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"Não faças do amanhã o sinônimo de nunca, nem o ontem

te seja o mesmo que nunca mais. Teus passos ficaram.


Olhes para trás ... Mas vá em frente, pois há muitos
que precisam que chegues para poderem seguir-te."
Charles Chaplin

E
ntusiasmo é o mesmo que fervor, veemência com que se age, ardor, paixão, sentimento caloroso de adesão a uma
ideia, tarefa, trabalho etc., o que leva ao otimismo e a uma atuação enérgica e dedicada. Essas palavras já nos
bastam para definirmos a receita de bolo, chamada Revista Arte Real.
Nosso principal ingrediente, o entusiasmo, nos leva, a cada nova edição, a empunharmos, com mais galhardia, a
bandeira da Maçonaria de Verdade.
Revestimo-nos deste entusiasmo, alma dinâmica de nosso grafismo, motivado por reconstruir uma Ordem que, há
muito, vem fugindo dos seus principais objetivo: participar das decisões políticas do nosso país; buscar o aperfeiçoamento
moral e cultural de seus membros; atuar nos problemas sociais de nossas cidades.
Com alegria, observamos que nossa luta constante, para elucidar nossos leitores, não tem sido estéril. Os
movimentos de repúdio, organizados por diversas Obediências, começam a se deflagrar em todo o país, rasgando o
silêncio de anos de inércia e comodismo. Ao lermos essas declarações, repudiando as inversões de valores, as injustiças
sociais e, principalmente, a corrupção, nos sentimos mais entusiasmado, e certo de que nossos esforços não têm sido
despejados no ralo da insignificância.
Mas palavras é, apenas, o primeiro passo de uma longa caminhada. Res non verba! Precisamos partir para ação
concreta, pois, apesar de as palavras nos contagiarem de “entusiasmo”, é fundamental termos organização e direção de
nossos propósitos, para que possamos obter êxito.
Precisamos, pelo menos, nessa altruística empreitada de resgatar a dignidade política do país, unir-nos, a começar
por derrubar os muros internos de nossa Ordem que nos dividem em “potências” (em uma de suas definições, potência é
“a fonte de onde se origina a ação”). “Potência”, seríamos, se a vaidade de alguns em ostentar aventais e alfaias bordados a
fio de ouro e a ganância pelo pseudopoder não nos houvesse pulverizado em centenas de “potências” maçônicas, criando
esse cenário lúgubre, sinal da decadência de uma Ordem milenar.
Diante dessa situação caótica, da qual, jamais, queremos fazer parte, como veículo de informação comprometido
em fazer Maçonaria de Verdade, nos inspiramos em um periódico, publicado há quase 200 anos, o “Revérbero
Constitucional Fluminense”, editado pelos ilustres Irmãos Joaquim Gonçalves Ledo e Januário da Cunha Barbosa, que
visava, dentre outros feitos, à emancipação política do país.
Na coluna Trabalhos, muito nos honra publicar a matéria de nosso Confrade Aldery Silveira, membro da Academia
Maçônica de Letras do DF, com o título “Beneficência Maçônica”. Nós, acadêmicos, temos a enorme responsabilidade de,
através de nossos escritos, elucidar nossos leitores nos mais diversos assuntos. Ainda, nessa coluna, a matéria, “O Estado
Maçônico”, cujo autor não conseguimos descobrir, é uma sinopse da história da atuação de nossa Ordem, que muitos
pseudo-iniciados insistem em ignorar, desperdiçando a bela oportunidade de a utilizarem como fonte de inspiração.
Conclamando à reflexão, a coluna Destaques traz a matéria “Criatividade”, de autor, também, ignorado;
brilhantemente, uniu-se a arte da escrita e o altruísmo, chamando o leitor à razão, quanto a sua cidadania.
Já na coluna, a Matéria da Capa, o texto de autoria do Irmão Alfredo Roberto Netto, “Egrégoras – Uma Visão
Esotérica”, apresenta um tema muito oportuno, já que manipulamos, em nossos rituais, excelsas energias, embora poucos
se atenham a tal magia.
Nesta edição, encerramos a série de matérias sobre “As Cruzadas”, com que intentamos fazer luz sobre o período
sombrio do poder da Igreja e suas atrocidades, “em nome de Deus”. A coluna Reflexões traz a fábula “O Cavalo e o Porco”,
retrato fiel do cotidiano de nossas vidas.
Desejo a todos uma boa leitura, na esperança de que nosso entusiasmo os contagie e nossas palavras ecoem no
silêncio de suas consciências!Até! ?
a b
Capa – Egrégoras – Precisamos Saber Mais!..................Capa Os Grandes Iniciados - Maomé................................................6
Editorial.....................................................................................2 Ritos Maçônicos - As Cruzadas – Parte Final........................8
Matéria da Capa – Egrégoras – Uma Visão Esotérica...........3 Trabalhos - Beneficência Maçônica.........................................11
Destaques – Criatividade........................................................5 - O Estado Maçônico..............................................12
Informe Cultural Reflexões - O Cavalo e o Porco................................................14
- Décima Quarta Inspetoria de MG é Homenageada..6 Boas Dicas - Livros.....................................................................15

Egrégoras – Uma Visão Esotérica


Alfredo Roberto Netto

A
palavra Egrégora traz, em seu bojo, uma peculiar representação
plenamente compreendida e assimilada por diferentes linhas
esotéricas e/ou espiritualistas, inclusive pela Maçonaria.
A eminente professora de Português Maria Tereza de Queiroz
Piacentini informa a origem do termo Egrégora: “a mesma de “gregário”,
“que faz parte da grei, ou seja, rebanho, congregação, sociedade, conjunto
de pessoas; no plano da espiritualidade, usa-se o nome Egrégora para
designar um grupo vibracional, um campo de energia sutil em que se
congregam forças, pensamentos ou vibrações com um determinado fim ou
direcionamento espiritual”.
No Dicionário Maçônico Completo, informa-se que a palavra
Egrégora deriva do grego "egrogorien", com o significado de "vigiar". Há,
ainda, uma terceira interpretação, como sendo a origem da palavra
etimologicamente semelhante a “egregiu” ou “egrégio”, com o significado
de “distinto”, “ilustre”. No entendimento do autor, das informações
pesquisadas sobre a origem da palavra, a de Piacentini é a correta.

Por outro lado, observamos que, nos grandes outras palavras, é uma peculiaridade da pessoa, uma
compêndios da língua, a palavra Egrégora não consta do maneira diferente de ser, um modo próprio de sentir, ver a
Novo Aurélio – Século XXI, tampouco no dicionário vida, reagir às coisas. Assim como todos nós temos nossas
Houaiss, fato esse que, no nosso entender, em nada idiossincrasias, também, podem tê-las as instituições, os
invalida sua existência ou mesmo sua representação. Isso países etc.
nos leva à hipótese da criação de um neologismo – Dessa forma, o pensamento maçônico sobre a
Egrégora - para representar uma idiossincrasia maçônica. Egrégora é, apenas, uma questão de semântica. A
Neologismo quer dizer palavra ou expressão nova, compreensão desses fatos nos permitiu validar a existência
ou palavra antiga com sentido novo; nova doutrina, da palavra Egrégora, tão comum e tão pouco compreendida
sobretudo em teologia. nos trabalhos maçônicos. Alguns IIr∴ são resistentes às
Idiossincrasia quer dizer "disposição do explicações transcendentais sobre os trabalhos da Maç∴,
temperamento do indivíduo, que o faz reagir de debitando a isso a tentativa de impingir à Or∴ conceitos
maneira pessoal à ação dos agentes externos". Em externos incompatíveis com os princípios maçônicos.
O Conhecimento é um só, ainda que venha Todos os elementos, utilizados na edificação de um
travestido de diferentes roupagens... “O Homem apenas edifício, madeira, ferro, pedra, etc, emitem irradiações
inicia sua escalada na montanha do Conhecimento e, próprias, mas o aspecto, que desejamos destacar, é que todos
enquanto não alcançar seu ápice, não poderá afirmar que esses elementos são capazes de absorver a influência
possui a visão completa que ela lhe permite. Mas qual é o humana e depois, retransmiti-la. Quanto maior o tempo de
limite desse Conhecimento? Quem pode defini-lo?” exposição desses elementos a uma mesma irradiação, maior
Os campos de estudos maçônicos são numerosos, seu potencial de retransmissão; quanto mais velho o local de
incluindo diferentes propostas ocultistas, onde a realidade uso para as reuniões de uma Loja, mais impregnadas estarão
desses campos energéticos é demonstrada e ensinada, suas estruturas físicas da energia, emitida pela “Forma-
ainda que expressa por nomes diferentes. Muitos IIr∴ Pensamento” do ritual maçônico.
desconhecem que a maior obra de nossa Ordem está no Participam desse “centro magnético”,
seu trabalho sócio-espiritual, que edifica o Conhecimento, potencializando seu poder energético, sua arquitetura, seus
transmutando o Homem em “Espírito Livre” ou “Livre símbolos, suas pinturas, etc., cada qual cumprindo um
Pensador”, no interior de seu próprio “Templo Íntimo”. objetivo bem definido na condução do pensamento humano
Para melhor compreendermos o significado do que aos planos mais elevados.
se intitula “Egrégora”, necessário se Dessa forma, o Templo
faz, inicialmente, a compreensão do Maçônico não representa, apenas, um
pensamento humano como lugar de culto ao G∴A∴D∴U∴, mas
elemento “construtor” de formas. um centro de magnetismo através do
“Como pensa o homem, qual fluem forças espirituais, tanto
assim ele é” informam os tratados para benefício de seus frequentadores
de diferentes linhas esotéricas ou como para áreas circunvizinhas, até
espirituais. O Homem verdadeiro, o onde sua vibração alcance.
“Pensador”, está envolto em um A comunhão de pensamentos,
corpo composto de inumeráveis dirigidos a um ideal elevado, o
combinações da matéria sutil dos Templo, sua arquitetura, seus
planos que o cercam. símbolos e seus rituais, irão constituir
Quando emite um o que conhecemos por “Egrégora”.
pensamento, dá origem a uma série Uma grande “Forma-
de vibrações que, imediatamente, Pensamento” que traz Luz ao escuro
atuam na matéria extracorpórea, plano material em que vivemos.
projetando, para o exterior, uma Beneficia e desenvolve seus adeptos,
porção vibrante de si mesmo, elevando-os e transformando-os na
assumindo forma determinada, alquimia de sua magia oculta, assim
condizente com as vibrações emitidas, revestindo-as com a como, silenciosamente, estimula os neófitos, ao alcance de
“matéria espiritual” do plano em que se situa, ou de onde suas vibrações, a uma vida mais fraterna e condizente com
o poder vibratório de seu pensamento alcança. os princípios universais do Bem e da Verdade.
Dessa maneira, temos uma “Forma-Pensamento” Tão potente será, quanto maior for a seriedade e o
pura e simples, uma entidade vivente temporária, criada e respeito com que seus membros conduzam seus trabalhos,
corporificada pela idéia que lhe deu nascimento. O Corpo dentro de um legítimo sentimento de devoção e
Mental e o Emocional estão diretamente relacionados, no religiosidade...
homem, ao que é chamado de “Forma-Pensamento”, uma O Homem, transformado no Bem e na Verdade,
consequência de seu ato de pensar. Emitindo uma ideia, modifica a sociedade em que vive, assim como Homens,
passamos a refletir as que se lhe assemelham, ideia essa transformados no Bem e na Verdade e unidos, geram um
que logo se corporifica, com intensidade correspondente à belíssimo e potente “Egrégora”, Justa e Perfeita. ?
nossa insistência em sustentá-la, mantendo-nos, assim,
a b
espontaneamente em comunicação com todos os que nos
esposem o modo de sentir.
Quando um determinado número de pessoas se
reúne com um objetivo em comum, seus pensamentos,
unificados pelo mesmo ideal, produzem,
consequentemente, uma “Forma-Pensamento” maior e
mais poderosa. É o que ocorre em uma Loja Maçônica, em
seus trabalhos regulares, onde dezenas de IIr∴ se reúnem
envoltos em um só pensamento e ideal.
Temos que entender, também, o Templo Maçônico
como um Centro de Magnetismo. Qualquer lugar, onde se
haja, repetidas vezes, celebrado uma cerimônia, sobretudo,
com vistas a um ideal elevado, estará sempre impregnado
de uma vibração especial.
Criatividade
Autor ignorado

L
amento, profundamente, não saber quem é o autor do artigo, em destaque, pois gostaria muito de parabenizá-lo.
Esbanjando criatividade, soube expressar a realidade da grande maioria dos políticos brasileiros (com raríssimas
exceções, ainda, existem os não contaminados pelo vírus da corrupção), em campanhas eleitorais. Para tanto, basta
ler o texto abaixo, normalmente.
ANTES DA POSSE ↓

O nosso partido cumpre o que promete.


Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência sejam fundamentais.
Para alcançarmos nossos ideais
Mostraremos que é uma grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos, sem dúvida, que
a justiça social será o alvo de nossa ação.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos, de nenhum modo, que
nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos nossos propósitos mesmo que
os recursos econômicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.

DEPOIS DA POSSE ↑

Você gostaria de saber como serão seus discursos depois de eleitos? Então, leia, agora, o texto de baixo para cima,
frase após frase.
De certo, você gostou da criatividade do autor, mas o nosso objetivo maior, ao publicarmos este texto, é o de
chamar sua atenção para o país que estamos deixando para nossos filhos e netos. Façamos melhor uso do nosso voto.
Escolha bem seu candidato e procure acompanhar os passos de seu mandato. Sua responsabilidade não termina ao
depositar o voto na urna. Use, também, da criatividade nas próximas eleições, tanto quanto o autor desse texto!
Seja parte da solução para não ser parte do problema. O Brasil e as futuras gerações, desde já, agradecem pelo
cumprimento do seu DEVER de cidadão! ?
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Décima Quarta Inspetoria é Homenageada!
Francisco Feitosa

O
Supremo Conselho do Grau 33º do R∴E∴A∴ Décima Quarta, em julho de 2008.
A∴da Maçonaria para a República Federativa do A Décima Quarta de MG, em dois anos de intenso
Brasil, através do Soberano Grande labor, conta com duas Lojas de Perfeição, Capítulo Rosa-
Comendador, Poderoso Irmão Luiz Fernando Rodrigues Cruz, Conselho de CCav∴ Kadosch e está em vias de fundar
Torres, 33º, outorgou a Comenda Comemorativa dos 180 seu Consistório, nos próximos meses.
anos de fundação daquele Supremo Conselho à Décima Hoje, essa nova Inspetoria, com o prestimoso apoio,
Quarta Inspetoria Litúrgica de Minas Gerais, através do que vem recebendo do nosso Supremo Conselho, e com a
seu Grande Inspetor Litúrgico, Poderoso Irmão Francisco dedicação e entusiasmo dos Presidentes e Oficiais de seus
Feitosa da Fonseca, 33º. Altos Corpos, consegue atender, com excelência de
A homenagem se deu na qualidade, as aspirações dos valorosos
sede do Supremo Conselho, no Rio Irmãos da região, proporcionando-
de Janeiro, no Gabinete do lhes condições de darem continuidade
Soberano Grande Comendador, no aos excelsos estudos do R∴E∴A∴
dia 25 de agosto, próximo passado, A∴.
em reconhecimento pelo profícuo Estamos lisonjeados com a
trabalho que está sendo realizado outorga e o reconhecimento desse
no Sul de Minas. trabalho, cujos méritos recaem sobre
A região, nos últimos 15 todos os Irmãos da região, que vêm,
anos, com seus Corpos, quase em denodadamente, empenhando-se em
sua totalidade, desativados, suas funções para o crescimento
recebeu uma “oxigenização” em espiritual de todos.
dois anos, reativando e fundando Ascender aos Graus
novos Altos Corpos, recuperando Filosóficos do R∴E∴A∴A∴é muito
diversos Irmãos inativos, por falta de Corpos Filosóficos mais do que ostentar comendas e medalhas. Cada Grau
para frequentar, e iniciando outros tantos que almejavam recebido, através do estudo sério do significado de seus
dar continuidade ao estudo do Rito Escocês. símbolos e lendas, proporciona ao postulante crescimento
O Sul de Minas Gerais é uma região atípica, pois moral e ascendência espiritual, além de induzi-lo à prática de
possui 156 municípios, distribuídos por 54.612 km², uma profundos estudos e pesquisas, enriquecendo-lhe a mente.
área maior, cerca de 125 %, que todo o estado do Rio de Conscientes dessa necessidade, os Irmãos do Sul de Minas
Janeiro. Era administrado por, apenas, uma Inspetoria seguem, com passos largos e firmes, a Vereda da Iniciação,
Litúrgica, a Décima. Sabiamente, o Soberano Grande sorvendo seus excelsos ensinamentos, através de seus 33
Comendador, observando essa enorme dificuldade, em Graus.
um primeiro momento, dividiu-a em duas, surgindo a Parabéns a todos! ?
a b

Maomé
Francisco Feitosa

A
bu'l Kasim, ou como ficou mais conhecido, Maomé, era
árabe e nasceu em Meca no ano de 570 d.C., filho de
um negociante de nome Abdallah e de Amina, no seio
da família dos hoxemitas, ramo pobre da tribo dos coraixitas.
Seu pai faleceu antes mesmo de seu nascimento; sua mãe,
quando Maomé tinha, apenas, seis anos de idade. Órfão, foi
criado por seu avô paterno, Abal Al Mottalib. Ainda criança,
aos oito anos, seu avô morre, passando a viver com seu tio
Abu Talib e o filho deste, Ali, seu melhor amigo e irmão. Em
sua adolescência, foi pastor e condutor de caravanas, até os
vinte anos.
No ano de 591, passou a trabalhar como mercador mas encontrou forte oposição dos judeus, que resistiram às
para uma rica viúva, Khadidja, de trinta e cinco, com a tentativas de conversão, sendo, por isso, assassinados em
qual se casa, cinco anos depois. Desse casamento, que lhe massa. Nesse momento, implantou um governo teocrático,
resultou a tranquilidade financeira e um status social, teve transformando a cidade em sua base e mudando seu nome
sete filhos: três homens, que morreram, ainda bebês; para Medina, a “Cidade do Profeta”.
quatro mulheres, Zeneb, Fátima, Rogaria e Ummu Em Medina, foi, ao mesmo, tempo governador, juiz e
Zelltsum. chefe religioso. Dois anos depois, não conseguindo a
Em suas viagens, Maomé entrou em contato com conversão pacífica de Meca, iniciou as hostilidades contra
povos e religiões diferentes. Esteve várias vezes no Egito, seus inimigos, optando pela “Guerra Santa” e a
Palestina, Pérsia, regiões onde fervilhavam, intensamente, conquistando. Meca foi sitiada e obrigada a aceitar a volta do
o espírito religioso. Ele conheceu, principalmente, o profeta, que, graças ao apoio dos beduínos já convertidos,
judaísmo e o cristianismo e ficou muito influenciado pelo destruiu os ídolos da Caaba, mantendo um único elo entre as
seu caráter monoteísta. Aos quarenta anos, inicia sua vida tribos: a pedra negra.
de profeta. Depois de distribuir esmolas aos pobres de Subjugou quase toda a Arábia e iniciou algumas
Meca, retirou-se para as campanhas contra os cristãos, sem
Montanhas, onde começa a se grandes resultados. Na peregrinação
dedicar às meditações. anual dos povos árabes, no ano de
Em um de seus 631, os peregrinos não mais
prolongados êxtases, teve a visão encontraram suas divindades, mas,
do Arcanjo Gabriel, que lhe disse: em seu lugar, a Caaba, transformada
“Há um só Deus, Allah, e um só numa mesquita. Essa peregrinação
profeta, Maomé”. Certa noite, marcou a transição do politeísmo
quando dormia, sonhou que um para o monoteísmo. No ano
anjo lhe entregava um pergaminho seguinte, na peregrinação anual,
e ordenava: “Leia”. Maomé, que Maomé compareceu e ensinou como
era analfabeto, respondeu ao anjo os rituais deveriam ser feitos nas
que não sabia ler, no entanto, futuras peregrinações, fazendo seu
diante da insistência, obedeceu. último discurso, onde declarou ter
Para sua própria surpresa, cumprido sua missão, rogando a
conseguiu ler o que estava escrito e todos os árabes que permanecessem
acordou sentindo que um livro havia descido do céu para unidos no Islã.
o seu coração. Já com sessenta e um anos de idade, retornou à
Ao contar o sonho para seus familiares, converteu- cidade de Medina, onde morreu no dia 8 de junho de 632.
os à nova religião que ora começava a se formar. Iniciou Suas predições de profeta e as leis, que ditou a seus
suas pregações com os coraixitas, insistindo, sempre, na discípulos, estão reunidas no Qur'an (Corão).
destruição dos ídolos e afirmando a existência de um só Ainda hoje, depois de uma evolução de 1 300 anos,
Deus, Allah, proposta que entrava em choque com os pode-se reconhecer, na autêntica religiosidade maometana,
interesses econômicos de tal tribo, pois o monoteísmo aquela idiossincrasia, que remonta, em última instância, à
implicaria diminuição das peregrinações a Meca, o que vivência pessoal de Deus, que Maomé possuía. Nele coexiste
originou, no ano de 615 d.C., uma onda de perseguições a religiosidade com um sentido político astuto e provisor.
aos seus seguidores, gerando dissidências e fugas de Sua doutrina não é uma compilação de ensinamentos ou um
muitos convertidos. sistema de ritos, mas, sim, uma forma de energia espiritual,
Devido à grande influência de seu tio, membro do uma semente viva, que desenvolve sua própria essência e
Conselho da cidade, Maomé não sofria nenhuma censura, atrai para si a vida espiritual alheia a ela, segundo uma lei,
além disso, sua esposa, Khadidja, era muito rica. No ano cujo significado e finalidade só se revelam, integralmente, no
de 619 d.C., perde ao mesmo tempo, sua esposa e seu tio, curso de uma longa evolução. Esotericamente considera-se
e, com isso, a proteção, tentando se instalar na cidade Taif, que Maomé, para o cumprimento de sua missão, tinha
onde não foi aceito, tendo que voltar a Meca. conhecimento de doutrinas secretas, claramente, árabes,
Insiste em continuar sua pregação em Meca, mas, talvez, através dos monges cristãos nestorianos, ou por
em três anos depois, alertado de que seria assassinado, contato direto com o mundo invisível.
partiu para cidade de Yatreb; tal ato ficaria conhecido Islã significa submissão. A religião islâmica, criada há
como Hégira, passando a ser o marco inicial do calendário quase 1.400 anos, hoje, possui cerca de 1,2 milhão de seguidores;
muçulmano. Hégira, em árabe, significa rompimento ou é a segunda maior e a que mais cresce no mundo.
partida. Maomé rompeu com a própria comunidade, os O Alcorão é o livro sagrado do islamismo, dividido
parentes e a cidade natal. Não se trata de uma fuga, mas o em 114 suratas ou capítulos. Um registro das palavras
fato ficou comparado à história bíblica de Abraão, que, reveladas por Deus, por intermédio do anjo Gabriel, ao
atendendo à ordem de Deus, deixou seu lar, em Ur, na Profeta Maomé. Foi memorizado por ele e, então, ditado aos
Mesopotâmia. seus companheiros e registrado pelos seus escribas, que o
Em Yatreb, foi bem recebido por seus seguidores, conferiram durante sua vida. ?
a b
As Cruzadas – Parte Final
“200 anos de guerras, roubos e crimes em nome de Deus.”

Francisco Feitosa

E
ncerramos a série sobre As Cruzadas, cujo principal cristãos tinham a chance de ir embora se pagassem um
objetivo foi elucidar nossos leitores quanto às resgate em ouro (para um homem, dez dinares; para uma
atrocidades, cometidas pela Igreja “em nome de mulher, cinco). Quem não pagasse era feito escravo. Os
Deus”. Hoje, os tempos são outros, mas, por incrível que nobres cristãos capturados podiam baratear a liberdade com
possa parecer, ainda, existe muita gente deixando se levar a entrega das fortalezas a eles designadas. Assim, a
pela fé cega, permitindo, com isso, ser manipulado por conquista acontecia de maneira fácil e indolor.
lideres religiosos de má índole, que, somente, estão Embora os reis da Inglaterra e da França, bem como
interessados em poder e riqueza pessoal. Fica aqui a nossa o imperador germânico, participassem da Cruzada, seus
contribuição para que a história não se repita. resultados foram irrelevantes (o Imperador Frederico I,
A Segunda Cruzada Barba-Roxa chegou a morrer na época,
A Segunda Cruzada teve e nem foi a combate) em razão das
origem na queda de Edessa (1144). divergências internas.
Na época, em Roma, foi realizado o Jerusalém permaneceu nas
Segundo Concilio de Latrão (1139), mãos dos turcos, ainda que os cristãos
que havia proibido o uso da balestra, tivessem liberdade de acesso. O único
sob pena de excomunhão, pois a resultado útil foi deter, pelo menos
arma causava feridas horríveis. Mas momentaneamente, o avanço turco.
seu uso foi admitido na guerra A Cruzada que errou o caminho
contra os infiéis. O papado O Papa Inocêncio III ordenou
conseguiu convencer o rei da França a Quarta Cruzada (1202-1204),
e o imperador germânico a se procurando aproveitar a morte de
lançarem contra os turcos. Como na Saladino (1193). Os cruzados entraram
época da Primeira Cruzada, a em acordo com a República de Veneza
empolgação contra os infiéis, de para poderem usar sua poderosa
início, mirou os judeus. O abade de frota. O plano era desembarcar no
Cluny, Pedro, o Venerável, protestou porque estes não Egito, conquistá-lo e, de lá, chegar a Jerusalém. Mas Veneza,
versavam uma contribuição para financiar a Cruzada. que tinha boas relações comerciais com o Egito, conseguiu
Na Alemanha, o monge cisterciense Rodolfo instigou desviar a Cruzada com astúcia.
a multidão a massacrar os judeus; só foi calado após a Para começar, os venezianos puseram os cruzados
intervenção decisiva de Bernardo de Clairvaux. Como as em uma posição de inferioridade. "Acampados na pequena
outras Cruzadas, esta, também, teve seus "acidentes de ilha de São Nicolau do Lido, atormentados por mercadores
percurso". Em Filipópolis, por exemplo, os cruzados venezianos com quem haviam contraído dívidas, mantidos
incendiaram um mosteiro e trucidaram seus ocupantes. sob a ameaça de terem suspensas todas as provisões se não
Saladino era um Cavalheiro desembolsassem dinheiro [...] os cruzados estavam dispostos
A Terceira Cruzada foi causada pela queda de a aceitar qualquer condição" (Runciman, 1996, p. 728.). E a
Jerusalém (1187), obra do grande comandante islâmico condição dos venezianos era a seguinte: os cruzados só
Saladino, que já estendera seu domínio ao Egito e à Arábia poderiam partir se, antes, aceitassem conquistar, para a
Ocidental. Ao contrário dos cruzados, Saladino não Sereníssima, a cidade cristã de Zara, em Istria. Em poucos
promovia massacres nas cidades que conquistava. Os dias, Zara foi atacada, conquistada e saqueada.
Indignado, Inocêncio III excomungou os cruzados, Mais ainda que o papado ou os senhores feudais, foi
mas, logo depois, concedeu-lhes o perdão, na esperança de Veneza que tirou maior vantagem da conquista do Império
que, finalmente, lançassem-se contra os turcos. Bizantino. Os mercadores venezianos, em especial,
Enquanto os cruzados invernavam em Zara, chegou conseguiram obter isenção fiscal para suas mercadorias em
ao acampamento o filho do imperador de Constantinopla todos os países do Império.
para anunciar que o pai havia sido banido pelo irmão. Se o O Império Latino ruiu em 1261, sob o golpe conjunto
ajudassem a retomar o trono, os cruzados ganhariam dos búlgaros, dos albaneses e dos bizantinos, ajudados pelos
grandes somas em dinheiro e a submissão da Igreja grega a genoveses, que temiam a presença veneziana nos Bálcãs.
Roma. O Império de Bizâncio sobreviveria por outros
Os cruzados, então, dirigiram-se a Constantinopla, duzentos anos, mas nunca mais voltaria a seu antigo esplendor.
onde encontraram a resistência dos cidadãos, que não As Cruzadas das Crianças
queriam saber dos latinos. O imperador deposto e cegado foi Os apelos de Inocêncio III para a partida de uma
recolocado no trono sem que fosse derramado sangue nobre, Cruzada "verdadeira" (já que a Quarta havia sido desviada para
pois o irmão usurpador já havia fugido da cidade. Os Constantinopla) obtiveram, em uma Europa incessantemente
cruzados exigiram que o filho fosse coroado ao lado do percorrida por pregadores, tomados, por uma espécie de
imperador, com o mesmo título, para garantir os histeria coletiva contra os infiéis de toda espécie (muçulmanos e
compromissos feitos em Zara. hereges; na época, havia, também, a Cruzada contra os cátaros),
O tesouro de Constantinopla, todavia, estava vazio. um efeito curioso. Inflamados pela propaganda da época,
O patriarca e o povo se recusavam a reconhecer o papa como milhares de crianças de França e Alemanha formaram
chefe da Igreja Universal, e não tinham a menor intenção de verdadeiros exércitos e marcharam em direção à Terra Santa.
pagar as dívidas do imperador nem de conceder privilégios Em maio de 1212, Estêvão, um pastor de 12 anos,
aos cruzados e aos venezianos. Por essa razão, a população proveniente da cidade de Cloyes, em Orleans, apresentou-se à
bizantina se rebelou, matando o imperador, o filho e corte do rei Filipe da França. Ele afirmava que, enquanto
algumas centenas de soldados. conduzia as ovelhas ao pasto, Cristo em pessoa apareceu e o
Os cruzados invadiram, novamente, a cidade e a mandou chamar os fiéis para a Cruzada, entregando-lhe uma
saquearam terrivelmente, proclamando o Império Latino do carta para o monarca.
Oriente e se esquecendo de Jerusalém. Este mandou o menino voltar para casa, mas ele não se
"O saque a Constantinopla não teve paralelos na deixou abater e começou a pregar em público, diante da porta
história. Por nove séculos, a grande cidade foi capital da da Abadia de Saint-Denis. Prometeu que aqueles que se
civilização cristã. Era cheia de obras de arte, deixadas pela juntassem à Cruzada veriam os mares se abrirem, como o Mar
Antiga Grécia, e de obras-primas de seus próprios e Vermelho para Moisés, e que chegariam a pé até a Terra Santa.
excelentes artesãos. Os venezianos conheciam, efetivamente, O rapaz "tinha o dom de uma eloquência
o valor de tais objetos e, onde puderam, apoderaram-se dos extraordinária; os adultos se impressionavam, e as crianças
tesouros para adornar as praças, as igrejas e os palácios de respondiam em massa ao seu chamado" (Runciman, 1996, p.
suas cidades. Mas os franceses e os flamengos estavam 806). Estêvão começou sua viagem pela França reunindo
ávidos pela destruição. Lançavam-se furiosos e gritando prosélitos e pedindo a ajuda de seus convertidos nos sermões.
pelas ruas e pelas casas, arrancando tudo que brilhava e Todos os garotos se reuniram em Vendôme por volta
destruindo tudo que não pudessem transportar, parando, do final de junho. Os cronistas da época falavam em pelo
apenas, para assassinar ou violentar, ou para arrombar as menos trinta mil jovens, nenhum de mais de 12 anos. Eram na
adegas e matar a sede com vinho. Não poupavam nem maioria órfãos; filhos de pais desconhecidos ou de pequenos
mosteiros, nem igrejas, nem bibliotecas. Na própria [basílica camponeses, cujas famílias viam a partida como um alívio,
de] Santa Sofia, viam-se soldados bêbados arrancando as livrando-se, assim, de mais uma boca para alimentar. Mas
tapeçarias e quebrando as iconóstases de prata, pisando nos havia, também, descendentes da nobreza foragidos de casa e
livros sagrados e nos ícones. Enquanto bebiam alegremente algumas moças.
no cálice do altar, uma prostituta se sentou no trono do Aos "pequenos profetas", como os chamavam os
patriarca e começou a cantar uma canção obscena francesa. cronistas da época, juntaram-se alguns peregrinos adultos e
Muitas freiras foram violentadas em seus próprios alguns jovens padres, talvez, incentivados, em parte, pela
conventos. Palácios e cabanas foram igualmente invadidos e compaixão para com aqueles meninos, em parte, pela
destruídos. Mulheres e crianças feridas jaziam moribundas esperança de receber alguns dos donativos que choviam sobre
pelas ruas. Por três dias, as terríveis cenas de saque e os rapazes.
derramamento de sangue continuaram, até que a imensa e Estêvão dividiu a horda em bandos, cada um guiado por
magnífica cidade foi reduzida a um matadouro. Até os um chefe que levava uma auriflama, o estandarte do rei da
sarracenos teriam sido mais misericordiosos, exclamou o França. No final, a Cruzada partiu em direção a Marselha: os
historiador Niceta, e com razão." (Runciman, 1996, p. 792.) pequenos camponeses marchavam a pé; os pequenos nobres, a
No comando da Igreja bizantina, foi colocado um cavalo, ao lado de seu profeta; Estêvão, sobre um carro decorado,
novo patriarca que procurou fazer um jogo vantajoso, encimado por um baldaquim para protegê-lo do Sol. "Ninguém
aproximando a população local, a grega e a eslava, do se ressentiu do fato de que o inspirado profeta viajava
catolicismo. O papa condenou oficialmente o massacre, mas, confortavelmente, mas, ao contrário, todos o tratavam como um
quando viu que o imperador eleito e o patriarca reconheciam santo e guardavam chumaços de seus cabelos e pedaços de suas
sua supremacia sobre toda a Igreja Cristã do Oriente e do roupas como preciosas relíquias" (Runciman, 1996, p. 807).
Ocidente, decidiu aceitar o fato.
Naquele ano, o verão foi árido, a seca causou escassez de comida e de água, e viajar a pé pelas estradas da época
não era fácil. Muitas crianças morreram; outras abandonaram a Cruzada e tentaram voltar para casa. Mas, no final, o
grosso da expedição chegou a Marselha, onde os meninos foram acolhidos cordialmente pelos habitantes. Os pequenos
cruzados correram para o porto para ver o mar se abrir, mas, como o milagre não acontecia, alguns se revoltaram contra
Estêvão, acusando-o de tê-los enganado, e fizeram o caminho de volta.
Muitos, no entanto, permaneceram à beira do mar, esperando o milagre por mais alguns dias, até que dois
mercadores marselheses lhes ofereceram uma carona em navios para a Palestina. Estêvão aceitou de bom grado, e todo o
contingente de jovens partiu a bordo de sete barcos.
Só em 1230 se receberiam notícias deles, dadas por um ex-membro da expedição que, por sorte, voltara à Europa.
Dois dos sete navios afundaram por causa de uma tempestade, e todos os seus ocupantes morreram afogados. Os
sobreviventes foram entregues aos sarracenos pelos mercadores de Marselha, para serem vendidos como escravos. Em
Bagdá, 18 deles foram martirizados por se recusarem a abraçar o islamismo. De acordo com os relatos do ex-membro, no
momento em que ele partira, dos trinta mil componentes da expedição, que saíram de Vendôme, só restavam
aproximadamente setecentos.
A notícia dos sermões de Estêvão logo se espalhou pela Europa, inflamando a imaginação de muitos jovens da sua
idade. Poucas semanas após sua partida, na Alemanha, surgiu outro pequeno pregador: chamava-se Nicolau e provinha de
um vilarejo à beira do Reno. Começou sua obra no Santuário dos Três Reis Magos, em Colônia. Ele, também, anunciava
que os jovens podiam fazer melhor que os adultos e que o mar seria aberto na frente deles. Mas, ao contrário de Estêvão,
Nicolau anunciava que as crianças não conquistariam a Terra Santa com as armas, mas com a conversão dos infiéis.
Nicolau, auxiliado por outros pequenos pregadores, seus discípulos, reuniu em Colônia um verdadeiro e próprio
exército. Os meninos alemães deviam ser um pouco mais velhos que seus colegas franceses; entre eles, havia mais moças e
um contingente de descendentes de nobres mais numeroso. Também, não faltavam vagabundos e prostitutas.
A expedição se dividiu em dois grupos, que se dirigiram para a Itália (onde o mar se deveria abrir para permitir
que chegassem a pé à Terra Santa): um para o lado do Mar Tirreno; outro para o Adriático. O primeiro contingente, de
vinte mil unidades, guiado pelo próprio Nicolau, atravessou a Suíça e os Alpes, sofrendo perdas consideráveis durante o
difícil percurso. Menos de um terço dos rapazes, saídos de Colônia, chegou a Gênova, em 3 de agosto. Lá, as autoridades
(que temiam um complô alemão) permitiram que descansassem, apenas, uma noite, mas ofereceram a todos os que
quisessem a possibilidade de se estabelecer definitivamente na cidade.
Os cruzados alemães, também, correram para a beira do mar no dia seguinte, esperando que ele se abrisse, e, mais
uma vez, houve muita desilusão quando o milagre não aconteceu. Muitas crianças aceitaram a oferta das autoridades
genovesas, mas Nicolau e o grosso do contingente continuaram a viagem: se o mar não se abriu em Gênova, talvez pudesse
fazê-lo em outro lugar. Poucos dias depois, chegaram a Pisa, onde dois navios a caminho da Palestina concordaram em
aceitar vários rapazes a bordo. Nunca mais aconteceram notícias deles.
Contudo, Nicolau permanecera em terra, junto com seus mais fiéis seguidores, pois ainda esperava o milagre. Os
rapazes que sobreviveram se dirigiram a Roma, onde foram recebidos pelo papa Inocêncio III. "Ele ficou comovido com a
devoção deles, mas confuso com sua loucura. Com gentil firmeza, disse que deveriam voltar para casa; quando crescessem,
poderiam cumprir suas promessas e combater pela cruz" (Runciman, 1996, p. 808). Aos garotos, só restou pegar o caminho
de volta. Muitos deles, em especial as moças, cansados com as loucuras da viagem, detiveram-se na Itália. Apenas, poucos
debandados voltaram à Renânia na primavera seguinte, e não é certo que Nicolau estivesse entre eles. O pai do pequeno
profeta, acusado de ter encorajado o filho em sua obra vangloriosa, foi preso pelos pais dos rapazes desaparecidos e
enforcado.
Nem o ramo "adriático" dos jovens alemães teve sorte. Cansados da viagem, realizada em condições precárias, os
pequenos cruzados chegaram a Ancona, onde esperaram inutilmente pelo milagre da abertura do mar. Então, continuaram
viagem até Brindisi. Lá, alguns embarcaram em navios que zarpavam para a Palestina, mas a maior parte recuou, batendo
em retirada para casa. Desde então, apenas, um grupo desaparecido de fato voltou.
Outras Cruzadas
A Quinta, a Sexta, a Sétima e a Oitava Cruzadas não tiveram muita importância, senão pelo número de mortes que
causaram: os cruzados sofreram outras derrotas, apesar da adesão dos mongóis contra os turcos e os árabes.
O imperador Frederico II chegou a entrar em acordo com os turcos sem ao menos lutar. O fato é que, depois da
Quarta Cruzada, não havia mais quase ninguém no Ocidente disposto a participar de expedições distantes e perigosas, e,
por isso, os cruzados enfrentavam dificuldades e nunca conseguiam a ajuda e os reforços requeridos.
Nos séculos XII-XIII, na Europa, verificou-se um notável aumento da produção agrícola. As técnicas de cultivo
haviam se aperfeiçoado, as cidades haviam se desenvolvido. O aumento das áreas cultivadas e do produto das colheitas
fez os camponeses perderem o interesse de emigrar. Os mercadores se contentaram com os resultados das primeiras quatro
Cruzadas, que haviam assegurado a eliminação da função mediadora entre Leste e Oeste, exercitada pelo Império
Bizantino. Os cavaleiros, por sua vez, tiveram a possibilidade de ingressar nas tropas mercenárias das monarquias
nacionais europeias, cujo poder só crescia.
Mas não houve, apenas, Cruzadas pela reconquista de lugares sagrados na Terra Santa: houve Cruzadas contra os
hereges, Cruzadas contra reis e imperadores católicos, e outras que se dirigiram ao Norte e ao Leste da Europa. ?
a b
Beneficência Maçônica
Aldery Silveira Júnior *

A
Maçonaria tem seus fundamentos basilares E haveria outra forma de tratar a beneficência? Seria
apoiados em três grandes colunas: a Filosofia, a possível transformar o microscópio em lente de aumento?
Fraternidade e a Beneficência. A prática da Entende-se que sim. E como se faria isso? Despulverizando-
beneficência é fundamental para o aperfeiçoamento moral a, direcionando-a para uma única ação ou para poucas ações.
e espiritual do Maçom, razão pela qual, a ela, estão Desparticularizando-a, ou seja, transformando-a de ações
obrigados todos os membros de nossa Instituição. isoladas das Lojas para ações concentradas da Maçonaria
O presente paper aborda a beneficência no seio da como um todo.
Maçonaria, com Seria factível
algumas tal proposição?
divagações e Obviamente que sim;
questionamentos bastaria uma decisão
sobre a forma de de cúpula e uma
praticá-la. inversão do
A prática entendimento de
da beneficência como deve ser
pelo Maçom pode, praticada a
perfeitamente, ser beneficência
entendida como maçônica: de doses
uma forma de sua homeopáticas para
integração à doses maciças. Algo
sociedade, não como: em vez de dar
como participante pequenas ajudas
passivo, mas, sim, esporádicas a
como vetor de instituições de
mudanças e de caridades, formar
melhorias, bem um fundo com a
como o exercício beneficência de todas
da mais pura as Lojas de um
fraternidade e da caridade, uma vez que visa ao efetivo determinado Estado, construir e operar uma instituição de
bem de outrem. caridade, carrear a beneficência mensal de todas as Lojas do
Todas as Lojas praticam beneficência, conforme Estado para a manutenção dessa instituição. Dessa forma,
determinam os ditames da Maçonaria, mas o fazem de sim, estar-se-ía promovendo mudança palpável e
forma tímida, com o fruto do Tronco de Beneficência significativa melhoria na qualidade de vida de algumas
(salvo algumas poucas e honrosas exceções), aplicado em pessoas, inclusive, de próprios Maçons e seus familiares, no
programas e projetos sociais de pequeno vulto, como caso de virem a ser atendidos por tal instituição.
ajuda a creches, asilos, orfanatos, etc., ou, ainda, em ações Mas que tipo de instituição seria essa? Existem vários
sociais isoladas, também, de pequeno vulto, como a ajuda que podem ser adotados pela Maçonaria: lar para idosos
a alguém que esteja passando por necessidade financeira. desamparados; creche para filhos de pais com poucos recursos
Ora, mas será que essas ações podem ser financeiros; lar para crianças desamparadas; clínica para
consideradas como um vetor de mudança e de melhoria recuperação de drogados; abrigo para mães solteiras e
na qualidade de vida de algumas pessoas? Certamente desamparadas; hospital direcionado para tratamento de
que sim, embora microscopicamente falando, pois o seu determinada enfermidade, etc., etc., etc. Oportunidade, para se
alcance é limitado. proceder a uma beneficência efetiva e consistente, não falta.
Costuma-se ressaltar o papel importante da da admiração dos profanos pela Ordem Maçônica, além de,
Maçonaria nos momentos decisivos que marcaram a também, contribuir para a desmistificação da Maçonaria;
história do Brasil, como a Independência de Portugal, a orgulho e satisfação que provocaria nos Maçons por estarem
Proclamação da República e a Libertação dos Escravos, contribuindo, de forma direta, para a consecução de uma
entre outros. No entanto, chega a parecer que a Maçonaria ação social grandiosa.
está preocupada, apenas, em enaltecer o seu papel Apresentaram-se, no presente texto, alguns
marcante em ações responsáveis pela formação da questionamentos sobre a forma de se praticar a beneficência
nacionalidade brasileira. Não seria o momento de maçônica, algumas divagações sobre uma possível forma pró-
buscarmos alternativas para marcar a ação contemporânea ativa de praticá-la. Obviamente que são, apenas, digressões, não
da Maçonaria brasileira? se constituindo em proposições concretas, haja vista que, para
Entendemos que sim; a atuação contemporânea da colocá-las em prática, seriam necessários estudos aprofundados
Maçonaria pode, perfeitamente, ser marcada por ações de sobre a eficácia e a pertinência das mesmas, seguidos da
grande vulto, impulsionadas pela beneficência. elaboração de projetos consistentes e exequíveis.
A implementação de ações, exemplificadas no item No entanto, tais digressões refletem a posição e o
anterior, promoveria, de forma marcante, a consecução de, ponto de vista do autor a respeito da prática da beneficência
pelo menos, três objetivos: mudança social, exaltação da maçônica, da forma de como potencializá-la, em termos de
ação maçônica contemporânea e oportunidade de trabalho resultado concreto, bem como de utilizá-la como
para Maçons e familiares. instrumento para enaltecer a atuação da Maçonaria perante a
A mudança social seria atingida com a atuação em sociedade brasileira.
áreas não satisfatoriamente atendidas pelo poder público: Vale salientar, também, que nada nos impede de
saúde, educação e assistência social. Tal atuação, levada a sonhar com uma ação conjunta das lojas do Grande Oriente
efeito com o fruto concentrado da beneficência maçônica, do Brasil com as de outras Potências, como as Grandes Lojas
seria, indiscutivelmente, um marco da ação maçônica e os Grandes Orientes Independentes, irmanadas na
contemporânea. Por outro lado, empreendimentos dessa consecução de projetos específicos e comuns, lastreados com
natureza poderiam ser revertidos em benefícios diretos a beneficência maçônica de seus obreiros.
para alguns Maçons e/ou familiares destes, a partir da Por fim, apesar de entender que as proposições,
prioridade que fosse dada aos mesmos para trabalhar nas discutidas no presente texto, são um tanto utópicas, deixa-se
operações dessas Instituições. aqui, a título de ensaio propositivo para as autoridades
Somem-se a isso outros benefícios indiretos: maior maçônicas, a semente embrionária. ?
visibilidade da ação maçônica por parte da sociedade, por *O autor é Membro e Titular da Cadeira nº 8 da Academia
conseguinte, contribuindo para a promoção do respeito e Maçônica de Letras do Distrito Federal.
a b
O Estado Maçônico
Autor ignorado

E
stado é uma sociedade o ingresso de criminosos, libertinos e
organizada sob a forma de mulheres, somente, era permitido o
Governantes e governados, concurso da esposa do Venerável ou da
vivendo em um território delimitado, sua filha mais velha.
dispondo de poder próprio, para Na Europa Medieval, não
promover o bem de seus membros, estavam definidos os países; havia uma
isto é, o bem público. colcha de retalhos de grandes ou
Há algum tempo, a ONU e o pequenas propriedades feudais,
Papa João Paulo II se referiram à dominadas por senhores, que tinham o
Maçonaria como a precursora da democracia ideal, indo o poder de vida ou de morte sobre seus súditos. As
Papa mais longe, dizendo: “o compasso e o esquadro corporações de ofícios se opunham a isso, e eram toleradas e
fizeram mais pela humanidade do que a cruz”. O Estado respeitadas porque suas atividades eram essenciais. Na sua
Maçônico tem sua origem na poeira dos tempos, não se maioria, viviam nos limites dos castelos ou mosteiros e só
sabe quando, porém vestígios das corporações de ofícios eram itinerantes os Pedreiros Construtores de muralhas,
são encontrados por toda parte. As corporações de ofícios castelos, abadias, etc.
chegaram à Idade Média e já eram bem definidas e Os Pedreiros Livres eram reconhecidos pelo seu trajar
organizadas, cada uma com seu Mestre, Companheiros e escuro, sob a forma de um burel de tecido grosseiro, destinado
Aprendizes. Já, naquela época, a simbologia era uma a resistir aos maus tratos da profissão, e, talvez, seja o ancestral
constante, e, como hoje, o compasso, o nível e o esquadro do nosso balandrau. Como capítulo à parte das Corporações
eram seus principais símbolos. Operativas, os Pedreiros Livres começaram a se destacar a
Aos sapateiros e curtidores de couro era vedado partir do século VI, em novas formas de agrupamentos, através
ostentarem o compasso, pois lidavam com a pele de de associações monásticas, absorvendo novos conhecimentos,
animais mortos, e o compasso era o símbolo do Criador. como os dos Collegia, a Ars Românica e as formas de
Sua organização já discriminava os aleijados, não permitia arquitetura dos Godos Burgúndios.
As confrarias germânicas dos Stein Meister em Varsóvia, sendo uma dentro do Palácio Real e, no mesmo
(mestres da pedra) caracterizaram-se pelas guildas, corpos ano, outras em Alepo e Smirna, na Ásia, de língua árabe.
profissionais e de assistência mútua; na Itália, os Muratori A filosofia maçônica foi, também, perseguida, pois
(construtores de muros), também, copiavam-nos. não interessava àqueles que detinham o poder por
Copiamos, hoje, muitos costumes das guildas e um bem- problemas pessoais ou corporativistas. A “Santa Inquisição”
notado é o do banquete, após as reuniões. e os ditadores perseguiram-nos e tentaram nos erradicar,
Quando o Velho Continente começou a delinear os porém nunca foi encontrado um covarde, e sobrevivemos em
reinos ou países, as corporações deixaram de ficar muitos países na clandestinidade, mantendo, sempre, os
vinculadas aos senhores feudais, passando ao Poder Real, mesmos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
contudo a língua oficial, o francês, denominavam-nos de O mundo de hoje muito deve à Maçonaria como
freemasons ou masonfree, vocábulo oposto ao ligiers, que, “Estado Universal” que se estabeleceu. A Royal Society foi
em francês, tinha o significado de vassalo. por nós fundada; a Queda da Bastilha foi nossa obra; a
A maçonaria recebeu influências dos Templários Independência dos Estados Unidos, também, tendo, à frente,
em alguns costumes àquela época, mas, também, Benjamim Franklin, membro da Royal Society, sendo a sua
ganharam novos conhecimentos, carreados por eles do Declaração de Independência assinada, totalmente, por
Oriente. Pelo caldeamento de conhecimentos dos franco- Maçons.
maçons de várias raças, costumes e, até, cultos religiosos e A Conjuração Mineira tinha por objetivo a nossa
seu primordial pensamento de não serem homens servis, Independência e foi obra de Maçons; a nossa Independência,
deduz-se que a Franco-Maçonaria de Ofícios nunca foi também, o foi, e seu maior mentor foi Gonçalves Lêdo.
puramente operativa. Heroico foi seu grito, em agosto, “Independência ou Morte”,
Acredito que a base dos atuais Regulamentos e aproveitado por D. Pedro.
dos Antigos Landmarks foi o Manuscrito Regius, onde há A Proclamação da República foi mais uma obra de
obrigatoriedade de crença em um Ser Supremo. O texto, Maçons.
também, impunha estudar Geometria, Arte, Filosofia e É fácil deduzir porque a Europa está a extinguir
Teologia. fronteiras, baseando-se em nosso Estado e teorias de Irmãos
Os motivos de as Lojas Operativas se ilustres.
transformarem em Especulativas são vários, porque foi O Estado Maçônico, cada vez mais, firma-se em toda
um fenômeno geral, tanto na Inglaterra quanto na França a face da Terra. A humanidade, cansada de guerras e de
ou na Alemanha. Esse fenômeno deveu-se à admissão de governos, reconhece o valor de nossa doutrina de Igualdade,
membros que não pertenciam aos ofícios operativos. Fraternidade e Liberdade.
Citamos que, na Inglaterra, em 1607, o Rei Jaime I se Falaremos, então, de uma das histórias sobre as
declarou protetor da Maçonaria. Houve a transformação nossas origens.
de imediato. Em 24 de junho de 1717, foram criadas Quando o eixo da Terra não tinha a inclinação que
quatro Lojas na Inglaterra, mas isso não foi um fenômeno tem hoje, ela transladava, perfeitamente, em paralelo com o
local. eixo do Sol, e a ciência prova que é verdade, pelo estudo do
A Maçonaria foi se expandindo, acompanhando os magnetismo de rochas, surgidas quando a crosta terrestre se
grandes descobrimentos e as conquistas dos homens. Para solidificou, não havendo variações climáticas. Não existiam
ela, não existiam mais fronteiras, acidentes geográficos ou os continentes de hoje, o que, também, ficou provado, mas
simples traçados de tintas nos mapas, limitando uma grande porção de terra e um grande oceano.
fronteiras. Como exemplo, citamos Pedro, o Grande Tzar Naquele grande continente, situava-se o paraíso, dito
de todas as Rússias, iniciado em uma Loja que funcionava Bíblico, onde os homens haviam alcançado grande
dentro de um estaleiro, em Londres. Ao voltar para a desenvolvimento científico e, como aprendizes de feiticeiros,
Rússia, fundou uma Loja, em 1717. Em 1737, a Grande acharam que poderiam ser maiores que o Criador do
Loja da Inglaterra designou um Grão-Mestre para toda a Universo. Houve a Grande Catástrofe, quase o
Rússia; fundou-se uma Loja em Calcutá, em 1730. Em aniquilamento do ser humano. O homem caiu no
1733, Price funda, em Boston, a primeira Grande Loja barbarismo, ocorreram mutações genéticas, dando origem às
Providencial Norte-Americana. raças branca, amarela, negra e vermelha. Alguns
Em 1734, Benjamim Franklin publica, em sobreviventes se encarregaram de tentar manter os
Filadélfia, a Primeira Edição Norte-Americana do Livro conhecimentos básicos para o novo desenvolvimento e se
das Constituições de Anderson. Em 1738, criaram-se Lojas, mantinham, assim, em grupos fechados, em meio à barbárie.
Existe uma lógica nessa história, que a própria galáxias, tenhamos de ir como operativos/especulativos? De
história, ainda, desconhece, pois todos os homens quem seremos irmãos? De um ser igual a nós?
aprenderam a fazer fogo da mesma maneira, usaram o Prezados Irmãos, grato por lerem essas linhas, nas
mesmo arco e flecha, foram aprendendo a redescobrir a roda quais misturei realidade com, bastantes doses de fantasia.
e sua utilidade, os metais, e, hoje, aqui, estamos, outra vez, Esse pedaço de fantasia foi apresentado por mim no
tentando comer do fruto proibido do “Excesso de Saber”. Seminário de Mestres Maçons de 1993 e publicado pelo
Talvez, tenhamos, um dia, de recomeçar tudo de GOERJ.
novo, de criar, novamente, um Estado sem fronteiras, em *Lamentavelmente, não conseguimos descobrir a autoria desse
que os idiomas e tipos de povos não sejam o empecilho. texto. Mesmo assim, gostaríamos de expressar nosso agradecimento pela
Quem sabe, se descobertos meios de viajarmos para outras bela Peça de Arquitetura. ?
a b

O Cavalo e o Porco
Autor ignorado

U
m fazendeiro colecionava cavalos, e só faltava
uma determinada raça. Um dia, descobriu que
seu vizinho tinha este determinado cavalo.
Assim, atenazou seu vizinho até conseguir comprá-lo. Um
mês depois, o cavalo adoeceu, e ele chamou o veterinário:
- Bem, seu cavalo está com uma virose, precisa tomar
este medicamento durante três dias; no terceiro dia, retornarei,
e, caso não esteja melhor, será necessário sacrificá-lo.
Nesse momento, o porco escutava toda a conversa.
No dia seguinte, deram o medicamento e foram embora. O
porco se aproximou do cavalo e disse:
- Força, amigo! Levante daí, senão você será sacrificado!
No segundo dia, deram o medicamento e foram
embora. O porco se aproximou do cavalo e disse:
- Vamos lá, amigão, levante, senão você vai morrer!
- Vamos lá, eu ajudo a levantar... Upa! - Milagre! O cavalo melhorou. Isso merece uma
festa... Vamos matar o porco!'
No terceiro dia, deram o medicamento, e o
veterinário disse: Isso acontece com frequência no ambiente de
trabalho, em nossas Lojas. Nem sempre alguém percebe
- Infelizmente, vamos ter que sacrificá-lo amanhã,
quem é, realmente, que tem o mérito pelo sucesso. Saber
pois a virose pode contaminar os outros cavalos.
viver sem ser reconhecido é uma arte; afinal, quantas vezes
Quando foram embora, o porco se aproximou do fazemos o papel do porco amigo ou quantos já nos
cavalo e disse: levantaram, e nem do sabor da gratidão puderam dispor?
- Cara, é agora ou nunca, levante logo! Coragem! Se, algum dia, alguém lhe disser que seu trabalho
Upa! Upa! Isso, devagar! ótimo, vamos: um, dois, três! não é o de um profissional, lembre-se: amadores construíram
Legal! Legal! Agora, mais depressa, vá... Fantástico! Corra, a Arca de Noé; profissionais, o Titanic.
corra mais! Upa! Upa! Upa!!! Você venceu Campeão!
Procure ser uma pessoa de valor, em vez de ser uma
Então, de repente, o dono chegou, viu o cavalo
pessoa de sucesso!!! ?
correndo no campo e gritou:

a b
a Livro b
Gostaria de sugerir a leitura do livro do meu querido Confrade, Escritor e Acadêmico Maçom, Robson
Rodrigues da Silva, intitulado “POMPAS FÚNEBRES”, lançado no mês de julho de 2009 pela Editora A Trolha.
Autor de vários livros, nosso Irmão Robson trata o tema, por sinal, muito pouco conhecido por muitos, com
profundidade e conhecimento. Trata-se de um estudo elucidativo merecedor de leitura reflexiva e de ilustrar o
acervo da mais nobre biblioteca. Recomendo com empenho! Façam contato com o autor:
robson_rodrigues@globo.com (21) 2604-7146 / 9834-9956.

A
rte Real é uma Revista maçônica virtual, de publicação mensal, fundada em 24 de
fevereiro de 2007, com registro na ABIM – Associação Brasileira de Imprensa
Maçônica – 005-JV, que se apresenta como mais um canal de informação,
integração e incentivo à cultura maçônica, sendo distribuída, diretamente, via Internet, para
mais de 13.350 e-mails de Irmãos de todo o Brasil e, também, do exterior, além de uma vasta
redistribuição em listas de discussões, sites maçônicos e listas particulares de nossos leitores.
Sentimo-nos muitíssimo honrados em poder contribuir, de forma muito positiva, com a cultura maçônica,
incentivando o estudo e a pesquisa no seio das Lojas e fazendo muitos Irmãos repensarem quanto à
importância do momento a que chamamos de “¼ de Hora de Estudos”. Obrigado por prestigiar esse
altruístico trabalho.

Editor Responsável, Diagramação, Editoração Gráfica e Distribuição:


Francisco Feitosa da Fonseca - M∴I∴ - 33º
Revisão Ortográfica: João Geraldo de Freitas Camanho - M∴I∴ − 33º
Colaboradores nesta edição:
Aldery Silveira Junior e Alfredo Roberto Netto
Empresas dos Irmãos Patrocinadores:
Arte Real Software – CH Dedetizadora – CONCIV - CFC Objetiva Auto Escola –
Dirija Rent a Car – Gráfiva Everesty - López y López Advogados – Maçonaria
Virtual - Olheiros.com – Santana Pneus – Sul Minas Lab. Fotográfico –
Sysprodata – Turmalina – Vivenda do Chela.

Contatos:
MSN - entre-irmaos@hotmail.com
E-mail – revistaartereal@entreirmaos.net
Skype – francisco.feitosa.da.fonseca
Tels. (35) 3331-1288 / 8806-7175
As edições anteriores estão disponíveis para download em nosso Portal Entre Irmãos - http://www.entreirmaos.net ?
a b

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