•A conta do Capital Social representa o investimento efetuado na empresa pelos seus proprietários de forma direta ou mediante reinvestimento dos valores obtidos pela própria empresa (capitalização de reservas e lucros). Este investimento pode assumir a forma deações ou quotas. 6.1.1 Capital autorizado •Quando o estatuto da empresa confere ao Conselho de Administração autorização para aumentar o Capital Social, independentemente de alteração estatutária, bastando a reunião do órgão e o registro da ata respectiva na Junta Comercial. 6.1.2 Custo de transação na emissão de ações •De acordo com a Resolução n. 1.142/2008, do Conselho Federal de Contabilidade, os custos de transação na emissão de ações devem ser registrados como redução do montante de recursos captados na operação. 6.2 Reservas de capital •Representam as importâncias recebidas dos proprietários e de terceiros que não devem ser consideradas como receitas ou ganhos e que, portanto, não devem transitar por contas de resultado. 6.2.1 Reserva de ágio na emissão de ações •Essa reserva representa a contribuição do subscritor que ultrapassar o valor nominal da ação ou a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação de capital. 6.2.1.1 Motivo para cobrança de ágio na emissão de ações •A cobrança (e o pagamento) de ágio na emissão das ações da companhia tem por objetivo evitar a diluição do capital dos acionistas que não queiram ou não possam acompanhar a subscrição das novas ações. 6.2.2 Reserva de alienação de partes beneficiárias •Partes beneficiárias: são títulos negociáveis que podem ser emitidos pela companhia; não possuem valor nominal, não se confundindo, portanto, com o capital social, razão pela qual não possuem direitos privativos de acionistas, exceto o de fiscalizar os atos dos administradores nos termos da Lei n. 6.404/1976, •A Lei n. 10.303, de 31.10.2001, acrescentou um parágrafo único ao artigo 47 da Lei n. 6.404/1976, vedando a emissão de Partes Beneficiárias por companhias abertas. 6.2.2.1 Resgate das partes beneficiárias •O resgate do título pode ser efetuado por um valor simbólico, ou por algum critério de cálculo determinado no certificado de emissão do título. •A Lei das S/A (Lei n. 6.404/1976) estabelece que, se fixado o valor do resgate, a companhia deverá criar uma reserva para tal fim. 6.2.3 Reserva de produto da alienação de bônus de subscrição •Bônus de Subscrição: são títulos negociáveis de emissão da companhia, dentro do limite do capital autorizado. Podem ser atribuídos como uma vantagem adicional aos subscritores de ações ou debêntures de emissão da companhia ou ser alienados a terceiros. 6.2.4 Reservas de capital constituídas até31.12.2007 •A partir de 1ºde janeiro de 2008, os prêmios recebidos na emissão de debêntures, bem como as doações e subvenções para investimentos, devem ser escriturados como receitas na apuração do resultado do exercício com a possibilidade de sua utilização para constituição de reservas de lucros. 6.2.5 Reserva de incentivos fiscais •O Pronunciamento Técnico CPC n. 7, que trata da Subvenção e Assistência Governamental, alterou substancialmente a classificação e o registro dos incentivos fiscais pela aplicação de parcela do IRPJ devido em fundos de investimento regionais, bem como, pela redução ou isenção de tributos em área incentivada. Essas aplicações passarão a ser consideradas como reservas de lucros. 6.2.6 Reserva especial de ágio na incorporação •Reserva criada pelo artigo 6º, §1ºda Instrução CVN n. 319/1999, onde deverá ser contabilizado o ágio resultante da aquisição do controle da companhia aberta que vier a incorporar sua controladora. 6.2.7 Utilização das reservas de capital •As Reservas de Capital somente poderão ser utilizadas para: a) absorção dos prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros; b) resgate, reembolso ou compra de ações; c) resgate de partes beneficiárias; d) incorporação ao capital social; e) pagamento de dividendos a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada. 6.3 Reservas de reavaliação •A Lei das Sociedades por Ações (S/A) e o Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999) admitiam, até31.12.2007, a modificação do valor contábil dos bens do Ativo Permanente (atualmente Ativo Não Circulante), nas seguintes hipóteses: a) para diminuir: mediante depreciação, amortização, exaustão acumuladas ou provisão para perdas prováveis na realização de investimento (essas continuam valendo); b) para aumentar: mediante reavaliação efetuada com base em laudo aprovado pela Assembleia Geral (até31.12.2007). 6.4 Reservas de lucros •Segundo o art. 192 da Lei das S/A, os órgão da administração da companhia apresentarão à Assembleia Geral Ordinária (AGO), juntamente com as demonstrações financeiras do exercício, proposta sobre a destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício. •Os lucros auferidos no período que não tiverem destinação no período deverão ser distribuídos como dividendos. 6.4.1 Reserva legal •Finalidade: Assegurar a integridade do capital social. •Utilização: Para aumentar o capital social ou absorver prejuízos contábeis. •Base de Cálculo: 5% do Lucro Líquido do Exercício (LLE). 6.4.2 Reservas estatutárias •Devem estar previstas no estatuto da companhia, o qual deverá: a) indicar, de modo claro, completo e preciso, a sua finalidade; b) fixar os critérios para sua determinação com base no Lucro Líquido do Exercício Social; c) estabelecer seu limite máximo. 6.4.3 Reserva para contingências •Objetivo: compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro proveniente de perda provável cujo valor possa ser estimado. •Contingência: situação ou condição que pode surgir para a companhia, na qual há possibilidade de ocorrência de despesas ou perdas, cuja certeza de acontecimento é futura e discutível. •Constituição da Reserva: éopcional e a proposta da administração deverá indicar a causa da perda prevista e justificar, com as razões de prudência que recomendem a sua constituição. •Reversão da Reserva: deve ser contabilizada quando as causas que justificaram a sua constituição não mais existirem, ou no exercício em que ocorrer a perda. 6.4.4 Retenção de lucros para a constituição da reserva de lucros para expansão ou reservas para planos de investimentos •Conteúdo e finalidade: segregar (separar) parte do lucro apurado, visando manter tais recursos na companhia para aplicação em projetos de expansão. •Base de cálculo: orçamentos de capital aprovados pela Assembleia Geral. •Orçamento: poderá ser aprovado pela Assembleia Geral Ordinária que deliberar sobre o balanço do exercício e revisado anualmente, quando tiver duração superior a um exercício social. •Reflexos nos Dividendos: esta reserva não poderá ser constituída em prejuízo da distribuição do dividendo obrigatório, previsto em lei, •Reversão da Reserva: o valor da Reserva deverá ser revertido para Lucros ou Prejuízos Acumulados, quando completado o período de implantação da expansão; também poderá ser utilizada para aumento de capital ou para compensar prejuízos contábeis. 6.4.5 Reservas de incentivos fiscais •O Pronunciamento Técnico CPC n. 7, que trata da Subvenção e Assistência Governamental, alterou substancialmente a classificação e o registro dos incentivos fiscais pela aplicação de parcela do IRPJ devido em fundos de investimentos regionais, bem como pela redução ou isenção de tributos em área incentivada. •Tendo em vista que a subvenção governamental é recebida de uma fonte que não os acionistas e deriva de ato de gestão em benefício da entidade, não deve ser creditada diretamente no patrimônio líquido, mas, sim, reconhecida como receita nos períodos apropriados. 6.4.6 Reserva específica de prêmio de emissão de debêntures •O CPC 8 estabeleceu que os prêmios na emissão de debêntures devem ser acrescidos ao valor justo inicialmente reconhecido na emissão desse instrumento financeiro e que os custos de transação incorridos na captação de recursos por meio da contratação desse instrumento de dívida devem ser contabilizados como redução do valor justo inicialmente reconhecido, para evidenciação do valor líquido recebido. 6.4.7 Reservas de lucros a realizar 6.4.7.1 Definição e objetivo •Lucros a Realizar representam os lucros não realizados financeiramente, apesar de estarem contabilmente realizados. Este fato pode acontecer porque a contabilidade adota o regime da competência para registrar suas operações, assim pode ocorrer que a sociedade venha a apurar um lucro líquido contábil sem o correspondente acréscimo em disponibilidade. 6.4.8 Reserva especial de lucros para dividendos obrigatórios não distribuídos •Quando a sociedade tem dividendo obrigatório a distribuir e não existem recursos financeiros para seu pagamento, ela poderá não efetuar a distribuição. Os lucros que deixarem de ser distribuídos serão registrados como reserva especial e se não absorvidos por prejuízos contábeis em períodos subsequentes, deverão ser pagos como dividendos assim que o permitir a situação financeira da companhia. 6.4.9 Reserva especial de lucros –benefícios fiscais 6.4.9.1 Diferimento da tributação do ganho de capital •O artigo 422 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999), aprovado pelo Decreto n. 3.000/1999, adiante reproduzido juntamente com os artigos 423 e 435, faculta a pessoa jurídica o diferimento na tributação sobre o ganho de capital obtido na desapropriação de bens desde que a sociedade transfira o valor correspondente para conta de Reserva Especial de Lucros e aplique, no prazo máximo de 2 anos do recebimento da indenização, importância igual ao ganho de capital na aquisição de outros bens no Ativo Não Circulante. 6.5 Limite do saldo das reservas de lucros •O saldo das reservas de lucros, exceto as para Contingências, Lucros a Realizar, de Incentivos Fiscais e de Prêmios na Emissão de Debêntures não poderá ultrapassar o capital social (art. 199 da Lei n. 6.404/1976 combinando com o art. 19 da Lei n. 11.941/2009). Atingido esse limite, a assembleia deliberará sobre a aplicação do excesso na integralização ou aumento do capital social ou, ainda, na distribuição de dividendos. 6.6 Conta lucros ou prejuízos acumulados (LPA) •Para um perfeito entendimento das alterações provocadas no saldo desta conta (LPA), há que se fazer um estudo prévio nas modificações provocadas na legislação societária (Lei n. 6.404, de 1976) pelas Leis n. 10.303, de 2001, 11.638, de 2007 e 11.941, de 2009, no que se refere à composição das contas do patrimônio líquido, bem como na utilização da conta LUCROS ACUMULADOS na estrutura e composição do Balanço Patrimonial. 6.6.1 Ajustes de exercícios anteriores 6.6.1.1 Definição •Serão considerados como ajustes de exercícios anteriores apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes. 6.6.2 Mudança de critério contábil •Sempre que essa alteração tiver por finalidade adotar um critério que melhor reflita a situação econômica e patrimonial da sociedade, ela deve ser posta em prática. •No exercício social em que houver ocorrido tal alteração, a sociedade deverá apurar seu efeito em moeda corrente e indicá-lo em nota explicativa. 6.6.3 Retificação de erros •Esta retificação (positiva ou negativa) também deve ser contabilizada diretamente na conta de Lucros e Prejuízos Acumulados (LPA), para não influenciar indevidamente o resultado a ser apurado no atual exercício social. •Somente deve ser registrada a esse título a retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possa ser atribuída a fatos subsequentes. 6.6.4 Alterações para o padrão internacional •Diversos Pronunciamentos Técnicos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC que orientam os procedimentos contábeis brasileiros objetivando a sua convergência ao padrão internacional de contabilidade, tecem comentários sobre os tópicos analisados neste subitem, a saber: a) pronunciamento Técnico CPC n. 23; b) pronunciamento Técnico CPC n. 24; c) pronunciamento Técnico CPC n. 26; d) pronunciamento Técnico CPC n. 32. 6.6.5 Compensação do prejuízo contábil •Os prejuízos contábeis apurados no exercício deverão ser compensados pelas reservas de lucros e pela reserva lega, nessa ordem. Existindo ainda saldo de prejuízo a compensar não absorvido por essas reservas, ele poderá ser compensado com reservas de capital. 6.7 Ações em tesouraria •A Lei das Sociedades por Ações, em seu art. 30, proíbe as companhias de negociarem suas próprias ações, exceto em determinados casos, listados na alíneas a seguir: a) as operações de resgate, reembolso ou amortização previstas em lei; b) a aquisição, para permanência em tesouraria ou cancelamento, desde que até o valor do saldo de lucros ou reservas, exceto a legal, e sem diminuição do capital social, ou por doação; c) a alienação das ações adquiridas nos termos da alínea b e mantidas em tesouraria; d) a compra quando, resolvida a redução do capital mediante restituição, em dinheiro, de parte do valor das ações, o preço destas em bolsa for inferior ou igual à importância que deve ser restituída. 6.7.1 Quotas liberadas •A aquisição de quotas pela própria empresa (Quotas Liberadas) somente foi admitida antes da entrada em vigor do Novo Código Civil. 6.8 Dividendos obrigatórios •O dividendo obrigatório poderá ser: a) estatutário, quando a distribuição for efetuada segundo as regras estabelecidas no estatuto da companhia; ou b) legal, quando o estatuto for omisso e a distribuição for efetuada segundo as normas estabelecidas no artigo 202 da Lei n. 6.404/1976. 6.8.1 Dividendo estatutário •O estatuto poderá estabelecer o dividendo como porcentagem do lucro ou do capital social, ou fixar outros critérios para determiná-lo, desde que seja regulados com e minúcia e não sujeitem os acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos da administração ou da maioria. •Se o estatuto for omisso, o dividendo será distribuído na forma determinada pelo art. 202 da Lei n. 6.404/1976. 6.8.2 Dividendo –estatuto omisso •Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou se este for omisso, a importância determinada de acordo com as seguintes normas (Lei n. 6.404/1976): I -metade do Lucro Líquido do Exercício diminuído ou acrescido dos seguintes valores: a) importância destinada à constituição da reserva legal (art. 193); b) importância destinada à formação da reserva para contingências (art. 195) e reversão da mesma reserva formada em exercício anteriores; II -o pagamento do dividendo determinado nos termos do inciso I poderá ser limitado ao montante do Lucro Líquido do Exercício que tiver sido realizado, desde que a diferença seja registrada como reserva de lucros a realizar (art. 197); III -os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se não tiverem sido absorvidos por prejuízos contábeis em exercícios subsequentes, deverão ser acrescidos ao primeiro dividendo declarado após a realização. 6.8.3 Pagamento no caso de lucros insuficientes •O estatuto pode conferir às ações preferenciais com prioridade na distribuição de dividendo cumulativo, o direito de recebê-lo, no exercício em que o lucro for insuficiente, à conta das reservas de capital previstas no §1ºdo art. 182 da Lei n. 6.404/1976. 6.8.4 Tipologia dos dividendos •O estatuto da companhia poderá fixar política de distribuição de dividendos que melhor se ajuste às suas particularidades e peculiaridades, desde que o faça com precisão e minúcia, indicando os critérios utilizados nessa fixação, desde que não sujeitem os acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos de administração ou da maioria. 6.8.6 Ações preferenciais •De acordo com a Lei das Sociedades por Ações, art. 17, as ações preferenciais gozam das seguintes preferências ou vantagens: I -prioridade na distribuição de dividendo, fixo o mínimo; II -prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou III -acumulação das preferências e vantagens descritas acima. 6.8.7 Lucros não destinados –Lei n. 6.404/1976, art. 202, §6º •Deverão ser distribuídos como dividendos os lucros não destinados para a constituição das seguintes reservas de lucros (Lei n. 6.404/1976) a) Reserva Legal (art. 193); b) Reservas Estatutárias (art. 194); c) Reservas para Contingências (art. 195); d) Reserva de Planos para Investimentos (art. 196); e) Reserva de Lucros a Realizar (art. 197); 6.8.8 Dividendos intermediários •A companhia que, por força de lei ou de disposição estatutária, levantar balanço semestral, poderá declarar, por deliberação dos órgãos de administração, se autorizados pelo estatuto, dividendo à conta do lucro apurado nesse balanço. •A companhia poderá, nos termos de disposição estatutária, levantar balanço e distribuir dividendos em períodos menores, desde que o total dos dividendos pagos em cada semestre do exercício social não exceda o montante das reservas de capital de que trata o §1ºdo art. 182 da Lei n. 6.404/1976. •O estatuto poderá autorizar os órgãos de administração a declarar dividendos intermediários, à conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes no último balanço anual ou semestral. 6.9 Pagamento de dividendos •A companhia pagará o dividendo de ações nominativas à pessoa que, na data do ato de declaração do dividendo, estiver inscrita como proprietária ou usufrutuária da ação. •Os dividendos poderão ser pagos por cheque nominativo remetido por via postal para o endereço comunicado pelo acionista à companhia, ou mediante crédito em conta corrente bancária aberta em nome do acionista. •Os dividendos das ações em custódia bancária ou em depósito nos termos dos arts. 41 e 43 da Lei n. 6.404/1976 serão pagos pela companhia à instituição financeira depositária, que será responsável pela sua entrega aos titulares das ações depositadas. •O dividendo deverá ser pago, salvo deliberação em contrário da Assembleia Geral, no prazo de 60 dias da data em que for declarado e, em qualquer caso, dentro do exercício social. 6.10 Ajustes de avaliação patrimonial •Serão classificados como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pelo Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo §3ºdo art. 177 da Lei das S/A. 6.11 Ajustes de conversão cambial •Com base na competência conferida pelo §3ºdo art. 177 da Lei das S/A, a Comissão de Valores Mobiliários aprovou a Deliberação n. 539/2008, que aprovou o Pronunciamento Técnico n. 1 do CPC, cujo objeto é o efeito das variações das taxas de câmbio de entidades que tenham investimento no exterior. •No item 41.b, dessa Deliberação, é estabelecido que a variação cambial de investimento no exterior avaliado pelo método da equivalência patrimonial seja registrada em conta específica do patrimônio líquido para ser reconhecida como receita ou despesa quando da venda ou baixa do citado investimento. 6.12 Integralização e devolução de capital em bens e direitos 6.12.1 Aspectos tributários (IRPJ) •A Lei n. 9.249/1995 e a Instrução Normativa SRF n. 11/1996 dispõem sobre a integralização e Devolução de Capital aos proprietários (Pessoas Físicas e/ou Jurídicas) em bens e direitos. 6.12.2 Participação societária •No caso de participação societária adquirida por valor interior ao patrimonial, em que a pessoa jurídica que estiver devolvendo capital tenha optado pela avaliação a valor contábil, a pessoa física ou jurídica que estiver recebendo os bens ou direitos deverá proceder da seguinte forma: I -se pessoa física, à sua opção: a) incluir, em sua declaração de bens, os bens ou direitos pela valor pelo qual houverem sido recebidos, tributando como ganho de capital a diferença entre este e o valor declarado da participação extinta; ou b) incluir, em sua declaração de bens, os bens ou direitos pelo mesmo valor da participação extinta. II -se pessoa jurídica, registrar os bens ou direitos pelo valor pelo qual houverem sido recebidos, reconhecendo, como ganho capital, sujeito à incidência do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), a diferença positiva entre este e o valor contábil da participação extinta. 6.12.3 Integralização de capital em bens e direitos •As pessoas físicas poderão transferir para a pessoa jurídica, a título de integralização de capital, bens e direitos pelo valor constante da respectiva declaração de bens (pessoa física) ou pelo valor de mercado. •Se a entrega for feita pelo valor constante da declaração de bens, as pessoas físicas deverão lançar nesta declaração as ações ou quotas subscritas pelo mesmo valor dos bens ou direitos transferidos, não lhes aplicando as regras de distribuição disfarçada de lucros. •Se a transferência não se fizer pelo valor constante da declaração de bens, a diferença a maior será tributável como ganho de capital. 6.13 Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) •Essa demonstração, como o próprio nome indica, tem por objetivo evidenciar as mutações ocorridas no exercício nas contas patrimoniais integrantes do grupo do Patrimônio Líquido. •As mutações podem tanto aumentar quanto diminui o valor contábil do grupo como um todo ou apenas mudar sua composição interna. •A DMPL é de elaboração obrigatória para as companhias abertas. 6.14 Demonstrações de lucros ou prejuízos acumulados (DLPA) •A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), é de elaboração obrigatória para as sociedades por ações (companhias abertas) e para as empresas tributadas pelo lucro real, por força do disposto no artigo 186 da Lei n. 6.404/1976 (Lei das S/A) e no artigo n. 274 do RIR/1999. •A DLPA deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na DMPL. •A DLPA é a demonstração que evidencia as mutações ocorridas na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados(LPA).
Referência bibliográfica: VICECONTI, Paulo, NEVES, Silvério das. Contabilidade Avançada e análise das demonstrações contábeis. 17.ed. rev. São Paulo: Saraiva, 2013. P.149-208.