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Faculdade de Ciências Jurídicas


Direito Empresarial
Professor: Marcelo Reis
Data: 2º semestre de 2010
Referências Bibliográficas:
TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial, vol. I, São Paulo,
Atlas, 2008.
TJDFT – Apelação Cível nº 2000.01.5.003688
TJDFT – Apelação Cível nº 48.531/98

Direito Empresarial I
Aula 2 – 30/07/10

1. Antecedentes históricos
• Normas históricas
– Código de Manu (Índia)
– Código de Hamurabi (Babilônia)
– Digesta de Justiniano – Direito Romano, 520 D.C., atualmente é a Turquia
– Códigos Bárbaros
– Glosadores (Universidade de Bolonha) – comentários ao Direito Romano

As atividades de intermediação existem desde que a sociedade humana passa a


conviver com excesso de produção. Assim, as normas históricas tratavam dos
atos de intermediação, apesar de não formarem um ramo jurídico autônomo e
especializado.

2. Surgimento do Direito Comercial


• Sistema subjetivo ou subjetivo-corporativista
– Direito Fechado e corporativista
– Sécs. XII à XVIII
– Corporações de mercadores
– Necessidade de adaptação das normas existentes à atividade mercantil
– Cidades-Estado (Gênova, Veneza, Florença)
– Autonomia política
– Costumes e Estatutos da Corporação
– Tribunais de Comércio

A jurisdição dos tribunais de comércio se estendeu às relações entre


comerciantes e não-comerciantes.
 O sistema era subjetivo, pois dependia da pessoa que fazia parte
da corporação
 Surgia a necessidade de agilização das transações comerciais
Obs.: Títulos de crédito, letras de câmbio – cartas utilizadas
pelos mercadores dirigidas aos bancos para dar um crédito a
outro.
 A toda evidência, na ausência de um regramento estatal próprio,
as corporações de comerciantes estabeleciam “leis” próprias
respaldadas nos usos e costumes da época, cuja aplicação
ficava a cargo dos juízes designados pela própria corporação.
 É nessa fase histórica que começa a se cristalizar o direito
comercial, deduzido das regras corporativas e, sobretudo, dos
assentos jurisprudenciais das decisões dos cônsules, juízes
designados pela corporação, para, em seu âmbito, dirimirem as
disputas entre os comerciantes [...]. (REQUIÃO, 1998, p. 10).
 Tem-se nesse contexto a origem do Direito Comercial,
respaldado num direito de cunho subjetivo, pois extraído dos
próprios comerciantes e de feição eminentemente classista,
porque criado e aplicado pelos comerciantes inscritos numa
determinada corporação para resolver apenas as suas relações
de negócio.(2).
 Essa fase foi denominada ou classificada de teoria subjetiva
porque somente os comerciantes que estivessem
matriculados numa das corporações de ofício detinham
acesso às normas e julgamentos dos tribunais
corporativos especiais. Somente os comerciantes inscritos
poderiam se beneficiar dos privilégios das leis comerciais
instituídas pelas corporações, a exemplo da falência e da
revogada concordata.

3. Estatização do Direito Comercial


• Sistema objetivo
– Código Comercial Francês de 1807 – Napoleão
– Teoria dos atos de comércio
– Oposição ao corporativismo
– Reflexo do princípio da igualdade

Os franceses eram tão avessos ao corporativismo que baniram qualquer forma


de matrícula de comerciantes até o fim da Primeira Guerra Mundial
 Inicia-se com o liberalismo econômico e consolida-se com o
Código Comercial Francês (1808)
 Abolição das corporações
 Com a teoria dos atos do comércio, o direito comercial deixou de ser
apenas o direito de uma certa categoria de profissionais, organizados em
corporações próprias, para se tornar a disciplina de um conjunto de atos que,
em princípio, poderiam ser praticados por qualquer cidadão. (COELHO,
2008, p. 12).
 Com efeito, a proposta da teoria dos atos de comércio, em suma, altera o modo
subjetivista de classificar o comerciante, ou seja, de classificá-lo como sendo
apenas aquele que estava matriculado numa corporação, para adotar-se um
critério objetivo voltado para a sua atividade comercial.
 Nessa fase secundária, seria a atividade desenvolvida que faria com que o
comerciante auferisse a condição de sujeito do direito comercial,
independentemente de estar ligado a uma corporação de ofício, tendo,
então, acesso às prerrogativas já mencionadas, tais como a falência e a
concordata.
 Dificuldades em definir ato de comércio  Código Comercial tenta solucionar
problema, enumerando as atividades mercantis (Código brasileiro de 1850 não
elenca).

• Sistema misto no Brasil (Bulgarelli)


– Código Comercial de 1850
– Art. 4º Ninguém é reputado comerciante, para efeito de gozar da proteção que este
Código liberaliza em favor do comércio, sem que se tenha matriculado em algum dos
Tribunais de Comércio do Império e faça da mercancia profissão habitual.

Para a doutrina, mercancia equivale a ato de comércio.


Tomazette não menciona “sistema misto” em sua obra.

 Código Comercial de 1850, mesmo que inspirado no Código napoleônico,


acabou por não elencar quais seriam os atos considerados de comércio
(tendência adotada pela teoria dos atos de comércio).

 Na tentativa de contemporizar a indefinição do que seriam os atos de


comércio, o sistema jurídico brasileiro editou o Regulamento nº. 737, de
1850, no intuito de definir quais atividades seriam consideradas de
comércio, cujo artigo 19 destacava-nas como sendo, na sua essência, as de
compra, venda e troca de móveis ou semoventes, operações de câmbio, bancos
e corretagem, seguros, fretamentos, contratos de risco marítimos, armação e
expedição de navios, bem como as empresas de fábricas, de transportes de
mercadorias, de espetáculos artísticos, de comissões, de depósitos e de
consignação.

 O principal argumento contrário ao sistema objetivo é justamente a


precariedade científica da base em que se assenta – uma enumeração
casuística de atos de comércio, feita pelo legislador ao acaso (de acordo com
aquilo que a prática mercantil considerava, à época, pertencer ao Direito
Comercial). Com isso, sequer se consegue encontrar o conceito de seu
elemento fundamental, o ato de comércio.

 Destarte, a edição do Código Comercial brasileiro, em 1850 – e que vigorou


até o início do ano de 2003 – foi totalmente inspirado no Code de Commerce
francês, adotando a teoria dos atos de comércio. Contudo, não abandonou à
sua vista a teoria subjetiva (de determinadas corporações), pois o artigo 4º.
do Código Comercial brasileiro manteve a disposição de que comerciante seria
aquele que estivesse matriculado em algum Tribunal do Comércio do Império e
que fizesse da mercancia sua profissão habitual.

 Ao exigir a matrícula no Tribunal do Comércio do Império, o Código Comercial


brasileiro estava, em verdade, retornando ao sistema subjetivo; e, ao asseverar
que seria comerciante aquele que faz da mercancia sua profissão, estava
contemplando a teoria dos atos de comércio. Por essa razão nosso sistema foi
chamado por parte da doutrina de sistema misto (BULGARELLI, 2000).

 Somente a partir dos anos 1960, quando o direito brasileiro inicia o processo
de aproximação ao sistema italiano de disciplina privada da atividade
econômica, a lista do velho regulamento imperial vê diminuída sua importância
(COELHO, 2008), até por que não se mostra mais sustentável negar o caráter
empresarial das várias atividades econômicas, inclusive as de prestação de
serviços, que atualmente são efetuadas repetidamente e em cadeia.

4. Teoria dos Atos de Comércio


• O Ato de Comércio no Brasil
– Art. 19, Regulamento 737/1850:
“Considera-se mercancia:
§1º A compra e venda ou troca de efeitos móveis ou semoventes para os vender
por grosso ou a retalho, na mesma espécie ou manufaturados, ou para alugar o seu
uso.
§2º As operações de câmbio, banco e corretagem.
§3º As empresas de fábricas; de comissões; de depósito; de expedição,
consignação, e transporte de mercadorias; de espetáculos públicos.
§4º Os seguros, fretamentos, riscos e quaisquer contratos relativos ao comércio
marítimo.
§5º A armação e expedição de navios.”

O Regulamento 737 foi revogado pelo Decreto 2.662/1875, mas continuou a ser
usado como referência na delimitação dos atos de comércio.

 Ato de comércio: é aquele praticado pelos comerciantes, relativo ao exercício de


sua atividade, e aquele considerado como tal pela lei, em cada ordenamento
jurídico. É todo o ato praticado habitualmente com o objetivo de lucro,
para mediação, circulação e intermediação de bens e serviços. É ato
jurídico.
 O ato de comércio é composto de 2 elementos: causa e motivo.
Obs.: Trata-se da teoria adotada pelo direito Comércio para determinar
seu campo de abrangência.

• Classificação (Carvalho de Mendonça)


– Ato de comércio por natureza
 Atos arrolados no art. 19, Regulamento 737/1850 – tradição
 Habitualidade, intuito de lucro e intermediação

 Podem ser chamados de subjetivos. São os praticados


profissionalmente pelos comerciantes devido às suas atividades e
estão ligados à figura do comerciante. Enquadram-se nesta
classificação:
a) Compra e venda de bem móvel ou semovente para sua
revenda, por atacado/varejo, industrializado ou não ou para
alugar o seu uso;
b) Operações de câmbio, banco e corretagem;
c) as empresas de fábricas, de comissões, de depósitos, de
expedição, de consignação e transporte de mercadorias, de
espetáculos públicos;
d) os seguros, fretamentos e riscos;
e) quaisquer contratos relativos ao comércio marítimo comércio,
armação e expedição de navios.

– Ato de comércio por força de lei


 Atos de S.A. (Lei 6.404/76)
o Atos de empresas de construção (Lei 4.068/62)

 Também são denominados objetivos. São comerciais por


determinação de lei e independem da condição de comerciante ou não
daquele que o pratica. São atos de comércio objetivos, por força da lei:
a ) operações sobre títulos da dívida pública;
b) atos referentes às sociedades anônimas;
c) operações sobre letras de câmbio, notas promissórias,
bilhetes de mercadorias, cheques, títulos emitidos armazéns
gerais;
d) empresas de construção civil;
e) Fornecedores de mão-de-obra temporária e
f) O arrendamento mercantil, em qualquer modalidade.

– Ato de comércio por conexão


 Ato civil praticado no exercício da profissão mercantil
Ex: compra de máquina registradora
 Também são denominados atos de comércio por dependência
ou acessórios. São aqueles praticados por comerciantes com o
intuito de facilitar a profissão comercial e desta forma deixam de ser
civis e passam a ser regidos pela lei comercial. Ex.: aquisição de
balcões, vitrines, etc.

O conjunto dos atos de comércio equivale, basicamente, a uma enumeração


legal, dificultando a sua conceituação.

O ato de comércio, para ser considerado como tal, depende do sujeito que o
realiza. Exceção: títulos de crédito.

Sociedade civil – sociedade simples, criação em cartório, não pode falir.

Sociedade comercial – registro na Junta Comercial (criada em substituição aos


Tribunais do Comércio), pode falir.

 Classificação: A existência dos atos de comércio é anterior à dos


comerciantes pois para ser comerciante é indispensável a prática
profissional dos atos de comércio e estes existem sem que os que o
praticam possam ser considerados comerciantes.

• Dificuldades conceituais
– “Problema insolúvel para a doutrina, martírio para o legislador, enigma para a
jurisprudência” (Basílio Machado, citado por Rubens Requião)
– Extinção dos Tribunais de Comércio (Decreto 2.662/1875), criação das Juntas
Comerciais (?)
– Dúvidas sobre a natureza do rol de atos de comércio (taxativo ou exemplificativo)
– Problemas quanto à instauração do regime falimentar

5. Teoria da Empresa
• Código Civil Italiano de 1942
– Sistema subjetivo moderno
– Criação de um conceito para “empresário”
– Unificação do regime de obrigações
– Influência no Código Civil Brasileiro

• Código Civil Brasileiro de 2002


– Adoção da teoria da empresa
– Revogação da 1ª Parte do Código Comercial
– Conceito de empresário (art. 966/CC)
– Unificação do regime de obrigações
Há decisões judiciais embasadas na teoria da empresa antes
mesmo da edição do Código Civil de 2002 (Ver Agravo de
Instrumento 6987/96, da 4ª Turma Cível do TJDFT)

Direito comercial ou Direito empresarial é um ramo do direito privado que pode ser entendido
como o conjunto de normas disciplinadoras da atividade negocial do empresário, e de qualquer
pessoa física ou jurídica, destinada a fins de natureza econômica, desde que habitual e dirigida à
produção de bens ou serviços conducentes a resultados patrimoniais ou lucrativos, e que a exerça
com a racionalidade própria de "empresa", sendo um ramo especial de direito privado. Em
Portugal veja-se Direito comercial Português,. Rege os actos tidos como comerciais.
Assim entendido, o direito empresarial abrange um conjunto variado de matérias, incluindo as
obrigações dos empresários, as sociedades empresárias, os contratos especiais de comércio, os
títulos de crédito, a propriedade intelectual, entre outras.

Junta Comercial
Autentica os livros

19/ago/10
Direito de Empresa
Conceito de empresario – [e importante para o registro empresarial, escrituracao
contabil, elaboracao de demonstracoes periodicas
O empresario tem a obrigacao de registro na junta commercial.

Registro empresarial
Arquivamento de Atos
Atos sujeitos a arquivamento – art. 32, II, LRPEM

Revis’ao de atos

Escrituracao contabil
Obrigacao de escriturar (art. 1179, CC)
Dispensa de pequenos empresarios (art. 1179, paragrafo 2, CC)

Funcoes

Requisitos de regularidade

Livros obrigatorios
Diario (art. 1.180, CC) – registro de todos os lancamentos contabeis, registros de
eventos de alteracao patrimonial. Ex.: surgimento de fato gerador de tribute. Sua
organizacao ocorre pelo criterio cronologico. Existe na forma digital.

Livro de duplicatae s – registro de duplicatas emitidas. Se a empresa a emite, e


obrigada a registrar sua emissao.
Duplicata – e um titulo de credito, e um cheque ao contrario. A empresa que o
emite cria um credito para si. No caso do cheque, aquele que o emite cria um
credito para outra pessoa.
Livros proprios de SA (art. 100, lei 6404/76) - Ex. Livro de atas

Razao – o lancamento e feito por categorias – razonetes, tais como caixa,


mercadorias, imoveis. Ex. Conta caixa – expressa o montante em especie que a
empresa possui e todos os eventos que envolvem a sua movimentacao. E
obrigatorio em alguns casos, tais como quando a empresa e tributada no imposto
derenda pelo lucro real.

Caixa – registra as entradas e saidas de dinheiro. [E obrigatorio para as empresas


sujeitas ao SIMPLES. E uma norma tributaria que o torna obrigatorio.

Registro de empregados – e uma obrigacao do ponto de vista da legislacao


trabalhista.

Livros facultativos
Sao outros que a empresa considere necessaries e nao sao exigidos pela lei. Podem
ser o de registro de cheques, de registro de correspondencias etc.

Sigilo dos livros comerciais (art. 1190, CC)


Preserva a privacidade da empresa e a protégé contra os concorrentes que podem
utilizar informacoes para se beneficiar no Mercado. Pode ocorrer nos casos de
conflitos de sociedade, comunhao de bens, sucessao e gestao por terceiros.
Autoridade fiscal (art. 1193, CC)
Autoridade judicial (art. 1191, CC) – exibicao integral, somente a pedido e exibicao
parcial ex officio.

Eficacia probatoria (art. 226, CC)


A escrituracao contabil pode server como meio de prova.
Documento unilateral – tem forca probatoria menor.
Eficacia probatoria contra o titular – e como uma confissao.
Eficacia probatoria a favor do titular
Requisitos – regularidade na escrituracao, confirmacao por outros subsidies,
isonomia das partes.

Documento unilateral
Eficacia probatoria contra o titular
Eficacia probatoria a favor do titular

Sancoes pela falta de escrituracao


Presucao de veracidade de fatos alegados pela parte adverse (art. 1192, CC)
Crime falimentar (art. 178, Lei 11.101/05)
Obice a recuperacao judicial

Demonstracoes contabeis
Tipos
Balanco patrimonial – retrato do patrimonio instantaneo da sociedade.
Normalmente ocorre no dia 31 de dezembro. Algumas sociedades sao obrigadas a
publicar
Divide-se em ativo e passive. O ativo pode ser o circulante que relaciona patrimonio
que possuem alta circulaco ou liquidez, e pode ser imobilizado que sao aqueles
menos liquidos e podem ser considerados como parte da empresa.
Passivo pode ser circulante e de longo prazo.
O patrimonio liquid [e o capital que pretence aos empreendedores e os lucros que
tambem devem voltar aos empreendedores ou investidores, acumulados desde o
inicio da empresa.

Demonstracao de resultado economico – faz referencia ao exercicio da empresa.


Possui receitas, que podem ser de vendas, de services e financeiras, e despesas,
que envolvem salaries, aluguel, treinamento de pessoal, royalities, tributes. O lucro
demonstrado e aquele acumulado no exercicio que e annual.
Ex.:

Obs.: O contrato social traz o capital inicial da empresa

Peridiocidade
Annual (1.179, CC)
Excecoes: balanco de determinacao (art. 1031, CC)
Dividendos semestrais (art. 204, Lei 6404/76)

20/ago/10
Estabelecimento Empresarial
Obs.: universalidade de fato x universalidade de direito – na universalidade de
direito a unidade do objeto e decorrente da lei. Na universalidade de fato a vontade
do empresario e a causa da unidade do objeto.
1. Conceito

2. Natureza

 Objeto unitario de transacoes (art. 1143, CC) – o conjunto de elementos,


neste caso, de um estabelecimento empresarial e considerado uma unidade.
Inclui-se tambem os objetos locados. E a natureza do estabelecimento
empresarial  UNIVERSALIDADE DE FATO

3. Elementos
 Materiais – maquinas, movies, imoveis, mercadorias
 Imateriais –
o Patentes
o Marcas
o nome empresarial
o Ponto – local de exploracao da atividade economica. Deve haver
indenizacao no caso de desapropriacao.
4. Aviamento
 Grau de aptidao do estabelecimento para a geracao de lucros. E o sobrevalor
sobre a soma dos bens individualmente considerados. Nos casos de
indenizacao

5. Renovacao Compulsoria
 Refere-se a renovacao do contrato de locacao (Lei 8.245/91 – Locacao de
imoveis urbanos). Sao protegidas os estabelecimentos com fins comeciais e
sociedade civil com fins lucrativos (ex. Empresas de prestacao de servicos –
SC* ou SS**), nao sendo, portanto, exclusive de empresarios.
 Requisitos:
o Destinacao do imovel explicitada no contrato. O art. 51 do CC estipula
que deve haver no contrato a destinacao do imovel.
o Contrato escrito
o Prazo
o Exercicio continuo da mesma atividade por 3 anos
 A acao renovatoria deve ser interposta antes de 6 meses para o termino do
contrato.
 Argumentos utilizaveis pelo locador para retomar o imovel: realização de
obras, uso própior proposta de renovação insuficiente, oferta de 3ºs. Deve
haver indenização ao locatario empresário quanto ao aviamento e ponto. Se
o ponto for utilizado para a mesma finalidade pode ser considerado
enriquecimento ilícito, na medida em que se alegou outro motivo para a
retomada do imóvel.
* Sociedade Civil
** Sociedade Simples

26/ago/10
Trespasse
• Conceito
– Contrato de alienação do estabelecimento – há perda da titularidade do
estabelecimento, que passa a ser de outro.
– Para se concretizar, pode depender de atos de
transferência distintos
• Registro de imóveis e outros bens
• Cessão de patente ou marca
• Anuência do locador na cessão de locação
– Diferencia-se da venda de controle societário. Neste caso o terceiro não aparece.
Vende-se o controle sobre a ABC Ltda, que é a titular do estabelecimento. O titular não

v. figura

José
João
ABC
Ltda
controla titulariza
João passa a ser novo controlador de
ABC Ltda, mas a titularidade sobre o
estabelecimento permanece a mesma.
• Requisitos de eficácia. Se referem àqueles do código civil

– Averbação na inscrição empresarial (art. 1144/CC) – junta comercial, é publicizado


pelo arquivamento do documento na junta comercial.

– Publicação na imprensa oficial (art. 1144/CC) – publicação no jornal.

– Na insolvência, anuência dos credores (art. 1145/CC) – o agente, no caso de


incapacidade de saldar compromissos financeiros , deve notificar os credores que
devem se manifestar favoravelmente ou não. Na prática, se houve falência e houve
alienação, o estabelecimento deve voltar para a massa falida da empresa. Há reversão
dos efeitos do trespasse. Quando é realizado o trespasse, geralmente , o adquirente
passa a ser o novo devedor, que somente herdará as obrigações empresariais –
reguladas pelo direito privado, que devem estar devidamente contabilizadas.

• Expressa (consentimento por escrito)

• Tácita (silêncio nos 30 dias depois da notificação) – concorda com a alienação

• Sucessão de dívidas (art. 1146/CC)

- somente vai caber para as dívidas de caráter privado, não cabe para dívidas
trabalhistas
– Obrigações empresariais regularmente contabilizadas
– Solidariedade do alienante (temporária) por um ano a contar:
• Da publicação em dívidas vencidas
• Do vencimento em dívidas vincendas (ainda vai vencer)
– Sucessão necessária das obrigações trabalhistas e fiscais (art. 448/CLT e 133/CTN –
se o empregado da empresa do 1º dono resolver ajuizar ação no momento em que a
empresa foi adquirida pelo 2º dono, poderá ajuizar a ação para qualquer um dos
proprietários.

• Cessão dos créditos (art. 1149)


– Eficácia desde a publicação1
– Proteção do devedor de boa-fé – se pagar erroneamente ao 2º dono, e o 1º dono
cobrar a dívida, ficará protegido.

• Sub-rogação dos contratos (art. 1148)


- os contratos passam a ter que serem honrados pelo novo proprietário
– o contrato deve estar vinculado à exploração do estabelecimento
– caráter impessoal
– norma supletiva – complementa a vontade das partes. Se as partes não dispuserem
sobre a sub-rogação vale a disposição normativa.
– rescisão por justa causa2

1. A publicação do trespasse serve como notificação do devedor (art. 290/CC).


2. “Tal justa causa pode dizer respeito às qualidades pessoais do adquirente do
estabelecimento, pois, se as condições pessoais do alienante foram
determinantes na formulação do negócio, não se pode exigir que o contratante
prossiga com outra parte na avença” (Tomazette)

• Cláusula de não-restabelecimento
– Norma contratual que proíbe o restabelecimento do alienante. Ex. o alienante que
vende o estabelecimento fica obrigado a não abrir outro estabelecimento com o mesmo
objeto na mesma área do estabelecimento vendido. Evita assim a violação da
concorrência.
– Restabelecimento do alienante e enriquecimento indevido
– Restrições ao restabelecimento
• Tempo
• Local
• Objeto empresarial
– Norma supletiva
• Período de 5 anos (art. 1147)

Próxima aula – tópico 5


Sinais Distintivos
Sinais e os objetos que visam distinguir
- nome empresarial  pessoa do empresário
- título de estabelecimento  estabelecimento
- domínio de internet  endereço de IP
- marca produtos e serviços
- indicação geográfica  origem da produção
Nomes empresariais
 Natureza (art. 1164, CC)
o Direito personalíssimo
 Princípios (art. 34, Lei 8.934/94)
o Novidade
o Veracidade. Se no nome empresarial houver nome de pessoa da
sociedade e esta morrer, deve trocar o nome.
 Tipos
o Firma individual – para empresário individual, um indivíduo. Pode
usar apelido e/ou adicionar atividade.
o Razão Social. O nome
 Denominação – para sociedade anônima, não revela o nome.
 Designação de ME ou EPP – acréscimo em nomes empresariais. Estas
diferem quanto à tributação
 Firma individual ou nome de empresário art. 1156, CC
 Hipótese – Alfredo abre um restaurante, responsabilidade será de
Alfredo e o Nome empresarial será Alfredo Restaurante.
 o Sociedade em nome coletivo – se registrada na junta comercial será
pessoa jurídica, uma sociedade, que é a primeira responsável, difere
quanto ao empresário individual quanto à responsabilidade (sem
pessoa jurídica) PROVA DA ORDEM
Ex.: Alfredo, Eduardo e Bruna abrem um restaurante, a
responsabilidade é ilimitada de Alfredo, Eduardo e Bruna, o nome
empresarial pode ser Alfredo, Eduardo e Bruna Comércio e
Alimentação. Daniela, Bruna e Carlos abrem uma papelaria, a
responsabilidade é ilimitada de Daniela, Bruna e Carlos. Daniela, Bruna
e Carlos Papelaria e Material de Escritório (a última parte é opcional)
ou Daniela & Cia. Papelaria e Material de Escritório (a última parte é
opcional)
 Sociedade em Comandita Simples – alguns sócios são investidores e
tem poder de gerência (comandidatos) e outros somente investidores.
O nome tem que ser razão social, e não denominação, com os nomes
dos sócios comandidatários somente e facultativamente o nome da
atividade.
 Sociedade em conta de participação – não há personalidade jurídica.
Não levar para junta comercial.
 Sociedade limitada – a grande maioria. A responsabilidade é limitada
ao capital social. Se trata de uma evolução das demais (nome coletivo
e comandita). Tem a mesma estrutura de sociedade porém estabelece
a limitação para a sociedade. O risco para cada sócio é diferente.
o Firma (razão social) ou denominação (art. 1158, CC). Os sócios
definem. Se escolhem razão social devem colocar o nome e o
ltda. Ou a denominação mas tem que colocar o ltda. É o único
caso que pode escolher razão social ou denominação.
 Sociedade anônima
o Denominação (art. 1160, CC) – usar cia. Ou S.A. e o ramo de
atividade, em qualquer ordem.

3/9/10

Marcas
 Marcas não registráveis (art. 124, LPI)
o Falta de capacidade distintiva (II, VI, VIII,) – não se dá
exclusividade para nomes genéricos (ex. tricot, boteco etc.)
o Confusão com outros sinais (I, IV, V, IX, X, XI) – se o título já é
utilizado antes do registro da marca, prevalece a anterioridade
do título. O título pode ser registrado como marca, isso não pode
ser feito com títulos de terceiros. Indicação geográfica não pode.
Nomes de pessoas famosas somente pode ser utilizado com
autorização. Nomes patromínicos não pode ser registrado por
outro.

o Contrariedade à moral pública (III)


o Sinal ou expressão de propaganda (VII) – não pode utilizar frases
de propaganda.
o Lei de Propriedade Industrial – Lei nº 9279/96.
o Exemplo de marcas – símbolos positivo, codeps (o titular é a
cooperativa e pode ser utilizada pelos psicólogos da
cooperativa), iso (certificação), mc donalds, conap, abic (selo de
certificação), Gerdau (empresa a marca é o mesmo nome da
empresa), Louis vuiton, extra, Inmetro, harley-davidson, Skol
(muitas empresas são licenciadas para utilizar a marca, mesmo
não sendo titulares), Sadia.
o No caso de marca coletiva – os membros da entidade coletiva é
que devem tomar as medidas para proteger a marca.
 Direitos sobre a marca (art. 130, LPI)
o Cessão
o Licença – pode ser licenciada para número indefinido de pessoas.
o Zelo pela reputação
 Renovação – o registro da marca deve ser renovado de 10 em 10 anos.
 Perda da marca
o Expiração da vigência (art. 133, LPI)
o Renúncia – somente é possível se não houver prejuízos a
terceiros.
o Caducidade (art. 143, LPI) – desuso por 5 anos. RESP 1.071622 –
motivo que justifica a falta de uso, caso de um cosmético que
tinha marca registrada no Brasil, e ficaram sem uso da marca no
Brasil, alguém requereu a caducidade da marca. O caso foi para
o STJ. Jusitificativa havia proibição de importação foi utilizada
como justificativa para escapar da caducidade.
 Tipos
o Indicações de procedência (art. 177, LPI) – não marca, vários
produtores da região pedem o registro da indicação de
procedência.
o Denominação de origem (art. 178, LPI) – muito utilizado para
vinhos, não é marca
 Âmbito da proteção
o Exclusividade geográfica (art. 182, LPI) – Ex.: champagne,
somente os produtos da região de champagne podem utilizar o
nome. Ninguém pode registrar marca de uma região geográfica.
Somente quem é da região pode utilizar.
o Extensão a figuras associativas (art. 179, LPI)
o Impedimento quanto a marcas (art. 124, IX, LP

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