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CURSO

TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES

MÓDULO I

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TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

SUMÁRIO
1 LEGISLAÇÃO..........................................................................................................6
1.1. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL .......................................................................6
1.2. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA .................................................................12
1.3. RELAÇÃO ANUAL DE INFORMAÇÕES SOCIAIS - RAIS ......................17
1.4. CADASTRO GERAL DE ADMITIDOS E DEMITIDOS - CAGED ............19
1.5. PROG. INTEGRAÇÃO SOCIAL E PROG. FORMAÇÃO PIS/PASEP ....20
1.6. FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO - FGTS ................22
1.7. GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INF. À PREV. A SOCIAL .......23
1.8. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL PATRONAL (PESSOA JURÍDICA) ............25
1.9. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL PATRONAL ...............................................27
1.10. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL DOS EMPREGADOS ..............................28
1.11. VALE TRANSPORTE ............................................................................29
1.12. PRAZO PARA PAGAMENTO DE SALÁRIO .........................................30
1.13. FÉRIAS ..................................................................................................31
1.14. DÉCIMO TERCEIRO .............................................................................32
1.15. SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO .......................................33
1.16. PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS – PPRA ...33
1.17. PROG. DE CONT. MÉD. DE SAÚDE OCUPACIONAL PCMSO ..........34
1.18. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES – CIPA .....36
1.19. LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA .........................................................36
1.20. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA ....................................................37
1.21. EMPRESAS DO SISTEMA SIMPLES ...................................................41
1.22. RETENÇÃO SOBRE NOTA FISCAL .....................................................42
1.23. GUIA DA PREVIDENCIA SOCIAL - GPS ..............................................42
1.24. DEMISSÃO DE EMPREGADOS ...........................................................43
1.25. GUIA DE RECOLHIMENTO DE FGTS E DA CONTR. SOCIAL ...........49
1.26. SEGURO DESEMPREGO .....................................................................50

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2 ELEMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO ...................................................................52


2.1. INTRODUÇÃO .........................................................................................52
2.2. FASES DE PLANEJAMENTO .................................................................55
2.3. FASE DE IMPLANTAÇÃO .......................................................................59
2.4. FASE DE FUNCIONAMENTO .................................................................63
2.5. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES ..................................................75

3 HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO .........................................................79


3.1. FUNDAMENTOS DA HIGIENE E SEGURANÇA INTRODUÇÃO ...........79
3.2. DEFINIÇÕES ...........................................................................................80
3.3. ACIDENTES DE TRABALHO ..................................................................82
3.4. FATORES QUE AFETAM A HIGIENE E SEGURANÇA .........................84
3.5. AS PERDAS DE PRODUTIVIDADE E QUALIDADE ...............................85
3.6. SIGNIFICADO E IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO ...............................87
3.7. O EFEITO DOMINÓ E OS ACIDENTES DE TRABALHO .......................91
3.8. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA ...........................................................96
3.9. HIGIENE E CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO PT .....................................98
3.10. RISCOS QUÍMICOS ............................................................................105
3.11. OS RISCOS ERGONOMICOS ............................................................109

4 MEIO AMBIENTE ................................................................................................113


4.1. INTRODUÇÃO .......................................................................................113
4.2. IMPACTOS DOS RESÍDUOS DE CONSTR. E DEMOLIÇÃO ..............116
4.3. NOVA LEGISLAÇÃO, NORMAS TÉC. E RESPONSABILIDADE .........120

5 GLOSSÁRIO ........................................................................................................124

LISTA DE ILUSTRAÇÕES
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Figura 1 – Legislação Ambiental .................................................................................6

Figura 2 – Legislação Trabalhista .............................................................................12

Figura 3 - Legislação Previdenciária .........................................................................36

Figura 4 - Elementos De Administração .................................................................... 52

Figura 5 - Empreitadas .............................................................................................. 55

Figura 6 - Higiene e Segurança Do Trabalho ............................................................ 79

Figura 7 - Capacete, Óculos, Mascara e Colete........................................................ 80

Figura 8 - Placas ....................................................................................................... 81

Figura 9 - Fatores Que Afetam a Higiene e Segurança ............................................ 84

Figura 10 - Sinalização De Segurança ...................................................................... 96

Figura 11 - Onde Se Encontram Os Riscos .............................................................. 97

Figura 12 - Agentes Transmissores De Doenças .................................................... 117

Figura 13 - Obstrução Dos Sistemas ...................................................................... 117

Figura 14 - Ocupação De Vias Por Lixo e Entulho .................................................. 118

Figura 15 - Entulho Em Áreas Inapropriadas .......................................................... 119

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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Escala De Salários ...................................................................................39

Tabela 2 - Dispensa Com Justa Causa ..................................................................... 44

Tabela 3 - Quadros De Dispensa e Extinção ............................................................ 44

Tabela 4 - Falecimento .............................................................................................. 45

Tabela 5 - Fechamento ............................................................................................. 45

Tabela 6 - Rescisão Indireta .....................................................................................44

Tabela 7 - Rescisão ...................................................................................................45

Tabela 8 - Grau De Risco .......................................................................................... 66

Tabela 9 - Instalação Provisória ................................................................................ 72

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1 LEGISLAÇÃO

1.1. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL


(www.gerenciamento.ufba.br/.../Legislação/Aula%20Dra.%20Amélia%20-
%20Legislação%20Ambiental.ppt)

Figura 1 - Legislação Ambiental

FONTE: http://www.youngreporters.org/IMG/jpg/esgotos.jpg

A Constituição Federal de 1988 dedicou ao tema do meio ambiente o Capítulo


VI, do Titulo VIII, estipulando no art. 225 que todos têm o direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Para tanto, incumbiu o Poder Público, de diversas atribuições, dentre as
quais:
a) preservação e restauração de processos ecológicos essenciais;
b) preservação da diversidade e integridade do patrimônio genético do país;
c) definição de espaços territoriais a serem especialmente protegidos;
d) exigência de estudo prévio de impacto ambiental, para atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente;

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e) controle de produção e comercialização e do emprego de técnicas,


métodos e substâncias que comportam em risco para a vida, a qualidade de vida e
meio ambiente;
f) promoção da educação ambiental;
g) proteção da fauna e da flora.
O texto constitucional prevê ainda que as condutas e atividades consideradas
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, as
sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os
danos causados (art. 225, § 3º).
Posteriormente, foi editada a Lei nº 9.605/98 estabelecendo as sanções
criminais aplicáveis às atividades lesivas ao meio ambiente, consolidando as
sanções criminais previstas no Código de Caça, no Código de Pesca e no Código
Florestal. Regulamentando o texto legal aludido, veio a lume o Decreto nº 3.179/99
que atualizou o rol de sanções administrativas aplicável às condutas e atividades
lesivas ao meio ambiente, sem prejuízo da reparação do dano causado e da
responsabilização criminal do infrator. Ao longo do tempo, formou-se um sistema de
órgãos federais destinados a conferir eficácia à legislação ambiental,
compreendendo o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, órgão
normativo, consultivo e deliberativo, Ministério do Meio Ambiente, órgão central com
atribuições de coordenação, supervisão e controle da Política Nacional do Meio
Ambiente e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA, órgão executivo.
No âmbito estadual, a Lei 7.799, de 07 de fevereiro de 2001, instituiu a
Política Estadual de Administração dos Recursos Ambientais, criando o Sistema
Estadual de Administração dos Recursos Ambientais, destinado a promover, dentro
da política de desenvolvimento integral do Estado, a conservação, preservação,
defesa e melhoria do meio ambiente (art. 4º).
O referido sistema, de acordo com o art. 5º, compõe-se de:
I – Órgão Central: Secretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia –
SEPLANTEC;

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II – Órgão Superior: Conselho Estadual de Meio Ambiente – CEPRAM,


conselho de caráter consultivo, normativo, deliberativo e recursal;
III – Órgão Coordenador, Executor e Secretaria Executiva do CEPRAM:
Centro de Recursos Ambientais – CRA, com a competência de coordenar e executar
a Política Estadual de Meio Ambiente, integrando as atividades do poder público e
da iniciativa privada, visando a preservação e a conservação ambiental, com vistas à
garantia da melhoria da qualidade de vida e ao desenvolvimento sustentável do
Estado;
IV – Órgãos Executores: São os órgãos da administração estadual que
executam a política ambiental e que detêm o poder de polícia administrativa, no que
concerne ao controle, disciplina e fiscalização das atividades modificadoras do meio
ambiente e da saúde humana, dentro das suas respectivas esferas de competência;
V – Órgãos Setoriais: São todos os órgãos centralizados e entidades
descentralizadas da administração estadual, responsáveis pelo planejamento,
aprovação, execução, coordenação ou implementação de políticas, planos,
programas e projetos, total ou parcialmente associados ao uso dos recursos naturais
ou à conservação, defesa e melhoria do ambiente;
VI – Órgãos Locais: São os órgãos do Poder Público Municipal responsáveis
pelo controle e fiscalização das atividades efetiva ou potencialmente causadoras de
impacto ambiental, dentro do seu âmbito de competência e jurisdição;
VII – Colaboradores: São Organizações da Sociedade Civil de interesse
Público, assim definidas em legislação específica, bem como as demais
organizações da sociedade civil que desenvolvem ou possam desenvolver ações na
área ambiental.
O mesmo diploma legal estabeleceu no art. 38, o seguinte:
Art. 38 – A localização, implantação, alteração e operação de
empreendimentos, obras, atividades e serviços utilizadores de recursos ambientais
considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob
qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio
licenciamento, autorização do órgão ambiental competente, na forma do disposto no
regulamento e normas decorrentes desta Lei.
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Igualmente, estão previstas as sanções administrativas, sem prejuízo das


sanções penais e civis, aos infratores da lei e normas ambientais que são as
seguintes:
Art. 47 – Sem prejuízo das sanções penais e civis, aos infratores das
disposições desta Lei e normas dela decorrentes serão aplicadas as seguintes
penalidades:
I - 0 advertência;
II – multa de 01 a 1.250.000 vezes o valor nominal da Unidade Padrão Fiscal
do Estado (UPF/BA), ou outro índice que vier a substituí-lo, à data de seu
pagamento;
III – apreensão de equipamentos, instrumentos, produtos, apetrechos,
veículos e máquinas;
IV – interdição temporária ou definitiva;
V – embargo temporário ou definitivo;
VI – demolição;
VII – destruição ou inutilização do produto;
VIII – perda ou restrição de benefícios e incentivos fiscais e linhas de crédito
em estabelecimentos oficiais de crédito do Estado.
Posteriormente, em 05 de junho de 2001, foi expedido o Decreto 7.967, de 05
de junho de 2001, que aprovou o Regulamento da Lei 7799/2001, que estabelece,
dentre outras coisas, a competência dos órgãos integrantes do Sistema Estadual de
Administração dos Recursos Ambientais, os procedimentos para emissão de
autorização ou licença ambiental, etc.
O art. 180 do Regulamento prevê as hipóteses de atividades que dependem
de prévia autorização ou licenciamento ambiental, sendo importante ressaltar que o
§ 1º estipula serem passíveis de licença ou autorização ambiental as obras, serviços
e atividades que elenca, entre as quais as Obras Civis (item VI – Divisão F) e
Empreendimentos Urbanísticos, Turísticos e de Lazer (item VI – Divisão G)
Art. 180 – Dependerá de prévia autorização ou de licenciamento ambiental do
órgão competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis, a
localização, construção, instalação, ampliação, alteração e operação de
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empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas


efetivas ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes,
sob qualquer forma, de causar degradação ambiental.
(...)
VI – Divisão F: Obras Civis
Grupo 44: Rodovias
Grupo 45: Ferrovias
Grupo 46: Hidrovias
Grupo 47: Portos
Grupo 48: Aeroportos
Grupo 49: Aeródromos
Grupo 50: Autódromos
Grupo 51: Marinas e atracadouros
Grupo 52: Metrôs
Grupo 53: Barragens e Diques
Grupo 54: Canais para drenagem
Grupo 55: Retificação de cursos d’água
Grupo 56: Transposição de bacias hidrográficas
Grupo 57: Obras Civis não classificadas
VI – Divisão G: Empreendimentos Urbanísticos, Turísticos e de Lazer
Grupo 58: Parques Temáticos
Grupo 59: Complexos turísticos e empreendimentos hoteleiros
Grupo 60: Parcelamento do solo loteamentos, desmembramentos
Grupo 61: Condomínios horizontais
Grupo 62: Conjuntos habitacionais
Grupo 63: Empreendimentos urbanísticos não classificados

Através da Lei 6.588, de 28 de dezembro de 2004, foi criada no âmbito do


Município de Salvador a Superintendência do Meio Ambiente – SMA, na forma de
autarquia vinculada à Secretaria Municipal de Planejamento, Urbanismo e Meio

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Ambiente. A referida autarquia teve seu Regimento aprovado pelo Decreto Municipal
nº 15.561, de 18.03.2005.
COMPETÊNCIAS:
I – Coordenar e executar as políticas, diretrizes e metas relacionadas ao meio
ambiente;
II – Estimular e realizar o desenvolvimento de estudos e pesquisas de caráter
científico, tecnológico, cultural e educativo, objetivando a produção e a difusão do
conhecimento ambiental;
III – Promover medidas de prevenção, mitigação e correção das alterações
nocivas ao meio ambiente natural, urbano, rural e insular;
IV – Analisar e aprovar projetos de empreendimentos e de atividades que
possuam envolvimento ambiental, em conformidade com a Lei de Ordenamento do
Uso e da Ocupação do Solo ou instrumento legal que a suceda;
V – Executar o licenciamento ambiental no Município.
VI – Emitir pareceres, com base em análise prévia de projetos específicos e
laudos técnicos;
VII – Conceder autorizações, manifestações prévias e licenças ambientais de
empreendimentos ou atividades efetiva ou potencialmente causadoras de impactos
ambientais, excetuados os casos de competência do COMAM;
VIII – Integrar a política ambiental às políticas setoriais, previstas no Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano – PDDU do Município;
IX – Articular as ações ambientais nas perspectivas metropolitana, regional e
nacional;
X – Garantir a participação da comunidade no processo de gestão ambiental,
assegurando a representação de todos os segmentos sociais no planejamento da
política ambiental do Município através de fóruns, audiências públicas, seminários,
conferências e da agenda 21;
XI – Recomendar ações destinadas a articular os aspectos ambientais dos
planos, programas, projetos, atividades desenvolvidas pelos diferentes órgãos
municipais, estaduais e federais;

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Ainda no âmbito do Município de Salvador, foi criado o Conselho Municipal do Meio


Ambiente – COMAM, cujas competências foram estabelecidas pela Lei nº
6.916/2005, nos termos do respectivo Regimento Interno.
JURISPRUDÊNCIA – PRÁTICA FORENSE
Inquérito Civil
Ação Civil Pública
Processo Criminal perante o Juizado Especial Criminal
1.2. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
(http://www.prolar.imb.br/arquivos/legislacao_trabalhista.pdf)

Figura 2 - Legislação Trabalhista

FONTE: http://www.bahianoticias.com.br/fotos/editor/Image/carteiradetrabalho.jpg

1.2.1. Solicitação De Emprego


O candidato deverá preencher formulário próprio para solicitar o emprego,
colocando dados pessoais, pretensão salarial, experiência profissional, dentre
outros.

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1.2.2. Exame Médico Admissional


Tem por finalidade constatar a capacidade física e mental do empregado para
o exercício da função a que está sendo contratado. Deverá ser efetuado antes que o
trabalhador assuma suas atividades, sendo seu custeio ônus do empregador.
Referido exame será realizado por médico do trabalho que emitirá o Atestado de
Saúde Ocupacional –ASO, em duas vias.
O ASO deverá conter no mínimo:
a) nome completo do trabalhador, o número de registro de sua identidade, e a
sua função;
b) os riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência deles, na
atividade do empregado, conforme instrução técnica expedida pela secretaria de
Segurança e Saúde no Trabalho –SST;
c) indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador,
incluindo os exames complementares e a data em que foram realizados;
d) o nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM;
e) definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai
exercer; e
f) nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contrato.
Data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo seu
número de inscrição Conselho Regional de Medicina (NR 7 Portaria MTb nº 3.214/78
c/ redação da PT SSST nº 24/94).

1.2.3. Registro
Em todas as atividades o empregador está obrigado a efetivar o registro de
seus empregados tão logo os mesmos iniciem a prestação dos seus serviços. Este
registro poderá ser feito em livro, ficha ou por sistema eletrônico, devendo as
empresas, que adotarem este ultimo critério seguir instruções fornecidas pelo MTE,
os quais poderão ser obtidos na DRT da localidade de sua jurisdição (art. 41, CLT e
Portaria MTb nº 1.121/95).

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Note-se que algumas informações deverão obrigatoriamente ser observadas


independente da forma adotada pela empresa para o registro dos empregados
dentre as quais destacamos:
a) identificação do empregado com nome completo; filiação; data e local do
nascimento; sexo; endereço completo; número e série do CPF; RG; e da CTPS;
b) data de admissão e desligamento;
c) cargo e função;
d) número do PIS/PASEP;
e) registro de acidentes de trabalho ou doença profissional;
f) grau de instrução e habilitação profissional;
g) valor da remuneração e sua forma de pagamento; e
h) local e jornada de trabalho.
1.2.4. Anotações Na Carteira De Trabalho e Previdência Social- CTPS
A empresa terá o prazo improrrogável de 48 horas para proceder às
anotações na CTPS do empregado, podendo a empresa optar pelo uso de etiquetas
gomadas autenticadas pelo empregador ou seu representante legal (CLT Art. 29).
Deverão ser anotadas na CTPS do empregado a data da admissão, a
remuneração seja qual for à forma de pagamento e as circunstâncias especiais.
No caso de admissão de vendedores poderá vir em documento à parte o
percentual de comissões e a área de atuação se lhe for reservada área de trabalho
com exclusividade.
A atualização da CTPS será feita:
a) na data base;
b) na época de gozo de férias;
c) por ocasião do afastamento por doença e/ou acidente de trabalho; e
d) na rescisão contratual.
NOTA:
A CTPS regularmente emitida e anotada servirá de prova nos atos de:
a) reclamação trabalhista;
b) perante o INSS; e

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c) para cálculo de indenização por motivo de acidente de trabalho ou moléstia


profissional.

1.2.5. PIS/PASEP - Cadastramento


Caso o empregado já seja cadastrado, não há providências a ser feita pelo
empregador, visto a inscrição ser única. Porém se for admissão do primeiro
emprego, compete ao empregador inscrevê-lo. Para este efeito, o empregador
deverá adquirir e preencher o Documento de Cadastramento de trabalhador – DCT e
entregá-lo na Caixa Econômica Federal, que emitirá o número de inscrição no ato,
ou no máximo em 5 dias úteis contados a partir da data de entrega de tal formulário.
Acrescente-se que conforme disposto na Portaria SPES nº 1/97 (art. 1º, § 2º),
na emissão da 1ª via da CTPS, o cadastramento no sistema PIS/PASEP será de
competência das Delegacias Regionais do Trabalho.

1.2.6. Contribuição Sindical


Os empregadores são obrigados a descontar, da folha de pagamento de seus
empregados relativos ao mês de março de cada ano, a contribuição sindical por
estes devidas aos respectivos sindicatos (Art 582, CLT).
Aos empregados admitidos nos meses de janeiro, fevereiro e março efetiva-se o
desconto no mês de março. Para os empregados admitidos após o mês de março
cabe ao empregador verificar se o empregado admitido já sofreu o desconto da
contribuição sindical na empresa anterior, caso contrário, será procedido o desconto
no mês subseqüente ao da admissão para recolhimento no mês seguinte.
O desconto dessa contribuição deverá ser anotado na CTPS e na ficha ou
livro de registro de empregados.
A contribuição sindical será recolhida, de uma só vez e consistirá na
importância correspondente à remuneração de um dia de trabalho, para os
empregados, qualquer que seja a forma de remuneração.
Considera-se um dia de trabalho:

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a) a jornada normal de trabalho, se o pagamento ao empregado for feito por


unidade de tempo;
b) a 1/30 (um trinta avos) da quantia percebida no mês anterior, se a
remuneração for paga por tarefa, empreitada ou comissão;
c) quando o salário for pago por utilidades, ou no caso em que o empregado
receba habitualmente, gorjetas, corresponderá a 1/30 (um trinta avos) da
remuneração de janeiro que serviu de base para os cálculos da contribuição
previdenciária.
1.2.7. FGTS – Abertura De Conta
A partir de 5 de outubro de 1998, o direito ao regime de FGTS é assegurado a
todos os trabalhadores urbanos e rurais, exceto domésticos, independente de opção
(art. 3º do Decreto nº 99.684/90). Devendo o empregador abrir uma conta vinculada
em nome de cada trabalhador, e depositar obrigatoriamente, até o dia 7 de cada
mês, a importância correspondente a 8% ou 2% da remuneração paga ou devida no
mês anterior.
Note-se que a Lei nº 10.208/01 facultou a inclusão do empregado doméstico
no FGTS, mediante requerimento do empregador.
Ressalve-se que com o ensejo da Lei complementar nº 110/2001, instituiu-se
a contribuição social devida pelos empregadores, à alíquota de 0,5% sobre a
remuneração devida, no mês anterior a cada trabalhador pelo período de 60 meses
a partir da competência 10/2001.
NOTA:
Ficam isentas da contribuição social:
a) as empresas optantes pelo simples, desde que o faturamento anual não
ultrapasse o limite de R$ l.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais);
b) as pessoas físicas, em relação à remuneração de empregados domésticos;
c) as pessoas físicas, em relação à remuneração de empregados rurais,
desde que a receita bruta anual não ultrapasse o limite de R$ 1.200.000,00 (um
milhão e duzentos mil reais).
O direito ao FGTS poderá ser estendido aos diretores não empregados nas
empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista.
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1.3. RELAÇÃO ANUAL DE INFORMAÇÕES SOCIAIS - RAIS

1.3.1. Conceito
É o procedimento obrigatório, instituído pelo Decreto nº 76.900, de 23 de
dezembro de 1975, que consiste em fornecer ao ministério do trabalho e emprego as
informações referentes a cada um dos empregados que lhe prestaram serviços no
ano-base, e cujo teor servirá como base para assegurar ao mesmo a percepção do
abono anual.

1.3.2. São Obrigados a Entregar a Declaração De RAIS


a) Todos os estabelecimentos inscritos no CNPJ com ou sem empregados – o
estabelecimento que não possuiu empregados ou manteve suas atividades
paralisadas durante o ano-base está obrigado a entregar a RAIS Negativa;
b) Todos os empregadores, conforme definidos na CLT;
c) Todas as pessoas jurídicas de direito privado, inclusive as empresas
públicas domiciliadas no País, com registro, ou não, nas Juntas Comerciais, no
Ministério da Fazenda, nas Secretarias de Finanças ou de Fazenda dos governos
estaduais e nos cartórios de registro de pessoa jurídica;
d) Empresas individuais, inclusive as que não possuem empregados;
e) Cartórios extrajudiciais;
f) Empregadores urbanos pessoas físicas (autônomos e profissionais liberais)
que mantiveram empregados no ano-base;
g) Órgãos da administração direta e indireta dos governos federal, estadual
ou municipal, inclusive as fundações supervisionadas e entidades criadas por lei,
com atribuições de fiscalização do exercício das profissões liberais; e
h) Condomínios e sociedades civis; empregadores rurais pessoas físicas que
mantiveram empregados no ano-base.

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1.3.3. Como Informar


1.3.3.1. Internet
Mediante utilização do Programa Gerador de Arquivos RAIS e do programa
transmissor de arquivos - RAISNET 2001, através do site do SERPRO -
http://www.serpro.gov.br ou através do site do Ministério do Trabalho e Emprego -
http://www.mte.gov.br ;

1.3.3.2. Disquete
Mediante utilização do Programa GERADOR DE ARQUIVOS DA RAIS
(GDRAIS 2001), a ser obtido, gratuitamente, nas agências do Banco do Brasil e da
Caixa Econômica Federal ou nos respectivos sites da internet; e FITA MAGNÉTICA
Mediante utilização de Programa Analisador do Conteúdo a ser obtido,
gratuitamente, nas regionais do SERPRO. Só recebido com mínimo de 1.000
vínculos.
Observação: A entrega da RAIS será obrigatória para os estabelecimentos que não
possuíram empregados ou estiveram paralisados no ano-base (exceto para aqueles
inscritos no Cadastro Específico do INSS – CEI), sendo a mesma isenta de tarifa.
1.3.3.3. Preenchimento
As instruções referentes ao preenchimento da RAIS ano-base 2001 foram
disciplinadas pela Portaria MTE nº 699/01.

1.3.3.4. Prazo De Entrega


A entrega da RAIS obedecerá o prazo estabelecido em manual publicado
anualmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

1.3.3.5. Penalidades
A não entrega da RAIS no prazo legal, omitir informações ou prestar
declaração falsa ou inexata sujeitará o empregador a multas que variam de 400 a
40.000 UFIR, segundo a natureza da infração, sua extensão e a intenção do infrator,

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a serem aplicadas em dobro no caso de reincidência, oposição à fiscalização ou


desacato à autoridade.
A multa pela entrega da RAIS fora do prazo, quando recolhida
espontaneamente, será calculada sobre o valor mínimo de R$ 425,60 (quatrocentos
e vinte e cinco reais e sessenta centavos), acrescido de R$ 10,64 (dez reais e
sessenta e quatro centavos) por empregado não declarado ou informado
incorretamente além de R$ 53,20 (cinqüenta e três reais e vinte centavos) por
bimestre de atraso.
A multa deve ser recolhida na rede bancária arrecadadora, mediante
Documento de Arrecadação de Receitas Federais – DARF, mediante código de
receita 2877 e número de referência 3800165790300842-9.

1.4. CADASTRO GERAL DE ADMITIDOS E DEMITIDOS - CAGED

1.4.1. Conceito
É um procedimento obrigatório, instituído pela Lei nº 4.923/65, de 23 de
dezembro de 1965, que consiste em comunicar ao Ministério do Trabalho e
Emprego as admissões, demissões e transferências ocorridas no decorrer do mês.

1.4.2. São Obrigados a Entregar o CAGED


Os empregadores estabelecidos como pessoas físicas ou jurídicas.

1.4.3. Como Informar


Através da portaria MTE nº 561/2001, estabeleceu-se o procedimento de
entrega, por meio eletrônico (internet ou disquete) do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (CAGED) a partir da competência novembro
/2001.O arquivo gerado deverá ser enviado pela internet ou entregue em uma
Delegacia Regional do Trabalho e Emprego, Sub-delegacia ou Agência de
Atendimento do MTE ou, em ultimo caso, postado na Empresa Brasileira de Correios
e Telégrafos (ETC).

19
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

As empresas que possuam mais de um estabelecimento deverão remeter ao


MTE arquivos específico a cada estabelecimento.

1.4.4. Prazo De Entrega


As empresas ficam obrigadas a enviar o CAGED até o dia sete do mês
subseqüente ao da movimentação do trabalhador.

1.4.5. Preenchimento
O preenchimento do CAGED obedecerá às instruções contidas no respectivo
formulário ou através do site http://www.mte.gov.br/.

1.4.6. Penalidades
O CAGED enviado fora do prazo legal acarreta multa administrativa cujo valor
varia conforme os dias de atraso, de acordo com a tabela a seguir discriminada,
recolhida mediante Documento de Arrecadação de Receitas Federais – DARF,
mediante código de receita 2877 e número de referência 3800165790300843-7.
Até 30 dias de atraso 4,2 UFIR por empregado De 31 a 60 dias de atraso 6,3
UFIR por empregado Após 60 dias de atraso 12,6 UFIR por empregado.

1.5. PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL E PROGRAMA DE


FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO DO SERVIDOR PÚBLICO - PIS/PASEP

1.5.1. Conceito
PIS é o Programa de Integração Social, instituído pela Lei Complementar nº 7,
de 7 de setembro de 1970, e o PASEP é o Programa de Formação do Patrimônio do
Servidor Público instituído pela Lei Complementar nº 8, de 3 de setembro de 1970,
ambos criados de forma similar para Empregados Privados e Servidores Públicos,
com a finalidade de possibilitar a participação dos trabalhadores no desenvolvimento

20
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

das empresas, promovendo a distribuição dos benefícios entre os seus empregados


e servidores.

1.5.2. Obrigatoriedade De Inscrição


Na admissão do primeiro emprego, compete ao empregador inscrever o
empregado no programa PIS/PASEP.Para este efeito, deverá adquirir e preencher o
Documento de Cadastramento de trabalhador – DCT e entregá-lo na Caixa
Econômica Federal, que emitirá o número de inscrição no ato, ou no máximo em 5
dias úteis contados a partir da data de entrega de tal formulário.
Acrescente-se que conforme disposto na Portaria SPES nº 1/97, art. 1º, § 2º,
na emissão da 1ª via da CTPS, o cadastramento no sistema PIS/PASEP será de
competência das Delegacias Regionais do Trabalho.

1.5.3. Benefício
O abono Salarial é um benefício no valor de um salário mínimo anual,
assegurado aos empregados que percebem até dois salários mínimos de
remuneração mensal de empregadores que contribuem para o Programa de
Integração Social ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Público, conforme determina o artigo 239, § 3º da Constituição Federal, e que
atendam aos critérios definidos pela Lei Nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990,
especificamente em seu artigo 9º, quais sejam:
a) tenham exercido atividade remunerada pelo menos durante 30 dias no ano-
base;
b) estejam cadastrados há pelo menos 5 (cinco) anos no Fundo de
Participação PIS/PASEP ou no Cadastro Nacional do Trabalhador; e
c) tenham recebido no ano-base remuneração não superior a dois salários
mínimos médios mensais.

21
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

1.6. FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO - FGTS

1.6.1. Conceito
O FGTS é um fundo de Garantia por Tempo de Serviço, instituído pela Lei nº
5.107, de 13 de setembro de 1966, constituído de depósitos mensais, efetuados
pelas empresas em nome de seus empregados, com o objetivo de proteger o
trabalhador regido pela Consolidação das Leis do Trabalho, CLT, contra despedidas
sem justa causa, mediante a formação de um pecúlio a ser recebido quando da
demissão.

1.6.2. Competência
Conforme a Instrução Normativa nº 25, de 20 de dezembro de 2001, o poder
de cobrar e fiscalizar o FGTS é da União, através do Auditor Fiscal do Trabalho –
AFT.

1.6.3. Contribuinte
Devem recolher a contribuição ao FGTS os empregadores pessoas físicas ou
jurídicas, exceto domésticos.

1.6.4. Fato Gerador


Remuneração paga ou devida ao empregado.

1.6.5. Base De Cálculo


Remuneração auferida mensalmente pelo empregado, em conformidade com
a Instrução Normativa nº 25/01, artigo 12.

1.6.6. Alíquota
A contribuição corresponderá à alíquota de 8% (oito por cento) da
remuneração do trabalhador, em se tratando de contrato temporário de trabalho com
prazo determinado, o percentual será de 2% (dois por cento), conforme dispõe o
22
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

inciso II do art. 2º da Lei nº 9.601, de 21.01.98. Atualmente, o FGTS é regulado pela


Lei nº 8.036, de 11.05.90.
Por força da Lei Complementar nº 110/01, foi instituída a contribuição de
0,5%, incidente sobre a remuneração paga ou devida ao trabalhador relativa ao mês
de outubro de 2001 até setembro de 2006. A referida contribuição não se aplica as
empresas inscritas no SIMPLES e aos empregadores rurais pessoas físicas que
possuam receita bruta anual não ultrapasse o limite de R$ 1.200.000,00 (um milhão
e duzentos mil reais).

1.6.7. Pagamento
Até o dia sete do mês seguinte àquele em que a remuneração foi paga,
creditada ou se tornou devida ao trabalhador e/ou tenha ocorrido outro fato gerador
de contribuição ou informação à previdência Social. Caso não haja expediente
bancário, a entrega deverá ser antecipada para o dia de expediente bancário
imediatamente anterior.

1.7. GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMAÇÕES À


PREVIDÊNCIA SOCIAL (GFIP)

1.7.1. Conceito
É um procedimento obrigatório, previsto na Lei nº 9.528, de 10 de dezembro
de 1997, que consiste em informar mensalmente ao INSS os dados relacionados
aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse
da Previdência Social.
O Decreto 3.048/99 adotou a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP, exigida, a partir de
abril de 2.000, em meio eletrônico, instrumento este também destinado ao
recolhimento de FGTS e da contribuição Social, instituída pela Lei Complementar nº
110/2001.

23
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Devem recolher e informar a GFIP, todas as pessoas físicas ou jurídicas e


contribuintes equiparados à empresa sujeitos quer ao recolhimento do FGTS, quer à
prestação de informações à Previdência Social. As empresas ainda que não haja
recolhimento para o FGTS, deverá entregar GFIP declaratória, contendo todas as
informações cadastrais e financeiras para a Previdência Social.
O preenchimento da GFIP/SEFIP será baseado na Circular nº 251/02.

1.7.2. Não Deve Recolher e Informar


a) Segurado especial (inc. VII art.12 da Lei nº 8.212/91);
b) Contribuinte individual sem segurado que lhe preste serviço; e
c) Órgão público em relação aos servidores estatutários filiados a regime
próprio de Previdência.
Inexistindo contribuição ao FGTS e informações à Previdência Social, a
empresa deverá emitir uma GFIP com dados cadastrais, no código de recolhimento
906, dispensando-se a entrega da GFIP referente às competências subseqüentes
até a ocorrência de fatos determinantes de recolhimento ao FGTS e/ou fato gerador
de contribuição previdenciária.

1.7.3. Prazo De Entrega e Recolhimento


A GFIP é utilizada a partir de 1º de fevereiro de 1999, para efetuar todos os
recolhimentos ao FGTS referentes a qualquer competência e, a partir da
competência janeiro de 1999, para prestar informações à Previdência Social,
devendo ser apresentada mensalmente, independente do efetivo recolhimento ao
FGTS ou das contribuições previdenciárias, quando houver:
a) Recolhimentos devidos ao FGTS e informações à Previdência Social;
b) Apenas recolhimento devido ao FGTS; e
c) Apenas informações a previdência Social.
A GFIP deverá ser entregue/recolhida até o dia sete do mês seguinte àquele
em que a remuneração foi paga, creditada ou se tornou devida ao trabalhador e/ou
tenha ocorrido outro fato gerador de contribuição ou informação à previdência

24
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Social. Caso não haja expediente bancário, a entrega deverá ser antecipada para o
dia de expediente bancário imediatamente anterior.

1.7.4. Centralização De Recolhimento Ao FGTS


A empresa que possuir mais de um estabelecimento poderá, sem
necessidade de autorização da caixa, optar pela centralização parcial ou total dos
recolhimentos ao FGTS, desde que mantenha, em relação àquelas unidades, o
controle de pessoal e dos registros contábeis também centralizados.

1.7.5. Locais De Entrega


a) GFIP Papel/Disquete – em qualquer agência bancária conveniada, de livre
escolha do contribuinte; e
b) Transmissão via INTERNET – por meio do Sistema Conectividade Social,
transmitido a partir da própria empresa.
1.7.6. Comprovante De Entrega Da GFIP
a) Meio magnético: o resumo dos dados do arquivo, gerado pelo SEFIP (GFIP
– comprovante de entrega/recolhimento);
b) GFIP adquirida no comércio (para recolhimento recursal ou do empregador
doméstico): a 2ª via da GFIP; e
c) Protocolo de envio gerado pela Conectividade social.

1.8. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL PATRONAL (PESSOA JURÍDICA)


1.8.1. Conceito
É um procedimento obrigatório, previsto no artigo 579 da CLT, que consiste
em efetuar recolhimento de valor em favor do sindicato da categoria econômica
correspondente, ou na falta deste, em favor da federação.

25
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

1.8.2. Competência
Conforme a Portaria MTE nº 290/97 o poder de cobrar e fiscalizar o
recolhimento da contribuição sindical é da União, através da Delegacia Regional do
Trabalho.

1.8.3. Contribuinte
Devem recolher a contribuição sindical patronal todos os empregadores
estabelecidos como firmas ou pessoas jurídicas. Tratando-se de empresa optante
pelo sistema SIMPLES, a Instrução Normativa SRF nº 34/01, art. 5º, § 7º, dispõe
estar a mesma dispensada do recolhimento da citada contribuição.

1.8.4. Fato Gerador


É a constituição da empresa.

1.8.5. Base De Cálculo


A base de cálculo da contribuição sindical patronal será o capital social da
firma ou empresa, registrado nas respectivas juntas comerciais ou órgãos
equivalentes, mediante a aplicação de alíquotas, conforme tabela progressiva (inciso
III, art. 580 da CLT)

1.8.6. Alíquota
A alíquota da contribuição sindical patronal dependerá do enquadramento do
capital social na tabela prevista no inciso III, art.580 da CLT.
Tratando-se de entidades ou instituições que não estejam obrigadas ao registro de
capital social, será considerado como capital social, para efeito do cálculo da
contribuição sindical patronal, o valor resultante da aplicação do percentual de 40%
sobre o movimento econômico registrado no exercício imediatamente anterior, do
que darão conhecimento à respectiva entidade sindical ou à Delegacia Regional do
Trabalho.

26
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

1.8.7. Pagamento
A contribuição sindical patronal deverá ser recolhida no mês de Janeiro de
cada ano, ou, para os que venham a estabelecer-se após aquele mês, na ocasião
em que requeiram às repartições o registro ou a licença para o exercício da
respectiva entidade.

1.9. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL PATRONAL (PROFISSIONAL


LIBERAL E AUTÔNOMO NÃO ORGANIZADOS EM EMPRESA)

1.9.1 Conceito
É um procedimento obrigatório, previsto no artigo 579 da CLT, que consiste
em efetuar recolhimento de valor em favor do sindicato da categoria econômica
correspondente, ou na falta deste, em favor da federação, em conformidade com o
disposto no art. 579 da CLT.

1.9.2. Competência
Conforme a Portaria MTE nº 290/97 o poder de cobrar e fiscalizar o
recolhimento da contribuição sindical é da União, através da Delegacia Regional do
Trabalho.

1.9.3. Contribuinte
O profissional liberal é o trabalhador cuja profissão é regulamentada,
sujeitando-o a uma ordem ou conselho ou outra entidade fiscalizadora do seu
exercício e o autônomo é o trabalhador que presta serviços a terceiros por sua
própria conta e risco.

1.9.4. Fato Gerador


É o desenvolvimento de atividade profissional.

27
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

1.9.5. Base De Cálculo


Tabela fixada pela Lei nº 8.178/91. Em caso de dúvidas quanto ao critério do
cálculo, aconselha-se ao interessado consultar antecipadamente a respectiva
entidade sindical.

1.9.6. Alíquota
A contribuição sindical do profissional liberal e trabalhador autônomo será
calculada mediante a alíquota de 30% do valor indicado na tabela, em conformidade
com o art. 580, inc. II da CLT.

1.9.7. Pagamento
A contribuição sindical patronal deverá ser recolhida no mês de fevereiro de
cada ano.

1.10. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL DOS EMPREGADOS

1.10.1. Conceito
É um procedimento obrigatório, previsto no artigo 579 da CLT, que consiste
em efetuar recolhimento de valor em favor do sindicato da categoria econômica
correspondente.

1.10.2. Competência
Conforme a Portaria MTE nº 290/97 o poder de cobrar e fiscalizar o
recolhimento da contribuição sindical é da União, através da Delegacia Regional do
Trabalho.

1.10.3 Contribuinte
Todo trabalhador que desenvolva atividades na condição de empregado.

28
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

1.10.4. Fato Gerador


É a sua condição de empregado.

1.10.5. Base De Cálculo


Salário do mês de março, ou do mês subseqüente ao da admissão, quando
contratado após o mês de março. A contribuição sindical corresponderá à
remuneração de um dia de trabalho, para os empregados, qualquer que seja a forma
de remuneração.
O desconto dessa contribuição deverá ser anotado na CTPS e na ficha ou
livro de registro de empregados.
Considera-se um dia de trabalho:
a) A jornada normal de trabalho, se o pagamento ao empregado for feito por
unidade de tempo;
b) A 1/30 (um trinta avos) da quantia percebida no mês anterior, se a
remuneração for paga por tarefa, empreitada ou comissão; e
c) Quando o salário for pago por utilidades, ou no caso em que o empregado
receba habitualmente, gorjetas, corresponderá a 1/30 (um trinta avos) da
remuneração de janeiro que serviu de base para os cálculos da contribuição
previdenciária.

1.10.6. Pagamento
A contribuição sindical dos empregados deve ser recolhida no mês de abril de
cada ano, ou no mês subseqüente ao do desconto, quando se tratar de empregado
admitido após o mês de março.

1.11. VALE TRANSPORTE

1.11.1. Conceito
É um benefício que o empregador antecipará ao trabalhador para utilização
efetiva em despesas de deslocação residência-trabalho e vice-versa, devendo ser
29
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

fornecido através de recibo. A concessão do vale-transporte é baseada na Lei nº


7.418/85 e no Decreto nº 95.247/87.

1.11.2. Requisitos
Para o exercício do direito do vale-transporte o empregado informará ao
empregador:
a) Seu endereço residencial; e
b) Os serviços e meio de transportes mais adequados ao seu deslocamento
residência trabalho e vice–versa.
A declaração falsa ou o uso indevido do vale transporte constituem falta
grave.

1.11.3. Custeio
a) Pelo beneficiário, na parcela equivalente a 6% de seu salário básico ou
vencimento, excluído quaisquer adicionais e vantagens;
b) Pelo empregador, no que exceder à parcela referida no item anterior.
A Parcela referente à contribuição do empregador não tem natureza salarial,
não constitui base de incidência de contribuição previdenciária ou do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço, não é considerado para efeito de pagamento de 13º
salário, e nem configura rendimento tributável do beneficiário.

1.12. PRAZO PARA PAGAMENTO DE SALÁRIO

1.12.1. Conceito De Salário


É a contraprestação devida ao empregado pelo trabalho prestado à
disposição do empregador em virtude do vínculo contratual.

1.12.2. Peridiocidade
O pagamento de salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não
deve ser estipulado por período superior a um mês salvo no concerne a comissões.
30
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser pago, o mais
tardar, até o quinto dia útil do mês subseqüente ao vencido. Considerando-se na
contagem o sábado como dia útil, excluindo-se o domingo e feriados.
Quando houver sido estipulado por quinzena ou semana deve ser efetuado
até o quinto dia após o vencimento.

1.12.3. Pagamento Através De Estabelecimento Bancário


A empresa deverá observar os seguintes procedimentos quando utilizar
cheque para pagamento dos salários:
a) Horário que permita o desconto imediato do cheque;
b) Transporte, caso o acesso ao estabelecimento de crédito exija utilização do
mesmo.

1.12.4. Recibo
O pagamento de salário deverá ser efetuado contra-recibo, em se tratando de
analfabeto, mediante impressão digital ou a seu rogo.
Terá força de recibo, o comprovante de depósito bancário feito em conta
aberta para este fim em nome do empregado com o consentimento deste, em
estabelecimento de credito próximo ao local do trabalho.

Fundamento Legal: CLT, arts. 459; 464 e 465.

1.13. FÉRIAS

1.13.1. Obrigatoriedade
A Consolidação das Leis do Trabalho garante ao empregado, após cada
período de doze meses de vigência do contrato de trabalho (período aquisitivo),
descanso remunerado de trinta dias, gozados dentro dos doze meses subseqüentes
à aquisição do direito.

31
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Todo o empregador (pessoa física ou jurídica), independente do porte e da


atividade econômica do empreendimento está obrigado a conceder férias aos
trabalhadores. O empregado poderá converter um terço do período de férias a que
tem direito em pecúnia, ou seja, em dinheiro.

1.13.2. Valor
As férias deverão ser calculadas com base na remuneração devida ao
empregado na data da sua concessão, acrescida de 1/3.

1.13.3. Comunicação e Pagamento


O empregador deverá comunicar sua concessão ao empregado com
antecedência mínima de trinta dias e seu pagamento efetuado com até dois dias de
antecedência ao gozo, mediante recibo assinado pelo empregado.

Fundamento Legal: CLT, arts. 129 a 153.

1.14. DÉCIMO TERCEIRO

1.14.1. Obrigatoriedade
O décimo terceiro fundamenta-se na Lei nº 4.090/62 e 4.749/65 e constitui no
pagamento de uma gratificação calculada à base de 1/12 avos por mês trabalhado,
considerando, para tanto, a fração igual ou superior a quinze dias dentro do mês.
Todo o empregador (pessoa física ou jurídica), independente do porte e da
atividade econômica do empreendimento está obrigado ao pagamento do décimo
terceiro.

1.14.2. Pagamento
A gratificação será paga em duas parcelas. A primeira corresponde à metade
do salário do mês anterior ao pagamento e será paga entre os meses de fevereiro e

32
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

novembro. A segunda corresponde ao salário de dezembro, deduzido os encargos


de INSS, IRRF e o valor pertinente à primeira parcela (adiantamento).

1.15. SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO

1.15.1. Inspeção Prévia

1.15.1.1. Conceito
A inspeção prévia tem por finalidade assegurar que o estabelecimento se
encontra livre de riscos de acidentes e/ou doenças do trabalho. Todo
estabelecimento novo deve ser inspecionado antes do início de suas atividades.
1.15.1.2. Procedimentos
A empresa deverá requerer a vistoria ao órgão Regional do Ministério do
Trabalho e Emprego, o qual irá emitir o Certificado de Aprovação de Instalações –
CAI.
Faculta-se à empresa encaminhar ao órgão competente uma declaração das
instalações do novo estabelecimento, que poderá ser aceita, para fins de
fiscalização, quando não for possível inspecionar o estabelecimento antes do início
da atividade (NR 2, Portaria MTb nº 3.214/78 c/ redação da PT SSMT nº 35/83).

1.16. PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS –


PPRA

1.16.1. Conceito
O PPRA tem por finalidade preservar a saúde e a integridade dos
trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente
controle da ocorrência de riscos ambientais que existam ou venham a existir no
ambiente de trabalho.

33
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

1.16.2. Procedimentos
Todos os empregadores são obrigados a elaborar e implementar o PPRA, por
estabelecimento, independente do número de empregados que possuam. A
elaboração, implementação e acompanhamento do programa poderão ser feitas
pelo Serviço Especializado e Medicina do Trabalho - SESMT (NR 4) ou por pessoa
ou equipe de pessoas indicadas pelo empregador.
Os empregados deverão colaborar e participar na implantação e execução do
PPRA, seguir as orientações recebidas em treinamentos específicos e informar ao
seu superior hierárquico direto ocorrências que a seu julgamento possam implicar
riscos à saúde (NR 9, Portaria MTb nº 3.214/78 c/ redação da PT SSST nº 25/94)

1.17. PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE


OCUPACIONAL – PCMSO
1.17.1. Conceito
É obrigatoriedade, por parte da empresa do planejamento e da implantação
do PCMSO.
Competindo ao empregador, custear, sem ônus para o empregado, os
exames médicos a seguir relacionados:
a) Admissional;
b) Periódico;
c) De retorno ao trabalho;
d) Mudança de função; e
e) Demissional.
1.17.2. Quando Realizar Os Exames Médicos
a) Exame médico admissional: deve ser efetuado antes que o trabalhador
assuma suas atividades;
b) Exame periódico com periodicidade variando de acordo com a idade do
empregado:
- Cada seis meses para trabalhador exposto a condições hiperbáricas;

34
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

- A cada ano para os menores de 18 e maiores de 45 anos e a cada dois anos


para os trabalhadores maiores de 18 anos e maiores de 45 anos.
c) Exame Médico de retorno ao trabalho: será exigido sempre que o
empregado se ausentar por mais de 30 dias da atividade laboral e realizado no dia
do retorno;
d) Exame Médico de mudança de Função: será realizado antes da alteração
de função que exponha o trabalhador a risco diferente daquele a que estava
exposto; e
e) Exame Médico demissional: será realizado até a data da homologação da
rescisão;
NOTA:
Fica desobrigado da realização do exame demissional desde que o último exame
ocupacional tenha ocorrido a:
a) Mais de 135 dias para empresa com grau de risco 1 e 2; e
b) Mais de 90 dias para empresa com grau de risco 3 e 4.

1.17.3. Atestado De Saúde Ocupacional


Cada exame será realizado por médico do trabalho que emitirá o Atestado de
Saúde Ocupacional – ASO, em duas vias.
O ASO deverá conter no mínimo:
a) Nome completo do trabalhador, o número de registro de sua identidade, e a
sua função;
b) Os riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência deles, na
atividade do empregado, conforme instrução técnica expedida pela secretaria de
Segurança e Saúde no Trabalho –SST;
c) Indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador,
incluindo os exames complementares e a data em que foram realizados;
d) O nome do coordenador, quando houver, com respectivo CRM;
e) Definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai
exercer exerce ou exerceu;
f) Nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato; e
35
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

g) Data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo


seu número de inscrição no Conselho Regional de Medicina.
(NR 7 Portaria MTb nº 3.214/78 c/ redação da PT SSST nº 24/94).
1.18. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES – CIPA
1.18.1. Conceito
A CIPA tem por finalidade a Prevenção de acidentes e doenças decorrentes
do trabalho, preservando a vida e a saúde do trabalhador.
1.18.2. Procedimentos
Devem constitui CIPA os estabelecimentos que mantenham empregados
regidos pela CLT.
1.18.3. Composição
A CIPA será composta por membros representantes dos empregados e do
empregador, mediante processo eleitoral, sendo o seu dimensionamento definido de
acordo com o número de empregados que possua (no mínimo vinte) e sua atividade
econômica.
1.18.4. Estabilidade
O empregados interessados em compor a CIPA, terão garantia de emprego,
desde a sua inscrição, e se eleitos, ainda que suplentes, até um ano após o término
do mandato (NR 5, Portaria MTb nº 3.214/78 C/ redação da PT SSST nº 8/99).
1.19. LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
(http://www.prolar.imb.br/arquivos/legislacao_trabalhista.pdf)

36
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Figura 3 - Legislação Previdenciária


FONTE: http://i.s8.com.br/images/books/cover/img1/1435801_4.jpg

1.19.1. Obrigatoriedade
As pessoas, físicas ou jurídicas, consideradas e equiparadas à empresa pela
legislação previdenciária, estão obrigadas à matrícula, que se caracteriza como ato
de cadastramento para identificação do contribuinte junto ao INSS.

1.19.2. Procedimentos
A matrícula da empresa será feita:
a) Simultaneamente com a inscrição no CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica), e
b) Perante o INSS, no prazo de 30 dias contados do início de suas atividades,
quando não sujeitas a inscrição no CNPJ, inclusive a obra de construção civil.
A unidade matriculada será identificada pelo CNPJ ou certificado de matrícula
com número cadastral básico de caráter permanente (CEI Cadastro Específico de
INSS).
A matricula do CEI pode ser feita pela INTERNET (www.mpas.gov.br) ou nas
agências da previdência social. O contribuinte deve informar os dados necessários
de acordo com a atividade exercida.

1.20. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA

1.20.1. Empregado, Inclusive o Doméstico, e Trabalhador Avulso


A contribuição é calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota,
de forma não cumulativa, sobre o seu salário-de-contribuição mensal, de acordo
com a seguinte tabela:

37
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

TABELA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE EMPREGADO E EMPREGADO


DOMÉSTICO

SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)
ALÍQUOTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS (%)
até 468,47 7,65
de 468,48 até 600,00 8,65
de 600,01 até 780,78 9,00
de 780,79 até 1.561,56 11,00

Notas:
a) A alíquota é reduzida apenas para remunerações até 3 (três) salários
mínimos, em função do disposto na Lei nº 9.311/96 e 9.539/97 - CPMF.
b) Sempre que ocorrer mais de um vínculo empregatício para os segurados
empregado e doméstico, as remunerações deverão ser somadas para o correto
enquadramento na tabela acima, respeitando-se o limite máximo de contribuição.
Esta mesma regra se aplica às remunerações do trabalhador avulso.
c) Quando houver pagamento de remuneração relativa a décimo terceiro
salário, este não deve ser somado a remuneração mensal para efeito de
enquadramento na tabela de salários-de-contribuição, ou seja, aplicar-se-á a
alíquota sobre os valores em separado.

1.20.2. Contribuinte Individual


O contribuinte individual (anteriormente denominado segurado empresário e
trabalhador autônomo) é considerado segurado obrigatório da Previdência Social.

1.20.3. Inscrição
Considera-se inscrição de segurado para efeito da Previdência Social o ato
pelo qual o segurado é cadastrado no Regime Geral da Previdência Social,

38
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

mediante comprovação dos dados pessoais e de outros elementos necessários e


úteis a sua caracterização.
Para o contribuinte individual dar-se-á pela apresentação de documento que
caracterize a sua condição ou o exercício de atividade profissional, liberal ou não.

1.20.4. Contribuição
Entende-se por salário de contribuição para o contribuinte individual a
remuneração auferida em uma ou mais empresas pelo exercício de sua atividade
por conta própria, durante o mês, observado os limites acima citados (art. 214, inc III
c/ redação do Decreto nº 3.265/99).
A regra acima só é válida para os contribuintes individuais que se filiarem ao
Regime Geral da Previdência Social - RGPS a partir de 29 de novembro de 1999

1.20.5. Contribuinte Individual Filiado Até 28.11.99


Para estes segurados, considera-se salário-de-contribuição o salário-base
determinado conforme art 215 de decreto nº 3.048/99, na redação vigente até aquela
data (determinado de acordo com escala de salário-base).

ESCALA DE SALÁRIOS-BASE PARA OS SEGURADOS CONTRIBUINTE


INDIVIDUAL E FACULTATIVO, INSCRITOS ATÉ 28 DE NOVEMBRO DE 1999, A
PARTIR DA COMPETÊNCIA DE JUNHO DE 2002.

Tabela 2 - Escala De Salários

39
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

1.20.6. Extinção Da Escala De Salário-Base


Para os contribuintes individuais inscritos até 28.11.99, portanto sujeito ao
recolhimento de suas contribuições calculadas sobre o salário-base, o número
mínimo de meses de permanência em cada classe da escala de salário-base será
reduzido gradativamente, em 12 meses em cada ano, até a extinção da referida
escala.
Na extinção de uma determinada classe, conforme disposto acima, a classe
subseqüente será considerada como classe inicial, cujo salário-base variará entre o
valor correspondente ao da classe extinta e o da nova classe inicial.
Com a extinção da escala de salário-base, serão considerados como salário-de-
contribuição, para o segurado contribuinte individual, a remuneração auferida em
uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade, por conta própria,
durante o mês, observados os limites mínimo e máximo de contribuição (§§ 1º ao 3º
do artigo 278-A, do Decreto nº 3.048/99, acrescido pelo Decreto 3.265/99).

1.20.7. Dedução
Na hipótese de o contribuinte prestar serviço a uma ou mais empresas,
poderá deduzir, da sua contribuição mensal, 45% da contribuição da empresa,
efetivamente recolhida ou declarada incidente sobre a remuneração que esta lhe
tenha pago ou creditado, no respectivo mês, limitada a 9% de respectivo salário de
contribuição (§ 20 do art. 216 do Decreto nº 3.048/99 acrescido pelo Decreto nº
3.265/99).
Para este fim considera-se contribuição declarada a informação prestada na
Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à
Previdência Social (GFIP) ou declaração fornecida pela empresa ao segurado, em
que conste, além de sua identificação completa, inclusive com o número da inscrição
do contribuinte individual, o valor da retribuição paga e o compromisso de que esse
valor será incluído na citada GFIP e efetuado o recolhimento da correspondente
contribuição (§ 21 do art. 216 do Decreto 3.048/99, acrescido pelo Decreto nº
3.265/99).

40
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

1.20.8. Recolhimento Trimestral


É facultado aos segurados contribuinte individual, cujos salários de
contribuição sejam iguais ao valor de um salário mínimo, optarem pelo recolhimento
trimestral das contribuições previdenciárias, com vencimento no dia 15 do mês
seguinte ao de cada trimestre civil prorrogando-se o vencimento para o dia útil
subseqüente quando não houver expediente bancário no dia quinze (§ 15 do art 216
do nº Decreto 3.048/99, alterado pelo Decreto nº 3.265/99).

1.20.9. Das Empresas


Em regra geral, as contribuições das empresas são:
a) 20% calculado sobre a folha de pagamento dos empregados e dos
contribuintes individuais (anteriormente denominados empresários e autônomos);
b) 1%, 2% ou 3% calculado sobre a folha de pagamento dos empregados,
variável conforme o risco de acidentes do trabalho (RAT);
c) A contribuição RAT será acrescida de 12%, 9% ou 6%, quando a atividade
do empregado ensejar aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de
contribuição respectivamente;
d) 15% calculado sobre o valor bruto das notas fiscais, faturas ou recibos
emitidos por cooperativas de trabalho; e
e) Contribuições destinadas a outras entidades (terceiros), mediante
percentual a ser aplicado sobre a folha de pagamento dos empregados, enquadrado
de acordo com tabela elaborada pela Previdência Social, em conformidade com o
FPAS empresa.

1.21. EMPRESAS DO SISTEMA SIMPLES


A Pessoa jurídica optante pelo sistema SIMPLES recolherá diretamente à
Previdência Social, através da GPS, apenas a contribuição descontada dos
empregados a seu serviço (Instrução Normativa nº 71/02, art. 131).

41
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

1.22. RETENÇÃO SOBRE NOTA FISCAL


Toda empresa que contratar serviços prestados mediante cessão de mão-de-
obra ou empreitada, na forma do art. 31 da Lei nº 8.212/91, deverá reter 11% do
valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo e recolher ao INSS a importância retida,
em nome da empresa contratada.
A empresa contratante estará dispensada de fazer a retenção quando:
a) O valor retido for inferior ao valor mínimo para recolhimento em GPS,
atualmente R$ 29,00;
b) A contratada não possuir empregados, o serviço for prestado pessoalmente
pelo titular ou sócio e quando o faturamento quando do mês anterior for igual ou
inferior a duas vezes o limite máximo do salário-de-contribuição, cumulativamente.
Portanto, sofrerão a retenção todas as empresas que prestarem os serviços
relacionados nos arts. 102 e 103 da Instrução Normativa nº 71/02, ainda que
optantes pelo sistema SIMPLES.
O valor retido deverá ser destacado na nota fiscal, fatura ou recibo, e será
deduzido no campo 6 da GPS, caso não seja suficiente o saldo restante poderá ser
compensado observando-se as regras específicas. Fundamento Legal: Lei nº
9.711/98, IN nº 71/02 e IN nº 69 (em vigor a partir de 01.10.2002).

1.23. GUIA DA PREVIDENCIA SOCIAL - GPS


A Guia da Previdência Social – GPS é o documento hábil para o recolhimento
das contribuições sociais dos contribuintes individuais da Previdência Social.
A partir do mês 03/2001, as contribuições sociais arrecadadas pelo Instituto
Nacional do seguro Social serão efetuadas exclusivamente mediante débito em
conta comandado por meio da rede Internet ou por aplicativos eletrônicos
disponibilizados pelos bancos.

1.23.1. Prazo de Recolhimento


Os prazos para recolhimento das contribuições previdenciárias em GPS são:

42
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

a) No dia 02 do mês seguinte àquele a que se referirem às remunerações,


prorrogando-se o vencimento para o dia útil subseqüente quando não houver
expediente bancário, para as contribuições das empresas em geral;
b) No dia 15 do mês seguinte àquele a que as contribuições se referirem,
prorrogando-se o vencimento para o dia útil subseqüente quando não houver
expediente bancário, para os contribuintes individuais, facultativos e
domésticos;
c) Até o dia 20 de dezembro, antecipando-se o vencimento para o dia útil
imediatamente anterior, quando não houver expediente bancário, para as
contribuições incidentes sobre o 13º salário, inclusive domésticos, exceto nos
casos de rescisão de contrato de trabalho, em que se aplica a regra geral do dia 02
do mês subseqüente; e
d) Até o 2º dia útil, para as contribuições decorrentes de espetáculos de que
participem associações desportivas que mantêm equipe de futebol profissional,
efetuadas pela entidade promotora do espetáculo.

1.23.2 Valor Mínimo de Recolhimento


A Resolução INSS/DC nº 39 de 23/11/00, determinou o valor mínimo de R$
29,00 (vinte e nove reais) para recolhimento de contribuições previdenciárias junto à
rede arrecadadora, a partir de 1º de dezembro de 2000.
A empresa ou contribuinte que eventualmente possuir recolhimento inferior a
R$ 29,00 deverá acumular este valor com os próximos futuros até que a soma atinja
este valor.

1.24. DEMISSÃO DE EMPREGADOS

1.24.1. Introdução
Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por manifestação de vontade de
ambas as partes, teremos configurado um distrato. Se a rescisão ocorrer por
iniciativa de uma das partes teremos:

43
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

• Dispensa, quando partir do empregador;


• Pedido de demissão, quando partir do empregado.
Segue abaixo quadro discriminativo das parcelas a que o empregado faz jus,
conforme motivo determinante da rescisão contratual:

1.24.2. Quadros De Verbas Rescisórias


Tabela 3 - Dispensa Com Justa Causa

Tabela 4 - Quadros De Dispensa e Extinção

44
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Tabela 5 - Falecimento

Tabela 6 - Fechamento

45
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Tabela 7 - Rescisão Indireta

1.24.3. Aviso Prévio


À parte que sem justo motivo, quiser rescindir o contrato que não tem prazo
estipulado, deverá avisar a outra parte da sua resolução, com antecedência mínima
de 30 dias.

46
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Quando for concedido pelo empregador, terá o empregado a duração da


jornada de trabalho reduzida sem prejuízo do salário integral, podendo optar por
reduzir 2 horas diariamente ou falta ao serviço durante 7 dias corridos.
A falta do aviso prévio por parte do empregador garante ao empregado o
direito aos salários correspondentes ao período do aviso. Já a falta do aviso por
parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os salários
correspondentes ao prazo respectivo.

1.24.4. Exame Médico Demissional


Deverá ser realizado até a data da homologação da rescisão, desde que o
ultimo exame ocupacional tenha ocorrido a:
•Mais de 135 dias para empresa com grau de risco 1 e 2;
•Mais de 90 dias para empresa com grau de risco 3 e 4.

1.24.5. Prazo De Pagamento


A empresa deverá efetuar o pagamento das parcelas que constam do
instrumento de rescisão ou recibo de quitação nos seguintes prazos:
• até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato;
• até os décimos dias contados da notificação da demissão quando da
ausência de aviso prévio, indenização do mesmo ou falta de seu cumprimento. (art.
477, § 6º, CLT).

1.24.6. Homologação
O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão do contrato de
trabalho, firmado por empregado com mais de um ano de serviço, só será válido
quando feito com assistência do respectivo sindicato ou perante a autoridade
competente do MTE, (art. 477, § 1º, CLT c/c da IN/SNT nº 02/92).
Na hipótese de não haver na localidade nenhum desses órgãos à assistência
será dada pelo Representante do Ministério Público ou, onde houver, pelo Defensor
Público, e, na falta ou impedimento deste, pelo Juiz de Paz.

47
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

1.24.7. Pagamento
Será efetuado em moeda corrente ou cheque visado, ou mediante
comprovação de depósito bancário em conta corrente do empregado, ordem
bancária de pagamento, ou ordem bancária de crédito, desde que o banco esteja
situado na mesma cidade do local de trabalho.
Ao menor ou analfabeto, o pagamento somente poderá ser feito em dinheiro.
Ressalve-se que qualquer desconto no temo de rescisão não poderá exceder o
equivalente a um mês de remuneração do empregado.

1.24.8. Estabilidade
Consiste na garantia de emprego, desde que haja previsão em lei, ou acordo
convenção ou dissídio coletivo da categoria.
Ao empregado detentor de estabilidade veda-se a dispensa arbitrária ou sem justa
causa, adquirida pelo empregado a partir do momento em que seja legalmente
vedada sua dispensa sem justa causa.
São hipóteses de estabilidade provisória:
a) Empregado eleito para cargo de direção de Comissão Internas de
Prevenção de Acidentes (CIPAs), desde o registro de sua candidatura até um ano
após o final do mandato (CF/88 – ADCT, art.10, II, “a”, e CLT, art. 165);
Nota: A justiça do trabalho estende essa garantia também ao suplente da CIPA
(Enunciado do TST nº 339).
b) Empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o
parto (CF/88, ADCT, art. 10, II, “b”);
c) Dirigente Sindical, a partir do registro da candidatura do empregado
sindicalizado a cargo de direção ou representação sindical e se eleito, ainda que
suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos
termos da Lei (CF/88. Art. 8º, VIII e CLT art. 543);

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TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

d) Dos empregados não optantes pelo regime do FGTS que contassem com
10 anos ou mais de serviços na mesma empresa em 05.10.88 (Lei nº 8.036/90, art.
14);
e) Do segurado que sofreu acidente de trabalho pelo prazo de 12 meses,
após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção
de auxílio-acidente (Lei nº 8.213/91, art. 118);
f) Do empregado quando prevista em documento coletivo de trabalho,
regulamento da empresa ou no próprio contrato de trabalho.
g) Membros do Conselho Curador do FGTS enquanto representantes dos
trabalhadores, efetivos e suplentes desde a nomeação até um ano após o término
do mandato (Lei nº 8.036/90, art. 3º, §9º);
h) Membros do Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS, enquanto
representantes dos trabalhadores em atividade, titulares e suplentes desde a
nomeação até um ano após o término do mandato (Lei nº 8213/91, art. 3º, § 7º);
i) Empregados eleitos Diretores de Sociedades Cooperativas, por eles mesmo
criadas mesma garantia do dirigente sindical (Lei Nº 5.764/71, art 55);
j) Membros da Comissão de Conciliação prévia representante do empregados
titulares e suplentes até um ano após o final do mandato (CLT, art.625-B § 1º
acrescido pela Lei nº 9.958/00);
k) Do empregado por motivo de discriminação de sexo, origem, raça, cor,
estada civil, situação familiar, ou idades, ressalvadas as hipóteses de proteção ao
menor (Lei Nº 9.029/95 e CF/88, art. 7º, XXXIII e Emenda Constitucional nº 20/98).

1.25. GUIA DE RECOLHIMENTO DE FGTS E DA CONTRIBUIÇÃO


SOCIAL (GRFC)

1.25.1. Conceito
É um documento destinado ao recolhimento para o FGTS e da Contribuição
Social, nos casos de dispensa sem justa causa, inclusive a indireta, por culpa

49
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

recíproca, por força maior e na rescisão do contrato firmado nos termos da Lei nº
9.601/98.
Notas:
a) As informações prestadas em GRFC devem ser incluídas em GFIP;
b) Deverá ser preenchida uma GRFC para cada rescisão de contrato de
trabalho;
c) É utilizada com data de movimentação a partir de 28/09/01.
Deverão ser informados na GRFC remunerações e recolhimento ao FGTS
referentes ao mês da Rescisão e ao mês imediatamente anterior, quando estes não
tiverem sido recolhidos na GFIP do mês correspondente, o aviso prévio indenizado,
o saldo para fins rescisórios, o valor da multa rescisória e o recolhimento da
Contribuição Social, referentes à rescisão.

1.25.2. Formas
a) GRFC Pré-emitida solicitada a Caixa e emitida em até 5 dias úteis
contados da data do protocolo de solicitação.
b) GRFC adquirida no comércio utilizada quando o empregador não solicita a
préemitida.
A GRFC deverá ser preenchida em 3 vias:
1ª via banco arrecadador;
2ª via empregado;
3ª via empregador/contribuinte.

1.26. SEGURO DESEMPREGO


Tem por objetivo promover assistência financeira temporária ao trabalhador
desempregado em virtude de despedida sem justa causa, e ainda auxiliar o mesmo
na busca de novo emprego, podendo, a esse feito promover a sua reciclagem
profissional.
Será pago na seguinte proporção:
• 3 parcelas para quem comprovar vinculação empregatícia de 6 a 11 meses;

50
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

• 4 parcelas para quem comprovar vinculação empregatícia de 12 a 23


meses;
• 5 parcelas para quem comprovar vinculação empregatícia acima de 24
meses.

51
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

2 ELEMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO

Figura 4 - Elementos De Administração

Fonte: http://www.castanhal.pa.gov.br/imagens/noticias/212g.jpg

2.1. INTRODUÇÃO
a) Política de Segurança
A segurança de Trabalho é parte integrante do processo de produção e um
dos objetivos permanentes de uma empresa. Visa a preservar o seu patrimônio
humano e material, de clientes e de terceiros e a continuidade das atividades em
padrões adequados de produtividade com qualidade de serviço.
Para atender os Diplomas Legais em vigor e considerando ser a Prevenção de
Acidentes a melhor solução, a promoção da saúde e proteção da integridade física
dos trabalhadores no local de trabalho devem ser realizadas, abordando 4 (quatro)
aspectos:
· Qualificação Profissional.
· Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho - SESMT.
· Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA.
· Ordens de Serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho.
52
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

A Qualificação Profissional é o processo mais eficiente para se mudar o


quadro crítico existente no Brasil, quanto ao número de Acidentes do Trabalho.
Um profissional realiza seu trabalho com mais eficiência técnica, aumentando,
com isto, a produtividade e a qualidade do produto e melhor aplicando as normas de
segurança.
Ao se falar em Qualificação Profissional, a principal necessidade brasileira
nesta área, incluem-se todos os níveis dentro de suas respectivas atribuições,
inclusive os de direção.
Ao SESMT, cabe a função de centralizar o planejamento da segurança, em
consonância com a Produção, e descentralizar sua execução.
À CIPA cabe a função, como um órgão interno da Empresa, de ser um
divulgador das normas de segurança e de realizar algumas funções executivas
estabelecidas na legislação em vigor, tais como: elaborar Mapa de Riscos, discutir
acidentes ocorridos, convocar reuniões extraordinárias, etc.
Às Ordens de Serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho, instrumento
determinado em lei desde 1978, cabem universalizar as responsabilidades, não só
sobre segurança e saúde do trabalhador, como também sobre os processos de
execução dos serviços.
As ações para Prevenção de Acidentes e Doenças do Trabalho deverão ter a
participação e o envolvimento de todos os setores da estrutura organizacional e de
seus colaboradores, sendo as responsabilidades compatíveis com os diversos níveis
no organograma funcional da empresa.
A meta do “ACIDENTE ZERO”, apesar de utópica, deverá ser sempre
perseguida.
b) Responsabilidades e Atribuições
1) Gerente de Contrato/Supervisor de Obras
Tem a responsabilidade final pela execução do Contrato/Obra, dentro dos
padrões mínimos de Segurança e Saúde no Trabalho, estabelecidos pela legislação
em vigor.
2) Engenheiros/Gerentes

53
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

São responsáveis pelo planejamento e determinação das Medidas


Preventivas para a execução dos Serviços de acordo com o Programa de Condições
e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT da obra, com o
assessoramento e apoio da equipe especializada.
3) Mestres/Encarregados
São diretamente responsáveis pela orientação e controle das Medidas
Preventivas adotadas pelas equipes sob sua supervisão, devendo participar de
forma ativa, para que os trabalhos sejam desenvolvidos
sem acidentes.
4) Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho - SESMT
São responsáveis pela execução direta do PCMAT estabelecido para a obra,
e pelo assessoramento e apoio à área de produção.
5) CIPA
Têm a responsabilidade de divulgar as Normas de Segurança e Saúde no
Trabalho e propor Medidas Preventivas.
6) Empregados da Obra e de Empreiteiras
Têm o dever de colaborar na aplicação e cumprimento das Normas
Regulamentadoras e das Ordens de Serviço sobre Segurança e Medicina do
Trabalho recebidas.

54
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Figura 5 - Empreitadas

Fonte: http://www.cgtee.gov.br/userfiles/image/00831_450.jpg
2.2. FASES DE PLANEJAMENTO
a) Considerações Gerais
A atual NR-18, publicada pela Portaria no 4, de 04/07/95, trouxe várias
modificações na legislação que estava em vigor, particularmente no que se refere ao
planejamento das Medidas Preventivas a serem estabelecidas para a realização dos
trabalhos na Indústria da Construção.
Juntamente com esta NR, A NR-7 e a NR-9 também determinam Programas
referentes à Saúde Ocupacional e à Prevenção de Riscos Ambientais que, com ela,
se relacionam integralmente.
Por tais razões, os diversos Programas devem ser tratados em conjunto e
devem ser elaborados antes da implantação de um Canteiro de Obras.
Como todo o Planejamento, durante a execução dos serviços projetados,
deve receber modificações, sempre que houver alterações nas Condições e Meio
Ambiente do Trabalho.
b) Comunicação Prévia

55
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Segundo o no 18.2, item 18.2.1, da NR-18, é obrigatória a comunicação à


Delegacia Regional do Trabalho, antes do início da implantação do Canteiro de
Obras, das seguintes informações:
1. Endereço completo da obra.
2. Endereço completo e qualificação (CEI, CGC ou CPF) do contratante,
empregador ou condomínio.
3. Tipo da Obra.
4. Datas previstas para o início e a conclusão da obra.
5. Número máximo previsto de trabalhadores na obra.
OBS.: O número máximo de trabalhadores inclui os subempreiteiros com previsão
de utilização nos serviços.
c) Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da
Construção - PCMAT
Segundo no 18.3, da NR-18, são obrigatórios a elaboração e o cumprimento
do PCMAT, nos estabelecimentos com 20 (vinte) trabalhadores ou mais,
contemplando os aspectos constantes na Norma e outros dispositivos
complementares de segurança.
Além disso, ele deve contemplar as exigências contidas na NR-9 – Programa
de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.
O PCMAT deve ser mantido no estabelecimento, à disposição do Órgão
Regional do Ministério do Trabalho – MTb.
Este Programa deve ser elaborado e executado por profissional legalmente
habilitado na Área de Segurança do Trabalho e sua implementação é de
responsabilidade do empregador ou condomínio. O item 18.3.4 da Norma relaciona
os documentos que integram o Programa e o Anexo A apresenta um Exemplo, com
a mecânica adotada para a sua elaboração.
d) Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA
Segundo o no 9.1, item 9.1.1, da NR-9, fica estabelecida a obrigatoriedade da
elaboração e implementação, por parte de todos os empregados e instituições que
admitam trabalhadores como empregados, do PPRA, visando à preservação da
saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento,
56
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou


que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do
meio ambiente e dos recursos naturais.
O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas neste campo,
devendo estar articulado com o disposto nos demais NR, em especial com o
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, previsto na NR-7.
A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA
poderão ser feitas pelo SESMT, ou por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério
do empregador, sejam capazes de desenvolver o disposto nesta norma.
Cabe ao Empregador, estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento
do PPRA, como atividade permanente da empresa ou instituição.
Cabe aos Trabalhadores:
1) Colaborar e participar na implantação e execução do PPRA.
2) Seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos pelo PPRA.
3) Informar ao seu superior hierárquico direto as ocorrências que, a seu
julgamento, possam implicar em riscos à saúde dos trabalhadores.
e) Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO
Segundo o no 7.1, item 7.1.1, da NR-7, ficam estabelecidas a obrigatoriedade
e a implementação, por parte de todos os empregados e instituições que admitam
trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional – PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do
conjunto dos seus trabalhadores.
Caberá à empresa contratante de mão-de-obra prestadora de serviços
informar à empresa contratada os riscos existentes e auxiliar na elaboração e
implementação do seu PCMSO, nos locais de trabalho onde os serviços estão
sendo prestados.
O PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da
empresa, no campo da saúde dos trabalhadores, devendo estar articulado com o
disposto nas demais NR.
Compete ao empregador:

57
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

1) Garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como


zelar pela sua eficácia.
2) Custear, sem ônus para o empregado, todos os procedimentos
relacionados ao PCMSO.
3) Indicar, dentre os médicos do SESMT da empresa, um coordenador
responsável pela execução do PCMSO.
4) No caso de a empresa estar desobrigada de manter Médico do Trabalho,
de acordo com a NR-4, deverá o empregador indicar Médico do Trabalho,
empregado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO.
5) Inexistindo Médico do Trabalho na localidade, o empregador poderá
contratar Médico de outra especialidade para coordenar o PCMSO.
Todo estabelecimento deverá estar equipado com material necessário à
prestação de Primeiros Socorros, considerando-se as características da atividade
desenvolvida, e deverá mantê-lo guardado no local adequado e aos cuidados de
pessoa treinada para este fim.
O Anexo C apresenta um Exemplo, com a mecânica adotada para a sua
elaboração.
f) Estudo Preliminar do Canteiro de Obras
No estudo preliminar do Canteiro de Obras, ainda na fase de planejamento,
diversos itens de vital importância devem ser considerados. Entre eles:
1) Ligações de água, energia elétrica, esgoto e telefone, devendo ser
solicitadas, junto às respectivas Concessionárias, as informações necessárias.
2) Localização e dimensionamento, em função do volume da Obra, de áreas
para armazenamento de materiais a granel (areia, brita, etc.).
3) Localização e dimensionamento, em função do efeito máximo previsto para
a Obra, das Áreas de Vivência, com as seguintes instalações:
· Sanitários.
· Vestiários.
· Alojamento.
· Local de Refeições.
· Cozinha (quando for previsto o preparo de refeições).
58
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

· Lavanderia.
· Área de Lazer.
· Ambulatório, quando se tratar de frentes de trabalho com 50 (cinqüenta) ou
mais trabalhadores.
4) Localização e dimensionamento das centrais de:
· Massa (betoneira).
· Minicentral de concreto, quando houver.
· Armação de Ferro.
· Serra Circular.
· Armação de forma.
· Pré-montagem de Instalações.
· Soldagem e Corte a Quente.
· Outras.
5) Localização e dimensionamento dos Equipamentos de Transporte de
Materiais e Pessoas:
· Grua.
· Elevador de Transporte de Materiais (Prancha).
· Elevador de Passageiros (Gaiola).
6) tapumes ou barreiras para impedir o acesso de pessoas estranhas aos
serviços.
7) Verificação das diversas interferências com a comunidade e vice-versa.
8) Análise cronológica da instalação do Canteiro e das atividades de
Máquinas e Equipamentos fixos, para determinar, com antecedência, sua disposição
e construção.

2.3. FASE DE IMPLANTAÇÃO


a) Considerações Gerais
Na implantação de um Canteiro de Obras, deve-se procurar evitar, ao
máximo, o deslocamento das instalações durante a execução do projeto, evitando
desperdício de material e mão-de-obra.

59
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Em terrenos de área reduzida, particularmente nos grandes centros urbanos,


é muitas vezes necessária a implantação de um Canteiro de Obras inicial, com
muitas deficiências e pouco conforto para os trabalhadores.
Nestes casos, somente após a desforma de duas ou três lajes, poderá a
administração da obra implantar um canteiro em condições satisfatórias.
b) Áreas de Vivência
O Canteiro de Obras deve dispor de:
1) Instalações Sanitárias
As instalações sanitárias devem:
a) Ter portas de acesso que impeçam o seu devassamento e ser construídas
de modo a manter o resguardo conveniente.
b) Estar situadas em locais de fácil e seguro acesso e no máximo a 150m
(cento e cinqüenta metros) de distância do posto de trabalho.
c) Ser constituídas de:
· Um conjunto composto de lavatório, vaso sanitário e mictório, para cada
grupo de 20 (vinte) trabalhadores ou fração.
· Um chuveiro, para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração.
A fim de estimar a área necessária para as instalações sanitárias, devem ser
considerados:
· Número máximo de trabalhadores na obra.
· Para cada vaso sanitário: 1,00m2.
· Para cada chuveiro: 0,80m2.
· Para lavatório, espaçamento: 0,60m2.
· Para mictório, espaçamento: 0,60m2.
2) Vestiário
Todo Canteiro de Obras deve possuir vestiário para troca de roupa dos
trabalhadores que não residam no local.
Os vestiários devem:
· Ter armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado.
· Ter bancos, com largura mínima de 0,30cm (trinta centímetros).
3) Alojamento
60
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

O alojamento do Canteiro de Obras deve:


· Ter área mínima de 3,00m2 (três metros quadrados) por módulo
cama/armário, incluindo a circulação.
· Ter no máximo duas camas na vertical (beliche).
· Ter lençol, fronha e travesseiro por cama, em condições adequadas de
higiene, e cobertor, quando as condições climáticas o exigirem.
· Ter armários duplos, individuais.
É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca no alojamento,
na proporção de 1 (um) bebedouro para cada grupo de 25 (vinte e cinco)
trabalhadores ou fração.
4) Local para as refeições
É obrigatória a existência de local adequado para as refeições, que deve:
· Ter capacidade para garantir o atendimento de todos os trabalhadores no
horário das refeições e com assentos em número suficiente para atender os
usuários.
· Ter lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior.
Independentemente do número de trabalhadores e da existência ou não da
cozinha, deve haver local exclusivo para o aquecimento das refeições.
5) Cozinha, (quando houver preparo de refeições)
Quando houver Cozinha no Canteiro de Obras, ela deve:
· Ter pia para lavar os alimentos e utensílios.
· Possuir instalações sanitárias, que com ela não se comuniquem, de uso
exclusivo dos encarregados de manipular gêneros alimentícios, refeições e
utensílios.
· Possuir equipamentos de refrigeração, para preservação dos alimentos.
6) Lavanderia
Deve haver um local próprio, coberto, ventilado e iluminado, para que o
trabalhador alojado possa lavar, secar e passar suas roupas de uso pessoal. Este
local deve ter tanques individuais ou coletivos em número adequado.
7) Área de Lazer

61
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Devem ser previstos locais para recreação dos trabalhadores alojados,


podendo ser usado o local de refeições para este fim.
8) Ambulatório
As frentes de trabalho com 50 (cinqüenta) ou mais trabalhadores devem ter
um ambulatório.
Neste ambulatório, deve haver o material necessário à prestação de Primeiros
Socorros, conforme as características da atividade desenvolvida. Este material deve
ser mantido guardado e aos cuidados de pessoa treinada para esse fim.
9) Disposições Finais
Nas áreas de Vivência dotadas de alojamento, deve ser solicitada à
Concessionária local a instalação de um telefone comunitário ou público. É
obrigatório o fornecimento gratuito, pelo empregador, de vestimenta de trabalho e
sua reposição, quando danificada.
c) Escritórios e Depósitos
O escritório é uma construção, normalmente de madeira, cujo acabamento é
feito com maior ou menor esmero, conforme a previsão do prazo de funcionamento
no local ou das características da obra. Compõem-se, geralmente, de dependências
para os seguintes elementos da Administração da Obra:
1) Engenharia (Gerentes e Engenheiros).
2) Estagiários e Técnicos.
3) Mestre-de-obras.
4) Encarregado de Escritório e Auxiliares.
5) Segurança do Trabalho.
6) Ambulatório.
7) Sanitários.
8) Encarregados.
É comum prever-se uma sala de reuniões, destinada a estudar o
planejamento e a coordenador os serviços, além de controlar sua execução e
desenvolvimento. De preferência, os escritórios do Engenheiro e Mestre-de-Obras
devem ter visão para o Canteiro de Obras. Na sala do Encarregado de Escritório,

62
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

deve ficar uma relação de telefones de emergência, e no caso de a Obra não


comportar enfermaria, ficar também um estojo de Primeiros Socorros.
A sala da Segurança do Trabalho deve atender também aos elementos de
apoio da Obra, tais como: Assistente Social do Trabalho, Psicóloga do Trabalho,
Nutricionista, etc.
d) Portaria
A Portaria da Obra deve ficar junto à porta de acesso do pessoal e ser
suficientemente ampla para manter um estoque de EPI, a ser fornecido aos
visitantes. A guarita deve ser localizada de modo que o vigia possa controlar os
acessos da Obra.
O Encarregado ou Chefe da Portaria, além de anotar o nome e a identidade
dos visitantes, não deve permitir a sua entrada na Obra, sem os Equipamentos de
Proteção Individuais determinados pelas normas da empresa, e deve consultar a
administração ou gerência da Obra, para autorização do acesso aos visitantes.
e) Almoxarifado
O almoxarifado deve ser construído, de preferência, separado dos escritórios,
porém nas suas proximidades e mantido limpo e arrumado. Deve também ficar
próximo das entradas e ser localizado de modo a permitir uma fácil distribuição dos
materiais pelo canteiro.
Os depósitos são locais destinados a estocagem de materiais volumosos ou
de uso corrente, podendo ser a céu aberto ou cercados, para possibilitar o controle.

2.4. FASE DE FUNCIONAMENTO


a) Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho – SESMT
1) Generalidades
O SESMT é o órgão mais adequado para planejar, elaborar e coordenar a
execução das Medidas Preventivas numa Obra, sempre em íntima ligação com a
Produção.
Cabe ao SESMT, selecionar as Medidas de Segurança mais eficientes,

63
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

não só para a preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores como


também para facilitar os objetivos da Produção.
Conforme a NR-4, o SESMT deve ser instalado e mantido, obrigatoriamente,
por todas as empresas privadas e públicas, que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, com a finalidade de promover a saúde e
proteger a integridade dos trabalhadores no local de trabalho.
2) Dimensionamento do SESMT
O dimensionamento do SESMT vincula-se à gradação do risco da atividade
principal e ao número total de empregados do estabelecimento, constante dos
Quadros I e II, anexos à NR-4.
Conforme a Portaria no 01, de 12/05/95, a Indústria da Construção passou a
fazer parte do Grupo de Grau de Risco 4, com alguns serviços, de menor porte,
fazendo parte do Grupo de Grau de Risco 3. No entanto, a vigência da Portaria vem
sendo prorrogada continuamente, enquanto se analisam os parâmetros a serem
adotados para a classificação definitiva.
Considerando esta indefinição, apresentamos, a seguir, o Dimensionamento
do SESMT para Graus de Risco 3 e 4 e a Classificação Nacional de Atividades
Econômicas do Quadro I da NR-4, que ainda não está em vigor.
F CONSTRUÇÃO
45 Construção
45.1 Preparação do Terreno
45.11-0 demolição e preparação do terreno 4
45.12-8 perfurações e execução de fundações destinados a construção civil 4
45.13-6 grandes movimentações de terra 4
45.2 Construção de Edifícios e Obras de Engenharia Civil
45.21-7 edificações (residenciais, industriais, comerciais e de serviços) – inclusive
ampliação e reformas completas 4
45.22-5 obras viárias - inclusive manutenção 4
45.23-3 grandes estruturas e obras de arte 4
45.24-1 obras de urbanização e paisagismo 3
45.25-0 montagens industriais 4
64
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

45.29-2 obras de outros tipos 3


45.3 Obras de Infra-estrutura para Engenharia Elétrica, Eletrônica e Engenharia
Ambiental
45.31-4 construção de barragens e represas para geração de energia elétrica 4
45.32-2 construção de estações e redes de distribuição de energia elétrica 4
45.33-0 construção de estações e redes de telefonia e comunicação 4
45.34-9 construção de obras de prevenção e recuperação do meio ambiente 3
45.4 Obras de Instalações
45.41-1 instalações elétricas 3
45.42-0 instalações de sistemas de ar condicionado, de ventilação e refrigeração 3
45.43-8 instalações hidráulicas, sanitárias, de gás, de sistema de prevenção contra
incêndio, de
pára-raios, de segurança e alarme 3
45.49-7 outras obras de instalações 3
45.5 Obras de Acabamento e Serviços Auxiliares da Construção
45.51-9 alvenaria e reboco 3
45.52-7 impermeabilização e serviços de pintura em geral 3
45.59-4 outros serviços auxiliares da construção 3
45.6 Aluguel de Equipamentos de Construção de Demolição com Operários
45.60-8 aluguel de equipamentos de construção e demolição com operários 4

65
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Tabela 8 - Grau De Risco

Fonte: http://www.segurancaetrabalho.com.br/download/canteiro-sobes.pdf

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA


1) Generalidades
Conforme a NR-5, a CIPA tem como objetivo observar as condições de risco
nos ambientes de trabalho e solicitar medidas para reduzir até eliminar os riscos
existentes e/ou neutralizar os mesmos, discutir os acidentes ocorridos, encaminhado
ao SESMT e ao empregador o resultado da discussão, solicitando medidas que
previnam acidentes semelhantes e ainda, orientar os demais trabalhadores quanto à
Prevenção de Acidentes.
2) Composição
A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados,
de acordo com as proporções mínimas estabelecidas no Quadro I da NR-5 ou com
aquelas estipuladas na NR-18.

66
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Haverá na CIPA tantos suplentes quantos forem os representantes titulares.


3) Dimensionamento
O dimensionamento da CIPA vincula-se à gradação de risco da atividade
principal e ao número total de empregados do estabelecimento, constantes do
Quadro I, anexo à NR-5.
Pelas mesmas razões do SESMT, apresentamos, a seguir, o
dimensionamento da CIPA para Graus de Risco 3 e 4.
A Indústria da Construção, por ser atípica, tem uma norma específica, que é a NR-
18, que apresenta alguns parâmetros diferentes quanto à sua composição e ao seu
dimensionamento, os quais devem ser considerados.
A NR-5 traz informações completas sobre Eleição, Registro, Curso para
Componentes de CIPA e detalhes para o seu funcionamento, bem como modelo dos
documentos a serem elaborados, que permitem à Produção implantar uma CIPA,
mesmo sem ter Profissional da Área de Segurança do Trabalho em seu quadro de
efetivo.
c) Mapa de Riscos
O Mapa de Riscos é uma atribuição da CIPA, determinada pela NR-5, e tem
como objetivos:
1) Reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da
situação de Segurança e Saúde no Trabalho da empresa.
2) Possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e a divulgação de
informações entre os trabalhadores, bem como estimular sua participação nas
atividades de prevenção.
Após discutido e aprovado pela CIPA, o Mapa de Riscos, completo ou
setorial, deverá ser afixado em cada local analisado, de forma claramente visível e
de fácil acesso para os trabalhadores.
No caso das empresas da Indústria da Construção, o Mapa de Riscos do
estabelecimento deverá ser realizado por etapa de execução dos serviços, devendo
ser revisto sempre que um fato novo e superveniente modificar a situação de riscos
estabelecida.
d) Ordens de Serviços sobre Segurança e Medicina do Trabalho
67
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

A Ordem de Serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho, com a


finalidade de definir as responsabilidades do trabalhador, não só quanto à
Segurança e Saúde no Trabalho como também sobre os processos utilizados na
execução dos serviços, deve ser explicada e entregue por ocasião do Treinamento
Admissional.
Deverá ser feita em 2 (duas) vias e, após assinadas pelo trabalhador,
organizar-se um arquivo com a 2a via, pois somente a sua assinatura na Ordem de
Serviço comprova realmente que teve o conhecimento devido.
1) Fundamentação Legal
A norma Regulamentadora NR-1 – Disposições Gerais, instituída pela
Portaria no 3.214/78, do Ministério do Trabalho, determina:
Item 1.7 – Cabe ao Empregador:
a) Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre
Segurança e Medicina do Trabalho.
b) Elaborar Ordens de Serviços sobre Segurança e Medicina do Trabalho,
dando ciência aos empregados, com os seguintes objetivos:
· Prevenir Atos Inseguros no desempenho do Trabalho.
· Divulgar as obrigações e proibições que os empregados devem conhecer e
cumprir.
· Dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição pelo
descumprimento das Ordens de Serviço expedidas.
· Determinar os procedimentos que deverão ser adotados em casos de
Acidentes e Doenças do Trabalho.
· Adotar medidas determinadas pelo MTb.
· Adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as
Condições Ambientais de Insegurança do Trabalho.
Item 1.8 – Cabe ao Empregado:
a) Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre Segurança e Saúde
no Trabalho, inclusive as Ordens de Serviço expedidas pelo Empregador.
b) Usar o EPI fornecido pelo Empregador.

68
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

c) Submeter-se aos Exames Médicos previstos nas Normas


Regulamentadoras – NR.
d) Colaborar com a Empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras –
NR.
1.8.1. – Constitui Ato Faltoso e recusa injustificada do Empregado ao cumprimento
do disposto no item anterior.
2) Coletânea de Ordens de Serviço
As Ordens de Serviço são de dois tipos:
· Por atividade Específica do Trabalhador.
· De Forma Genérica.
e) Movimentação e Transporte de Materiais e Pessoas
Todos os Equipamentos de Movimentação e Transporte de Materiais e
Pessoas só devem ser operados por trabalhador qualificado, o qual deverá ter
sua função anotada em Carteira de Trabalho.
1) Torres de Elevador (Prancha)
A base onde se instala a torre e o guincho deve ser única, de concreto,
nivelada e rígida.
2) Elevadores de Transporte de Materiais (Gaiola)
Quando houver irregularidades no elevador de transporte de materiais, quanto
ao seu funcionamento e manutenção, estas deverão ser anotadas pelo operador em
livro próprio e comunicadas, por escrito, ao responsável da obra.
3) Elevadores de Passageiros
O elevador de passageiros deve ser instalado, a partir da 7a laje dos edifícios
em construção com 10 (dez) ou mais pavimentos, ou altura equivalente, cujo
canteiro possua, pelo menos, 40 (quarenta) trabalhadores (Período de validade
deste item: até 07/99).
A partir de 07/99, o elevador de passageiros deve ser instalado a partir da 7a
laje dos edifícios em construção com 08 (oito) ou mais pavimentos, ou altura
equivalente, cujo Canteiro de Obra possua, pelo menos, 30 (trinta) trabalhadores.
O elevador de passageiros deve ter um livro de inspeção, no qual o
operador deverá anotar, diariamente, as condições de seu funcionamento e
69
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

manutenção. Este livro deve ser visto e assinado, semanalmente, pelo


responsável da obra.
f) Máquinas, Equipamentos e Ferramentas Diversas
A operação de máquinas e equipamentos, que exponham o operador ou
terceiros a riscos, só pode ser feita por trabalhador qualificado e identificado por
crachá.
As máquinas, equipamentos e ferramentas diversas devem ser submetidas à
inspeção e manutenção, de acordo com as normas técnicas oficiais vigentes,
dispensando-se especial atenção a freios, mecanismos de direção, cabos de tração
e suspensão, sistema elétrico e outros dispositivos de segurança.
As inspeções de máquinas e equipamentos devem ser registradas em
documento específico (Livro), constando as datas e falhas observadas, as
medidas corretivas adotadas e a indicação da pessoa, técnico ou empresa habilitada
que as realizou.
Os motoristas das máquinas autopropulsadas, tais como: tratores, aparelhos
automotores para executar trabalhos de construção ou de pavimentação, devem
atender à Resolução no 683 do CONTRAN e ao Código Nacional de Trânsito – CNT,
particularmente nos seguintes artigos:
Art. 63: “Os aparelhos automotores, destinados a puxar ou arrastar
maquinaria de qualquer natureza ou a executar trabalhos agrícolas e de
construção ou de pavimentação, ficam sujeitos, desde que lhes seja facultado
transitar em vias terrestres, ao licenciamento na repartição competente, devendo
receber, nesse caso, numeração especial”.
Art. 80: “Ao condutor de tratores, máquinas agrícolas e dos veículos
mencionados no Art. 63, será exigido documento de habilitação quando transitar
pelas vias terrestres”.
O item 18.37.5, da NR-18, define trabalhador qualificado, como tendo:
1) Capacitação mediante treinamento na Empresa.
2) Capacitação mediante curso ministrado por Instituições Privadas ou
Públicas, desde que conduzido por profissionais habilitados.

70
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

3) Experiência comprovada em Carteira de Trabalho, de pelo menos 6 (seis)


meses na função.
O mesmo item da NR-18 define trabalhador habilitado, como tendo:
1) Capacitação, mediante curso específico do sistema oficial de ensino.
2) Capacitação, mediante curso especializado ministrado por Centros de
Treinamento e reconhecidos pelo sistema oficial de ensino.
g) Transporte de Trabalhadores em Veículos Automotores Conforme o no
18.25, da NR-18, o transporte de trabalhadores em veículos automotores, dentro ou
fora do Canteiro de Obras, além de observar as normas de segurança vigentes,
deve ser feito através de meios de transporte normalizados pelas entidades
competentes e adequados às características do percurso.
A utilização de veículos a título precário, para este transporte, somente é
permitida em vias que não apresentem condições de tráfego para ônibus, deve ter
autorização prévia da autoridade competente e, mesmo assim, as condições
mínimas de segurança contidas no item 18.25.5, da mesma Norma.
Os acidentes com veículos utilizados para transporte de pessoas (de
propriedade da empresa, alugados a terceiros ou contratados) podem ter
conseqüências bastante graves, inclusive quanto à responsabilidade civil e criminal.
Por este motivo, além do cumprimento das normas citadas, a empresa deverá
manter controle dos seguintes pontos:
1) Habilitação do condutor para a categoria do veículo e prazo de validade da
sua documentação.
2) Verificação periódica dos itens básicos de segurança do veículo.
h) Proteção Contra Incêndio
O Sistema de Proteção Contra Incêndio é basicamente estabelecido com o
emprego de extintores portáteis e treinamento dos trabalhadores, quanto ao aspecto
comportamental.
A distribuição dos extintores portáteis deve ser definida a partir do “Layout” do
Canteiro de Obras.

71
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Os Canteiros de Obras devem ter equipes de operários organizadas e


especialmente treinadas no correto manejo do material disponível para o primeiro
combate ao fogo.
Todos os trabalhadores devem ser informados sobre os procedimentos a
serem adotados no caso de incêndio.
A seguir, apresentamos uma sugestão de Quadro de Extintores para Canteiro
de Obras.
Tabela 9 - Instalação Provisória

Fonte: http://www.segurancaetrabalho.com.br/download/canteiro-sobes.pdf

Sinalização de Segurança O Canteiro de Obras deve ser sinalizado com os


objetivos constantes no item no 18.27.1, sendo obrigatório o uso de colete ou tiras
refletivas, quando o trabalhador estiver a serviço em vias públicas.

72
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

A sinalização em vias públicas deve atender às determinações do órgão


competente. O Código Nacional de Trânsito, Lei Federal que legisla sobre o trânsito,
diz em seu artigo no 30: “Qualquer obstáculo à circulação e à segurança de
veículos e pedestres, tanto no leito da via terrestre, como nas calçadas, deve ser
imediata e devidamente sinalizado.
§ 1o – Fica responsável pela sinalização exigida neste artigo, a entidade que
executar a obra ou com jurisdição sobre a via pública, salvo nos casos fortuitos.
§ 2o – Toda e qualquer obra a ser executada na via terrestre, desde que
possa perturbar ou interromper o livre trânsito ou que ofereça perigo à segurança
pública, não pode ser iniciada sem entendimento prévio com a autoridade de
trânsito.
A Resolução 561/80 – Sinalização Complementar de Obras nas Vias Públicas
– consolida as Resoluções 402/68 e 482/74, determina as medidas a serem
adotadas e seus anexos trazem os desenhos técnicos da sinalização a ser instalada.
Apresentamos, no Anexo F, cópia dos respectivos anexos.
Além da Legislação Federal, deverão ser atendidas as Legislações Estadual e
Municipal, que com ela não conflitem.
j) Treinamento
Todos os empregados devem receber Treinamento Admissional e Periódico,
visando a garantir a execução de suas atividades com segurança.
O Treinamento Admissional deve ter carga horária mínima de 06 (seis) horas,
ser ministrado no horário de trabalho, antes de o trabalhador iniciar suas atividades.
Os assuntos a serem ministrados estão no item 18.28.2, da NR-18. Ao final do
Treinamento Admissional, os empregados devem receber as Ordens de Serviço
sobre Segurança e Medicina do Trabalho e os EPI necessários às suas atividades e
assinarem os Termos de Responsabilidade.
O Treinamento Periódico deve ser ministrado sempre que se tornar
necessário e ao início de cada fase da obra.
l) Acidente Fatal
Em caso de acidente fatal, é obrigatória a adoção das seguintes medidas:

73
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

1) Comunicação imediata à Autoridade Policial competente e ao Órgão


Regional do Ministério do Trabalho.
2) Isolamento do local relacionado como acidente, mantendo suas
características até sua liberação pela Autoridade Policial competente e pelo Órgão
Regional do Ministério do Trabalho.
O Órgão Regional do Ministério do Trabalho tem um prazo de 72(setenta e
duas) horas para fazer a investigação, findas as quais o isolamento da área pode ser
suspenso.
m) Higienização do Canteiro
A fim de manter o Canteiro de Obras em condições de higiene, para maior
conforto dos trabalhadores, deverá ser feito contrato com Empresa especializada em
dedetização, desinsetização e desratização.
Além disso, deverá ser feito contato com a Concessionária de Limpeza
Urbana, a fim de formalizar a coleta periódica de lixo.
n) Equipamento de Proteção Individual e Coletiva – EPI e EPC
Os cintos de segurança devem ser do tipo pára-quedista, exceto em serviços
de eletricidade e em situações que funcionem como limitadores de movimento,
quando podem ser usados os tipos abdominais.
Todo EPI a ser utilizado deve possuir o Certificado de Aprovação – CA,
emitido pelo Ministério do Trabalho.
Os detalhes do uso de EPI constam da NR-6.
Os EPC devem ser construídos com material de qualidade e instalados nos
locais necessários tão logo sejam detectados os riscos.
o) Dados Estatísticos – Anexo G
O empregador deve encaminhar à FUNDACENTRO, por meio do serviço de
postagem, a Ficha de Acidente do Trabalho, Apêndice I da NR-18, até 10 (dez) dias
após o acidente. (Acidente Fatal, Acidente com afastamento e Acidente sem
afastamento).
Da mesma forma deve remeter o Resumo Estatístico Anual, Apêndice II da
NR-18, até o último dia útil do mês de fevereiro do ano subseqüente. As cópias dos

74
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Anexos, bem como o protocolo de encaminhamento, devem ser mantidos na


Empresa, por um período de 3 (três) anos, para fins de fiscalização.

2.5. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES


a) Contratação de Serviços Prestados
A contratação de subempreiteiras, prática comum e indispensável à Indústria
da Construção, não exime a Contratante de suas responsabilidades na aplicação
das Normas Regulamentadoras, conforme o item no 1.6.1, da NR-1 – Disposições
Gerais, que diz:
“Sempre que uma ou mais empresa, tendo embora cada uma delas
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou
administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de
qualquer outra atividade econômica, serão para efeito de aplicação das
Normas Regulamentadoras – NR, solidariamente responsáveis a empresa
principal e cada uma de suas subordinadas”.
Assim, Cláusulas relativas à Segurança e Saúde no Trabalho devem ser
inseridas no instrumento contratual de prestação de serviços, com a finalidade de
definir direitos e deveres das partes, assegurando à Empresa Contratante meios
para resguardar suas responsabilidades.
As cláusulas seguintes podem, entre outras, ser inseridas nos Contratos de
Prestação de Serviços:
A CONTRATADA assume inteira responsabilidade pela execução dos
serviços subempreitados, em conformidade com a legislação vigente de Segurança
e Saúde no Trabalho, em particular as Normas Regulamentadoras do Ministério do
Trabalho, instituídas pela Portaria no 3.214/78 e suas alterações posteriores.
A CONTRATADA se obriga a fornecer a seus empregados todos os
Equipamentos de Proteção Individual necessários à realização dos serviços
contratados e tornar seu uso obrigatório pelos mesmos.
A CONTRATADA se obriga a manter na Obra pessoal especializado em
Segurança e Saúde no Trabalho, sempre que for exigido pela Norma

75
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Regulamentadora NR-4, em função de seu efetivo no local e do grau de risco da


atividade.
A CONTRATANTE se reserva o direito de fazer exigências com respeito à
Segurança e Saúde no Trabalho, sempre que julgar necessário para a proteção de
pessoas ou equipamentos.
A CONTRATANTE poderá determinar, a seu critério, suspensão dos serviços
nos quais se evidenciem riscos iminentes à Segurança de pessoas ou de
equipamentos, mesmo que sejam da própria CONTRATADA ou de terceiros.
b) Fiscalização
Por ocasião de qualquer fiscalização feita pelo Ministério do Trabalho, seus
agentes devem ser acompanhados na vistoria por Profissional da Área de
Segurança e Saúde no Trabalho ou, na sua ausência, pelo responsável da obra.
c) Arquivamento de Documentação
Os documentos e registros de interesse para o controle da Segurança do
Trabalho devem ser classificados e organizados em pastas, na seqüência
cronológica, de modo a permitir a rápida recuperação de dados para referência,
controle ou para comprovação em caso de fiscalização do Ministério do Trabalho.
1) Documentação de Valor Oficial
Estes documentos deverão ser conservados no setor competente e
transferidos para o arquivo geral, ao término da obra, para guarda permanente ou
temporária, conforme a tabela de temporalidade de documentos:
a) Documentação Referente a Acidentes do Trabalho:
· Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT.
· Ficha de Análise de Acidente.
· Ficha de Acidente do Trabalho.
· Resumo Estatístico Anual.
b) Documentação Referente a Acidentes Graves:
Dossiê contendo: Relatório do Acidente, Registro de Ocorrência, Laudo
Pericial, Boletim de Registro de Acidentes de Trânsito e demais documentos
relativos ao caso.
c) Documentação Referente à CIPA:
76
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

· Livro de Atas da CIPA.


· Formulário Estatístico Trimestral.
· Ficha de Análise de Acidente.
· Folha de Votação da Eleição.
· Correspondência à DRT, relativa ao registro, renovação e baixa
de registro da CIPA.
d) Documentação Referente à Fiscalização do MTb:
· Comunicação Prévia.
· Livro de Inspeção.
· PPRA.
· PCMAT.
· PCMSO.
· Atestado de Saúde Ocupacional (manter anexado à Ficha de Registro de
Empregado).
· Termo de Notificação e/ou Autuação.
e) Documentação Referente a Serviço de Mergulhadores (quando houver):
· Cópia da Ficha de Empresa de Mergulho.
· Cópia do Certificado de Segurança de Sistema de Mergulho.
· Registro de Operação de Mergulho - ROM.
· Laudos de exames médicos de mergulhadores.
2) Documentação para Controle Interno
Estes documentos deverão ser conservados no setor competente durante a
execução da Obra, podendo ser eliminados quando de seu término, se não houver
interesse específico em mantê-los.
a) Documentação Referente à Contratante:
· Manuais ou Normas de Segurança da Contratante.
· Formulários de Comunicação de Acidentes e de Estatística de Acidentes.
· Atas de reunião e correspondência obra X cliente, sobre assuntos de
Segurança e Medicina do Trabalho.
b) Documentação Referente ao Programa de Segurança:

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TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

· Manual de Procedimentos para Implantação e Funcionamento de Canteiro


de Obras.
· Procedimentos de Segurança.
· Listas de Verificação.
· Relatórios de Auditoria.
· Resumo Estatístico de Acidentes.
· Circulares Normativas.
· Ordens de Serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho.
· Termo de Responsabilidade de EPI.
· Termo de Treinamento Admissional.
· Correspondência sede X obra e obra X subempreiteiros, sobre assuntos de
Segurança e Medicina do Trabalho.
d) Diversos
É obrigatório o fornecimento gratuito, pelo empregador, de vestimenta de
trabalho, e sua reposição, quando danificada.
Aplicam-se à Indústria da Construção, nos casos omissos, as disposições
constantes nas demais Normas Regulamentadoras, da Portaria no 3.214/78 e suas
alterações posteriores.

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TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

3 HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO

Figura 6 - Higiene e Segurança Do Trabalho

Fonte: http://imagenes.acambiode.com/img-bbdd/trab.gif

3.1. FUNDAMENTOS DA HIGIENE E SEGURANÇA INTRODUÇÃO


A indústria sempre teve associada a vertente humana, nem sempre tratada
como sua componente preponderante.
Até meados do século 20, as condições de trabalho nunca foram levadas em
conta, sendo sim importante a produtividade, mesmo que tal implicasse riscos de
doença ou mesmo à morte dos trabalhadores. Para tal contribuíam dois fatores, uma
mentalidade em que o valor da vida humana era pouco mais que desprezível e uma
total ausência por parte dos Estados de leis que protegessem o trabalhador.
Apenas a partir da década de 50 / 60, surgem as primeiras tentativas sérias
de integrar os trabalhadores em atividades devidamente adequadas às suas
capacidades. Atualmente em Portugal existe legislação que permite uma proteção
eficaz de quem integra atividades industriais, ou outras, devendo a sua aplicação ser
entendida como o melhor meio de beneficiar simultaneamente as Empresas e os
Trabalhadores na salvaguarda dos aspectos relacionados com as condições
ambientais e de segurança de cada posto de trabalho.
Na atualidade, em que certificações de Sistemas de Garantia da Qualidade e
Ambientais ganham tanta importância, as medidas relativas à Higiene e Segurança

79
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

no Trabalho tardam em ser implementados pelo que o despertar de consciências é


fundamental.
É precisamente este o objetivo principal deste curso, o de SENSIBILIZAR
para as questões da Higiene e Segurança no Trabalho.

Figura 7 - Capacete, Óculos, Mascara e Colete

Fonte: http://www.ucs.pt/img/img89.jpg

3.2. DEFINIÇÕES
A higiene e a segurança são duas atividades que estão intimamente
relacionadas com o objetivo de garantir condições de trabalho capazes de manter
um nível de saúde dos colaboradores e trabalhadores de uma Empresa.
Segundo a O.M.S. - Organização Mundial de Saúde, a verificação de
condições de Higiene e Segurança consiste "num estado de bem-estar físico, mental
e social e não somente a ausência de doença e enfermidade”.
A higiene do trabalho propõe-se combater, dum ponto de vista não médico,
as doenças profissionais, identificando os fatores que podem afetar o ambiente do
trabalho e o trabalhador, visando eliminar ou reduzir os riscos profissionais
(condições inseguras de trabalho que podem afetar a saúde, segurança e bem estar
do trabalhador).
A segurança do trabalho propõe-se combater, também dum ponto de vista
não médico, os acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras do
ambiente, quer educando os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas.

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TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Para além disso, as condições de segurança, higiene e saúde no trabalho


constituem o fundamento material de qualquer programa de prevenção de riscos
profissionais e contribuem, na empresa, para o aumento da
• Segurança; Estudo, avaliação e controlo dos riscos de operação
• Higiene; Identificar e controlar as condições de trabalho que possam
prejudicar a saúde do trabalhador
• Doença Profissional; Doença em que o trabalho é determinante para o seu
aparecimento. Competitividade com diminuição da sinistralidade.

Figura 8 - Placas

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TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Fonte: http://teresopolis.olx.com.br/seguranca-do-trabalho-a-maior-colecao-a-venda-
na-internet-iid-38903393

3.3. ACIDENTES DE TRABALHO


O que é ACIDENTE? Se procurarmos num dicionário poderemos encontrar
“Acontecimento imprevisto, casual, que resulta em ferimento, dano, estrago,
prejuízo, avaria, ruína, etc.” Os acidentes, em geral, são o resultado de uma
combinação de fatores, entre os quais se destacam as falhas humanas e falhas
materiais.
Vale a pena lembrar que os acidentes não escolhem hora nem lugar. Podem
acontecer em casa, no ambiente de trabalho e nas inúmeras locomoções que
fazemos de um lado para o outro, para cumprir nossas obrigações diárias.
Quanto aos acidentes do trabalho o que se pode dizer é que grande parte deles
ocorre porque os trabalhadores se encontram mal preparados para enfrentar certos
riscos.
O que diz a lei? Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do
trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional
que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho, permanente
ou temporária...
Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve,
como, por exemplo, um corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro.
Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou
sentido. Por exemplo, a perda da visão, provocada por uma pancada na cabeça,
caracteriza uma perturbação funcional.
Doença profissional também é acidente do trabalho?
Doenças profissionais são aquelas que são adquiridas na sequência do
exercício do trabalho em si.
Doenças do trabalho são aquelas decorrentes das condições especiais em
que o trabalho é realizado. Ambas são consideradas como acidentes do trabalho,
quando delas decorrer a incapacidade para o trabalho.

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TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Um funcionário pode apanhar uma gripe, por contagio com colegas de


trabalho. Essa doença, embora possa ter sido adquirida no ambiente de trabalho,
não é considerada doença profissional nem do trabalho, porque não é ocasionada
pelos meios de produção.
Contudo, se o trabalhador contrair uma doença ou lesão por contaminação
acidental, no exercício de sua atividade, temos aí um caso equiparado a um
acidente de trabalho. Por exemplo, se operador de um banho de decapagem se
queima com ácido ao encher a tina do banho ácido isso é um acidente do trabalho.
Noutro caso, se um trabalhador perder a audição por ficar longo tempo sem
proteção auditiva adequada, submetido ao excesso de ruído, gerado pelo trabalho
executado junto a uma grande prensa, isso caracteriza igualmente uma doença de
trabalho.
Um acidente de trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da empresa
apenas por algumas horas, o que é chamado de acidente sem afastamento. É que
ocorre, por exemplo, quando o acidente resulta num pequeno corte no dedo, e o
trabalhador retorna ao trabalho em seguida.
Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de realizar
suas atividades por dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se o
trabalhador acidentado não retornar ao trabalho imediatamente ou até no dia
seguinte, temos o chamado acidente com afastamento, que pode resultar na
incapacidade temporária, ou na incapacidade parcial e permanente, ou, ainda, na
incapacidade total e permanente para o trabalho.
A incapacidade temporária é a perda da capacidade para o trabalho por um
período limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas atividades
normais.
A incapacidade parcial e permanente é a diminuição, por toda vida, da
capacidade física total para o trabalho. É o que acontece, por exemplo, quando
ocorre a perda de um dedo ou de uma vista incapacidade total e permanente é a
invalidez incurável para o trabalho.

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TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Neste ultimo caso, o trabalhador não reúne condições para trabalhar o que
acontece, por exemplo, se um trabalhador perde as duas vistas num acidente do
trabalho. Nos casos extremos, o acidente resulta na morte do trabalhador.
Um trabalhador desvia sua atenção do trabalho por fração de segundo,
ocasionando um acidente sério. Além do próprio trabalhador são atingidos mais dois
colegas que trabalham ao seu lado. O trabalhador tem de ser removido
urgentemente para o hospital e os dois outros trabalhadores envolvidos são
atendidos no ambulatório da empresa. Um equipamento de fundamental importância
é paralisado em consequência do dano em algumas peças da máquina. O
equipamento parado é uma guilhotina que corta a matéria-prima para vários
sectores de produção.
Analise a situação anterior e liste as consequências diretas e indiretas que
consegue prever, em resultado deste acidente.

3.4. FATORES QUE AFETAM A HIGIENE E SEGURANÇA

Figura 9 - Fatores Que Afetam a Higiene e Segurança

Fonte: http://tempereseuhumor.blogspot.com/feeds/posts/default

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TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Em geral a atividade produtiva encerra um conjunto de riscos e de condições


de trabalho desfavoráveis em resultado da especificidades próprias de alguns
processos ou operações , pelo que o seu tratamento quanto a Higiene e Segurança
costuma ser cuidado com atenção.
Contudo, na maior parte dos casos, é possível identificar um conjunto de
fatores relacionados com a negligência ou desatenção por regras elementares e que
potenciam a possibilidade de acidentes ou problemas.
Acidentes devido a CONDIÇÕES PERIGOSAS;
• Máquinas e ferramentas
• Condições de organização (Layout mal feito, armazenamento perigoso, falta
de Equipamento de Proteção Individual - E.P.I.)
• Condições de ambiente físico, (iluminação, calor, frio, poeiras, ruído)
Acidentes devido a ACÇÕES PERIGOSAS;
• Falta de cumprimento de ordens (não usar E.P.I.)
• Ligado à natureza do trabalho (erros na armazenagem)
• Nos métodos de trabalho (trabalhar a ritmo anormal, manobrar empilhadores
à Fangio, distrações, brincadeiras)

3.5. AS PERDAS DE PRODUTIVIDADE E QUALIDADE


Foi necessário muito tempo para que se reconhecesse até que ponto as
condições de trabalho e a produtividade se encontram ligadas. Numa primeira fase,
houve a percepção da incidência econômica dos acidentes de trabalho onde só
eram considerados inicialmente os custos diretos (assistência médica e
indenizações) e só mais tarde se consideraram as doenças profissionais.
Na atividade corrente de uma empresa, compreendeu-se que os custos
indiretos dos acidentes de trabalho são bem mais importantes que os custos diretos,
através de fatores de perda como os seguintes:
• perda de horas de trabalho pela vítima;
• perda de horas de trabalho pelas testemunhas e Responsáveis;
• perda de horas de trabalho pelas pessoas encarregadas do inquéritos;
• interrupções da produção;
85
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

• danos materiais;
• atraso na execução do trabalho;
• custos inerentes às peritagens e ações legais eventuais;
• diminuição do rendimento durante a substituição;
• a retoma de trabalho pela vítima.
Estas perdas podem ser muito elevadas, podendo mesmo representar quatro
vezes os custos diretos do acidente de trabalho. A diminuição de produtividade e o
aumento do número de peças defeituosas e dos desperdícios de material imputáveis
à fadiga provocada por horários de trabalho excessivos e por más condições de
trabalho, nomeadamente no que se refere à iluminação e à ventilação,
demonstraram que o corpo humano, apesar da sua imensa capacidade de
adaptação, tem um rendimento muito maior quando o trabalho decorre em
condições ótimas.
Com efeito, existem muitos casos em que é possível aumentar a
produtividade simplesmente com a melhoria das condições de trabalho. De uma
forma geral, a Gestão das Empresas não explora suficientemente a melhoria das
condições de higiene e a segurança do trabalho nem mesmo a ergonomia dos
postos de trabalho como forma de aumentar a Produtividade e a Qualidade.
A relação entre o trabalho executado pelo operador e as condições de
trabalho do local de trabalho, passou a ser melhor estudada desde que as restrições
impostas pela tecnologia industrial moderna constituem a fonte das formas de
insatisfação que se manifestam sobretudo entre os trabalhadores afetos às tarefas
mais
elementares, desprovidas de qualquer interesse e com caráter repetitivo e
monótono.
Desta forma pode-se afirmar que na maior parte dos casos a Produtividade é
afetada, pela conjugação de dois aspectos importantes:
• um meio ambiente de trabalho que exponha os trabalhadores a riscos
profissionais graves (causa direta de acidentes de trabalho e de doenças
profissionais)

86
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

• a insatisfação dos trabalhadores face a condições de trabalho que não


estejam em harmonia com as suas características físicas e psicológicas.
Em geral as consequências revelam-se numa baixa quantidade e qualidade e
da produção em uma rotatividade excessiva de pessoal e a um elevado índice de
ausencia. Claro que as consequências de uma tal situação variarão segundo os
meios sócio econômicos.
Fica assim explicado que as condições de trabalho e as regras da Segurança
e Higiene correspondentes constituem um fator da maior importância para a
melhoria do desempenho das empresas, através do aumento da sua produtividade
obtida em condições de menor falta injustificada dos profissionais ao trabalho e
menor índices de acidentes (absenteísmo e sinistralidade).
Por parte dos trabalhadores de uma Empresa, o Emprego não deve
representar somente o trabalho que se realiza num dado local para receber um
salário, mas também uma oportunidade para a sua valorização pessoal e
profissional o que deve acontecer em um ambiente em boas condições e propicio
para uma boa relação, querendo evitar a curto prazo um desperdício de recursos
humanos e monetários e a longo prazo garantir a competitividade da Empresa,
deverá prestar maior atenção às condições de trabalho e ao grau de satisfação dos
seus colaboradores, reconhecendo-se que, uma Empresa desempenha não só uma
função técnica e econômica mas também um importante papel social.

3.6. SIGNIFICADO E IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO


A Prevenção é certamente o melhor processo de reduzir ou eliminar as
possibilidades de ocorrerem problemas de segurança com o Trabalhador. A
prevenção consiste na adoção de um conjunto de medidas de proteção, na previsão
de que a segurança física do operador possa ser colocada em risco durante a
realização do seu trabalho. Nestes termos, pode-se acrescentar que as medidas a
tomar no domínio da higiene industrial não diferem das usadas na prevenção dos
acidentes de trabalho.
Como princípios de prevenção na área da Higiene e Segurança industrial,
poderemos apresentar os seguintes:
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TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

1. Tal como se verifica no domínio da segurança, a prevenção mais eficaz em


matéria de higiene industrial exerce-se, também, no momento da concepção do
edifício, das instalações e dos processos de trabalho, pois todo o melhoramento ou
alteração posterior já não terá a eficácia desejada para proteger a saúde dos
trabalhadores e será certamente muito mais dispendiosa.
2. As operações perigosas (as que originam a poluição do meio ambiente ou
causam ruído ou vibrações) e as substâncias nocivas, susceptíveis de contaminar a
atmosfera do local de trabalho, devem ser substituídas por operações e substâncias
inofensivas ou menos nocivas.
3. Quando se torna impossível instalar um equipamento de segurança
coletivo, é necessário recorrer a medidas complementares de organização do
trabalho, que, em certos casos, podem comportar a redução dos tempos de
exposição ao risco.
4. Quando as medidas técnicas coletivas e as medidas administrativas não
são suficientes para reduzir a exposição a um nível aceitável, deverá fornecer-se
aos trabalhadores um equipamento de proteção individual (EPI) apropriado.
5. Salvo casos excepcionais ou específicos de trabalho, não deve considerar-
se o equipamento de proteção individual como o método de segurança fundamental,
não só por razões fisiológicas mas também por princípio, porque o trabalhador pode,
por diversas razões, deixar de utilizar o seu equipamento.
Um qualquer posto de trabalho representa o ponto onde se juntam os
diversos meios de produção ( Homem , Máquina , Energia , Matéria-prima, etc) que
irão dar origem a uma operação de transformação , daí resultando um produto ou
um serviço .
Para a devida avaliação das condições de segurança de um Posto de
Trabalho é necessário considerar um conjunto de fatores de produção e ambientais
em que se insere esse mesmo posto de trabalho.
Para que a atividade de um operador decorra com o mínimo de risco, têm que
se criar diferentes condições passivas ou ativas de prevenção da sua segurança.

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TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Os principais aspectos a levar em contas num diagnóstico das condições de


segurança (ou de risco) de um Posto de Trabalho, podem ser avaliados pelas
seguintes questões:
1. O LOCAL DE TRABALHO;
• Tem acesso fácil e rápido?
• É bem iluminado?
• O piso é aderente e sem irregularidades?
• É suficientemente afastado dos outros postos de Trabalho?
• As escadas têm corrimão ou proteção lateral?
2. MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS;
• As cargas a movimentar são grandes ou pesadas?
• Existem e estão disponíveis equipamento de transporte auxiliar?
• A cadencia de transporte é elevada?
• Existem passagens e corredores com largura compatível?
• Existem marcações no solo delimitando zonas de movimentação?
• Existe carga exclusivamente Manual?
3. POSIÇÕES DE TRABALHO;
• O Operador trabalha de pé muito tempo?
• O Operador gira ou baixa-se frequentemente?
• O operador tem que e afastar para dar passagem a máquinas ou outros
operadores?
• A altura e a posição da máquina é adequada?
• A distancia entre a vista e o trabalho é correta?
4. CONDIÇÕES PSICOLÓGICAS DO TRABALHO
• O trabalho é em turnos ou normal?
• O Operador realiza muitas Horas extras?
• A Tarefa é de alta cadencia de produção?
• É exigida muita concentração dados os riscos da operação?
5. MAQUINA
• A engrenagens e partes móveis estão protegidas?
• Estão devidamente identificados os dispositivos de segurança?
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TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

• A formação do Operador é suficiente?


• A operação é rotineira e repetitiva?
6. RUÍDOS E VIBRAÇÕES
• No PT sentem-se vibrações ou ruído intenso?
• A máquina a operar oferece trepidação?
• Existem dispositivos que minimizem vibrações e ruído?
7. ILUMINAÇÃO;
• A iluminação é natural?
• Está bem orientada relativamente a PT?
• Existe alguma iluminação intermitente as imediações do PT?
8. RISCOS QUÍMICOS;
• O ar circundante tem poeiras ou fumos?
• Existe algum cheiro persistente?
• Existem ventilação ou exaustão de ar do local?
• Os produtos químicos estão bem embalados?
• Os produtos químicos estão bem identificados?
• Existem resíduos de produtos no chão ou no PT?
9. RISCOS BIOLÓGICOS;
• Há contacto direto com animais?
• À contacto com sangue ou resíduos animais ?
• Existem meios de desinfecção no PT?
10. PESSOAL DE SOCORRO
• EXISTE alguém com formação em primeiros socorros?
• Os números de alerta estão visíveis e atualizados?
• Existem caixas de primeiros socorros e macas?
Com a redução dos acidentes poderão ser eliminados problemas que afetam
o homem e a produção.
Para que isso aconteça, é necessário que tanto os empresários (que têm
por obrigação fornecer um local de trabalho com boas condições de segurança e
higiene, maquinaria segura e equipamentos adequados) como os trabalhadores (aos
quais cabe a responsabilidade de desempenhar o seu dever com menor perigo
90
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

possível para si e para os companheiros) estejam comprometidos com uma


mentalidade de Prevenção de Acidentes Prevenir quer dizer : “...ver
antecipadamente; chegar antes do acidente; tomar todas as providências para que o
acidente não tenha possibilidade de ocorrer ...”

3.7. O EFEITO DOMINÓ E OS ACIDENTES DE TRABALHO


Há muito tempo, que especialistas se vêm a dedicar ao estudo dos acidentes
e de suas causas e um dos fatos já comprovados é que, quando um acidente
acontece, vários fatores entraram em ação anteriormente por forma a permitir o
acidente.
Um acidente laboral, pode muitas vezes ser comparado com o que acontece quando
enfileiramos pedras de um dominó e depois damos um empurrãozinho numa uma
delas. Em resultado, as pedras acabam por se derrubarem umas ás outras, até que
a ultima pedra caia por terra.
Podemos imaginar que algo semelhante acontece quando um acidente
ocorre, considerando que se podem conjugar r cinco fatores que se complementam
da seguinte forma:
• Ambiente social
• Causa pessoal
• Causa mecânica
• Acidente
• Lesão
O Ambiente Social do trabalhador relaciona-se com dois fatores principais, a
saber: Hereditariedade e Influencia Social. As características físicas e psicológicas
do individuo são determinadas pela hereditariedade transmitida pelos Pais. Por outro
lado o comportamento de cada um é muitas vezes influenciado pelo ambiente social
em que cada um vive (A moda tanto. é usar cabelos longos, como usar a cabeça
raspada).
A causa pessoal está relacionada com o conjunto de conhecimentos e
habilidades que cada um possui para desempenhar uma tarefa num dado momento.
A probabilidade de envolvimento em acidentes aumenta quando as condições
91
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

psicológicas não são as melhores (depressão), ou quando não existe preparação e


treino suficiente.
A causa mecânica diz respeito às falhas materiais existentes no ambiente de
trabalho. Quando o equipamento não apresenta proteção para o trabalhador,
quando a iluminação do ambiente de trabalho é deficiente ou quando não há boa
manutenção do equipamento, os riscos de acidente aumentam consideravelmente.
Quando um ou mais dos fatores anteriores se manifestam, ocorre o acidente
que pode provocar ou não lesão no trabalhador.
Segurança de Máquinas
Muitos processos produtivos dependem da utilização de máquinas, pelo que é
importante a existência e o cumprimento dos requisitos de segurança em máquinas
industriais ou a sua implementação no terreno de modo a garantir a maior segurança
aos operadores.
Máquina: Todo o equipamento, (inclusive acessórios e equipamentos de
segurança), com movimento, (engrenagens), e com fonte de energia que não a
humana
Os Requisitos de segurança de uma máquina podem ser identificados,
nomeadamente o que diz respeito ao seu acionamento a partir de Comandos:
• Devem estar visíveis e acessíveis a partir do posto de trabalho normal
• Devem estar devidamente identificados em português ou então por símbolos
• O COMANDO DE ARRANQUE: a máquina só entra em funcionamento
quando se aciona este comando, não devendo arrancar sozinho quando volta a
corrente
• O COMANDO DE PARAGEM: deve sempre sobrepor-se ao comando de
arranque
• STOP DE EMERGÊNCIA: corta a energia, pode ter um aspecto de barra
botão ou cabo
Dispositivos de Proteção
• Protetores Fixos: os mais vulgarmente utilizados são as guardas. São
estruturas metálicas aparafusadas à estrutura da máquina e devem impedir o
acesso aos órgãos de transmissão. O acesso só para ações de manutenção.
92
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

• Protetores Móveis: neste caso as guardas são fixadas à estrutura por


dobradiças ou calhas o que as torna amovíveis. A abertura da proteção deve levar à
paragem automática do “movimento perigoso”, (pode-se recorrer a um sistema de
encravamento elétrico).
• Comando Bi-Manual: para uma determinada operação, em vez de uma só
betoneira existem duas que devem ser pressionadas em simultâneo. Isto obriga a
que o trabalhador mantenha as duas mãos ocupadas evitando cortes e
esmagamentos (Guilhotinas, Prensas)
• Barreiras Ópticas: Dispositivo constituído por duas “colunas”, uma
emissora e a outra receptora, entre elas existe uma “cortina” de raios infra-
vermelhos. Quando alguém ou algum objeto atravessa esta “cortina” surge uma
interrupção de sinalo que leva á paragem de movimentos mecânicos perigosos.
• Distâncias de Segurança: Define-se distância de segurança, a distância
necessária que impeça que os membros superiores alcancem zonas perigosas do
equipamento.
REDUÇÃO DOS RISCOS DE ACIDENTE
Como já vimos, os acidentes são evitados com a aplicação de medidas
específicas de segurança, selecionadas de forma a estabelecer maior eficácia na
prevenção da segurança. As prioridades são:
Eliminação do risco: significa torná-lo definitivamente inexistente. (exemplo:
uma escada com piso escorregadio apresenta um sério risco de acidente. Esse risco
poderá ser eliminado com um piso antiderrapante)
Neutralização do risco: o risco existe, mas está controlado.
Esta opção é utilizada na impossibilidade temporária ou definitiva da
eliminação de um risco. (exemplo: as partes móveis de uma máquina como polias,
engrenagens, correias etc. - devem ser neutralizadas com anteparos de proteção,
uma vez que essas peças das máquinas não podem ser simplesmente eliminadas.
Sinalização do risco: é à medida que deve ser tomada quando não for
possível eliminar ou isolar o risco. (exemplo: máquinas em manutenção devem ser
sinalizadas com placas de advertência; locais onde é proibido fumar devem ser
devidamente sinalizados.
93
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

PROTEÇÃO COLECTIVA E PROTECÇÃO INDIVIDUAL


As medidas de proteção coletiva, através dos equipamentos de proteção
coletiva (EPC), devem ter prioridade, conforme determina a legislação. Uma vez que
beneficiam todos os trabalhadores, indistintamente os EPCs devem ser mantidos
nas condições que os especialistas em segurança estabelecerem, devendo ser
reparados sempre que apresentarem qualquer deficiência.
Vejamos alguns exemplos de aplicação de EPCs:
• sistema de exaustão que elimina gases, vapores ou poeiras contaminantes
do local de trabalho;
• enclausuramento de máquina ruidosa para livrar o ambiente do ruído
excessivo;
• comando bimanual, que mantém as mãos ocupadas, fora da zona de perigo,
durante o ciclo de uma máquina;
• cabo de segurança para conter equipamentos suspensos sujeitos a
esforços, caso venham a se desprender.
Quando não for possível adotar medidas de segurança de ordem geral, para
garantir a proteção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais, devem-se
utilizar os equipamentos de proteção individual, conhecidos pela sigla EPI.
São considerados equipamentos de proteção individual todos os dispositivos
de uso pessoal destinados a proteger a integridade física e a saúde do trabalhador
Os EPIs não evitam os acidentes, como acontece de forma eficaz com a
proteção coletiva. Apenas diminuem ou evitam lesões que podem decorrer de
acidentes.
Veja um exemplo:
Existem EPIs para proteção de praticamente todas as partes do corpo. Veja
alguns exemplos:
• Cabeça e crânio: capacete de segurança contra impactos, perfurações,
ação dos agentes meteorológicos etc.
• Olhos: óculos contra impactos, que evita a cegueira total ou parcial e a
conjuntivite. É utilizado em trabalhos onde existe o risco de impacto de estilhaços e
limalhas.
94
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

• Vias respiratórias: protetor respiratório, que previne problemas pulmonares


e das vias respiratórias, e deve ser utilizado em ambientes com poeiras, gases,
vapores ou fumos nocivos.
• Face: máscara de solda, que protege contra impactos de partículas,
respingos de produtos químicos, radiação (infravermelha e ultravioleta) e
ofuscamento.
Um operador derramou metal fundido dentro de um molde, com uma concha.
Sem reparar que havia um pouco de água no fundo do molde. Ao derramar o metal,
este reagiu com a água, causando uma explosão que lhe atingiu o rosto. Dado que o
operador usava mascara, Isso impediu que o rosto e os olhos fossem atingidos.
Graças ao uso correto do EPI, o operador não teve nenhuma lesão.
• Ouvidos: Auriculares, que previne a surdez, o cansaço, a irritação e outros
problemas psicológicos.
Deve ser usada sempre que o ambiente apresentar níveis de ruído superiores
aos aceitáveis, de acordo com a norma regulamentadora.
• Mãos e braços: luvas, que evitam problemas de pele, choque elétrico,
queimaduras, cortes e raspões e devem ser usadas em trabalhos com solda elétrica,
produtos químicos, materiais cortantes, ásperos, pesados e quentes.
• Pernas e pés: botas de borracha, que proporcionam isolamento contra
eletricidade e umidade. Devem ser utilizadas em ambientes úmidos e em trabalhos
que exigem contacto com produtos químicos.
• Tronco: aventais de couro, que protegem de impactos, gotas de produtos
químicos, choque elétrico, queimaduras e cortes. Devem ser usados em trabalhos
de soldagem elétrica, oxiacetilénica, corte a quente
A lei determina que os EPIs sejam aprovados pelo Ministério do Trabalho,
mediante certificados de aprovação (CA). As empresas devem fornecer os EPIs
gratuitamente aos trabalhadores que deles necessitarem. A lei estabelece também
que é obrigação dos empregados usar os equipamentos de proteção individual onde
houver risco, assim como os demais meios destinados a sua segurança.

95
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

3.8. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

Figura 10 - Sinalização De Segurança

Fonte: http://www.seton-pt.com/userFiles/upload/0817-2-PT(2).gif

96
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Figura 11 - Onde Se Encontram Os Riscos

Fonte:
http://2.bp.blogspot.com/_RbGmKUYOYtQ/SwSJvGaHzrI/AAAAAAAAAoc/MoA7xwg
7uuE/s1600/i69491.jpg

No interior e exterior das instalações da Empresa, devem existir formas de


aviso e informação rápida, que possam auxiliar os elementos da Empresa a atuar
em conformidade com os procedimentos de segurança.
Com este objetivo, existe m conjunto de símbolos e sinais especificamente
criados para garantir a fácil compreensão dos riscos ou dos procedimentos a cumprir

97
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

nas diversas situações laborais que podem ocorrer no interior de uma Empresa ou
em lugares públicos. Em seguida dão-se alguns exemplos do tipo de sinalização
existente e a ser aplicada nas Empresas.
Sinais de Perigo
Indicam situações de risco potencial de acordo com o pictograma inserido no
sinal. São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos,
etc. Têm forma triangular, o contorno e pictograma a preto e o fundo amarelo.
Sinais de Proibição
Indicam comportamentos proibidos de acordo com o pictograma inserido no
sinal. São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos,
etc. Tem forma circular, o contorno vermelho, pictograma a preto e o fundo branco.
Sinais de Obrigação
Indicam comportamentos obrigatórios de acordo com o pictograma inserido
no sinal. São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e
procedimentos, etc.. Têm forma circular, fundo azul e pictograma a branco.

Sinais de Emergência
Fornecem informações de salvamento de acordo com o pictograma inserido
no sinal. São utilizados em instalação, acessos e equipamentos, etc.. Têm forma
retangular, fundo verde e pictograma a branco.

3.9. HIGIENE E CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO PT

3.9.1. Introdução
O conjunto de elementos que temos à nossa volta, tais como as edificações,
os equipamentos, os móveis, as condições de temperatura, de pressão, a umidade
do ar, a iluminação, a organização, a limpeza e as próprias pessoas, fazem parte
das condições de trabalho e constituem assim o que se designa por ambiente.

98
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Nos locais de trabalho, a combinação de alguns desses elementos gera


produtos e serviços. A todo esse conjunto de elementos e ações denominamos
condições ambientais.
Em muitos casos, o ambiente de trabalho é agressivo para o trabalhador,
dadas as condições de ruído, temperatura, esforço, etc, a que o mesmo se encontra
sujeito durante o cumprimento das suas funções.
O desenvolvimento tecnológico permitiu que em algumas das condições mais
duras de trabalho para o ser humano, sejam usados robots ou dispositivos
mecânicos que substituem total ou parcialmente a ação direta do trabalhador
(Siderurgia, Pintura, Indústria química, etc.).
Entretanto, apesar de todo o avanço científico e tecnológico, ainda há
situações em que o homem é obrigado a enfrentar condições desfavoráveis ou
perigosas na realização de determinadas tarefas (Minas, Construção Civil, etc.)

3.9.2. O Inimigo Invisível


Qualquer um de nós já se submeteu a um exame de raio X por indicação
médica. Nada sentimos ou vemos sair do aparelho de raio X ao fazermos esse
exame. Porém, para executar a radiografia, o equipamento liberta uma grande carga
de energia eletromagnética não percebida por nós. Essa radiação, em doses
elevadas, é prejudicial ao organismo humano, pois provoca alterações no sistema de
reprodução das células, ocasionando doenças e, em alguns casos, a morte.
Essa é uma das razões pelas quais consideramos certos riscos ambientais
como inimigos invisíveis: alguns deles não são captados pelos órgãos dos sentidos
(audição, visão, olfato, paladar e tacto), fazendo com que o trabalhador não se sinta
ameaçado. Inconsciente do perigo, a tendência é ele não dar importância à
prevenção.
As experiências e os estudos médicos demonstram que muitas pessoas
adquiriram doenças pulmonares depois de trabalhar anos a fio, sem nenhuma
proteção, com algum tipo de produto químico ou produtos minerais. Este tipo de
doença progride lentamente, tornando difícil seu diagnóstico inicial, acabando a
doença por se manifestar muito mais tarde e muitas vezes sem recuperação. Em
99
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

resumo, o desconhecimento de como os fatores ambientais geram riscos à saúde é


um dos mais sérios problemas enfrentados pelo trabalhador.

3.9.3. Os Riscos Que Rodeiam o Posto De Trabalho


Há vários fatores de risco que afetam o trabalhador no desenvolvimento das
suas tarefas diárias. Alguns destes riscos atingem grupos específicos de
profissionais, como é o caso, dos mergulhadores, que trabalham submetidos a altas
pressões e a baixas temperaturas. Por esse fato, são obrigados a usar roupas
especiais, para conservar a temperatura do corpo, e passam por cabines de
compressão e descompressão, cada vez que mergulham ou sobem à superfície.
Outros fatores de risco não escolhem profissão: agridem trabalhadores de
diferentes áreas e níveis ocupacionais, de maneira subtil, praticamente
imperceptível. Esses últimos são os mais perigosos, porque são os mais ignorados.
Os principais tipos de risco ambiental que afetam os trabalhadores de um
modo geral, estão separados em:
• Riscos físicos
• Riscos químicos
• Riscos Biológicos
• Riscos Ergonômicos

3.9.3.1. Riscos Físicos


Todos nós, ao desenvolvermos o nosso trabalho, gastamos uma certa
quantidade de energia para produzir um determinado resultado. Em geral, quando
dispomos de boas as condições físicas do ambiente, como, por exemplo, o nível de
ruído e a temperatura são aceitáveis, produzimos mais com menor esforço.
Mas, quando essas condições fogem muito aos nossos limites de tolerância,
atinge-se facilmente o incômodo e a irritação determinando muitas vezes o
aparecimento de cansaço, a queda de produção, falta de motivação e
desconcentração.

100
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Por outras palavras, os fatores físicos do ambiente de trabalho interferem


diretamente no desempenho de cada trabalhador e na produção obtida, pelo que se
justifica a sua analise com o maior cuidado.
Ao estudar cada um dos fatores apresentados a seguir, pense no seu próprio
local de trabalho. Identifique os problemas, liste-os e proponha uma medida de
correção para esse problema.
3.9.3.2 Ruído
Quando um de nós se encontra num ambiente de trabalho e não consegue
ouvir perfeitamente a fala das pessoas no mesmo recinto, isso é uma primeira
indicação de que o local é demasiado ruidoso. Os especialistas no assunto definem
o ruído como todo som que causa sensação desagradável ao homem.
As perdas de audição são derivadas da frequência e intensidade do ruído. A
fadiga evidencia-se por uma menor acuidade auditiva. As ondas sonoras
transmitem-se tanto pelo ar como por materiais sólidos. Quanto maior for a
densidade do meio condutor, menor será a velocidade de propagação do ruído.
O ruído é pois um agente físico que pode afetar de modo significativo a
qualidade de vida. Mede-se o ruído utilizando um instrumento denominado medidor
de pressão sonora, e a unidade usada como medida é o decibel ou abreviadamente
dB.
• Para 8 horas diárias de trabalho, o limite máximo de ruído estabelecido é de
85 decibéis.
• O ruído emitido por uma britadeira é equivalente a 100 decibéis.
• O limite máximo de exposição contínua do trabalhador a esse ruído, sem
proteção auditiva, é de 1 hora.
Sem medidas de controlo ou proteção, o excesso de intensidade do ruído,
acaba por afetar o cérebro e o sistema nervoso.
Em condições de exposição prolongada ao ruído por parte do aparelho
auditivo, os efeitos podem resultar na surdez profissional cuja cura é impossível,
deixando o trabalhador com dificuldades para se relacionar com os colegas e família
, assim como dificuldades acrescidas em se aperceber da movimentação de
veículos ou máquinas , agravando as suas condições de risco por acidente físico.
101
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

dB
Intensidade do som
10-12 W/m2
Exemplos típicos
130 10 limiar da dor
120 1,0 grande avião a jacto
110 0,1 grande orquestra
100 0,01 Colocação de rebites
90 10-3 comboio
80 10-4 escritório ruidoso
70 10-5 motor de carro
50 10-7 escritório médio
40 10-8 escritório sossegado
30 10-9 biblioteca
20 10-10 sussurro
10 10-11 murmúrio
0 10-12 limiar da audibilidade

3.9.3.3. Vibrações
As vibrações caracterizam-se pela sua amplitude e frequência. Apresentam
geralmente baixas frequências e conduzem-se por materiais sólidos (Exprimem-se
em m/s 2 ou em dB).
Consoante a posição do corpo humano, (de pé, sentado ou deitado), a sua
resposta às vibrações será diferente sendo igualmente Importante o ponto de
aplicação da força vibratória.
Os efeitos no homem das forças vibratórias podem ser resumidos nos
seguintes casos:
Frequência entre 8 e 1000 Hz; O uso prolongado de martelos pneumáticos
ou motosserras, conduz a complicações nos vasos sanguíneos e articulações e á
diminuição na circulação sanguínea, estas lesões podem ser permanentes.

102
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Frequência acima de 1000 Hz; O efeito restringe-se a nível da epiderme


(danos em células e efeitos térmicos). Com o passar do tempo, afecções a nível das
articulações e da coluna.
Exemplos práticos:
Automóvel que passa lomba no asfalto;
Alta Amplitude;
Baixa Frequência Automóvel em piso de paralelo;
Baixa Amplitude; Alta Frequência
Barco à deriva; Alta Amplitude; Baixa Frequência
Barco a motor; Baixa Amplitude; Alta Frequência
Em geral, as massas pequenas estão mais sujeitas a altas-frequências. As
massas grandes, às baixas frequências.

3.9.3.4. Amplitudes Térmicas


Frio ou calor em excesso, ou a brusca mudança de um ambiente quente para
um ambiente frio ou vice-versa, também são prejudiciais à saúde.
Nos ambientes onde há a necessidade do uso de fornos, maçaricos etc., ou
pelo tipo de material utilizado e características das construções (insuficiência de
janelas, portas ou outras aberturas necessárias a uma boa ventilação), toda essa
combinação pode gerar alta temperatura prejudicial à saúde do trabalhador.
A sensação de calor que sentimos é proveniente da temperatura resultante
existente no local e do esforço físico que fazemos para executar um trabalho.
A temperatura resultante é função dos seguintes fatores:
• umidade relativa do ar
• velocidade e temperatura do ar
• calor radiante (produzido por fontes de calor do ambiente, como fornos e
maçaricos.
A unidade de medida da temperatura adotada é o grau Celsius,
abreviadamente ºC. De um modo geral, a temperatura ideal situa-se entre 21ºC e 26
ºC enquanto a umidade relativa do ar deve estar entre 55% a 65%, e a velocidade
do ar deve ser cerca de 0,12 m/s.
103
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Condições ambientais aconselhadas;


• a temperatura ideal situa-se entre 21ºC e 26 ºC
• a umidade relativa do ar deve estar entre 55% a 65%
• a velocidade do ar deve ser cerca de 0,12 m/s
Os ambientes térmicos podem ser classificados como:
• Quentes (Fundições, Cerâmicas, Padarias);
• Frios (armazéns frigoríficos, atividades piscatórias);
• Neutros (escritórios).
Logicamente que as situações mais preocupantes ocorrem em ambientes
térmicos frios e quentes ou sobretudo quando as duas possibilidades existem na
mesma empresa ou no mesmo posto de trabalho .
Stress Térmico
Em geral está relacionado com o desconforto do trabalhador em condições de
trabalho em que a temperatura ambiente é muito elevada, podendo-se conjugar uma
umidade baixa e uma circulação de ar deficiente.
Os sintomas de exposição a ambientes térmicos hostis podem ser descritos
por:
Ambiente Térmico Quente:
• Temperatura superficial da pele aumenta (vasodilatação dos capilares, o
indivíduo cora)
• Temperatura interna aumenta ligeiramente
• Sudação
• Mal estar generalizado
• Tonturas e desmaios
• Esgotamento e morte
Ambientes Térmicos Frios:
• Frieiras, localizadas nos dedos das mãos e dos pés;
• Alteração circulatória do sangue leva a que as extremidades do corpo
humano adquiram uma coloração vermelho-azulada;
• Pé-das Trincheiras, surge em situações de grande umidade, os pés ficam
extremamente frios e com cor violácea;
104
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

• Enregelamento, é a congelação de tecidos devido a exposição a


temperaturas muito baixas ou por contacto com superfícies muito frias;
As medidas a tomar para minimizar os efeitos do Stress Térmico podem
passar por;
• Em primeiro lugar uma correta dieta alimentar de modo a fortalecer o
organismo;
• Ingerir bastante água à temperatura ambiente. Não beber álcool;
• Evitar alimentação rica em gorduras visto que estas retêm os líquidos no
organismo, moderar o consumo de cafeína;
• Em situações de elevadas temperaturas, como por exemplo uma siderurgia
a água a ingerir deve conter uma pequena porção de sal de modo a compensar as
perdas devido á transpiração;
• Devem ser tomadas a nível de layout medidas de ventilação;
• Implementar turnos com menor carga horária em situações onde ocorre
exposição a ambientes hostis;
• Contra o Calor Radiante - O uso de viseiras é essencial, pois a radiação
emitida por materiais em fusão levam ao surgimento de cataratas a nível ocular;

3.10. RISCOS QUÍMICOS


Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos de produção industrial,
são lançadas no ambiente de trabalho através de processos de pulverização,
fragmentação ou emanações gasosas. Essas substâncias podem apresentar-se nos
estados sólido, líquido e gasoso.
No estado sólido, temos poeiras de origem animal, mineral e vegetal, como a
poeira mineral de sílica encontrada nas areias para moldes de fundição. No estado
gasoso, como exemplo, temos o GLP (gás liquefeito de petróleo), usado como
combustível, ou gases libertados nas queimas ou nos processos de transformação
das matérias primas.
Quanto aos agentes líquidos, eles apresentam-se sob a forma de solventes,
tintas, vernizes ou esmaltes.

105
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Esses agentes químicos ficam em suspensão no ar e podem penetrar no organismo


do trabalhador por:
Via respiratória: essa é a principal porta de entrada dos agentes químicos,
porque respiramos continuadamente, e tudo o que está no ar acaba por passar nos
pulmões.
Via digestiva: se o trabalhador comer ou beber algo com as mãos sujas, ou
que ficaram muito tempo expostas a produtos químicos, parte das substâncias
químicas serão ingeridas com o alimento, atingindo o estômago e podendo provocar
sérios riscos à saúde.
Epiderme: essa via de penetração é a mais difícil, mas se o trabalhador
estiver desprotegido e tiver contacto com substâncias químicas, havendo deposição
no corpo, serão absorvidas pela pele.
Via ocular: alguns produtos químicos que permanecem no ar causam
irritação nos olhos e conjuntivite, o que mostra que a penetração dos agentes
químicos pode ocorrer também pela vista.
Falso remédio!
Quando se respira um ar com produtos químicos, eles são arrastados para os
pulmões.
Quando se bebe um copo de leite, ele vai para o estômago.
Daí a pergunta: o que o leite tem a ver como desintoxicante pulmonar por
substâncias nocivas?
Resposta: Nada! O leite pode ser considerado alimento, nunca um preventivo
de intoxicação. Sua utilização é até prejudicial, uma vez que acreditando no seu
valor, as medidas de higiene industrial e os cuidados higiênicos ficam em segundo
plano As medidas ou avaliações dos agentes químicos em suspensão no ar são
obtidas por meio de aparelhos especiais que medem a concentração, ou seja,
percentagem existente em relação ao ar atmosférico.
Os limites máximos de concentração de cada um dos produtos diferem de
acordo com o seu grau de perigo para a saúde.
Valores Limite de Exposição

106
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Na legislação ambiental portuguesa constam os Valores Limite de Exposição


de diferentes substâncias (NP – 1796).
Os Valores Limite de Exposição não são mais do que concentrações no ar
dos locais de trabalho de diferentes substâncias. Abaixo destes valores a exposição
contínua do trabalhador não representa risco para este. Pode ser determinada uma
“concentração média” no tempo inerente a um turno de trabalho de 8 horas.
Concentração Limite é um valor que nunca deve ser ultrapassado mesmo
que a “concentração média” esteja abaixo do Valor Limite.
As substâncias químicas quando absorvidas pelo organismo em quantidades
suficientes, podem provocar lesões no mesmo. Assim surge a definição de DOSE:
Quantidade de substância absorvida pelo organismo.
Os efeitos no organismo, vão pois depender da dose absorvida e da
quantidade de tempo de exposição a essa dose.
Assim, os graus de Intoxicação com produtos Químicos podem ser
classificadas em:
• Intoxicação Aguda, corresponde a uma absorção rápida num curto período
de tempo (geralmente ocorrem em situações de acidente).
• Intoxicação Crônica, absorção de pequenas doses em certos períodos de
tempo (ocorrem no local de trabalho, num turno ou em parte dele).
Efeitos dos Poluentes Químicos
Sensibilizantes: produtos que levam a reações alérgicas.
Manifestam-se por afecções da pele ou respiratórias. (Isocianatos usados por
exemplo no fabrico de espumas. )
Irritantes: produtos que levam a inflamações no tecido onde atuam.
Também nesta situação os produtos inaláveis são os que levantam mais
preocupação. (ácido clorídrico, óxidos de azoto).
Anestésicos ou narcóticos: produtos que atuam sobre o sistema nervoso
central, tais como os solventes usados na indústria das colas ou tintas, (toluol,
acetato butilo, hexano, etc...)
Asfixiantes: produtos que dificultam o transporte de oxigênio a nível
sanguíneo. (Monóxido de Carbono)
107
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Cancerígenos: substâncias que podem provocar o cancro


Corrosivas: substâncias que atuam quimicamente sobre os tecidos quando
em contacto com estes.
Pneumoconióticas: apresentam-se sob a forma de poeiras ou fumo.
São exemplo destas substâncias a sílica livre cristalina comum em minas
(provoca a silicose a nível pulmonar).
Poluentes sólidos
Poeiras - Partículas esferoidais de pequeno tamanho que se encontram em
suspensão no ar. As mais perigosas são as de quartzo, (originam a silicose),
Fibras - Partículas não esféricas, geralmente o seu comprimento excede em
3 vezes o seu diâmetro.
Fumos - partículas esféricas em suspensão, geralmente têm origem em
combustões.
Aerossol - suspensão em meio gasoso de partículas esféricas e líquidas, em
conjunto ou não. A sua velocidade de queda é desprezável (< 0.25 m/s).
Os poluentes químicos são uma presença constante nos processos
produtivos. Com o fim de proteger o trabalhador os Valores Limite de Exposição,
referenciados na legislação devem ser cumpridos. Deve ser feita igualmente a
identificação dos contaminantes para de seguida se efetuar a respectiva medição da
sua concentração.
Mediante os valores obtidos há que tomar medidas, devendo-se recorrer a
equipamento de proteção pessoal sempre que possível, bem como a alterações no
processo produtivo que permitam a redução das emissões de poluentes. Estas
alterações podem ser ao nível do equipamento ou de matérias-primas.
Riscos biológicos
Este tipo de riscos relaciona-se com a presença no ambiente de trabalho de
microrganismos como bactérias, vírus, fungos, bacilos, etc, normalmente presentes
em alguns ambientes de trabalho, como:
• Hospitais,
• Laboratórios de análises clínicas,
• Recolha de lixo,
108
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

• Indústria do couro,
• Tratamento de Efluentes líquidos.
Penetrando no organismo do homem por via digestiva, respiratória, olhos e
pele, são responsáveis por algumas doenças profissionais, podendo dar origem a
doenças menos graves como infecções intestinais ou a simples gripe, ou mais
graves como a hepatite, meningite ou Sida.
Como estes microrganismos se adaptam melhor e se reproduzem mais em
ambientes sujos, as medidas preventivas a tomar terão de ser relacionadas com:
• A rigorosa higiene de Locais de trabalho,
• A rigorosa higiene de Corpo e das roupas;
• Destruição por processos de elevação da temperatura (esterilização) ou uso
de cloro;
• uso de equipamentos individuais para evitar contacto direto com os
microrganismos;
• ventilação permanente e adequada;
• controle médico constante,
• vacinação sempre que possível
A verificação da presença de agentes biológicos em ambientes de trabalho é
feita por meio de recolha de amostras de ar e de água, que serão analisadas em
laboratórios especializados.

3.11. OS RISCOS ERGONOMICOS


Verifica-se que algumas vezes que os postos de trabalho não estão bem
adaptados ás características do operador, quer quanto à posição da máquina com
que trabalha, quer no espaço disponível ou na posição das ferramentas e materiais
que utiliza nas suas funções.
Para estudar as implicações destes problemas existe uma ciência que avalia
as condições de trabalho do operador, quanto ao esforço que o mesmo realiza para
executar as suas tarefas.
Ergonomia é a ciência que procura alcançar o ajustamento mútuo ideal entre
o homem e o seu ambiente de trabalho.
109
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Ergonomia é a ciência que procura alcançar o ajustamento mútuo ideal entre


o homem e o seu ambiente de trabalho Segundo um conceito Ergonômico A
execução de tarefas deve ser feita com o mínimo de consumo energético de modo a
sobrar "atenção" para o controlo das tarefas e dos produtos, assim como para a
proteção do próprio trabalhador. Um dos aspectos mais curiosos da Ergonomia está
relacionado com a indústria automóvel em que muitas vezes o dimensionamento do
habitáculo do condutor, varia consoante o país onde o veículo é comercializado.
Entretanto, se não existir esse ajuste, teremos a presença de agentes ergonômicos
que causam doenças e lesões no trabalhador.
Exemplo: Guilhotina manual que serve para cortar chapas de aço
A haste de movimentação da guilhotina, que tem contacto com as mãos do
trabalhador, deve ter uma forma adequada, de modo a permitir que todos os dedos
nela se apóiem, conforme mostra a ilustração abaixo. Dessa forma é respeitada a
anatomia das mãos, proporcionando conforto ao trabalhador.
Os agentes ergonômicos presentes nos ambientes de trabalho estão
relacionados com:
• exigência de esforço físico intenso,
• levantamento e transporte manual de pesos,
• postura inadequada no exercício das atividades,
• exigências rigorosas de produtividade,
• períodos de trabalho prolongado ou em turnos,
• atividades monótonas ou repetitivas
Movimentos repetitivos dos dedos, das mãos, dos pés, da cabeça e do tronco
produzem monotonia muscular e levam ao desenvolvimento de doenças
inflamatórias, curáveis em estágios iniciais, mas complicadas quando não tratadas a
tempo, chamadas genericamente de lesões por esforços repetitivos.
As doenças que se enquadram nesse grupo caracterizam-se por causar
fadiga muscular, que gera fortes dores e dificuldade de movimentar os músculos
atingidos.
Há registros de que essas doenças já atacavam os escribas e notários, há
séculos. Hoje afetam diversas categorias de profissionais como funcionários
110
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

bancários, metalúrgicos, costureiras, pianistas, telefonistas, operadores informáticos,


empacotadores, enfim, todos os profissionais que realizam movimentos automáticos
e repetitivos.
Contra os males provocados pelos agentes ergonômicos, a melhor arma,
como sempre, é a prevenção, o que pode ser conseguido a partir de:
•Rotação do Pessoal
• Intervalos mais freqüentes;
• Exercícios compensatórios frequentes para trabalhos repetitivos;
• Exames médicos periódicos;
• Evitar esforços superiores a 25 kg para homens e 12 kg para mulheres;
• Postura correta sentado, em pé, ou carregando e levantando pesos.
Outros fatores de risco ergonômico podem ser encontrados em circunstâncias
aparentemente impensáveis, como:
• falhas de projeto de máquinas,
• equipamentos, ferramentas, veículos e prédios;
• deficiências de layout;
• iluminação excessiva ou deficiente;
• uso inadequado de cores;
A ergonomia é assim uma forma de adaptar o meio envolvente ás dimensões
e capacidades humanas onde máquinas, dispositivos, utensílios e o ambiente físico
sejam utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia.
A análise e intervenção ergonômica traduz-se em:
• Melhores condições de trabalho
• Menores riscos de incidente e acidente
• Menores custos humanos
• Formação com o objetivo de prevenir
• Maior produtividade
• Otimizar o sistema homem / máquina
Algumas medidas da Ergonomia
• Corpo em Movimento – Tornar os movimentos compatíveis com a ação.
Reduzir o esforço de músculos e Tendões.
111
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

• Precisão de movimentos – Ter em atenção a sua amplitude, posição e


quais os membros a utilizar.
• Rapidez dos movimentos – Salientar sinais visuais ou auditivos.
• Esforço estático – Uma cadeira deve fornecer vários pontos de apoio no
corpo humano. Altura do assento regulável. A cadeira deve ter 5 apoios no chão.
Deve ter apoio para os pés sempre que necessário, etc.
• Rampas e Escadas – Para rampas a inclinação deve ser entre 0 e 20 º.
Para escadas a inclinação deve ser entre 20 e 50º. Altura mínima do degrau entre 13
e 20 Cm. Largura mínima do degrau é de 51 Cm. etc.
• Portas e Tetos – Altura mínima de uma porta é de 200 Cm.
Altura mínima de um teto é de 200 Cm. Corredor com passagem para 3 pessoas
deve ter largura mínima de 152 Cm.

112
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

4 MEIO AMBIENTE

4.1. INTRODUÇÃO

A Construção Civil é reconhecida como uma das mais importantes atividades


para o desenvolvimento econômico e social, e, por outro lado, comporta-se, ainda,
como grande geradora de impactos ambientais, quer seja pelo consumo de recursos
naturais, pela modificação da paisagem ou pela geração de resíduos.
O setor tem um grande desafio: como conciliar uma atividade produtiva desta
magnitude com as condições que conduzam a um desenvolvimento sustentável
consciente, menos agressivo ao meio ambiente? É uma pergunta, embora antiga,
ainda sem respostas satisfatórias. Sem dúvida, por ser uma questão bastante
complexa, requer grandes mudanças culturais e ampla conscientização.
O SindusCon-SP, Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de
São Paulo, assumiu o compromisso de enfrentar tal desafio. Ao constituir o
COMASP - Comitê de Meio Ambiente, o SindusCon-SP fixou como diretriz tratar as
questões ambientais de forma pró-ativa e abrangente, buscando soluções que
permeiem toda a cadeia produtiva do setor. Para tanto, desenvolve pesquisas com
universidades, promove seminários, participa de fóruns para discussão e elaboração
de legislações e normas técnicas, promove cursos e programas de capacitação
sobre temas relacionados ao desenvolvimento sustentável.
Em 2001, o SindusCon-SP realizou um primeiro seminário sobre a questão
dos Resíduos da Construção e iniciou sua participação como representante da CBIC
- Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil nas discussões do CONAMA -
Conselho Nacional do Meio Ambiente que resultaram na aprovação da Resolução nº
307, em julho de 2002. Essa resolução estabelece diretrizes, critérios e

113
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

procedimentos para a Gestão dos Resíduos da Construção Civil, criando


responsabilidades para a cadeia gerador / transportador / receptor /municípios.
O SindusCon-SP participa pró-ativamente da elaboração de legislações e
normatizações ambientais, buscando soluções adequadas nas esferas federal,
estadual e municipais e agindo como agente facilitador para a implantação das
soluções propostas.
Este Manual é um dos resultados do “Programa de Gestão Ambiental de
Resíduos em Canteiros de Obras” — iniciativa do SindusCon-SP que contou com a
assessoria das empresas I&T – Informações e Técnicas e Obra Limpa Comércio e
Serviços Ltda. e que, em caráter experimental, implantou uma metodologia para
gestão de resíduos em canteiros de obras das seguintes construtoras: Barbara
Engenharia e Construtora Ltda., BKO Engenharia e Comércio Ltda., Construtora
Humaitá S.A., Cyrela Construtora Ltda., DP Engenharia e Empreendimentos Ltda.,
Fortenge Construções e Empreendimentos Ltda., InMax Tecnologia de Construção
Ltda., Sinco Sociedade Incorporadora e Construtora Ltda., Souen & Nahas
Construtora e Incorporadora Ltda., Tecnisa Engenharia e Comércio Ltda e Tecnum
& Corporate Empreendimentos Imobiliários Ltda.
A implantação dessa metodologia foi iniciada pelo grupo-piloto de
construtoras em janeiro de 2003 e concluída em agosto de 2004.
A exemplo dos Sistemas de Gestão da Qualidade aplicados por grande parte das
construtoras, o Programa de Gestão Ambiental de Resíduos em Canteiro de Obras é
um método que parte igualmente do desenvolvimento de um planejamento —
fundamental na concepção do programa e suas respectivas diretrizes (reuniões
iniciais, cronogramas de atividades e provisionamento de recursos). Do
planejamento, o passo seguinte é a tomada de ações práticas — a implantação,
concentrando o foco na informação, no treinamento e na capacitação das pessoas
envolvidas. Faz-se, então, o acompanhamento da evolução do processo por meio de
relatórios ou check-lists. Finalmente, as avaliações efetuadas redirecionam a tomada
de ações corretivas e retroalimentam o sistema de gestão.
As construtoras participantes do grupo-piloto conseguiram no experimento
facilmente incorporar aos procedimentos operacionais os novos conceitos
114
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

ambientais da metodologia — como buscar a redução de desperdícios, eliminando-


os quando possível, promover a segregação dos materiais para reutilização no
próprio canteiro, encaminhar os resíduos para reciclagem ou dar destinação
compromissada para as áreas licenciadas com a utilização de transportadores
(caçambeiros) credenciados.
Para um projeto experimental, o Programa de Gestão Ambiental de Resíduos
em Canteiros de Obras apresentou resultados surpreendentes em pesquisa que
uma empresa especializada independente aplicou nas construtoras participantes do
grupo-piloto, abordando um universo amplo de pessoas envolvidas. A pesquisa
constatou no grupo entrevistado um alto grau de sensibilização, conscientização e
interesse pelo assunto. Percebeu-se uma expressiva redução de resíduos gerados,
embora a quantificação nos canteiros não estivesse ainda sistematizada.
Concluiu-se, enfim, que a implantação do programa proporcionou uma
interessante redução dos custos operacionais das obras, ao contrário do que alguns
previam. Cabe mencionar que, ao implantar esse tipo de programa, as construtoras
podem incorporar estes outros benefícios: atendimento aos requisitos legais e dos
programas de certificação; melhora nas condições de limpeza do canteiro,
contribuindo para maior organização da obra, diminuição dos acidentes de trabalho,
redução do consumo de recursos naturais e a conseqüente redução de resíduos.
Além disso, a empresa inicia uma conscientização ambiental que pode se refletir na
promoção de outras ações que visem ao desenvolvimento sustentável. Tais ações,
incluídas na gestão estratégica de negócios, melhoram a imagem da empresa e
contribuem para sua valoração econômica.
Paralelamente ao desenvolvimento da metodologia nos canteiros de obras do
grupo de 11 construtoras, o COMASP tem promovido ações com órgãos municipais
e estaduais, entidades e associações de classe, fabricantes e aplicadores de
materiais com o objetivo de buscar soluções ambientais para os resíduos,
envolvendo os aspectos da correta destinação, reuso e reciclagem. Essas
discussões têm demonstrado que para alguns resíduos — como os provenientes
dos serviços de pintura, impermeabilização e gesso, entre outros — as soluções só

115
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

podem ser viabilizadas se todos os agentes participantes estiverem envolvidos e


assumirem suas parcelas de responsabilidade.
Todo o esforço do COMASP faz parte de um projeto maior do SindusCon-SP,
que acredita nesse tipo de iniciativa e aposta que o Programa terá um efeito
multiplicador, valorizando a construção formal em detrimento da construção informal.
Isso levará todo o setor a estar reduzindo significativamente os impactos ambientais
de suas atividades, contribuindo de forma importante para seu desenvolvimento
sustentável.

4.2. IMPACTOS DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO


NO AMBIENTE URBANO
A atividade da construção civil gera a parcela predominante da massa total
dos resíduos sólidos urbanos produzidos nas cidades. Estudos realizados em
diversas cidades têm apontado os seguintes números: O consumo de materiais pela
construção civil nas cidades é pulverizado. Cerca de 75% dos resíduos gerados pela
construção nos municípios provêm de eventos informais (obras de construção,
reformas e demolições, geralmente realizadas pelos próprios usuários dos imóveis).
O poder público municipal deve exercer um papel fundamental para disciplinar o
fluxo dos resíduos, utilizando instrumentos para regular especialmente a geração de
resíduos provenientes dos eventos informais.
A falta de efetividade ou, em alguns casos, a inexistência de políticas públicas
que disciplinam e ordenam os fluxos da destinação dos resíduos da construção civil
nas cidades, associada ao descompromisso dos geradores no manejo e,
principalmente, na destinação dos resíduos, provocam os seguintes impactos
ambientais:
• degradação das áreas de manancial e de proteção permanente;
• proliferação de agentes transmissores de doenças (FOTO 1);

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TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Figura 12 - Agentes Transmissores De Doenças

• assoreamento de rios e córregos (FOTO 2);

Figura 13 - Obstrução Dos Sistemas

• obstrução dos sistemas de drenagem, tais como piscinões, galerias,


sarjetas, etc.
• ocupação de vias e logradouros públicos por resíduos, com prejuízo à
circulação de pessoas e veículos, além da própria degradação da paisagem urbana
(FOTO 3);

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TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Figura 14 - Ocupação De Vias Por Lixo e Entulho

• existência e acúmulo de resíduos que podem gerar risco por sua


periculosidade.
Diante da situação caótica de disposição dos resíduos nas cidades, o poder
público municipal atua, freqüentemente, com medidas paliativas, realizando serviços
de coleta e arcando com os custos do transporte e da disposição final. Tal prática
não soluciona definitivamente o problema de limpeza urbana por não conseguir a
remoção da totalidade dos resíduos. Ao contrário, incentiva a continuidade da
disposição irregular nos locais atendidos pela limpeza pública da administração
municipal.
Estudos realizados em alguns municípios apontam que os resíduos da
construção formal têm uma participação entre 15% e 30% na massa dos resíduos da
construção e demolição. Embora representem uma parcela menor em relação à
construção informal, os resíduos provenientes da construção formal podem ser
destinados da mesma maneira, ou seja, desordenadamente, causando impactos
ambientais significativos e expondo a atividade da construção empresarial a riscos

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TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

de autuações e penalidades decorrentes da responsabilização por crime ambiental


(dispor resíduos sólidos em desacordo com a legislação é considerado crime
ambiental) (Figura 15).

Figura 15 - Entulho Em Áreas Inapropriadas

Portanto, as soluções para a gestão dos resíduos da construção e demolição


nas cidades devem ser viabilizadas de um modo capaz de integrar a atuação dos
seguintes agentes:
• órgão público municipal – responsável pelo controle e fiscalização sobre o
transporte e destinação dos resíduos;
• geradores de resíduos – responsável pela observância dos padrões
previstos na legislação específica no que se refere à disposição final dos resíduos,
fazendo sua gestão interna e externa.
• transportadores – responsável pela destinação aos locais licenciados e
apresentação do comprovante da destinação.

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TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

4.3. NOVA LEGISLAÇÃO, NORMAS TÉCNICAS E


RESPONSABILIDADES
Há um conjunto de leis e políticas públicas, além de normas técnicas
fundamentais na gestão dos resíduos da construção civil, contribuindo para
minimizar os impactos ambientais.

4.3.1. Políticas Públicas


Resolução CONAMA nº 307 – Gestão dos Resíduos da Construção Civil, de 5
de julho de 2002 PBPQ-H – Programa Brasileiro da Produtividade e Qualidade do
Habitat Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SP – Resolução SMA nº 41, de 17
de outubro de 2002 Lei Federal nº 9605, dos Crimes Ambientais, de 12 de fevereiro
de 1998 Legislações municipais referidas à Resolução CONAMA.

4.3.2. Normas Técnicas


Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e
triagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação – NBR 15112:2004
Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes - Aterros - Diretrizes para
projeto, implantação e operação – NBR 15113:2004
Resíduos sólidos da construção civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para
projeto, implantação e operação – NBR 15114:2004
Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Execução de
camadas de pavimentação – Procedimentos – NBR 15115:2004
Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em
pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos – NBR
15116:2004
Resolução CONAMA nº 307
O destaque entre os elementos apontados é a Resolução CONAMA nº 307,
que define, classifica e estabelece os possíveis destinos finais dos resíduos da
construção e demolição, além de atribuir responsabilidades para o poder público

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TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

municipal e também para os geradores de resíduos no que se refere à sua


destinação.
Ao disciplinar os resíduos da construção civil, a Resolução CONAMA nº 307
leva em consideração as definições da Lei de Crimes Ambientais, de fevereiro de
1998, que prevê penalidades para a disposição final de resíduos em desacordo com
a legislação. Essa resolução exige do poder público municipal a elaboração de leis,
decretos, portarias e outros instrumentos legais como parte da construção da política
pública que discipline a destinação dos resíduos da construção civil. No âmbito
estadual de São Paulo, a Resolução SMA nº 41.
Editada em outubro de 2002, busca disciplinar a destinação dos resíduos em
todo o Estado com o estabelecimento de prazos para a adequação das áreas de
bota-fora existentes – esses locais devem ser transformados em áreas de aterro
para resíduos de construção e inertes, com condições específicas de operação
previstas nas normas técnicas já existentes. Desse modo, foram integrados às
atividades do órgão de controle ambiental estadual (CETESB) o licenciamento e a
fiscalização das áreas utilizadas para aterro dos resíduos da construção.
Os principais aspectos dessa resolução são os seguintes:
A. Definição e princípios
• Definição – Resíduos da construção e demolição são os provenientes da
construção, demolição, reformas, reparos e da preparação e escavação de solo.
• Princípios – priorizar a não-geração de resíduos e proibir disposição final em
locais inadequados, como aterros sanitários, em bota-foras, lotes vagos, corpos-
d’água, encostas e áreas protegidas por lei.
B. Classificação e destinação
• Classe A – alvenaria, concreto, argamassas e solos. Destinação: reutilização
ou reciclagem com uso na forma de agregados, além da disposição final em aterros
licenciados.
• Classe B – madeira, metal, plástico e papel. Destinação: reutilização,
reciclagem ou armazenamento temporário.
• Classe C – produtos sem tecnologia disponível para recuperação (gesso,
por exemplo). Destinação:
121
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

conforme norma técnica específica.


• Classe D – resíduos perigosos (tintas, óleos, solventes etc.), conforme NBR
10004:2004 (Resíduos Sólidos – Classificação). Destinação: conforme norma
técnica específica
C. Responsabilidades
• Municípios - elaborar Plano Integrado de Gerenciamento, que incorpore: a)
Programa Municipal de Gerenciamento (para geradores de pequenos volumes); b)
Projetos de Gerenciamento em obra (para aprovação dos empreendimentos dos
geradores de grandes volumes).
• Geradores – elaborar Projetos de Gerenciamento em obra (caracterizando
os resíduos e indicando procedimentos para triagem, acondicionamento, transporte
e destinação).
D. Prazos
• Plano Integrado e Programa Municipal - devem estar elaborados até janeiro
de 2004 e implementados até julho de 2004.
• Projetos de Gerenciamento – devem ser apresentados e implementados a
partir de janeiro de 2005.
PBPQ-H - Programa Brasileiro da Produtividade e Qualidade do Habitat
O Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras (SIQ –
Construtoras), do PBQP-H, prevê, em seu escopo, a necessidade da “consideração
dos impactos no meio ambiente dos resíduos sólidos e líquidos
produzidos pela obra (entulhos, esgotos, águas servidas), definindo um destino
adequado para os mesmos”, como condição para qualificação das construtoras no
nível “A” .
A falta de observância desses requisitos poderá resultar na restrição ao
crédito oferecido por instituições financeiras que exigem tal qualificação como
critério de seleção para seus tomadores de recursos.
Normas Técnicas
As normas técnicas, integradas às políticas públicas, representam importante
instrumento para a viabilização do exercício da responsabilidade para os agentes
públicos e os geradores de resíduos.
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TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

Para viabilizar o manejo correto dos resíduos em áreas específicas, foram


preparadas as seguintes normas técnicas:
• Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e
triagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação – NBR 15112:2004 –
possibilitam o recebimento dos resíduos para posterior triagem e valorização. Têm
importante papel na logística da destinação dos resíduos e poderão, se licenciados
para esta finalidade, processar resíduos para valorização e aproveitamento.

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TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - Módulo I

5 GLOSSÁRIO
Absenteísmo - Usado para designar as ausências dos trabalhadores no processo
de trabalho, seja por falta ou atraso, devido a algum motivo interveniente.

Admissional - Que se admite.

Corpos-d’água - O termo corpo de água geralmente refere-se a grandes


acumulações de água.

Demissional - Derivado de demissão.

Desinsetização - Ato, processo ou efeito de desinsetizar.

Desintoxicante - Que desintoxica, limpa.

Empilhadores - Que empilha.

Inutilização - Ato ou efeito de inutilizar, em todos os seus sentidos.

Peridiocidade - Estado do que é periódico.

Peritagens - Exame ou vistoria feita por peritos.

Silicose - Doença, geralmente profissional, devida à inalação do pó de sílica.

Sinistralidade - Contabilização da ocorrência de acidentes, de sinistros.

Subempreitados - Que faz a outrem o empreiteiro, da sua empreitada ou de parte


dela.

Utilizadoras - Que se utilizam.

Vasodilatação - É o processo de dilatação dos vasos sanguíneos, em consequência


do relaxamento do músculo liso presente na parede desses mesmos vasos.

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