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Igor Waltz2
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Resumo: O artigo faz uma reflexão sobre o papel do Estado na regulação do campo das
comunicações, sua relação com empresas privadas de mídia e as implicações da adoção do
modelo neoliberal para o setor, como a re-regulação e a marketização. A contenda entre o
governo argentino e o Grupo Clarín tem suscitado debates na imprensa brasileira a respeito da
intervenção estatal como uma ameaça à imprensa independente. Acerca dessa questão, são
analisados editoriais publicados pelos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo no período de
abril a julho de 2013.
Resumen: El artículo es una reflexión sobre el papel del Estado en la regulación del campo de
la comunicación, la relación con los medios de comunicación privados y las implicaciones de
la adopción del modelo neoliberal para el sector, tales como la re-regulación y la
mercantilización. La disputa entre el gobierno argentino y el Grupo Clarín ha depertado
debates en la prensa brasileña sobre la intervención del Estado como una amenaza para los
medios de comunicación independientes. Sobre esta temática, se analizan los editoriales
publicados en los periódicos O Globo y O Estado de S. Paulo de abril a julio de 2013.
1. Introdução
Eventos recentes ocorridos na Europa e na América Latina abriram uma brecha para
um tímido debate acerca da regulação estatal sobre o campo das comunicações, uma pauta
pouco corriqueira na mídia brasileira. Em março de 2013, no Reino Unido, após escândalos
1
Artigo apresentado no GT Jornalismo e Política do X Seminário de Alunos de Pós-Graduação em Comunicação
da PUC-Rio, realizado no Rio de Janeiro, RJ, em novembro, 2013. Trabalho produzido originalmente no âmbito
da disciplina “Comunicações, Estado e Sociedade”, ministrada pelos professores Suzy dos Santos (ECO/UFRJ) e
Murilo César Ramos (FAC/UnB), em 2013/1.
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Jornalista. Mestrando em Comunicação pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(ECO/UFRJ). E-mail: igor.waltz2@gmail.com.
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de escutas ilegais, que resultaram no fechamento do tabloide News of the World, o governo
britânico firmou um acordo com os partidos políticos para a criação de um órgão
independente responsável por fiscalizar e punir más condutas de veículos de imprensa. Já em
maio, na América Latina, após disputas judiciais, a presidente da Argentina, Cristina
Kirchner, deu mais um passo na intervenção do Grupo Clarín para enquadrá-lo na lei de
combate ao monopólio midiático, o que obrigaria a holding a abrir mão de parte de suas
concessões. No mês seguinte, a Assembleia Nacional do Equador aprovou a criação de uma
Lei da Comunicação, que prevê a criação de órgãos de regulamentação da imprensa.
Apesar das distintas características e contextos dos três casos supracitados, todos
carregam o traço em comum: a tentativa de intervenção estatal em um setor considerado
chave na nova economia, com vistas a contornar “falhas no mercado” (seja para evitar a
concentração da propriedade, seja por razões éticas de normatização das condutas e atuações
profissionais).
Fiani (1998) conceitua regulação como uma ação do Estado com o objetivo de limitar
os graus de liberdade que os agentes econômicos possuem em seu processo de tomada de
decisões. Já para Marques Neto (2005), em uma visão mais ampla, a regulação seria mais do
que a correção de falhas para garantir o equilíbrio interno do sistema regulado, mas também a
manutenção do funcionamento do mercado e a introdução de objetivos de ordem geral que
não seriam atingidos exclusivamente pela iniciativa privada.
A respeito desses objetivos de ordem geral, o caso argentino é bastante paradigmático.
A lei 26.522, popularmente chamada de Ley de Medios, aprovada em 2009, estabelece o
limite de um terço das concessões de rádio e televisão do país para empresas privadas, um
terço para empresas públicas e um terço para entidades sem fins lucrativos. Além disso,
impõe níveis mínimos de difusão de conteúdo nacional e de conteúdo educativo no caso da
empresas privadas. Apesar de contar com apoio de amplos setores da sociedade civil
argentina, a lei é tida como uma tentativa de enfraquecer economicamente uma das principais
vozes de oposição ao governo Kirchner, o Grupo Clarín, maior conglomerado de mídia do
país, cujo poderio foi constituído principalmente durante o período da ditadura argentina.
Este artigo pretende analisar como veículos de mídia brasileiros, filiados a grandes
conglomerados nacionais, ponderam os acontecimentos no país vizinho e o “ataque” sofrido
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por seu confrade argentino. Para tal, foram selecionados editoriais publicados pelos jornais O
Globo e O Estado de S. Paulo, e veiculados em suas versões online, entre abril e julho de
2013. Tais publicações foram selecionadas por estarem vinculadas às Organizações Globo, da
família Marinho, e ao Grupo Estado, da família Mesquita, duas das maiores corporações de
mídia do Brasil, atuantes em diversos setores das comunicações e símbolos da concentração
dos meios de comunicação no país.
Apesar do discurso enérgico contra qualquer forma de regulação, que para os grandes
conglomerados de imprensa seria equivalente à censura estatal ou ao cerceamento da
liberdade de expressão, as relações entre governo e as empresas são mais complexas do que
este aparente antagonismo. Camuflado sob a ideologia do livre mercado e da liberdade de
expressão, há um Estado muitas vezes atuante na defesa da hegemonia dos meios de
comunicação privados de caráter comercial e na contenção da entrada de novos players no
setor. Esse fator é ainda mais significativo em um país como Brasil, onde uma parcela
significativa de membros da classe política é detentora de veículos de comunicação,
administrados com vistas mais à obtenção de capital político do que lucro financeiro.
Desde os primórdios da radiodifusão no Brasil, suplantada a fase do radioamadorismo
do início do século XX, o Estado sempre desempenhou o papel central na formulação e
implementação de políticas de comunicação, seja como proprietário, promotor ou regulador.
(Torres, 2012). Durante a Era Vargas, mesmo veículos de oposição ao governo valiam-se da
publicidade estatal como parte de sua fonte de renda, em troca da publicação de material
editorial produzido pelos serviços de propaganda. Mesmo com o ideário, nos dias atuais, de
despojamento do poder de regulação, a presença do Estado é considerada pertinente desde que
para garantir os interesses dos oligopólios.
O próprio conceito de regulação aparece de forma problemática na fala produzida por
esses veículos, apontado muitas vezes como sinônimo de cerceamento. Apesar de não haver
um consenso em torno do conceito, Mitnick (1989) aponta que o elemento central em
diferentes considerações a respeito de regulação é a interferência em alguns tipos de
atividade, que podem ser regidas, controladas, alteradas, guiadas, limitadas ou mesmo
incentivadas por uma entidade externa. Para o autor, o conceito mais abrangente seria o da
“vigilância, de acordo com a regra, das opções de atividade de um sujeito e provém de uma
entidade que não é parte direta nem está envolvida na dita atividade” (MITNICK, 1989, p.26).
O autor estadunidense aponta que esse papel de entidade externa à atividade seria
atribuído geralmente ao Estado. Contudo, pensá-lo como uma entidade neutra, despida de
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interesses, pode limitar nosso entendimento acerca das decisões políticas. Como pensar a
participação popular e a garantia dos interesses da sociedade civil em uma ambiente onde os
legisladores são cooptados pelo mercado? Especialmente na área da Comunicação, políticas
seriam criadas para atender a interesses privados e do Estado, em detrimento do interesse
público.
A respeito disso, o sociólogo canadense Vincent Mosco (1988) coloca o Estado no
cerne do conceito de regulação. Para ele, ela seria um dos instrumentos de ação política para
corrigir “falhas de mercado”. A partir da análise dos serviços de comunicação de sociedades
capitalistas desenvolvidas, Mosco aponta que a natureza desses serviços é definida de acordo
com que papel o Estado adota para si. O autor estabelece quatro modelos de governança —
regulação, competição privada, conselho de especialistas e corporativismo —, todos com
maior ou menor participação estatal. Nenhuma dessas formas de governança prescinde do
Estado.
Enquanto a regulação e o corporativismo dizem respeito a uma participação mais
direta do ente governamental, a competição e o conselho apontam para uma participação
indireta, delegando ao mercado um modo mais livre de agir. À competição é atribuído pelos
meios de imprensa o posto de “verdadeira entidade reguladora” do campo das comunicações
(“O único controle de mídia é o controle remoto”)3, uma vez que caberia ao mercado atender
às demandas da sociedade. Mas Mosco lembra que mesmo os mercados não são mecanismos
autossustentáveis, e “quem cria e sustenta os mercados” e “para benefício de quem” são
consideradas questões fundamentais.
Já o corporativismo confere maior autoridade a indivíduos que representam
componentes específicos da divisão econômica do trabalho, particularmente diferenciados dos
setores executivos, tais como trabalhadores e consumidores. Por sua vez, o conselho de
expertise atribui mais poder aos detentores do conhecimento técnico, como consultores e
3
Resposta dada pela então candidata à Presidência da República Dilma Rousseff, durante entrevista à TV Brasil,
a críticas ao seu programa de governo. Após ter entregue um primeiro programa ao Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), em que defendia o controle social dos veículos de comunicação, o Partido dos Trabalhadores (PT)
apresentou um segundo texto retirando a proposta. Disponível em:
<http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/dilma-afirma-que-unico-controle-da-midia-e-o-controle-
remoto/n1237724826114.html>. Acesso em 25 de julho de 2013.
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especialistas. Trata-se de uma visão tecnicista que afastaria uma discussão mais plural a
respeito das políticas.
Mosco afirma que a regulação oferece representatividade ao Estado em uma estrutura
de mercado privado. Sob a capa de defesa dos interesses públicos, que concederia voz àqueles
que têm pouca participação, os agentes reguladores atuariam na verdade de maneira manter o
status quo da estrutura de mercado.
Essa característica é própria das economias que adotam o modelo neoliberal. Com o
lema do “Estado mínimo”, tais economias abraçariam uma espécie de “ausência de
regulação”, na qual o Estado abriria mão de regular, mas não seria completamente apartado
do processo. Uma das novas funções assumidas por ele seria a manutenção de novos players
fora do mercado, por meio da seleção e do gerenciamento dos competidores. Dessa forma o
Estado minimizaria os efeitos da competição, vista por alguns estudiosos, como Melody
(1997), como uma forma de regulação.
O autor dinamarquês enxerga que a competição advinda da liberalização dos mercados
pode ser sim uma ferramenta de regulação, uma vez que o agente regulador minimize
barreiras para a entrada de novos competidores no mercado. Concentrando suas análises ao
campo das telecomunicações, Melody acredita que os reguladores devem agir para maximizar
as oportunidades de competição e prevenir comportamentos anticompetitivos. Em um setor
dinâmico, onde novas tecnologias e novas demandas gerariam constantemente novas
oportunidades de negócios, a regulação estatal deveria ter como objetivo a garantia do acesso
de todos a um determinado serviço por preço razoável, e tal fim seria atingido pela
competitividade.
Este objetivo poderia ser desmembrado em duas metas: uma de caráter econômico,
que seria o de atender as demandas dos consumidores com eficiência; e outro social, por meio
da extensão de serviços de telecomunicações para um nível mínimo de inclusão digital e
participação política na chamada “sociedade da informação”.
O que Melody não reconhece é que um Estado aliado ao mercado dificilmente
impediria a formação de oligopólios, e ao contrário do que diz o receituário neoliberal, um
mercado pouco regulado poderia facilmente tender a políticas pouco competitivas. No campo
da comunicação no Brasil, observa-se uma tendência à concentração das propriedades de
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emissoras de rádio e TV no setor comercial nas mãos de poucas famílias, o que prejudica a
diversidade de vozes nesses meios, e consequentemente, a participação política e o real
atendimento aos interesses públicos.
Mas a opção política por deixar de intervir nas forças de mercado — a desregulação
— apregoada pelos defensores da política neoliberal para o crescimento e fortalecimento das
economias na verdade resguardaria aquilo que vários autores afirmam ser uma re-regulação
(Mastrini & Mestman, 1996; McChesney, 2003; Porter 1993), ou seja, uma nova regulação
que atenda às demandas dos conglomerados multimídia. McChesney, por exemplo, critica a
ideia de que as únicas opções de políticas de comunicação girem em torno da dicotomia
“regulação governamental” e “desregulação e livre-mercado”. Nas palavras do autor
estadunidense,
Para McChesney, o que está realmente em jogo é uma regulação que atenda aos
interesses públicos versus uma regulação que atenda a interesses privados. Uma maior
participação popular resultaria em políticas para atender às necessidades dessa população,
mas o que se assiste é um processo de desregulação encabeçado por corporações que usam
seu poder político, econômico e cultural para influenciar o debate em favor de seus interesses.
O autor é categórico ao apontar que a mídia é um bem público, por isso não pode ser
tratada como qualquer outra categoria econômica. Os meio são responsáveis por transmitir
cultura, jornalismo e informações politicamente relevantes, por isso não se poderia aplicar a
lei de oferta e demanda a esse setor. Importante salientar que McChesney traz à tona a
discussão em torno do conteúdo, uma vez que o debate a respeito da regulamentação,
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4
Disponível em: <http://www.onu.org.br/no-brasil-relator-da-onu-fala-sobre-liberdade-de-imprensa-e-o-papel-
do-jornalismo-critica-acao-no-stf-e-elogia-ley-de-medios/>. Acesso em 24 de julho de 2013.
5
“Há regulação da mídia e ‘regulação da mídia’”.[editorial]. O Globo Online. Disponível em:
<http://oglobo.globo.com/opiniao/ha-regulacao-da-midia-regulacao-da-midia-8041002>. Acesso em 28 de julho
de 2013.
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O que o editorial omite é que o estímulo à concorrência não é o único objetivo da lei
argentina. De fato, assim como no mercado brasileiro, há concorrência, mas em um número
reduzido de competidores. E o jornal não leva ainda em consideração a necessidade de abrir
espaço de discurso para entes não comerciais.
Dos três editoriais publicados por O Globo no período analisado — abril a julho de
2013 — apenas dois trataram especificamente da situação política argentina. No editorial cujo
trecho foi destacado acima, o periódico “denuncia” a ameaça de facções internas do Partido
dos Trabalhadores (PT) que criticam a postura do Ministro da Comunicação Paulo Bernardo,
considerada exemplar pelo veículo, de “não dar andamento a uma proposta de ‘regulação da
mídia’ deixada de herança pelo governo Lula”6. O texto aponta a onda de ataques semelhantes
sofridas pela imprensa em diversos países do bloco “bolivariano” e destaca a Argentina como
um caso a parte, ainda que temeroso.
O assunto voltaria a ser abordado com mais profundidade em editorial publicado em
24 de abril de 2013, sobre a tentativa de governos latinoamericanos ditos “autocráticos” de
ignorar a opinião pública. Traçando um paralelo entre o “kirchnerismo” e o “chavismo”, o
artigo de opinião trata a obsessão da presidente por reformar o Poder Judiciário, para
manipulá-lo com vistas de aplicar a temível Lei de Meios. “Se a reforma passar, Cristina terá
mais poder para aplicar outro instrumento de inspiração chavista: a Lei de Meios, que visa a
enfraquecer empresas de comunicação, como o Grupo Clarín, críticas do governo”7.
A questão da reforma do Judiciário voltaria a ser analisada três dias após, com a
turbulenta vitória governista na Câmara dos Deputados. Usando termos como “patacoada
chavista”, o veículo deixa patente sua ojeriza aos projetos de governo de esquerda
latinoamericanos. “O dispositivo tem endereço certo: desbloquear a aplicação plena sobre o
Grupo Clarín, que faz oposição ao governo, da lei que obriga empresas de comunicação a se
desfazer de vários de seus veículos, em nome da “desconcentração” da mídia” 8.
6
Idem.
7
“Governos autocráticos tentam ignorar a opinião pública”. [editorial]. O Globo Online. Disponível em:
<http://oglobo.globo.com/opiniao/governos-autocraticos-tentam-ignorar-opiniao-publica-8194177>. Acesso em
28 de julho de 2013.
8
“Arbítrio ganha espaço na Argentina”. [editorial]. O Globo Online. <http://oglobo.globo.com/opiniao/arbitrio-
ganha-espaco-na-argentina-8224586>. Acesso em 28 de julho de 2013.
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No mesmo período, foram publicados pelo Estado de S. Paulo dois editoriais com
forte teor crítico ao governo do país vizinho. No artigo publicado no dia 14 de maio, a o jornal
cita casos como o da limitação da publicidade e a expropriação de 24% da Papel Prensa, uma
das maiores fabricantes de papel-jornal argentina, ligada aos Grupos Clarín e La Nación,
como “manobras para estrangular o Clarín”. “Na base do histrionismo, o governo Cristina
criou o caso que pode justificar a intervenção no Clarín, mostrando que seu ânimo contra a
imprensa livre não tem nem vergonha nem limites”9, escreve o jornal, naquilo que ele
classifica como uma “ópera-bufa”.
Já o editorial veiculado no dia 15 de abril compara o governo de Cristina à ditadura
militar argentina. Para o jornal, a reforma do Judiciário realizada na Argentina com vistas a
limitar o número de liminares contra o Estado pretende impedir que se repitam situações
como a do Clarín, que conseguiu por repetidas vitórias na Justiça suspender a aplicação da Lei
de Meios.
Assim como nos editoriais de O Globo, não há nos textos veiculados pelo Estadão
qualquer menção a outros pontos da Lei de Meios que não sejam a limitação de concessões.
Ainda que não se discuta a importância de vozes dissonantes da “voz oficial” e a obrigação do
jornalismo de desvelar os bastidores do poder, a lei argentina em nenhum momento incide
sobre o conteúdo veiculado pelos meios. Não há impedimento para que eles tratem de nenhum
9
“A guerra de Cristina” [editorial]. Estadão.com.br. < http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-guerra-
de-cristina-,1031585,0.htm > Acesso em 29 de julho de 2013.
10
“Cristina quer domar juízes” [editorial]. Estadão.com.br.
<http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,cristina-quer-domar-juizes-,1021059,0.htm>. Acesso em 29 de
julho de 2013.
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5. Considerações finais
mídia no Brasil. Cabe ressaltar que a aparente ausência de uma regulação é por si mesma uma
forma de regulação que atenda aos interesses do mercado.
Em todos os editoriais analisados, não há qualquer menção a artigos da Lei de Meios
que não tratem da limitação de concessões. Ainda que caso a expropriação se confirme, o
Clarín mantenha um número expressivo de 160 concessões de rádio e TV. A questão do
conteúdo nacional e educativo e as consultas populares nas províncias a respeito dos
contornos da lei não são tratadas, e quanto à concessão para entidades de caráter não
comercial, os jornais levantam a suspeita de se tratam de “marionetes” pró-kirshneristas. Os
que os veículos não levam em consideração é que o maior ganho para um regime democrático
é a desconcentração de vozes, e não seu inverso.
Referências bibliográficas
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London: Sage, v.25, 2003, p. 125-133.
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(ed.), Telecom Reform: Principles, Policies and Regulatory Practices. Denmark: Schultz
DocuCenter, 1997, p. 11-25.
MOSCO, Vincent. Toward a Theory of the State and Telecommunications Policy. In:
Journal of Communication. Philadelphia: winter, v.38, n. 1, 1988, p. 107-124.
NOGUEIRA, Marco Aurélio. Em defesa da política. São Paulo: Editora Senac São Paulo,
2001.
RAMOS, Murilo César. Agências reguladoras: a reconciliação com a política. In: Eptic –
Revista de Economía Política de las Tecnologías de la Información y Comunicación,
www.eptic.com.br, v. 7, n. 5, mai-ago 2005.