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CAP 1.

NOÇÕES DE ESTRUTURA DA MATÉRIA E ELETRICIDADE

a) Histórico e Caracterização
Primeiros Modelos Atômicos
A primeira idéia de átomo surgiu com os filósofos gregos Leucipo e Demócrito. Átomo, em grego, significa
indivisível. Somente em 1808, John Dalton, expôs uma teoria científica sobre o assunto. Segundo Dalton a matéria é
constituída por um aglomerado de átomos, que seriam minúsculas partículas esféricas, rígidas e indivisíveis.
Modelo de Thomson
Em 1904, Joseph John Thomson formulou uma teoria sobre a estrutura atômica da matéria segundo a qual o átomo
seria uma esfera carregada positivamente que, para tornar-se neutra, tinha elétrons distribuídos em sua superfície. Este
modelo ficou conhecido como pudim-de-ameixas.
Modelo de Rutherford ou Modelo Nuclear
Com a descoberta da radiatividade em 1896 por Henry Bequerel, propriedade apresentada por alguns elementos, como o
rádio, cujos átomos são capazes de emitir espontaneamente partículas e radiações, ficava a dúvida: se os átomos são
indivisíveis, como poderiam emitir partículas e radiações? O átomo devia ser, portanto, divisível. Em 1911, Ernest
Rutherford, prova a divisibilidade do átomo com a seguinte experiência:
“com uma lâmina de ouro de espessura 0,0001mm, o material radioativo sendo α -emissor (emite partículas α , que são
positivas) Rutherford concluiu que o átomo é formado de duas partes:
o núcleo, que é minúsculo e é onde se encontra praticamente toda a massa do átomo;
e a eletrosfera, onde gravitam os elétrons.
É um sistema análogo ao do sistema solar. Rutherford concluiu também que o raio do núcleo é de 10.000 a 100.000 vezes
menor que o raio do átomo, isto significa que a matéria é vazia. Imagine que o núcleo fosse uma pequena ervilha com
3mm de raio, o átomo teria o raio de 300m.”
Modelo de Bohr
O modelo de Rutherford apresentava um grave defeito: qualquer partícula carregada emite radiação eletromagnética
quando acelerada, segundo a teoria eletromagnética clássica. Em particular, espera-se que um elétron em órbita circular,
e portanto, acelerado, ao redor do núcleo, emita radiação eletromagnética. Consequentemente, o movimento orbital de
um elétron seria instável porque ele faria uma espiral na direção do centro, à medida que fosse perdendo energia até cair
no núcleo. E isso não ocorre na realidade. O elétron descreveria então, um movimento espiralado e colidiria com o núcleo.
Bohr, baseado na Mecânica Quântica de Planck arruma o modelo de Rutherford postulando:

- os elétrons descrevem ao redor do núcleo órbitas circulares com energia fixa, são chamadas órbitas estacionárias.

- nas órbitas estacionárias os elétrons não emitem energia.


- quando um elétron recebe energia suficiente ele muda de órbita, afastando-se do núcleo. Na volta à original, essa
energia é devolvida ao meio.
Modelo Atômico Atual
A teoria de Rutherford-Bohr explica com relativo sucesso o comportamento de átomos hidrogenóides (apenas um
elétron). Aumentando a complexidade a teoria falha, surgindo a necessidade de
adaptações. Arnold Sommerfeld imaginou órbitas elípticas onde seria possível a
existência de diferentes estados de energia para os elétrons na mesma camada.
Em 1924, Louis de Broglie sugere que o elétron deve ser encarado também
como uma onda. Uma série de experimentos mostra que os elétrons podem sofrer
difração, comportando-se como se fossem ondas sonoras ou luminosas e
obedecendo às leis da mecânica ondulatória.
Modelo atômico com órbitas elípticas 
Partículas “Elementares”
−19
- Elétron (símbolo e-): partícula elementar com uma unidade negativa de carga elétrica no valor de 1,60 ⋅10 C . Sua

massa é igual 9,11 ⋅10 −31 kg . Os elétrons de um átomo circundam o núcleo e determinam suas propriedades

químicas. Os elétrons positivos são chamados pósitrons (e+).

1
−27
- Prótons (símbolo p+): partícula elementar com uma unidade de carga positiva e massa de 1,67 ⋅10 kg .

- Nêutron (símbolo n0): partícula elementar neutra, sem carga elétrica, sua massa é similar a do próton e vale

1,68 ⋅10 −27 kg .

O Núcleo
No núcleo encontramos os prótons e os nêutrons, ele é o maior responsável pela massa do átomo e constitui sua
parte positiva.
Para que os prótons mantenham-se unidos e junto a eles os nêutrons existem forças nucleares que são muito
complicadas e que até hoje não foi possível formular uma teoria ampla para núcleos, existem modelos que são restritos e
que explicam um número limitado de propriedades nucleares usando argumentos que não envolvem todos os detalhes das
forças nucleares. Esses modelos não usados para estudar os núcleos em estados excitados e na análise de transições
espontâneas que ocorrem em estados nucleares (decaimento nuclear, incluindo a radioatividade) e transições induzidas
artificialmente (reações nucleares, incluindo fissão e fusão).
Níveis Nucleares de Energia
Uma diferença profunda entre o estudo dos átomos e dos núcleos decorre da diferença entre as suas energias
características. A energia característica dos núcleos é da ordem de 1 MeV. Por exemplo, o potencial nuclear atrativo
experimentado por um nêutron quando está em um núcleo é de alguns MeV, e também a energia de ligação de um próton
é da mesma ordem. Para as energias características dos átomos encontramos valores da ordem de 1 eV. Devido a este
valor relativamente pequeno (não muito maior do que a energia térmica à temperatura ambiente, aproximadamente 0,025
eV), os átomos são facilmente excitáveis e eles têm pouca dificuldade em se combinar para formar moléculas e sólidos.
Com relação aos núcleos, circunstâncias muito especiais são necessárias para que se excitem, pois a energia característica
deles é bastante alta.
Estrutura Extranuclear
Como vimos nos modelos atômicos, fora do núcleo encontramos os elétrons e a esta estrutura chamamos de
eletrosfera.
Em 1927 Werner Heisenberg, postula que: “não é possível determinar simultaneamente a posição de uma partícula e
sua velocidade.” O termo partícula refere-se à partículas subatômicas. A esta altura o átomo planetário de Rutherford-Bohr
já estava com seus dias contados. Reunindo as idéias de Broglie e Heisenberg, Erwin Schröndinger determinou através
de equações matemáticas, região de grande probabilidade de encontrar o elétron: o orbital atômico.
“O orbital é a região do espaço atômico onde encontramos a máxima probabilidade de localizarmos determinado elétron.”
Níveis Atômicos de Energia
Podemos nos referir à energia dos elétrons de duas formas:

• “quanto mais externa for a camada maior a energia dos elétrons”, isto quer dizer que se um elétron está na camada Q
ele tem a maior energia cinética possível dentro de um átomo.

• “quanto mais próximo do núcleo maior a energia de ligação do elétron”. Sabemos que o núcleo é positivo devido aos
prótons e, portanto, exerce uma força de atração sobre os elétrons. Segundo a lei de Coulomb quanto mais próximo
estiverem as cargas em questão, maior a força entre elas. Com essa observação podemos salientar que existem
materiais cujos elétrons se desprendem do átomo com uma certa facilidade, são os chamados elétrons livres (aqueles
mais afastados do núcleo e com uma pequena energia de ligação), neste caso, quando o material possui muitos
elétrons livres chamamos ele de bom condutor de eletricidade. Caso contrário, temos um material isolante.
Como vimos, a matéria é constituída por partículas elementares que até hoje são descobertas. Nos preocuparemos com
apenas quatro delas: os nucleons (componentes do núcleo atômico) que são os prótons e os nêutrons; os elétrons e os
pósitrons.
Caracterização dos Elementos
O átomo de cada elemento tem um número definido de prótons no núcleo, este número é conhecido como número
atômico – Z. No estado fundamental o átomo é eletricamente neutro, portanto o número de elétrons será igual ao de
prótons (Z).

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As propriedades químicas deste átomo estarão relacionadas com estes elétrons e seu número.
O número de nucleons (prótons + nêutrons) é a massa atômica - A.
A
Representação de um elemento químico: XZ
Então temos: Z = número atômico
A = massa atômica
e = número de elétrons
p = número de prótons
n = número de nêutrons
Z = p (ou também, Z = e, para átomos neutros ou não ionizados)
A=p+n
n=A-Z
A condição normal dos elementos é estarem neutros, ou seja, possuírem a mesma quantidade de partículas
negativas e positivas portanto, o número de prótons, geralmente, é igual ao dos elétrons.
Ao mencionarmos ionização devemos lembrar que para eletrizar um átomo, molécula ou objeto qualquer, é
necessário modificar a quantidade de elétrons que ele possui. Ao acrescentarmos elétrons em um sistema neutro, ele fica
eletrizado ou ionizado, negativamente. Caso o sistema perca elétrons, ele ficará eletrizado positivamente.
Distribuição eletrônica
Cada orbital ou camada tem um tamanho e uma energia diferentes. São simbolizados pelas letras K, L, M, N, O, P e
Q.
Cada camada tem um número de elétrons, até hoje conhecemos os seguintes, respectivamente a cada camada
citada acima: 2, 8, 18, 32, 32, 18 e 8.
Para distribuir os elétrons nas camadas é necessário ir preenchendo as camadas em ordem. Ao lotar uma camada,
passa para a próxima. Mas existem algumas regras especiais:
• se a última camada ficar com um número entre 8 e 18, preencher essa camada com 8 elétrons e transferir os outros
para a próxima.
• Caso a última camada fique com um número entre 18 e 32, preencha a camada com 18 elétrons e transfira os elétrons
restantes para a próxima camada.

Classificação dos Elementos

a) Isótopos

Apesar de todos os átomos de um elemento particular conterem o mesmo número de prótons, eles podem diferir no
número de nêutrons. Isto quer dizer que um mesmo elemento pode Ter diferentes tipos de átomos. Por exemplo, o
elemento X tem um número atômico Z, isto é, cada átomo contém Z prótons, mas podem ocorrer diferentes números de
nêutrons.
A A+1 A+2
Genericamente temos: XZ XZ XZ
(são todos o mesmo elemento)
Exemplo:
235 238
U 92 U 92
Z = 92 Z = 92
A = 235 A = 238
n = 235 – 92 = 143 n = 238 – 92 = 146
Essas diferentes formas são chamadas de isótopos do elemento. Por exemplo, existem três isótopos do átomo de
hidrogênio:
Hidrogênio: H-1 Deutério: H-2 Trítio: H-3
É importante ressaltar que todos os isótopos têm as mesmas características químicas, pois isso será determinado
pela sua eletrosfera.
Os isótopos conhecidos de cada elemento sejam eles naturais ou artificiais são chamados de nuclídeos, eles são
um tipo diferente de átomo com determinado número atômico e massa atômica.
b) Isóbaros

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São átomos de diferentes números de prótons mas que possuem o mesmo número de massa. Logo eles são elementos
químicos diferentes com mesma massa pois, o maior número de prótons é compensado por um menor número de
nêutrons e vice-versa.
40 40
Exemplo: K 19 Ca 20

Z = 19 Z = 20
A = 40 A = 40
n = 40 – 19 = 21 n = 40 – 20 = 20
c) Isótonos
Átomos com diferentes números de prótons (elementos diferentes), diferentes números de massa, porém com mesmo
número de nêutrons (n).
37 40
Exemplo: Cl 17 Ca 20

Z = 17 Z = 20
A = 37 A = 40
n = 37 – 17 = 20 n = 40 – 20 = 20

b) Eletricidade
Carga elétrica
Campo Elétrico
Potencial Elétrico
Tensão Elétrica
Corrente Elétrica

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