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Conceição Trucom *
Muitas pessoas me perguntam sobre que água usar na hora de hidratar as sementes, brotos e
germinados. Ou no preparo do Rejuvelac, leites de sementes, desamidação de raízes e outros
preparos com alimentos crus.
Sou absolutamente contra a compra de garrafas e bombonas de água mineral. Primeiro porque
não acredito que esta água seja melhor que a da minha torneira: quem me garante?
Ao contrário, sempre penso que pode ser PIOR, contendo no mínimo musgos, resíduos químicos
da pet e sua lavagem e por aí vai...
Segundo porque não desejo sustentar esta indústria selvagem de embalagens pet e de mineração
desenfreada, que me induz a pensar: se a água está escassa ou contaminada, tenho dinheiro para
comprar a água engarrafada.
Tenho lido sobre comunidades inteiras que viviam tranquilas em suas propriedades agrícolas e
que, ao ganharem de vizinhos uma ‘indústria de água mineral’ estão vivendo secas e enchentes
jamais registradas. Ou seja, as extrações extrapolam o ritmo da natureza e, acabaram com a vida
destas pessoas e toda a sua produtividade...
Fica assim: quanto mais compro água engarrafada, menos água naturalmente potável, mais
preciso comprar água, mais pessoas em condições miseráveis. Quem está provocando tudo isso?
Quem vende ou quem compra? Os dois, é claro.
Assim, esta técnica de desinfecção da água é a que uso para produzir minha água ‘solarizada’,
apesar de ser uma pessoa privilegiada de ter água encanada em minha casa. Mas até quando
será assim?
Bem, primeiro uso um filtro de barro (ou talha), que higienizo esfregando cascas de limão (por
fora e por dentro) cada vez que o lavo (semanalmente). Outra boa opção é aquele filtro de carvão
ativo (de parede). Depois de filtrada passo para garrafas de vidro e as coloco para solarizar. Nesta
solarização, mesmo que a água inicialmente não tenha microorganismos patógenos, elimina-se
também gases nefastos que possam haver como cloro, flúor, resíduos do tratamento, etc. desde
que
não usemos a tampa...
E, na sequência, uso a Cromoterapia para produzir águas especiais de cura. Confira a seguir.
A Solarização que desinfeta
A simplicidade da ideia de usar os raios solares para a desinfecção da água tem aquele toque de
gênio que faz com que todos queiram saber porque nunca se pensou nisso antes. Certamente
parece ser mais prático para uma boa dona de casa do Terceiro Mundo deixar algumas garrafas
de água no sol por um dia, do que usar lenha valiosa e cada vez mais escassa para fervê-la.
O método consiste em deixar a água ou a solução para reidratação oral no sol durante várias
horas, em recipientes de vidro incolor ou de plástico transparente (1). O método também é eficaz
em dias parcialmente nublados, embora seja então necessário mais tempo de exposição. Os
autores (2-3) sugerem que - para maior segurança e para evitar a necessidade de medição precisa
- as donas de casa devem ser aconselhadas a expor a água desde a manhã (o mais cedo possível)
até o final da tarde. A água pode, então, ser armazenada no mesmo recipiente por um ou dois
dias.
Fontes: UNICEF e Wilkipédia
O livro-manual Solar disinfection of drinking water and oral rehydration solutions (Desinfecção
solar de água potável e de soluções para reidratação oral) de Aftaim Acra e outros, se dirige ao
pessoal de atenção primária e aos envolvidos em programas nacionais de controle da diarréia. É
particularmente adequado para pessoas com boa escolaridade, pois o pessoal do campo, se de
baixa escolaridade, pode achar a linguagem um pouco difícil e algumas expli
cações teóricas
desnecessárias ou confusas.
O efeito da luz solar sobre vibriões de cólera, vírus e cistos amebianos não foi estudado. Embora
possa ter algum efeito sobre os dois primeiros, é menos provável que possa matar amebas. Mas, o
principal objetivo do método consiste em remover os agentes patogênicos que podem se
multiplicar na solução de reidratação oral e a chance de isto acontecer com as amebas é
pequena.
Uma questão mais séria, ainda sem resposta, diz respeito à eficácia do método em água turva,
porque a luz solar é dissipada e as bactérias podem ser prote
gidas por partículas sólidas. Neste
caso, o recomendável seria filtrar esta água com um sistema de pedras, seixos e areia. Saiba mais
em Bendita Água.
- Raios UV-A (320-400 nm) - reagem com o oxigênio dissolvido na água e produzem formas
altamente reativas de oxigênio (radicais livres de oxigênio e peróxidos de hidrogênio), que
acredita-se causem danos aos patógenos.
- Alguns autores atribuem também como fator de inativação bacteriana o efeito ocasionado pela
temperatura, radiação e anaerobiose da água. Neste caso, o O2 (oxigênio) transforma-se em O3
(ozônio).
Escreveu o Prof. David Morley, do Instituto de Saúde Infantil de Londres, no Lancet Journal em
setem
bro de 1958: é difícil obter água potável após um desastre natural como uma enchente ou
um terremoto. Existe uma maneira de purificar a água que poderia ser facilmente utilizada em
países tropicais.
Atenção: nesta foto não estão, mas as garrafas precisam estar cobertas (com um filó, pires ou
tampa apoiada) ou, se sua casa permite, aberta para poder saírem os gases tóxicos como cloro,
flúor e do tratamento de saneamento de sua cidade.
(1) Quando coloquei este artigo da UNICEF não imaginei ser necessário escrever esta observação.
Entretanto, perceba que esta técnica foi desenvolvida para resolver problemas sérios de
sobrevivência de comunidades carentes ou em situações emergenciais. Ou seja, É ÓBVIO que o
uso de garrafas pet ou sacos plásticos não é o ideal, mas o POSSÍVEL. Aliás, comento sobre isso
na abertura. Então, melhor descontaminar a água de patógenos que são mortais, do que se
preocupar com toxinas que são liberadas na água embalada em materiais plásticos. Tudo tem
hora e, existem momentos na vida que é preciso fazer escolhas. Incluso, porque esta tarefa de
solarizar as águas em geral fica nas mãos das crianças, que além de não terem forças para
carregar garrafas de vidro (bem mais pesadas), ainda correm o risco de deixá-las cair, quebrar e
causar acidentes graves.
Depois de obtida a água puruficada pela energia solar, pode-se ainda preparar águas especiais
em garrafas de vidro, coloridas ou incolor envolta em celofane colorido, segundo a energia
vibracional que deseja-se receber ou oferecer para alguém que a necessite.
BIBLIOGRAFIA
(2) Solar disinfection of drinking water and oral rehydration solutions - Aftaim Acra et
all. UNICEF - Amã, Jordânia.
(3) Acra A., Karahagopian Y., Raffoul Z., Dajani R. Disinfection of oral rehydration solutions by
sunlight. Lancet 1980; 1257.
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* Conceição Trucom é química, cientista, palestrante e escritora sobre temas voltados para
alimentação natural, bem-estar e qualidade de vida.
Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações e citadas a autora e a
fonte: www.docelimao.com.br
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