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Histórias de Sucesso
EXPERIÊNCIAS EMPREENDEDORAS
ORGANIZADO POR MARA REGINA VEIT
Histórias
de Sucesso
EXPERIÊNCIAS EMPREENDEDORAS
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É permitida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por
qualquer meio, desde que divulgadas as fontes.
Este trabalho é resultado de uma parceria entre o SEBRAE/NA, SEBRAE/MG, SEBRAE/RJ, PUC-Rio, IBMEC-RJ
Coordenação Geral
Mara Regina Veit
Coordenação e Concepção do Projeto Desenvolvendo Casos de Sucesso
Supervisão
Cezar Kirszenblatt
Daniela Almeida Teixeira
Renata Barbosa de Araújo
Apoio
Carlos Magno Almeida Santos
Dennis de Castro Barros
Izabela Andrade Lima
Ludmila Pereira de Araújo
Murilo de Aquino Terra
Rosana Carla de Figueiredo
Sandro Servino
Sílvia Penna Chaves Lobato
Túlio César Cruz Portugal
Desenvolvimento do Site
Daniela Almeida Teixeira
bhs.com.br
SEBRAE-MG
Luiz Carlos Dias Oliveira, Presidente do Conselho Deliberativo
Stalin Amorim Duarte, Diretor Superintendente
Luiz Márcio Haddad Pereira Santos, Diretor de Desenvolvimento e Administração
Sebastião Costa da Silva, Diretor de Comercialização e Articulação Regional
SEBRAE-RJ
Paulo Alcântara Gomes, Presidente do Conselho Deliberativo
Paulo Maurício Castelo Branco, Diretor Superintendente
Evandro Peçanha Alves, Diretor Técnico
Celina Vargas do Amaral Peixoto, Diretora Técnica
O projeto
O Projeto Desenvolvendo Casos de Sucesso foi criado para que histórias emocionantes de
empreendedores, que fizeram a diferença em sua comunidade, em suas empresas, em suas
instituições, possam ser conhecidas, disseminadas e potencializadas na construção de novos
horizontes empresariais.
O método
O livro Histórias de Sucesso foi concebido com o intuito de utilizar o método de estudo de
caso para estruturar as experiências do Sebrae, e também contribuir para a gestão do
conhecimento nas organizações, estimulando a produtividade e capacidade de inovação, de
modo a gerar empresas mais inteligentes e competitivas.
A Internet
A concepção do Projeto Estudo de Casos para o Portal Sebrae www.sebrae.com.br pretende
divulgar e ampliar o conhecimento das ações do Sebrae e facilitar para as instituições e
profissionais que atuam na rede de ensino, bem como instrutores, consultores e instituições
parceiras que integram a Rede Sebrae, um conteúdo didaticamente estruturado sobre
pequenas empresas, para ser utilizado nos cursos de graduação, pós-graduação, programas de
treinamento e consultoria realizado com alunos, empreendedores e empresários em todo o
País.
O Site dos Casos de Sucesso do Sebrae, foi concebido tendo como referência os modelos
utilizados por Babson College e Harvard Business School , com o diferencial de apresentar
vídeos, fotografias, artigos de jornal e fórum de discussão aos clientes cadastrados no site,
complementando o conteúdo didático de cada estudo de caso. O site também contempla um
manual de orientação para professores e alunos que indica como utilizar e aplicar um estudo
de caso em sala de aula para fins didáticos, além de possuir o espaço favoritos pessoais onde
os clientes poderão salvar, dentro do site do Sebrae, os casos de sucesso de seu maior
interesse
A Gestão do Conhecimento
A partir das 80 experiências empreendedoras de todo o país, contempladas na primeira etapa
do projeto – 2002/2003, serão inseridos em 2004 outros casos de estudo, estruturados na
mesma metodologia, compondo um significativo banco de dados sobre pequenas empresas.
Esta obra tem sido construída com participação e dedicação de vários profissionais, técnicos
do Sebrae, consultores e professores da academia de diversas instituições, com o objetivo de
oportunizar aos leitores estudar histórias reais e transferir este conteúdo para a gestão do
conhecimento de seus atuais e futuros empreendimentos.
INTRODUÇÃO
Solano de Vasconcelos Lisboa Filho, Consultor do Sebrae Pará, elaborou o estudo de caso sob
a orientação de César Simões Salim e Helene Kleinberger Salim, baseado no curso Desenvolvendo
Casos de Sucesso, realizado pelo Sebrae, Ibmec-RJ e PUC-Rio, integrando as atividades da
Prioridade Potencializar e Difundir as Experiências de Sucesso no Sistema Sebrae.
Coordenação Técnica do Projeto: José Ronaldo Vieira de Vasconcelos e Maria Algina Soares
Silva.
Era comum andar nas ruas e esbarrar com esses animais, que
ocupavam domesticamente os quintais das casas. Eram eles, para o
marajoara, um eficiente meio de transporte de carga e no policiamento
da cidade.
Os turistas levavam sempre de lembrança uma foto onde apareciam
montados num búfalo.
A maior ilha fluviomarinha do mundo tinha várias praias com dunas
de areias claras, apresentações de danças folclóricas e restaurantes de
comidas típicas. O artesanato da região era muito rico e procurado. O
relevo plano podia ser observado no trajeto até Cachoeira do Arari,
onde ficava o Museu de Marajó. Outra atração era se hospedar em
algumas fazendas da ilha e acompanhar o dia-a-dia dos trabalhadores.
O arquipélago do Marajó possuía 14 municípios, sendo Soure o
mais procurado pelos visitantes. A ilha tinha poucos restaurantes, todos
bem simples. Era normal o próprio dono preparar a comida e servir à
mesa. As acomodações oscilavam entre razoáveis e boas nos seus
poucos hotéis e pousadas.
Outra forma de conhecer Marajó era por meio de suas fazendas,
ver o cotidiano dessas propriedades, tendo o dono como guia,
perc o r rendo fazendas com dezenas de milhares de hectares, onde o
tempo parece atrelado à natureza.
Marajó ficava a poucos quilômetros de Belém e o acesso era feito
por via aérea ou fluvial.
O lado histórico do manejo pecuário da ilha possuía características que
se destacavam pela sua singularidade no Brasil: a criação de búfalos, em
regime aberto, nas grandes extensões de pastagens nativas; a utilização
comunitária das áreas de manguezais para a coleta de caranguejos; o
trabalho artesanal de ceramistas que reproduziam a arte ancestral do povo
marajoara; os ambientes ribeirinhos cobertos com maciços de açaizeiro s
e fruteiras cultivadas; a tradição culinária e medicinal que reunia uma
mistura etnológica adaptada às disponibilidades de alimentos, tempero s ,
raízes e ervas naturais e cultivadas. As tradições de pesca artesanal, a
beleza e sensualidade dos grupos folclóricos de dança de carimbó, a
presença inquieta dos bandos de aves, como os guarás e garças, faziam da
ilha do Marajó um lugar especial para a concretização de um pólo turístico
na região amazônica, que poderia complementar a principal base produtiva;
a pecuária extensiva com baixos índices tecnológicos e rentabilidade.
O planejamento
Em março de 2000, a Companhia Paraense de Turismo (Paratur)
solicitou ao Sebrae/PA a criação de um programa que pudesse
desenvolver o turismo na ilha do Marajó. Foi elaborado o plano de
Diversificação da Oferta Turística do Pólo do Marajó, juntamente com os
fazendeiros locais, para o fortalecimento do setor e o desenvolvimento
da região. Iniciou-se o programa, tendo como referencial o resgate e valo-
rização da cultura local que fortaleceria os laços comunitários, a figura do
vaqueiro marajoara, o artesanato, o folclore, a gastronomia típica da região
e o desenvolvimento de um novo potencial na região: o turismo rural.
O consenso dos participantes do projeto era de que o aprimoramento
das oportunidades de negócios turísticos no território amazônico
precisava ser pautado na multiplicidade de ofertas de serviços gerados
a partir da segmentação do mercado. Nesse sentido, abria-se uma
e n o rme janela de possibilidades apoiadas, quase que em sua
totalidade, no saber e no fazer das tradições culturais dos povos
amazônicos. Tomavam como exemplo alguns serviços e atrativos que
foram trabalhados:
• O manejo pelos turistas das manadas de búfalos e dos cavalos
marajoaras da ilha do Marajó.
• A busca de alternativas e soluções de monitoramento de
p roblemas socioambientais pelos pesquisadores, por meio da
coleta e análise dos dados ambientais.
• O envolvimento com a produção extrativista das populações
ribeirinhas e a coleta dos frutos do açaizeiro.
• A pesca esportiva catch and release conduzida por pescadores
tradicionais.
• Jornadas de canoagem pelos rios e igarapés da Amazônia.
• Engajamento em campanhas de preservação de animais da
região como tartarugas, peixes, boi, botos, aves, etc.
MARAJÓ - A EXÓTICA ILHA AMAZÔNICA - PA 6
A execução
Antes do programa, apenas três fazendas eram visitadas na região. Em
2002 eram mais de 12 pequenos empreendimentos que começavam a
sentir o gostinho da geração de renda a partir do turismo, sem deixar
de lado os demais processos produtivos da propriedade. As fazendas
ficaram mais bonitas, mais bem-estruturadas; os habitantes começaram a
sentir um valor especial nas suas tradições que passaram a ser valorizadas
pela sua cultura. A natureza preservada vinha sendo entendida como
a principal moeda de troca do povo marajoara.
Logo de início, foram prospectados os mais importantes atrativos
turísticos dos municípios de Soure e Salvaterra, principal portão de
entrada da Ilha do Marajó. Um processo de imersão no cenário do Marajó
foi necessário para apontar um caminho de atuação que identificasse
os atores sociais, os recursos potenciais e a capacidade empreendedora.
Todo o trabalho voltou-se para um redirecionamento e interiorização
da oferta turística, no sentido de atender às expectativas do mercado.
Os roteiros nos ambientes rurais do Marajó, que eram utilizados
superficialmente pelo trade turístico, foram lentamente se transfor-
mando em experiências reais para os visitantes. As manadas de búfalos,
os extensos campos sem piquetes, os pássaros guarás e o conheci-
mento secular do vaqueiro marajoara foram se destacando nos roteiros
de visitação, criando alternativas viáveis de crescimento econômico nas
fazendas e nas comunidades isoladas do Marajó.
Essa nova atividade turística contemplou sete propriedades rurais
que foram adequadas para essa finalidade e ampliou outros quatro
empreendimentos já existentes nos municípios de Soure e Salvaterra.
Essas propriedades foram adaptadas para hospedar o turista nas fazendas
e direcioná-lo para os eventos programados.
MARAJÓ - A EXÓTICA ILHA AMAZÔNICA - PA 7
A evolução do projeto
A elaboração de uma pesquisa de demanda turística para nortear as
ações de melhoramentos dos serviços de operação receptiva e definição
de prioridades e investimentos públicos e privados foi outra etapa do
programa. Essa ação foi incorporada ao evento do Encontro Latino-
Americano de Turismo Rural, realizado no período de 8 a 10 /06/2002
na ilha do Marajó, o qual teve como proposta principal apresentar ao
mercado nacional e internacional os produtos criados e apoiados pelo
Programa de Diversificação da Oferta Turística o encontro contou com
a participação de oito operadoras de todo o Brasil, três operadoras de
nível internacional, 21 agências de viagens do estado e cinco palestrantes
de países da América Latina.
O resgate do patrimônio histórico e cultural, por meio da utilização
das referências culturais da comunidade, envolveu os professores da
rede escolar como agentes multiplicadores de técnicas e conceitos.
Com isto, as crianças e adolescentes passaram a conviver diariamente com
sua própria história, contada por meio dos conteúdos de aprendizagem.
Foram realizados doze seminários, envolvendo um total de 303 professores
da rede pública e informando aproximadamente 9.000 alunos sobre a
pesca artesanal, a cultura da mandioca e artesanato com o intuito de
fortalecer o processo de apropriação da metodologia por parte das
equipes de coordenação pedagógica e do corpo docente.
O auxílio aos empreendedores do turismo rural, para a elaboração
de plano de negócios, definição de infra-estrutura e projeto de captação
de investimentos, a partir dos dados colhidos com os empresários, criou
uma dinâmica de mobilização e conscientização sobre a atividade turística,
visando à construção de produtos turísticos integrados. Nesse sentido,
todos os empreendimentos foram tratados de forma complementar ao con-
junto de opções de oferta turística para as áreas rurais da ilha do Marajó.
HISTÓRIAS DE SUCESSO - EXPERIÊNCIAS EMPREENDEDORAS EDIÇÃO 2003
MARAJÓ - A EXÓTICA ILHA AMAZÔNICA - PA 8
As parcerias
O programa de Diversificação da Oferta Turística do Pólo do
Marajó foi desenvolvido em parceria com o Sebrae na coordenação
técnica, financeira e o desenvolvimento da metodologia e articulação
político-institucional para a implantação do programa.
A Companhia Paraense de Turismo (Paratur) atuou na articulação
político-institucional, viabilização de transporte aéreo e terre s t re ,
HISTÓRIAS DE SUCESSO - EXPERIÊNCIAS EMPREENDEDORAS EDIÇÃO 2003
MARAJÓ - A EXÓTICA ILHA AMAZÔNICA - PA 9
Os resultados, em 2002
Algumas das ofertas de produtos turísticos no espaço rural:
CONCLUSÃO
Diretoria Executiva do Sebrae Pará (2002): Augusto Jorge Joy Colares, Maria Oslecy Rocha
Garcia e Valdemar Masao Ohashi
Agradecimentos:
Adenauer Góes – Presidente da PARATUR; Alacid Nunes Filho – Proprietário da Fazenda
Camburupy; Almir Gabriel – Governador do Estado do Pará; Ana Tereza Acataussú –
Presidente da ATURMA – Associação do Turismo Rural do Marajó Fazenda Sanjo; Augusto
Jorge Joy Colares – Diretor Financeiro do Sebrae/PA; Dário Pedrosa – Secretário de turismo de
Salvaterra; Lúcio Antônio Machado – Proprietário da GEKKO - Soluções Ambientais e
Atividades Turísticas; Margareth Teixeira – Secretária de Turismo de Soure; Maria Oslecy
Rocha Garcia – Superintendente do Sebrae/PA; Prefeitura Municipal de Soure; Raimundo B r i t o
– Proprietário da Fazenda São Jerônimo; Salvaterra, BASA- Banco de Desenvolvimento da
Amazônia; Valdemar Masao Ohashi, – Diretor Técnico do Sebrae/PA.