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MISTÉRIO
Entenda de vinhos de forma simples, prática e
descomplicada
Rafael Roseira
1
2
VINHOS SEM
MISTÉRIO
Entenda de vinhos de forma
simples, prática e descomplicada
Rafael Roseira
1a edição
Rio de Janeiro
2016
3
Copyright © 2016 Rafael Roseira / www.terroirs.com.br
Capa
DepositPhotos
Revisão
Maria Inez Fernandes da Paz
Dados de Catalogação
Roseira, Rafael
Vinhos Sem Mistério: Entenda de vinhos de forma simples, prática e descomplicada / Rafael
Roseira. - Rio de Janeiro
Creative Commons
Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual
4
5
6
Sumário
Prefácio, 12
1. Como escolher vinhos de forma prática, 16
Como escolher vinhos pontuados, 18
Como escolher vinhos pelo preço, 24
Como escolher vinhos pelo custo-benefício, 28
Como fugir de “roubadas”, 30
2. Decifrando rótulos, 34
Uva vs. propriedade, 36
Terroir, Denominações de Origem e
Classificações de Qualidade, 40
3. Degustação, 62
Cheira rolha, 64
Pode servir?, 66
Exame visual, 70
Exame olfativo, 76
Exame gustativo, 82
4. Enochatices, 94
Rolhas, 96
Taxa de rolha, 102
É defeito ou não?, 108
Vinho com moderação, 118
7
8
9
10
Beba vinho para o espírito,
beba vinho para a boa digestão,
beba vinho na festa,
beba vinho na solidão,
beba vinho por cultura,
beba vinho por educação,
beba vinho porque...
enfim, encontrarás uma razão.
Luis Fernando Veríssimo
11
Prefácio
O
blog Terroirs foi criado
em 2014 com o intuito de consolidar
e compartilhar informações sobre
vinhos de forma simples, prática Enófilo:
apreciador de
e estruturada, tanto para aqueles vinhos.
enófilos já iniciados, quanto para Enólogo:
os amantes de vinhos que ainda dão profissional que
atua no cultivo
seus primeiros passos neste universo de uvas e na
encantador. Logo o blog ganhou produção de
vinhos.
forma e conteúdo, disponibilizando
Sommelier:
avaliações de vinhos e artigos sobre
profissional que
degustação e dissernimento de bons atua no serviço
do vinho (criação
rótulos, divulgando dicas para boas
da carta,
compras e abordando tópicos mais compra, estoque,
guarda etc.) em
técnicos, os quais não deixam de povoar
restaurantes,
a mente dos novos desbravadores. importadoras
ou lojas
É, neste contexto, que nasce especializadas.
12
Vinhos Sem Mistério, uma compilação dos principais
artigos do blog Terroirs. O seu intuito é servir como
mais uma frente para o compartilhamento de conceitos
e práticas simples, capazes de transformar o consumidor
de vinhos que, se sente perdido na hora da compra e
consumo, se não em um especialista, pelo menos em
um bom navegante destes mares tortuosos.
14
15
1 Como
escolher
vinhos
de forma
prática
16
E
scolher vinhos adequados a uma
comemoração, a um momento especial
ou simplesmente para o dia a dia não
é das tarefas mais fáceis. Exagero meu?
No momento em que escrevo estas
palavras, a rede social Vivino aponta que
há 49.824.363 rótulos em seu banco de
dados. Ou seja, se degustarmos um vinho
por dia a partir do nosso aniversário de 18
anos, até completarmos 90 anos, teremos
experimentado 26.280 vinhos. Faça as
contas. Precisaríamos de cerca de 1.900
vidas para experimentar todos os vinhos
e safras do planeta. Portanto, escolher um
vinho para a adega ou para acompanhar
a refeição não é tarefa fácil. Por isso, você
encontrará nas próximas páginas dicas
simples para facilitar a escolha do vinho,
sem que seja necessário apelar para rótulos
já conhecidos ou clichês. Afinal de contas,
com tanto vinho bom por aí, por que
degustar sempre os mesmos rótulos?
17
Como escolher vinhos
pontuados
P
rovavelmente, a melhor forma de acertar na
escolha do vinho é optar pelos vinhos pontuados
por especialistas ou publicações especializadas.
Atualmente, as principais referências são: as revistas
Wine Spectator (muitas vezes identificada pela sigla
WS), Wine Enthusiast (WE) e Decanter (DE), o crítico
Robert Parker (RP) e o guia Descorchados (DS, que
cobre vinhos argentinos, chilenos e uruguaios). As
avaliações realizadas pontuam os vinhos em uma
escala de 50 a 100 pontos, onde quanto maior a nota,
obviamente, melhor o vinho. Você pode encontrar
nas respectivas publicações e websites uma descrição de
cada faixa de pontuação, mas, em linhas gerais, não
é preciso mergulhar nas descrições e detalhes técnicos
para realizar uma boa escolha. Para isso, algumas dicas
podem ser úteis na hora da escolha:
20
seus componentes: equilíbrio, complexidade,
potência e persistência.
23
Como escolher vinhos
pelo preço
S
e tivesse que ser politicamente correto, diria que
preço não é sinônimo de qualidade. Realmente existem
muitos vinhos excelentes a preços razoáveis e muitos
vinhos medianos caros. Mas, normalmente, o preço do
vinho é um bom balizador de sua qualidade. Como em
todos os mercados, podem existir pontos fora da curva,
mas os critérios abaixo ajudam a acertar na hora da
compra:
26
27
Como escolher vinhos
pelo custo-benefício
V
ocê não precisa ser matemático, economista
ou especialista em vinhos para saber que as melhores
compras são aquelas com boa relação custo-benefício. E
esta relação pode ser alcançada exatamente colocamos
em prática as duas abordagens citadas anteriormente:
vinhos com elevada pontuação e baixo preço.
29
Como fugir de
“roubadas”
31
32
33
2
Decifrando
rótulos
34
N
ão é difícil entender por que muitos
apreciadores compram vinhos orientados
pela casta, ou seja, compram um Cabernet
Sauvignon, um Malbec ou um Chardonnay.
Naturalmente, existe a predileção por um
vinho mais robusto, estruturado, ou mais
leve, delicado. Sem dúvida, o prato da noite
pode vir a harmonizar melhor com um
vinho produzido de uma casta específica,
dadas suas características particulares.
Porém, não se pode ignorar que muito desta
orientação se deve ao desconhecimento
das informações trazidas nos rótulos. A
missão, de fato, não é simples. Muitas
vezes, as menções a regiões, Denominações
de Qualidade (como o famoso DOC) e
Classificações de Qualidade (como os
desejados Grand Cru) nos soam como
grego, nos perdemos no meio de tantas
referências e detalhes e, com isso, acolhemos
o porto seguro das castas para guiar nossas
aquisições. Para ajudar a desatarmos tais
amarras, as próximas páginas desmitificam
dúvidas comuns sobre os rótulos, explicam
conceitos básicos e descrevem as principais
informações que tornam a escolha de vinhos
muito mais fácil.
35
Uva vs. propriedade
(por que a casta da uva não aparece no rótulo?)
U
sualmente, os brasileiros sentem
muito mais facilidade para entender os
No mundo dos
vinhos, os novos
países produtores
rótulos de vinhos do Novo Mundo do de vinhos
que do Velho Mundo. Você também são também
referenciados
sente a mesma coisa? como países
do Novo
A explicação é: Mundo, como,
por exemplo,
No Novo Mundo, bebemos Argentina,
a casta. Chile, África do
Sul, Austrália,
Estados Unidos
No Velho, bebemos o terroir, e Brasil. Já
a região, a propriedade. os países com
maior tradição,
Há séculos, o vinho faz parte da são chamados de
países do Velho
cultura dos países do Velho Mundo, e Mundo,
sempre foram conhecidos pelo nome como França,
Espanha,
de seus produtores ou localidade de Portugal, Itália e
origem. Até hoje, essa cultura existe no Alemanha.
36
interior destes países. A cultura de ostentar nos rótulos
o nome da família produtora ou da localidade de onde
as uvas são provenientes sempre teve como objetivo
enaltecer a qualidade e sabores particulares dos vinhos
produzidos por tais famílias, regiões e vinhedos
tradicionais. A casta da uva nunca foi algo importante
e, no final das contas, não é sinônimo de qualidade.
38
39
Terroir, Denominações
de Origem e
Classificações de
Qualidade
Terroir
No universo da vitivinicultu- Viticultura:
cultivo da uva.
ra, um conceito muito importante é o
de terroir. O termo francês não possui Vinicultura:
produção do
tradução precisa em outras línguas, vinho.
restando-nos apenas citar a ideia por
trás do termo. Basicamente, terroir
é a combinação das características
peculiares de clima, solo e técnicas
de cultivo e produção específicos de
uma localidade que transmitem ao
vinho seu aspecto singular. Um pouco
mais de sol em uma parte do vinhedo,
uma irrigação menos abundante ou
um terreno mais elevado são capazes
de gerar um vinho completamente
40
diferente dos produzidos com uvas de apenas alguns
metros de distância. O terroir expressa as peculiaridades
de clima, solo e técnicas de localidades que podem
ser tão grandes quanto uma região ou tão pequenas
quanto um único vinhedo.
Denominações de origem
Uma vez entendido o conceito de terroir, fica fácil
entender o que são as Denominações de Origem: são
demarcações que estipulam a área de incidência de um
determinado terroir. Ou seja, uma área delimitada que
produz vinhos com características semelhantes entre si
e diferenciadas com relação a vinhos de outras regiões.
o Kabinett
o Spatlese
46
o Auslese
o Beerenauslese
o Trockenbeerenauslese
o Eiswein
• Deutscher Tafelwein
Espanha
• DO – Denominación de Origen
• Vino de Mesa
Portugal
• Vinho de Mesa
Hungria
• Minoségi bor
• Asztali bor
47
Grécia
• Epitrapezios inos
Áustria
o Steinfeder
o Federspiel
o Smaragd
o Spatlese
o Auslese
o Beerenauslese
o Trockenbeerenauslese
o Eiswein
o Ausbruch
48
o Strohwein
o Bergwein
• Kabinett
• Qualitatswein
• Tafelwein
Classificações de
Qualidade
Para complicar ainda mais
a vida do jovem enófilo, além
das Denominações de Origem,
muitos vinhos apresentam uma
segunda definição em seus rótulos: a
Classificação de Qualidade. Diferente
das Denominações, que focam no terroir
e nas regiões produtoras, a Classificação
de Qualidade é uma forma tradicional
de apontar os melhores vinhos de uma
região. Saiba mais sobre
os Premier
A Classificação de Qualidade Grand Cru
Classé de
mais conhecida é a de Bordeaux. Esta, Bordeaux e
criada em 1855, definiu os Grand os vinhos da
Borgonha em
Cru Classé da região e, salvo algumas artigos de mesmo
raras exceções, permanece inalterada nome no blog
Terroirs.
até hoje, sendo utilizada ano após ano
49
para orientar o mercado de vinhos da região.
50
Borgonha
Grand Cru Premier Cru Comunal ou Borgonha
Maior Vinhos
village (regional)
distinção dos de ótima Vinhos Corte de uvas
vinhos da qualidade, produzidos de diferentes
Borgonha, mas que não com uvas villages da
representa atingem o de um ou região da
entre 1,5% patamar de diferentes Borgonha.
e 2% da excelência dos vinhedos não Sob a
produção. Grand Cru. classificados Denominação
Diferente dos Os rótulos (Grand Cru de Origem
Châteaux de usualmente ou Premier genérica,
Bordeaux, apresentam Cru) de um é possível
quem recebe o nome do mesmo village, encontrar
a Classificação village (cidade) transmitindo vinhos rosé,
de Qualidade de origem e as espumantes
na Borgonha do vinhedo. características e vinhos
é um vinhedo, particulares de produzidos
que pode ter seu terroir. com uvas
mais de um diferentes da
proprietário. Chardonnay e
Pinot Noir.
51
Champagne
Grand Cru Premier Cru Champagne
A classificação Há 41 villages
(regional)
de Champagne, que possuem A inutilidade
chamada de échelle seus vinhedos do sistema de
dês crus (escada dos categorizados como classificação de
crus), funciona mais Premier Cru e Champagne para
para os produtores comercializavam os consumidores
e comerciantes suas uvas com uma é demonstrada
do que para os taxa de 90-99% pelo fato de que
consumidores. do preço das uvas os grandes rótulos
Estabelecida em oriundas de villages são produzidos por
1919, aponta Grand Cru. corte de uvas de
hoje 17 villages diversos villages,
cujos vinhedos muitas oriundas de
são classificados vinhedos Grand
como Grand Crus. Crus ou Premier
Até o começo do Crus, mas não
século, as uvas de necessariamente
tais villages eram oriundas apenas de
comercializadas tais vinhedos.
pelo preço “cheio”
(100%) estabelecido
para a safra. Hoje o
preço é negociado
entre os produtores
e comerciantes,
apesar da
classificação ainda
ser utilizada em
alguns casos.
52
Saint-Émilion
Premier Grand Grand Cru Grand Cru Saint-Émilion
Cru Classé Classé Os Grand
(regional)
A primeira Atualmente, Cru, sem o A
classificação 64 termo Classé, Denominação
desta sub- propriedades totalizam de Origem
região de são centenas genérica é
Bordeaux classificadas de rótulos utilizada para
ocorreu em como Grand e merecem os vinhos mais
1955 e é Cru Classé. atenção no simples da
atualizada a Década após momento região.
cada década. década, elas da compra,
A lista original se esforçam visto que
continha para serem facilmente são
12 Premier promovidas confundidos
Grand Cru à categoria com os
Classé e, a Premier, de maior
mais atual, de maior prestígio.
de 2012, excelência.
possui 18.
Destes, quatro
recebem
classificação
Premier
Grand Cru
Classé A:
Cheval Blanc,
Ausone,
Angeles e
Pavie. As
demais são
categorizadas
como Premier
Grand Cru
Classé B.
53
Vale do Rhône (Côtes du Rhône)
Cru Côtes du Côtes du Côtes du Rhône
As 16
Rhône-Villages Rhône-Villages (regional)
melhores + nome da Classificação Denominação
Denomi- commune que demanda de Origem
nações algumas genérica
São 18
da região regras mais da região,
melhores
apresentam rígidas cobrindo 171
Côtes du
apenas o quanto à communes no
Rhône-
seu nome maturação da norte e sul do
Villages
no rótulo e uva quando Rhône.
elegíveis a
não Côtes comparada à
apresentarem
du Rhône. classificação
o nome da
As Denomi- genérica Côtes
commune
nações mais du Rhône.
(cidade) no
famosas são Aplicável a 95
rótulo.
Hermitage, communes.
Crozes-
Hermitage,
Côte-Rôtie e
Châteuneuf-
du-Pape.
Em alguns
rótulos pode-
se encontrar
inclusive o
nome do
vinhedo,
quando
este atinge
prestígio
diferenciado.
54
Beaujolais
Cru Comunal ou Beaujolais (regional)
Classificação de
Villages A Denominação de
qualidade mais Classificação Origem Beaujolais
elevada, elegível a intermediária, é usualmente
apenas 10 villages: compreendendo 39 utilizada nos rótulos
Saint-Amour, villages ao norte da dos 96 villages mais
Juliénas, Chénas, região. Se as uvas simples da região.
Moulin-à-Vent, vierem de um único
Fleurie, Chiroubles, village, é permitido
Morgon, Régnié, apresentar seu
Brouilly e Côte de nome no rótulo.
Brouilly. Muitas Mas como
vezes, o nome da nenhum dos 39
região Beaujolais villages possui
não é apresentado reconhecimento
no rótulo, em uma internacional,
tentativa de separá- muitos produtores
los dos demais preferem apresentar
vinhos com menor apenas o termo
prestígio. Beaujolais-Villages.
Alsace
Grand Cru Alsace (regional)
A Classificação de Qualidade Denominação de Origem
na Alsácia foi aprovada em genérica, onde apenas a casta
1975, mas só começou a ser utilizada é apresentada no
praticada a partir da safra rótulo. As mais populares são
de 1983. Hoje, 51 vinhedos Riesling, Gewurztraminer,
são categorizados como Pinot Gris, Auxerrois Blanc,
Grand Cru e possuem seu Pinot Noir, Sylvaner, Pinot
nome ostentado no rótulo, Blanc e Muscat.
acompanhado da casta
cultivada.
55
Graves
Cru Classé Graves (regional)
Classificação introduzida As propriedades que não
em 1953, com algumas foram consideradas na
pequenas modificações heterogênea classificação
ocorridas em 1959. Na Cru Classé, ostentam apenas
prática, a classificação de a Denominação de Origem
Graves é irrelevante para genérica da região no rótulo.
o mercado uma vez que
não consegue transmitir o
status ou personalidade das
propriedades. Vinhos de
diferentes níveis de qualidade
se encontram na única faixa
existente.
Provence
Cru Classé Provence (regional)
Única Classificação de A grande maioria dos vinhos
Qualidade fora de Bordeaux ostenta apenas uma das 9
a qualificar propriedades (na Denominações de Origem da
Borgonha, Alsace, Rhône Provence no rótulo: Côtes de
etc. classifica-se o vinhedo Provence, Bandol, Coteaux
ou o village/commune). Varois, Coteaux d’Aix-en-
Estabelecida em 1955, Provence, Les Baux-de-
prestigiou 14 propriedades. Provence, Palette, Cassis,
Bellet e Luberon.
56
Fora da França, algumas classificações não
identificam necessariamente vinhos de melhor
qualidade, mas, sim, apontam para características
como tempo de amadurecimento e regiões tradicionais
que tendem a produzir vinhos diferenciados.
Espanha
Gran Reserva Reserva Crianza Joven
Vinhos As regras das Devem ser Vinhos
produzidos Denomina- amadurecidos comercializa-
em safras ções de por, pelo dos no
excepcionais. Origem menos, 24 ano após
Amadurecidos podem variar, meses, sendo a colheita,
por, pelo mas, em geral, 6 meses em tendo passado
menos, 60 são vinhos carvalho. Em nenhum ou
meses antes amadurecidos Rioja e Ribera pouco tempo
de serem por, pelo del Duero, em barris
comerciali- menos, 36 o período de carvalho.
zados, sendo, meses antes mínimo em Devem ser
pelo menos, de serem carvalho é consumidos
18 meses em comercializa- de 12 meses. cedo, tão logo
carvalho e dos, sendo, Brancos cheguem ao
o restante pelo menos, e rosés mercado.
em garrafa. 12 meses em necessitam ser Usualmente,
Brancos carvalho. amadurecidos o termo
e rosés Brancos e por 12 meses, “Joven” não é
necessitam rosés devem sendo 6 em apresentado
amadurecer amadurecer, carvalho. no rótulo.
48 meses, pelo menos,
sendo 6 meses 24 meses,
em carvalho. sendo 6 meses
em carvalho.
57
Itália
Riserva Classico Genérico
Usualmente os Denota áreas A ausência da
melhores vinhos e produtores classificação
de um produtor. tradicionais de Riserva ou
Frequentemente uma região que, Classico, não
são amadurecidos teoricamente, necessariamente,
por muitos meses produzem vinhos aponta vinhos de
em carvalho, mas, de melhor baixa qualidade.
diferente da Espanha, qualidade. Tais classificações
não é possível denotam vinhos
apontar um tempo diferenciados
de amadurecimento apenas quando
padrão visto que cada comparados com
Denominação de vinhos similares,
Origem possui regras da mesma região.
específicas. Alguns
exemplos: Chianti
Riserva necessita
ser envelhecido por,
pelo menos, 27 meses
(sem especificação
de tempo em
carvalho); Brunello
di Montalcino
Riserva necessita,
pelo menos, 5 anos,
sendo um mínimo
de 2 em carvalho;
para o Barolo
Riserva, são 5 anos
de amadurecimento;
e, para o Barbaresco
Riserva, 4 anos antes
de ir para o mercado.
58
59
60
61
3
Degustação
62
F
rutas vermelhas maduras. Maracujá.
Madeira. Frutas cítricas. Chocolate. Ouvir
apreciadores de vinhos declamarem tais
aromas e sabores pode até soar irônico
quando as únicas sensações que identificamos
são cheiro e gosto de uva. Normal! Afinal
de contas, como querer identificar aromas
e sabores tão sutis e específicos se nunca
exercitamos tal prática? Não existe mágica.
Também não existe “não consigo” ou “não
tenho esse dom”. Ninguém tem. Podem
até existirem pessoas com alguma aptidão,
mas todas precisam ser apresentadas à
prática da degustação, exercitar, errar,
realizar associações, se aprimorar. Deixada
a mística dos aromas e sabores de lado, a
degustação passa ainda pelo exame visual,
capaz de gerar inúmeras conclusões sobre
o vinho que ainda nem chegou à boca, e
pelo exame gustativo, onde a estrutura do
vinho e seus diversos componentes poderão
ser dissecados. A prática não poderá ser
transmitida por aqui. Mas encontre nas
próximas páginas a teoria necessária para
elevar o prazer de degustar vinhos a novos
patamares.
63
Cheira rolha
V
ocê provavelmente já deve ter ouvido alguma
piada sobre pessoas que cheiram a rolha do vinho, não
é verdade? A prática pode parecer sem sentido, mas, de
fato, possui um fundamento válido. Não se faz isso para
apreciar os aromas do vinho, afinal, ele estará em sua
taça em alguns segundos, onde será possível apreciá-
los de forma muito mais eficaz e prazerosa. O ato de
cheirar a rolha é feito para se identificar se o vinho
está comprometido devido à contaminação por uma
substância química chamada tricloroanisol, ou TCA.
65
Pode servir?
V
ocê está em um restaurante,
colocou em prática todo o
conhecimento que adquiriu, e tem
No momento
certeza que fez uma boa escolha do
em que o vinho
vinho da noite. O garçom traz o vinho, está prestes
a ser servido,
abre, lhe apresenta a rolha e serve uma
devemos realizar
pequena quantidade em sua taça. E apenas análises
rápidas,
agora? Pode servir?
de forma a
se identificar
Antes de dar sinal verde, é possíveis falhas.
importante realizar uma rápida
Veja mais
avaliação para conferir se o vinho detalhes sobre
os exames
está adequado para ser degustado. O
visual, olfativo
processo é simples: e gustativo
nos próximos
• Faça um rápido exame capítulos.
visual para identificar se o vinho
não possui algum defeito, ou
66
seja, se o vinho branco não está escuro demais
ou se o vinho tinto não está alaranjado demais.
o Rosé: 7-10°C.
68
69
Exame visual
O
primeiro dos três exames realizados na
degustação de vinhos é o exame visual. Com ele, é
possível identificar diversas características particulares
do vinho. A primeira conclusão que se tira, por exemplo,
de tão óbvia, passa até despercebida: você está prestes
a degustar um vinho branco, espumante, rosé ou tinto?
70
Imagens: Wine Folly
Já os vinhos brancos seguem o caminho oposto:
nascem claros, bem transparentes e assumem uma cor
mais escura ao envelhecer.
71
Naturalmente, cada vinho possui um ciclo de vida
particular. Alguns vinhos já nascem com aspecto mais
envelhecido, enquanto outros são melhor apreciados
jovens e, portanto, nunca chegam a envelhecer. Faz
parte do fascinante mundo dos vinhos desvendar o
ciclo de vida de tipos específicos de vinho, regiões do
globo, método de produção e uvas utilizadas.
Tonalidade
O primeiro passo do exame visual é a
identificação da tonalidade do vinho, ou seja, a sua cor.
Os termos utilizados para descrever as tonalidades dos
vinhos podem variar um pouco, mas, em geral, ficam
dentro de um escopo limitado, como apresentado a
seguir:
Brancos
Verde
Palha Dourado Âmbar Castanho
Limão
Imagens: Wine Folly
72
Rosés
Pele de
Rosado Cereja Clarete
Cebola
Imagens: Wine Folly
Tintos
Para a execução,
tanto deste primeiro
passo quanto
do segundo,
“Intensidade”,
utiliza-se uma técnica
muito simples:
inclinamos a taça
cerca de 45 graus
sobre uma superfície
branca e olhamos
através do vinho, em
sua região central.
73
Intensidade
O segundo passo do exame visual é identificar a
intensidade da tonalidade identificada anteriormente.
Basicamente, identificamos se a intensidade da
tonalidade é:
• Claro
• Médio
• Escuro
Reflexos
O terceiro e último passo é a identificação
dos reflexos. Como descrito anteriormente, no início
do capítulo, os vinhos evoluem, envelhecem, e, com
isso, assumem novas colorações. O reflexo do vinho
é exatamente esta passagem de uma tonalidade para
outra. Ou seja, os vinhos possuem uma tonalidade mas
podem apresentar reflexos, ou seja, nuances de outra
tonalidade.
• Esverdeado
• Dourado
• Âmbar
• Castanho
• Violáceo
• Granada
• Alaranjado
75
Exame olfativo
O
exame olfativo é sem dúvida o mais curioso
de todos. Para os enófilos iniciantes, ouvir que um
vinho possui aroma de carvalho, maracujá ou frutas do
bosque pode parecer, no mínimo, cômico. De fato, a
coisa é por aí mesmo. Mas não é complicado explicar
o motivo.
Aromas fragrantes
Logo após o exame visual, leve a taça ao nariz
buscando identificar aromas fragrantes, ou seja, aromas
marcantes que se destacam dos demais. Faça isso antes
mesmo de oxigenar o vinho, antes de rodopiá-lo na
taça buscando liberar e intensificar os aromas mais
adormecidos.
78
• Em linhas gerais, salvo algumas poucas
exceções, vinhos brancos possuem aromas de
coisas brancas e vinhos tintos possuem aromas
de coisas vermelhas.
Oxigenação
Após identificar possíveis aromas fragrantes, é
hora de oxigenar o vinho, o que consiste, basicamente,
em fazê-lo entrar em contato com uma maior quantidade
de oxigênio. Gire a taça e faça o vinho rodopiar dentro
dela. Este movimento é importante pois o contato com
o ar, em particular, o oxigênio, faz o vinho liberar seus
aromas com maior intensidade. Desta forma, fica mais
fácil identificar os aromas menos intensos e mais sutis.
79
Não existe muita técnica
para realizar a oxigenação. Basta
movimentar a taça de forma circular, O artigo
“Exame
começando lentamente e aumentando Olfativo” do
a velocidade quando ganhar confiança. blog Terroirs
apresenta um
Evite movimentos retos, para a frente vídeo ilustrando
ou para os lados, o que faz com que como realizar a
oxigenação.
o vinho seja jogado para a borda da
taça. Para os mais inseguros, tente
girar a taça com ela sobre a mesa. Isso
dará mais firmeza e segurança.
Aromas secundários
Por fim, leve a taça mais uma
vez ao nariz e tente identificar aromas
que não foram facilmente identificados
inicialmente. A lista de aromas citadas
anteriormente continua valendo aqui.
81
Exame gustativo
A
pós os exames visual e olfativo, chega a hora do
melhor e mais importante de todos: o exame gustativo.
É aqui que vamos corroborar as suspeitas levantadas
nos exames anteriores e, naturalmente, sentir como
é o vinho na boca. É, exatamente, na boca que
identificamos a maior quantidade de características
marcantes do vinho. É, no exame gustativo, então,
que o maior número de aspectos serão notados e
identificados, como sua estrutura, estilo, intensidade,
persistência e complexidade.
Açúcar
O primeiro aspecto a ser notado, e também o
mais fácil, é a quantidade de açúcar que o vinho possui.
83
Dependendo dela, o vinho pode ser:
• seco
• meio doce
• doce
Acidez
O nível de acidez do vinho pode ser identificado
pela sensação de pequenas agulhas beliscando a língua.
A acidez traz frescor, jovialidade e refrescância ao
vinho e é característica marcante nos vinhos brancos.
Naturalmente, a acidez está também presente nos vinhos
tintos, mas é nos brancos que ela marca mais presença
e se faz mais fundamental. No exame gustativo, tente
identificar o quão ácido é o vinho. Podemos utilizar um
dos três níveis abaixo para pontuar a acidez:
84
• nervoso ou alta acidez
Álcool
O álcool é um dos principais componentes
do vinho e o que motiva a maior quantidade de
técnicas durante a produção. Produtores buscam
incansavelmente a produção de uvas com grande
quantidade de açúcar para que, durante a fermentação,
este possa ser transformado em… álcool. Notamos o
álcool através de um pequeno calor à medida que o
vinho desce pela garganta até o estômago. Utilizamos
termos, como os apresentados a seguir, para pontuar o
vinho de acordo com seu teor alcoólico:
Taninos
Os taninos estão presentes na casca da uva.
Assim, como o vinho branco não possui contato com
a casca durante sua produção, não possui taninos. Na
boca, os taninos transmitem uma sensação de secura,
de adstringência. Quando os taninos estão ressaltados,
percebemos esta sensação de ressecamento na língua,
céu da boca e paredes internas da bochecha.
86
Corpo
Tecnicamente falando, o corpo do vinho é tudo
o que sobra quando o álcool e a água são retirados.
No exame gustativo, identificamos o corpo do vinho
pela sensação de estrutura, de volume que o vinho
apresenta. Note que vinhos brancos e alguns tintos,
como os produzidos da uva Pinot Noir, por exemplo,
são delicados, sutis e possuem pouca presença na boca.
Outros, como os Cabernet Sauvignon e Malbec, são
corpulentos e parecem que preenchem a boca. Para
tanto, utilizamos uma escala como a abaixo para
pontuar o corpo dos vinhos:
• leve
• médio corpo
Equilíbrio
São três os aspectos que tornam um vinho
diferenciado: equilíbrio, intensidade e persistência.
Vinhos bons ou medianos podem até se superar em
um destes aspectos, mas apenas os vinhos especiais
combinam níveis excepcionais destes três aspectos.
• desequilibrado
• razoavelmente equilibrado
88
• equilibrado
Intensidade
A intensidade do vinho é o quão saboroso ele
se mostra na boca, o quão potente ele é. Alguns vinhos
diferenciados apresentam um impacto de sabor quando
o levamos à boca; desencadeiam ondas de sabor que se
multiplicam e tomam conta da boca.
• ligeiro ou sutil
Persistência
O último aspecto do exame gustativo diz respeito
ao tempo em que o sabor do vinho permanece na boca.
Um exercício interessante a ser feito é cronometrarmos
(mentalmente) quanto tempo o sabor do vinho
89
permanece em nossa boca até que suma completamente.
Vinhos medianos terão o sabor perceptível por poucos
segundos enquanto que vinhos mais especiais persistem
na boca durante vários segundos.
• curto
• persistente ou longo
90
91
92
93
4
Enochatices
94
O
universo do vinho é permeado de
curiosidades, detalhes que o fazem ainda
mais rico e extraordinário. Alguns deles
ultrapassam a taça, se posicionando longe do
simples prazer de apenas degustar um bom
vinho. Mas, como não nos debruçarmos
sobre temas de fato periféricos, quando eles
nos aproximam ainda mais do exercício
do nosso prazer? Para alguns, são apenas
chatices. Enochatices. Mas, para os que
verdadeiramente amam o vinho, querer
entender como cada detalhe influencia
os rótulos carinhosamente escolhidos é
uma busca tão prazerosa quanto degustá-
los. Rolhas, taças, defeitos, álcool e
muitos outros elementos possuem um
íntimo relacionamento com o vinho e
potencionalizam, ou diminuem, os sentidos
exercitados na degustação. Aprofunde-
se no conhecimento sobre tais detalhes ao
longo das próximas páginas e permita-se
expandir seu conhecimento para além da
taça em suas mãos.
95
Rolhas
E
ste capítulo se inicia respondendo a uma
pergunta corriqueira:
A rolha de cortiça
A rolha é, realmente, o método de vedação mais
tradicional de todos. Atualmente, devido à escassez da
sua matéria prima, a cortiça, pode alcançar elevado
valor comercial. A rolha do tipo Flor, rolha de melhor
qualidade no mercado, pode alcançar o valor de €2
por unidade. No mercado europeu, onde bons vinhos
chegam ao consumidor final por €1,50, uma rolha
comercializada por este preço é com certeza uma
sofisticação.
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Algunas detalhes adicionais sobre a rolha de
cortiça:
Micro-oxigenação
Mesmo com o surgimento de alternativas (veja
a seguir outros tipos de vedação), as rolhas de cortiça
continuam sendo a principal escolha para os vinhos de
guarda, ou seja, para aqueles vinhos que se beneficiam
do amadurecimento. Isso ocorre pela micro-oxigenação
que só a cortiça é capaz de promover. Ela é capaz de
permitir a entrada de uma quantidade mínima de ar na
garrafa, ou seja, não veda totalmente mas também não
permite a entrada de ar em excesso. E é esta quantidade
mínima de ar, especificamente o oxigênio, que altera o
vinho de forma suave, lenta e contínua.
99
Problemas ocasionados pelas
rolhas de cortiça
O capítulo Cheira Rolha descreve em detalhes o
papel da rolha no vinho bouchonné, vinho comprometido
por uma substância chamada TCA, desenvolvendo
assim aromas desagradáveis de pano/cortiça/papelão
molhado.
101
Taxa de rolha
N
os últimos anos, discute-se muito, no ambiente
corporativo, os prós e contras do BYOD, sigla em inglês
para Traga Seu Próprio Dispositivo. O conceito é
simples: com a consumerização, ou seja, a popularização
de dispositivos cada vez mais tecnológicos, modernos
e cada vez a preços mais baixos, nasce a pressão dos
funcionários para utilizar seus próprios smartphones,
tablets e até notebooks no ambiente corporativo.
102
Argumentos a favor da Taxa de
Rolha
• A carta de vinhos possui um papel importante
na criação da personalidade do estabelecimento.
106
107
É defeito ou não?
E
spero que nunca tenha acontecido com você,
mas é possível que, eventualmente, tenhamos a má
experiência de comprar uma garrafa de vinho com
defeito.
Bouchonné
O que é?
O capítulo Cheira Rolha descreve em detalhes o
vinho bouchonné, mas, de forma resumida, trata-se
108
da contaminação do vinho por uma substância
química chamada tricloroanisol, ou TCA,
oriunda de fungos que atacam a rolha do vinho
e elementos de madeira utilizados na produção
do vinho, como as barricas de carvalho, por
exemplo.
Como identificar?
É defeito ou não?
Sim, é um defeito.
Refermentação
O que é?
É a fermentação do açúcar residual ocorrida na
garrafa de vinhos tranquilos, ou seja, vinhos que
não sejam espumantes ou frisantes.
Como identificar?
109
É defeito ou não?
Oxidação
O que é?
A relação do vinho com o oxigênio é de fato
paradoxal. Enquanto o oxigênio é fundamental
para que o vinho se desenvolva, ganhando
maturidade, complexidade, se tornando
mais redondo e menos agressivo na hora da
degustação, oxigênio demais resulta em sua
Oxidação, ou seja, processo em que o oxigênio
atua como catalisador de uma série de reações
irreversíveis no vinho gerando substâncias
indesejáveis.
A Oxidação pode ocorrer em diversos momentos
da vida do vinho: durante sua produção (na fase
de fermentação), seu amadurecimento ou na
armazenagem. A vedação do vinho é, portanto,
um aspecto crucial para evitar a sua Oxidação.
Como identificar?
É defeito ou não?
Redução
O que é?
Em poucas palavras, Redução é o oposto da
Oxidação, ou seja, reações químicas que se
desenvolvem em ambientes com a ausência de
oxigênio, onde compostos sulfúricos indesejáveis
são produzidos. Certas leveduras, diante de
condições extremas de carência de nutrientes,
passam a se alimentar de aminoácidos que
contêm enxofre, produzindo tais compostos
112
indesejáveis, como o sulfeto de hidrogênio (H2S).
Como identificar?
É defeito ou não?
Brettanomyces
O que é?
Brett, como a brettanomyces é apelidada, é uma
levedura intrusa que ataca vinhos com elevado
pH (baixo nível de acidez), portanto, dificilmente
a encontramos em vinhos brancos. Os vinhos
são particularmente vulneráveis à Brett na fase
final da fermentação, quando toda a levedura
natural das uvas, Saccharomyces cerevisiae, morre
antes que a fermentação tenha chegado ao
fim. Mas nada impede que a Brett também se
manifeste durante a fase de amadurecimento,
especialmente quando o dióxido de enxofre for
utilizado parcamente.
Como identificar?
É defeito ou não?
Como identificar?
É defeito ou não?
117
Vinho com moderação
S
empre que cito ser fundador de um blog de
vinhos, tenho eventualmente que responder perguntas
como: “Então, você bebe todo dia?”, “Quantas garrafas
de vinho você consegue beber?”, “Então, você vive
bêbado, não é?”. Apreciar, estudar e degustar vinhos
não é sinônimo de embriagar-se diariamente. Após
contar até dez, coloco um sorriso no rosto e aproveito
a oportunidade para evangelizar sobre taxa de álcool
no sangue e o consumo responsável de vinhos.
120
Fonte: www.globalrph.com/bac.cgi
Consumo responsável
Infelizmente, não há atalhos para o consumo
saudável e responsável de vinhos. Tomar litros de água,
café forte, banho gelado ou vento no rosto podem até
fazer a pessoa se sentir melhor, mas não alteram a taxa
de álcool no sangue. Uma boa medida para orientar a
quantidade de vinho que pode ser consumida de forma
responsável é fornecida pela Organização Mundial da
Saúde: 7 unidades de álcool por semana para mulheres
e 14 unidades por semana para homens, onde o número
121
de unidades de álcool é alcançado multiplicando-se o
volume de vinho (em litros) pela graduação alcoólica.
Alguns exemplos:
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Bibliografia
129
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