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Ordem de Serviço 98/2/1

Working Paper 98/2/1-3

Contratos de Transmissão

Junho - 1998

Elaborado por Coopers & Lybrand

em consórcio com:

Latham & Watkins


MAIN Engenharia S.A
Engevix Engenharia S/C Ltda.
Ulhôa Canto, Rezende e Guerra - Advogados

consultores:

Rust, Kennedy & Donkin Limited


Power and Water Systems Consultants Limited

Working Paper 98/2/1-3 1 SEN/Eletrobrás


Working Paper 98/2/1-3
Contratos de Transmissão

PREFÁCIO

Este Working Paper apresenta as conclusões dos


consultores em uma área específica do projeto e propõe
as recomendações que lhes pareceram apropriadas para
este estágio do estudo sujeitas, porém, a revisões. Sua
finalidade é a de servir como base para as discussões com
o SEN e com a Força Tarefa do GET estabelecida para
esta fase do projeto.

Working Paper 98/2/1-3 2 SEN/Eletrobrás


Introdução

1 Este Working Paper descreve nossas recomendações a respeito de vários contratos de


transmissão. Foi elaborado dentro do escopo da Ordem de Serviço 98/2/1.

2 Neste Working Paper iremos apresentar as seguintes minutas de contrato:

(i) Contrato de Conexão à Transmissão (CCT)

(ii) Contrato do Uso do Sistema de Transmissão (CUST)

(iii) Contrato de Prestação de Serviços de Transmissão (CPST)

(iv) Contrato dos Serviços Ancilares (CSA)

(v) Contrato de Acesso às Interligações Internacionais (CAII)

(vi) Contrato da Operação das Interligações Internacionais (COII)

3 Esta breve introdução ao WP 3 (Working Paper 3) estabelece alguns pontos principais a


respeito do contexto e da estrutura dos contratos de transmissão.

O papel do ONS e a estrutura contratual

4 O ONS é uma das Partes em todos os contratos de transmissão contidos neste WP (Working
Paper). Ele representa ou uma das duas Partes principais dos contratos bilaterais ou, no caso do
CCT e do CAII, uma “parte interveniente”; no que se refere aos últimos, o contrato é formalizado
entre duas outras entidades, porém, o ONS é uma Parte adicional em virtude de seu estreito
relacionamento e da definição que foi feita dos direitos contidos nestes contratos.

5 O objetivo principal do Working Paper 3 é o de descrever os Contratos que serão


necessários para o setor reformulado, admitindo, ao mesmo tempo, que outras modificações já
tenham sido realizadas. Particularmente, estas minutas presumem que o ONS, os Procedimentos de
Rede, o CMAE e os Regulamentos do Serviço Público de Transmissão já tenham sido
legitimamente estabelecidos. No entanto, nós observamos que alguns contratos de transmissão
deverão ser necessários, a curto prazo, antes da completa introdução do ONS e dos Procedimentos
de Rede, para permitir que o programa de privatização possa prosseguir. Assim sendo contribuímos,
na forma de notas em itálico contidas nas minutas dos contratos, com algumas referências aos
principais pontos onde dispositivos especiais, ou cláusulas, poderiam ser necessários aos contratos
formalizados em futuro próximo.

6 O problema principal da transição é que, embora o ONS seja uma das duas partes principais
na maioria dos contratos bilaterais, este papel não poderá ser exercido antes de sua introdução.
Durante o período precedente à sua criação, alguma outra entidade deverá assumir o papel do ONS
e os contratos deverão prever, no devido tempo, a sua transferência ao ONS, uma vez este
organismo tenha assumido as suas inteiras responsabilidades.

7 Os diagramas 1 e 2 expõem um resumo, respectivamente, da estrutura contratual antes e


após a introdução do ONS. Antes da criação do ONS, presume-se que a Eletrosul Transmissora

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(“Eletrosul T”) seja um dos organismos que irá assumir o papel do ONS na região sul. Os usuários
do sistema de transmissão deverão formalizar CUSTs com a Eletrosul e pagar os encargos deste
UST à Eletrosul T. Outros Concessionários de Transmissão na região sul deverão formalizar um
CPST com a Eletrosul, segundo o qual a Eletrosul T deverá pagar uma quota contratada de encargos
do CUST à estas outras empresas de transmissão.

8 Note-se que no Diagrama 1, a Gerasul aparece como tendo um CCT não somente com a
Eletrosul T mas também com outras transcos, o que reflete a premissa de que suas usinas geradoras
estejam conectadas com os sistemas de transmissão de várias transcos. Note-se, também, que
embora a Gerasul necessite de um CUST para o período inicial, não deverá pagar os encargos do
UST pela energia contratada sob os Contratos Iniciais.

9 Após a criação do ONS, os CUSTs e os CPSTs deverão ser transferidos a este organismo,
além disso, a Eletrosul T deverá formalizar um CPST com o ONS o que o colocará na mesma
posição que as outras empresas de transmissão. A posição final está representada no Diagrama 2,
onde o ONS é uma das partes nos CUSTs com os geradores e empresas de D/C, e uma parte nos
CPSTs com as transcos.

Interligações Internacionais

10 No Diagrama 2, representamos, também, uma fórmula simplificada de como os Contratos


das Interligações Internacionais poderão se ajustar a esta estrutura contratual, presumindo-se que a
transco 1 tenha financiado a construção de uma interligação internacional. O direito de operar a
interligação será transferido ao ONS, sob um COII. O direito de receber as receitas comerciais será
transferido a uma parte comercializadora (no diagrama, presume-se que seja uma empresa D/C), sob
um CAII ao qual o ONS seja uma parte interveniente.

11 Serão necessários dois contratos em separado para as interligações internacionais porque,


embora os Concessionários de Transmissão sejam proprietários de suas Interligações, não terão
direito à comercialização da energia; este é um princípio básico do novo modelo a fim de assegurar
uma concorrência imparcial entre as partes comercializadoras, livre das distorções causadas pelo
poder de monopólio de que gozam os proprietários dos ativos de transmissão. Para atender à
proibição aos Concessionários de Transmissão em comercializarem energia, o direito ao
recebimento das receitas comerciais das interligações deverá ser contratado com outra Parte.
Portanto, o proprietário de uma interligação internacional deverá formalizar dois contratos: um com
o ONS, concedendo ao operador do sistema o direito de operar a interligação e outro com uma Parte
comercializadora através do qual esta Parte terá o direito de receber as receitas comerciais.

12 Nós acreditamos que, para a maioria das novas interligações internacionais, as receitas
comerciais sejam transferidas à Parte que tenha construído e seja proprietária dos ativos. No
entanto, poderia haver algumas interligações internacionais que tivessem sido construídas com
autorização do ONS de tal forma a que o ONS retivesse as receitas comerciais para serem
distribuídas entre seus participantes. Nestas circunstâncias, um único Contrato de Interligação
Internacional deveria ser necessário entre o ONS e o Concessionário de Transmissão, combinando
os principais elementos que foram descritos para o COII e para o CAII. Para tais situações, a
estrutura dos pagamentos do ONS ao Concessionário de Transmissão deveria ser similar àquelas
que incluímos em nossa minuta para o UST.

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Diagrama 1
Estrutura Contratual antes da criação do ONS

CUST*

Eletrosul
Eletrosul TT CCT Gerasul
Gerasul

CC

T
T

CC
CU
CPST*

ST
*

CC
T
Outra
Outra CCT D/C
D/C
transco
transco

Notas: indica fluxos de pagamento


Eletrobrás será a parte interveniente nos CCTs durante este período (embora não indicado no diagrama)
* denota contratos os quais serão transferidos da Eletrosul T para o ONS

EL023
Diagrama 2
Estrutura Contratual após a criação do ONS

Transco
Transco CCT Geradora
Geradora

T
CP CUS
ST

ONS
ONS

T
CC
II
CO
CU
ST

Transco
Transco 11 CAII D/C
D/C

Notas: indica fluxo de pagamento


… indica onde o ONS for “parte interveniente”
Transco 1 detém uma interconexão internacional

EL023
13 As Interligações Internacionais, inevitavelmente, deverão envolver uma diversidade de
Partes e uma complexa estrutura contratual. O Diagrama 3 demonstra os principais elementos
contratuais para uma interligação internacional. Ele inclui um Protocolo, entre AOs brasileiros e
internacionais, que deverá estabelecer os respectivos papéis dos dois operadores do sistema; este
Protocolo deverá conter um CCT sob o qual a interligação internacional estará conectada às
principais redes de transmissão nos dois países; deverá incluir um contrato(s) de fornecimento de
energia através do qual a parte comercializadora brasileira irá contratar energia fornecida por uma
ou mais Partes internacionais. Além disso deverá, também, fazer referências ao CMAE como
introdutor do direito das partes comercializadoras legitimamente registradas de receber as receitas
comerciais.

Estilo dos contratos de transmissão

14 As minutas dos contratos de transmissão foram elaboradas seguindo um estilo comum de


estrutura de tal forma a torná-las compatíveis com as práticas legais brasileiras e com os Contratos
Inicias (entre os geradores e as empresas D/Cs). Para facilitar a compreensão dos dispositivos
contratuais propostos, nós incluímos alguns comentários adicionais sob a forma de notas em itálico
no texto. Estas notas em itálico analisam algumas questões que se originaram durante o período de
transição, antes da criação do ONS, e alguns outros pontos que demandavam explicações
complementares.

15 Providências futuras (que, segundo acreditamos, já foram adotadas no caso de alguns


contratos) deverão ter seus contextos aperfeiçoados por advogados do setor e especialistas em
energia elétrica com a finalidade de transformá-las em contratos plenamente legais.

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Diagrama 3
Estrutura Contratual da Interconexão Internacional
Transferência dos
benefícios de
comercialização sob o
MAE

Empresa
Empresa dede
Transco
Transco nono Geração
Geração
ONS
ONS Brasil
Brasil D/C
D/C no
no
Brasil
Brasil
CCT
CO
II II
CA

Transco
Transco
detentora
detentora da
da
Protocolo Interconexão
Interconexão
Internacional
Internacional Contrato bilateral
de fornecimento
de energia
Fronteira

CCT
Internacional

Detentor
Detentor dos
dos Empresa
Empresa dede
OIS
OIS
ativos
ativos de
de Geração
Geração
Estrangeiro
Estrangeiro
transmissão
transmissão D/C
D/C
estrangeiros
estrangeiros estrangeira
estrangeira

EL023
MINUTA DO CONTRATO DE CONEXÃO À TRANSMISSÃO

[O objetivo principal da minuta deste CCT (Contrato de Conexão à Transmissão) é


descrever o tipo de contrato necessário para o setor reestruturado. Este contrato pressupõe que o
ONS (Operador Nacional do Sistema) já esteja criado e que os Procedimentos de Rede estejam
completos e aprovados; quando apropriado, serão feitas referências ao ONS e aos Procedimentos
de Rede. No entanto, devemos mencionar que deverá existir uma minuta de CCT, elaborada em
futuro próximo (p. ex. para a Gerasul), antes da introdução do ONS e dos Procedimentos de Rede.
No CCT para a Gerasul, o ONS deverá substituir as referências feitas à Eletrobrás ou ao GCOI
(quando apropriado) e as Normas do GCOI deverão ser substituídos pelos Procedimentos de Rede,
para permitir que, em tempo oportuno, seja feita a transição para o ONS e para os Procedimentos
de Rede. Em pontos relevantes, serão feitas referências em itálico onde se encontram dispositivos
especiais ou emendas que serão necessários ao CCT da Gerasul.]

As Partes e os considerandos

O ponto de partida do contrato irá estabelecer as partes contratantes e os considerandos apropriados.


Estes considerandos deverão mencionar quaisquer transferências de contrato pretendidas no futuro,
assim como a legislação pertinente.

As partes do Contrato serão a Concessionária de Transmissão e a parte conectada. O ONS, como


operador do sistema, será a “parte interveniente”, com direitos estipulados pelo Contrato para
intervir em circunstâncias específicas. Os direitos do ONS serão descritos, posteriormente, no
Contrato. A parte interveniente será signatária do contrato.

[No caso do CCT da Gerasul, pactuado antes da introdução do ONS, a parte interveniente
será a Eletrobrás, como predecessora do ONS; provavelmente, esta será uma forma mais
prática do que especificar o GCOI como parte interveniente durante um curto prazo; o
Contrato deverá especificar a transferência dos direitos e obrigações da parte interveniente
ao ONS, quando da instituição deste organismo.]

1 Definições e premissas

1.1 Esta cláusula irá definir quaisquer termos técnicos empregados no Contrato e estabelecer as
premissas sobre as quais este Contrato está fundamentado.

[Algumas definições técnicas já foram especificadas no contexto dos Contratos Iniciais e na


minuta do documento regulamentar - por exemplo “Normas do GCOI”; deverá ser buscada
uma compatibilização de definições e nomenclatura.]

1.2 As definições deverão fazer uma distinção entre os Ativos de Conexão e os Ativos do
Sistema Principal de Transmissão. Os Ativos de Conexão são aqueles dedicados ao serviço de um
único Usuário. Os Ativos do Sistema Principal de Transmissão são ativos de transmissão dedicados
aos serviços de mais de um Usuário.

1.3 O Contrato foi elaborado em termos de “partes conectadas”. As partes conectadas deverão
ser definidas como todas as partes que estejam diretamente conectadas ao sistema principal de
transmissão.

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[Note-se que já recomendamos, em outro local, que um gerador conectado à distribuição,
que seja despachado centralizadamente, poderá ser obrigado a remunerar uma quota do
encargo de conexão à transmissão. Esta circunstância poderá ocorrer raramente e aplicar-
se-á somente se o gerador conectado à distribuição for maior que um certo porte especificado
(que irá variar conforme o nível de tensão), além disso, a conexão de transmissão dos D/Cs
já teve seu volume ajustado para exportação. Para informações complementares, consultar
nossas recomendações no Relatório do Estágio VII, Anexo I, parágrafo 8, artigo 24 da
minuta dos Regulamentos dos Serviços Públicos de Transmissão. Nos casos passíveis de
aplicação, a participação nos encargos de conexão poderá ser obtida ou fazendo com que o
gerador conectado à distribuição seja um participante do CCT (mesmo que não esteja
diretamente conectado) ou através de um contrato em separado entre o gerador conectado
com a distribuição e a empresa D/C. Nós recomendamos que a última opção seja adotada
porque é a mais simples e, portanto, a definição de partes conectadas, para propósitos do
CCT, poderá excluir aqueles que tiverem alguma responsabilidade pelos ativos de conexão
ao sistema principal de transmissão mas que não estejam diretamente conectados.]

1.4 As premissas incluem o seguinte:

1.4.1 onde uma parte conectada for um Usuário do sistema principal de transmissão, este
participante conectado já formalizou, ou irá formalizar, tão logo seja possível, um
CUST com o ONS (ou, durante o período precedente à introdução do ONS como
responsável pelo uso do sistema, com a Concessionário de Transmissão pertinente);

[Esta minuta pressupõe que o CCT deverá ser assinado antes do CUST. e assim, somente a
assinatura do CUST não poderá ser uma condição precedente para o CCT.]

[A maioria das partes conectadas à transmissão irá necessitar de ambos, um CCT e um


CUST. No entanto, em alguns casos, um participante necessitará assinar um CCT ou um
CUST, mas não ambos; este será o caso de um consumidor livre conectado à transmissão que
tenha assinado um contrato de fornecimento com um Comercializador Autorizado do
Mercado Livre (CAML) O consumidor livre deverá ser participante de um CCT, enquanto o
CAML será participante do CUST.]

1.4.2 no caso de modificações feitas nas conexões existentes, a parte conectada já


apresentou provas de que o ONS (ou o GCOI, no período anterior à
responsabilidade do ONS pelo uso do sistema) já aprovou estas modificações;

1.4.3 os Procedimentos de Rede têm poder bastante para definir os requisitos técnicos
relacionados com os pontos de conexão ao sistema de transmissão.

[No período anterior à efetivação dos Procedimentos de Rede, as Normas do GCOI


serão o conjunto de padrões mais próximos equivalentes. O CCT da Gerasul deverá
fazer referências às Normas do GCOI e permitir que sejam substituídos pelos
Procedimentos de Rede, uma vez tenham sido aprovados. O Contrato CCT da
Gerasul pode também referir-se a outras Portarias ou Resoluções relevantes.]

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2 Objeto, vigência e condições de validade

2.1 A finalidade deste Contrato é estabelecer um contrato que irá reger as conexões existentes ao
sistema principal de transmissão, os direitos e as obrigações das partes conectadas, os
Concessionários de Transmissão e quaisquer pagamentos a serem feitos relacionados com os Ativos
de Conexão.

[O escopo desta minuta de Contrato foi direcionado para cobrir os ativos de conexão
existentes e as modificações nos referidos ativos. Novas conexões não estão cobertas. No
caso de novas conexões, o CCT necessitará de cláusulas adicionais para cobrir a construção
da nova conexão - tratando, por exemplo, do programa aceito para a construção, dos
acordos sobre os testes e de quaisquer penalidades por atrasos na conexão, quando a
empresa de Transmissão esteja construindo a conexão para a parte a ser conectada.]

2.2 A vigência deste Contrato será dividida em duas fases:

(a) a primeira fase irá cobrir o período necessário para a recuperação do custo do capital
investido na conexão;

(b) a segunda fase irá se estender desde o término da primeira fase até o Extinção do
Contrato.

2.3 O Contrato poderá ser extinto em qualquer momento, por qualquer parte, se a outra parte
estiver em situação de violação ou inadimplência ao Contrato, ou se o Contrato tiver se tornado
desnecessário como resultado de descomissionamento ou desconexão. Os Procedimentos de
Extinção que deverão ser obedecidos, em qualquer um destes casos, estão contidos no Anexo 1
deste Contrato. Um pagamento pela extinção poderá ser feito à Concessionária de Transmissão por
ocasião do Extinção. O montante deste pagamento irá depender da parte que arcou com os custos da
conexão, se a extinção ocorreu na primeira ou segunda fase do Contrato ou se a parte está em
situação de violação ou inadimplência ao Contrato.

2.3.1 As condições que irão definir violação ou inadimplência ao Contrato,


descomissionamento, desconexão e pagamentos de extinção serão fornecidas
posteriormente neste Contrato.

[A Concessionária de Transmissão deve ser autorizada a desconectar uma parte já


conectada, como a penalidade mais severa deste Contrato, mesmo que a Concessionária de
Transmissão seja um provedor de serviços públicos e que não existam alternativas de
conexão efetiva à parte conectada]

3 Dispositivos e pagamento pelos Ativos de Conexão

(i) Descrição dos Ativos de Conexão

3.1 Um Anexo do Contrato (S2) deverá conter informações sobre cada local de conexão. Para
cada local de conexão, o Anexo deverá incluir:

• a localização do local de conexão;

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• o tipo de conexão (p. ex., geração, distribuição, grande consumidor ou um consumidor
híbrido consistindo de um complexo industrial com geração e carga conjuntos no local
(“on site”);

• a capacidade máxima dos pontos de entrada e saída do sistema de transmissão,


proporcionada pela conexão;

• uma relação de ativos, incluindo dados sobre a quantidade de cada tipo de ativo e o nível
de tensão;

• um diagrama esquemático unifilar do local de conexão, inclusive a indicação da interface


entre a Concessionária de Transmissão e os ativos da parte conectada (através da qual
ficará esclarecido quem é o proprietário, quem administra e quem opera os Ativos de
Conexão); e

• o signatário associado (ou signatários) do CUST.

3.2 Quaisquer características técnicas especiais do equipamento ou do local de conexão serão


especificadas em um Anexo complementar ao Contrato (S3). Tais características especiais poderão
incluir:

• para um local de conexão que seja híbrido consistindo de geração e carga conjuntos no
mesmo local (“on site”), os acordos para fornecimento auxiliar de energia quando a
geração “on site” não estiver operando;

• para locais que estejam conectados a um sistema de transmissão e a um sistema de


distribuição, os detalhes de quaisquer acordos destinados a prevenir vácuos involuntários
de força no sistema de distribuição;

• esquemas de ligação entre a parte conectada e o sistema de transmissão;

• esquemas automáticos de religação;

• “splitting” do sistema ou esquemas de proteção “islanding” (p. ex., perda de proteção das
linhas de alimentação, proteção contra variações de freqüência);

• esquemas de desconexão por sub-tensão ou sub-freqüência;

• outros esquemas de proteção de relé, regulagens e falhas;

• requisitos de sinais de controle;

• mecanismos de medição; e

• mecanismos de aterramento.

(ii) Condições operacionais e requisitos

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3.3 A Concessionária de Transmissão e a parte conectada devem cumprir com os requisitos dos
Procedimentos de Rede e com a legislação aplicável na condução de quaisquer atividades
determinadas por este Contrato.

[Alguns mecanismos transitórios serão necessários para o período que antecede à conclusão
e à aprovação dos Procedimentos de Rede; estes mecanismos poderiam dispor uma
obrigação de cumprir as Normas do GCOI durante o período de transição, se estes
Regulamentos incluíssem condições técnicas relevantes de conexão; numa outra alternativa,
as principais condições técnicas de conexão poderiam formar um anexo ao CCT que seria,
posteriormente, eliminado uma vez os Procedimentos de Rede tenham sido efetivados.]

3.4 Esta cláusula irá descrever os requisitos relacionados com a medição.

3.4.1 Os detalhes dos sistemas de medição, em cada local de conexão, serão estabelecidos
em um Anexo do Contrato (S4).

3.4.2 A Concessionária de Transmissão e a parte conectada deverão cumprir com todas as


obrigações dos Procedimentos de Rede em relação à medição, desde que sejam
aplicáveis a ela.

3.4.3 A Concessionária de Transmissão irá operar o medidor ou terá o direito de nomear


um terceiro para agir como operador do medidor, sujeito à consulta com a parte
conectada. O operador do medidor terá permissão de cobrar um encargo de custo
incidindo sobre a parte conectada por conduzir as operações de medição.

3.4.4 O operador do medidor deverá coletar e transferir ao ONS as informações que forem
solicitadas para permitir que o ONS possa determinar os encargos do CUST e
conduzir as operações do sistema.

3.4.5 Ambas as partes deverão notificar o operador do medidor sobre quaisquer falhas
aparentes no equipamento de medição.

3.4.6 A parte conectada e a Concessionária de Transmissão terão permissão de obter


relatórios do operador do medidor e, quando apropriado, operar uma medição em
duplicidade.

3.5 A Concessionária de Transmissão e a parte conectada deverão manter os ativos de sua


propriedade, nos locais de conexão, em boas condições operacionais. Eles terão o direito de realizar
manutenção, caso seja necessário. Deverão cumprir com as ordens estabelecidas nos Procedimentos
de Rede, pelas quais a manutenção planejada dos ativos conectados ao sistema de transmissão
deverá ser programada e coordenada.

3.6 A Concessionária de Transmissão e a parte conectada deverão fornecer, um ao outro, seus


regulamentos de segurança, no que diz respeito ao local da conexão e, em conjunto, desenvolver e
concordar com um programa de responsabilidade pelo local, que se tornará um Anexo a este
Contrato (S5). Este Anexo irá especificar os direitos de acesso ao local da conexão.

3.7 A fim de que o ONS possa gerenciar eficazmente o sistema de transmissão e assegurar que a
Concessionária de Transmissão não restrinja, injustificadamente, o acesso da parte conectada ao
sistema de transmissão, o Contrato irá exigir:

Working Paper 98/2/1-3 10 SEN/Eletrobrás


(a) que os equipamentos da Concessionária de Transmissão e da parte conectada deverão
permanecer em atividade e conectados ao sistema de transmissão durante a vigência
do Contrato;

(b) que a parte conectada somente poderá desconectar em conformidade com os


dispositivos relevantes deste Contrato;

(c) que os geradores deverão operar dentro ou abaixo de sua capacidade instalada exceto
sob dispositivos especiais (emergências);

(d) que a Concessionária de Transmissão deverá aceitar a energia fornecida pelos


geradores até a capacidade máxima especificada de exportação da conexão; e

(e) que a Concessionária de Transmissão deverá transferir energia aos sistemas das
Concessionárias de Distribuição até a capacidade determinada do local da conexão
que liga os sistemas de transmissão e de distribuição.

[Nós não incluímos uma obrigação das partes em operar seus equipamentos de acordo com as
“Práticas Operacionais Prudentes”, a despeito de ser este um dispositivo usual em contratos
internacionais; nós excluímos esta obrigação porque o conceito de “Práticas Operacionais
Prudentes” não é parte do sistema legal no Brasil: contudo, permanece a necessidade de que cada
parte dependa de uma operação e manutenção prudente de seus ativos em uma base “prudente”.
Algumas cláusulas neste sentido podem ser incluídas.]

3.8 A Concessionária de Transmissão não estará infringindo as obrigações assumidas sob deste
Contrato por razões de indisponibilidade do sistema de transmissão, resultante de qualquer colapso,
avaria ou incapacidade, na medida em que tenha adotado providências válidas para sanar os
problemas que foram detectados, em conformidade com os padrões especificados nos
Procedimentos de Rede.

[Note-se que sob esta cláusula a Concessionária de Transmissão não oferece acesso
garantido ao sistema de transmissão. Não está previsto no CCT que a parte conectada seja
ressarcida pela Concessionária de Transmissão por interrupções na disponibilidade do
sistema de transmissão - a não ser que a Concessionária de Transmissão seja negligente com
sua obrigações.]

(iii) Encargos de conexão

3.9 Este Contrato irá especificar os encargos de conexão a serem remunerados pela parte
conectada à Concessionária de Transmissão. Os encargos de conexão estarão relacionados com o
ressarcimento do custo do capital dos Ativos de Conexão e o ressarcimento dos custos de operação
e de manutenção dos ativos.

3.10 O montante dos encargos de conexão irá depender do proprietário dos Ativos de Conexão,
se os custos de capital forem ressarcidos e de qual das partes suporta os custos operacionais e de
manutenção dos ativos. Quando a parte conectada for proprietária de todos os Ativos de Conexão
pertinentes, nenhum encargo deverá ser remunerado pela parte conectada à Concessionária de
Transmissão em relação ao ressarcimento dos custos de capital dos ativos.

Working Paper 98/2/1-3 11 SEN/Eletrobrás


3.11 Onde os encargos de conexão forem devidos, um Anexo do Contrato (S6) irá estabelecer:

• os encargos de conexão;

• a freqüência das revisões aos encargos e as bases para indexação; e

• qualquer informação que a parte conectada deverá fornecer à Concessionária de


Transmissão para que este possa calcular os encargos.

(iv) Faturamento e pagamento

3.12 Esta seção irá estabelecer os principais dispositivos relacionados com o faturamento e o
pagamento dos encargos de conexão. Detalhes complementares poderão ser incluídos no Anexo 6.

3.12.1 O faturamento e o pagamento deverão ser efetuados mensalmente.

3.12.2 A Concessionária de Transmissão deverá emitir uma fatura à parte conectada


no [1º dia útil de cada mês], cobrindo os encargos vencidos no mês
precedente (”Fatura Mensal”).

3.12.3 Os montantes a serem pagos pela parte conectada serão vincendos e estarão
em débito, até no máximo o 15º dia útil do mês seguinte à Fatura Mensal.

3.12.4 Todos os pagamentos devidos da parte conectada à Concessionária de


Transmissão, sob este Contrato, deverão ser efetuados livres e desimpedidos
de quaisquer compensações, deduções ou retenções de Impostos ou quaisquer
pagamentos vencidos ou declarados vincendos pela Concessionária de
Transmissão à parte conectada.

3.12.5 Se qualquer montante que esteja corretamente vincendo, da parte conectada à


Concessionária de Transmissão, sob este Contrato, permanecer inadimplente
após a data do vencimento, a parte conectada deverá pagar:

(a) juros de [no máximo 12] por cento ao ano, a partir (incluindo) da data em
que o montante em questão tiver vencido, exclusive a data de seu recebimento
pela Concessionária de Transmissão, capitalizados diariamente; e

(b) uma multa de dez porcento (10 %) sobre o montante em questão, que também
sofrerá juros, de acordo com o parágrafo (a) acima.

3.12.6 O pagamento de qualquer montante devido sob esta cláusula deverá ser feito
em R$ e considerado efetivo através de transferência bancária para a conta
corrente da Concessionária de Transmissão, em banco que será notificado
pela Concessionária de Transmissão à parte conectada.

3.12.7 Quando solicitado, a Concessionária de Transmissão poderá fornecer à parte


conectada as informações utilizadas para o cálculo dos encargos de conexão.

[Estes dispositivos de faturamento deverão sofrer ajustas para refletir os padrões habituais
do setor elétrico brasileiro]

Working Paper 98/2/1-3 12 SEN/Eletrobrás


(v) Modificações das conexões

3.13 Nenhuma modificação de um ativo de conexão poderá ser realizada por, ou em nome de,
uma parte conectada ou por uma Concessionária de Transmissão sem que esteja em conformidade
com os dispositivos desta cláusula.

Modificações propostas pela parte conectada

3.14 Se uma parte conectada desejar modificar as especificações de seu equipamento, conectado
com os ativos de transmissão da Concessionária de Transmissão, deverá fazer uma Solicitação de
Modificação à Concessionária de Transmissão, conforme o formulário estabelecido no Anexo S7,
com [ ] meses de aviso prévio ao início pretendido dos trabalhos. Se a Concessionária de
Transmissão aceitar a modificação proposta da conexão, deverá manifestar-se através de uma
Proposta de Conexão, de acordo com o formulário estabelecido no Anexo S8. A Concessionária de
Transmissão estará autorizado a uma recuperação pela parte conectada por quaisquer custos
justamente incorridos na avaliação das implicações da Solicitação de Modificação da parte
conectada, mesmo que a parte conectada prefira, ao final, não ir adiante com as modificações.

Modificações propostas pela Concessionária de Transmissão

3.15 Se uma Concessionária de Transmissão, agindo sob autorização a priori do ONS, desejar
modificar os ativos de conexão de transmissão de tal forma que possa afetar a parte conectada,
deverá emitir uma Notificação de Modificação à parte conectada, em obediência à fórmula
estabelecida no Anexo S9, explicando a modificação proposta. Esta Notificação de Modificação
deverá simultaneamente enviada à ANEEL, a qual terá o direito de questionar sobre a necessidade
de modificação e mesmo rejeitá-la. Esta Notificação deverá ser emitida [ ] meses precedentes ao
início do trabalho pretendido. Se, dentro de [ ] meses do recebimento da Notificação de
Modificação, a parte conectada fizer objeção à modificação, então esta modificação deverá ser
objeto de referência aos procedimentos de resolução de controvérsias estabelecidos nos
Procedimentos de Rede. Se a modificação proposta pela Concessionária de Transmissão for aceita, a
parte conectada afetada deverá submeter uma Solicitação de Modificação relacionada com
quaisquer modificações conseqüentes a serem feitas em sua própria unidade ou ativos. Nestas
circunstâncias, a Concessionária de Transmissão não poderá ser ressarcida por quaisquer custos
incorridos na parte conectada relacionados com os custos de avaliação das implicações da
submissão da Solicitação de Modificação. A não por uma orientação em contrário da ANEEL, a
Concessionária de Transmissão não estará obrigada a compensar a parte conectada pelos custos ou
despesas de uma modificação solicitada a ser feita em seus próprios ativos, conseqüentes à
Notificação de Modificação emitida sob esta cláusula.

[Considerando que à parte conectada deverá pagar por quaisquer modificações solicitadas,
é forçoso que a ANEEL fique atenta à possibilidade de que uma Concessionária de
Transmissão, que seja partícipe de uma empresa “holding” verticalmente integrada, requeira
e assegure a aprovação do ONS para mudanças nos ativos de conexão que poderiam ser
discriminatórios aos geradores independentes.]

Modificações na operação dos ativos de conexão

Working Paper 98/2/1-3 13 SEN/Eletrobrás


3.16 Se, em resultado de uma terceira parte deseje fazer uso de um ativo de conexão e a operação
deste ativo sofrer modificações conforme os ativos do sistema principal de transmissão, neste caso a
Concessionária de Transmissão deverá emitir uma Notificação de Modificação à parte conectada,
em conformidade com a fórmula estabelecida no Anexo S9. Em seguida à re-classificação deste
ativo de conexão como um ativo do sistema principal, este ativo não estará mais coberto por este
Contrato e quaisquer encargos de conexão a serem remunerados sob este Contrato poderão sofrer
revisões. Quando um ativo for de propriedade da parte conectada, e sua posse for transferida à
Concessionária de Transmissão, em troca desta transferência a parte conectada receberá o
correspondente ao valor de transferência do ativo. O valor de transferência será estabelecido como
sendo o valor não amortizado do ativo ou o valor do custo depreciado da substituição, o que for o
mais baixo. A ANEEL deverá aprovar qualquer modificação subseqüente nos encargos de conexão
devidos à Concessionária de Transmissão e o cálculo do valor da transferência do ativo a ser
remunerado à parte conectada.

[Este procedimento é compatível com o Artigo 10 da (minuta) dos Regulamentos do Serviço


Público de Transmissão, dando à ANEEL o direito de aprovar o valor de transferência de
qualquer ativo de transmissão que deva ser re-classificado, de um ativo de conexão para um
ativo do sistema principal.]

(vi) Fiança e Pagamentos de Extinção

3.17 Se um Concessionário de Transmissão for proprietário de ativos de conexão, este


Concessionário terá direito a um Pagamento de Extinção na eventualidade da Extinção do Contrato,
quando esta extinção tenha sido provocada pela parte conectada ou seja o resultado de violação ou
inadimplência ao Contrato pela parte conectada.

3.18 O Pagamento de Extinção será igual:

(a) ao valor não amortizado do ativo de conexão da Concessionária (se a Extinção


ocorrer durante a primeira fase da vigência do Contrato); e

(b) a um montante igual ao justo valor da remoção de tais ativos, menos qualquer valor
que a Concessionária retenha dos ativos através de sua reutilização.

3.19 Em caso de controvérsias relacionadas com o pagamento de Extinção, as partes deverão


obedecer aos procedimentos de resolução de controvérsias estabelecidos nos Procedimentos de
Rede.

[Note-se que o Artigo 10 da minuta dos Regulamentos do Serviço Público de Transmissão


determina que o CCT deverá prover os pagamentos de Extinção.]

[Note-se que para novos ativos de conexão que a parte conectada e a Concessionária de
Transmissão tenham acordado que sejam financiados pelo Concessionária de Transmissão,
será justo que esta Concessionária de Transmissão requeira que a parte conectada ofereça
alguma forma de garantia financeira para se salvaguardar contra a possibilidade de que a
parte conectada possa encerrar suas atividades e desaparecer antes do término da primeira
fase do Contrato; esta garantia é, geralmente, através de uma caução fornecida pelo banco
da parte conectada.]

Working Paper 98/2/1-3 14 SEN/Eletrobrás


4 Força Maior

4.1 Se alguma das partes estiver incapacitada de cumprir quaisquer de suas obrigações sob este
Contrato, devido à circunstâncias de Força Maior, este contrato permanecerá em efeito, porém, as
obrigações pertinentes ficarão suspensas durante o período que corresponder à duração das
circunstâncias da Força Maior. A suspensão deverá estar condicionada a que a parte incapacitada
comunique, diligentemente, às outras partes, as circunstâncias de Força Maior e a previsão de sua
duração, além de empregar o melhor de seus esforços para sanar sua incapacidade operacional.

4.2 Tais circunstâncias poderão incluir:

• “Fatos do Príncipe”;

• guerras e eventos terroristas;

• eventos de guerra civil;

• eventos ambientais extremos (p. ex., terremotos); e

• colapso excepcional da unidade (impossível de ser evitado, mesmo com práticas


adequadas).

[Os eventos especificados de força maior devem seguir o Capítulo IV da minuta final dos
Contratos Iniciais]

5 Responsabilidades

5.1 Esta seção irá cobrir as situações de violação, inadimplência, descomissionamento,


desconexão e desativação da conexão, os direitos da parte interveniente e as obrigações.

5.2 Esta cláusula irá definir as condições de violação e inadimplência e estabelecer as


conseqüências.

5.2.1 As condições de violação e inadimplência irão incluir:

(a) atraso de mais de [sete] dias úteis na efetivação dos pagamentos;

(b) se uma das partes tornar-se insolvente e o interventor nomeado pelos tribunais
não puder garantir que as condições contratuais serão cumpridas dentro de
[28] dias;

(c) omissão no cumprimento de quaisquer dispositivos deste Contrato, de tal


forma a ter um efeito que seja financeiramente ou operacionalmente
importante sobre a outra parte; ou

(d) se uma das partes for legalmente impedida de realizar as atividades


pertinentes para as quais seja necessária uma conexão.

Working Paper 98/2/1-3 15 SEN/Eletrobrás


[Esta definição de inadimplência deverá ser revisada para tornar-se compatível com as
práticas e padrões da legislação brasileira.]

5.2.2 Se uma parte conectada estiver em situação de violação ou de inadimplência, a


Concessionária de Transmissão terá o direito de desativar o equipamento da parte
conectada, com um aviso prévio de [48 horas] até o momento em que tal violação
ou inadimplência tenha sido retificada. A parte conectada poderá prevenir este
processo sanando a violação ou através de uma representação aos procedimentos de
resolução de controvérsias especificados neste Contrato.

5.2.3 Se a parte conectada estiver em situação de violação ou inadimplência durante um


período de [6] meses, a Concessionária de Transmissão terá o direito de
desconectar, em caráter permanente, o equipamento no local da conexão e requerer o
Pagamento de Extinção.

5.2.4 A parte conectada terá o direito de encerrar o Contrato se a Concessionária de


Transmissão estiver em situação de violação ou inadimplência.

5.2.5 A Concessionária de Transmissão terá o direito de desativar ou desconectar a parte


conectada, por solicitação do ONS, se a parte conectada (ou respectivo participante
do CUST) estiver em situação de inadimplência sob o seu Contrato de Uso do
Sistema de Transmissão com o ONS.

5.2.6 A ANEEL pode solicitar que a Concessionária de Transmissão desenergize ou


desconecte a parte conectada se esta (ou a parte relevante do CUST) estiver em
situação de inadimplência em relação ao Contrato do Mercado Atacadista de Energia
ou aos Procedimentos de Rede.

[Esta sub-cláusula é necessária para permitir uma desconexão legal, como uma
última sanção, caso seja autorizada pela ANEEL.]

5.2.7 A parte conectada terá o direito de encerrar o Contrato se o ONS estiver em situação
de inadimplência sob o CUST da parte conectada.

5.3 Esta cláusula irá contemplar o descomissionamento, a desconexão e a desativação da


conexão.

5.3.1 A parte conectada deverá fornecer um aviso prévio à Concessionária de


Transmissão, com pelo menos [6 meses]de antecedência, de qualquer intenção de
descomissionar ou desconectar seus equipamentos no local de conexão. A parte
conectada deverá informar ao ONS na mesma ocasião.

5.3.2 A Concessionária de Transmissão e a parte conectada deverão ter o direito de


desativar para evitar perigo de morte ou de lesão a qualquer pessoa, danos ao
sistema de transmissão ou à unidade ou ao sistema da parte conectada. O Contrato
irá exigir que a parte conectada e a Concessionária de Transmissão desativem o
mais rápido possível.

5.4 Esta cláusula irá definir os direitos do ONS de intervir neste Contrato. Tais direitos incluem
o seguinte:

Working Paper 98/2/1-3 16 SEN/Eletrobrás


(a) providenciar um participante legítimo para assumir a operação dos ativos de
conexão na eventualidade de violação ou inadimplência ao Contrato, quando
necessário, para salvaguardar as operações do sistema e para remunerar a
parte pelos custos por ela incorridos na operação dos ativos de conexão;

(b) examinar e aprovar todas as submissões, proposições e comunicados


relacionados com modificações nas conexões existentes, com novas
conexões, descomissionamentos e desconexões;

(c) determinar que um ativo específico de conexão, ou conjunto de ativos,


sejam re-classificados como ativos do sistema principal de transmissão, se a
operação destes ativos for modificada para uso de mais de uma parte; e
determinar que a propriedade dos ativos seja transferida ao local da
Concessionária de Transmissão;

(d) revisar as condições técnicas para conexão e determinar que as partes


conectadas e os Concessionários de Transmissão modifiquem seus ativos ou
procedimentos para que se tornem compatíveis com as novas condições
dentro de um período razoável de tempo; e

(e) determinar modificações nos dispositivos deste Contrato, onde necessário,


para obter compatibilidade no tratamento com os agentes e conformidade
com os procedimentos necessários ou com as condições de conexão e
operações do sistema.

5.5 Nenhum participante será responsável, em relação à outra parte, por quaisquer perdas ou
danos, indiretos ou conseqüentes, resultantes de violação cometida pela última a este Contrato.

6 Resolução de controvérsias

6.1 Na eventualidade de uma controvérsia, ambas as partes concordam em obedecer aos


procedimentos de resolução de controvérsias estabelecidos nos Procedimentos de Rede.

7 Declarações, Fianças e Garantias

7.1 A Concessionária de Transmissão e a parte conectada se comprometem mutuamente a obter


e manter todas as Sanções requeridas por cada uma das partes para a execução das obrigações
assumidas sob este Contrato e a obedecer a todos os requisitos legais.

7.2 As partes oferecem garantias de possuir autoridade legal para firmar este Contrato e para
cumprir seus dispositivos; de que não existem autos de processo contra si; e de que a execução deste
Contrato foi devidamente autorizada pelos devidos atos dos diretores eleitos.

8 Condições gerais

8.1 Nenhuma das partes poderá transferir ou ceder quaisquer direitos ou obrigações assumidos
através deste Contrato sem prévio consentimento escrito da outra parte que, por sua vez, não poderá
injustificadamente recusar.

Working Paper 98/2/1-3 17 SEN/Eletrobrás


8.1.1 As partes concordam que, após a instituição do ONS, este Contrato será transferido
ao ONS pela Eletrobrás,

[Esta sub-cláusula será pertinente ao CCT da Gerasul.]

8.2 Este contrato não poderá ser alterado e não poderá haver renúncia a quaisquer de seus
dispositivos exceto através de concordância por escrito firmada pelas Partes.

8.2.1 Quando o ONS assim determinar, e em conformidade com a [cláusula 5,4 (e)]
deste Contrato, as demais partes deste Contrato deverão concordar e efetuar as
modificações em seus dispositivos.

[Estas duas cláusulas que tratam de alterações no Contrato, deverão ser suficientes para
permitir que haja não só uma evolução no tratamento das modificações frente às
circunstâncias (p. ex., modificações na capacidade das conexões), como também a
necessidade de o ONS alterar os termos do CCT para assegurar compatibilidade dos
Contratos com o setor e conformidade com os novos procedimentos e regulamentos.]

8.3 A Concessionária de Transmissão estará obrigada a fornecer informações sobre a parte


conectada ao ONS para ajudar a este no planejamento e operação do sistema e no cálculo
dos encargos de uso do sistema. Esta informação deve incluir:
- especificações técnicas sobre os ativos de conexão;
- requerimentos de medição de dados para determinar os encargos de uso do sistema;
- todas as modificações/aplicações para novas conexões, modificações/oferecimento
de novas conexões, e avisos de modificações/novas conexões; e
- qualquer aviso de descomissionamento ou desconexão.

8.4 Esta cláusula irá estabelecer os procedimentos para submissão de comunicados pertinentes
tais como os endereços para os quais os comunicados deverão ser enviados.

8.5 Este Contrato será regido e interpretado, em todos os seus aspectos, em concordância com as
leis brasileiras.

Anexos

S1 Procedimentos de Extinção

S2 Descrição dos locais de conexão e dos ativos de cada participante

S3 Características técnicas especiais

S4 Medição em cada local

S5 Anexo da responsabilidade sobre o local

S6 Encargos de conexão/dispositivos de pagamento

S7 Fórmulas de Solicitação para Modificações ou Novas Conexões

Working Paper 98/2/1-3 18 SEN/Eletrobrás


(Um modelo desta fórmula poderá ser obtido com o ONS)

S8 Fórmula de Proposta de Conexão ou Modificação

(Um modelo desta fórmula poderá ser obtido com o ONS)

S9 Fórmula de Notificação de Modificação

(Um modelo desta fórmula poderá ser obtido com o ONS)

[A especificação do ONS como fonte dos formulários S7, S8 e S9 - como mencionado acima -
poderá ajudar a obter um conjunto de membros na indústria, na eventualidade do aumento de
solicitações de informação, a assegurar que o ONS receba as informações de que necessita e a
evitar que os CCT se tornem desnecessariamente longos.]

Working Paper 98/2/1-3 19 SEN/Eletrobrás


MINUTA DO CONTRATO DE USO DO SISTEMA DE
TRANSMISSÃO

(O objetivo principal desta minuta de CUST (Contrato de Uso do Sistema de Transmissão)


é descrever o tipo de acordo necessário para o setor reestruturado. Este contrato pressupõe que o
ONS (Operador Nacional do Sistema) já esteja estabelecido e que os Procedimentos de Rede
estejam completos e aprovados; quando apropriado, serão feitas referências ao ONS e aos
Procedimentos de Rede. No entanto, devemos mencionar que deverá existir uma minuta de CUST,
elaborada em futuro próximo (p. ex. para a Gerasul), antes da introdução do ONS e dos
Procedimentos de Rede. No CUST para a Gerasul, o ONS deverá substituir as referências feitas à
Concessionária de Transmissão, Eletrobrás ou GCOI (quando apropriado) e as Normas do GCOI
deverão ser substituídos pelos Procedimentos de Rede, para permitir que, em tempo oportuno, seja
feita a transição para o ONS e para os Procedimentos de Rede. Em pontos relevantes, serão feitas
referências, em itálico, onde estarão dispositivos especiais ou emendas que serão necessários ao
CUST da Gerasul.)

As Partes e os considerandos

O ponto de partida do contrato irá estabelecer as partes contratantes e os considerandos apropriados.


Estes considerandos deverão mencionar quaisquer transferências de Contrato pretendidas no futuro,
assim como a legislação pertinente.

As partes do CUST serão o Usuário do sistema de transmissão e o ONS. (As partes do CUST da
Gerasul serão a Gerasul e a Eletrosul Concessionária da Transmissão, com direito de cessão da
Concessionária de Transmissão ao ONS.)

Os considerandos relevantes poderão incluir:

• a eventualidade de o Usuário ser uma [Concessionária de Geração com


capacidade localizada na região Sul do Brasil – ajustar, se apropriado],

• a eventualidade de o ONS ser um organismo estabelecido para planejar, operar


e controlar o sistema de transmissão;

• a eventualidade de o Usuário ser um signatário do Contrato de Conexão de


Transmissão com o respectiva Concessionária de Transmissão;

• a eventualidade de a Lei 9.427 e o Decreto 2.003 proverem acesso ao sistema


de transmissão mediante uma remuneração;

• a eventualidade de a Medida Provisória 1.531 e o Decreto [X] obrigarem os


usuários do sistema de transmissão e de distribuição a firmarem o CUST e o
CUSD.

[Considerandos relevantes ao CUST da Gerasul poderão incluir:

• a eventualidade de a Eletrosul ser uma Concessionária de Transmissão,


proprietária de ativos de transmissão na região Sul do Brasil;

Working Paper 98/2/1-3 20 SEN/Eletrobrás


• a concordância das partes para que o Contrato seja transferido da
Concessionária de Transmissão ao ONS, uma vez tenha o ONS sido
estabelecido e assumido a responsabilidade sobre o uso do sistema.

1 Definições e premissas

1.1 Esta seção irá definir quaisquer termos técnicos empregados no Contrato e estabelecer as
premissas sobre as quais este Contrato está fundamentado.

1.2 O Contrato foi elaborado em termos de “Usuários”. Os Usuários deverão pagar os encargos
pelo uso do sistema de transmissão e deverão, portanto, ser precisamente definidos. Os Usuários
poderão ser definidos como todas as partes acreditadas ao uso do sistema de transmissão ou por
estarem diretamente conectadas ao sistema ou por comerciarem bilateralmente com outra parte
dentro do sistema ou por comerciarem com o MAE. Os Usuários irão incluir as seguintes partes:

• todos os geradores, com exceção daqueles com capacidade inferior a 50 MW;

• os pequenos geradores, com capacidade superior a 10 MW, porém, inferior a


50 MW, que preferirem aderir e comercializar com o MAE;

• as empresas distribuidoras/comercializadores que estejam conectadas à


transmissão;

• as Concessionárias de Distribuição que estejam conectadas com a Distribuição


e os Permissionários que preferirem aderir e comercializar diretamente junto
ao MAE;

• os consumidores livres que tenham permissão e preferirem comprar


diretamente do MAE;

• os comercializadores autorizados do mercado livre (CAML) que comprem


diretamente do MAE ou operem em nome de geradores ou consumidores que
comercializam junto ao MAE;

• os produtores independentes que tenham unidades de geração e carga, em


diferentes áreas de Concessão de Distribuição/Comercialização; e

• quaisquer outros pequenos geradores (com capacidade inferior a 50 MW) que


comercializam sua energia em uma área diversa daquela de sua empresa local
de distribuição.

1.3 As definições devem distinguir entre Ativos de Conexão e Ativos de Transmissão do


Sistema Principal. Ativos de Conexão são aqueles dedicados ao atendimento de um único
Usuário. Ativos do Sistema Principal são ativos de transmissão que servem a mais de um
Usuário

1.4 Premissas relevantes incluem as seguintes

Working Paper 98/2/1-3 21 SEN/Eletrobrás


1.4 1 o ONS comunicará a metodologia que deverá ser utilizada para
deduzir os encargos de uso do sistema de transmissão;

1.4.2 o CCT ou o CCD, do qual o usuário seja parte, definirá os


mecanismos de medição suficientes para determinar os encargos de
uso do sistema de transmissão; e

1.4.3 os Procedimentos de Rede tem autoridade para definir os requisitos


técnicos relacionados com o uso e a operação dos sistema de
transmissão.

[As premissas no CUST da Gerasul deverão fazer referência às Normas do GCOI enquanto
Procedimentos de Rede não estiverem disponíveis, permitindo que sejam substituídos por estes,
uma vez que tenham sido aprovados. As premissas poderão fazer referência aos aspectos
primordiais das Normas do GCOI que permitam operações coordenadas e permitam acesso ao
sistema, como parte dos mecanismos do GCOI. Em relação à primeira premissa, o ONS ainda não
teria expedido um comunicado sobre a metodologia dos encargos do CUST, porém, considerando
que a Gerasul não irá pagar os encargos do CUST a curto prazo, possivelmente as premissas
poderão referir-se a um comunicado futuro sobre a metodologia.]

2 Objeto, vigência e condições de validade

2.1 O propósito deste Contrato é o de estabelecer um acordo que irá reger o uso do principal
sistema de transmissão, os direitos e as obrigações dos Usuários do sistema e a remuneração a ser
feita ao ONS pelo uso do sistema.

[Deve-se observar que o objetivo do CUST não inclui o ressarcimento, pelo ONS, dos
custos incorridos na compra, em separado, de serviços ancilares através dos Contratos de Serviços
Ancilares (CSA) com os geradores e as Concessionárias de transmissão. De acordo com o modelo
proposto, tais custos deverão ser ressarcidos pelo ONS através dos “Encargos dos Serviços do
Sistema” (ESS) impostos aos usuários do sistema sob o CMAE (Contrato do Mercado Atacadista
de Energia). Deve-se observar também que, como nos primeiros anos a maioria dos serviços
ancilares deverá ser fornecida obrigatoriamente, espera-se que sejam em pequeno número e que
nenhuma remuneração em separado seja feita pelo ONS. No entanto, uma vez o ONS inicie os CSA,
os custos serão ressarcidos através dos ESS e não através dos encargos do CUST.]

[Note-se que os próprios custos do ONS também deverão ser ressarcidos como parte dos
encargos do CUST)

2.2 Este Contrato irá perdurar até que seja extinto, por violação ao Contrato ou inadimplência
por uma das partes, ou por ter-se tornado desnecessário devido ao descomissionamento ou
desconexão. Quaisquer que sejam os motivos de sua extinção, as partes que tiverem a iniciativa da
extinção deverão obedecer aos Procedimentos de Extinção o fornecidos no Anexo 3 deste Contrato.

2.2.1 O Contrato poderá ser extinto por qualquer das partes, por violação
ou inadimplência da parte contrária. As condições que definem
violação ou inadimplência serão fornecidas posteriormente no
Contrato.

Working Paper 98/2/1-3 22 SEN/Eletrobrás


2.2.2 O Contrato poderá ser extinto por qualquer das partes uma vez esteja
o Usuário (ou um signatário pertinente do respectivo CCT) fora de
atividade ou tenha desconectado seu equipamento.

2.3 As condições de validade do Contrato deverão cobrir, em particular, a exigência de os


usuários estarem de posse de um acordo apropriado de conexão. O contrato não terá validade até
que a parte assine um acordo apropriado de conexão, conforme segue.

• Se o Usuário for um gerador conectado à transmissão ou a um Concessionário


de Transmissão, deverá formalizar um Contrato de Conexão de Transmissão
com a respectiva Concessionária de Transmissão. [Esta será uma exigência
apropriada para a Gerasul, supondo-se que a sua unidade geradora esteja
toda conectada em tensões de transmissão.]

• Se o Usuário for um gerador conectado com a distribuição ou com uma


Concessionária de Distribuição, deverá formalizar um Contrato de Conexão de
Distribuição (CCD) com a respectiva Concessionária de Distribuição.

• Se o Usuário for um consumidor livre que comercializa junto ao MAE, deverá


formalizar um contrato CCD ou CCT, conforme for o caso, com a
Concessionária de Distribuição ou com a Concessionária de Transmissão com
a qual estiver conectado.

• Se o Usuário for um comercializador autorizado do mercado livre, deverá


assegurar que seus clientes tenham formalizado um CCD ou CCT, como for o
caso, com a Concessionária de Distribuição ou com a Concessionária de
Transmissão com o qual estejam conectados. (O CCD e o CCT deverão
identificar o ponto(s) de conexão de transmissão ao qual esteja o consumidor
considerado conectado, com o propósito de usar o sistema).

• Se o Usuário for um produtor independente, que esteja acreditado para


comerciar no MAE, deverá formalizar um ou mais CCDs e/ou CCT, como for
o caso, com a Concessionária de Distribuição(s) ou com Concessionário de
Transmissão(s) com o qual sua unidade de geração, ou sua carga, estejam
conectadas.

2.4 Um Anexo do Contrato (S1) irá identificar os locais pertinentes de conexão, para cada
Usuário, e os acordos associados de conexão.

3 Dispositivos e remuneração pelo uso do sistema de transmissão

(i) Dispositivos de uso do sistema de transmissão

3.1 O ONS deverá assegurar que os dispositivos de uso do sistema de transmissão, agindo em
conjunto e por intermédio das Concessionárias de Transmissão, planejem, desenvolvam,
mantenham, operem e tornem disponível o sistema de transmissão, conforme os procedimentos e
padrões especificados nos Procedimentos de Rede.

Working Paper 98/2/1-3 23 SEN/Eletrobrás


3.1.1 O ONS não estará infringindo as obrigações assumidas sob este
Contrato, por razões de indisponibilidade do sistema de transmissão,
resultante de qualquer colapso, avaria ou incapacidade, na medida
em que tenha adotado providências válidas para sanar os problemas
que foram detectados e que não sejam compatíveis com os padrões
especificados nos Procedimentos de Rede.

[Note-se que, sob esta cláusula, o ONS não oferece acesso garantido aos
Usuários; o ONS deve apenas cumprir com os padrões dos Procedimentos de
Rede - particularmente, um padrão de confiabilidade para o sistema de
transmissão. Não está previsto no para que os Usuários recebam indenizações do
ONS pelas interrupções ocorridas na disponibilidade do sistema - a não ser que
tenham ocorrido por sua própria negligência. A sub-cláusula que foi incluída tem
a finalidade de esclarecer este ponto.]

[O CUST da Gerasul deverá referir-se à Concessionária de Transmissão, agindo em


parceria com outras Concessionárias de Transmissão e com a Eletrobrás, dentro da estrutura
dos Contratos do GCOI, empreendendo o fornecimento dos serviços de uso do sistema de
transmissão de maneira compatível com as Normas do GCOI; esta incumbência será
transferida ao ONS que, por sua vez, adotará os padrões descritos nos Procedimentos de
Rede.]

(ii) Planejamento e requisitos operacionais

3.2 O ONS e o Usuário deverão cumprir os requisitos estabelecidos nos Procedimentos de Rede.

3.3 A fim de que o ONS possa administrar eficazmente o sistema de transmissão e assegurar
acesso legítimo aos Usuários, o Contrato deverá exigir que:

(a) durante a vigência do Contrato, os equipamentos do Usuário deverão


permanecer em atividade e, quando pertinente, conectados ao sistema de
transmissão, e que sejam operados conforme Práticas Operacionais Prudentes;

(b) o Usuário somente poderá desconectar os equipamentos conforme os


dispositivos especificados neste Contrato e no respectivo Contrato de
Conexão de Transmissão;

(c) os geradores deverão operar conforme sua capacidade instalada ou abaixo


dela, exceto sob dispositivos especiais (emergências);

(d) o ONS deverá aceitar a energia fornecida pelos geradores até a capacidade
máxima especificada de exportação da conexão, exceto quando houver
limitações pertinentes de transmissão; e

(e) o ONS deverá transferir energia às redes das Concessionárias de Distribuição


até a capacidade determinada do local da conexão, ligando os sistemas de
transmissão e de distribuição, exceto quando houver limitações pertinentes de
transmissão.

(iii) Encargos do uso do sistema de transmissão

Working Paper 98/2/1-3 24 SEN/Eletrobrás


3.4 Os Usuários deverão pagar ao ONS os encargos de uso do sistema de transmissão.

3.5 Um Anexo do Contrato (S2) irá estabelecer as bases sobre as quais os encargos deverão ser
calculados e quaisquer informações que o Usuário deverá fornecer ao ONS para que este possa
calcular os níveis dos encargos. Este nível de encargos, em qualquer ano, serão calculados através
de referências à série de encargos de transmissão calculados pelo ONS e aprovados pela ANEEL.

3.6 O comercializador do mercado livre será responsável pela remuneração dos encargos do
CUST que serão aplicados aos seus clientes livres registrados. Quando um comercializador do
mercado livre tiver aceitado e registrado um contrato com o ONS, para vender a um consumidor do
mercado livre, este comercializador passará a ser considerado como Usuário do sistema.

3.7 Os geradores não pagarão encargos pelo uso do sistema de transmissão da energia e da força
contratadas conforme os Contratos Iniciais; os geradores deverão pagar encargos pelo uso do
sistema de transmissão pela energia e pela força que forem liberadas à medida que os volumes dos
Contratos Iniciais decrescerem, por qualquer acréscimo de capacidade incorporada às suas unidades
ou pela energia/capacidade que excederem os volumes dos Contratos Iniciais. Em tais
circunstâncias, o gerador deverá remunerar os encargos de uso do sistema de transmissão, que foram
aprovados pela ANEEL para serem aplicados às novas unidades geradoras. [Esta sub-cláusula pode
ser desnecessária se estiver claramente contemplada nos Contratos Iniciais, mas foi incluída aqui
apenas para evitar dúvidas]

3.8 Quando do término da vigência deste Contrato, em cumprimento às condições estabelecidas


na Seção 2, o Usuário deverá continuar a remunerar os encargos pertinentes até o término do ano
fiscal em que o Contrato tenha sido extinto, a não ser que seja dispensado desta obrigação pelo
ONS, por escrito. [O montante dos encargos do CUST, que deverá pago por cada Usuário, será
calculado anualmente, portanto, o término de um contrato no decorrer do ano trará riscos de
déficit na receita necessária ao ONS - esta a razão desta sub-cláusula. No entanto, o ONS poderá
atenuar esta obrigação, na eventualidade de um novo Usuário remunerar os encargos que foram
calculados para o Usuário anterior - como seria o caso quando uma nova ACML (Autorização
para Comercialização no Mercado Livre) assumisse o fornecimento de um consumidor livre
durante o decorrer do ano.]

[O Anexo 2 deverá incluir uma data estabelecida para os Usuários, que seja pertinente para
o cálculo dos encargos do CUST. O Anexo deverá incluir, para cada ponto de conexão, a
capacidade máxima registrada da conexão. Esta informação deverá ser compatível com a
informação contida no respectivo CCT ou CCD.]

[Deve-se observar que a definição da capacidade de um gerador, para as finalidades do


CUST, deverá ser aquela que corresponda à capacidade máxima da conexão; deverá ser
igual à capacidade bruta, subtraindo-se a média da carga medida da usina e a energia
absorvida pelo transformador da usina de geração.]:

[O CUST da Gerasul deverá - como especificado acima - isentar os geradores da


remuneração dos encargos sobre a energia e a potência contratadas sob os Contratos
Iniciais. Note-se que as Concessionárias de Distribuição não estão, da mesma forma, isentas.
A Eletrosul Transmissora deverá receber pagamentos das Concessionárias de Distribuição
que, para todos os efeitos, deverão pagar separadamente pela energia e pelo uso do sistema,
embora estivessem, anteriormente, pagando uma tarifa agregada. Por ocasião da introdução

Working Paper 98/2/1-3 25 SEN/Eletrobrás


do ONS, os pagamentos feitos pelas Concessionárias da Distribuição à Eletrosul
Transmissora serão transferidos ao ONS e estarão enquadrados dentro do escopo do CUST,
entre o ONS e os mesmas Concessionárias de Distribuição.]

[Como dispõe o Anexo 2, do CUST da Gerasul, será bastante e suficiente que a Gerasul
ofereça garantias de que está de acordo com as bases dos encargos do uso do sistema,
oportunamente aprovadas pela ANEEL, e de que estas bases serão incorporadas aos
princípios pertinentes do Anexo 2.]

(iv) Faturamento e pagamento

3.9 Esta seção irá estabelecer os dispositivos principais relacionados com o faturamento e o
pagamento dos encargos do Uso do Sistema de Transmissão. Princípios adicionais poderão ser
incluídos no Anexo 2.

3.9.1 O faturamento e o pagamento deverão ser efetuados mensalmente.

3.9.2 O ONS deverá emitir uma fatura ao Usuário no [1º dia útil de cada
mês], cobrindo os encargos vencidos no mês precedente (“Fatura
Mensal”).

3.9.3 Os montantes a serem pagos pelo Usuário serão vincendos e em


débito, até no máximo o 15º dia do mês seguinte à Fatura Mensal.

3.9.4 Todos os pagamentos devidos pelo Usuário ao ONS, sob este


Contrato, deverão ser efetuados livres e desimpedidos de quaisquer
compensações, deduções ou retenções de Impostos ou quaisquer
pagamentos vencidos ou declarados vincendos pelo ONS ao Usuário.

3.9.5 Sob este Contrato, se qualquer montante que esteja corretamente


vincendo, do Usuário ao ONS, permanecer inadimplente após a data do
vencimento, o usuário deverá pagar:

(a) juros de [um máximo de 12] por cento ao ano, a partir (inclusive) da
data em que o montante em questão tiver vencido, exclusive a data de
seu recebimento pelo ONS, capitalizados diariamente; e

(b) uma multa de 10 porcento (10 %) sobre o montante em questão, que


sofrerá juros, de acordo com o parágrafo (a) acima.

3.9.6 O pagamento de qualquer montante devido sob esta cláusula deverá


ser feito em R$, e considerado efetivo através de transferência
bancária para a conta corrente do ONS, em banco que será notificado
ao Usuário pelo ONS.

3.9.7 Quando solicitado, o ONS poderá fornecer ao Usuário as


informações utilizadas para o cálculo dos encargos do CUST.

[Estes dispositivos de faturamento deverão ser ajustados


para refletir os padrões habituais do setor elétrico brasileiro ]

Working Paper 98/2/1-3 26 SEN/Eletrobrás


3.9.8 Na medida em que a metodologia para calcular os encargos dependa de condições variáveis
tais como o uso do sistema em momentos de ponta, os dispositivos de pagamento deverão permitir
que o ONS tome como base para este cálculo o uso previsto e, então, faça ajustes para ressarcimento
à luz do uso real. Esta reconciliação poderá ser alcançada pelo ONS através de um ajuste anual que
deverá incluir informações sobre ao encargos previstos do Usuário e o montante exigido baseado no
uso real. O ONS deverá enviar o demonstrativo ajustado ao Usuário, juntamente com uma fatura ou
devolução relativas a quaisquer somas devidas ao ONS ou ao Usuário, inclusive os juros calculados
sobre elas, cujas bases de cálculo serão especificadas neste Contrato. Os pagamentos de tais ajustes
deverão ser efetuados a priori do término do ano fiscal.

4 Força Maior

4.1 Se alguma das partes estiver incapacitada de cumprir quaisquer de suas obrigações sob este
Contrato, devido à circunstâncias de Força Maior, este contrato permanecerá em efeito, porém, as
obrigações pertinentes ficarão suspensas durante o período que corresponder à duração das
circunstâncias de Força Maior. A suspensão deverá estar condicionada a que a parte incapacitada
comunique diligentemente às outras partes as circunstâncias de Força Maior e a previsão de sua
duração, além de empregar o melhor de seus esforços para sanar sua indisponibilidade operacional.

4.2 Tais circunstâncias poderão incluir:

• “Eventos do Príncipe”;

• Guerras e eventos terroristas;

• Eventos de guerra civil;

• Eventos ambientais extremos (p. ex., terremotos); e

• Colapso excepcional da unidade (impossível de ser evitado, mesmo com


práticas adequadas).

[Os eventos especificados de força maior devem seguir o Capítulo IV da versão final dos
Contratos Iniciais]

[A maioria dos eventos típicos de Força Maior, em geral, não impedem o cumprimento dos
termos financeiros do Contrato. No entanto, um evento de Força Maior (p. ex. um furacão)
poderá impedir que o ONS torne o sistema disponível, conforme os padrões de confiabilidade
ou impedir o cumprimento de alguma cláusula de procedimento. Portanto, as mesmas
cláusulas de Força Maior contidas no CUST deverão ser incluídas.]

5 Responsabilidades

5.1 Esta seção deverá cobrir violações, inadimplências e obrigações.

5.2 Esta cláusula irá definir as condições de violação e inadimplência e estabelecer suas
consequências.

Working Paper 98/2/1-3 27 SEN/Eletrobrás


5.2.1 As condições de violação e inadimplência irão incluir:

(a) atraso de mais de [sete] dias úteis na efetivação dos pagamentos;

(b) se uma das partes tornar-se insolvente e o interventor nomeado pelo


Tribunal não puder garantir que as condições contratuais serão cumpridas
dentro de [28] dias;

(c) omissão no cumprimento de quaisquer dispositivos deste Contrato, de tal


forma a causar danos materiais em outra parte; e

(d) a eventualidade de o Usuário cessar, por qualquer razão, de ser depositário


de uma autorização, concessão ou licença.

[Esta definição de inadimplência deverá receber emendas para tornar-se compatível com as
práticas legais brasileiras padronizadas.]

5.2.2 Se um Usuário estiver em situação de violação ou inadimplência, o


ONS terá o direito de solicitar que a Concessionária de Transmissão
ou a Concessionária de Distribuição desative o equipamento no ponto
de conexão(s) especificado no Contrato(s) pertinente de Transmissão
ou de Distribuição, com um aviso prévio de [48] horas, até o
momento em que tal inadimplência tenha sido retificada. O Usuário
poderá prevenir este processo sanando a violação ou através de uma
representação aos procedimentos específicos de resolução de
controvérsias.

5.2.3 Se um Usuário estiver em situação de violação ou inadimplência


durante um período superior a [6] meses, o ONS terá o direito de
determinar que a Concessionária de Transmissão ou a Concessionária
de Distribuição faça a desconexão do equipamento, em caráter
permanente, do local(s) de conexão especificado no pertinente
Contrato(s) de Transmissão ou Distribuição.

5.2.4 Um Usuário terá o direito de cancelar o Contrato se o ONS estiver em


situação de violação ou de inadimplência.

[O ONS deve ser autorizado a desconectar um Usuário, como sanção mais severa sob este
Contrato, mesmo que o serviço de uso do sistema de transmissão seja um serviço público e que não
exista alternativa eficiente de serviço proporcionada pelo ONS}

5.3 Nenhuma das partes será responsável pelas perdas ou danos indiretos ou conseqüentes
causados pela violação deste Contrato pela parte responsável.

6 Procedimento nas controvérsias

6.1 Na eventualidade de uma controvérsia, ambas as partes concordam em obedecer aos


procedimentos de resolução de controvérsias estabelecidos nos Procedimentos de Rede.

Working Paper 98/2/1-3 28 SEN/Eletrobrás


7 Declarações, Fianças e Garantias

7.1 O ONS e o Usuário se comprometem mutuamente a obter e manter todas as Sanções


requeridas por cada uma das partes para a execução das obrigações assumidas sob este Contrato e a
obedecer a todos os requisitos legais.

7.2 As partes oferecem garantias de possuir autoridade legal para firmar este Contrato e para
cumprir seus dispositivos; de que não existem autos de processo pendentes contra si; e de que a
execução deste Contrato foi devidamente autorizada pelos devidos atos dos diretores eleitos.

8 Condições gerais

8.1 Nenhuma das partes poderá transferir ou ceder quaisquer direitos ou obrigações, assumidos
através deste Contrato, sem prévio consentimento escrito da outra parte que, por sua vez, não poderá
recusar injustificadamente.

8.1.1 As partes concordam que, após a instituição do ONS e da sua investidura como
responsável pelo uso do sistema, este Contrato será transferido ao ONS pela
Concessionária da Transmissão.

[A sub-cláusula acima será pertinente somente ao CUST da Gerasul.]

8.2 Este Contrato não poderá ser alterado e não poderá haver renúncia a quaisquer de seus
dispositivos exceto através de concordância por escrito firmada pelas Partes.

8.2.1 A ANEEL, sob orientação do ONS, poderá exigir alterações nos


dispositivos do Contrato, quando necessário, para assegurar
compatibilidade com os acordos do CUST, dentro do setor, e
conformidade com os procedimentos ou regulamentos exigidos. Na
eventualidade de a ANEEL assim determinar, as partes signatárias
deste Contrato deverão concordar e empreender as modificações
prescritas nos referidos dispositivos.

[Estas duas cláusulas, que tratam de alterações no Contrato, deverão ser bastantes e
suficientes para permitir que haja não só uma evolução nos entendimentos para efetuar
modificações, frente à circunstâncias (p. ex. mudanças na capacidade de uma conexão) como
também a necessidade de assegurar que, enquanto o CUST seja um contrato bilateral entre o
ONS e o Usuário, ele poderá ser atualizado, no decorrer do tempo, para que seu conteúdo
seja uniforme a todos os Usuários.]

8.3 Esta cláusula irá estabelecer os procedimentos para submissão de comunicados relevantes
como por exemplo os endereços corretos para os quais os comunicados deverão ser enviados.

8.4 Este Contrato será governado e interpretado, em todos os seus aspectos, em concordância
com as leis brasileiras.

Working Paper 98/2/1-3 29 SEN/Eletrobrás


Anexos

S1 Locais e contratos de conexão

S2 Encargos do Uso do Sistema de Transmissão e condições de pagamento

S3 Procedimentos de extinção

Working Paper 98/2/1-3 30 SEN/Eletrobrás


Minuta do Contrato de Prestação de Serviços de Transmissão

[O principal objetivo desta minuta do Contrato de Prestação de Serviços de Transmissão (CPST) é


descrever o tipo de contrato que será necessário ao setor reformulado. Este contrato parte do
pressuposto que o Operador Nacional do Sistema (ONS) já esteja estabelecido e que os
Procedimentos de Rede já estejam completados e aprovados; portanto, onde apropriado, fará
referências ao ONS e aos Procedimentos de Rede. Transcrevemos, em itálico, os principais itens
onde serão necessárias previsões especiais ou emendas, a curto prazo, antes da introdução dos
Procedimentos de Rede e do ONS.

Observamos que, conforme a estrutura contratual a ser posta em prática para a privatização da
Eletrosul, foi proposto que haveria um ou mais CPSTs. As partes destes contratos serão a Eletrosul
T (agindo em lugar do ONS) e os outros Concessionários de Transmissão na Região Sul (que serão
as contrapartes). Estes CPSTs deverão:

- substituir as referências feitas à Eletrosul T pelo ONS;

- substituir as referências feitas às Normas do GCOI pelos Procedimentos de


Rede (ou incluir anexos adicionais especificando os procedimentos
necessários);

- permitir a transição para os Procedimentos de Rede;

- permitir que um CPST adicional, entre o ONS e a Eletrosul T, seja assinado


em seguida ao estabelecimento do ONS;

- permitir a transferência da Eletrosul T ao ONS;

- incluir dentro de seu escopo os equipamentos de compensação da derivação


até o momento em que um Contrato de Serviços Ancilares (CSA) cobrindo
tais equipamentos seja formalizado.

O último ponto permite explicações complementares. O modelo a longo prazo propõe que os
equipamentos de compensação paralelos, de propriedade de um Concessionário de Transmissão,
sejam regidos através de um CSA com o ONS. No entanto, não existe tempo hábil, antes da
privatização da Gerasul, para formalizar tal CSA e, portanto, os serviços respectivos deverão ser
agrupados, durante o período transitório, dentro do CPST - exatamente como os serviços ancilares,
fornecidos pelos Geradores pela energia, foram agrupados dentro dos Contratos Iniciais, até o
momento em que CSAs específicos para geradores possam ser celebrados. A cláusula respectiva
(Cláusula 3, subseção ix) será objeto de revisão, uma vez que o ONS se torne totalmente
operacional. Nesta ocasião, a remuneração do equipamento de compensação será coberta pelos
CSAs a serem assinados pelos Concessionários de Transmissão e o ONS.

O contrato foi elaborado em termos de ativos de transmissão do sistema principal, definidos em


nosso relatório do Estágio VII para incluir os ativos da rede classificados em 230kV ou acima. Se o
conceito de Rede Básica for mantido, então esta terminologia deverá ser adotada para significar os
ativos na rede classificados em 230kV ou acima.]

Working Paper 98/2/1-3 31 SEN/Eletrobrás


As partes e os Considerandos

A primeira parte deste contrato irá estabelecer as partes contratantes e declarar os considerandos
apropriados. Estes considerandos irão fazer referências à proposta de transferência futura do
contrato e a respectiva legislação.

As partes contratantes serão o Concessionário da Transmissão e o ONS.

Os considerandos respectivos poderão incluir:

• a eventualidade de o Operador Nacional do Sistema ser o organismo


estabelecido para planejar, operar e controlar o Sistema de Transmissão;

• a eventualidade do Concessionário de Transmissão ser o proprietário de uma


rede de ativos de transmissão;

• a eventualidade de a Lei 9427 e do Decreto 2003 prover o acesso ao Sistema


de Transmissão;

• a eventualidade de a Lei da Conversão da Medida Provisória 1531 estabelecer


as responsabilidades do ONS e determinar encargos em separado para os
Serviços de Transmissão.

1 Definição e premissas

1.1.1 Esta seção irá definir quaisquer termos técnicos usados no Contrato e
estabelecer as premissas sobre as quais o Contrato está baseado.
Algumas definições importantes estarão discriminadas abaixo.

1.1.2 Um Circuito é definido como um conjunto de ativos (ou partes de


ativos alocadas) associados com uma única ligação entre dois nós da
rede. Quando uma linha de circuito duplo fizer a conexão entre dois
nós, este circuito será considerado como dois Circuitos
independentes.

1.1.3 Os Ativos de Conexão são aqueles ativos de Transmissão que são


destinados ao serviço de um único Usuário e que são regidos através
de um Contrato de Conexão à Transmissão (CCT).

1.1.4 Um Ponto de Conexão é um ponto no qual os Ativos da Rede do


CPST fazem a interligação com um Ativo de Conexão.

1.1.5 Um Local de Conexão é o local físico onde estão situados os Ativos


de Conexão. Os elementos precisos e os limites dos Locais de
Conexão estarão estabelecidos em uma Cláusula do respectivo
Contrato de Conexão à Transmissão.

Working Paper 98/2/1-3 32 SEN/Eletrobrás


1.1.6 Os Ativos do Sistema Principal de Transmissão são aqueles ativos
de Transmissão que servem a mais de um Usuário.

1.1.7 Uma Modificação é uma mudança na operação dos Ativos da Rede


do CPST, cobertos por estes contratos, que se originou de uma
Expansão da rede, da reclassificação de um Ativo de Conexão
pertencente aos Ativos do Sistema Principal de Transmissão, ou de
alguma outra mudança havida na rede, reconhecida pelo ONS e
devidamente aprovada por ele.

1.1.8 Instalações Operacionais, ou Instalações, quer dizer Ativos da


Rede do CPST que foram agrupados para fins deste Contrato e que,
em conjunto, proporcionam um conjunto identificável de ativos para
a provisão de Serviços de Transmissão.

1.1.9 Uma Interrupção Programada, em relação a uma Instalação, quer


dizer uma interrupção planejada da disponibilidade da Instalação e
que foi programada e aprovada pelo ONS, em obediência aos
dispositivos deste Contrato.

1.1.10 Uma Permissão de Interrupção Programada é o número total de


horas, em um ano, durante as quais uma Instalação poderá estar
sujeita a Interrupções Programadas, sem incorrer em uma dedução do
pagamento original.

1.1.11 Uma Interrupção não Programada, em relação à uma Instalação,


significa qualquer período de Interrupção da disponibilidade da
Instalação, com exceção dos períodos de Interrupção Programada.

1.1.12 Os Ativos da Rede do CPST são aqueles Ativos do Sistema


Principal de Transmissão que são regidos por um CPST. Estes ativos
compreendem todos os Ativos do Sistema Principal de Transmissão,
exceto o Equipamento de Compensação Paralela e os Centros de
Controle, que são regidos por outros contratos. Os Ativos da Rede do
CPST serão definidos na Cláusula 2 deste Contrato, após receberem
emendas que levem em conta as Modificações.

1.1.13 O Equipamento de Compensação Paralela significa qualquer


equipamento estático, de propriedade do Concessionário de
Transmissão, que seja capaz de contribuir para o controle da potência
reativa na rede e que esteja conectado em uma configuração de
derivação entre o Sistema Principal de Transmissão e a terra (por
exemplo, capacitores e reatores estáticos ou comutados, Sistemas
VAr Estáticos ou compensadores síncronos. Para evitar qualquer
margem de dúvida, este termo exclui os equipamentos de
compensação série.

Working Paper 98/2/1-3 33 SEN/Eletrobrás


1.2 As premissas incluem o seguinte:

1.2.1 Que os Procedimentos de Rede tenham entrado em vigor e que irão


definir os requisitos técnicos relacionados com o Sistema Principal
de Transmissão.

[No período anterior à entrada em vigor dos Procedimentos de Rede, as Normas do GCOI
serão o equivalente mais próximo de conjunto de padrões. Dependendo do momento em que
os Procedimentos de Rede estejam finalizados, os CPSTs iniciais poderão ter necessidade de
fazer referências às Normas do GCOI e permitir que sejam substituídos pelos Procedimentos
de Rede, uma vez estes tenham sido aprovados.]

1.2.2 Que o ONS tenha formalizado CUSTs, através dos quais o ONS será
uma parte interveniente com os Usuários dos Ativos do Sistema
Principal de um Concessionário de Transmissão.

1.2.3 Que o Concessionário de Transmissão tenha formalizado um


Contrato de Conexão à Transmissão com os respectivos Usuários.

2 Objeto, vigência e condições de validade

2.1 A finalidade deste Contrato é a de estabelecer uma estrutura contratual para reger a
provisão de Serviços de Transmissão ao ONS, pelo Concessionário de Transmissão,
os direitos e obrigações do ONS e do Concessionário de Transmissão, além dos
pagamentos a serem pelo feitos pelo ONS com respeito aos Ativos da Rede do
CPST.

2.2 O Contrato irá perdurar até que seja liquidado. O Contrato poderá ser liquidado, em
qualquer período, por qualquer uma das partes, se a outra parte estiver em situação de
violação ou inadimplência ao Contrato ou se o Contrato tornar-se desnecessário
como resultado do descomissionamento de todos os Ativos da Rede do CPST
cobertos por este Contrato. Os Procedimentos de Liquidação que deverão ser
seguidos, em qualquer um dos casos, estão contidos na Cláusula 1 deste Contrato.
Um Pagamento de Liquidação poderá ser feito ao Concessionário de Transmissão por
ocasião da Liquidação. O montante do Pagamento de Liquidação irá depender se a
Liquidação for o resultado de uma Violação ou de uma Inadimplência ao Contrato,
por qualquer uma das partes.

2.3 As condições que irão definir Violação ou Inadimplência ao Contrato,


Descomissionamento, Desconexão ou Pagamentos da Liquidação serão fornecidas
posteriormente neste Contrato.

3 Provisão de, e pagamento pelos Ativos da Rede do CPST

(i) Provisão dos Serviços de Transmissão

Working Paper 98/2/1-3 34 SEN/Eletrobrás


3.1 O Concessionário de Transmissão concorda em prestar Serviços de Transmissão ao
ONS, proporcionar controle comercial e operacional dos Ativos da Rede do CPST ao
ONS e manter os Ativos da Rede do CPST dentro de um alto padrão de
disponibilidade em troca dos pagamentos descritos abaixo.

3.2 Este Contrato se aplica aos ativos que fazem parte dos Ativos da Rede do CPST do
Concessionário de Transmissão[na data da sua instalação] e àqueles ativos anexados
posteriormente através da Modificação. Para que não permaneça nenhuma dúvida, a
construção de ativos que não pertençam às Modificações, serão considerados como
Novos ativos e deverão ser cobertos por um CPST em separado.

[O escopo desta minuta de Contrato foi destinado a cobrir os Ativos da Rede do CPST
existentes e a Modificação em tais ativos. A Modificação inclui a Expansão dos Ativos da
Rede do CPST existentes e a reclassificação dos Ativos de Conexão que virão a servir a
múltiplos usuários. Os novos Ativos da Rede do CPST que serão concedidos a um
Concessionário de Transmissão, após uma licitação entre os concorrentes, não estarão
cobertos e serão objeto de CPSTs em separado. Estes CPSTs irão incluir cláusulas
adicionais para cobrir a construção dos ativos, o programa ajustado para esta construção,
os acordos para testes e as penalidades pelo comissionamento posterior.]

3.3 O Contrato confere ao ONS direitos exclusivos de uso dos Ativos da Rede do CPST
cobertos na Cláusula 2. O ONS poderá, por sua vez, conceder a terceiros o direito de
acesso ou de uso, sob os dispositivos do Contrato de Uso do Sistema.

3.4 Uma Cláusula do Contrato (S2) irá fazer uma relação de todos os Ativos da Rede do
CPST, fazendo uma distinção entre os Circuitos de Transmissão e as Subestações. Os
Circuitos e as Subestações serão, posteriormente, divididos em Instalações
Operacionais identificáveis separadamente (isto é, um único Circuito ou única
Subestação); para cada Instalação Operacional, a Cláusula irá incluir:

3.4.1 sua localização e identificação;

3.4.2 uma relação dos ativos associados com a instalação, inclusive dados
sobre a quantidade ou a categoria do ativo e suas características
técnicas e o nível de tensão quando for aplicável; [os ativos
respectivos irão incluir todas as linhas, mecanismos de distribuição,
ativos da subestação, equipamento de proteção, transformadores e
equipamento de medição. Na alocação dos ativos às Instalações, os
ativos deverão ser agrupados em unidades funcionais que irão
fornecer um pacote identificável aos Serviços de Transmissão.]

3.4.3 uma relação de Pontos de Conexão onde os Ativos da Rede do CPST


do Concessionário de Transmissão estão interligados com os Ativos
de Conexão.

3.5 Para cada Ponto de Conexão, descrito na cláusula 2, esta Cláusula irá identificar os
limites entre os ativos cobertos por este Contrato e aqueles cobertos por um
Contrato de Conexão à Transmissão. Quando apropriado, a Cláusula 2 irá fazer
referências às Cláusulas contidas nos Contratos de Conexão à Transmissão que
descrevem os Locais de Conexão.

Working Paper 98/2/1-3 35 SEN/Eletrobrás


[Por estes meios, será possível assegurar que todos os ativos de Transmissão
estejam cobertos e que nenhum ativo estará coberto pelos dois Contratos.

3.6 Quaisquer características técnicas dos Ativos da Rede do CPST serão especificadas
no Contrato (S3), em uma Cláusula posterior.

(ii) Condições operacionais e regulamentos

3.7 O Concessionário de Transmissão e o ONS deverão obedecer aos regulamentos dos


Procedimentos de Rede ao conduzir quaisquer atividades exigidas sob este Contrato.

[Alguns acordos transitórios poderão ser necessários durante o período precedente


ao término e à aprovação dos Procedimentos de Rede; estes acordos poderiam
incluir a obrigação de cumprir as Normas do GCOI, durante o período transitório,
se estes Regulamentos incluíssem requisitos técnicos relevantes: alternativamente, os
principais requisitos técnicos poderiam fazer parte de um anexo ao CPST, que se
tornaria nulo e sem efeito uma vez os Procedimentos de Rede entrassem em vigor

3.8 Esta Cláusula irá descrever os requisitos de medição relacionados com a medida dos
fluxos nos Ativos da Rede do CPST.

[Note-se que a medição nos Locais de Conexão é tratada sob o CCT.]

3.8.1 O Concessionário de Transmissão e o OIS deverão cumprir com todas


as obrigações dos Procedimentos de Rede em relação à medição,
desde que sejam aplicáveis a esta.

3.8.2 O Concessionário de Transmissão irá operar os medidores ou terá o


direito de nomear um terceiro para agir como operador da medição,
porém, sujeito à consulta com o ONS.

3.8.3 O Concessionário de Transmissão deverá coletar e transferir ao ONS,


ou instruir a seus agentes que o façam, todas as informações que sejam
solicitadas pelo ONS, sob este Contrato ou sob os Procedimentos de
Rede, para permitir ao ONS a execução de suas responsabilidades.

3.8.4 Ambas as partes deverão notificar o operador da medição sobre


quaisquer falhas aparentes no equipamento de medição.

3.9 O Concessionário de Transmissão estará obrigado a manter os ativos cobertos por


este Contrato em padrões que:

• permitam atender às obrigações sob este Contrato; e

• evitem danos à planta e aos equipamentos de outros Concessionários de


Transmissão ou mesmo de terceiros conectados ao Sistema de Transmissão.

3.10 O ONS também terá o direito de :

Working Paper 98/2/1-3 36 SEN/Eletrobrás


• comparecer a todos os Locais de Conexão com a finalidade de inspecionar os
ativos inclusive os medidores;

• solicitar aos Concessionário de Transmissão para operar os disjuntores e


outros Ativos da Rede do CPST, em conformidade com os procedimentos
estabelecidos nos Procedimentos de Rede;

• aprovar o programa de manutenção do Concessionário de Transmissão;

• rever e elaborar planos de investimentos relacionados com a expansão da


rede: e

• solicitar ao Concessionário de Transmissão para que conceda permissão para


novas conexões em sua rede de transmissão, sujeitas à adequação à
capacidade da rede, inclusive à aprovação concomitante dos reforços
necessários.

3.11 O ONS terá o direito de verificar qualquer informação fornecida pelo Concessionário
de Transmissão sob este Contrato, inclusive, porém, não limitado, a obter medições
técnicas em duplicata, inspecionar relatórios e rever procedimentos de compilação de
dados, por sua própria conta, ou através de terceiros devidamente autorizados.

[É necessário que o ONS tenha direito inequívoco às informações porque,


necessariamente, não poderá obtê-las de suas próprias fontes quando ocorrer um evento
de interrupção de energia e, portanto, deverá contar com o Concessionário de
Transmissão para prover tais informações.]

3.12 O Concessionário de Transmissão deverá conceder direito de acesso a terceiros aos


locais de seus Ativos de Rede do CPST para a manutenção ou modificação dos
Ativos de Conexão.

3.13 O Concessionário de Transmissão poderá descomissionar ou desconectar quaisquer


Ativos da Rede do CPST somente após a concordância do ONS. Se algum ativo for
descomissionado ou desconectado, será removido do registro de ativos da Cláusula 2
e os pagamentos feitos pelo ONS não mais cobrirão os seus custos. Caso apropriado,
deverão ser feitos ajustes nas cláusulas especificadas na Cláusula 5 sobre os
pagamentos.

(iii) Manutenção das Instalações

3.14 Este Contrato fará referências aos processos estabelecidos nos Procedimentos de
Rede pelos quais os programas de interrupção de energia das Plantas Geradoras, dos
Ativos de Conexão e dos Ativos de Transmissão deverão ser coordenados. Em
particular, e em linha com as provisões dos Procedimentos de Rede, o
Concessionário de Transmissão deverá fornecer ao ONS um plano anual de
manutenção para os Ativos da Rede do CPST, que deverá ser revisto pelo ONS e
coordenado com os planos apresentados por outros proprietários de ativos. O ONS
terá o direito de requisitar modificações no plano submetido pelo Concessionário de
Transmissão, onde necessárias, para obter a otimização do sistema.

Working Paper 98/2/1-3 37 SEN/Eletrobrás


[Nós entendemos que não existem, atualmente, planos anuais elaborados centralmente para
a manutenção da transmissão, porém, com a criação do ONS e com a desverticalização das
empresas integradas, estes planos poderão tornar-se parte dos novos procedimentos.]

3.15 Cada Instalação relacionada na Cláusula 2, deverá ter uma Permissão de


Interrupção Programada, referente ao número de horas, durante o ano, em que a
Instalação poderá estar indisponível, após uma notificação apropriada ao ONS, sem
incorrer na dedução do Pagamento Original, desde que esta interrupção obedeça a um
certo número de condições estabelecidas neste Contrato. Cada Instalação deverá ter,
também, uma Permissão de Interrupção de Frequência, referente ao número de
interrupções específicas que a instalação poderá experimentar durante o ano, sem
incorrer na dedução do Pagamento Original.

3.16 A fim de que uma interrupção possa ser qualificada como uma Interrupção
Programada, o Concessionário de Transmissão deverá notificar as interrupções ao
ONS, em linha com as seguintes condições:

3.16.1 no 15º dia de cada mês, ou antes desta data, o Concessionário de


Transmissão deverá notificar ao ONS a respeito das interrupções que
irão ocorrer durante os dias de 1 a 15 do mês seguinte;

3.16.2 no 1º dia de cada mês, ou antes desta data, o Concessionário de


Transmissão deverá notificar ao ONS a respeito das interrupções que
irão ocorrer entre os dias 16 e 31 do mesmo mês;

3.16.3 o Concessionário de Transmissão deverá notificar ao ONS a respeito


da hora do início da interrupção proposta, assim como a duração (em
horas) de cada Interrupção Programada;

3.16.4 a interrupção não deverá estar programada para acontecer durante os


picos diários de utilização dos Ativos da Rede do CPST, e estas
horas deverão ser publicadas e identificadas pelo ONS. O ONS
poderá permitir a ocorrência de uma manutenção programada
durante as horas de ponta, porém, tal permissão será concedida
somente quando não estiver prevista qualquer perda de performance
do sistema.

3.17 O Concessionário de Transmissão poderá requerer ao ONS, com um aviso prévio de


[5] a 15 dias, períodos adicionais de interrupção. Tais períodos de interrupção
deverão receber o nome de Aviso Prévio de Interrupção. O Concessionário de
Transmissão deverá notificar ao ONS a hora inicial e a duração (em horas) do Aviso
Prévio de Interrupção. A partir do momento em que a solicitação do Aviso Prévio de
Interrupção tenha sido aceita pelo ONS, esta interrupção será considerada como uma
Interrupção Programada e poderá ser incluída na Permissão de Interrupção
Programada. Na eventualidade de o ONS recusar esta solicitação, qualquer
interrupção compatível com a solicitação de Aviso Prévio de Interrupção será
considerada como uma Interrupção não Programada.

Working Paper 98/2/1-3 38 SEN/Eletrobrás


[As cláusulas acima refletem uma continuidade com as atuais práticas operacionais
brasileiras. Estas práticas têm a finalidade de permitir alguma flexibilidade e ao mesmo
tempo, incentivar, aos transcos a fornecer um aviso prévio de pelo menos 15 dias, em linha
com os regulamentos operacionais atuais.]

3.18 Na eventualidade de o Concessionário de Transmissão não utilizar as horas


mencionadas na Permissão de Interrupção Programada, disponíveis para as
Interrupções Programadas, no decorrer de qualquer ano, estas horas poderão ser
transferidas para o próximo ano calendário e a Permissão de Interrupção
Programada para aquele ano deverá ser ajustada de forma correspondente. A
transferência máxima deverá ser de [10] porcento da Permissão de Interrupção
Programada anual.

3.19 Não haverá transferência de qualquer Permissão de Interrupção da Frequência que


não seja utilizada.

3.19.1 Com a finalidade de avaliar o cumprimento da Permissão de


Interrupção Programada e da Permissão de Interrupção da Frequência, estará
sendo considerado que a Instalação esteja disponível e que nenhuma
interrupção, tal como foi mencionado acima, tenha ocorrido durante os
seguintes eventos:

• quando motivos de Força Maior significarem que a Instalação não está


disponível;

• quando a Instalação tornar-se indisponível em vista de uma solicitação


para uma nova conexão à Instalação e que esta conexão tenha sido
autorizada pelo ONS;

• quando o Concessionário de Transmissão tenha sido solicitado pelo


ONS a desconectar os Ativos de Conexão ou que tenha tornado
indisponível suas Instalações por razões de segurança do sistema; e

• quando a interrupção tenha sido causada por um evento ocorrido na


rede de outro Concessionário de Transmissão, e que este evento tenha
ocasionado uma interrupção secundária na rede do participante deste
Contrato.

(iv) Encargos pelos Serviços de Transmissão

3.20 Este Contrato irá especificar os Encargos dos Serviços de Transmissão a serem pagos
ao Concessionário de Transmissão pelo ONS.

[O concessionário de Transmissão irá incorrer em dois diferentes tipos de custos que


deverão estar refletidos nos Encargos dos Serviços de Transmissão; os custos de capital,
refletindo os custos do investimento (inclusive o financiamento e uma taxa de retorno
razoável, que poderá ser estabelecida em zero ou permitir um nível mínimo para os ativos
existentes) e os custos operacionais e de manutenção.]

Working Paper 98/2/1-3 39 SEN/Eletrobrás


3.21 Uma Cláusula a este Contrato (S5) irá estabelecer:

• os Encargos dos Serviços de Transmissão, que compreendem um Pagamento


Básico e suas variações, dependendo do nível de performance obtido pela
Operação da Instalação;

• a freqüência e as bases para a indexação;

• as informações que o Concessionário de Transmissão deverá fornecer ao ONS


para que este possa calcular os encargos; e

• um gráfico dos valores anuais do capital para as Modificações.

(v) Faturamento e Pagamento

3.22 esta seção irá estabelecer os principais dispositivos relacionados com o faturamento e
o pagamento dos Encargos dos Serviços de Transmissão (e os pagamentos pelos
Serviços Ancilares associados com o Equipamento de Compensação Paralela,
quando for aplicável). Aspectos adicionais poderão ser incluídos na Cláusula 5.

3.22.1 O faturamento e o pagamento serão feitos mensalmente.

3.22.2 A partir de, no máximo, o [quinto] dia de cada mês, o


Concessionário de Transmissão deverá fornecer ao ONS as
respectivas informações operacionais detalhadas, referentes ao mês
anterior, para o cálculo dos pagamentos, sob este Contrato.

3.22.3 A partir de, no máximo, o [décimo] dia do mês, o ONS deverá


emitir um aviso de pagamento ao Concessionário de Transmissão,
detalhando para cada Instalação a ser remunerada individualmente, o
pagamento original e qualquer dedução que tenha sido aplicada, em
linha com os dispositivos da Cláusula 5.

3.22.4 Os montantes a serem pagos pelo ONS deverão estar vincendos e em


débito até no máximo o 15º dia do mês seguinte ao qual o aviso se
aplica.

3.22.5 Todos os pagamentos devidos pelo ONS, ao Concessionário de


Transmissão, sob este Contrato, deverão ser feitos livres e
desimpedidos de quaisquer compensações, deduções ou reduções de
Impostos ou de qualquer pagamento vencido ou declarado vincendo
pelo Concessionário de Transmissão ao ONS.

3.22.6 Se qualquer montante, do ONS ao Concessionário de Transmissão,


sob este contrato, estiver vencido e permanecer vincendo após a
devida data do pagamento, o ONS deverá pagar:

Working Paper 98/2/1-3 40 SEN/Eletrobrás


(a) juros de [no máximo 12] porcento ao ano a partir (e
inclusive) da data do vencimento do pagamento em questão,
excluindo-se a data do seu recebimento pelo Concessionário
de Transmissão, acumulados diariamente; e

(b) uma multa de [dez porcento (10%)] sobre o montante em


questão, que também sofrerá juros, de acordo com o
parágrafo (a) acima.

3.22.7 O pagamento de qualquer montante a ser pago, sob esta cláusula,


deverá ser feito em R$ e tornado efetivo através de transferência
bancária para a conta do Concessionário de Transmissão, em banco a
ser notificado pelo Concessionário de Transmissão ao ONS.

3.22.8 Quando solicitado, o ONS poderá fornecer ao Concessionário de


Transmissão todas as informações utilizadas no cálculo dos Encargos
dos Serviços de Transmissão.

3.22.9 O Concessionário de Transmissão poderá contestar a autenticidade


dos cálculos feitos pelo ONS nos montantes a serem pagos. Em tais
circunstâncias, o ONS deverá pagar ao Concessionário de
Transmissão o montante que foi calculado como débito, e quaisquer
ajustes serão feitos após a resolução das controvérsias. Não incidirão
juros sobre qualquer pagamento ajustado.

3.22.10 A resolução de quaisquer controvérsias sobre o montante deverá ser


feita através da aplicação dos Procedimentos de Resolução de
Controvérsias, sob este Contrato.

(vi) Modificações no Ativos da Rede do CPST

3.23 Nenhuma modificação nos Ativos da Rede do CPST poderá ser feita pelo
Concessionário de Transmissão ou em nome do ONS, além daquelas em
conformidade com os dispositivos desta Cláusula.

3.24 As modificações poderão ser de dois tipos, Expansões ou Reclassificações, após


uma modificação no funcionamento de um Ativo de Conexão, de tal forma que este
Ativo tenha se transformado em um Ativo do Sistema Principal de Transmissão.

Expansões

3.25 O Concessionário de Transmissão será obrigado a responsabilizar-se pelos custos


de Expansão nos Ativos da Rede do CPST, por solicitação do ONS e com a
aprovação da ANEEL.

[Está presumido aqui, que os Regulamentos do Serviço Público de Transmissão (RSPTs)


irão definir a natureza das expansões e as condições que as cercam, de tal forma que não
haverá necessidade de serem estabelecidas no CPST. Os RSPTs serão o instrumento
apropriado à medida que as condições venham a incluir outros participantes, além dos
participantes bilaterais dos CPST, e necessitarão ser ratificadas pela ANEEL.)

Working Paper 98/2/1-3 41 SEN/Eletrobrás


3.26 O Concessionário de Transmissão poderá realizar, adicionalmente, outras despesas
de Expansão dos Ativos da Rede do CPST, às suas próprias custas, sem ter recebido
solicitação do ONS para aperfeiçoar a performance de seus ativos. Em tais
circunstâncias, o ONS deverá ser notificado a respeito destas intenções e poderá
suspender o início dos trabalhos na eventualidade de que estes trabalhos possam
trazer algum impacto à performance do sistema. Não deverão ser feitos quaisquer
ajustes nos pagamentos a serem realizados, sob este Contrato, no caso de tais
expansões.

3.27 Quando os ativos da Expansão forem utilizados, em seguida à solicitação do ONS e


da respectiva licitação da construção entre os concorrentes, os detalhes contidos na
Cláusula 2 deverão receber emendas, em conformidade com esta expansão e a data
do comissionamento deverá ser registrada. O custo permitido deverá ser aquele
constante do contrato da construção. O elemento Capital do Pagamento Básico,
contido na Cláusula 5, deverá ser ajustado para refletir a apropriação anual do custo
do capital, de acordo com um índice padronizado de vida útil para esta classe de
ativo. O elemento O&M do Pagamento Básico deverá ser ajustado para refletir a
previsão de operação permanente e dos custos da manutenção do ativo, tal como foi
proposto pelo Concessionário de Transmissão e aprovado pelo ONS. Os parâmetros
de performance, contidos na Cláusula 5, deverão receber emendas, caso apropriado,
para refletir as modificações previstas na performance do ativo, em seguida aos
acordos respectivos entre o Concessionário de Transmissão e o ONS.

3.28 Quando os ativos que sofreram esta expansão forem utilizados, após solicitação do
ONS, porém, sem licitação entre os concorrentes para a sua construção, os detalhes
da Cláusula 2 deverão receber emendas em conformidade e a data do
comissionamento deverá ser registrada. Os custos permitidos deverão ser os custos
padronizados para a classe do ativo em questão e de forma a permitir um retorno
razoável, como foi publicado pela ANEEL. O elemento Capital do Pagamento
Básico contido na Cláusula 5, deverá ser ajustado para refletir a apropriação anual
do custo permitido do capital, de acordo com um índice padronizado de vida útil
desta classe de ativo. O elemento O&M do Pagamento Básico deverá ser ajustado
para refletir a operação permanente prevista e os custos da manutenção do ativo, tal
como foi proposto pelo Concessionário de Transmissão e aprovado pelo ONS. Os
parâmetros de performance, contidos na Cláusula 5, deverão receber emendas,
como for apropriado, para refletir as modificações previstas na performance do
ativo, em seguida a um acordo formalizado entre o Concessionário de Transmissão
e o ONS.

(Os dispositivos desta seção são compatíveis com a minuta dos Regulamentos do Serviço
Público de Transmissão - Artigo 13)

A Reclassificação após modificações na operação de um Ativo de Conexão

3.29 Se após a emissão de um Aviso de Modificação, sob o CPST, a operação de um


ativo de Conexão sofrer modificações, em relação aos Ativos da Rede do CPST,
então, a partir da formalização da Data de Transferência acordada conforme as
provisões do CPST, o ativo deixará de estar coberto pelo CPST e será incluído na
Cláusula 2 deste Contrato. O custo considerado do capital, dos ativos transferidos,

Working Paper 98/2/1-3 42 SEN/Eletrobrás


será o Valor de Transferência determinado no CPST. A remuneração deste ativo
será decidida através de negociação entre os Participantes deste Contrato, e os
parâmetros da Cláusula 6 deverão receber emendas em conformidade.

(vii) A Obrigação de Permitir Novas Conexões

3.30 O Concessionário de Transmissão estará obrigado a cumprir com as obrigações,


conforme foram definidas nos procedimentos que governam a aplicação, aprovação
e construção de novas conexões aos Ativos do Sistema Principal de Transmissão.
Estes procedimentos serão definidos pelos Regulamentos do Serviço Público de
Transmissão (RSPTs). As Partes concordam que, durante o período precedente à
entrada em vigor dos RSPTs, estarão obrigadas a cumprir os procedimentos
estabelecidos na Cláusula 6. Esta Cláusula se tornará nula e sem efeito quando da
aprovação dos RSPTs e as obrigações dos Concessionários de Transmissão serão
substituídas pelas obrigações contidas nestes Regulamentos.

3.31 Após a aprovação de uma Nova Conexão e da formalização de um CPST com um


Usuário da Transmissão, o Concessionário de Transmissão será obrigado a cooperar
na construção e na conexão da Nova Conexão.

(viii) Fianças e Pagamentos de Liquidação

3.32 O Concessionário de Transmissão terá direito a um Pagamento de Liquidação na


eventualidade da liquidação deste Contrato, quando esta liquidação tenha sido
provocada pelo ONS ou quando for o resultado de uma violação ou inadimplência do
ONS ao Contrato.

3.33 O Pagamento de Liquidação deverá ser igual ao valor não amortizado dos Ativos da
Rede do CPST do Concessionário de Transmissão. Na eventualidade de uma
controvérsia sobre o Pagamento de Liquidação, as Partes deverão seguir os
procedimentos de resolução de controvérsias estabelecidos nos Procedimentos de
Rede.

(ix) Equipamento de Compensação Paralela

[Esta seção é específica para um CPST a ser assinado durante o período intermediário
precedente ao estabelecimento do ONS, e da assinatura dos Contratos de Serviços Ancilares
com os Concessionários de Transmissão que regem o Equipamento de Compensação
Paralela]

3.34 Esta seção irá estabelecer os dispositivos principais que serão aplicados aos
Concessionários de Transmissão, em relação à provisão de potência reativa
pelo Equipamento de Compensação Paralela, como um Serviço Ancilar ao
ONS.

3.35 Este Contrato se aplica aos ativos que formam o Equipamento de


Compensação Paralela dos Concessionários de Transmissão [na data da sua
celebração] e àqueles ativos incluídos posteriormente, através da
Modificação.

Working Paper 98/2/1-3 43 SEN/Eletrobrás


3.36 Uma Cláusula ao Contrato (S7) irá relacionar todos os Equipamentos de
Compensação Paralela do CPST, fazendo distinção entre os capacitores
estáticos e comutados e os reatores, os Sistemas Estáticos de VAr (SVSs) e os
compensadores síncronos.

3.37 O Concessionário de Transmissão concorda em fornecer Capacidade de


Potência reativa, a partir de sua Planta de Compensação Paralela, e a utilizar
tal capacidade para fornecer Potência reativa quando solicitado pelo ONS.

3.38 O Concessionário de Transmissão concorda em que a capacidade de sua


Planta para prover Potência reativa, dentro de Limites Comerciais, seja
detalhada na Cláusula 7.

3.39 O ONS deverá ter o direito de solicitar, a qualquer momento, ao


Concessionário de Transmissão, o fornecimento de VArs indutivos ou
capacitivos de sua Planta de Compensação. Esta solicitação será feita em
conformidade com os procedimentos detalhados nos Procedimentos de Rede
G5 - o Despacho em Tempo Real e os Sistemas de Controle, ou as
respectivas provisões das Normas do GCOI.

3.40 O ONS não terá permissão para emitir solicitações que requeiram ao
Concessionário de Transmissão a produção de VArs indutivos ou capacitivos
que excedam a capacidade de seus Equipamentos de Compensação Paralela.

3.41 Os pagamentos feitos ao Concessionário de Transmissão deverão ter a forma


de:

• um Pagamento por capacidade relacionado com a capacidade do Equipamento


de Compensação Paralela para produzir VArs indutivos;

• um Pagamento por capacidade relacionado com a capacidade do Equipamento


de Compensação Paralela para produzir VArs capacitivos: e

• um Pagamento por utilização relacionado com o número de MVArs


produzidos ou absorvidos pela Planta de Compensação Síncrona. Para evitar
qualquer margem de dúvida, nenhum Pagamento por utilização será feito em
relação à Planta de Compensação Estática.

3.42 Os Pagamentos por capacidade deverão estar relacionados com os custos


fixos da capacidade de produção de Potência Reativa, exceto no caso da
Planta de Compensação Estática, onde deverão incluir uma alocação para as
perdas de energia experimentadas em tais equipamentos, como
transformadores e filtros. Outros custos fixos poderiam estar, razoavelmente,
relacionados com os custos da operação e da manutenção de todos os itens do
Equipamento de Compensação Paralela do Concessionário da Transmissão.

[Nós sugerimos que os custos acima deveriam ser estimados com (um ano) de antecedência
para toda Compensação Estática e Síncrona e pela média do custo unitário de MVAr de
Potência reativa da capacidade de geração: fazendo uma diferenciação entre os custos
associados com os dois tipos básicos de equipamento.]

Working Paper 98/2/1-3 44 SEN/Eletrobrás


3.43 Os Pagamentos por utilização deverão estar relacionados com os custos
variáveis da produção de Potência reativa pela Planta de Compensação
Síncrona e deverão incluir:

• os custos do consumo de energia pelos Compensadores Síncronos; e

• os custos de manutenção incorridos como consequência da geração real de


MVArs, incluindo qualquer redução na provável vida operacional útil da
Planta de Compensação e de seus equipamentos associados.

[Nós propomos que, assim como ocorre nos Pagamentos por capacidade, os cálculos a
serem realizados para estimar os custos totais de provisão de energia reativa pelo
respectivo equipamento de Compensação Síncrona durante um ano, sejam baseados em
um único preço unitário previsto de MWh, para o cálculo dos custos do consumo de
energia. O valor resultante seria, então, dividido pela provisão anual total de potência
reativa, para se chegar ao valor unitário do MVArh a ser aplicado aos Pagamentos por
utilização aos Concessionários de Transmissão a respeito dos equipamentos de
Compensação Síncrona.]

3.44 A Capacidade Reativa e os Pagamentos por utilização, aplicáveis sob este


Contrato, deverão estar detalhados na Cláusula 7.

3.45. Será necessária uma Cláusula para permitir que os pagamentos da


Capacidade Reativa sejam reduzidos na eventualidade de uma falta de
provisão de capacidade de produção de Potência reativa por um
Concessionário de Transmissão, tal como foi acordado, por exemplo, devido
à uma falta de cumprimento das instruções recebidas do ONS, sob os
Procedimentos de Rede. A fórmula de redução do pagamento deverá estar
baseada no princípio de que o Pagamento mensal da Capacidade deverá ser
proporcional ao número de horas, em cada mês, durante as quais a
capacidade declarada do equipamento estivesse disponível para conexão ao
Sistema Principal de Transmissão, permitindo uma alocação combinada do
tempo de interrupção programada para propósitos de manutenção. Para
evitar qualquer margem de dúvida, não se espera que os Pagamentos por
utilização propostos estejam sujeitos a um escalonamento pela provisão
decrescida de energia reativa.

4 Força Maior

4.1 Se qualquer uma das Partes estiver incapacitada de cumprir qualquer uma de suas
obrigações sob este contrato, devido a circunstâncias de Força Maior, este Contrato
permanecerá em vigor, porém, as respectivas obrigações ficarão suspensas durante
o período correspondente às circunstâncias da Força Maior. A suspensão será
condicional, dependendo de a Parte omissa informar prontamente às outras partes
sobre as circunstâncias da Força Maior e a duração prevista, além de usar o melhor
de seus esforços para corrigir sua incapacidade operacional.

Working Paper 98/2/1-3 45 SEN/Eletrobrás


4.2 Tais eventos poderão incluir:

• “Eventos da Natureza”

• guerras e eventos terroristas;

• eventos de guerra civil;

• eventos ambientais extremos (por exemplo, terremotos); e

• colapso excepcional da planta (não previsível, embora com uso de práticas


adequadas).

[Nós não incluímos o vandalismo como um evento de Força Maior porque os


Concessionários de Transmissão têm o dever de manter seus ativos em boas condições
operacionais, incluindo a necessidade de assegurar proteção adequada.]

5 Responsabilidades

5.1 Esta seção irá cobrir a violação e a inadimplência, o descomissionamento, a


desconexão e a falta de energia de uma Instalação e as responsabiliades.

5.2 Esta cláusula irá definir as condições de violação e inadimplência e estabelecer as


consequências.

5.2.1 As condições de violação e inadimplência irão incluir:

(a) atraso de mais de [sete] dias úteis na efetivação dos pagamentos;

(b) se uma das Partes se tornar insolvente e se o inventariante nomeado


pelo Tribunal não puder garantir que as condições contratuais serão
cumpridas dentro de [28] dias;

(c) se houver omissão no cumprimento de quaisquer dispositivos deste


Contrato de tal forma a trazer consequências financeiras ou
operacionais importantes à outra Parte;

(d) se um das Partes cessar, por quaisquer razões, de ser depositária de


uma autorização, concessão ou licença.

[Esta definição de inadimplência deverá receber emendas para que se torne compatível
com as práticas legais padronizadas no Brasil]

5.2.2 Se o ONS estiver em situação de violação ou inadimplência durante


um período de [6] meses, o Concessionário de Transmissão terá o
direito de solicitar a Liquidação e terá direito a um Pagamento de
Liquidação. O ONS poderá prevenir este processo corrigindo a
violação ou através de uma representação aos Procedimentos de
Resolução de Controvérsias especificados neste Contrato.

Working Paper 98/2/1-3 46 SEN/Eletrobrás


5.2.3 Se um Concessionário de Transmissão estiver em situação de
violação ou inadimplência e se este evento de violação ou
inadimplência trouxer riscos à estabilidade do sistema, o ONS
poderá nomear administradores para gerenciar a rede. Por fim, o
ONS poderá exigir que o Concessionário de Transmissão venda seus
ativos à uma terceira Parte e seus direitos e obrigações, sob este
contrato, serão transferidos a esta terceira Parte. Nestas
circunstâncias, o Concessionário de Transmissão não terá direito a
um Pagamento de Liquidação.

5.3 Esta cláusula deverá cobrir o descomissionamento, a desconexão e a falta de


energia nos Ativos da Rede do CPST.

5.3.1 O ONS deverá conceder ao Concessionário de Transmissão um aviso


prévio, com pelo menos [6] meses de antecedência, a respeito de
qualquer intenção de descomissionamento ou desconexão uma
Instalação.

5.3.2 O Concessionário de Transmissão deverá ter o direito de suspender a


energia de qualquer Instalação para evitar riscos de morte ou
ferimento em qualquer pessoa, danos aos Ativos da Rede do CPST
ou aos ativos de uma Parte Conectada. Este Contrato irá exigir que o
Concessionário de Transmissão reintegre a energia o mais rápido
possível.

5.4 Nenhuma das Partes será responsável perante a outra Parte, por quaisquer perdas ou
danos, indiretos ou consequentes, resultantes da violação deste Contrato por esta
última.

6 Resolução de Controvérsias

6.1 Na eventualidade de uma controvérsia, ambas as Partes concordam em obedecer aos


procedimentos de resolução de controvérsias estabelecidos nos Procedimentos de
Rede.

7 Declarações, Fianças e Garantias

7.1 O Concessionário de Transmissão e o ONS se comprometem mutuamente a obter e


manter todas as Autorizações requeridas por cada uma das Partes para a execução de
suas obrigações, sob este Contrato, e a cumprir todos os requisitos legais.

7.2 As Partes oferecem garantias de estar de posse de total autoridade legal para executar
este Contrato e praticar seus dispositivos: que não existem autos de processo
pendentes contra si; e que a performance deste Contrato foi devidamente autorizada
pelos diretores eleitos.

Working Paper 98/2/1-3 47 SEN/Eletrobrás


8 Condições Gerais

8.1 Nenhuma das Partes poderá transferir ou delegar quaisquer de seus direitos ou
obrigações, sob este Contrato, sem o consentimento prévio, por escrito, da outra
Parte que não poderá, sem justa causa, recusar.

8.1.1 As Partes concordam que, por ocasião da introdução do ONS e da


sua responsabilidade pelo uso do sistema, este Contrato será
transferido ao ONS pela Eletrosul.

(A sub-cláusula acima deverá ser relevante apenas para os CPSTs Iniciais implementados
para a privatização da Gerasul).

8.2 Este Contrato não poderá ser alterado, nem ter nenhum de seus dispositivos
renunciados, exceto através de um acordo, por escrito, assinado pelas Partes.

8.3 O Concessionário de Transmissão estará obrigado a transferir as informações


recebidas do ONS para colaborar no planejamento e na operação do sistema e no
cálculo dos encargos do uso do sistema, sob o CUST e dos Encargos de Prestação
dos Serviços de Transmissão sob este Contrato. Estas informações deverão incluir:

• a especificação técnica dos Ativos da Rede do CPST;

• os dados da medição, necessários para determinar os encargos do uso do


sistema; e

• todas as solicitações de modificações/novas conexões, ofertas de


modificações/novas conexões e avisos de modificações/novas conexões.

8.4 Esta Cláusula irá estabelecer os procedimentos para a submissão de avisos


relevantes, tais como os endereços apropriados aos quais os avisos deverão
ser enviados.

8.5 este Contrato será regido e interpretado, em todos os seus aspectos, em


conformidade com as leis brasileiras.

Cláusulas

S1 Procedimentos de Liquidação

S2 Descrição dos Ativos compreendidos pelos Ativos da Rede do CPST

S3 Especiais características técnicas dos Ativos da Rede do CPST

S4 Medição

S5 Encargos dos Serviços de Transmissão

S6 Responsabilidades dos Concessionários de Transmissão no tratamento das Novas


Conexões aos Ativos da Rede do CPST

Working Paper 98/2/1-3 48 SEN/Eletrobrás


S7 Descrição dos Equipamentos de Compensação Reativa e a Estrutura dos Pagamentos

Cláusula 2: Descrição dos ativos que compõem os Ativos da Rede do CPST

S2 Ativos da Rede do CPST

S2.1 Esta cláusula irá descrever os Ativos da Rede do CPST cobertos por este Contrato.
Os Ativos serão classificados conforme as seguintes categorias:

S2.1.1 Circuitos compreendendo:

• as linhas de alta tensão e as torres que ligam os Transformadores;

• os mecanismos associados com a Distribuição, inclusive os


Disjuntores do Circuito e os Interruptores conectados com o local
de alta tensão da conexão do barramento dos Transformadores; e

• os equipamentos associados à Compensação série.

S2.1.2 Subestações compreendendo:

• Transformadores;

• O local de conexão ao barramento das Subestações;

• Os mecanismos associados de comutação e equipamentos de


proteção tais como disjuntores, chaves, acopladores de barramento
(“bus couplers”) e seções de barramento (“bus sections”)

S2.2 Os limites de um Circuito serão as conexões ao barramento que conectam os ativos


específicos do Circuito aos barramentos da Subestação.

S2.3 Tanto os Circuitos como as Subestações serão posteriormente divididos em


Instalações Operacionais identificadas separadamente (isto é, um único Circuito ou
Subestação). As Instalações Operacionais serão um agrupamento de ativos que irão
fornecer as bases para o pagamento, monitorização da performance e o cálculo do
pagamento dos incentivos.

[As Instalações deverão ser capazes de operar de forma independente e de


fornecer um pacote identificável de Serviços de Transmissão. Os Circuitos Duplos
serão considerados como dois circuitos.]

[O Equipamento da Compensação Paralela será remunerado em conformidade


com o Contrato de Serviços Ancilares e está, portanto, fora do escopo deste
Contrato)

Working Paper 98/2/1-3 49 SEN/Eletrobrás


Cláusula 5: Encargos do Serviço de Transmissão

S5.1 Pagamento Básico

S5.1 Esta Cláusula irá definir um conjunto de pagamentos Básicos, em qualquer ano t.
Os Pagamentos Básicos serão definidos para cada Instalação Operacional i e o total
dos Pagamentos Básicos individuais deverá ser igual ao Pagamento Básico
agregado, no ano t, a ser pago ao Concessionário de Transmissão.

Pagamento Básicot = Pagamento Básico (Circuitos)ti + Pagamento Básico


(Subestações)ti

S5.1.2 O Pagamento Básico para cada Instalação Operadora será dividido em


um montante relativo aos encargos de capital e um montante relativo à
recuperação dos custos operacionais.

Pagamento Básico (Circuitos)ti = Capital (Circuitos)ti + O&M (Circuitos)ti

Pagamento Básico (Subestações)ti = Capital (Subestações)ti + O&M (Subestações)ti

[A separação destes elementos está incluída no Contrato porque irá colaborar


com a transparência, especialmente quando os pagamentos sob os CPST
necessitarem de uma revisão, no decorrer do tempo, para refletir as expansões da
rede e a reclassificação dos ativos. Nós reconhecemos que os pagamentos iniciais,
sob o CPST poderão incluir uma quantia relativamente pequena para remunerar o
investimento do capital depositado.]

S5.1.3 Os Pagamentos Básicos deverão ser revistos anualmente para refletir


o impacto da inflação. Tanto o Capital como os elementos de O&M
serão acrescidos de um montante igual ao preço da inflação ao
consumidor (por exemplo, IGP-M) que tenha ocorrido nos 12 meses
precedentes.

[Uma declaração mais formal da cláusula da indexação deverá ser incluída na


versão final, incluindo a especificação do índice apropriado publicado, e a
obrigação do ONS de notificar ao Concessionário da Transmissão a respeito do
impacto das mudanças calculadas.]

S5.1.4 O Concessionário da Transmissão deverá receber a totalidade do


Pagamento Básico se todas as seguintes condições forem atendidas:

• quando a Permissão da Interrupção Programada não foi excedida;

• quando a Permissão da Interrupção da Frequência não foi


excedida;

• ausência de Interrupções Não Programadas; e

Working Paper 98/2/1-3 50 SEN/Eletrobrás


• quando as Interrupções Programadas que ocorreram durante a
ponta do dia (ponta ou fora de ponta) que tenham sido
concordadas pelas Partes.

S5.1.5 Se qualquer uma das condições acima não forem atendidas, será feita
uma Dedução no Pagamento Básico. As respectivas interrupções serão
consideradas como uma Interrupção Forçada e uma Dedução será feita
de acordo com as fórmulas abaixo. As Deduções serão calculadas
tendo como base cada Instalação individualmente. Todas as Deduções
serão aditivas entre si, exceto que, quando adotadas em conjunto, o
total das Deduções, em qualquer mês, estará limitado ao máximo do
Pagamento Básico total para todos os ativos, para aquele mês.

S5.1.6 Interrupções Forçadas irão consistir as seguintes categorias:

• todas as Interrupções não Programadas;

• todas as Interrupções Programadas que tenham ocorrido uma vez


tenha a Permissão de Interrupção Programada sido utilizada
totalmente;

• todas as interrupções que ocorreram uma vez tenha a Permissão


de Programada de Frequência sido totalmente utilizada; e

• todas as interrupções que ocorreram durante os períodos de ponta


quando haviam sido programadas para ocorrer em períodos fora
do ponta.

(b) Se uma interrupção estiver classificada, por qualquer razão,


como uma Interrupção Forçada, não será computada contra a
Permissão de Interrupção Programada do Concessionário de
Transmissão.

S5.1.7 As Deduções serão feitas a partir do Pagamento Básico, para


qualquer Instalação i, em qualquer mês, de acordo com a seguinte
fórmula:

D1 m = D(Ponta)1 m + D(Fora do Ponta)1 m

Onde:

D(Ponta)1 m = à Dedução relacionada com as Interrupções Forçadas que


ocorreram durante os períodos de ponta; e

D(Fora do Ponta)1 m = à Dedução relacionada com as Interrupções


Forçadas que ocorreram fora dos períodos de ponta.

5.1.8 O nível das Deduções será determinado pelas seguintes fórmulas:

D(Ponta)1m = (FO(Ponta)1 m (horas) / 8760) * BP1ano* 2

Working Paper 98/2/1-3 51 SEN/Eletrobrás


D(Fora do Ponta)1m =(FO(FP)1m (horas) / 8760) * BP1 ano * 1

Onde: FO (horas) representa a duração da Interrupção Forçada durante horas


ou parte de horas; e
BP1 anos representa o Pagamento Básico para a Instalação i calculado
durante o respectivo ano.

[De acordo com esta cláusula, cada hora da interrupção Forçada, que
ocorra durante um período fora do ponta, levará à perda de uma hora de seu
valor no Pagamento Básico; cada hora de uma Interrupção Forçada que
ocorra durante o período de ponta levará à perda de duas horas de seu valor
no Pagamento Básico. Desta maneira, existe um incentivo para evitar as
Interrupções Forçadas, especialmente aquelas que ocorrem nos períodos de
ponta.]

[A estrutura proposta dos pagamentos permite “penalidades” ao


Concessionário de Transmissão, porém, não tem efeito contrário para a
boa performance. Isto é considerado aceitável porque as penalidades foram
estabelecidas em níveis bem baixos: por exemplo, se um quarto das
Instalações de um Concessionário de Transmissão tiver Interrupções
Forçadas fora do ponta, de 20 horas em um ano, a perda do Pagamento
Básico deverá totalizar 0,6% deste pagamento. No entanto, a estrutura
deverá ser suficiente para incentivar medidas corretivas no caso de
problemas persistentes.]

S5.2 Parâmetros

S5.2.1 As Partes reconhecem que os parâmetros incluídos nesta Cláusula


deverão ser usados para o período inicial de (5) anos. Antes do
término do período inicial, as Partes deverão reconsiderar os valores à
luz da experiência operacional, sob este contrato, e renegociar em
conformidade. Na eventualidade de não haver uma concordância sobre
os valores revistos dos parâmetros, a ANEEL terá o direito de
determinar os valores apropriados e sua decisão será definitiva. Os
parâmetros revistos serão reconsiderados a cada (5) anos.

S5.2.2 Esta seção irá apresentar os valores básicos para todos os parâmetros
utilizados no cálculo dos pagamentos, sob este Contrato.

Working Paper 98/2/1-3 52 SEN/Eletrobrás


Quadro S5.1: Permissões para os Circuitos:

Permissões de Interrupções Programadas e Permissões de Interrupção de Frequência -


Circuitos
Tensão no Circuito Permissão de Permissão de
Interrupções Interrupções de
Programadas (horas) Frequência
(Número)
Circuito AC 230kV (30) (12)
345kV (20) (12)
440kV (20) (12)
500kV (20) (12)
750kV (20) (12)
Circuito DC 600kV (45) (15)
[Os parâmetros neste Quadro são apenas indicativos e estão relacionados com dados de Furnas,
1996. Os parâmetros deverão ser revistos para assegurar que sejam amplamente representativos do
sistema]

S5.2.2.1 As Permissões de Interrupção Programada não Utilizadas,


relacionadas com cada Instalação Operacional, poderão ser
transferidas para o ano seguinte, sujeitas a uma transferência
máxima de (10) porcento da permissão anual;

S5.2.2.2 As Permissões de Interrupção de Frequência não poderão ser


transferidas para o ano seguinte.

Quadro S5.2 Permissão para as Subestações

Permissões de Interrupção Programada e Permissões de Interrupção de Frequência


(Categoria da Subestação) Permissão de Interrupção Permissão de Interrupção da
Programada (Horas) Frequência
(Número)
(TBA) (TBA) (1)
TBA = A ser concordado

Cláusula 6: Provisões relacionadas com as novas conexões

S6.1 Esta Cláusula irá detalhar as responsabilidades dos Concessionários de Transmissão


no tratamento das aplicações de novas conexões aos Ativos da Rede do CPST.

S62 As Partes que estiverem desejando conexão ao sistema de transmissão, deverão fazer
uma solicitação de conexão, ao ONS, para serem aprovadas. Uma vez o ONS tenha
aprovado a solicitação, a parte interessada poderá escolher prover a conexão às suas
próprias custas, em obediência às condições técnicas especificadas pelo respectivo
Concessionário, ou contratar com o Concessionário para que este forneça o Ativo de
Conexão. O Concessionário de Transmissão deverá oferecer condições financeiras e
comerciais à Parte interessada em fazer conexão aos Ativos da Rede do CPST.

Working Paper 98/2/1-3 53 SEN/Eletrobrás


S6.3 As seguintes condições deverão ser aplicadas em relação ao processo, a fim de
assegurar conexões de transmissão conforme estão relacionadas com as obrigações
do Concessionário de Transmissão:

S6.3.1 O Concessionário deverá apresentar ao interessado uma oferta formal


de conexão dentro de (45) dias a partir do recebimento da solicitação
para conexão e dos dados que a justificam, sendo que ambos deverão
receber o endosso do ONS;

S6.3.2 A oferta do Concessionário deverá propor condições técnicas e


comerciais para a execução da conexão nas Instalações de
transmissão de sua propriedade, dentro da zona geográfica
especificada em seu contrato de Concessão; a oferta do
Concessionário deverá descrever os trabalhos e as autorizações
necessárias e, qualquer medição, comutação, processamento de
dados e outros requisitos técnicos que sejam necessários
independendo de quem forneça a conexão; e a data do término e os
encargos a serem incorridos se o Concessionário proporcionar a
conexão. O Concessionários deverá, também, enviar dentro de (15)
dias da solicitação, quaisquer informações sobre a rede do
Concessionário que sejam razoavelmente requeridas por qualquer
parte para permitir a esta última fazer uma solicitação ou um acordo
para a conexão;

S6.3.3 os encargos de conexão, propostos através da oferta do


Concessionário, deverão estar baseados nos custos padronizados de
tais ativos de conexão e em uma taxa razoável de retorno. A ANEEL
deverá estabelecer e publicar os custos padronizados para as
configurações típicas e o Concessionário deverá usar estes custos
padronizados na determinação de sua oferta. A ANEEL deverá
estabelecer e publicar as taxas de retorno que o Concessionário deverá
utilizar; o Concessionário deverá oferecer ao interessado encargo de
conexão estabelecidos como pagamentos mensais iguais à anuidade
(dividida por 12) correspondentes à vida útil prevista do ativo,
descontada uma taxa razoável de retorno especificada pela ANEEL. O
interessado e o Concessionário poderão formalizar entre si diferentes
termos de pagamento. As partes poderão concordar em que os
encargos de conexão sejam deduzidos a partir de um processo de
licitação entre os concorrentes e que será realizado pelo direito de
construir a conexão;

S6.3.4 o Concessionário deverá enviar uma cópia de sua oferta ao ONS. Esta
cópia poderá excluir detalhes de quaisquer acordos comerciais entre o
Concessionário e o interessado;

S6.3.5 os interessados deverão ter o direito , porém não a obrigação, de


aceitar a oferta do Concessionário. Os interessados deverão ter o
direito de assumir a responsabilidade por suas próprias conexões.
Poderão construir possuir e operar suas próprias conexões, sujeitas aos
Padrões Técnicos, ou sub-contratar qualquer uma dessas atividades;

Working Paper 98/2/1-3 54 SEN/Eletrobrás


S6.3.6 se um interessado aceitar a oferta do Concessionário, este
Concessionário deverá fornecer a conexão, sob os termos
especificados na oferta e incorporados em um Contrato de Conexão à
Transmissão; e

S6.3.7 os custos que forem razoavelmente incorridos pelo Concessionário, ao


formular sua oferta, poderão ser recuperados do interessado.

Working Paper 98/2/1-3 55 SEN/Eletrobrás


Minuta do Contrato de Serviços Ancilares (CSA)
[O objetivo principal desta minuta de Contrato de Serviços Ancilares é o de descrever um modelo
de contrato necessário ao setor elétrico reestruturado. Parte-se do pressuposto que o ONS já tenha
sido estabelecido e que os Procedimentos de Rede já tenham sido completados e aprovados;
portanto, quando apropriado, fará referências ao ONS e aos Procedimentos de Rede. Na
eventualidade de que os Procedimentos de Rede ainda não tenham sido completados, à época em
que os primeiros CSAs forem necessários, as referências feitas aos Normas do GCOI ou a seus
respectivos anexos poderão, quando necessário, ser substituídas por referências aos Procedimentos
de Rede.

Nós acreditamos que a versão final dos Contratos Iniciais irá permitir uma transição do
fornecimento de Serviços Ancilares, feito pelos Concessionários da Geração de forma compulsória,
para um fornecimento em bases comerciais, conforme os CSAs, e com um ajuste proporcional do
preço da energia que será pago aos geradores a fim de reproduzir os contratos comerciais
modificados.

Quanto ao fornecimento de Potência Reativa como um Serviço Ancilar, nós propomos que todo o
equipamento de compensação da derivação (isto é, capacitores fixos e comutados, Sistemas
Estáticos de VAr e Compensadores Síncronos), de propriedade de um Concessionário de
Transmissão, seja desverticalizado de outros ativos e remunerado através de um CSA, ao invés de
serem incluídos junto aos outros ativos cobertos pelos Contratos de Serviço de Transmissão. No
entanto, para o cronograma específico da privatização da Eletrosul, nós propomos a inclusão de
dispositivos específicos no CPST cobrindo a remuneração do equipamento de compensação que
iria, posteriormente, tornar-se objeto de um CSA em separado, uma vez a estrutura geral e os
dispositivos do CSA tenham sido aceitos para o setor.

Acredita-se que, no futuro, um CSA em separado será introduzido para cada Planta de Geração de
Despacho Central e para cada Planta de Compensação conectada com a Transmissão.

O mecanismo da remuneração pelos Serviços Ancilares de Reserva Girante e de Reserva


Permanente será conduzido através dos Regulamentos do MAE, no que diz respeito aos
Pagamentos de Utilização, por razões que serão discutidas em notas detalhadas contidas neste
documento. Nós prevemos, todavia, que ao final, será desenvolvida uma estrutura de pagamentos
baseada em critérios específicos de performance da planta. Esta estrutura poderia incluir
pagamentos baseados na capacidade da planta de fornecer características específicas de resposta
à uma determinada freqüência - tais Pagamentos de Capacidade seriam realizados através do CSA
e os Pagamentos de Utilização continuariam a ser administrados pelo MAE.

Nós observamos que existe a opção de processar todos os pagamentos de Reserva fora do MAE
ampliando, dessa maneira, o escopo do CSA. Isto poderia oferecer algumas vantagens pelo fato de
reduzir a complexidade do interface entre o CSA e os Regulamentos do MAE, na área de Serviços
Ancilares. Nós acreditamos, no entanto, que os ganhos de eficiência produzidos pela combinação
dos pagamentos estimados da Reserva com os cálculos da instalação da energia, processados
através do MAE, tornariam mais conveniente que o elemento Utilização nos pagamentos da
Reserva fosse tratado conforme os Regulamentos do MAE ao invés do CSA. Nas notas incluídas
nesta minuta de Contrato, nós desenvolvemos propostas para os Contratos de Pagamento Inicial e
Final que deverão estar reproduzidas no desenvolvimento dos Regulamentos do MAE. A fim de que
os CSAs se tornem compatíveis, no que diz respeito à sua cobertura da Reserva como um Serviço

Working Paper 98/2/1-3 56 SEN/Eletrobrás


Ancilar, nós recomendamos que sejam formalizados CSAs entre o ONS e todos os Geradores do
Despacho Centralizado sobre o fornecimento de Reserva, tanto nos mecanismos de de pagamento
inicial quanto final, para assegurar que os direitos do ONS de solicitar serviços de Reserva estejam
claramente definidos.]

As Partes e os Considerandos

A celebração deste contrato irá estabelecer as partes contratantes e declarar os considerandos


apropriados. Estes considerandos irão fazer referências a qualquer transferência futura que se
pretenda do contrato e à sua respectiva legislação.

As partes contratantes serão, de um lado, um Concessionário de Geração, um Concessionário de


Transmissão ou um proprietário privado de uma Planta de Compensação, como Fornecedores de
Serviços Ancilares, e de outro lado o ONS.

Os respectivos considerandos poderão incluir:

• a eventualidade de o Fornecedor ser ou um Concessionário de Geração, ou um


detentor de licença, proprietário de uma Planta de Geração no Despacho
Central (um “Fornecedor G”), ou um Concessionário de Transmissão (um
“Fornecedor T”) ou um proprietário privado proprietário de uma Planta de
Compensação síncrona ou estática;

• a eventualidade de ONS ser um organismo estabelecido para planejar, operar e


controlar o sistema de transmissão de maneira segura, estável e confiável:

• a eventualidade de o Fornecedor ser solicitado a proporcionar certos Serviços


Ancilares, sob os dispositivos dos Procedimentos de Rede e/ou de ter
contratado o fornecimento de outros Serviços Ancilares não compulsórios;

• a eventualidade de o ONS ter contratado o pagamento por tais Serviços


Ancilares, segundo índices definidos nas Cláusulas deste Contrato;

• a eventualidade de o Fornecedor, no caso do Fornecedor G, ter formalizado


um Contrato de Conexão à Transmissão com o respectivo Concessionário de
Transmissão;

• a eventualidade de o Fornecedor, no caso do Fornecedor G, ter formalizado


um Contrato de Uso do Sistema de Transmissão com o ONS;

• a eventualidade de o Fornecedor, no caso do Fornecedor G, ser um signatário


do CMAE e que tenha acedido em cumprir os Regulamentos do MAE; e

• a eventualidade de o Fornecedor, no caso de um proprietário privado de uma


Planta de Compensação, ter formalizado um Contrato de Conexão à
Transmissão com o respectivo Concessionário de Transmissão.

Working Paper 98/2/1-3 57 SEN/Eletrobrás


1 Definições e premissas

1.1 Esta seção irá definir quaisquer termos técnicos utilizados no Contrato e estabelecer as
premissas sobre as quais o Contrato está baseado.

1.2 O Contrato foi elaborado com termos de “Fornecedores” quando os Fornecedores forem ou:

• Geradores proprietários de Plantas capazes de contribuir à provisão de


instalações de Potência Reativa, Reserva ou de “Black Start” (Fornecedores
“G”); ou

• Concessionários de Transmissão proprietários de Plantas de Compensação


estática ou síncrona capazes de fornecer Potência Reativa (“Fornecedores T”);
ou

• Proprietários privados proprietários de Plantas de Compensação estática ou


síncrona capazes de fornecer Potência Reativa.

Para evitar qualquer margem de dúvida, nós não prevemos que o equipamento de
compensação série seja remunerado sob o CSA - este equipamento deverá ser incluído ao
lado dos ativos da linha de transmissão sob a cobertura do CPST.

[Para os propósitos de formalização de um CSA, os Proprietários privados de Plantas de


Compensação poderiam estar isentos da exigência de qualquer forma de concessão ou, ainda,
considerados como uma classe especial de Concessionário de Transmissão. Em qualquer um dos
casos, no entanto, eles necessitariam formalizar um CCT com o respectivo Concessionário de
Transmissão local, em cujo sistema sua Planta de Compensação tenha sido conectada. Nesta
minuta, os dispositivos exigidos para tais incorporados privados de uma Planta de Compensação
poderão ser considerados equivalentes àqueles que se aplicam aos Fornecedores T, exceto quando
especificamente indicado em contrário.]

1.3 Outras premissas incluem o seguinte:

1.3.1 será incluído um dispositivo no CMAE e/ou nos Regulamentos do


MAE, como for apropriado, para que os pagamentos pela Reserva ou
Potência reativa sejam feitos através do ASCLE;

1.3.2 os Procedimentos de Rede têm competência para definir os requisitos


técnicos relacionados com o uso e a operação da Planta de geração e
de compensação, em conjunto com o sistema de transmissão; e

1.3.3 um CCT formalizado por um Fornecedor G, com referência aos


respectivos Procedimentos de Rede, irá definir os contratos de
medição que forem adequados para determinar os pagamentos
devidos pelos Serviços Ancilares.

[Considerando-se que um Concessionário de Transmissão não irá formalizar um CCT com


respeito ao seu próprio equipamento de compensação, uma premissa subjacente terá
necessariamente de ser aquela Cláusula [9] do CSA, e as seções específicas dos Procedimentos de

Working Paper 98/2/1-3 58 SEN/Eletrobrás


Medição (contidos nos Procedimentos de Rede), que irão definir com detalhes adequados os
contratos de medição exigidos para determinar os pagamentos devidos pelos Serviços Ancilares
fornecidos pelo equipamento de Compensação Síncrona ou estática. Para os Proprietários
privados de Plantas de Compensação, os CCTs irão incluir os respectivos requisitos de medição.

Inicialmente, nós propomos que os pagamentos, com respeito ao equipamento de compensação


estática, sejam baseados na capacidade, isto é, não haveria uma exigência de medição de MVARh
com propósitos de pagamento. Para simplificar, os pagamentos da capacidade poderiam estar
baseados nos índices da placa identificadora do equipamento de compensação. Estes dados
poderiam ser combinados com um indicador de disponibilidade da Planta, calculado a partir dos
registros operacionais do ONS, para estimar o pagamento mensal da capacidade.

No futuro, no entanto, se a estrutura de pagamentos dos Serviços Ancilares evoluir em direção a


pagamentos por utilização, assim como (ou ao invés) pagamentos por capacidade, tal medição irá
se tornar um requisito.]

2 Objeto, vigência e condições de validade

2.1 O objetivo deste Contrato é o de estabelecer um contrato para especificar os Serviços


Ancilares que deverão ser fornecidos ao ONS pelos Fornecedores, com respeito à Potência Reativa,
à Reserva e à capacidade de “Black Start”, além das bases comerciais para a remuneração destes
Fornecedores.

2.2 Uma Cláusula a este Contrato (Cláusula [1]) irá identificar os respectivos ativos cobertos
pelo CSA, em relação a cada Fornecedor T e Fornecedor G. Os principais ativos que contribuem
para a capacidade de fornecer Serviços Ancilares que serão remunerados, sob o CSA,
compreendem:

• todo equipamento de compensação derivação estática, inclusive capacitores


fixos ou comutados e reatores, assim como os Sistemas Estáticos de VAr;

• as Plantas de Geração que tenham capacidade para operar em forma de


Compensação Síncrona;

• as Plantas de Compensação Síncrona (que não sejam as Plantas Geradoras


operando em forma de Compensação Síncrona);

• as Plantas de Geração capazes de contribuir para o controle da tensão e para a


provisão da Reserva;

• as Plantas de Geração participantes dos contratos do Controle Automático da


Geração (CAG); e

• as Plantas de Geração capazes de fornecer capacidade de “Black Start”.

[Os equipamentos de compensação série, tal como as Plantas de EHV associadas com a
interligação de Itaipu e aquelas planejadas para serem incluídas no esquema de interligação
Norte-Sul, deverão ser considerados como ativos da rede de transmissão e remunerados de acordo
com os respectivos CPSTs.]

Working Paper 98/2/1-3 59 SEN/Eletrobrás


2.3 O contrato estará em vigor até que seja liqüidado, ou como resultado de uma das partes se
encontrar em situação de violação ou inadimplência ONS Contrato ou se o Contrato se tornar
desnecessário devido ao descomissionamento ou à desconexão da Planta do respectivo Fornecedor.
Para todos os casos de liqüidação, os Procedimentos de Liquidação contidos na Cláusula [2] deste
Contrato deverão ser observados pela parte que der início à liqüidação.

2.3.1 O Contrato poderá ser liqüidado por qualquer das partes se a outra
parte estiver em situação de violação ou de inadimplência. As
condições que definem violação ou inadimplência ONS Contrato serão
fornecidas posteriormente no Contrato.

2.3.2 O Contrato poderá ser liqüidado por qualquer das partes desde que o
Fornecedor tenha sido descomissionado ou tenha desconectado seu
equipamento.

2.4 As condições de validade irão incluir a exigência de os Fornecedores G formalizarem um


CCT e um CUST e de serem signatários do CMAE. Os Proprietários privados de uma Planta de
Compensação deverão exigir um CCT e um CUST, formalizado com o Concessionário de
Transmissão ao qual seu equipamento esteja conectado.

[Todos os dispositivos necessários para promover os pagamentos aos Fornecedores T pela


produção de Energia Reativa (e aos Fornecedores G pela Potência Reativa e pela provisão de
elementos de Reserva não relacionados com a energia e “Black Start”) deverão ser cobertos pelo
CSA. No caso de Fornecedores que não sejam signatários do CMAE (tais como os Fornecedores T
ou os Proprietários privados de Plantas de Compensação) uma Cláusula do CSA deverá definir os
procedimentos de transferência de recursos decorrentes da provisão de potência reativa].

2.5 Os Fornecedores T e os Proprietários privados de uma Planta de compensação irão


necessitar de contratos, para a demanda de energia das Plantas de Compensação Síncrona e estática,
a fim de cobrir as perdas de potência e de energia através desses dispositivos. Estes contratos
deverão ser na forma de contratos de fornecimento com um D/C, baseados no consumo medido de
energia de cada respectiva Planta de Compensação. Deverá ser exigida uma prova da existência
destes contratos como uma condição de validade do CSA.

[A questão sobre com quem um Fornecedor T poderia formalizar um contrato para o


fornecimento de energia para um local de compensação deveria ser tratada da mesma forma como
para qualquer outro local da subestação; geralmente, tais locais requerem fornecimentos
convencionais de baixa tensão, a partir da rede local de distribuição, para os serviços da Planta
tais como iluminação, aquecimento/ar condicionado e acessórios gerais. As perdas no equipamento
de transformação, que fazem a conexão do equipamento de compensação à rede de transmissão,
deverão ser medidas e cobradas de um Comercializador, como parte de sua quota do MAE - o
Comercializador, em seguida, deverá cobrar o Fornecedor T, provavelmente, de acordo com uma
taxa diferente daquela aplicada aos fornecimentos em tensões de distribuição. Para simplificar, nós
sugerimos que os Comercializadores ficassem isentos dos encargos de transmissão, no que diz
respeito ao fornecimento em tensão de transmissão às Plantas do Fornecedor T e àquelas Plantas
associadas com as Plantas privadas de compensação.]

Working Paper 98/2/1-3 60 SEN/Eletrobrás


2.6 Para evitar qualquer margem de dúvida, os Fornecedores G não necessitarão de contratos
para o fornecimento da energia relacionada com seu consumo real, para quando estiverem operando
na forma de Compensação Síncrona; este consumo deverá ser cobrado de acordo com o preço
corrente do MAE , conforme os regulamentos comerciais do MAE.

3 Provisão e Pagamento pelos Serviços Ancilares

[Nesta estrutura geral de CSA, esta cláusula cobre a provisão de Potência Reativa, Reserva e de
Capacidade de “Black Start” pelos Fornecedores G, e de Potência Reativa pelos Fornecedores T e
Proprietários privados de Plantas de compensação. CSAs específicos deveriam ser elaborados de
forma a incluir somente as cláusulas respectivas concernentes à parte signatária do contrato e aos
serviços oferecidos pelos seus equipamentos.]

(i) Provisão de Potência Reativa - Fornecedores G

3.1 O Fornecedor G concorda em fornecer Capacidade de Potência Reativa, a partir de sua


Planta Geradora (inclusive, quando for o caso, a operação da Planta Geradora na forma de
Compensação Síncrona) e de usar tal capacidade para fornecer Potência Reativa quando solicitado
pelo ONS.

3.2 O Fornecedor G concorda em que a capacidade de sua Planta de fornecer Potência Reativa
dentro dos Limites Comerciais, em níveis específicos de produção de MW de Potência Reativa (a
Capacidade de Potência Reativa da Planta) seja tal como foi detalhada na Cláusula [3].

3.3 Nos casos em que, em conseqüência de mudanças nos níveis de tensão do sistema, o
Fornecedor G estiver operando fora de sua Capacidade de Potência Reativa e impossibilitado de
cumprir a solicitação do ONS de despacho de potência reativa, este Fornecedor G somente ajustar a
quantidade de VArs indutivos ou capacitivos produzidos em sua Planta com a concordância do
ONS, de acordo com os respectivos dispositivos dos Procedimentos de Rede G5 - Despacho em
Tempo Real e Controle do Sistema.

3.4 Nada existe neste contrato que possa isentar o Fornecedor G de sua obrigação de fornecer
um mínimo de Capacidade Reativa, tal como foi especificado nos Procedimentos de Rede G3 -
Condições de Conexão, a não ser que uma derrogação específica tenha sido concedida pelo ONS.
Na eventualidade de uma controvérsia entre este Contrato e os Procedimentos de Rede, e na
ausência de qualquer derrogação os Procedimentos de Rede prevalecerão.

3.5 Apesar das cláusulas 3 e 4, o Fornecedor G poderá alterar sua capacidade declarada de Var
indutiva ou capacitiva, de acordo com os dispositivos dos Procedimentos de Rede G3 (Condições de
Conexão) e G5 (Despacho em Tempo Real e Controle do Sistema).

[Notas

• a declaração sobre a Capacidade Reativa no Ponto de Medição, entre a


Planta Geradora e o Sistema Principal de Transmissão, irá exigir uma
coordenação cuidadosa com os Procedimentos de Rede. Quaisquer definições
referentes a quantidades nos barramentos do gerador irão necessitar um
ajuste no Ponto de Medição, através de uma fórmula apropriada;

Working Paper 98/2/1-3 61 SEN/Eletrobrás


• atualmente, as solicitações de despacho de potência reativa ainda não são
emitidas no Brasil através dos Centros Regionais de Controle - os níveis
ideais de tensão são estabelecidos para nós específicos na rede e os geradores
recebem instruções para mantê-los de tal forma. As instruções sobre o
despacho de potência reativa, que deverão ser definidas nos Procedimentos
de Rede, poderão incluir especificações do ONS a respeito de um ponto fixo
de tensão para o Regulador Automático de Tensão da Planta geradora ou
instruções à Planta para que mantenha um fator fixo de potência.]

3.6 O ONS deverá ter o direito de solicitar ONS Fornecedor G, a qualquer tempo, o
fornecimento de VArs indutivos ou capacitivos de sua Planta de Geração. Estas solicitações deverão
ser feitas de acordo com o procedimento detalhado nos Procedimentos de Rede G5 (Despacho em
Tempo Real e Controle do Sistema).

3.7 O ONS não deverá ter permissão para emitir solicitações exigindo que o Fornecedor G
produza VArs indutivos ou capacitivos que excedam à Capacidade Reativa de sua Planta de
Geração, tal como foi definida na Cláusula [3] ou através de qualquer declaração de capacidade
revista posteriormente pelo Fornecedor G.

(i) Princípios de Pagamento pela Potência Reativa - Fornecedores G

[Nós propomos que, inicialmente, os CSAs deveriam remunerar a provisão de Potência Reativa
baseada na Capacidade Reativa e na Utilização, para a Compensação Síncrona e a Planta de
Geração, e apenas para a Capacidade para os dispositivos de compensação estática (capacitores,
reatores e SVSs). A estrutura de pagamentos poderá evoluir para incluir pagamentos por utilização
dos dispositivos estáticos, se isto for considerado necessário, através da experiência ganha na
comercialização dos Serviços Ancilares no Brasil.

Alguns fatores fazem com que esta abordagem seja apropriada, incluindo:

• o desejo de evitar a complexidade da medição de todos os dispositivos


estáticos para produção/absorção de MVArh:

• os custos varáveis relativamente baixos que são incorridos na operação dos


dispositivos estáticos (sendo principalmente aqueles relacionados com as
tarefas de manutenção associadas com algumas operações de comutação
executadas pela Planta e com as perdas de energia que ocorrem na
transformação quando a Planta é conectada ao sistema);

• os custos variáveis mais significativos que se originam dos custos do consumo


de energia e de manutenção relacionados com a Compensação Síncrona,
sejam eles os equipamentos mencionados ou a Planta Geradora operando em
forma de Compensação Síncrona; e

• a necessidade de identificar e remunerar os níveis de utilização de potência


reativa das Plantas de Geração que resultam em uma redução da capacidade
real de geração de potência da Planta.

3.8 Os pagamentos feitos ao Fornecedor G tomarão a forma de:

Working Paper 98/2/1-3 62 SEN/Eletrobrás


• um Pagamento de Capacidade com respeito à capacidade da Planta Geradora
de produzir VArs capacitivos;

• um Pagamento de Capacidade com respeito à capacidade da planta Geradora


de produzir VArs indutivos; e

• um Pagamento de Utilização com respeito ONS número de MVArh produzido


ou absorvido pela Planta.

3.9 Os Pagamentos de Capacidade estarão relacionados com os custos fixos de fornecer


capacidade de geração de Potência Reativa, sujeitos às cláusulas 3.10 e 3.11 abaixo. Tais custos
fixos deveriam estar razoavelmente relacionados com os custos de manutenção associados com
AVR e com o equipamento de excitação inclusive os custos de oportunidade das interrupções de
geração causados unicamente pela necessidade de manter tais equipamentos.

[Nós propomos que os custos acima deveriam ser estimados com (um) ano de antecedência através
do cálculo dos custos fixos de provisão de potência reativa ao longo do sistema como um todo e
comparando a média destes custos com o custo unitário de MVAr de capacidade de geração de
Potência Reativa, entre todos os geradores, independente do tipo de Planta.

Nós observamos que os trabalhos que estão realizados pela CEPEL, atualmente, têm procurado
identificar as variações regionais das necessidades de potência reativa que seriam apropriadas
para serem refletidas nas tarifas. Seria adequado que, em seu devido tempo, a estrutura de
pagamentos aos geradores evoluísse nesta direção.]

3.10 Os Pagamentos por Capacidade não deverão ser feitos com respeito à geração compulsória
de capacidade de VAr, contida nos dispositivos dos Procedimentos de Rede G3 - Condições de
Conexão. Os pagamentos, no entanto, deverão ser feitos com respeito à capacidade ampliada de
geração de Potência Reativa que foi tornada disponível como conseqüência da carga parcial (“part-
loading”) de qualquer Planta de geração ou da operação da planta em forma de Compensação
Síncrona, independente da quantidade de energia reativa realmente gerada durante os tais períodos
de carga parcial (“part-loading”).

3.11 Se um gerador concordar em modificar o projeto de uma nova Planta Geradora a fim de
fornecer uma capacidade ampliada de geração de Potência Reativa, de acordo com um índice de
produção de MW, ou em operar como um Compensador Síncrono, poderia ser apropriado que os
custos fixos decorrentes fossem refletidos em um Pagamento de Capacidade que seria aplicado
proporcionalmente à capacidade de geração de Potência Reativa que excedesse aos requisitos
mínimos estabelecidos nos Procedimentos de Rede.

3.12 Os Pagamentos por Utilização estarão relacionados com os custos variáveis da geração de
Potência Reativa que, segundo se considera, irão incluir:

• as perdas adicionais de energia incorridas pela Planta de Geração e pelo


equipamento de transformação, resultantes da operação em um outro fator de
potência que não fosse o da Planta;

Working Paper 98/2/1-3 63 SEN/Eletrobrás


• os custos do consumo de energia da Planta Geradora operando em forma de
Compensação Síncrona;

• os custos de manutenção incorridos em conseqüência da geração real de


MVArs, inclusive qualquer redução na provável vida operacional da Planta de
Geração e de seus equipamentos associados; e

• os custos de oportunidade pela redução da geração de MWh de uma Planta,


por solicitação do ONS, a fim de fornecer uma capacidade ampliada de
geração de Potência Reativa, de acordo com as características operacionais do
gerador.

[Nós propomos que, tal como no caso dos Pagamentos por Capacidade, os cálculos sejam feitos
com [um] ano de antecedência para avaliar os custos totais incorridos pelos geradores na
provisão de energia reativa ONS sistema, baseados em um único preço estimado do MAE, para
calcular os custos das perdas de energia e os custos de oportunidade das (provavelmente raras)
ocasiões em que a geração de MWh dos geradores tivesse sido restringida, de forma descendente,
para fornecer uma geração ampliada de potência reativa. Os custos totais resultantes poderiam,
então, ser divididos pelo fornecimento anual de energia reativa para calcular um montante, por
MVArh, a ser aplicado aos Pagamentos de Utilização aos Fornecedores G, independentes do tipo
de geração.

Seria importante fazer uma distinção entre uma redução do despacho de uma Planta por razões
específicas de procurar ampliar a geração de potência reativa e uma redução do despacho devida
às Limitações de Transmissão e à necessidade de Reserva, que estão sujeitas a contratos separados
de remuneração, conforme os Regulamentos do MAE e do CSA.]

3.13 Para evitar qualquer margem de dúvida, as Plantas de Geração do Despacho Central deverão
receber uma remuneração, em conformidade com os dispositivos do CMAE, para qualquer
produção de MWh associada com a provisão de MVArs ao sistema. A produção de MVArh será
remunerada de acordo com o CSA.

3.14 A Cláusula [4] define os pagamentos de Capacidade Reativa e de Utilização que serão
aplicados segundo este Contrato.

3.15 Um mecanismo será necessário para permitir que os pagamentos pela Capacidade Reativa
sejam reduzidos na eventualidade da ausência de provisão contratada de geração de capacidade de
Potência Reativa por um Fornecedor G devida, por exemplo, à omissão de cumprir as solicitações
do ONS, sob os Procedimentos de Rede, relacionadas com a comutação de um AVR dentro de uma
forma apropriada para facilitar a provisão de Potência Reativa variável ou com a manutenção de um
fator de potência contratado de operação.

3.16 A fórmula de redução de pagamento deverá estar baseada no princípio de que o Pagamento
mensal da Capacidade será reduzido de acordo com o período em cada mês durante o qual a
Capacidade de Potência Reativa notificada pela Planta de Geração estivesse indisponível ao ONS,
em vista da permissão contratada de alocação de um período programado de interrupção para fins de
manutenção, excluindo os períodos em que a Planta Geradora estivesse fora do despacho ou
operando com restrição, porém com oferta de suas disponibilidades técnicas. A indisponibilidade de
Capacidade Reativa pode ser classificada da seguinte maneira:

Working Paper 98/2/1-3 64 SEN/Eletrobrás


3.16.1 Declaração revista da Capacidade Reativa - quando um valor inferior ONS que foi
contratado de Capacidade de Reativa tenha sido declarado pelo Fornecedor G para
um determinado período. Os Pagamentos de Capacidade deverão ser reduzidos
durante o respectivo período em proporção à redução da Capacidade Reativa
notificada.

3.16.2 Omissão de comutar um Regulador Automático de Tensão à forma de controle de


tensão, quando solicitado pelo ONS, dentro dos dispositivos dos Procedimentos
de Rede. Nesta eventualidade, os Pagamentos de Capacidade da planta deverão ser
considerados igual a zero durante o respectivo período de inobservância.

3.16.3 Omissão de manter um fator de potência contratado de operação, quando o ONS


tenha solicitado que um Regulador Automático de Tensão seja instalado para
controlar o fator de potência. Nesta eventualidade, a Capacidade Reativa da planta
deverá ser considerada como zero durante o período de omissão.

[Os dispositivos das sub-cláusulas 3.16.2 e 3.16.3 têm o propósito de incentivar, tanto quanto
possível, a observância do Gerador G às solicitações do ONS, com respeito à provisão de potência
reativa.]

3.17 Para evitar qualquer margem de dúvida, não se supõe que os Pagamentos por Capacidade
estejam sujeitos a um escalonamento pelo fornecimento reduzido de energia reativa.

3.18 Deverão ser feitas referências à Planta, sob os Procedimentos de Rede, para que o ONS
possa requerer, periodicamente, aos Fornecedores G uma prova da capacidade reativa de sua Planta.
Se a Planta do Fornecedor G não apresentar a referida prova de reativa, haveria margem para uma
redução nos pagamentos devidos de capacidade, sob o CSA, até o momento em que uma ação
corretiva apropriada tivesse sido implementada pelo Fornecedor G. A incapacidade permanente de
fornecer os serviços contratados através do CSA reverteria em uma razão fundamentada para a
liqüidação do Contrato pelo ONS.

(i) Provisão de Potência Reativa - Fornecedores T

[Os dispositivos deste Contrato, em relação à Compensação Síncrona e Estática, são amplamente
similares àqueles para o fornecimento de Potência Reativa pelos Fornecedores G, com
simplificações apropriadas para a Compensação Estática, para refletir a natureza dos
equipamentos. Note-se que, no decorrer desta seção, os requisitos com respeito aos Proprietários
privados de equipamento de compensação poderão ser considerados idênticos àqueles para os
Fornecedores T.]

3.19 O Fornecedor T concorda em fornecer Capacidade de Potência Reativa, a partir de sua


Planta de Compensação, e em usar tal capacidade para fornecer Potência Reativa quando solicitado
pelo ONS.

3.20 O Fornecedor T concorda em que a capacidade de sua Planta de fornecer Potência Reativa
no Ponto de Medição entre a Planta de Compensação e o Sistema Principal de Transmissão seja
como tal foi detalhada na Cláusula [3].

Working Paper 98/2/1-3 65 SEN/Eletrobrás


3.21 Apesar da Cláusula 3.17, o Fornecedor T poderá alterar sua capacidade notificada de Var
indutivo ou capacitivo, em conformidade com os dispositivos dos Procedimentos de Rede G3
(Condições de Conexão) e G5 (Despacho em Tempo Real e Controle do Sistema).

3.22 O ONS deverá ter o direito de solicitar ONS Fornecedor T, a qualquer tempo, o
fornecimento de VArs indutivos ou capacitivos de sua Planta de Compensação. Estas solicitações
deverão ser feitas em conformidade com o procedimento detalhado nos Procedimentos de Rede G5
- Despacho em Tempo Real e Controle do Sistema.

3.23 O ONS não terá o direito de emitir solicitações que requeiram ONS Fornecedor T a
produção de VArs Indutivos ou capacitivos que excedam à sua capacidade, tal como foi definida na
Cláusula [3] ou em qualquer outra subseqüente declaração revista de capacidade feita pelo
Fornecedor T.

(i) Princípios de Pagamento pela Potência Reativa - Fornecedores T

3.24 Os pagamentos feitos ONS Fornecedor T tomarão a seguinte forma:

• um Pagamento de Capacidade, com respeito à capacidade da Planta de


Compensação de produzir VArs indutivos;

• um Pagamento de Capacidade, com respeito à capacidade da Planta de


Compensação de produzir VArs capacitivos

• um Pagamento de Utilização, com respeito ONS número de MVArhs


produzidos ou absorvidos pela Planta de Compensação, no caso de um
Compensador Síncrono. Para evitar qualquer dúvida, nenhum Pagamento de
Utilização será feito com respeito à Planta de Compensação Estática.

3.25 Os Pagamentos de Capacidade deverão estar relacionados com os custos fixos do


fornecimento de capacidade de produção de Potência Reativa, exceto no caso da Planta de
Compensação Estática, quando deverão incluir uma compensação pelas perdas de energia
experimentadas nos transformadores e nos filtros dos equipamentos. Outros custos fixos poderão ser
adequadamente relacionados aos custos da operação e da manutenção, associados a todos os
aspectos das instalações do Compensador do Fornecedor T.

[Nós sugerimos que os custos acima deveriam ser estimados com [um] ano de antecedência para
toda Compensação Estática e Síncrona existente (com exclusão das Plantas Geradoras cobertas
com a avaliação a ser feita para os Fornecedores G como foi detalhado anteriormente) e a média
destes custos aplicada ONS custo unitário de MVAr de capacidade de geração de Potência Reativa,
fazendo uma diferenciação entre os custos associados com os dois tipos de equipamento.
Observações idênticas se aplicam, como notamos anteriormente, à possível ponderação regional, a
ser feita no futuro, dos pagamentos de potência reativa.]

3.26 Os Pagamentos de Utilização deverão estar relacionados aos custos variáveis de produção de
Potência Reativa pela Planta de Compensação Síncrona e que seriam considerados como incluindo:

• os custos de consumo de energia pelos Compensadores Síncronos; e

Working Paper 98/2/1-3 66 SEN/Eletrobrás


• os custos de manutenção incorridos como conseqüência da geração real de
MVArs, inclusive qualquer redução na provável vida operacional da Planta de
Compensação e de seus equipamentos associados.

[Nós propomos que, como no caso dos Pagamentos de Capacidade, os cálculos sejam realizados
para estimar os custos totais do fornecimento de energia reativa pela Compensação Síncrona ao
sistema (que não sejam de uma Planta Geradora operando em forma de Compensação Síncrona),
em um ano, baseados em um único preço estimado do MAE para calcular os custos do consumo de
energia. O montante obtido deveria, então, ser dividido pelo fornecimento anual total de energia
reativa, a fim de ser chegar ONS valor unitário de MVArh a ser aplicado aos Pagamentos de
Utilização aos Fornecedores T, com respeito ao equipamento de Compensação Síncrona.]

3.27 A Cláusula [4] define os pagamentos da Capacidade de Reativa e de Utilização que serão
aplicados sob este Contrato.

3.28 Será necessário um mecanismo para permitir que os pagamentos de Capacidade Reativa
sejam reduzidos na eventualidade da ausência de provisão da capacidade contratada de produção de
Potência Reativa por um Fornecedor T, por exemplo, devido à uma omissão no cumprimento das
solicitações do ONS, sob os Procedimentos de Rede. No caso do Equipamento de Compensação
Estática, a fórmula de redução dos pagamentos deverá estar baseada no princípio de que o
Pagamento mensal de Capacidade deverá ser em proporção número de horas, em cada mês, em que
a capacidade notificada do equipamento estivesse disponível para conexão ao Sistema Principal de
Transmissão, com a permissão contratada para alocação de períodos de interrupção programada
para fins de manutenção.

3.29 Para o Equipamento de Compensação Síncrona, a fórmula de redução do Pagamento deverá


ser baseada no princípio de que o Pagamento mensal da Capacidade será reduzido de acordo com o
período, em cada mês, durante o qual a Capacidade Reativa notificada da Planta estivesse
indisponível ao ONS, com a permissão contratada para alocação de períodos de interrupção
programada para fins de manutenção. A indisponibilidade de Capacidade de Reativa poderá ser
classificada como segue:

3.29.1 Declaração revista de Capacidade Reativa - quando um valor inferior daquele


contratado tenha sido notificado pelo Fornecedor T de Capacidade Reativa, para um
determinado período, por razões outras que não fosse a manutenção programada do
equipamento. Os Pagamentos de Capacidade deverão ser reduzidos durante o
respectivo período, em proporção à redução em sua declaração de Capacidade
Reativa.

3.29.2 Omissão na comutação de um Regulador Automático de Tensão à forma de


controle de tensão, quando solicitado pelo ONS, sob os dispositivos dos
Procedimentos de Rede. Nesta eventualidade, a Capacidade Reativa da planta
deverá ser considerada igual a zero durante o período da inobservância.

3.29.3 Omissão em manter um fator contratado de potência de operação, caso o ONS tenha
solicitado a instalação de um Regulador Automático de Tensão ONS controle do
fator de potência. Nesta eventualidade, a Capacidade Reativa da planta deverá ser
considerada como igual a zero durante o período de inobservância.

Working Paper 98/2/1-3 67 SEN/Eletrobrás


3.30 Para evitar qualquer dúvida, não se supõe que os Pagamentos de Utilização estejam sujeitos
a um escalonamento pela provisão reduzida de energia reativa.

3.31 Referências deverão ser feitas à Planta, sob os Procedimentos de Rede, para que o ONS
requeira, periodicamente, aos Fornecedores T, uma prova de capacidade reativa de sua Planta. Se a
planta do Fornecedor T não apresentar esta prova de capacidade reativa, haverá margem para uma
redução nos pagamentos devidos de capacidade, sob o CSA, até o momento em que uma ação
corretiva apropriada tenha sido implementada pelo Fornecedor T. A incapacidade permanente de
fornecer os serviços contratados sob o CSA redundaria em razão fundamentada para liqüidação do
Contrato pelo ONS.

(i) Provisão da Reserva

[A abordagem proposta para a identificação e remuneração da Reserva como um Serviço Ancilar


foi apresentada no Working Paper 2 do ONS, Parte 1, e definida através de um certo número de
categorias de Reserva.

Os objetivos principais do tratamento dado pelos CSAs à Reserva são os de proporcionar uma base
contratual para que o ONS possa negociar estes serviços com os geradores de forma a contribuir à
provisão da Reserva no sistema integrado de transmissão. Os contratos de remuneração pelo
fornecimento da Reserva serão administrados através dos Regulamentos do MAE, com respeito aos
Pagamentos de Utilização e, através do CSA, com respeito aos Pagamentos de Capacidade.

Vários pontos devem ser considerados ONS se abordar o tratamento da Reserva como um Serviço
Ancilar:

• na prática, as Plantas térmicas estão mais expostas, do que as Plantas


hidrelétricas, aos custos de adaptação e de sincronização a fim de tornarem a
reserva disponível, operando em carga parcial (“part load”) para manter as
margens de reserva, e ajustando rapidamente a produção da geração em
resposta à uma ação do despacho central; e

• existe um considerável fator de complicação, introduzido nas considerações


sobre a Reserva, com a aplicação do Controle Automático da Geração (CAG)
no Brasil. Em essência, isto produziu uma camada extra de incertezas
relacionadas com o despacho real da geração conectada aos sistemas de
CAG (que cobrem grandes volumes de capacidade de geração no sistema
S/SE/CO). Este fato estará demonstrado, em seguida, no contexto da futura
operação do sistema:

- um gerador iria oferecer um certo nível de disponibilidade técnica para um


determinado Período de Instalação;

- a Planta iria estar em um nível inferior no despacho para poder permitir a


provisão de uma margem de Reserva Operacional;

- durante do Período de Instalação, se a Planta estivesse participando de um


dos esquemas do CAG, poderia ser solicitada a gerar em diferentes níveis
acima/ou abaixo do despacho ideal caso o CAG estivesse procurando
manter fluxos inter regionais em níveis aceitáveis, sob o controle do “tie-
line bias”;

Working Paper 98/2/1-3 68 SEN/Eletrobrás


- poderiam, então, ocorrer ajustes adicionais na produção da Planta, em
conseqüência do controle do despacho, isto é, em conformidade com as
exigências do sistema para Reserva Primária e Secundária.

À luz do exposto acima, a participação de uma Planta no CAG exige uma consideração cuidadosa
em relação à definição de categorias de pagamentos pela Reserva e Serviços Ancilares. Além disso,
a relativa indiferença, nos custos operacionais das hidrelétricas, às modificações nos níveis do
despacho, faz com que seja mais apropriado considerar a possível simplificação da estrutura de
pagamento para estas Plantas.

Nós propomos um processo com duas etapas para a introdução dos Pagamentos de Serviços
Ancilares para a Reserva e para a contribuição ONS CAG. A curto prazo, provavelmente, iria ser
difícil alcançar uma distinção entre as modificações na produção da planta em resposta às
variações de freqüência e/ou solicitações do ONS relacionadas com a Reserva e aquelas ocorridas
em resposta aos sinais do CAG. Isto se deve a fatores tais como o índice relativamente rápido de
mudanças nas solicitações do CAG as quais, como já tem sido sugerido, poderão criar uma fusão
entre os cronogramas das ações do despacho central e as limitações dos sistemas atuais de
controle das plantas.

Tendo isso em vista, nós propomos que, inicialmente, a participação das Plantas no CAG deveria
ser remunerada e a base desta remuneração seriam os custos que iriam incorrer tanto pela sua
contribuição à Reserva como pela sua reposta ás solicitações do CAG. As Plantas que não
estivessem conectadas ao CAG deveriam ser remuneradas apenas em conformidade com sua
contribuição à reserva. O processo de remuneração deveria ser baseado em uma comparação entre
a geração produzida e o despacho ideal em cada Período de Instalação, sem tentar identificar, com
detalhes, as características das respostas da contribuição da Planta a cada tipo de Reserva e/ou
participação no CAG. Os Pagamentos deveriam ser calculados de acordo com os Regulamentos do
MAE, levando em consideração a estreita ligação entre os cálculos exigidos para a instalação da
energia e aqueles exigidos para estimar as contribuições à reserva.

Na segunda etapa do desenvolvimento, o controle das instalações da planta e os algorítmos de


avaliação poderiam evoluir para permitir uma diferenciação entre as variações de produção
causadas pelas solicitações do CAG e aquelas influenciadas pelos requisitos de controle de
freqüência. Isto iria permitir que os custos associados com um volume crescente de geração
térmica no sistema pudessem ser identificados e devidamente remunerados.]

3.32 Os serviços de Reserva a serem fornecidos pelo Fornecedor G deverão ser definidos, em
relação às seguintes categorias (e detalhados na Cláusula [5] deste contrato):

3.32.1 Reserva de Contingência - cobrindo as necessidades identificadas, com uma


antecedência entre [um dia] e [uma hora] de um determinado Período de Instalação, para que a
Planta possa ser sincronizada para fornecer uma geração atual ou Reserva Operacional - tal Planta
poderá não ter sido identificada como uma Planta comprometida com o processo de programação de
carga, com operação assegurada durante o Período de Instalação, embora possa ser mantida em
estado de prontidão pelo ONS para operar na eventualidade de uma contingência;

3.32.2 Reserva Operacional - tratando da necessidade de a Planta estar disponível


para fornecer geração adicional automaticamente (ou através do controle do despacho central), nos
seguintes cronogramas:

Working Paper 98/2/1-3 69 SEN/Eletrobrás


- Reserva Primária pela qual a produção da geração é acrescida nos primeiros
[30] segundos após uma mudança na demanda do sistema ou uma
deficiência em uma Planta geradora que levasse à uma queda da freqüência no
sistema;

- Reserva Secundária pela qual uma geração adicional é produzida durante um


período entre [30] segundos e [30 minutos] após uma queda de freqüência;

- Reserva Terciária, isto é, a geração que pode ser extraída para um período
mais longo (maior que [30 minutos] após uma queda de freqüência - este
serviço poderá ser fornecido por qualquer Planta que seja capaz de oferecer
reserva Primária ou Secundária e de continuar operando em níveis mais altos
de produção do que o despacho anterior, ou por uma Planta que seja capaz de
fornecer uma capacidade de “Início Rápido” (“Fast Start”);

- Reserva de Alta Freqüência - a capacidade de uma Planta de reduzir a


produção através de uma ação do despacho central, na eventualidade de
ocorrerem freqüências que excedam a 60Hz no sistema.

3.32.3 A Participação do CAG - a inclusão de uma Planta no esquema do CAG


poderá ser classificada como provisão de Serviço Ancilar pelo Fornecedor G
e devidamente remunerada por este Contrato.

3.33 As categorias de Reserva Primária, Secundária, Terciária e de Alta Freqüência são Serviços
Ancilares compulsórios exigidos à Planta Geradora que esteja no Despacho Central, sob os
Procedimentos de Rede. As Plantas que fornecem estes serviços deverão ter o direito à uma
remuneração da seguinte forma:

(i) Princípios de Pagamento da Reserva

[A abordagem proposta de remuneração da Reserva em duas etapas está descrita abaixo:

(a) Esquema do Pagamento Inicial - Remuneração dos Custos de


Oportunidade pela Provisão da Reserva e pela Participação no CAG

Os pagamentos serão calculados utilizando exatamente as mesmas bases dos pagamentos pela
Limitação da Transmissão, isto é, baseados no nível de carga que foi reduzido (“de-loading”)
pelas plantas com a finalidade de fornecer Reserva. Se tivesse que ser desenvolvida uma estrutura
de preços em separado para a Reserva, seria necessário que o ONS identificasse especificamente o
nível dessa redução de carga, relacionada com a provisão de reserva, em suas solicitações de
despacho a cada Fornecedor G. A curto prazo, acreditamos que esta tarefa seria difícil de ser
executada, e mantemos nossa opinião de que o pagamento pela provisão da reserva deveria ser
calculado de acordo com o MAE, da mesma forma como é feito para as Limitações de Transmissão

Os Fornecedores G seriam, então, remunerados em cada Período de Instalação, com base no


seguinte cálculo:

PR = R1 .. (GDI + GRI - GA ) para os casos em que (GDI + GRI -GA ) > 0

Working Paper 98/2/1-3 70 SEN/Eletrobrás


PR = R2 . (GDI + GRI - GA ) para os casos em que (GDI + GRI - GA) < 0

onde

PR representa o pagamento a ser feito pela provisão de Reserva pelo Fornecedor G em um


determinado Período da Instalação:

R1 representa o índice pelo qual o Fornecedor G deverá ser remunerado pela sub-geração, em um
determinado Período da Instalação, como conseqüência de ter mantido uma margem de reserva
e/ou sub-geração como resultado da incapacidade do controle de CAG de alcançar um nível ideal
de despacho para a Planta - este índice também deverá ser aplicado à geração com restrição;

R2 representa o índice pelo qual o Fornecedor G deverá ser remunerado pela sobre-geração, em um
determinado Período da Instalação, como conseqüência de uma ação do despacho central
solicitando uma geração que exceda ao nível ideal de despacho ou de que a sua Planta tenha
operado sem restrição;

GDI representa o nível de Despacho solicitado pelo ONS à Planta do Fornecedor G, resultante da
programação de despacho de carga sem restrição;

GRI representa o nível de Reserva solicitado pelo ONS, a ser fornecido pela Planta do Fornecedor
G (isto é, o máximo de MW a ser fornecido como reserva Primária, Secundária ou Terciária); e

GA representa a quantidade de energia realmente gerada pela Planta do Fornecedor G durante um


determinado Período de Instalação, incluindo a energia gerada em resposta ás variações de
potência sob controle do despacho central e, para aquelas Plantas participantes do CAG, as
mudanças na produção que resultaram de um sinal do controle do CAG.

Os cálculos dos índices R1 e R2 serão realizados conforme consta dos Regulamentos do MAE para
o pagamento às plantas hidro e termo geradoras que estejam respectivamente operando com e sem
restrição.

Em vista do fato de que, sob o Esquema de Pagamento Inicial. a provisão da Reserva deverá ser
incluída às Limitações de Transmissão para serem remuneradas através do MAE, o CSA deverá
deixar este ponto bastante claro, porém, não haverá necessidade de detalhar o processo de cálculo
dos pagamentos, pois serão especificados nos Regulamentos do MAE.

(b) Esquema do Pagamento Final - Remuneração dos custos adicionais específicos


das Plantas, associados com a Provisão da Reserva e com a participação no CAG

No futuro (e particularmente com os crescentes volumes de geração térmica no sistema), seria


apropriado que os pagamentos adicionais a serem feitos aos geradores fossem baseados nos custos
incorridos pela modificação da produção de sua geração como conseqüência das ações de controle
do despacho central e (quando apropriado) dos sinais do CAG.

Isto iria incluir uma compensação pelo impacto dos custos (em termos de uma redução na
eficiência da produção de energia e dos custos adicionais da operação e da manutenção) causados
pela solicitação feita às Plantas de aumentar ou diminuir sua geração rapidamente, em resposta
aos sinais do controle.

Working Paper 98/2/1-3 71 SEN/Eletrobrás


O cálculo das compensações apropriadas para cada tipo de geração iria exigir uma análise
abrangente e, provavelmente, resultaria em números significativamente diferentes para as Plantas
hidrelétricas e térmicas, sendo que as primeiras seriam mais sensíveis aos custos do impacto de
fornecer carga parcial (“part-loading”) e às rápidas mudanças na demanda, do que as últimas.

A remuneração da Reserva, sendo feita dessa forma, iria exigir um controle detalhado da produção
da Planta Geradora baseado não só na produção, segundo a segundo, como também na
capacidade de distinguir entre a resposta da Planta ao CAG e às ações do despacho central. Isto
poderia exigir o desenvolvimento de técnicas avançadas de controle para medir a produção dos
Geradores do Despacho Central.

Nós prevemos que a estrutura dos pagamentos, para os custos específicos da Planta, associados
com os diferentes tipo de Reserva poderiam incluir tanto os elementos de Utilização como de
Capacidade. Revisões a serem feitas nas bases dos Pagamentos de Utilização iriam exigir
modificações nos Regulamentos de Rede que cobrem a Reserva, enquanto os Pagamentos de
Capacidade seriam definidos no CSA. Os Pagamentos de Capacidade poderiam ser desenvolvidos
de modo a incentivar os Geradores a modificar os projetos das plantas existentes, ou a modificar
os projetos para novas plantas, a fim de proporcionar uma capacidade incrementada de resposta
às freqüências, cuja utilização seria coberta pelos Pagamentos de Utilização através do MAE. As
estruturas dos Pagamentos deveriam ser definidas de forma a fazer uma distinção entre os
pagamentos apropriados relacionados com a Utilização de energia, que seriam feitos através do
MAE e os Pagamentos relacionados com a Capacidade ou performance que deveriam ser
administrados separadamente através do CSA.]

3.34 Os esquemas do Pagamento Inicial e Final são propostos considerando a Reserva e a


Participação no CAG como Serviços Ancilares, da seguinte maneira:

(a) Esquema do Pagamento Inicial

3.35 De acordo com o Esquema do Pagamento Inicial, as categorias de Reserva mencionadas na


Cláusula 3.26 serão remuneradas como segue:

3.35.1 Os Pagamentos para a Reserva de Contingência serão baseados na


recuperação de todos os custos variáveis associados com a adaptação de uma
Planta para a sincronização. Se a Planta for em seguida incluída no Despacho,
em um determinado Período da Instalação, estes custos deverão ser cobertos
pelos respectivos pagamentos de início de operação, conforme os
Regulamentos do MAE. Na eventualidade de a Planta não for incluída no
despacho, estes custos deverão ser cobertos em conformidade com os
dispositivos deste Contrato.

3.35.2 Os Pagamentos pela Reserva Primária, Secundária e Terciária, em conjunto


com a Reserva de Alta Freqüência, deverão estar baseados em:

- um reembolso pela energia gerada em excesso aos níveis ideais de


despacho, como resultado de uma ação do despacho central; e

- um pagamento pelos custos de oportunidade associados com a geração


em níveis de produção inferiores àqueles do despacho ideal,
resultantes da necessidade de acumular reserva na Planta Geradora

Working Paper 98/2/1-3 72 SEN/Eletrobrás


3.35.3 Os Pagamentos pela Participação no CAG serão baseados:

- em um reembolso pela energia gerada em excesso ao nível do


despacho ideal, em conseqüência das solicitações do controle do
CAG; e

- em um pagamento pelos custos de oportunidade associados com a


geração em níveis de produção inferiores àqueles do despacho ideal
em conseqüência das solicitações do controle do CAG.

3.35.4 De acordo com o Esquema do Pagamento Inicial, nenhum pagamento


específico será feito em relação ao cronograma dentro qual a produção
acrescida de geração tenha estado disponível (isto é, independente de a
produção acrescida de geração ter ocorrida dentro dos cenários de tempo de
geração de Reserva Primária, Secundária ou Terciária).

3.35.5 Os Fornecedores G serão remunerados, em cada Período de Instalação, de


acordo com sua contribuição à Reserva Primária, Secundária, Terciária ou de
Alta Freqüência e com sua Participação no CAG, através da comparação de
sua real geração com aquela programada na Cláusula Sem Restrição. O
despacho real da planta irá incluir os efeitos da provisão da Reserva, da
participação no CAG e do impacto das Limitações de Transmissão na
operação exigida da planta. Como conseqüência, a provisão da Reserva
deverá ser remunerada na mesma base da geração Com Restrição ou Sem
Restrição, como foi definido nos Regulamentos do MAE.

(b) Esquema do Pagamento Final

3.36 De acordo com o Esquema do Pagamento Final, a ser formalizado entre as Partes,
os Fornecedores G deverão receber um pagamento adicional do ONS com respeito
aos custos incorridos pela modificação de sua produção de geração como
conseqüência de uma medida de uma ação do despacho central e (quando
apropriado) dos sinais do CAG:

3.37 Isto iria incluir uma compensação pelo custo do impacto (em termos de uma
redução na eficiência da produção de energia e nos custos acrescidos da operação
e da manutenção) nas Plantas por terem sido solicitadas a modificar rapidamente
seus níveis de produção. Índices separados deverão ser definidos para a produção
ascendente de energia compatíveis com cada categoria de Reserva Operacional
detalhada na Cláusula 3.26, e para a produção ascendente associada com a
participação no CAG. Além disso, poderão ser feitos pagamentos com respeito à
Capacidade da Planta Geradora de fornecer uma resposta adequada às
características da freqüência.

3.38 As partes reconhecem que os dispositivos de pagamento, a serem formalizados


para o Esquema Final de Pagamento, poderão necessitar do desenvolvimento de
medidas e de cálculos técnicos para determinar, separadamente, as modificações
na produção da geração associadas com o CAG e as ações do despacho central,
além de controlar a medida em que a Planta tenha respondido aos sinais do
despacho central dentro dos cronogramas que definem as várias classes de

Working Paper 98/2/1-3 73 SEN/Eletrobrás


Reserva Operacional detalhadas na Cláusula 3.16. Elas se comprometem a
cooperar com a implementação de tal esquema, que estaria sujeito a uma nítida
separação daqueles custos que seriam apropriadamente suportados pelo ONS e
aqueles que seriam especificamente associados com as modificações feitas na
Planta do Fornecedor G.

3.39 As partes ainda reconhecem que os pagamentos pela Reserva como um Serviço
Ancilar continuarão a ser baseados no princípio de que os pagamentos da energia
relacionada com a Utilização serão feitos em conformidade com os Regulamentos
do MAE, enquanto os pagamentos pela Capacidade (se houver), no que diz respeito
às características de performance da planta, poderão ser feitos através do CSA.

3.40 A Programação dos Pagamentos, dentro do Esquema de Pagamento Inicial e Final,


deverá estar relacionada na Cláusula [6], fazendo referências, quando apropriado,
aos Regulamentos do MAE.

[Existe, portanto, um reconhecimento nas propostas feitas para o Esquema Inicial e Final
de Pagamento de que provavelmente não haveria uma remuneração total para os custos
de Provisão da Reserva, especialmente para as plantas térmicas, devido à incapacidade de
operar essas plantas em forma de resposta à freqüência.]

(i) Provisão de Capacidade de “Black Start”

3.41 O Fornecedor G se compromete a prover a capacidade de Black Start, na proporção


da capacidade de sua Planta, tal como foi detalhado na Cláusula [7] e de se tornar
operacional a partir de uma situação de inércia, na ausência de qualquer fornecimento
auxiliar de potência à instalação da Planta, através da utilização de uma configuração
a ser definida na Cláusula [7].

3.42 O Fornecedor G se compromete a manter esta Capacidade de Black Start durante a


vigência deste contrato, a não ser que tenha sido de outra forma pactuado, por escrito
com o ONS, e se compromete a participar das atividades de testes e de manutenção
que possam ser exigidas, periodicamente, para assegurar a disponibilidade da
Capacidade de Black Start.

3.43 O Fornecedor G se compromete a cumprir as solicitações do ONS, com respeito à


provisão de serviços de Black Start, na eventualidade de uma perturbação no sistema.
Estas solicitações deverão ser feitas em conformidade com os dispositivos contidos
nos Procedimentos de Rede relacionados com a implementação dos “procedimentos
flexíveis de restauração” (“ fluid restoration procedure”) para restabelecer o
fornecimento às regiões “ilhadas” do sistema e a subseqüentes re-sincronização
desses sistemas “ilhados”.

(i) Princípios de Pagamento pela Capacidade de Black Start

3.44 Os pagamentos pela Capacidade de Black Start serão baseados na remuneração do


Fornecedor G, com respeito aos seus custos fixos e variáveis associados com a
provisão desta Capacidade. Tais pagamentos poderiam, adequadamente, incluir:

Working Paper 98/2/1-3 74 SEN/Eletrobrás


• uma taxa anual correspondente aos custos de capital incorridos pela
modificação da Planta existente ou pela elaboração de um projeto para uma
nova Planta que seja capaz de fornecer Capacidade de Black Start, baseada na
recuperação destes custos durante um período de [20 anos] segundo um
índice de retorno contratado (tais custos seriam estritamente limitados àqueles
associados com itens específicos da Planta, detalhados na Cláusula [7],
necessários à provisão de Capacidade de Black Start) - para evitar qualquer
margem de dúvida, não se propõe que os investimentos que tivessem sido
feitos a priori da data da assinatura do contrato fossem remunerados sob este
Contrato;

• uma taxa anual com respeito aos custos de manutenção relacionados com a
manutenção da Capacidade de Black Start da Planta em conformidade com
as Práticas Operacionais de Prevenção; e

• um pagamento fixo relacionado com os custos variáveis da operação e


manutenção de cada operação necessária de Black Start, a ser feita pela
Planta, segundo solicitação do ONS.

(i) Faturamento e Pagamento

3.45 Esta seção irá estabelecer os principais dispositivos relacionados com o faturamento
e os pagamentos pela instalação de Serviços Ancilares. Aspectos adicionais poderão
ser incluídos na Cláusula [8].

3.45.1 O faturamento e o pagamento serão feitos mensalmente.

3.45.2 No [5º dia útil de cada mês] o ONS irá emitir ONS Fornecedor um
demonstrativo (“Demonstrativo de Provisão”) detalhando os Serviços
Ancilares que foram prestados pelo Fornecedor durante o mês de calendário
precedente (Mês da Fatura) e os pagamentos devidos com respeito a esses
serviços.

3.45.3 Se o Fornecedor discordar de qualquer aspecto do demonstrativo de Serviços


Ancilares, ou dos pagamentos relacionados no Demonstrativo de Provisão,
deverá apresentar prova suficiente ao ONS para amparar tal discordância. As
Partes deverão discutir sobre a controvérsia e envidar seus melhores esforços
para, dentro da boa fé, chegar a uma solução. Na eventualidade de não terem
chegado a um acordo, poderá ser feita uma representação aos dispositivos da
Resolução de Controvérsias dos Procedimentos de Rede.

3.45.4 No [15º dia útil do mês] o ONS deverá emitir um demonstrativo ONS
Fornecedor (“Demonstrativo Final”) detalhando os pagamentos contratados a
serem feitos com respeito aos Serviços Ancilares prestados pelo Fornecedor
durante o Mês da Fatura, excluindo quaisquer pagamentos que sejam
justificadamente sujeitos à controvérsia, sob os dispositivos de resolução de
controvérsias dos Procedimentos de Rede.

Working Paper 98/2/1-3 75 SEN/Eletrobrás


3.45.5 Os montantes a serem pagos pelo ONS deverão estar vincendos e em débito
até no máximo o [20º] dia do mês seguinte ONS Mês da Fatura.

3.45.6 Todos os pagamentos devidos pelo ao ONS Fornecedor, sob este Contrato,
deverão ser feitos livres e desimpedidos de quaisquer compensações,
deduções ou retenções relativas a Impostos ou de qualquer pagamento
vencido ou declarado vincendo pelo Fornecedor ao ONS.

3.45.7 Se qualquer montante legitimamente vencido, do ao ONS Fornecedor, sob


este Contrato, permanecer vincendo após a data de vencimento do pagamento,
o ONS deverá pagar:

(a) juros de [no máximo 12] porcento ONS ano a partir (inclusive) da
data do vencimento do pagamento em questão, excluindo-se a data do seu
recebimento pelo Fornecedor, acumulados diariamente; e

(b) uma multa de [10%] sobre o montante em questão, que também


sofrerá juros, de acordo com o parágrafo (a) acima.

3.45.8 O pagamento de qualquer montante a ser pago sob esta Cláusula deverá ser
feito em R$ e tornado efetivo através de transferência bancária para a conta
do Fornecedor, em banco a ser notificado pelo Fornecedor ao ONS.

3.45.9 O Fornecedor poderá ser solicitado a apresentar ao ONS as informações


utilizadas para o cálculo dos encargos dos Serviços Ancilares.

[Estes dispositivos de faturamento deverão receber emendas para refletir as práticas


padronizadas do setor elétrico brasileiro.]

4 Força Maior

4.1 Se qualquer uma das Partes estiver incapacitada de cumprir qualquer uma de suas obrigações
sob este Contrato devido a circunstâncias de Força Maior, este Contrato permanecerá em vigor,
porém, as respectivas obrigações ficarão suspensas durante o período correspondente às
circunstâncias de Força Maior. A suspensão será condicional, dependendo de a Parte não
cumpridora informar prontamente às outras partes sobre as circunstâncias de Força Maior e a sua
duração prevista, além de usar do melhor de seus esforços para remediar sua incapacidade
operacional.

4.2 Tais eventos poderão incluir:

• “Fatos do Príncipe”;

• guerras e eventos terroristas;

• eventos de guerra civil;

• eventos ambientais extremos (por exemplo, terremotos); e

Working Paper 98/2/1-3 76 SEN/Eletrobrás


• colapso excepcional da Planta (não previsível pelo uso de práticas de
prevenção).

[Os eventos específicos de Potência maior deverão suceder ONS Título IV na


minuta final dos Contratos Iniciais.]

5 Responsabilidades

5.1 Esta seção irá cobrir a violação, a inadimplência e as responsabilidades.

5.2 Esta cláusula irá definir as condições de violação e inadimplência, e estabelecer as


conseqüências.

5.2.1 As condições de violação e inadimplência irão incluir:

(a) atraso de mais de [7] dias úteis na efetivação dos pagamentos;

(b) se uma das Partes se tornar insolvente e se o inventariante nomeado pelo


Tribunal não puder garantir que as condições contratuais serão cumpridas
dentro de [28] dias;

(c) se houver omissão no cumprimento de quaisquer dispositivos deste Contrato


de tal forma a trazer conseqüências financeiras ou operacionais importantes à
outra Parte;

(d) se o Fornecedor cessar, por qualquer razão, de ser depositário de uma


autorização, concessão ou licença.

[Esta definição de inadimplência deverá receber emendas para que se torne compatível com as
práticas legais padronizadas no Brasil.]

5.2.2 Se um Fornecedor estiver em situação de violação ou inadimplência em


relação à provisão de qualquer Serviço Ancilar, o ONS terá o direito de exigir
que o Concessionário de Transmissão ou Concessionário de Distribuição
desligue a energia de seu equipamento no local da conexão especificado no
respectivo Contrato(s) de Transmissão ou de Conexão à Distribuição com um
aviso prévio de [48 horas] até que tal inadimplência seja corrigida. O
Fornecedor poderá prevenir este processo sanando a violação ou através de
uma representação aos procedimentos específicos de resolução de
controvérsias.

5.2.3 Se um Usuário estiver em situação de violação ou inadimplência em relação à


provisão de qualquer Serviço Ancilar compulsório, durante um período de
[6] meses, o ONS terá o direito de solicitar ONS Concessionário de
Transmissão ou Concessionário de Distribuição a desconexão permanente do
equipamento no local(s) de conexão especificado no respectivo Contrato (s)
de Transmissão ou de Conexão à Distribuição.

Working Paper 98/2/1-3 77 SEN/Eletrobrás


5.2.4 Um Fornecedor terá o direito de liquidar o Contrato se o ONS estiver em
situação de violação ou de inadimplência.

[Na eventualidade de que um Fornecedor esteja em situação de violação ou de


inadimplência, em relação ONS fornecimento não compulsório de Serviços Ancilares,
os dispositivos do Contrato, em relação à uma dedução no pagamento por um
fornecimento reduzido do respectivo serviço, deverão proporcionar uma reparação
suficiente para o ONS. Isto se aplica somente à omissão persistente de fornecimento
de serviços compulsórios (por exemplo, relacionada com o controle da freqüência ou
com a geração de potência reativa dentro dos limites especificados nos Procedimentos
de Rede) de tal forma a comprometer a capacidade do ONS de controlar o sistema.]

5.3 Nenhuma das Partes será responsável perante a outra parte por quaisquer perdas ou
danos indiretos ou conseqüentes, resultantes da violação a este contrato por esta última.

6 Procedimentos para Controvérsias

6.1 Na eventualidade de uma controvérsia, ambas as Partes concordam em obedecer aos


procedimentos de resolução de controvérsias estabelecidos nos Procedimentos de Rede.

7 Declarações, Fianças e Garantias

7.1 O ONS e o Fornecedor se comprometem mutuamente a obter e manter todas as


Autorizações requeridas por cada uma das Partes para a execução de suas obrigações
sob este contrato e a cumprir com todos os requisitos legais.

7.2 As Partes garantem estar de posse de toda autoridade legal para executar este Contrato
e cumprir seus dispositivos; de não terem nenhuma pendência judicial contra si e que a
performance deste Contrato foi devidamente autorizada pelos diretores eleitos.

8 Condições Gerais

8.1 Nenhuma das Partes poderá transferir quaisquer de seus direitos ou obrigações sob este
Contrato sem o consentimento prévio, por escrito, da outra parte, que por sua vez não
poderá injustificadamente negar.

8.2 Este Contrato não poderá ser alterado ou ter quaisquer de seus dispositivos
renunciados, exceto através do consentimento, por escrito, assinado pelas Partes.

8.2.1 A ANEEL, sob orientação do ONS, poderá determinar alterações nos


dispositivos deste Contrato, quando necessário, para assegurar
compatibilidade dos Contratos de Serviços Ancilares com o setor e a
conformidade destes Contratos com os procedimentos exigidos ou com os
regulamentos. Quando a ANEEL assim determinar, as partes contratantes
deverão aceder e efetuar as modificações em seus dispositivos.

[Estas duas cláusulas que tratam de alterações no Contrato, deverão ser competentes
para permitir uma evolução no tratamento das mudanças em diversas circunstâncias
(por exemplo, mudanças na capacidade de uma conexão) e, também, permitir a

Working Paper 98/2/1-3 78 SEN/Eletrobrás


necessidade de assegurar que, enquanto o CSA seja um contrato bilateral entre o ONS
e o Fornecedor, ele poderá ser atualizado no decorrer do tempo de tal forma a
apresentar o mesmo contexto para todos os Usuários.]

8.3 Esta cláusula irá estabelecer os procedimentos para submissão de avisos relevantes,
tais como os endereços apropriados aos quais os avisos devem ser enviados.

8.4 Este Contrato será regido e interpretado em todos os seus aspectos em conformidade
com as leis brasileiras.

Cláusulas

S1 Ativos associados com a Provisão de Serviços Ancilares


S2 Procedimentos de Liquidação
S3 Capacidade de Potência Reativa da Planta
S4 Cláusula de Pagamento da Capacidade de Potência Reativa e de Utilização
S5 Capacidade de Reserva da planta
S6 Cláusula de Pagamento da Reserva - Esquemas de Pagamento Inicial e Final
S7 Capacidade de Black Start da Planta & Pagamentos
S8 Dispositivos de Faturamento e Instalação
S9 Dispositivos de Medição

Working Paper 98/2/1-3 79 SEN/Eletrobrás


Minuta do Contrato de Acesso à Interligação Internacional

[O objetivo principal desta minuta de Contrato de Acesso à Interligação Internacional (CAII) é o


de descrever o tipo de contrato que será necessário ao setor reformulado. Esta minuta de contrato
parte do pressuposto que o Operador Independente do Sistema (ONS) já tenha sido estabelecido e
que os Procedimentos de Rede já tenham sido completados e aprovados; portanto, referências
serão feitas, quando apropriado, ao ONS e aos Procedimentos de Rede. Observe-se que o CAII não
entrará em vigor antes da criação do ONS e, portanto, algumas questões poderão se originar
relacionadas com a transição para o ONS.

O modelo apresentado em nosso Relatório do Estágio VII permite duas alternativas para a
alocação das receitas comerciais oriundas das Interligações Internacionais:

• as receitas comerciais seriam destinadas à Parte construtura e possuidora de uma


interligação; se esta Parte for um Concessionário de Transmissão neste caso ele deverá
contratar as receitas comerciais à uma Parte que tenha o direito de comercializar
energia, através de um Contrato de Acesso à Interligação Internacional (CAII); ou

• as receitas comerciais seriam retidas por, ou transferidas ao ONS; o ONS, em seu


devido tempo, iria distribuir estas receitas entre os participantes do MAE.

O CAII é um contrato pelo qual o Concessionário de Transmissão transfere o direito de receber as


receitas comerciais à uma terceira Parte que, por sua vez, tenha a prerrogativa de comercializar
energia, tal como um Gerador, um Concessionário de Distribuição ou um Comercializador
Autorizado do Mercado Livre. Em troca pelas receitas comerciais, esta terceira Parte deverá fazer
pagamentos correspondentes ao Concessionário de Transmissão. O CAII é, primordialmente, um
contrato financeiro que administra o direito às receitas comerciais. Se as receitas comerciais forem
retidas pelo ONS não haveria necessidade de um CAII.

A seguinte minuta de contrato foi elaborada segundo as seguintes premissas:

• as receitas comerciais iriam ser destinadas, em um primeiro momento, à parte


possuidora de uma Interligação Internacional - o Concessionário de
Transmissão; e

• o Concessionário de Transmissão estaria obrigado a contratar as receitas


comerciais à uma terceira Parte.]

As Partes e os Considerandos

A celebração do contrato irá estabelecer as partes contratantes e declarar os considerandos


apropriados. Os considerandos irão fazer referências à quaisquer transferências de contrato
pretendidas do no futuro e à respectiva legislação.

Os respectivos considerandos poderão inclui:

• a eventualidade de o Concessionário de Transmissão ser o proprietário de uma


Interligação Internacional entre os sistemas brasileiros de energia elétrica e
uma Parte Internacional Interligada;

Working Paper 98/2/1-3 80 SEN/Eletrobrás


• a eventualidade de a Parte Comercializadora ter o direito de comercializar
energia no sistema brasileiro de energia elétrica em virtude de uma concessão,
permissão ou licença;

• a eventualidade de existir um Protocolo entre o ONS e a Parte Internacional


Interligada com a finalidade de coordenar a troca de energia elétrica em bases
mutuamente vantajosas;

• a eventualidade de o ONS determinar os fluxos de energia através da


Interligação, em conformidade com os regulamentos e procedimentos
estabelecidos nos Procedimentos de Rede;

• a eventualidade de o ONS, executando o papel do Administrador do Sistema


de Contabilização e Liqüidação de Energia, calcular as Receitas Comerciais
associadas com o fluxo de energia através da Interligação e designar estas
receitas à Parte nomeada pelo Concessionário de Transmissão.

Definições e premissas

1.1 Esta seção irá definir quaisquer termos técnicos utilizados no Contrato e estabelecer as
premissas sobre as quais este Contrato está baseado.

1.2 Algumas definições importantes são as seguintes:

1.2.1 o Administrador do Sistema de Contabilização e Liqüidação de Energia


(ASCLE) é definido como a parte responsável, sob os dispositivos do CMAE, pela
elaboração da contabilidade das transações de energia realizadas através do CMAE e
pela supervisão dos acordos financeiros que se originarem destas transações.

1.2.2 A Parte Internacional Interligada é definida como o organismo que terá o direito
de operar e transmitir energia através do sistema ao qual a Interligação Internacional
esteja conectada em um terminal que não seja brasileiro. [Este seria o organismo
equivalente ao ONS em um país estrangeiro.]

[Esta minuta de contrato não faz referências ao proprietário de uma Transmissão


Internacional (que tenha as funções de um Concessionário de Transmissão). Acredita-se que
quaisquer direitos de um Concessionário Internacional de Transmissão de acesso aos locais
interligados sejam administrados através de um CCT entre o proprietário de uma
Transmissão Internacional e o Concessionário de Transmissão proprietário de uma
Interligação Internacional.]

1.2.3 A Interligação Internacional ou Interligação é definida como um conjunto


completo de ativos de transmissão que fazem a conexão de nós específicos do
sistema principal de transmissão brasileiro a um nó específico do sistema operado
pela Parte Internacional Interligada.

1.2.4 As Receitas Comerciais são definidas como o superávit financeiro que o


Administrador do Sistema de Contabilização e Liqüidação de Energia (ASCLE)
tenha calculado como oriundo da energia comercializada através da Interligação,
após a dedução de quaisquer montantes a que a Parte Internacional Interligada tenha

Working Paper 98/2/1-3 81 SEN/Eletrobrás


direito. As Receitas Comerciais irão depender do preço da energia comprada da (ou
vendida a) Parte internacional Interligada, do preço da energia comercializada no
MAE, dos volumes dos fluxos de energia, da quantidade das perdas de energia e do
direito da Parte Internacional Interligada à uma quota do lucro agregado.

1.2.5 A Parte Comercializadora é definida como uma organização que esteja autorizada,
sob o Contrato de Concessão, a comercializar energia e que está autorizada pela
ANEEL a importar ou exportar energia.

1.2.6 Os Encargos de Acesso à Interligação Internacional são definidos como


pagamentos a serem feitos pela Parte Comercializadora ao Concessionário de
Transmissão em troca de ter recebido direito às Receitas Comerciais. Os Encargos de
Acesso abrangem um Pagamento Básico e as Deduções devidas sob certas
circunstâncias específicas.

1.3 As premissas incluem o seguinte:

1.3.1 que o Concessionário de Transmissão tenha formalizado um Contrato de Operação


da Interligação Internacional (COII) com o ONS, pelo o qual o dito Concessionário
de Transmissão tenha o direito de nomear uma Parte à qual serão designadas as
Receitas Comerciais associadas com a utilização da Interligação.

1.3.2 que os dispositivos do Contrato do Mercado de Atacado de Energia (CMAE) tenha


especificado como as Receitas Comerciais originárias da Interligação Internacional
deverão ser calculadas pelo ONS, executando o papel de Administrador do Sistema
de Contabilização e Liqüidação de Energia (ASCLE), e as condições que irão
governar como e quando o ASCLE irá transferir o numerário à conta bancária de
qualquer das partes que tenha sido legitimamente registrada como detentora do
direito de receber as Receitas Comerciais.

1.3.3 que as Partes Comercializadoras sejam signatárias de um CMAE.

1.3.4 que o ASCLE tenha estabelecido procedimentos e sistemas de registro que


permitam que os contratos, tal como os CAIIs, sejam registrados e considerados
como parte das atividades de instalação e de transferência de recursos do ASCLE.

2 Objeto, vigência e condições de validade

2.1 O objetivo deste Contrato é o de estabelecer um acordo pelo qual o Concessionário de


Transmissão possa nomear uma Parte Comercializadora como entidade detentora do direito de
receber as Receitas Comerciais originárias dos fluxos de energia através da Interligação
Internacional e pelo qual acordo os pagamentos feitos pela Parte Comercializadora ao
Concessionário de Transmissão, em troca de tais Receitas, será feito em reconhecimento pela
concessão da Interligação Internacional.

2.2 Este Contrato irá perdurar até que seja liquidado; ou poderá ter uma vigência estipulada ao
final da qual o Concessionário de Transmissão irá reaver o direito de nomear uma parte para receber
as Receitas Comerciais.

Working Paper 98/2/1-3 82 SEN/Eletrobrás


2.3 Este contrato poderá ser liquidado em qualquer tempo, por qualquer das Partes, se a outra
Parte estiver em situação de violação ou inadimplência ao Contrato, ou se o Contrato se tornar
desnecessário como resultado de um descomissionamento da Interligação Internacional, O
Procedimento de Liqüidação que deverá ser obedecido, em qualquer dos casos, está estabelecido na
Cláusula 1 deste Contrato. Um Pagamento de Liqüidação poderá ser devido de uma Parte à outra
Parte, se a liqüidação ocorrer como resultado de uma violação ou inadimplência ao Contrato pela
primeira Parte.

2.4 As condições que definem Violação ou Inadimplência ao Contrato, Descomissionamento ou


Desconexão, e os Pagamentos de Liqüidação serão fornecidas posteriormente neste Contrato.

3 Provisão (de), e pagamento pelas Receitas Comerciais

(i) Transferência das Receitas Comerciais

3.1 O Concessionário de Transmissão concorda, durante a vigência deste Contrato, em


reconhecer e registrar a Parte Comercializadora como a entidade detentora do direito de receber as
Receitas Comerciais originárias da comercialização através da Interligação Internacional.

3.2 O Concessionário de Transmissão irá sem demora fazer o registro, junto ao ASCLE, da
Parte Comercializadora como detentora do direito de receber as Receitas Comerciais e assegurar
que o ASCLE cumpra de forma plena e total com os dispositivos relacionados com este registro, tal
qual consta do CMAE, de suas Cláusulas, ou de outras quaisquer que tenham sido emitidas
separadamente pelo ONS ou pelo ASCLE.

3.3 O Concessionário de Transmissão se compromete a manter a Interligação Internacional em


um alto nível de padrão de disponibilidade mediante o pagamento dos Encargos de Acesso à
Interligação Internacional que abrangem um Pagamento Básico e as Deduções devidas caso a
disponibilidade da Interligação tenha estado aquém dos padrões especificados. O Pagamento Básico
e as condições de Dedução estão contidos na Cláusula 3 deste Contrato.

3.4 Este Contrato se aplica a todas as Receitas Comerciais oriundas da Interligação Internacional
do Concessionário de Transmissão, descritas no respectivo COII, inclusive quaisquer Modificações
subsequentes realizadas na Interligação Internacional tal como foram neste instrumento descritas.

3.5 A Parte Comercializadora concorda em efetuar pagamentos correspondentes ao


Concessionário de Transmissão em troca do direito às Receitas Comerciais associadas com a
Interligação.

3.6 Um Cláusula ao Contrato (S2) irá fornecer uma descrição resumida da Interligação
Internacional. Esta Cláusula irá apresentar um resumo de sua localização e identificação, além de
referências a detalhes complementares no respectivo COII.

(ii) Condições operacionais e requisitos

3.7 O Concessionário de Transmissão deverá fornecer à Parte Comercializadora informações


referentes às interrupções, necessárias para permitir à Parte Comercializadora calcular as Deduções
do Pagamento Básico.

Working Paper 98/2/1-3 83 SEN/Eletrobrás


3.8 O Concessionário de Transmissão deverá, em qualquer tempo, obedecer aos requisitos dos
Procedimentos de Rede e do Contrato de Operação da Interligação Internacional.

3.9 A Parte Comercializadora deverá obedecer a todos os dispositivos dos Procedimentos de


Instalação do CMAE, na medida em que sejam aplicáveis à Parte detentora do direito de receber as
Receitas Comerciais associadas com a Interligação.

3.10 As Partes deverão concordar em que uma Compensação pela Indisponibilidade da


Interligação seja correspondente ao número de horas, durante o ano, em que a Interligação
Internacional tenha ficado indisponível por razões de manutenção ou outros propósitos e durante as
quais nenhuma Receita Comercial tenha sido obtida, e em que o Concessionário de Transmissão
não seja penalizado por uma Dedução no Pagamento Básico, sob os dispositivos da Cláusula 3.

(iii) Pagamentos pelas Receitas Comerciais

3.11 A Parte Comercializadora deverá pagar Encargos de Acesso à Interligação Internacional que
compreendem um Pagamento Básico mensal e as Deduções ao Pagamento Básico.

3.12 O Pagamento Básico deverá remunerar o Concessionário de Transmissão pela


disponibilidade da Interligação Internacional.

[A forma deste Pagamento deverá ser similar à forma de pagamento efetuado sob o CST dos
Concessionários de Transmissão pelos ativos do sistema principal de transmissão e seu propósito é
o de remunerar o Concessionário de Transmissão pelos custos de capital e operacionais
associados com a Interligação Internacional. O Pagamento deverá ser independente das receitas
oriundas da comercialização através da Interligação Internacional. Caso este procedimento não
seja adotado, o Concessionário de Transmissão se tornará efetivamente, participante da
comercialização da energia.]

3.13 Este Contrato irá especificar as Deduções a serem feitas a partir do Pagamento Básico, na
eventualidade em que as interrupções na Interligação Internacional tenham excedido aos parâmetros
especificados e estabelecidos na Cláusula 3.

[As Deduções deverão ser relativamente simples de serem implementadas no CAII, porém,
deveriam proporcionar ao mesmo tempo alguma proteção à Parte Comercializadora contra
Receitas Comerciais significativamente abaixo do esperado resultantes de uma redução na
disponibilidade da Interligação. Ver Cláusula 3 para maiores detalhes.]

3.14 Uma Cláusula ao Contrato irá estabelecer:

• o Pagamento Básico mensal;

• as Deduções a serem feitas no Pagamento Básico, na eventualidade em que os


níveis de Permissão de Indisponibilidade da Interligação tenham sido
ultrapassados;

• a frequência das revisões a serem feitas nos encargos e as bases da indexação;

Working Paper 98/2/1-3 84 SEN/Eletrobrás


• qualquer informação que o Concessionário de Transmissão deverá fornecer à
Parte Comercializadora para que esta esteja em condições de calcular os
encargos e as penalidades.

(iv) Faturamento e Pagamento

3.15 O pagamento pelas Receitas Comerciais à Parte Comercializadora deverá ser efetuado em
conformidade com os Procedimentos de Instalação do CMAE.

3.16 Esta seção irá estabelecer os principais dispositivos relacionados com o faturamento e o
pagamento dos Encargos de Acesso à Interligação Internacional. Aspectos adicionais poderão ser
incluídos na Cláusula 3.

3.16.1 O faturamento e o pagamento dos encargos do Acesso à Interligação Internacional


deverão ser efetuados mensalmente.

3.16.2 No máximo até o [quinto] dia de cada mês, o Concessionário de Transmissão


deverá fornecer à Parte Comercializadora os detalhes de todas as respectivas
informações operacionais necessárias ao cálculo dos pagamentos, sob este Contrato,
referentes ao mês precedente.

3.16.3 Até, no máximo, o [décimo] dia do mês, a Parte Comercializadora deverá emitir
uma notificação de pagamento ao Concessionário de Transmissão detalhando o
Pagamento Básico e qualquer Dedução que tenha sido aplicada, em linha com os
dispositivos da Cláusula 3.

3.16.4 Os montantes a serem pagos pela Parte Comercializadora deverão estar vincendos e
em débito até no máximo o [15º] dia do mês seguinte ao qual a notificação de
pagamento se refere.

3.16.5 Todos os pagamentos devidos pela Parte Comercializadora ao Concessionário de


Transmissão, sob este Contrato, deverão ser efetuados livres e isentos de qualquer
compensação, dedução ou retenção com respeito a Impostos ou a qualquer
pagamento vencido ou declarado vincendo pelo Concessionário de Transmissão à
Parte Comercializadora.

3.16.6 Se qualquer montante comprovadamente devido da Parte Comercializadora ao


Concessionário de Transmissão permanecer vincendo após a data de seu vencimento,
a Parte Comercializadora deverá pagar:

(a) juros de no máximo [12] porcento ao ano, a partir (e inclusive) da


data do vencimento do montante em questão, excluindo a data de seu
recebimento pelo Concessionário de Transmissão, acumulados
diariamente, e

(b) uma multa de dez porcento [10%] sobre o montante em questão,


que deverá também sofrer juros, de acordo com o parágrafo acima.

Working Paper 98/2/1-3 85 SEN/Eletrobrás


3.16.7 O Pagamento de qualquer montante devido sob esta cláusula deverá ser feito em R$ e
tornado efetivo através de transferência bancária para a conta do Concessionário de
Transmissão, em banco a ser notificado pelo Concessionário de Transmissão à Parte
Comercializadora

3.16.8 A pedido, a Parte Comercializadora poderá a fornecer ao Concessionário de


Transmissão todas as informações utilizadas para o cálculo dos Encargos do Acesso
à Interligação Internacional.

3.16.9 O Concessionário de Transmissão poderá contestar a exatidão dos cálculos da Parte


Comercializadora em relação ao montante a ser pago. Em tais circunstâncias, a Parte
Comercializadora poderá pagar ao Concessionário de Transmissão o montante
calculado como devido pela Parte Comercializadora e quaisquer ajustes deverão ser
feitos posteriormente obedecendo à resolução de controvérsias. Não incidirão juros
sobre qualquer pagamento ajustado.

3.16.10 A resolução de qualquer controvérsia sobre os montantes deverá ser feita através da
aplicação dos Procedimento de Resolução de Controvérsias contidos neste Contrato.

[Estes dispositivos sobre faturamento deverão receber emendas para refletir as práticas
padronizadas do setor brasileiro de energia elétrica.]

(v) Garantias e Pagamentos de Liqüidação

3.17 O Concessionário de Transmissão terá direito a receber um Pagamento de Liqüidação da


Parte Comercializadora na eventualidade da liqüidação do Contrato provocada por uma situação de
violação ou inadimplência ao Contrato da Parte Comercializadora. A Parte Comercializadora terá
direito a um Pagamento de Liqüidação na eventualidade da liqüidação do Contrato provocada por
uma situação de violação ou inadimplência ao Contrato do Concessionário de Transmissão.

3.18 O Pagamento de Liqüidação será igual ao Valor Líquido Presente dos pagamentos devidos
ao Concessionário de Transmissão pela Parte Comercializadora, sob este Contrato, compreendendo
os pagamentos pendentes até o final do Contrato, limitados na medida em que, no caso de um
Pagamento de Liqüidação devido ao Concessionário de Transmissão, este último possa continuar a
obter as Receitas Comerciais através de meios alternativos. Nesta eventualidade, o ONS deverá
especificar a taxa de desconto a ser usada para a apuração do montante e o cálculo deverá receber
sua aprovação.

3.19 Caso haja controvérsias concernentes ao Pagamento de Liqüidação, as Partes deverão


obedecer aos procedimentos de resolução de controvérsias contidos nos Procedimentos de Rede.

3.20 O Concessionário de Transmissão se compromete a não revogar o direito da Parte


Comercializadora de receber as Receitas Comerciais durante a vigência do Contrato, sem a
aprovação do ONS.

[Esta sub-cláusula foi incluída para proporcionar uma proteção extra à Parte
Comercializadora contra a eventualidade de, se o montante das receitas comerciais atingisse um
valor superior ao esperado, e se o Concessionário de Transmissão estivesse em posição de revogar
o Contrato, este Concessionário de Transmissão poderia efetuar um Pagamento de Liqüidação e
conceder as Receitas, através de um novo leilão, a qualquer licitante que oferecesse o maior
valor.]

Working Paper 98/2/1-3 86 SEN/Eletrobrás


4 Força Maior

4.1 Se alguma das Partes estiver impossibilitada de cumprir quaisquer de suas obrigações, sob
este Contrato, em razão de circunstâncias de Força Maior, este contrato permanecerá em vigor,
porém, as respectivas obrigações deverão ser suspensas durante um período igual ao da permanência
da Força Maior. A suspensão das obrigações estará condicionada a que a Parte independente
informe imediatamente às outras Partes sobre as circunstâncias que deram margem à Força Maior e
sobre a sua duração prevista, usando de seus melhores esforços para sanar a impossibilidade
operacional.

4.2. Tais eventos de Força Maior poderão incluir:

• “Atos da Natureza”;

• guerras ou eventos terroristas;

• eventos de guerra civil;

• eventos ambientais extremos (por exemplo, terremotos); e

• colapso excepcional da usina (inevitável, mesmo com práticas corretas de


prevenção).

5 Responsabilidades

5.1 Esta seção irá cobrir as situações de violação e inadimplência, descomissionamento,


desconexão e desligamento da energia na Interligação Internacional, os direitos da Parte
Interveniente, assim como as responsabilidades.

5.2. Esta cláusula irá definir as condições de violação e inadimplência e estabelecer as


conseqüências.

5.2.1 As condições de violação e inadimplência irão incluir:

(a) se houver atraso de mais de [sete] dias úteis na efetivação dos pagamentos;

(b) se uma das Partes se tornar insolvente e se o inventariante nomeado pelo


Tribunal não puder oferecer garantias de que as condições contratuais serão
cumpridas dentro de [28] dias;

(c) se houver omissão na observância de qualquer dos dispositivos deste


contrato de tal forma a causar prejuízos financeiros de monta ou
operacionais na outra Parte; ou

(d) se uma das Partes cessar, por qualquer motivo, de ser detentora de uma
licença, concessão ou permissão.

[Esta definição de inadimplência deverá receber emendas para se tornar compatível


com as práticas legais padronizadas no Brasil.

Working Paper 98/2/1-3 87 SEN/Eletrobrás


5.2.2. Se a Parte Comercializadora estiver em situação de violação ou de inadimplência
durante um período de [6] meses, o Concessionário de Transmissão terá o direito de
solicitar a Liqüidação. A Parte Comercializadora poderá evitar este processo sanando
a violação ou fazendo uma representação aos procedimentos de Resolução de
Controvérsias especificados neste Contrato.

5.2.3 Se o Concessionário de Transmissão estiver em situação de violação ou


inadimplência, por um período de [6] meses, a Parte Comercializadora terá o direito
de solicitar a Liqüidação. O Concessionário de Transmissão poderá evitar este
processo sanando a violação ou fazendo uma representação aos procedimentos de
Resolução de Controvérsias especificados neste Contrato.

5.3. Esta cláusula cobrirá o descomissionamento, desconexão e desligamento de energia na


Inerligação Internacional.

5.3.1 o Concessionário de Transmissão deverá informar, imediatamente, à Parte


Comercializadora, quando do recebimento de qualquer notificação do ONS com
respeito à sua intenção de descomissionar ou desconectar uma Instalação coberta por
este Contrato.

5.3.2 na eventualidade de o Concessionário de Transmissão receber uma solicitação do


ONS para descomissionar ou desconectar a Interligação, o Concessionário de
Transmissão deverá cumprir esta solicitação.

5.3.2 na eventualidade de o Concessionário de Transmissão receber um Pagamento de


Liqüidação do ONS, sob os dispositivos do Contrato de Operação da Interligação
Internacional (COII), após descomissionamento ou desconexão da Interligação, a
Parte Comercializadora não terá o direito de receber um Pagamento de Liqüidação do
Concessionário de Transmissão, sob este Contrato.

5.4 Esta cláusula irá definir, neste Contrato, os direitos do ONS como Parte Interveniente. Tais
direitos deverão incluir o seguinte:

(a) o direito de receber uma cópia do Contrato e de todas as alterações, emendas


ou
modificações feitas em seu contexto;

(b) o direito de autorizar ou proibir a liqüidação antecipada do Contrato; e

(c) o direito de rever a eqüidade dos Encargos de Acesso à Interligação


Internacional e de reportar à ANEEL para a resolução de qualquer
controvérsia.

[Será necessário rever alguns mecanismos, considerando-se que os Encargos de


Acesso à Interligação Internacional irão, ao final, ser transferidos aos consumidores
cativos. As empresas “holding”, verticalmente integradas, não deverão ter
permissão de aceder a encargos excessivos e de recuperar estes custos dos
consumidores cativos. O Artigo 25 da minuta dos regulamentos do Serviço Público
de Transmissão inclui a necessidade de a ANEEL aprovar o nível dos encargos.]

Working Paper 98/2/1-3 88 SEN/Eletrobrás


5.5. Nenhuma das Partes será responsável perante a outra Parte por quaisquer perdas ou danos,
diretos ou consequentes, resultantes da violação cometida pela primeira a este Contrato.

6 Resolução de controvérsias

6.1 Na eventualidade de uma controvérsia, ambas as Partes concordam em obedecer aos


procedimentos de resolução de controvérsias estabelecidos pelos Procedimentos de Rede.

7 Declarações, Garantias e Fianças

7.1 O Concessionário de Transmissão e a Parte Comercializadora mutuamente se comprometem


a obter e manter todas as Licenças exigidas por cada uma das Partes para executar suas obrigações
sob este Contrato e a obedecer a todos os requisitos legais. Para evitar qualquer margem de dúvida,
tais Licenças deverão incluir todos os dispositivos respectivos do CMAE e dos Procedimentos de
Instalação do MAE desde que estejam relacionados com a Comercialização feita através da
Interligação Internacional coberta por este Contrato.

7.2. As Partes oferecem garantias de que possuem autoridade legal para executar este Contrato e
desempenhar seus dispositivos; de que não existem pendências legais contra si e que foram
devidamente autorizadas pelos diretores eleitos.

8 Condições Gerais

8.1 Nenhuma das Partes poderá transferir ou delegar quaisquer de seus direitos ou obrigações,
sob este contrato, sem a prévia anuência, por escrito, da outra Parte que, por sua vez, não poderá
injustificadamente recusar.

8.1.1 Se o papel de Administrador do Sistema de Contabilização e Liqüidação de Energia


(ASCLE) for transferido a qualquer tempo no futuro, do ONS para outra Parte, em
conformidade com os dispositivos do CMAE, o ONS deverá assegurar que suas obrigações,
sob este Contrato, continuarão a ser desempenhadas ou por si ou por qualquer outra terceira
Parte que tenha se tornado ASCLE:

8.2 Este Contrato não poderá ser alterado e ter nenhum de seus dispositivos renunciados, exceto
através de um acordo, por escrito, assinado pelas Partes.

8.3 Esta cláusula irá estabelecer os procedimentos para submissão de avisos relevantes, tais
como, os endereços apropriados aos quais os avisos deverão ser enviados.

8.4 Este Contrato será regido e interpretado em todos os seus aspectos em conformidade com as
leis brasileiras.

Cláusulas

S1 Procedimentos de Liqüidação

S2 Descrição dos ativos que compõem a Interligação Internacional

S3 Encargos do Acesso à Interligação Internacional

Working Paper 98/2/1-3 89 SEN/Eletrobrás


Cláusula 3: Encargos de Acesso à Interligação Internacional

9 Pagamento Básico e Deduções

9.1 Esta cláusula irá descrever os Encargos de Acesso à Interligação Internacional. Estes
encargos terão a forma de um conjunto de Pagamentos Básicos destinados a cobrir os custos de
Capital e Operacionais da Interligação, sujeitos às Deduções na eventualidade em que a Interligação
tenha deixado de atender aos Parâmetros de Performance especificados.

9.2 Esta Cláusula irá definir um conjunto de Pagamentos Básicos para qualquer ano t. O
Pagamento Básico será dividido em um montante relativo aos encargos de capital e outro montante
relativo ao ressarcimento dos custos operacionais.

Pagamento Básico t = Capital t + O&M

[A separação destes elementos foi incluída no Contrato porque irá colaborar com a transparência
e facilita a avaliação da eqüidade do nível dos Encargos.]

9.3 O Pagamento Básico deverá ser dividido em doze prestações iguais e estas prestações
deverão representar o Pagamento Básico mensal.

9.4 O Pagamento Básico deverá ser revisto anualmente para refletir o impacto da inflação.
Ambos os elementos de Capital e de O&M deverão ser acrescidos de um montante correspondente à
inflação ocorrida nos preços do consumidor no decorrer dos 12 meses precedentes.

[Deverá ser incluída, na versão final, uma declaração mais formal a respeito da cláusula
de indexação, inclusive a especificação do índice respectivo que tenha sido publicado,
além de uma obrigação da Parte Comercializadora de notificar ao Concessionário de
Transmissão a respeito do impacto dos encargos calculados.]

9.5 O Concessionário de Transmissão deverá receber um Pagamento Básico, em sua totalidade,


na medida em que os Parâmetros de Performance especificados abaixo tenham sido
atendidos.

10 Parâmetros de Performance

10.1 Os Parâmetros de Performance estarão relacionados com o número de horas, em um ano, em


que a Interligação tenha permanecido indisponível, portanto, durante as horas em que nenhuma
Receita Comercial tenha sido obtida. O Concessionário de Transmissão deverá ter o direito de
agregar um número de horas, em um ano, durante as quais a Interligação poderá estar indisponível
sem que qualquer Dedução seja feita no Pagamento Básico e esta permissão deverá receber o nome
de Permissão de Indisponibilidade da Interligação.

10.2 A Permissão de Indisponibilidade da Interligação será contratada entre as Partes deste


Contrato.

[Seria desejável que fossem estabelecidos os parâmetros da negociação porque os


valores apropriados iriam depender das especificações técnicas das linhas e da
correspondente partilha de riscos entre as Partes; em princípio, uma Permissão mais
elevada de horas seria compatível com uma redução no Pagamento Básico.]

Working Paper 98/2/1-3 90 SEN/Eletrobrás


10.3 A horas correspondentes à Permissão de Indisponibilidade da Interligação que não tivessem
sido utilizados poderiam ser transferidas para o ano seguinte.

10.4 Quando as horas de indisponibilidade da Interligação excederem à Permissão de


Indisponibilidade da Interligação, deverão ser feitas Deduções no Pagamento Básico em
conformidade com a seguinte fórmula:

Dm = (HO / 8760) * PBano * [1,5]

onde:

Dm representa a Dedução relacionada com o Pagamento Básico em um mês m ;

HO (horas) representa a duração, em horas ou fração de hora, em que a Interligação tenha estado
indisponível em excesso à Permissão de Indisponibilidade da Interligação, subtraindo as horas que
já tenham sido submetidas à Dedução nos meses precedentes;

PBano representa o Pagamento Básico para a Interligação calculado para o respectivo ano.

[Esta cláusula apresenta uma estrutura relativamente simples para compensar a Parte
Comercializadora de qualquer perda de Receitas Comerciais oriunda de um nível
significativamente elevado de indisponibilidade da Interligação; cada hora de indiponibilidade em
excesso da Permissão de Indisponiblidade da Interligação levará à perda de [1,5] do valor da
hora no Pagamento Básico. Da mesma forma pela qual o montante da Permissão de
Indisponibilidade da Interligação deva ser pactuado entre as Partes, assim deverá ser a magnitude
do fator de penalidade, aqui sugerido em 1,5. Por razões de simplificação, o contrato considera de
forma similar as interrupções Forçadas e Programadas.]

10.5 Para os propósitos de avaliar a observância à Permissão de Indisponibilidade da Interligação,


será considerado que a Interligação tenha estado disponível durante os seguintes eventos:

• quanto eventos de Força Maior tenham causado a indisponibilidade de


Interligação;

• quando o Concessionário de Transmissão tenha sido solicitado pelo ONS para


desconectar a Interligação ou para tornar a Interligação indisponível por razões
de segurança do sistema; e

• quando a causa da interrupção tenha sido um evento ocorrido na linha de outro


Concessionário de Transmissão provocando uma interrupção secundária na
Interligação.

10.6 Ao final de cada mês, o Concessionário de Transmissão deverá fornecer à Parte


Comercializadora informações a respeito do instante, da duração e das causas de todos os períodos
de indisponibiliadde da Interligação que tenham ocorrido durante o mês, com detalhes suficientes
que possam permitir à Parte Comercializadora calcular qualquer Dedução a ser feita no Pagamento
Básico para aquele mês. A Parte Comercializadora deverá ter o direito de verificar as informações
fornecidas pelo Concessionário de Transmissão, inclusive o direito de solicitar ao ONS a
confirmação destas informações.

Working Paper 98/2/1-3 91 SEN/Eletrobrás


Minuta de Contrato da Operação da Interligação Internacional

[O objetivo principal desta minuta de Contrato de Operação da Interligação Internacional (COII)


é o de descrever o modelo de contrato necessário para as interligações no setor reformulado. Esta
minuta pressupõe que o Operador Independente do Sistema (ONS) já tenha sido estabelecido e que
os Procedimentos de Rede tenham sido concluídos e aprovados; quando apropriado, serão feitas
referências ao ONS e aos Procedimentos de Rede. Acreditamos que o COII passará a entrar em
vigor somente após a criação do ONS, portanto, não existem questões oriundas da transição para o
ONS.

Nosso Relatório do Estágio VII faz uma apreciação sobre as duas alternativas para a alocação das
receitas comerciais obtidas através da Interligação Internacional:

• as receitas comerciais seriam designadas à Parte construtura e possuidora de


uma interligação; geralmente, esta Parte seria um Concessionário de
Transmissão; portanto deverá haver a formalização de um contrato para que
as receitas comerciais sejam designadas a uma Parte que tenha o direito de
comercializar a energia, através de um Contrato de Acesso à Interligação
Internacional (CAII); ou

• as receitas comerciais seriam retidas (pelo) ou designadas ao ONS; o ONS,


em seu devido tempo, iria distribuir estas receitas entre os membros do MAE.

No primeiro caso, seria formalizado um COII entre o ONS e o Concessionário de Transmissão, em


conformidade com o qual o Concessionário de Transmissão se comprometeria a conceder o
controle operacional da Interligação ao ONS. O Concessionário seria remunerado pela Parte que
tivesse obtido as receitas comerciais sob o CAII, através de um pagamento compatível com o
recebimento dessas receitas. O ONS não faria pagamentos ao Concessionário de Transmissão, sob
o COII, porém teria o direito de impor penalidades contratuais para assegurar a observância às
suas solicitações operacionais e para incentivar uma disponibilidade adequada, dentro dos
interesses da segurança do sistema e do menor custo operacional.

No segundo caso, os aspectos operacionais do COII não poderiam ser modificados, porém o
regime de pagamentos seria similar àquele sob o CST. Especificamente, o ONS iria efetuar
pagamentos compatíveis ao Concessionário de Transmissão em troca do recebimento do controle
operacional e das receitas comerciais.

Elaboramos uma minuta do COII e do CAII para cobrir o primeiro caso, onde as receitas
comerciais não seriam retidas pelo ONS. Acreditamos que esta seria a abordagem correta para a
maioria das Interligações Internacionais.

As Partes e os Considerandos

A celebração do contrato irá estabelecer as partes contratantes e declarar os considerandos


apropriados. Os considerandos farão referências a quaisquer transferências de contrato pretendidas
no futuro e à respectiva legislação.

As partes do Contrato serão um Concessionário de Transmissão e o ONS.

Working Paper 98/2/1-3 92 SEN/Eletrobrás


Os respectivos considerandos poderão incluir:

• a eventualidade de o ONS estar estabelecido como um organismo para


planejar, operar e controlar o Sistema de Transmissão;

• a eventualidade de o Concessionário de Transmissão ser o proprietário de uma


Interligação Internacional entre o sistema elétrico brasileiro e a Parte
Internacional Interligada;

• a eventualidade de haver um Protocolo entre o ONS e a Parte Internacional


Interligada para coordenar o intercâmbio de energia elétrica em bases
mutuamente vantajosas.

[A minuta do COII foi elaborada como um contrato bilateral entre o ONS e o Concessionário de
Transmissão; a Parte Internacional Interligada não foi considerada como uma Parte do contrato.
Nós pressupomos que este Protocolo, em conjunto com os dispositivos do CMAE, serão suficientes
para definir adequadamente os direitos e as obrigações da Parte Internacional Interligada; caso
isso não ocorra, será então necessário definir tais direitos e obrigações no COII e introduzir a
Parte Internacional Interligada como uma Parte Interveniente no COII. Deve-se notar que o
Contrato de Conexão à Transmissão deverá definir os direitos do Concessionário Internacional de
Transmissão de acesso aos locais de interligação.]

Definições e Premissas

1.1 Esta seção irá definir quaisquer termos técnicos utilizados no Contrato e estabelecer as
premissas sobre as quais este contrato está baseado.

1.1.1 Um Circuito é definido como um conjunto de ativos (ou partes alocadas de ativos)
associados a uma única ligação entre dois nós da rede. Quando um circuito duplo
conectar dois nós, será considerado como dois Circuitos separados.

1.1.2 Um Ponto de Conexão é definido como um ponto no qual a Interligação


Internacional se conecta aos Ativos do Sistema Principal de Transmissão, ou através
de um Concessionário de Transmissão ou através de uma Parte Internacional
Interligada.

1.1.3 Uma Parte Internacional Interligada é definida como um organismo que tenha o
direito de operar e transmitir energia através de um sistema ao qual a Interligação
Internacional esteja conectada em um barramento que não seja brasileiro.

[Esta minuta de contrato não faz referências ao proprietário de uma Transmissão


Internacional (que exerça a função de um Concessionário de Transmissão). Presume-se
que quaisquer direitos de acesso do Concessionário Internacional de Transmissão aos
locais da interligação sejam administrados através de um CCT entre o proprietário de
uma Transmissão Internacional e um Concessionário de Transmissão que seja
proprietário da Interligação Internacional.

Working Paper 98/2/1-3 93 SEN/Eletrobrás


1.1.4 A Interligação Internacional ou Interligação é definida como um conjunto
completo de ativos de transmissão que fazem a conexão entre nós específicos do
sistema principal de transmissão brasileiro e um nó específico do sistema operado
pela Parte Internacional Interligada.

1.1.5 As Receitas Comerciais são definidas como o superávit financeiro que o


Administrador do Sistema de Contabilidade e Liqüidação de Energia (ASCLE) tenha
calculado como oriundo da energia comercializada através da Interligação, após a
dedução de quaisquer somas às quais a Parte Internacional Interligada possa ter
direito. As receitas comerciais irão depender do preço da energia comprada (de) ou
vendida (a) da Parte Internacional Interligada, do preço da energia comercializada
através do MAE, do volume dos fluxos de energia, da quantidade das perdas da
transmissão e dos direitos da Parte Internacional Interligada à uma quota do lucro
agregado.

[O cálculo das Receitas Comerciais está contido nos Regulamentos do Mercado do


CMAE, incluindo a verificação dos pagamentos devidos às Partes, em cada sistema,
de acordo com a direção do fluxo elétrico na interligação. Esta definição é
necessária porque está referida nas premissas.]

1.2 As premissas incluem o seguinte:

1.2.1 O Contrato do Mercado de Atacado de Energia (CMAE) em vigor tem poderes para
permitir que o ASCLE faça a estimativa, para cada período de instalação, das
Receitas Comerciais associadas com as transferências de energia através da
Interligação.

1.2.2 Um Protocolo em vigor formalizado entre o ONS e a Parte Internacional Interligada


irá definir os requisitos técnicos relacionados com a Interligação Internacional.

1.2.3 A realização de Contratos de Conexão à Transmissão irá permitir que a Interligação


seja conectada aos ativos de transmissão de propriedade de outras Partes, em cada
terminal da Interligação e irá descrever de forma abrangente as responsabilidades
das partes em cada local de conexão.

2 Objeto, vigência e condições de validade

2.1 O objetivo do Contrato é o de estabelecer um acordo designando ao ONS o controle da


Interligação Internacional, de propriedade de um Concessionário de Transmissão. Este acordo irá
definir os direitos e as obrigações do ONS e do Concessionário de Transmissão, e as bases de
quaisquer Pagamentos Contratuais que poderão ser devidos ao ONS, pelo Concessionário de
Transmissão, nas situações em que a disponibilidade da Interligação tenha estado aquém das
condições operacionais contratadas estipuladas na Seção 3 e na Cláusula 5.

2.2 Para evitar qualquer margem de dúvida, torna-se necessário esclarecer que a Interligação
Internacional não representa uma Concessão de Serviço Público.

2.3 O Contrato irá perdurar até que seja liqüidado. O Contrato poderá ser liqüidado, em qualquer
tempo, por qualquer das Partes, se a outra Parte estiver em situação de violação ou inadimplência ao
Contrato, ou caso o Contrato tenha se tornado desnecessário como resultado de um

Working Paper 98/2/1-3 94 SEN/Eletrobrás


Descomissionamento de toda a Interligação Internacional sob a sua cobertura. Os Procedimentos de
Liqüidação que deverão ser observados em qualquer um dos casos estão contidos na Cláusula 1
deste Contrato. Um Pagamento de Liqüidação poderá ser devido ao Concessionário de Transmissão
por ocasião da Liqüidação. O montante do Pagamento de Liqüidação irá depender se esta
Liqüidação tenha se originado de uma situação de Violação ou de Inadimplência de qualquer das
Partes.

2.4 As condições que definirão Violação ou Inadimplência ao Contrato, Descomissionamento


ou Desconexão e os Pagamentos de Liqüidação serão fornecidas posteriormente neste Contrato.

[A minuta do COII permite que um Pagamento de Liqüidação proteja o Concessionário de


Transmissão contra uma perda prematura do seu valor por razões que poderiam ser evitadas pelo
ONS. Isto seria necessário, mesmo que o ONS não fizesse pagamentos compatíveis ao
Concessionário de Transmissão sob este Contrato.]

3 Provisão (de) e Pagamento pela Interligação Internacional

(i) Provisão da Interligação Internacional

3.1 O Concessionário de Transmissão concorda em conceder o controle operacional da


Interligação Internacional ao ONS. O Concessionário de Transmissão concorda em cumprir com
todas as solicitações operacionais emitidas pelo ONS relacionadas com a transferência de energia e
com a programação da manutenção. O contrato confere ao ONS os direitos exclusivos de uso da
Interligação Internacional cobertos pela Cláusula 2.

3.2 O Concessionário de Transmissão terá o direito de nomear uma Parte à qual serão
designadas as Receitas Comerciais associadas com o uso da Interligação Internacional. O ONS, em
seguida, irá designar estas Receitas Comerciais à Parte nomeada, de acordo com o processo de
Contabilização e Liqüidação de Energia, desde que a Parte nomeada tenha esse direito em virtude de
concessão, permissão ou licença de comercializar energia no sistema elétrico brasileiro.

3.3 Este Contrato se aplica aos Circuitos que formam a Interligação Internacional do
Concessionário de Transmissão (na data de sua celebração) e àqueles ativos que forem
subsequentemente incluídos por razões de Modificações.

3.4 Uma Cláusula a este Contrato (S2) irá fornecer a descrição técnica da Interligação
Internacional. Esta Cláusula irá incluir:

3.4.1 sua localização e identificação;

3.4.2 uma relação dos ativos associados com a instalação, inclusive informações sobre a
quantidade e o tipo de ativos, além das respectivas características técnicas de
operação, inclusive seu nível de tensão, quando aplicável;

3.4.3 uma relação dos Pontos de Conexão nos quais a Interligação Internacional está
conectada ao sistema principal de transmissão; e

3.4.4 para cada Ponto de Conexão descrito na Cláusula 2, os limites entre aqueles ativos
cobertos por este Contrato e aqueles ativos que tiverem sido identificados como fora
de seu escopo.

Working Paper 98/2/1-3 95 SEN/Eletrobrás


3.5 Quaisquer características técnicas especiais da Interligação Internacional serão especificadas
em uma Cláusula posterior a este Contrato (S3).

(ii) Condições operacionais e requisitos

3.6 O Concessionário de Transmissão e o ONS devem se comprometer em obedecer aos


requisitos do Protocolo que governa a Interligação e aos respectivos dispositivos nos Procedimentos
de Rede (brasileiros), na condução de quaisquer atividades exigidas sob este Contrato. [A
observância a quaisquer Procedimentos de Rede respectivos, em vigor no sistema da Parte
Internacional Interligada, será considerada como coberta por este Protocolo.]

3.7 Esta cláusula irá descrever os requisitos relacionados com a medição, desde que estejam
relacionados com a medida dos fluxos na Interligação Internacional.

3.7.1 Uma Cláusula ao Contrato (S4) irá descrever os ativos de medição associados com
a Interligação. [Esta cláusula irá cobrir somente os ativos de medição
especificamente necessários para medir e confirmar os fluxos através das
fronteiras comerciais da Interligação.]

3.7.2 O Concessionário de Transmissão e o ONS deverão se comprometer em cumprir


com todas as obrigações do Contrato Internacional que regem a Interligação, e
com os respectivos dispositivos contidos nos Procedimentos de Rede,
relacionados com a medição, desde que sejam aplicáveis a eles.

3.7.3 O Concessionário de Transmissão irá operar os medidores ou terá o direito de


nomear terceiros para agirem como operadores, sujeitos à consulta prévia junto ao
ONS.

3.7.4 O Concessionário de Transmissão deverá coligir e transferir ao ONS, ou solicitar a


seus agentes que o façam, todas as informações que sejam requeridas pelo ONS,
sob este Contrato ou sob os Procedimentos de Rede, para permitir que o ONS
execute suas funções. [Isto deverá incluir informações que o ONS esteja
incumbido de coletar em nome da Parte Internacional Interligada, sob este
Protocolo.]

3.7.5 Ambas as partes deverão notificar ao operador de medição a respeito de quaisquer


defeitos aparentes no equipamento de medição.

3.7.6 O Concessionário de Transmissão deverá cooperar com a Parte Internacional


Interligada no sentido de estabelecer as causas e de sanar quaisquer falhas
relacionadas com o equipamento de medição em quaisquer lados da Fronteira
Internacional.

3.8 O Concessionário de Transmissão estará obrigado a manter seus ativos, cobertos por este
Contrato, sob padrões que:

• permitam atender aos requisitos deste Contrato; e

Working Paper 98/2/1-3 96 SEN/Eletrobrás


• evitem danos à usina e aos equipamentos do Concessionário de Transmissão, da
Parte Internacional Interligada ou de outras partes conectadas aos Ativos do
Sistema Principal de Transmissão, em qualquer País.

3.9 O ONS terá o direito de:

• comparecer a todos os Locais de Conexão a fim de inspecionar os ativos,


inclusive os medidores.

• solicitar ao Concessionário de Transmissão para proceder a operação dos


disjuntores, e de outros ativos da Interligação, em conformidade com os
procedimentos estabelecidos no Contrato Internacional.

• aprovar o programa de manutenção do Concessionário de Transmissão para a


Interligação Internacional; e

• fazer uma revisão e de elaborar planos relacionados com expansões e


modificações na Interligação.

3.10 O ONS terá o direito de verificar quaisquer informações provenientes do Concessionário de


Transmissão, sob este Contrato, inclusive (porém não limitado a) obter relatórios técnicos em
duplicata, inspecionar registros e rever procedimentos de coleta de informações, agindo por conta
própria ou através de terceiros devidamente autorizados.

(iii) Manutenção e disponibilidade da Interligação

[O COII especifica que o Concessionário de Transmissão tem o dever de notificar ao ONS


a respeito dos programas de manutenção, tendo em vista a necessidade desta notificação
para que o ONS possa realizar uma programação e um planejamento “ótimos” do sistema.
As condições sob as quais a programação da manutenção e das interrupções na
Interligação deverão ser informadas ao ONS em muito se assemelham àquelas para os
demais ativos de transmissão no sistema elétrico brasileiro (tal como foram especificadas
no CST), a fim de facilitar o trabalho do ONS. Se o ONS necessitar interagir com a Parte
Internacional Interligada, neste caso haveria uma justificação para períodos mais extensos
de aviso prévio.]

3.11 Esta seção irá especificar as condições relacionadas com a manutenção e a disponibilidade
da Interligação.

3.12 A Interligação deverá ter uma Permissão de Interrupção para uma Interrupção
Programada correspondente ao número de horas, durante o ano, em que a Interligação poderá estar
indisponível, sem incorrer em uma Penalidade Contratual, sob este Contrato. A Interligação deverá
ter, também, uma Permissão de Interrupção Forçada correspondente ao número de horas, durante
o ano, em que a Interligação possa experimentar uma interrupção, sem uma notificação ao ONS e
sem incorrer em uma Penalidade Contratual, sob este Contrato.

3.13 A fim de que uma interrupção possa ser qualificada como uma Interrupção Programada, o
Concessionário de Transmissão deverá notificar esta interrupção ao ONS, em linha com as
seguintes condições:

Working Paper 98/2/1-3 97 SEN/Eletrobrás


3.13.1 no 15º dia do mês, ou em data anterior, o Concessionário de Transmissão deverá
notificar ao ONS sobre as interrupções que irão ocorrer entre os dias 1 e 15 do mês
subseqüente;

3.13.2 no dia 1º do mês, ou em data anterior, o Concessionário de Transmissão deverá


notificar ao ONS sobre as interrupções que irão ocorrer entre os dias 16 e 31 do
mesmo mês;

3.13.3 o Concessionário de Transmissão deverá notificar ao ONS sobre o proposto


momento inicial e a duração (em horas), para cada Interrupção Programada;

3.13.4 a interrupção não deverá ser programada para ocorrer durante os picos diários de
utilização no respectivo setor do sistema elétrico brasileiro, sendo que tais horas
deverão ser identificadas e publicadas pelo ONS. O ONS poderá, no entanto, permitir
que a manutenção programada ocorra durante os horários de pico, quando tal for
necessário para a conclusão dos trabalhos de manutenção a custo razoável.

3.14 O Concessionário de Transmissão poderá requerer ao ONS, com um aviso prévio de [5] a
15 dias, um Período de Interrupção adicional, dentro da Permissão de Interrupção Programada. Tal
período de interrupção deverá receber a designação de Interrupção com “Aviso de Curto Prazo”. O
Concessionário de Transmissão deverá notificar ao ONS sobre o momento inicial e a duração (em
horas) desta Interrupção com “Aviso de Curto Prazo”. Caso o ONS conceda esta solicitação, esta
Interrupção será considerada como uma Interrupção Programada e poderá ser incluída na Permissão
de Interrupção Programada. No caso do ONS recusar a solicitação, qualquer interrupção que seja
compatível com uma solicitação de “Aviso de Curto Prazo” será considerada como uma Interrupção
não Programada.

[As cláusulas acima foram incluídas para refletir compatibilidade com as práticas
operacionais atuais no Brasil e com os dispositivos do CST relacionados com os ativos do
sistema de transmissão.]

3.15 Quando um Concessionário de Transmissão não utilizar as horas contidas em sua Permissão
de Interrupção Programada, disponíveis para as Interrupções Programadas durante qualquer ano,
estas horas poderão ser transferidas para o próximo ano calendário e a Permissão de Interrupção
Programada para aquele ano poderá ser ajustada em conformidade. A transferência máxima deverá
ser de [dez] porcento da Permissão de Interrupção Programada anual.

3.16 Não haverá transferência de qualquer Permissão de Interrupção de Frequência não utilizada.

3.17 Com o propósito de avaliar a observância à Permissão de Interrupção Programada e à


Permissão de Interrupção de Frequência, as seguintes condições deverão ser aplicadas:

3.17.1 A Interligação será considerada como disponível e que nenhum evento de interrupção
tenha ocorrido durante as seguintes ocasiões:

• quando motivos de Força Maior tenham dado margem a que a Interligação tenha ficado
indisponível;

• quando o Concessionário de Transmissão tenha sido solicitado pelo ONS para interromper
a energia da linha, ou por qualquer outra razão, tornar a Interligação indisponível; e

Working Paper 98/2/1-3 98 SEN/Eletrobrás


• quando a causa da interrupção tenha sido um evento ocorrido na rede de outro
Concessionário de Transmissão ou no sistema da Parte Internacional Interligada, caso este
evento tenha dado início a uma segunda interrupção na Interligação.

(iv) Encargos das Penalidades Contratuais

[Será necessário incluir algumas formas para estimular a observância do


Concessionário de Transmissão aos requisitos de notificação e aos níveis adequados de
disponibilidade dos ativos. Os incentivos com respeito à disponibilidade dos ativos
estão incluídos no CAII - tendo em vista que as Receitas Comerciais que a
contrapartida do CAII irá receber da Interligação, de acordo com os dispositivos do
CAII, estarão diretamente relacionadas com a disponibilidade da Interligação, seria,
portanto, apropriado que recebesse algum recurso do Concessionário de Transmissão
na eventualidade de reduzida disponibilidade dos ativos. No entanto, como o ONS
também está interessado na disponibilidade dos ativos, por razões de confiabilidade no
sistema, alguma forma de incentivos ou penalidades também deveria ser incluída no
CAII. Considerando que o ONS não efetua pagamentos ao Concessionário de
Transmissão sob o CAII, os incentivos respectivos tomariam a forma de penalidade
contratuais. As penalidades seriam especificadas em níveis relativamente baixos a fim
de não expor o Concessionário de Transmissão a níveis significativos de risco.]

3.18 Sob condições operacionais normais, nenhum pagamento será devido pelo ONS ao
Concessionário de Transmissão, em conformidade com este Contrato. Nenhum pagamento será
devido pelo Concessionário de Transmissão, exceto nas circunstâncias quando uma penalidade
contratual seja devida em vista das razões especificadas abaixo.

3.19 O contrato irá especificar os encargos devidos ao ONS pelas Penalidades Contratuais na
eventualidade em que:

(a) o Concessionário de Transmissão deixe de cumprir uma solicitação


operacional do ONS, após uma notificação devidamente emitida;

(b) o Concessionário de Transmissão deixe de cumprir os requisitos de


notificação especificados neste Contrato em relação à manutenção
programada da Interligação.

(c) as interrupções da Interligação tenham excedido a Permissão de Interrupção


Programada ou a Permissão de Interrupção Forçada.

3.20 Uma Cláusula ao Contrato (S5) irá estabelecer:

• os encargos das Penalidades Contratuais;

• a frequência das revisões dos encargos e as bases da indexação; e

• qualquer informação que o Concessionário de Transmissão possa fornecer ao ONS


para que este tenha condições de calcular os encargos.

(v) Faturamento e Pagamento

Working Paper 98/2/1-3 99 SEN/Eletrobrás


3.21 Esta seção irá estabelecer os principais dispositivos relacionados com o faturamento e o
pagamento dos encargos das Penalidades Contratuais. Aspectos adicionais poderão ser incluídos na
Cláusula 5.

3.21.1 O faturamento e o pagamento serão feitos mensalmente.

3.21.2 No máximo até o [quinto] dia de cada mês, o Concessionário de Transmissão


deverá fornecer ao ONS os detalhes da respectiva informação operacional,
necessários ao cálculo dos pagamentos, sob este Contrato, relativos ao mês
precedente.

3.21.3 Se o ONS considerar que uma Penalidade Contratual tenha sido devida, deverá
emitir uma fatura, até no máximo o [décimo] dia do mês, ao Concessionário de
Transmissão, detalhando o montante a ser pago e as bases da estimativa.

3.21.4 Os montantes a serem pagos pelo Concessionário de Transmissão estarão


vincendo e em débito até no máximo o 30º dia do mês seguinte ao mês
correspondente à Fatura.

3.21.5 Todos os pagamentos devidos pelo Concessionário de Transmissão ao ONS, sob


este contrato, deverão ser efetuados livres de qualquer compensação, dedução ou
retenção com respeito a Impostos ou a pagamentos vencidos ou declarados
vincendos pelo ONS ao Concessionário de Transmissão.

3.21.6 Se qualquer montante comprovadamente devido pelo Concessionário de


Transmissão ao ONS, sob este contrato, permanecer vincendo após a data de seu
vencimento, o Concessionário de Transmissão deverá pagar:

(a) juros de [no máximo de 12] porcento ao ano, a partir (e inclusive) da data do
vencimento do montante em questão, excluindo a data de seu recebimento
pelo ONS, acumulados diariamente; e

(b) uma multa de dez porcento [10%] sobre o montante em questão, que deverá
auferir juros, de acordo com o parágrafo acima.

3.21.7 O pagamento de qualquer montante devido, sob esta cláusula, deverá ser feito em
R$ e tornado efetivo através de transferência bancária para a conta do ONS, em
banco a ser notificado pelo ONS ao Concessionário de Transmissão.

3.22 A resolução de quaisquer controvérsias sobre os montantes deverá ser feita através dos
procedimentos de Resolução de Controvérsias, sob este Contrato.

(vi) Expansões da Interligação

3.23 O Concessionário de Transmissão terá permissão de realizar despesas de expansão da


Interligação Internacional, com a aprovação do ONS e da ANEEL, quando tais despesas forem
autorizadas de acordo com os dispositivos do Contrato Internacional. Para evitar qualquer margem
de dúvida, o Concessionário de Transmissão não terá a obrigação de realizar expansões na
Interligação.

Working Paper 98/2/1-3 100 SEN/Eletrobrás


3.24 Quando os ativos que foram objeto de expansão forem utilizados, os detalhes contidos na
Cláusula 2 deverão receber emendas em conformidade e a data do comissionamento deverá ser
registrada.

[O Concessionário de Transmissão, proprietário de uma Interligação, está na mesma


posição de um gerador, isto é, não deverá ter a obrigação de realizar expansões em seus
ativos, a não ser que assim o queira. No entanto, poderá ocorrer casos em que a
expansão da linha seja economicamente válida e, em tais casos, o Contrato poderá ser
modificado para cobrir os respectivos ativos.]

(vii) Garantias e Pagamentos de Liqüidação

3.25 O Concessionário de Transmissão terá direito a um Pagamento de Liqüidação na


eventualidade da liqüidação do Contrato, quando esta tenha sido provocada pelo ONS ou como
resultado de uma violação ou inadimplência ao Contrato cometida pelo ONS.

3.26 O Pagamento de Liqüidação deverá ser igual ao valor não amortizado da Interligação do
Concessionário de Transmissão. No caso de controvérsias relacionadas com o Pagamento de
Liqüidação, as Partes deverão obedecer aos procedimentos de resolução de controvérsias contidos
nos Procedimentos de Rede.

4 Força Maior

4.1 Se alguma das Partes estiver incapacitada de executar quaisquer das suas obrigações, sob
este Contrato, em razão de circunstâncias de Força Maior, este Contrato permanecerá em vigor,
porém as respectivas obrigações deverão ser suspensas durante um período igual ao da permanência
da Força Maior. A suspensão das obrigações estará condicionada a que a Parte inadimplente
informe imediatamente às outras Partes sobre as circunstâncias que deram margem à Força Maior e
sobre a sua duração prevista, usando de seus melhores esforços para sanar a incapacidade
operacional.

4.2 Tais eventos de Força Maior poderão incluir:

• “Atos da Natureza”;

• guerras ou eventos terroristas;

• eventos de guerra civil;

• eventos ambientais extremos (por exemplo, terremotos); e

• colapso excepcional da usina (inevitável, mesmo com práticas corretas de


prevenção).

[O vandalismo está especificamente excluído considerando-se que o Concessionário de


Transmissão tem o dever de manter seus ativos em boas condições operacionais. Isto inclui a
obrigação de dar-lhes proteção.]

Working Paper 98/2/1-3 101 SEN/Eletrobrás


5 Responsabilidades

5.1 Esta seção irá cobrir as situações de violação e de inadimplência, descomissionamento,


desconexão e desligamento da energia na Interligação Internacional, assim como as
responsabilidades.

5.2 Esta cláusula irá definir as condições de infração e indadimplência e estabelecer as


consequências.

5.2.1 As condições de violação e de inadimplência irão incluir:

(a) se houver atraso de mais de [sete] dias úteis na efetivação dos pagamentos;

(b) se uma das Partes se tornar insolvente e o inventariante nomeado pelo Tribunal não
puder dar garantias de que as condições contratuais serão cumpridas dentro de [28]
dias;

(c) se houver omissão na observância de qualquer dos dispositivos deste Contrato de tal
forma a causar prejuízos financeiros ou operacionais na outra Parte; ou

(d) se uma das Partes cessar, por qualquer razão, de ser detentora de uma licença,
concessão ou permissão.

[Esta definição de inadimplência deverá ser ajustada para se compatibilizar com as


práticas legais padronizadas no Brasil]

5.2.2 Se o ONS estiver em situação de violação ou inadimplência durante um período


de [6] meses, o Concessionário de Transmissão terá o direito de solicitar a
Liqüidação. O ONS poderá evitar este processo sanando a situação de violação ou
fazendo uma representação aos procedimentos de Resolução de Controvérsias
especificados neste Contrato.

5.2.3 Se o Concessionário de Transmissão estiver em situação de violação ou


inadimplência, e na eventualidade de esta violação ou inadimplência colocar em
risco a estabilidade do sistema, o ONS poderá nomear interventores para
administrar a Interligação. Finalmente, o ONS poderá exigir que o Concessionário
de Transmissão venda seus ativos a terceiros, e seus direitos e obrigações sob este
contrato serão transferidos a esta terceira parte. Nestas circunstâncias, o
Concessionário de Transmissão não terá direito a um Pagamento de Liqüidação.

5.3 Esta cláusula irá cobrir o descomissionamento, a desconexão e o corte da energia na


Interligação Internacional.

5.3.1 O ONS deverá conceder pelo menos [6] meses de aviso prévio ao Concessionário
de Transmissão concernente a qualquer intenção de descomissionar ou desconectar a
Interligação.

Working Paper 98/2/1-3 102 SEN/Eletrobrás


5.3.2 O Concessionário de Transmissão somente poderá descomissionar ou desconectar
qualquer Interligação Internacional com a anuência do ONS. Se um dos ativos for
descomissionado ou desconectado, deverá ser removido do Registro de Ativos na
Cláusula 2. Quando apropriado, deverão ser feitos ajustes nos dispositivos das
Penalidades Contratuais contidos na Cláusula 5.

5.3.3 O Concessionário de Transmissão terá o direito de interromper a energia da


Interligação para evitar quaisquer ameaças de morte ou de ferimento em qualquer
pessoa, danos à Interligação, ou aos ativos da transmissão ou ativos interconectados
das outras Partes.

5.4 Nenhuma das Partes será responsável perante a outra Parte por quaisquer perdas ou danos,
diretos ou conseqüentes, resultantes da violação cometida pela primeira a este contrato.

6 Resolução de controvérsias

6.1 Na eventualidade de uma controvérsia, as Partes concordam em obedecer aos procedimentos


de resolução de controvérsias estabelecidos nos Procedimentos de Rede.

7 Declarações, Garantias e Fianças

7.1 O Concessionário de Transmissão e o ONS mutuamente se comprometem a obter e manter


todas as Licenças exigidas por cada uma das Partes para executar suas obrigações sob este Contrato
e a obedecer a todos os requisitos legais.

7.2 As Partes oferecem garantias de que possuem autoridade legal para executar este Contrato e
desempenhar seus dispositivos; de que não existem pendências legais contra si e que foram
devidamente autorizadas pelos diretores eleitos.

8 Condições Gerais

8.1 Nenhuma das Partes poderá transferir ou delegar quaisquer de seus direitos ou obrigações,
sob este Contrato, sem a anuência prévia, por escrito, da outra Parte, que por sua vez, não poderá
injustificadamente recusar.

8.2 Este Contrato não poderá ser alterado e ter nenhum de seus dispositivos renunciado, exceto
através de um acordo por escrito assinado pelas Partes.

8.3 Esta Cláusula irá estabelecer os procedimentos para submissão de avisos relevantes, tais
como os endereços apropriados aos quais os avisos deverão ser enviados.

8.4 Este Contrato será regido e interpretado, em todos os seus aspectos, em conformidade com
as leis brasileiras.

Cláusulas

S1 Procedimentos de Liqüidação

S2 Descrição dos Ativos que compõem a Interligação Internacional

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S3 Características técnicas especiais

S4 Medição em cada local

S5 Encargos das Penalidades Contratuais

Cláusula 5: Encargos das Penalidades Contratuais

8.5 O Concessionário de Transmissão concorda com a obrigação, sob este Contrato, de operar a
Interligação Internacional de forma compatível com as necessidades do ONS para as operações do
sistema elétrico brasileiro e com as obrigações impostas ao ONS pelo Protocolo. Sob condições
operacionais normais, nenhum pagamento será devido a ou procedente de, de qualquer das partes
sob este Contrato. As Condições Operacionais Normais serão consideradas como presentes quando:

• todas as solicitações operacionais emitidas pelo ONS tenham sido cumpridas


e, se necessário, após uma notificação apropriada;

• a Permissão de Interrupção Programada para a manutenção não tenha sido


excedida;

• a Permissão de Interrupção Forçada não tenha sido excedida;

• as interrupções tenham sido notificadas ao ONS, em linha com os requisitos


contidos neste Contrato;

• as Interrupções Programadas tenham ocorrido no período do dia (fora ou


dentro do pico) que tenha sido contratado pelas Partes.

8.6 Qualquer interrupção que não preencha os critérios das Condições Operacionais Normais
serão consideradas como uma violação às obrigações do Concessionário de Transmissão e um
Encargo de Penalidade Contratual poderá ser devido.

8.7 As Penalidades Contratuais a serem pagas ao ONS, sob este Contrato, são as seguintes:

Evento Penalidade
O Concessionário de Transmissão deixou de [10 vezes a unidade de penalidade para o primeiro
obedecer a uma solicitação de operação evento; 20 vezes a unidade de penalidade para
eventos reiterados no mesmo ano]
Manutenção programada que tenha excedido à [1,5 vezes a unidade de penalidade para cada
Permissão de Manutenção Programada hora]
Interrupções forçadas, que tenham excedido a [2 vezes a unidade de penalidade para cada hora]
Permissão de Interrupção Forçada, incluindo todas
as interrupções que não foram notificadas ao ONS
com os períodos exigidos de aviso prévio

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8.8 A unidade de penalidade será estabelecida, para o primeiro ano do Contrato, em [R$1000];
no dia 1 de janeiro, de cada ano subsequente, será acrescida de um montante correspondente ao
índice da inflação ocorrida nos 12 meses anteriores no preço de varejo.

8.9 A Permissão de Manutenção Programada será estabelecida em [25] horas por ano.

8.10 A Permissão de Interrupção Forçada será estabelecida em [1 hora] por ano.

8.11 Quando um setor da Interligação estiver disponível e outro setor estiver indisponível, e uma
penalidade contratual for devida com respeito ao setor indisponível, o montante da penalidade
Contratual deverá ser reduzido segundo uma quota que corresponda à quota da capacidade da
Interligação que tenha permanecido disponível.

8.12 Ao calcular o montante que tenha excedido às Permissões, todas as interrupções serão
ponderadas pela fração da capacidade da linha que tenha se tornado indisponível como resultado do
evento da interrupção.

8.13 As Partes reconhecem que os parâmetros incluídos nesta Cláusula deverão ser utilizados
durante o período inicial de [3] anos. Antes do término do período inicial, as Partes irão
reconsiderar os valores à luz da experiência operacional, sob este Contrato, e renegociar estes
valores em conformidade. Na eventualidade de ocorrer uma discordância sobre os parâmetros
revistos, a ANEEL deverá ter o direito de determinar os valores apropriados e sua decisão será
definitiva. Os parâmetros revistos deverão ser reconsiderados a cada [5] anos.

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