por razão dita por um ano
por alguém que haja perdido algum ente familiar, pelo que acho
importante ressaltar aqui que tal tipo de prece não existe no judaísmo,
segundo o qual a pessoa pode aperfeiçoar-se e prontificar-se para o
juízo de sua alma somente durante sua vida sobre a Terra. A prece
normalmente tida como "prece pelos mortos" é, na verdade, uma
prece na qual se reconhece a soberania do Altíssimo, em cujas mãos
está a vida e a morte, e o julgamento de todos os seres, indicando que
mesmo na dor maior da perda de um ente querido, o judeu louva a
Deus e reconhece Sua soberania, admitindo serem justos Seus juízos,
mesmo quando o homem se dificulta a entendê-los. Não se reza nem
ao morto, nem pelo morto.

QAL VAĤÔMER - uma das treze regras pelas quais a Torá


é explanada. Certo sábio sefardita tunisiano de nossos dias diz que
deve ser dito qol ve-ĥamur, mas como está assim trazido nos
manuscritos, e esta tradução foi efetuada diretamente dos manuscritos
mais originais que se acham em nossos dias, prefiro deixar a
transliteração do termo tal e qual está transcrito nas fontes utilizadas
por mim, sem tirar, contudo, sua razão para tal afirmação, muito
racional. Qal - literalmente, significa leve; ĥômer - matéria, que é a
origem da palavra ĥamur - significa: grave, sério. Equipara-se por
esta regra duas leis similares, e entende-se o mais grave através de
outro mais leve. Por exemplo, sabendo-se que em chabat não pode-se
acender fogo, no dia de kipur, que é chamado na Torá de Chabat
Chabaton, tal será logicamente proibido com muito mais gravidade.
(veja a outra regra acima: gezerá chavá, para esclarecimento de mais
pormenores importantes acerca das treze regras e seu verdadeiro
funcionamento e uso.)

QENÁS - traduz-se em português como "multa", e em questões


de halakhá refere-se aos pagamentos instituídos ou pela Torá, ou pelos
Sábios em casos de prejuízo monetário, físico, moral e roubo, e são
diversos. Há também os casos de "qenás" nos quais simplesmente
proíbe-se que a pessoa tenha usufruto em algo efetuado em
transgressão. Trazemos aqui alguns exemplos de qenás:
1 - Roubo - O ladrão (não assaltante ou o que mantém à força consigo
algo acerca do qual o proprietário está consciente, mas por temor ou
por outra razão que se assemelhe não vem pedir a devolução) em caso
de roubo de boi deve pagar cinco vezes mais o preço do valor do boi,
caso haja este sido vendido após o roubo, ou mudado em sua natureza.
Em caso de roubo de gado ovino, quatro vezes mais o valor do roubo.
Em casos de objetos, o dobro do valor.
2 - Estupro e sedução - Em caso de estupro de uma virgem, ou de
sedução, paga-se cinquenta "sela'im" de prata - havendo uma
diferença entre ambos: o sedutor, caso a moça e seu pai queiram que
esta seja-lhe por esposa, não é obrigado a tomá-la, senão deixa-lhe os
cinquenta sela'im de prata, e se vai. Quanto ao estuprador, caso este
não queira, mas a moça e seu pai quiserem - é obrigado a tomá-la por
esposa contra sua vontade, e jamais pode divorciá-la, estando
totalmente entregue na decisão do pai e da moça. Esse peso em prata,
porém, é dado apenas pelo prazer do ato sexual que desfrutara o
sedutor ou o estuprador, e para ambos há ainda somas a pagar: o
sedutor, paga mais duas somas, e o estuprador, mais três. O primeiro
paga pela vergonha causada à moça e à família e pelo defeito (pois
esta antes podia tornar-se esposa de um cohen, e agora fica-lhe
proibida), e o estuprador paga além destes pela angústia causada à
moça ao fazê-lo sem sua anuência. Estes três últimos variam segundo
a pessoa, segundo a idade da moça, segundo sua beleza e de acordo
com a importância da família e a vergonha que haja-lhe sido causada,
e determinara a Torá estas coisas como a serem decididas pelos juízes
segundo o caso. Chamam-se bôchet (vergonha); pegâm - (defeito)
e Tzá'ar (angústia ou dor).
3 - Violência física - alguém que haja golpeado a outro paga-lhe cinco
diferentes
somas: nêzeq (prejuízo); tzá'ar (angústia); ripúi (medicamento); chê
vet;(anulação de trabalho) e bôchet (vergonha). Denominam-se estes
casos em juízo como "dinê qenassôt e dinê mamonôt", sendo no caso
os cinquenta "sela'ím" - qenás, e as demais obrigações com as quais se
comprometera o réu - "mamon". Diferença há entre a pessoa que haja
causado prejuízo pecuniário e quem haja golpeado a alguém: o
primeiro, com o pagamento se lhe expia sua falta; o segundo somente
após pagar e receber o perdão de sua vítima a quem golpeara. E a
transgressão é grave, sendo a maior dentre suas particulariedades a
vergonha causada a outrem.
Fora da Terra de Israel, não podem os tribunais rabínicos julgar
segundo todos os pormenores trazidos aqui, por não serem os rabinos
"semukhim" (V."SEMIKHÁ"). Especialmente o qenás não pode ser
estipulado, e o pagamento de dobro do roubo é qenás, assim como o
estipêndio pelo avergonhar a alguêm, ou pela angústia causada. Os
rabinos da atualidade (que não dispõem de "semikhá") podem
estipular somente o pagamento de "chêvet" e "ripúi", e somente no
caso no qual a pessoa danificada tomou do danificador o valor que lhe
cabia por justiça, esses deixam-no em sua mão, e ordenam-lhe que
devolva somente o que haja tomado a mais de que o valor que
receberia caso houvesse julgamento. Em alguns casos, tambêm
"bôchet" pode ser cobrado pelo tribunal rabínico.

QEDUCHÁ - Literalmente "santidade". Cabe lembrar que o termo


indispõe das mesmas conotaçãos que o termo latino e suas derivações,
tendo o sentido de "separação" ou "diferenciação". Na oração define
os trechos que encontram-se em três determinaos locais,
especialmente, mais outras que são o proferir do "qadich" (prece
especial de enaltecimento a Deus, que diz-se antes de cada vez que o
público diz "Barekhu", ou a cada vez que terminam a oração, antes do
recitar os salmos procedentes), e o "Barekhu", que é o princípio da
reza pública. As três ocorrências chamadas por excelência
como qeduchá são: 1) na primeira bênção anterior matutino, onde se
diz "Qadoch, Qadoch,Qadoch!...", na repeticção pública da oração
( 'amidá), onde o público (de pé como que estando na oração, e
direcionados ao local do Templo), repete com o chaliĥ tsibur estas
palavras e sua continuação, e na prece decretada pelos geonim que
fosse dita após a oração de chaĥarit, depois do qadich que procede à
ação de nefilat apáim, onde novamente repetem-se estas palavras, sua
continuação conforme os versículos, e sua tradução aramaica.

QERIAT CHEMÁ' - "Chemá' Israel: Ado-nai Elohênu, Ado-nai


Eĥad!" "-Ouve, Israel: Ado-nai, nosso Deus é único"- É a frase que é
em síntese a fé judaica. Encontra-se em Deuteronômio 6:4, e a leitura
das três porções que começa com esta frase, e vai até o verso 9, e a
seguinte, Deuteronômio 11:13-21, à qual segue Números 15:37-41 em
conjunto são recitadas duas vezes por dia por cada judeu. Trata-se de
um preceito positivo, e inclui que se profira ao recitar estas três
porções em voz baixa a frase proferida por Jacob, nosso pai, no
momento em que verificara seus filhos, pouco antes de morrer,
perguntando-lhes se todos estavam de acordo com ele em sua fé na
unicidade de Deus, ao que responderam: "-Ouve, Israel: Ado-nai
nosso Deus é único1" - e, ele respondera: "-Bendito o Nome dAquele
cuja glória de seu reino dura para toda a eternidade!" ("Barukh Chem
kevôd malkhutô le'olam va'êd!").

(Leis de recitação do Chemá')


.

QIDUCH HA-ĤÔDECH - Literalmente "Santificação do mês". Lê-


se no Michnê Torá:

"Os meses do ano são meses lunares, conforme o escrito: O sacrifício


'Olá de seu mês, a cada mês.."1 (a maioria dos tradutores: a cada lua
nova) - (Nm. 28:14) E, está escrito: "Este mês será para vocês o
primeiro dentre os meses...". - (Ex 12:2) Disseram os Sábios:
"Mostrou o Santo, bendito é Ele - a Moisés a forma de uma lua,
dizendo-lhe: "Ao vê-la nesta forma, santifique-a!"

"Quanto aos anos, solares, porquanto está escrito: "Guarde o mês de


abib..." - (Dt. 16:1) - Em quanto excede-se o ano solar sobre o lunar?
Onze dias, aproximadamente; ou mais, ou menos. Portanto,quando se
junta esta exceção cerca de trinta dias, seja pouco menos ou pouco
mais, aumenta-se um mês ao ano, que é chamado "chaná me'ubêret"-
ano bissexto, por ser impossível que seja o ano doze meses e alguns
dias, por que está escrito: "...os meses do ano..." - (Ex. 12:2; Nm.
28:14) - meses você contará para anos, não dias.
"A lua oculta-se a cada mês, e não se vê por dois dias, mais ou menos,
como um dia antes que "se ligue" ao sol, ao fim do mês, ou como um
dia após "ligar-se" a ele, e seja vista no ocidente ao anoitecer. E, a
noite em que seja vista após seu desaparecimento, é o princípio do
mês, contando-se a partir daquela noite vinte e nove dias. Se for a lua
vista no dia trinta, será o dia trinta o primeiro do mês; e, caso não
seja vista, será o primeiro do mês o dia trinta e um, ficando o dia
trinta pertencendo ao mês que culminou, sendo a vista da lua
desnecessária [para a determinação do novo mês], posto que não
existe mês lunar com mais de trinta dias.

"O mês no qual hajam apenas vinte e nove dias, sendo a lua vista no
trigésimo, é chamado de "ĥôdech-hassêr". Se a lua não for vista, e for
o mês passado de trinta dias, é cogominado de "ĥôdech-me'ubar" e é
chamado "ĥôdech malê". A lua vista no trigésimo dia, é chamada "lua
vista a seu tempo", e se foi vista no dia trigésimo-primeiro, é chamada
de "lua vista na noite de sua declaração [de seu novo mês]."

"A vista da lua não é entregue a qualquer pessoa, como "chabát


berechit", que toda pessoa conta a partir dele sete dias e descansa no
sétimo. [A vista da lua] é dada ao Bet Din, até que o santifiquem,
designando aquele dia "rôch ĥôdech" (primeiro do mês) - que então
será (através de tal ato do Bet Din) o primeiro do mês, porquanto está
escrito: "Este mês será para vocês..." - (Ex 12:2). - [quer dizer:] "Este
testemuho será entregue a vocês". "O Bet Din faz cálculos, assim
como fazem os astrólogos, que sabem onde se encontram os astros e
os caminhos por eles percorridos, disquisitando até a exatidão, até
saber se há possibilidade que ela seja vista a seu tempo, que é a
trigésima noite, ou se não. Sabendo que é possível sua vista, sentam-
se e esperam por testemunhas durante o dia todo. Vindo testemunhas,
sendo estes inquiridos de acordo, conforme é necessário,
constatando-se a veracidade de suas palavras, santificam o mês. Se
não foi vista, ou não vieram testemunhas, completam-se os trinta dias,
tornando-se o mês "hôdech me'ubar" e não se espera mais pelas
testemunhas. Sabendo [o Bet Din] através dos cálculos que ela não
serã vista, não se espera pelas testemunhas. Se estas vierem, sabe-se
claramente que são falsas, ou que viram algo semelhante à lua por
razão das nuvens pesadas, que não era a lua real." - (Michnê Torá,
Leis de santificação do mês, cp 1, halakhá 1-6).
QIDUCHIN - Duas fases tem o casamento no judaísmo: a primeira,
chama-se qiduchin, a segunda, nissuim. No período talmúdico era
costume casar-se e após no mínimo um ano efetuar-se o ato
de nissuim, ou seja, a consumação do casamento, o momento em que
o noivo levava a noiva para o interior de sua casa na presença de
testemunhas, e é o chamado "ĥupá", que em nossos dias foi
transformado numa armação fictícia sobre a cabeça dos noivos, e
acresce-se sobre isto o "ĥêder iĥud", ou seja, um quarto no salão
previamente designado para a união dos jovens por alguns minutos,
simbolicamente. Qiduchin é também chamado "erussin", que por
influência ocidental no judaísmo atual é equiparado ao "noivado"
cristão, ou "engagement". Após o ato de "erussin" ou "qiduchin" a
mulher é casada para todos os efeitos, e o homem que tiver com ela
algum relacionamento está plenamente passível de morte pela Torá,
ou mesmo de morte espiritual (carêt), dependendo do caso. Os
guardiães do judaísmo talmúdico, porém, desfazem-se destas
influências externas.

QODACHIM - Literalmente, coisas santificadas. Entre os sacrifícios,


especialmente, usamos esta denominação. Neste caso, dividem-se
em "qodachê qodachim" e "qodachim qalim". Alguns dos
sacrifícios, bem como outros tipos de "qodachim" - devem ser
comidos pelos cohanim, ou às vezes, mesmo por judeus comuns -
sempre em lugar e tempo designado pela Torá. Dentre outras coisas
que levam o nome de "qodachim", como por exemplo: ĥalá, terumá e
ma'assêr cheni. Temos duas classes especiais de divisão de
qodachim: qodachê mizbêiaĥ - ou seja, coisas santificadas para o
altar, isto é para serem sacrificadas, e qodchê bêdeq ha-báit. O
segundo refere-se ao fundo de objetos de uso e de valor do Templo, ou
seja, o tesouro. (no singular: qôdech)

QÔDECH - santidade. O termo em si difere em muito do termo


ocidental. "Santo" em hebraico tem mais a ver com algo
especialmente separado. No momento do casamento dizemos ser a
noiva "mequdêchet" - "santificada", isto é, separada dentre as outras
especialmente para aquele homem.

QÔDECH HA-QODACHIM - (comumente


traduzido "Santo dos Santos", ou "Santidade das
Santidades") Local interior no Templo, separado por uma cortina
especial, onde era guardada a Arca da Aliança, na qual acham-se as
duas tábuas do testemunho da outorga da Torá. Neste lugar o sumo-
sacerdote entrava no Iom Kipur, sendo proibida a entrada a ele por
demais sacerdotes ou pelo sumo sacerdote mesmo a qualquer tempo.
Na gravura, sinalamos o local chamado "Qôdech ha-Qodachim" com
cor azul, e dentro dele, em ouro, a Arca do Pacto, na qual está contido
o testemunho da outorga da Torá e do milagre do Sinai, as duas tábuas
da Lei.

RADID - espécie de xale feminino com o qual cobriam-se as


mulheres hebréias no período bíblico e talmúdico, usado sobre o lenço
que cobre a cabeça. O "radid" cobre a cabeça e simultaneamente os
ombros e os lados da face. É proibido, segundo o Talmud, que a
mulher saia além do quintal (cercado, ou comum somente ao casal e
demais esposas) somente com lenço como cobertura, devendo por
sobre si este xale. Até mais ou menos cinquenta anos atrás ainda era
comum em quase toda a dispersĕo sefardita do oriente, além das
comunidades típicas orientais não sefarditas, como a persa e outras.
Infelizmente, o ocidente adentrara o judeu mais que o judeu foi
esparso, e hoje não só as mulheres cobrem-se segundo rabinos
diversificados, que buscam mais serem queridos pelo público do que
defender o correto segundo a Torá, pelo que até mesmo o que seria
andar no caminho dos gentios em indumentos fizera-se permitido,
como é o caso dos "chapéus femininos estilo Paris", ou outras coisas
que, se nossas mães Sara, Rebeca, Raquel e Léa se levantassem
ressucitadas, volveriam as faces.

RAV - comumente traduzido em português como rabino ou, um


pouco mais arcaico, e ainda que incorretamente, arrabil, e pode
referir-se a qualquer pessoa que ensina Torá, ou seja, a Lei de Moisés,
oral ou escrita, dentro dos parâmetros do judaísmo. Serviu para o
termo "rav" diferenciar os Sábios talmúdicos - os amoraim da
Babilônia dos amoraim da Terra de Israel, os rabinos do período
da gemará e dos tanaim, ou seja, os Sábios do período michnaico. O
motivo da diferenciação era o fato de os amoraim da Babilônia não
disporem da "semikhá", isto é, autoridade para legislar em todos os
setores da Torá, e decidir leis, apesar de que sua sabedoria
ultrapassava a de seus contemporâneos da Terra Santa, pois a semikhá
somente pode ser concedida na Terra de Israel.
Optaram pelo título ("rav") para evitar estar usando algo que não lhes
pertence ("rabi"), sendo seguido seu exemplo pelos sábios
imediatamente posteriores a eles, após o selar do Talmud, que
acresceram ao título o termo "gaon", quando se referisse a eles - que
já não possuíam autoridade para decidir, nem legislar nada novo,
senão baseando-se no Talmud e no que já foi promulgado por seus
antecessores amoraim.
O título é usado atualmente para toda e qualquer pessoa que se ocupa
de ensinar a Torá, escrita ou oral, sem significar exatamente que trate-
se de um líder espiritual comunitário. A estes útimos, os sefaraditas
intitularam ĥakham.
O termo "ĥakham" ("sábio") evitava confundi-los com os Sábios do
passado, que dispunham da semikhá, ou seja, autoridade para legislar,
que eram intitulados Rabi, sendo que em hebraico ao dirigir-se ao
rabino comunitário como "meu rabino", dir-se-ia Rabi, evitando
também equiparar-se aos amoraim e mesmo aos gueonim, que pouca
distinção há entre os últimos rabinos do Talmud e estes. Para não
parecer usurpar um título que não lhes cabe, optaram os rabinos
sefaraditas, a exemplo dos gueonim babilônios em concernência a
seus antecessores, pela cogominação respeitosa citada: ĥakham.
Em outras partes da diáspora, não aderiram a este bonito e louvável
costume, talvez um dos motivos do desabono causado em nossos dias,
no qual vemos rabinos decidindo leis às vezes, e não como se fossem
membros do sanedrin, ou chefes dele, senão como se todo o sanedrin
estivesse ali revestido em uma única pessoa, utilizando-se de regras
talmúdicas quenão entenderam, como halakhá kebatraê, ou casos
como determinações talmúdicas "'assá kemor o kemor -
'assá!" ("Quem fizer de acordo com tal rabino, o que fez está feito
corretamente, e quem fizer como dissera o outro rabino, também!"),
ou mesmo frases dos tanaím, como 'assê lekhá rav, vetistaleq min
ha-safêq ("faça para ti um rabino, e escape à dúvida!") para nisto
apoiar seu engano, sem haverem os mesmos entendido o real sentido
de tais máximas. O título "rav" usado em todo o Michnê Torá, e nas
"Leis de Estudo da Torá" em particular, refere-se ao instrutor de Torá
por excelência.

RECH GALUTÁ - descendente do rei Joaquim (Iehoiakhin), o


último rei da Casa de David na Terra de Israel, levado cativo para a
Babilônia (2 Rs 24:12; Jr 52:31-34) - fora elevado ao posto de rei na
autonomia judaica criada na Babilônia, e continuaram seus filhos após
ele por aproximadamente 1500 anos, até que o khalifa de Bagdad
condenasse o último a preencher o cargo (Ĥizqiah ben-David ben-
Iehudá ben-David ben-Zacái), e seus dois filhos fugissem para a
Espanha. Literalmente, significa "Líder do Exílio". O Rambam (Leis
do Sanedrin - cp. 4 halakhá 14 [13, em algumas versões]) alude ao
mesmo em hebraico (Rôch ha-Galút), conforme seu costume de
traduzir para o hebraico, no livro Michnê Torá, todas as palavras
aramaicas de uso entre os judeus. De acordo com o que se sabe,
Zerubavel retornou à Babilônia, não restara na Terra de Israel uma só
pessoa descendente do Rei David por linhagem paterna. Mesmo o
Nassi tinha origem davídica materna somente, e paterna eram de
Benjamin, conforme testifica Rabi Iehuda ha-Nassi no Talmud de
Jerusalém.

REGALIM - são os três principais festivais anuais - pêssaĥ, chavu'ôt


e sucôt. Também chamados em particular em linguagem
singular "rêgel". O significado do termo é "pé", e alude ao preceito
de peregrinar a Jerusalém e ao Templo nestes três períodos.

RICHONIM - São assim chamados os rabinos do período que


começa com o final do período dos gueonim até a compilação do
Chulĥan 'Arukh (entre o ano 1000 e o ano 1600 da e.g.).

ROCH ĤÔDECH - primeiro dia do mês hebraico, que principia a


cada lua nova. O mês hebraico é lunar, e o ano é lunissolar. O
primeiro dia do mês hebraico é comumente traduzido nas Bíblias
cristãs como festa de lua nova, ou simplesmente lua nova. O
termo ĥôdech deriva da palavra ĥadach, cujo significado é novo,
devido à renovação da lua a cada mês. O nome roch significa
"cabeça", e indica, no caso, intróito ou princípio.

ROCH HA-CHANÁ - primeiro dia do ano hebraico, a partir do mês


de "tichrê" (por volta do mês cristão chamado "setembro"). O primeiro
mês do ano para a contagem de anos de reinado conta-se a partir de
"Nissan", que é o sexto mês após "tichrê" (mais ou menos, equivale ao
período no qual cai o mês de "abril" entre os ocidentais). O
termo "chaná" indica repetição sobre um mesmo ciclo, e tem a
mesma raiz do nome Michná, primeira parte do Talmud.

SA'IR HA-MICHTALÉIAĤ - literalmente: "o bode a ser enviado",


mas comumente se traduz como "o bode expiatório". Dois bodes são
separados para o "Dia da Expiação" no Templo; um, é sacrificado; o
outro, uma fita decor vermelha é amarrada em seus chifres e à porta
do Templo. Este deve ser conduzido neste dia até um local chamado
'azazel, no deserto, onde é empurrado de sobre um local íngreme para
o precipício. Sobre este confessa o "cohen-gadol" as transgressões de
todo o povo de Israel.

SAVORÁ - são os geonim (plural hebraico de "gaon") imediatos à


encerração e selar do Talmud. Saborá deriva do verbo "sabor", que
significa "opinar". São assim chamados porque inseriram suas
opiniões ao texto talmúdico, e é este o fator que distingue os saboraím
dos demais geonim. De acordo com grandes estudiosos, quase todo
princípio de uma gemará é de autoria saboraíta. Para melhor
compreensão, veja o termo gaon).

SEFARAD - no hebraico atual, Espanha. Designava antigamente a


região meridional espanhola e portuguesa em conjunto. O norte de
ambos passara a receber este nome com a perda desta conotação como
designação especialmente cultural, cuja diferença ainda se sente na
Espanha atual entre o norte e o sul. "Sefarad" é a região que pertencia
ao mundo islâmico, especialmente ao califado de Córdoba. Os judeus
desta região se prendiam fielmente aos ensinos e promulgações dos
rabinos babilônios (ver gaon) - mantendo-se fiéis à promulgação
talmúdica simples. Suas próprias características nesse campo tornaram
conhecido o nome "sefarad" entre os judeus, sendo que ser chamado
"sefaradi" denotava isto. Daí, se expandira o nome pelo norte da
África mesmo antes da expulsão em 1492.

SÊFER TORÁ - assim é chamado o rolo da Torá em pergaminho em


hebraico. O Talmud designa determinada forma de trabalhar o couro
para tanto com um trabalho especial feito à base de farinha de cevada,
sal e sementes de determinada árvore chamada 'afatzá em hebraico.

SEMIKHÁ - autoridade transmitida por Moisés aos setenta juízes que


fizeram parte de seu tribunal. A "semikhá" foi transmitida de geração
em geração por cada tribunal até o período dos amoraím - os útimos
sábios do Talmud - então foi interrompida. Com sua renovação, torna-
se possível renovar o sanedrin e todos os juízos determinados pela
Torá. A semikhá comum para o rabinato da atualidade não é a
semikhá trasmitida de geração por Moisés, sendo que os rabinos que
não a tem são chamados "rav", e os que a tem "rabi". Tampouco faz-se
necessário a imposição de mãos para que alguém seja tido como
"samukh", senão esta é recebida oralmente como declaração
tribunálica. Somente Josué recebera a "semikhá" por imposição de
mãos, por tratar-se de substituto primeiro de Moisés, e era necessário
que o povo visse tal ato para que o seguisse. Os últimos rabinos a
terem a semikhá desde o período talmúdico até nossos dias foram os
amoraím(v. Amorá) da Terra de Israel. Sem a semikhá, não podem os
rabinos julgar em todos os setores da Torá, incluindo "dinê kenassôt".
(ver qenás). Apesar disto, há uma decisão rabínica unânime de que,
mesmo sem a autoridade concedida pela "semikhá", se for
extremamente necessário para o bem geral, podem os rabinos em seus
tribunais em qualquer geração decidir juízos, mesmo além de sua
autoridade, conforme aparece no quarto tomo do Chulĥan 'Arukh
(Ĥôchen Michpat) em seus primeiros capítulos, para que não venham
os ímpios a aproveitar-se do fato de não poderem ser julgados por não
haver "semikhá". Em nossa época, porém, isto já não é aconselhável,
pois que dificuldade há para os rabinos da Terra de Israel renovar a
semikhá? Basta que tenham a boa vontade, e a compreensão de que
esta infumbência lhes cabe como obrigação, conforme trazido no
preceito de número 176 no Sêfer ha-Mitsvôt.

SINEAR - comumente traduzido, mesmo por grandes historiadores e


geógrafos, como "Babilônia" - sendo errôneo, por não denotar senão
parte dela e não toda a região pela qual se estendia esse país no
passado ou na atualidade (com seu novo nome Iraque). O
nome "Sinear" determina especialmente o setor no qual se assentara
a autonomia judaica na Babilônia, governada pelos exilarcas da estirpe
davídica, descendentes do Rei Joaquim (v. Rech galutá), em cuja
região se assentaram as "iechivôt" ou tribunais dos "amoraim" e
dos "geonim" e por este motivo o Rambam prefere este termo ao
nome do país.

SOTÁ - a mulher da qual suspeitou o marido no concernente à


fidelidade conjugal, que é trazida ao tribunal de setenta e um, onde lhe
descobrem a cabeça e dão-lhe das águas amargas para beber. A partir
do momento em que o marido se queixou de tal caso, o tribunal
impõe-lhes a presença de uma pessoa com o casal, por ser lhes
proibido contrair relações matrimoniais até quando ela tomar da água.
Caso a suspeita tenha fundamento, e o esposo for uma pessoa
irrepreensível, a mulher morre no mesmo local morte monstruosa e
violenta, na qual seu ventre incha até o estouro, seus olhos saltam das
órbitas e seus joelhos se desconjuntam e caem.
SUCÁ - cabana feita para os sete dias da festividade que leva o nome
de "sucôt", ou seja, cabanas.

SUKÔT - plural de sucá.

TALMID ĤAKHAMIM - são assim cogominadas as pessoas que


adquiriram o conhecimento da Torá, independente de serem
reconhecidos como líderes espirituais comunitários, como os rabinos,
ou não. Talmid significa aluno ou discípulo; ĥakhamim é o plural
de sábio. O termo indica os discípulos dos sábios do talmud, os que
andam por seus caminhos, seja em estudo ou em cuprimento de suas
palavras e ensinos. Também este termo tomara conotações um tanto
variadas, especialmente no leste europeu, onde foi transformado
em talmid ĥakham, ou seja, aluno sábio - "o próprio aluno é o
sábio". Após a mudança e o acréscimo das conotações diversificadas,
logicamente como era de se esperar, empeçaram-se longas discussões
acerca do título, sobre quem recai ou quem pode ser realmente tido
como talmid ĥakham? - tal questionamento é trazido nos escritos dos
famosos rabinos provençais, conhecidos como ba'alê ha-tossafot, ou
como conhecidos no meio ortodoxo achkenazita - seus principais
adeptos e estudiosos - "ha-tossfois". Eles questionam, e eles próprios
buscam responder sobre o caso satisfatoriamente. Nos escritos dos
geonim babilônios, portadores da verdadeira tradição diretamente
recebida dos compiladores do Talmud, bem como nos manuscritos do
Michnê Torá, a forma trazida é a transcrita aqui.

TALMUD - Compêndio composto de duas partes: Michná e Gemará.


Também leva este nome a terceira fase do estudo da Torá, no qual
meditava-se sobre o aprendido na Torá escrita e nas coisas recebidas
diretamente de Mochê Rabênu geração após geração e nas regras pelas
quais se explica a Torá, tirando conclusões finais, que é o que dera o
nome ao compêndio.

TAMID - sacrifícios diários, que são dois: um pela manhã e um pela


tarde.

TAQANÁ - literalmente, conserto. São decretos rabínicos, geralmente


positivos, com função análoga à de gezerá, com poucas exceções,
como quando nos traz algum mandamento para que guardemos na
lembrança milagres e libertações que Deus fizera por nós. Por
exemplo: 'Erubin, leitura do rolo de Ester, ĥanuká, etc.
TEBÁ (ou Tevá na pronúncia moderna) significa "baú", "arca" ou
algo parecido, e é o termo usado para a "Arca de Noé". Em sentido
mais amplo, designa-se a mesa colocada no centro da sinagoga, onde
o "chaliaĥ tsibur" reza os trechos da oração que devem ser ditos
unicamente por ele, e o público responde "amén", ou mais algumas
palavras, de acordo com o trecho. Em nossos dias, porém, na maioria
das sinagogas em todo o mundo o público reza em conjunto com
o "chaliaĥ tsibur" tudo, tanto o que este deveria proferir e desobrigar
aos demais (como as bênçãos do Chemá', por exemplo), quanto ao
que recai a obrigação sobre o público a recitação cada um por si
mesmo, como o Chemá' em si, ou a 'amidá.

TEFILIN - traduzem este termo em português " filactérios", palavra


de origem grega, e são dois: o do braço e o da cabeça, pelo que está
escrito na Torá: "Serão por sinal sobre tua mão, e por frontais entre
teus olhos..." - Dt 6:8. Este preceito tem grande importância no
judaísmo, por servir de ajuda imensa para o judeu, que ao levar o
nome de Deus escrito sobre si, se enche de temor, seriedade e respeito,
pelo que é uma pena que os pormenores deste preceito tenham sido
deixados no esquecimento pela maioria dos rabinos, que não somente
não cuidam de explicar o feitio deste preceito para as pessoas em
geral, especialmente para os jovens a partir dos treze anos, senão são
os primeiros a proibir, caso inquiridos, o usá-los sobre si durante o dia
todo, pelo que a maioria usam-nos somente durante a oração matutina.

No talmud consta que os Sábios cuidavam de não andar nem quatro


côvados (dois metros) sem ter sobre si os "tefilin", e escreveram que
todo o tempo que o homem hebreu encontrar-se sem eles postos em
seu braço e em sua fronte - incorre em anulação de preceito positivo,
que é mais grave de que transgressão sobre preceitos negativos. Os
primórdios do abandono do cumprimento deste preceito como se deve
remonta ainda às perseguições e decretos anti-judaicos do Império
Romano (Chabat 49:a - extraíam o cérebro da pessoa em vida, através
de um orifício aberto no local onde se põe o filactério da cabeça), e os
geonim da Babilônia alertaram sobre o perigo de tomarem os judeus
na Babilônia e no mundo exemplo dos da Terra de Israel, que após
haverem se acostumado com os decretos dos romanos, mesmo após a
anulação deles já não cuidavam de manterem os filactérios postos
durante o dia todo. Tal mau costume de desprezo de um preceito tão
importante atingira maiores proporções durante o longo exílio, perante
o escárnio dos gentios.

Entre os maiores rabinos das últimas gerações que tentaram devolver


este preceito para seu real lugar - está o Gaon de Vilna - Rabi Eliahu
ben-Chelomoh Ĥassid. Ele não só foi exemplo vivo, não andando a
exemplo dos sábios talmúdicos nem mesmo quatro côvados sem ter
sobre si os "tefilin", senão escrevera acerca do trazido no Chulĥan
'Arukh por Rabi Iossef Caro uma reparação às suas palavras: "O
preceito [de tefilin] é que estejam postos durante todo o dia; mas,
por razão de limpeza corporal (quer dizer: intestinal), e por razão de
descontração - acostumaram-se a não colocá-los durante o dia
todo..." - (Siman 37, se'if 2) - sobre o que escreve "...o Gaon de
Vilna uma listagem de páginas talmúdicas (Berakhot 44b -
tossafot: Na Terra de Israel costumava-se proferir uma bênção
especial para tirá-los à noite; Menaĥôt 36b - Rabi Ĥiiá e Raba bar rav
Huná oraram no caminho em viagem, tendo-os postos; menaĥôt 37b -
Rav Achê encontrava-se sentado perante Amimor, e apareceu seu
filactério braçal; Iomá 86a: "Disse Rabi Ioĥanan (como exemplos de
profanação do Nome de Deus:" - Por exemplo, eu, que caminho mais
que quatro côvados sem tefilin..." "; Chabat 118b: "Disse Rav
Chechat: "...eu cumpro o peceito de tefilin!" ", Rachi explica: "não
andava mais que quatro côvados sem tefilin."; Sucá cap. 2 - todo o
cap. trata de assuntos como quem dormiu e esqueceu de tirar os tefilin,
sendo proibitivo dormir com eles sobre si, mas nos lembra
especialmente a pág. 28a, onde lemos que Rabi Ioĥanan ben-Zacái
jamais andou quatro côvados sem tefilin; e capítulo 4 de Megilá, pág.
28a: "Perguntaram a Rabi Zera: Como mereceste a longevidade de
dias?" - Entre as razões que enumera, disse: Jamais andei quatro
côvados sem tefilin...";), e sela suas palavras, dizendo: "...uchmá'
minah!" - ou seja: "...e aprenda do promulgado no Talmud!" . Os
Sábios dizem que o fato de tal preceito ser tão desprezado pela
maioria se dá devido a ser este um dos preceitos sobre os quais os
judeus não se mostraram dispostos a morrer por ele, em tempos de
perseguição e decretos anti-judaicos, como se entregaram à morte pelo
preceito da circuncisão e da guardia do chabat (Tr Chabat 49a e 133b).

O termo "filactério" nada tem a ver com a palavra "tefilin" - sendo que
os gregos pensavam que os "tefilin" fossem uma espécie de talismã,
que é o significado da palavra em sua fonte. (Clique aqui para voltar)
TECHUVÁ - pela tradição sefardita de pronúncia do
hebraico: techubá, e os asquenazitas pronunciam em todo lugar no
qual o "b" seja lene "v", que foi admitido na pronúncia israelense.
"Techuvá" deriva do verbo "chav" - "volta", "retorna", "regressa". Em
sentido de transgressões, tem duplo sentido: significa que a pessoa
"tornou a Deus de seu erro cometido", e significa que "voltou de seu
erro", ou seja, que ao mesmo já não voltará. O mandamento principal
no momento em que a pessoa abandona o erro, é a confissão perante
Deus do que fez, sem a qual não se leva em conta seu "tornar a Deus",
por ser parte intrinsecamente ligada ao arrependimento sincero. A
pessoa que diz estar arrependido de determinada má ação e volta a
cometê-la é comparado a um cachorro que torna a seu próprio vômito.
A pessoa que se arrependera de seus maus atos, confessara perante
Deus e mantém-se assim, é chamado "ba'al techuvá", e no
plural, ba'alê techuvá.

TEREFÁ - Literalmente, refere-se à carne dilacerada por algum


animal carnívoro encontrada no campo. Outrossim, o termo se refere
também à carne de um animal que leva problemas especiais de saúde
que, sem dúvida, causar-lhe-ão a morte prematura, problemas tais
reconhecidos unicamente por um choĥet especializado, que após o
abate deve examinar certas regiões corporais interiores do animal
abatido, ou por um sábio de Torá versado no caso. Tal carne é-nos
proibida, assim como o é a carne de "nevelá", sendo a distinção entre
elas unicamente no caso de transmissão de impureza, que
a "nevelá"transmite ao ser carregada, e a terefá, não. (Pronunciado
erroneamente "trefá" por influência judaico-européia)

TERUMÁ - Trata-se da principal divisão das coisas santificadas, as


quais devem ser entregues aos cohanim e aos levitas (terumá - não
tem medida pela Torá, e os Sábios decretaram que não fosse dado
menos que 1/40, ou no mínimo - 1/60 dos frutos do campo, para evitar
que os avaros deixem de dar uma boa porção; ma'assêr - do que
sobrou após a separação da terumá, é separada uma décima parte e
dada ao levita [O termo ma'asser deriva de "'esser" = dez]; o levita,
por seu turno, também separa sua parte a ser dada ao cohen, que é
chamada terumat ma'assêr - "a 'terumá' da dízima"; uma décima
parte de tudo o que sobrou deve ser separada pelo dono dos frutos,
após haver entregue a 'terumá' ao cohen e o 'ma'asser' ao levita para
dela comer dentro dos portais de Jerusalém, fazendo parte dos
qodachim (cousas santificadas) a serem comidos na Santa Cidade, e é
chamado ma'assêr cheni; esta porção, nos anos terceiro e sexto é
chamada ma'assêr 'ani - e, ao invés de ser comida em Jerusalém
como nos demais anos, é distribuída para os pobres ['ani=pobre].
Quanto à contagem dos anos é feita a partir do ano sabático
["chemitá"]). Pela Torá, conforme já explanado, qualquer quantia é
válida para cumprir com o preceito de terumá, porém os Sábios
determinaram que não seja dado ao cohen menos do que 1/60 do
produto. Disseram: bom olho, 1/40; mediano, 1/50; mau olho, 1/60, e
não se pode dar menos que esta quantia. V. Dt 18:4. Em nossos dias
estão os sacerdotes levíticos impossibilitados de comerem a terumá,
devido à impureza (tumá) geral, ocasionada por mortos. As condições
para que o cohen coma a terumá são que esteja esta impura, e que
esteja ele mesmo puro. Como impureza de mortos carece da cerimônia
da aspersão da cinza da vaca vermelha, e para tal dependemos do
Templo em funcionamento, não há em nossos dias nem cohen que seja
puro para comer qodachim, nem terumá pura. Entretanto, é proibida,
mesmo impura, ao alimento de israelitas e demais levitas.

TERUMÁ GEDOLÁ - é a primeira porção separada para o cohen,


após a qual a dízima é entregue ao levita, e este, por seu turno, separa
a segunda terumá, que á chamada "terumat ma'assêr".

TEVILÁ - imersão em águas reservadas numa miqvá (reservatório


especial de águas de chuva, que obedece aos critérios da Lei
hebraica), ou em uma fonte de água natural (na qual há ainda outros
critérios, embora mais simples que os da miqvá)

TODÁ - quatro são os tipos de sacrifício "chelamim" - um público e


três particulares. O tipo de chelamim particular que era acompanhado
pelo pão, era chamado "todá", e o pão, "lêĥem todá". Vinha este
sacrifício, por voto ou por dádiva.

TÔFET - nome de um lugar dentro do vale de Hinom, ao lado de


Jerusalém (cidade velha). Assim como o nome do vale, Gê Hinom -
foi usado metaforicamente pelos profetas para indicar a destruição à
qual serão submetidos os iníquos. Para os que crêem na existência de
um local de sofrimento espiritual após a morte - este nome é aplicado
a isto.
TSADOQ, BAITOS - dois fundadores de duas seitas judaicas que
negavam a autenticidade da Torá Oral, a ressurreição final e o mundo
vindouro. O nome "Tsedoqi" - "adepto de Tsadoq" foi posteriormente
traduzido pelos cristãos como "saduceu". Ambas as seitas nasceram
no período do reinado dos hasmoneus, e como símbolo de separação
de pessoas assim, os que se mantiveram fiéis como antes a seu
surgimento ao que fora outorgado no Sinai - a Torá Oral, passaram a
chamar-se "peruchim" - "separados", que os cristãos traduziram por
"fariseus", conspurcando-lhes a imagem.
TUMTUM - denomina-se assim a pessoa que nasce com os órgãos
sexuais ocultos, sem que se possa definir qual é seu sexo, se
masculino ou feminino.

TZALUV - deriva da palavra "tzelav" = cruz. O crucificamento do


"messias" europeizado, apesar dos relatos não fundamentados de
determinados livros de certa religião ocidental, nada tem a ver com o
que se refere a Torá por crucificação ou pendurar em madeiro; daí,
quiçá, a grande controvérsia no meio ocidental acerca do original
sentido da palavra grega "staurós" - que traduzem, uns por "cruz",

outros por "madeiro", simplesmente. No meio dos gentios,


especialmente entre os romanos, era comum este ato de crueldade, que
por interferência de pessoas notavelmente cultas, mas inimigos
doentios do povo judeu, fulcros da religião cujo nome não prefiro não
especificar, atribuíra-se aos judeus, pela similariedade que acharam
entre a pena de "pendurar o cadáver do condenado à morte após
sua execução" com a penalidade gentílica que executava o indivíduo
à morte lenta na cruz, exposto ao calor causticante do sol. Entre os
judeus, a crucificação é apenas um símbolo de maldição, sendo
o cadáver (e chamo a atenção aqui para o termo utilizado, pois o
pendurar era feito apenas após a morte) amarrado pelos punhos,
pendurado por uma corda a uma meia trave (gravura). Jamais foi tido
como uma das formas de "pena capital" no judaísmo. Os filósofos da
já citada religião - no séc. XVIII, juntaram todos os restojos de
palimpsestos que possuíam e inventaram o livro que serve como base
para o que chamo de "greco-romanismo" ocidental, com falsificadas
imagens culturais, religiosas e outras acerca do judaísmo em si, e do
povo judeu em particular, tornando-nos algo similar a demônios para
o ocidente, causando a proliferação do anti-semitismo que se propalou
e perdura propalando-se por todo o ocidente. Cabe insinuar aqui que o
ódio aos judeus no ocidente e o que se apresenta no meio semítico
(nações árabes) - difere muito.

TZARÁ'AT - Traduzido erroneamente nas versões cristãs da Bíblia


por lepra, por desconhecerem o fato da possibilidade de haverem
manchas na pele que nada tenham a ver com a enfermidade de
Hansen, ou porque na idade média costumavam isolar o enfermo dos
que o circundavam para evitar a assimilação da doença, altamente
contaminosa. Após a destruição do Templo pelos gentios, a neg'á
tzará'at nunca mais foi vista, tratando-se de um dos grandes feitios de
Deus, pois sua purificação depende do trabalho sacerdotal no Templo.
Os idólatras na idade média pensaram que o afastamento da pessoa
conforme prescrito na Torá dava-se a medidas da Torá, certamente por
crer ser esta, ou partes dela, fruto da mente de nosso profeta Moisés,
(conforme ainda dividem entre eles alguns a lei judaica entre "lei
ritual" e "lei divina",) evitando assim que se alastrasse a "lepra" entre
o povo, por nunca haverem tido o mérito de um convívio próximo a
Deus como o que tiveram nossos pais durante o período da existência
de nosso Santuário em Jerusalém. É chamada também simplesmente
"neg'a", e no plural: nega'im. Quatro são os tipos de tzará'at: bahêret,
branca como a neve; seê, branca como a membrana que envolve o
ovo;sapáĥat bahêret e sapáĥat seêt, cada uma semelhante a uma das
anteriores. É importante que se saiba que nem toda mancha
esbranquiçada na pele é tzaráat, alêm do que, mesmo que seja, para
determinar se é pura ou impura, depende-se da determinação
do cohen (sacerdote aarônico) versado nas leis concernentes.

ZAV - Homem que tem fluxo seminal, o qual causa sua impurificação
por tempo determinado. Para sua purificação são necessárias águas
vivas, isto é provenientes de fonte natural.
ZAVÁ - Feminino de zav. Neste caso o fluxo é sanguíneo, e sua
purificação não necessita ser feita em fonte de águas vivas, como no
caso do zav, senão, a imersão em uma miqvá comum é suficiente.

ZONÁ - na atualidade, este termo é normalmente tido como


prostituta, enquanto que o termo verdadeiro para tal em hebraico é
"qedechá". O termo "zoná" se aplica a uma mulher que teve relações
com quem é-lhe proibido em seu estado atual, por exemplo, um judia
que contraíra relações com um homem com o qual não poderia jamais
casar-se em seu estado vigente, por exemplo, um não-judeu ou com
alguém que ela, em sua situação, seja-lhe proibida, como é o caso de
um cohen com uma viúva ou uma divorciada. Nos casos primeiros,
podemos citar, por exemplo, por ser "'ervá": mãe, irmã, cunhada,
sogra, etc. (V. final da lista de preceitos negativos sobre esta série de
relações proibidas) - de todas as relações proibidas, somente o nascido
de um cohen com uma nidá é apto para o sacerdócio, posto que não há
na nidá proibição especial para o cohen, senão equivalem nela todos
os hebreus. Ser uma mulher "zoná" não significa estar ela vendendo
seu corpo como fazem as prostitutas, senão o fato de haver contraído
relações com qualquer que lhe seja proibido uma vez na vida, ou
haver-se dado a quem ela é-lhe proibida.

PENALIDADES:
(Obs.: Todas as penalidades capitais são aplicadas somente
estando o réu um tanto embriagado)

Hêreg - morte por espada (sêif), golpeando no pescoço. O nome


concerne a certo tipo especial de espada de filo extremamente curvo,
comum entre os árabes. O nome em árabe é o mesmo.

Ĥêneq - pena capital por enforcamento. Um lenço é colocado em


volta do pescoço do transgressor que incorre nesta penalidade e
puxado para cada uma das extremidades pelas testemunhas que
levaram-no à condenação.

Macát Mardút - pena de látegos para transgressão de preceitos


rabínicos, sem número estipulado. Geralmente, quando se diz ¨isento¨
sobre alguma transgressão da Torá, incorre o indivíduo nesta
penalidade, estando isento apenas na penalidade designada pela Torá
por não haver preenchido todos os requisitos necessários.
Malqôt (ou malqút) - pena de açoites para o transgressor de certa
classe de mandamentos da Torá. São em número de trinta e nove para
cada transgressão que haja cometido. Não se deve confundir esta
penalidade com a pena de açoites pela transgressão de preceitos
rabínicos talmídicos, chamada macát mardút, cujo número de golpes
não é previamente designado, e o tribunal decide em cada caso, assim
como podem eximir completamente o transgressor.

Seqilá - traduzido comumente pelos tradutores da Bíblia como


apedrejamento. Tradução errônea, pois a palavra hebraica exata para
apedrejamento é "rigmá". A seqilá é feita num lugar previamente
designado, e a pessoa é lançada do alto sobre uma pedra, morrendo
pela queda. Caso não morra, é então apedrejado (rigmá).

Serefá - dá-se à pessoa metal incandescente que, sorvido, causa morte


instantânea.

MEDIDAS:
EFÁ = três sein (plural de seá).

SEÁ - seis qabin (plural de qav).

QAV - quatro login (plural de log).

LOG - seis betzim (ovos médios.)

BETZÁ um ovo mediano.

ZÁIT um terço de um betzá (uma azeitona mediana) = kezáit ou cazáit -


como uma azeitona.

'UCLA = ½ revi'it

REVI'IT = 0.13 de um litro de nossos dias, mais ou menos (de acordo com os
rabinos da atualidade em sua maioria - 86 ml).

LITRA = duas revi'iôt

VALORES MONETÁRIOS:
MA'Á - peso equivalente ao de 16 grãos de cevada (medianos) - pode ser ouro
ou prata.

DINAR - equivale a seis ma'ot (plural de "ma'á")

SEL'Á - (pural: sela'ím) quatro "dinarim" (plural de "dinar").

MANÊ - cem "dinarim".

AMÁ - (plural: "amôt") um côvado - aproximadamente meio metro. Muitos


sábios nesta geração tentam dar a isto uma medida exata, alguns aumentam,
outros diminuem de meio metro alguns centímetros.

MIL - medida de distância. Equivale a dois mil côvados, ou


seja, aproximadamente um quilômetro. Plural em linguagem dos
Sábios do Talmud: "milin" ("N" no final, e não "M", como no
hebraico comum).

PARSÁ - oito mil amôt. (medida de distância.) Mais ou menos


quatro quilômetros.

TÊFAĤ - (plural: "tefaĥim") equivale à distância que há


entre a parte de baixo de um punho fechado e a parte de cima,
na mão de uma pessoa mediana, nem baixa, nem alta - mais
ou menos dez centímetros.

ETSB'A - equivale à largura de um polegar de pessoa mediana, medido por


seu lado interior. O mesmo que a distìncia entre sete sementes médias de
cevada colocadas lado a lado e bem juntas

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