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ANÁLISE DA CADEIA DE SUPRIMENTOS DO SETOR MADEIREIRO NO

MUNICÍPIO DE HUMAITÁ: ESTUDO DE CASO NA EMPRESA O M B


MADEIRAS.1

Edney do Socorro S. Relvas2


Janayna Ferreira dos Santos3
Thiarla K. P. De Miranda4
Jucelino Abrantes5

RESUMO

O setor industrial madeireiro, vem apresentando grande crescimento econômico para o Brasil
e também bons resultados na geração de emprego e renda na população, sendo assim um
dos principais produtos de agronegócio do país. Este artigo tem por objetivo estudar o
processo da estrutura logística de uma organização do setor florestal baseado em sua cadeia
de suprimentos no município de Humaitá-Amazonas. Aplicou-se o estudo de caso com
questionário, entrevista e pesquisas bibliográficas, visando identificar todo o processo da
Cadeia de Suprimentos, desde o fornecimento da matéria-prima dos produtos em processos,
armazenagem, distribuição até o cliente final. Deste modo o estudo de caso ajudou no
levantamento de informação fundamentadas e a identificar o funcionamento da cadeia de
suprimentos na organização, onde observou-se todo o processo estrutural e os membros da
cadeia de suprimentos envolvidos, e como essas atividades desenvolvidas proporcionaram
melhorias nos fluxos e processos logísticos, dentro da organização após se adotar o uso da
tecnologia da informação.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Cadeia de Suprimentos 2. Logística 3. Madeireira 4. Manejo florestal.

ABSTRACT

Currently the timber industrial sector has been showing great economic growth for Brazil and
also good results in the generation of employment and income in the population, being thus
one of the main agribusiness products of the country. This paper aims to study the process of
logistic structure of a forest sector organization based on its supply chain in the municipality of
Humaitá-Amazonas. The case study was applied with a questionnaire, interview and
bibliographical research, aiming to identify the whole process of the Supply Chain, from the
raw material supply of the products in processes, storage, distribution to the final customer. In
this way, the case study helped to raise informed information and to identify the functioning of
the supply chain in the organization, where all the structural process and the members of the
supply chain involved were observed, and how these developed activities provided
improvements in the flows and Logistic processes, within the organization after adopting the
use of information technology.

KEYWORDS: 1. Supply chain 2. Logistics 3. Logging 4. Forest management

Artigo de conclusão de curso solicitado como requisito para a obtenção do título de Tecnólogo em Logística pela
Escola Superior de Ciências Sociais – ESO da Universidade do Estado do Amazonas – UEA.
2
Acadêmico do curso de Tecnologia em Logística pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) / Núcleo
Humaitá. E-mail:
3
Acadêmica do curso de Tecnologia em Logística pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) / Núcleo
Humaitá. E-mail: nynynha_14@hotmail.com
4
Acadêmica do curso de Tecnologia em Logística pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) / Núcleo
Humaitá. E-mail: thiarlaferreira@hotmail.com
5
Professor Assistente do curso de Tecnologia em Logística pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) /
Núcleo Humaitá. E-mail: lino_abrantes@hotmail.com
2

INTRODUÇÃO

A indústria do setor madeireiro vem crescendo nos últimos anos no país, sendo
assim um setor importante para o crescimento econômico, gerando emprego e renda
para a população e atraindo atenção de diversos segmentos da sociedade pois afeta
diretamente tanto em fatores econômicos, como ambientais, setores esses que tem
sido determinante no processo decisório das organizações.

A exploração do setor florestal vem contribuindo para o aumento das


exportações dos produtos derivados da madeira, tanto com os produtos brutos, quanto
dos beneficiados, sendo assim, o Brasil é um país privilegiado por ter a maior
diversidade de espécies florestais do planeta, com capacidade para atender a
demanda interna e externa do setor madeireiro.

Diante da importância do setor madeireiro analisamos o papel da Cadeia de


Suprimentos Logística, tendo como, estudo a empresa O M B Madeiras, CNPJ:
07.493.220/0001-43, situada na Rua II, Quadro A Lote 1-A, Parque Industrial,
Humaitá-Amazonas, empresa especializada em serragem com desdobro, secagem e
beneficiamento de madeira.

Descreveremos todo processo logístico envolvido, desde o fornecimento da


matéria-prima e dos produtos em processo e a distribuição até o cliente final,
explicando como a infraestrutura logística pode minimizar custos e maximizar os
lucros da organização, dimensionando os impactos econômicos gerados pela
atividade madeireira no munícipio.

A Cadeia de Suprimentos colabora para que as organizações executem melhor


seus processos de produção, pois trata-se de uma ferramenta muito importante no
setor empresarial e tem como papel, o gerenciamento da atividade desde o
fornecimento da matéria-prima, processo de produção, distribuição, até o cliente final.

Este trabalho contribuirá como fonte de pesquisa para que gestores atuais e
futuros possam ser eficientes na gestão de suas empresas no setor madeireiro e em
outras empresas de atividades comerciais de produto acabados ou em processo.
Auxiliará também, na formação profissional do pesquisador da área de logística, por
sua relevância dentro das organizações, onde é exigido do profissional o profundo
conhecimento e aperfeiçoamento.
3

2. METODOLOGIA

A pesquisa foi bibliográfica e documental através de método dedutivo de


natureza aplicada, qualitativa, empírica e descritiva, tendo como base os conceitos de
Logística e Gestão da Cadeia de Suprimentos nas organizações onde se buscou
informações sobre as atividades desenvolvidas na empresa estudada. Para
enriquecer o artigo foi necessária uma pesquisa de campo, através de um questionário
para obter dados primordiais.

Segundo FONSECA (2010, p. 109) apud ANDRADE (1999). ”A pesquisa de


campo utiliza formas técnicas especificas que têm o objetivo de recolher e
registrar de maneira ordenada os dados sobre o assunto em estudo. As
técnicas especificas da pesquisa de campo são aquelas de integram o rol da
documentação direta: a observação direta e a entrevista.”

O procedimento da realização do questionário foi obtido através de entrevista


com senhor Ricardo Buring, gerente da empresa O M B Madeiras no dia 27 de agosto
de 2016, onde o mesmo relatou o funcionamento das atividades operacionais.

Segundo o gerente da empresa os principais problemas da Cadeia de


Suprimentos são: a logística de transporte e a falta de infraestrutura da empresa. A
logística de transportes utilizada pela empresa, se inicia na retirada da matéria-prima
em seu estado bruto e no transporte do mesmo na melhor maneira possível, em menor
tempo e custos até o pátio da serraria, finalizando na entrega do produto ao
consumidor final.

Quanto a infraestrutura da empresa, o mesmo relatou a escassez de meios de


transportes adequados para a movimentação e transporte das cargas, tanto em
estado bruto e no finalizado, pois os meios utilizados atualmente não atendem à
demanda e devido ao seu estado de conservação não podem serem utilizados em
todos os processos de transporte se limitando apenas, ao processo de retirada da
matéria-prima. Em relação a etapa secundária do transporte, o processo de
distribuição dos produtos, é realizado através de terceirização, onde o comprador é o
responsável pelo mesmo.
4

2.1 O SETOR MADEIREIRO NA AMAZÔNIA

A forma de exploração madeireira na região Amazônica ainda é realizada de


maneira rudimentar, com algumas exceções de indústrias madeireiras que possuem
infraestrutura para a realização do plano de manejo florestal sustentável. (PMFS).

O manejo florestal sustentável é definido como a “administração da florestal


para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais,
respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do
manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de
múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos produtos e subprodutos não
madeireiros, bem como utilização de outros bens e serviços de natureza
florestal. (Sabogal, 2006, p. 26).

Na Amazônia se encontra parte significativa dessas espécies, tanto nativas


quanto cultivadas e por ser um território extenso propicia a ilegalidade, onde
madeireiros retiram a madeira sem licença ambiental, desconsiderando os impactos
ambientais oriundos dessa atividade, por outro lado, temos empresas do setor que
trabalham dentro da legalidade, extraindo madeira somente do Plano de Manejo
Florestal Sustentável (PMFS), conforme a Instrução Normativa nº 5 de 11 de
Dezembro de 2006/MMA- Ministério do Meio Ambiente, contribuindo assim para a
conservação do ecossistema de forma economicamente viável, socialmente justo e
ecologicamente correto.

Figura 1. Extração de madeira em tora (mil m 3) por estado e desmatamento na Amazônia


Legal*.

* Os dados consolidados de 2015 ainda não foram divulgados.


Fonte: IBGE (PEVS) e Prodes.
5

A extração madeireira é a primeira etapa do desmatamento. A maior parte da


remoção ilegal de madeira é direcionada para o mercado interno. O volume oficial de
extração flutua e os maiores produtores são Pará e Rondônia (Figura1).

Por mais de três séculos, a atividade madeireira esteve restrita às florestas


de várzea ao longo dos principais rios da Amazônia. Durante esse período, a
extração de madeira era extremamente seletiva e seus impactos eram bem
pequenos. A partir da década de 1970, com a construção de estradas
estratégicas de acesso na Amazônia (BR 010 e BR 230), a exploração
madeireira tornou-se uma atividade de grande importância na região. Três
fatores contribuíram para esse crescimento do setor madeireiro. Primeiro, a
construção das estradas possibilitou o acesso a recursos florestais em
florestas densas de terra firme ricas em madeiras de valor comercial.
Segundo, o custo de aquisição dessa madeira era baixo, pois a extração era
realizada sem restrição ambiental e fundiária. E finalmente, o esgotamento
dos estoques madeireiros no Sul do Brasil, combinado com o crescimento
econômico do País, criou uma grande demanda para a madeira Amazônica
(Veríssimo et al., 1998, p. 5)

Por ser um setor com característica peculiar, depende de forma significativa de


planejamento logístico para que o gerenciamento da cadeia de suprimentos funcione
de maneira eficiente e eficaz.

Segundo BALLOU (2006, p. 29): “A Logística/Cadeia de Suprimentos é um


conjunto de atividades funcionais (transporte, controle de estoques, etc.) que
se repetem inúmeras vezes ao longo do canal pelo qual matérias-primas vão
sendo convertidas em produtos acabados, aos quais se agrega valor ao
consumidor. “

A cadeia de suprimentos na logística exerce papel fundamental pois ela


determina a agilidade das operações e o padrão de qualidade dos serviços aplicados,
já que todos os procedimentos são interligados e dependentes do sucesso do
processo anterior.

2.2 O MUNICÍPIO DE HUMAITÁ AMAZONAS.

Humaitá foi fundada dia 15 de maio de 1869 pelo Comendador José Francisco
Monteiro, está situada a margem esquerda do Rio Madeira, a 675 km de Manaus, via
rodoviária e 972 km via fluvial, com área territorial de 33.129.131 km2, população
estimada, segundo o último senso do IBGE 2016 de 52.354 e com viabilidade de
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modais pelos acessos rodovias: BR-319 e BR-230, modal hidroviário: Rio Madeira e
pelo modal aéreo, oferta de matéria-prima legalizada, vasta mão de obra e por ser
uma cidade em constante crescimento possibilita que a cidade seja escolhida por
muitos empresários a investirem no município.

Mesmo com muitos gargalos logísticos como: péssimas condições de


conservação das rodovias, desafios climáticos (chuvas abundantes e secas
extremas), faltam incentivos fiscais e econômicos e dificuldade de assistência técnica
especializada, são fatores relevantes na cadeia de suprimentos, porém os fatores
positivos ainda predominam na decisão dos empreendedores.

2.3 CARACTERISTICA DO SETOR MADEIREIRO E A EMPRESA


ESTUDADA.

O Estudo de caso será realizado na empresa O M B Madeiras, CNPJ:


07.493.220/0001-43, situada na Rua II, Quadro A Lote 1-A, Parque Industrial,
Humaitá-Amazonas, empresa especializada em serragem com desdobro, secagem e
beneficiamento de madeira. Sua fundação foi no dia 07 de julho de 2005, no município
de Humaitá, porém os proprietários atuam no ramo desde 1990, o investimento orçado
para início de suas atividades foi de aproximadamente R$ 40.000.00 e possui
capacidade de produção mensal de desdobro de tora 409,09 m3 e beneficiamento 55
m3.

Com sua implantação no município de Humaitá, a empresa encontrou muitos


desafios como: espaço físico, falta de incentivos fiscais, falta de incentivos
econômicos (financiamentos), precária assistência técnica, porém muitos fatores
foram determinantes para que a empresa fosse estabelecida no município: fatores
comerciais, oferta de matéria-prima legalizada, logística, mão de obra, gerando de 10
a 12 empregos de forma direta e indireta, contribuindo para o aumento da renda no
município.

Toda matéria-prima que a empresa trabalha é oriunda de lotes de terceiros ao


longo da BR-319 e BR-230, detentores de planos de manejo florestal sustentável, já
liberados para a extração da produção. Todavia a empresa enfrenta muitos desafios
logísticos até que os produtos cheguem ao pátio da serraria, como por exemplo:
7

demora no licenciamento ambiental, infraestrutura de transporte, clima e conservação


das rodovias.

O meio de transporte utilizado pela empresa para a retirada de matéria prima é


o veículo combinado de carga (VCC – vulgo bi trem), que é um conjunto formado por
carroceria, com o conjunto de dois eixos e no mínimo quatro rodas, que se engata na
carroceria do caminhão para o transporte formando um conjunto de duas carrocerias
puxadas por um só caminhão, utilizados para o transporte de toras.

O produto acabado (madeira manejada), na mão do consumidor, é o resultado


de um processo logístico produtivo complexo que envolve vários atores: o extrator, a
serraria, o transportador e o consumidor propriamente dito, que faz uso desses
produtos de diversas formas. Entre esses produtos estão os que são disponibilizados
de maneira bruta: tábuas, quadrados, vigas, vigotas, caibros, sarrafos, ripas, pranchas
e de os de maneira beneficiada: forros, paredes, assoalhos, semalhas, vistas e decks.

A Cadeia de Suprimentos pode ser entendida como uma grande rede de


unidade de produção que gradualmente refinam a madeira em produtos consumíveis.

SFEIR (2016, p.16) apud Fleischmann, Meyr e Wagner (2005) propõem o uso
de quatro etapas principais a fim de simplificação. A primeira é a etapa de
aquisição de matéria-prima, incluindo os subprocessos para o fornecimento
de recursos para a produção. A produção é a etapa seguinte, em que a
matéria-prima, no caso a madeira, é convertida em produtos intermediários
ou até mesmo final. Segue-se para a etapa de distribuição, que faz a ligação
entre os locais de produção e seus consumidores. Por fim tem-se a etapa que
contempla o processo de vendas, o qual através de suas previsões de
demanda guia todos os processos logísticos anteriores.

É possível verificar a preocupação em se otimizar a produção madeireira de


forma que a cadeia funcione e haja aproveitamento tanto de matéria-prima, como de
todos os processos envolvidos e assim gerando maiores lucros e poucas perdas, já
que é um processo que envolve a madeira em seu estado bruto e a mesma passa por
transformações ao longo do processo até o consumidor final.

Segundo Bowersox, Closs, Cooper, Bowersox existe uma revolução na cadeia


de suprimentos e um renascimento logístico devido a sua importância nos resultados
estratégicos das organizações.

Dentro da cadeia de suprimentos de uma empresa, logística é a função


necessária para transportar e posicionar geograficamente o estoque. Ele é o
processo que cria valor pela gestão e pelo posicionamento do estoque e
combina gerenciamento de pedidos, do deposito, do manuseio de materiais
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e da embalagem, integrados por uma rede de instalações. Bowersox, Closs,


Cooper, Bowersox (2014, p. 4).

Identificou-se que na revolução da Logística, um inter-relacionamento com os


processos das atividades da Cadeia de Suprimento, agregando controle dos fluxos
desde a matéria-prima até os clientes finais

Figura 2.Cadeia logística do processo produtivo da matéria prima.

Extração Processo de
Transporte
Florestal Desdobro

Secagem Beneficiamento Armazenagem

Distribuição

Fonte: Dados obtidos na empresa estudada.

 Extração Florestal: A matéria-prima utilizada pela empresa é oriunda de


plano de manejo florestal sustentável(PMFS) de propriedade rural de
terceiros localizados na BR-230 e BR- 319, de onde é extraído em média
465 m3/mês de madeiras em toras, que posteriormente são convertidos
em produtos fabris, licenciada, com qualidade e controlada pelo IPAAM
(Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas), e fiscalizada pelo
IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) órgão que expede o DOF
(Documento de Origem Florestal). Esse documento acompanha todo o
processo da cadeia logística desde a extração da matéria-prima até o
consumidor final, onde consta o cadastro do emissor e do destinatário,
a descrição do produto, quantidade em m3 e valor do produto.
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 Transporte: A logística de transporte da matéria-prima é realizada pela


própria empresa, pelo modal rodoviário, que em sua operação utiliza
uma máquina tipo carregadeira, para fazer o carregamento das toras
para o bi-trem, que em seguida faz o transporte do ponto de extração
até o pátio de estocagem da empresa, pronta para ser serrada e
beneficiada. Já na logística de distribuição dos produtos acabados o
transporte é feito de forma terceirizada, onde o comprador é o
responsável pelo frete, do estado de origem para o consumidor.
 Processo de desdobro: O desdobro é o primeiro estágio efetivo de
industrialização da madeira, na qual a empresa obtém diversos produtos
em seções típicas para cada aplicação. Desse modo, as toras são
serradas mecanicamente no sentido longitudinal, produzindo peças
brutas, sem qualquer tipo de aplainamento, secagem ou lixamento, e
posteriormente esse material segue para o beneficiamento.
 Secagem: A secagem da madeira segundo a empresa é processada de
maneira sustentável, onde os resíduos sólidos da produção madeireira
são reutilizados para gerar energia na forma de calor através da queima
de biomassa, em uma estufa que a empresa possui para acelerar o
processo de secagem da madeira que varia entre 40 0 e 1000 graus,
dependendo da espécie e o estado da matéria essa temperatura é
regulada. Esse processo gera uma economia bastante viável a empresa.
 Beneficiamento: Na empresa esse processo consiste o segundo estágio
de serragem que é o beneficiamento, no qual transforma as peças brutas
de madeiras em diversos produtos de maior valor agregado, tais como
assoalhos, paredes, tábuas, ripas, molduras, vigas, tacos, sarrafos,
quadrados, semalhas, vistas, decks, etc. Nesse processo os produtos
são aplainados, secados e lixados, pronto para atender o mercado
consumidor.
 Armazenagem: A armazenagem dos produtos acabados é feita em um
galpão coberto e aberto sem paredes, de propriedade da empresa.
Dessa forma o ambiente promove uma maior proteção a estocagem do
material, que são empilhados e separados, por tamanho, volume,
espécie e paletizados, pronto para entrega. Observou-se que o espaço
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físico do galpão é muito limitado o qual não permite uma boa


movimentação das operações da cargas e descargas, necessitando
assim a ampliação do mesmo.
 Distribuição: Quanto a logística de distribuição a empresa em seu
planejamento aderiu o modal rodoviário, onde a empresa é responsável
pelas entregas das vendas locais no atacado e varejo, ou seja, com
entregas no mercado, em Humaitá – Am. Para as vendas para fora do
estado, o consumidor fica responsável pelo transporte.

Figura3. Vendas

20%

80%

Mercado Interno Mercado Externo

Fonte: Dados obtidos na empresa estudada.

A produção da empresa em estudo é destinada em 80% para a demanda do


mercado local que é feita de maneira empurrada, neste modelo, a produção em uma
empresa começa antes da ocorrência da demanda do produto, ou seja, a produção
depende de uma ordem anteriormente enviada geralmente de um sistema MRP
(Material Requerent Planning), com o objetivo de assegurar a disponibilidade de
material, produzindo as quantidades necessárias, tanto para a utilização interna, como
para vendas e distribuição, envolvendo monitoração de estoques e, principalmente, a
criação automática de propostas de pedidos para compras e produção. Após o
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recebimento de tal ordem é feita a produção em lotes de tamanho padrão sendo


enviada uma ordem de produção ao setor responsável, que produz os itens e depois
a empurra para as próximas etapas do processo.

Os 20% do mercado externo é destinado em especial a região Sul do país,


onde a empresa trabalha com o modelo de produção puxada, que controla as
operações fabris sem a utilização de estoque em processo. O controle de que
produzir, quando e como é determinado pela quantidade de produtos em estoque.
Assim a operação final do processo percebe a quantidade de produtos vendidos aos
clientes, com intuito de repor o estoque realizando novos processos de produção,
mantendo o mínimo de estoque

Seus principais clientes são construtoras, empreiteiras, mestre de obras,


pedreiros e consumidores em geral, que estão localizados no município de Humaitá e
região e para depósitos de madeiras localizados na região Sul do país.

Toda distribuição dos produtos fabricados pela empresa é realizada a partir de


vendas locais no atacado e no varejo e a entrega desses produtos fica sob
responsabilidade da empresa, no entanto para vendas para outros estados o
consumidor fica responsável pelo transporte do produto até o destino final.

CONCLUSÃO

Conclui-se que a logística é uma ferramenta muito importante na gestão de


uma cadeia de suprimento, onde pode auxiliar gestores e empresários pois contribui
para organizar a empresa dando suporte através de tecnologias, auxiliando no bom
funcionamento dos processos e dos elos envolvidos da organização em conformidade
do conhecimento profissional de um tecnólogo em logística.

A cadeia de suprimento permite ao longo de seu processo, um eficiente


gerenciamento no controle de suas atividades internas e externas, facilitando assim o
escoamento dos produtos acabados e em processos, com qualidade e eficiência
agregando valor ao produto.

O referente trabalho teve como objetivo, apresentar o estudo de caso na


empresa OMB Madeiras, levando em consideração seus aspectos logísticos da
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cadeia de suprimentos do setor florestal madeireiro no município de Humaitá-AM,


onde se analisou como uma cadeia de suprimento pode contribuir para um bom
gerenciamento, desenvolvimento estrutural e produtivo da empresa. Deste modo
observou-se que uma cadeia de suprimento bem estruturada deve buscar sempre
melhorar os processos de todos elementos, envolvendo fornecedores, modais de
transporte, extração da matéria prima, armazenagem, clientes e consumidor final, de
maneira eficaz com intuito de minimizar custos para as empresas.

REFERÊNCIAS

A atividade madeireira na Amazônia brasileira: produção, receita e mercados /


Serviço Florestal Brasileiro, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia –
Belém, PA: Serviço Florestal Brasileiro (SFB); Instituto do Homem e Meio Ambiente
da Amazônia (Imazon), 2010, p. 5.

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FONSECA, (2010) apud ANDRADE, (1999). Metodologia científica ao alcance de


todos. 3. edição. Manaus: Editora Valer, 2008, p. 109.
13

Instrução Normativa nº 5 de 11 de Dezembro de 2006/MMA – Ministério do Meio


Ambiente. Disponível em: http://www.ibama.gov.br/category. Acessado em 15 de
Agosto de 2016.

SABOGAL, César. Manejo florestal empresarial na Amazônia brasileira / por César


Sabogal et al. – Belém: CIFOR, 2006, p. 26.

SFEIR, Tamires de Almeida. Planejamento da etapa de aquisição da cadeia de


suprimentos da indústria florestal: aplicação em indústria canadense. – Curitiba,
2016, p. 16.

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