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UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

EFEITOS NA PERFORMANCE DE ATLETAS DE


HANDEBOL SUBMETIDAS A DOIS PROGRAMAS DE
TREINAMENTO

EFECTS ON HANDBALL ATHLETES PERFORMANCE SUBMITED


FOR TWO PROGRAMS OF TRAINING

THIAGO CÂNDIDO ALVES

PIRACICABA – SP
2007
EFEITOS NA PERFORMANCE DE ATLETAS DE
HANDEBOL SUBMETIDAS A DOIS PROGRAMAS DE
TREINAMENTO

EFECTS ON HANDBALL ATHLETES PERFORMANCE SUBMITED


FOR TWO PROGRAMS OF TRAINING

THIAGO CÂNDIDO ALVES

ORIENTADOR: PROF. DR. ÍDICO LUIZ PELLEGRINOTTI

Dissertação apresentada à Banca


Examinadora do Curso de
Mestrado em Educação Física da
Faculdade de Ciências da Saúde –
UNIMEP como exigência parcial
para obtenção do título de Mestre
em Educação Física, Área de
Concentração em Performance
Humana.

PIRACICABA – SP
2007
ii

BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Ídico Luiz Pellegrinotti
(Orientador)
Profª. Drª. Camila Coelho Greco
(UNESP)
Prof. Dr. João Paulo Borin (UNIMEP)
iii

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por tudo que o mesmo me proporcionou no

transcorrer de minha vida, a toda minha família pelo apoio, em especial aos meus pais

Antônio e Dade, que apesar da pouca instrução, foram sábios em me dar a oportunidade e

incentivo para o acúmulo de conhecimento e desenvolvimento profissional e humano, pois

sem eles não chegaria até aqui.

A todos os professores do curso de mestrado em Educação Física pelo

conhecimento transmitido e em especial a Professora Maria Imaculada, pelas orientações

estatísticas dadas na fase final do trabalho. Aos amigos e companheiros de mestrado pela

caminhada solidária, em especial a Gerson a quem passei a considerar um irmão. A todos os

componentes das equipes femininas de handebol de Batatais e Franca sem as quais não

seria possível a realização da pesquisa. Aos amigos Luis Fabiano (Bibi) e Haislan que me

ajudaram nas coletas.

A duas mulheres fantásticas: Luciana por ter me feito acreditar no potencial

existente em mim e a Patrícia pela dedicação, companheirismo e compreensão dispensada

durante a concretização desse estudo.

Finalmente ao meu orientador, Prof. Dr. Ídico Luiz Pellegrinotti, pela boa

acolhida e pelas orientações e correções feitas durante a elaboração do trabalho e a todos

que de alguma forma colaboraram com o desenvolvimento desse estudo.

A todos meus sinceros agradecimentos!!!


iv

RESUMO
O objetivo desse estudo foi observar a variabilidade de performance de dois
grupos de atletas de handebol submetidas a dois programas de treinamento durante um
período 13 microciclos, sendo um modelo voltado ao trabalho integrado das capacidades
biomotoras e técnico-táticas na mesma sessão e outro modelo baseado a na teoria
clássica do treinamento desportivo, em que se trabalha separadamente a técnica e tática
dos componentes físicos. Foram selecionadas 16 atletas de handebol do sexo feminino,
com idade entre 15 e 21 anos, que apresentavam boas condições de saúde e integravam
as equipes das cidades de Batatais/SP e Franca/SP, que foram subdivididas em dois
grupos, um de treinamento integrado (GTI), formado por sete atletas, e outro grupo de
treinamento clássico (GTC), composto de nove atletas. As atletas foram submetidas aos
testes: Arremesso de Medicineball, Salto Vertical, Forward-Backward e determinação da
intensidade do limiar anaeróbio pelo Shuttle Run, em três momentos distintos, com o
objetivo de avaliar os programas de treinamento aplicados. Foram realizadas três coletas
de dados, a primeira na apresentação das atletas, a segunda após sete microciclos e a
terceira após mais seis microciclos. Com base na análise estatística dos dados, verificou-
se que no GTI houve um aumento da performance na impulsão vertical de 36,57 para
39,79 cm entre T1 e T3 e do limiar anaeróbio, de 8,8 km.h-1 para 9,2 km.h-1 no mesmo
período, entretanto a força de membros superiores apresentou uma diminuição
significante no decorrer das 13 semanas de estudo. Já o GTC apresentou um aumento
significativo da potência de membros inferiores, potência máxima de 50,38 para 56,49
watts, potência média de 40,93 para 48,92 watts e potência mínima de 33,21 para 41,96
watts; e do limiar anaeróbio, de 8,2 km.h-1 para 9,4 km.h-1, entre a primeira e a terceira
avaliação, da mesma forma que o GTI a força de membros superiores apresentou uma
diminuição, contudo a mesma não foi significativa. A performance de salto vertical deste
grupo apresentou um aumento significativo entre T1 e T2, 36,22 para 38,67 cm e entre a
T2 e T3 houve um decréscimo significante da performance, 38,67 para 36,00 cm, que
voltou ao patamar inicial.
Palavras-chave: Handebol, Treinamento, Performance.
v

ABSTRACT
The objective of this study was to observe the variability of performance of two
groups of athletes of handebol submitted the two programs of training during a period 13
microcycles, being a program come back to the integrated work of the biomotoras
capacities and technician-tactics in the same session and another established program in
the classic theory of the sports training, where if it separately works the technique and
tactics of the physical components. Sixteen athletes of handebol of the feminine sex had
been selected, with age between 15 and 21 years, that presented good conditions of
health and integrated the teams of the cities of Batatais/SP and Franca/SP, that had been
subdivided in two group one of integrated training (GTI), formed for seven athlete, and
another group of classic training (GTC), made up of nine athlete. The athletes had been
submitted to the tests: I hurl of Medicineball, Vertical Jump, Forward-Backward and
determination of the intensity of the anaerobic threshold for the Shuttle Run, at three
distinct moments, with the objective to evaluate the applied programs of training. Three
collections of data had been carried through, the first one in the presentation of the
athletes, the second after seven microcycles and the third after more six microcycles. On
the basis of the analysis statistics of the data, was verified that in the GTI it had an
increase of the performance in the vertical jump of 36,57 for 39,79 cm between T1
and T3 and of the anaerobic threshold, of 8,8 km.h-1 for 9,2 km.h-1 in the same
period, however the force of superior members presented a significant reduction in
elapsing of the 13 weeks of study. Already the GTC presented a significant
increase of the power of inferior members, maximum power of 50,38 for 56,49
watts, average power of 40,93 for 48,92 watts and minimum power of 33,21 for
41,96 watts; e of the anaerobic threshold, 8,2 km.h-1 for 9,4 km.h-1, between first
and the third evaluation, in the same way that the GTI the force of superior
members presented a reduction, however the same one was not significant. The
performance vertical jump of this group presented a significant increase between
T1 and T2, 36,22 for 38,67 cm and between the T2 and T3 it had a significant
decrease of the performance, 38,67 for 36,00 cm, that came back to the initial
platform.
Key Words: Handball, Training, Performance.
vi

SUMÁRIO

Páginas
AGRADECIMENTOS .................................................................................................. iii
RESUMO ..................................................................................................................... iv
ABSTRACT ................................................................................................................. v
SUMÁRIO ................................................................................................................... vi
LISTA DE TABELAS ................................................................................................... ix
LISTA DE QUADROS ................................................................................................. x
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... xi
I – INTRODUÇÃO ………………………………………………………………………….. 1
II – OBJETIVOS ...………………………………………………………………………….. 3
III – REVISÃO DA LITERATURA .……………………………………………………….. 4
1. TREINAMENTO………………………………………………………………................. 4
1.1. Periodização ........................................................................................................ 5
1.1.1. Microciclo .......................................................................................................... 8
1.1.2. Mesociclo .......................................................................................................... 9
1.1.3. Macrociclo ......................................................................................................... 10
1.2. Modelos de treinamento ...................................................................................... 12
1.3. Respostas a diferentes treinamentos ................................................................... 17
2. HANDEBOL ............................................................................................................. 21
2.1. Caracterização das demandas energéticas no handebol .................................... 21
2.2. Caracterização dos esforços no handebol ........................................................... 26
IV – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................ 32
1. AMOSTRA .............................................................................................................. 32
2. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ...................................................................... 32
3. PERIODIZAÇÃO APLICADA ................................................................................. 33
3.1. Treinamento proposto para o grupo experimental – Grupo de Treinamento
Integrado (GTI)............................................................................................................. 33
3.2. Treinamento proposto para o grupo controle – Grupo Treinamento Clássico
(GTC)........................................................................................................................... 36
4. AVALIAÇÕES – TESTES DE CONTROLE DE PERFORMANCE .......................... 38
4.1. Padrão de aplicação ............................................................................................. 38
vii

4.1.2. Seqüência de aplicação dos testes de controle ................................................ 39


4.2. Bateria de testes e medidas ................................................................................. 39
4.2.1. Medidas antropométricas .................................................................................. 39
4.2.2. Determinação do LAn e da FCmáx no Shuttle Run Test .................................. 40
4.2.3. Teste de Resistência de Velocidade Forward-Backward ................................ 41
4.2.4. Determinação da força de membro inferior – Teste de Salto Vertical ............... 43
4.2.5. Determinação da força de membro superior – Arremesso de Medicineball ..... 44
4.2.6. Análise do lactato sangüíneo ............................................................................ 44
5. ANÁLISE ESTATÍSTICA ......................................................................................... 45
V – RESULTADOS ..................................................................................................... 46
1. Antropometria ......................................................................................................... 46
2. Impulsão Vertical e Arremesso de Medicineball ..................................................... 47
3. Determinação da potência máxima, mínima, média e índice de fadiga ................. 48
4. Determinação Lan, Fcmáx, FC relativa à intensidade do LAn e percentual da FC
relativo a intensidade de LAn no Teste de Shuttle Run .............................................. 50
VI – DISCUSSÃO ........................................................................................................ 52
VII – CONCLUSÃO ..................................................................................................... 63
VIII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 64
ANEXOS ..................................................................................................................... 70
ANEXO A – Certificado de aprovação do estudo pelo Comitê de Ética da UNIMEP 71
ANEXO B – Modelo do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ...................... 72
ANEXO C – Gráficos da variação de intensidade de treino durante o período do
estudo .......................................................................................................................... 76
ANEXO D – Variação da intensidade dos tipos de treino do GTI por microciclo
durante o período do estudo ....................................................................................... 77
ANEXO E – Resultados antropométricos do GTI e do GTC nos três momentos do
estudo ......................................................................................................................... 78
ANEXO F – Resultados dos índices de força de membros inferiores e superiores do
GTI e do GTC ............................................................................................................. 79
ANEXO G – Resultados do Teste de Shuttle Run (SRUN) do GTI e do GTC durante
o período do estudo .................................................................................................... 80
ANEXO H – Resultados do Teste Forward Backward do GTI e do GTC durante o
período do estudo ....................................................................................................... 81
viii
ix

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Deslocamentos realizados durante uma partida de handebol .................... 27


Tabela 2 – Características físicas e nível de significância entre as avaliações do
grupo submetido ao treinamento integrado no decorrer da pesquisa ......................... 46
Tabela 3 – Características físicas e nível de significância entre as avaliações do
grupo submetido ao treinamento clássico no decorrer da pesquisa ........................... 46
Tabela 4 – Resultado do teste estatístico dos índices antropométricos entre grupos. 47
Tabela 5 – Valores médios e DP de Impulsão vertical e arremesso de medicineball
e nível de significância entre as avaliações ................................................................ 47
Tabela 6 – Resultado do teste estatístico da impulsão e arremesso entre grupos .... 48
Tabela 7 – Média e DP da Pmax, Pmed, Pmin e If do GTI nos três momentos da
pesquisa e nível de significância entre as avaliações ................................................. 49
Tabela 8 – Média e DP Média e DP da Pmax, Pmed, Pmin do GTC nos três
momentos da pesquisa e nível de significância entre as avaliações .......................... 49
Tabela 9 – Resultado do teste estatístico do Teste Forward-Backward entre grupos 49
Tabela 10 – Valores médios e DP das variáveis avaliadas pelo 20MST do GTI ........ 50
Tabela 11 – Valores médios e DP das variáveis avaliadas pelo 20MST do GTC ...... 50
Tabela 12 – Resultado do teste estatístico do Teste Shuttle Run entre grupos ......... 51
x

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Periodização aplicada no período experimental GTI ............................... 34


Quadro 2 – Apresenta o período, etapa, as características do treinamento, as fases
e o percentual dos tipos de treinos realizados durante o período do estudo – GTI .... 35
Quadro 3 – Percentual dos treinos realizados durante o período do estudo – GTC .. 37
Quadro 4 – Descrição dos momentos de avaliação e um resumo de quais
trabalhos foram realizados pelo GTI anteriormente a cada um deles ......................... 38
Quadro 5 – Percentual de alterações da IV, AM, LAN, PMÁX, PMED, PMIN e
%IF............................................................................................................................... 51
xi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mapa dos deslocamentos utilizados no teste Forward-Backward ............ 42


1

I – INTRODUÇÃO

O treinamento desportivo é um processo que por meio de exercícios visa atingir a

melhoria metódica e coordenada da capacidade de performance, sendo constituído pela

preparação física, técnico-tática, psicológica e moral do desportista.

Nessa direção, o treino do atleta é um processo multiforme de utilização racional de

fatores combinados mutuamente (meios, métodos e condições) de modo a exercer

influência sobre o desenvolvimento do atleta e assegurar o necessário nível de prontidão

(MATVEEV, 1986).

Entretanto, ainda é muito discutido qual é o melhor modelo de treinamento, capaz

de proporcionar incrementos de performance em desportos coletivos, entre eles o

handebol. Atletas de handebol realizam durante a partida movimentos de alta, média e

baixa intensidade, ocorrendo freqüentemente à realização de sprints, por exemplo,

durante movimentações de transição ofensiva e defensiva, arremessos e penetrações

ofensivas, sendo esses caracterizados com movimentos de alta intensidade. Em ataques

organizados e durante as substituições, os jogadores realizam movimentações de média

e baixa intensidade (SANTOS, 1989; MAIS; GALVÃO; RIBEIRO, 1989; PEÑAS; GRAÑA,

2000; CARDINALE, 2006).

O metabolismo aeróbio garante a recuperação das fontes anaeróbias, presumindo-

se então que jogadores de handebol devam possuir capacidade aeróbia desenvolvida,

apesar da importância do processo anaeróbio, para que possam manter as características

da intensidade de esforço durante a partida e para maior eficiência na remoção do lactato

(EDER; HARALAMBIE, 1986). Contudo, ao se fazer uma análise precisa sobre as

características do handebol, deve considerar-se que a partida alcança 60 minutos de

duração, sendo que as exigências fisiológicas máximas no jogo não duram mais de quatro
2

a seis segundos, sendo freqüentes movimentações com alto nível de intensidade por até

40 segundos, com certo aumento da produção de lactato, que se repetem com pausas

incompletas, por isso deve-se garantir a capacidade do jogador de atuar com elevadas

taxas de ácido lático, para assim preservarem a máxima eficiência durante o jogo e para

que estados de fadiga não se instalem devido ao acúmulo do mesmo (PEÑAS; GRAÑAS,

2000). Cardinale (2006) afirma que o handebol moderno é um jogo rápido e vigoroso,

onde os atletas realizam os mais variados movimentos (saltos, corrida, mudanças de

direção e movimentos técnicos em tempo muito curto que são determinados pela situação

tática do momento).

Dessa forma, o planejamento adequado de treinamento deve ser elaborado com o

intuito de desenvolver as capacidades biomotoras pertinentes ao jogo. Dentro das formas

de organização do treinamento existem vários modelos, grande parte se baseia na

aplicação de sessões de treinamento físico dissociadas do treinamento técnico e tático,

podendo ser denominados como modelos de treinamento clássico. Entretanto, alguns

autores (AGUILA et al., 2002; LOSANO, 2001; LOSA et al., 2001; PIETRO, 2003; RIOS et

al., 2000), descrevem o modelo do treinamento integrado como uma nova metodologia do

treinamento desportivo, em que na sessão de treinamento é combinado com exercício de

elementos específicos do jogo com o trabalho de variadas capacidades biomotoras,

procurando dessa maneira otimizar a preparação do atleta, já que todas as ações do jogo

estão em dependência do nível técnico-tático e físico.

Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi acompanhar os efeitos de dois modelos de

treinamento sobre as variáveis aeróbias, da força explosiva de membros inferiores e

superiores e da resistência de velocidade em dois grupos de atletas.


3

II – OBJETIVO

Geral:

Comparar a performance de dois grupos de atletas de handebol submetidas a dois

programas de treinamento durante um período 13 microciclos, em três momentos, sendo

um programa voltado ao trabalho integrado das capacidades biomotoras e habilidades

técnico-táticas na mesma sessão e outro programa baseado no modelo clássico do

treinamento desportivo, em que se trabalha separadamente a técnica e tática dos

componentes físicos e comparar a performance entre os grupos.

Específico:

Verificar os efeitos de dois modelos de treinamento sobre as variáveis aeróbias, da

força explosiva de membros inferiores e superiores e da resistência de velocidade em

atletas de handebol.
4

III – REVISÃO DE LITERATURA

1. TREINAMENTO

Segundo Zakharov (1992), o termo esporte, pode ser definido como parte da

cultura da sociedade cuja essência representa a atividade orientada para a obtenção da

vitória, é realizada nas competições e levada a cabo dentro do sistema de preparação

especial. A preparação do atleta se dá por meio do treinamento sistematizado, assim a

preparação do desportista representa o sistema de utilização orientada de todo o

complexo de fatores que condicionam a obtenção dos objetivos da atividade desportiva.

Matveev (1996), afirma que a preparação desportiva caracteriza-se pela tendência

ao constante processo de evolução, ou seja, a manipulação das regras de

desenvolvimento em direção aos limites, desenvolvendo plenamente as potencialidades

funcionais do desportista, superando o estado inicial das capacidades biomotoras e

psíquicas, de modo que os esforços sejam dirigidos à aquisição e aperfeiçoamento das

potencialidades individuais dos êxitos desportivos.

Para Verkhoshanski (1998), a preparação de um atleta é um processo

multifacetado, caracterizado por conteúdos e formas de organização específica que o

transformam em um conjunto também específico de ações sobre a personalidade, sobre o

estado funcional e sobre a saúde do atleta, dirigindo a sua preparação multifacetada e,

em particular, à aquisição de uma ampla bagagem de conhecimentos, habilidades e

capacidades especiais, ao aumento da capacidade de trabalho do seu organismo e a

assimilação da técnica dos exercícios esportivos e da arte de competir. A maestria

desportiva é, sobretudo uma arte do movimento para a qual a preparação do atleta é

realizada, sobre a base e durante todo o processo de uma atividade física especializada.
5

Portanto, o seu aumento é determinado e, simultaneamente, limitado pelas possibilidades

físicas do organismo, derivando-se que os princípios metodológicos do treinamento, além

da orientação educativa, devem exprimir também as bases biológicas do processo de

formação da maestria desportiva.

O treinamento desportivo tem relação direta com a adaptação psico-morfofuncional

que se altera durante toda a temporada de treinamento. A organização, a estruturação e o

controle do treinamento podem auxiliar, de forma decisiva, no ganho de performance de

alto rendimento (GOMES, 2002).

Atualmente, os atletas preparam-se para atingir um objetivo específico, ou seja,

alcançar um melhor nível de desempenho, desenvolvendo suas habilidades e

capacidades de trabalho em conjunto a uma preparação psicológica adequada. É

importante ressaltar que o planejamento do treinamento é um processo metodológico e

científico que auxilia o atleta a atingir alto nível de treinamento e desempenho, tornando-

se ferramenta importante que um treinador possui a fim de conduzir um programa de

treinamento bem organizado, eliminando a abordagem aleatória e sem objetivo (BOMPA,

2002).

1.1. Periodização

Segundo Matveev (1996), o processo de preparação desportiva se desenvolve em

forma de ciclos de diferentes durações, tanto segundo as escalas de tempo a longo prazo,

quanto as relativamente de curto prazo.

Bompa (2002), afirma que a periodização é um dos mais importantes conceitos do

planejamento do treinamento. Esse termo origina-se da palavra período, que é uma


6

porção ou divisão do tempo em pequenos segmentos, mais fáceis de controlar,

denominados fases.

A periodização do treinamento consiste, antes de tudo, em criar um sistema de

planos para distintos períodos que perseguem um conjunto de objetivos mutuamente

vinculados, constituindo um sério trabalho científico, o qual prevê perspectivas possíveis a

curto, médio e longo prazo (GOMES, 2002). O processo de treinamento, a longo prazo,

subdivide-se em ciclos anuais. Considerando que o desportista, não pode apresentar um

desempenho ótimo continuamente, a edificação, a conservação, a perda da forma

desportiva, é submetida a uma periodização repetida dos ciclos.

Um ciclo de treinamento pode reproduzir-se de uma a três vezes no ano, e é dividido

em três períodos:

1. Período de preparação: desenvolvimento de forma desportiva;

2. Período de competição: apuramento da forma desportiva pela participação em

competições;

3. Período de transição: recuperação ativa e regeneração do desportista (perda

da forma desportiva).

Essas fases atingem no decorrer dos anos de treinamento, um nível

constantemente crescente e levam à performance ótima individual visada (GOMES,

2002).

Granell e Cervera (2003) apontam que a periodização do treinamento baseia-se,

por um lado, no fato que a capacidade de carga que um atleta é capaz de suportar

apresenta um limite superior em determinado momento da periodização e, por outro lado,

na constatação de que cargas pré-competitivas e as competições permitem desenvolver

rapidamente o condicionamento físico ideal. No entanto, esse processo não se

desenvolve de forma constante e linear. Os desportistas não podem manter o máximo


7

condicionamento de maneira contínua. Os efeitos produzidos nos sistemas biológicos

pelas cargas intensivas máximas e competitivas provocam limitações na adaptação do

organismo. Dessa forma, o treinamento desencadeia uma regressão no rendimento,

tornando-se necessárias a utilização de períodos adequados para a regeneração e a

adaptação permanente da capacidade funcional. Nesse contexto, o que se denomina

forma ou condicionamento, constitui-se no elemento mais importante do processo, isto é,

conseguir que o desportista alcance seu ótimo grau de eficácia e rendimento.

Granell e Cervera (2003) citam o modelo clássico de periodização do treinamento

desportivo, onde as fases do mesmo são denominadas:

1. Fase de desenvolvimento da forma desportiva;

2. Fase de conservação da forma desportiva;

3. Fase de perda da forma desportiva;

O planejamento do treinamento se realiza sempre em função de uma referência

temporal específica, isto é, uma estrutura destinada a cobrir um espaço de tempo

determinado na trajetória do desportista. O estabelecimento de uma limitação no tempo

para atingir os objetivos do treinamento constitui o primeiro passo de qualquer

planejamento. De fato, o planejamento do treinamento, necessita dessa primeira

referência temporal, a partir da qual se deve estabelecer um plano de ação específico,

adaptado as necessidades. Os indicadores mais úteis para o estabelecimento dessas

referências temporais são as temporadas desportivas e os períodos olímpicos.

O controle e a avaliação do treinamento constituem dois elementos fundamentais

do processo de treinar, sem os quais seria impossível projetar para o futuro a melhora do

rendimento e da capacidade de qualquer atleta. Entretanto, o rendimento humano deve

ser interpretado a partir de uma série de decisões acerca dos métodos a serem

empregados e das formas de interpretação dos dados, então, deve-se determinar os


8

objetivos específicos e selecionar os testes capazes de caracterizar esse objetivo de

forma relevante, confiável e válida (GRANELL; CERVERA, 2003).

1.1.1. Microciclo

Segundo Zakharov (2003), o microciclo representa o elemento da estrutura de

preparação do atleta que inclui uma série de seções de treino ou competições visando à

solução das tarefas do mesociclo dado de preparação.

Nos microciclos, combinando fases de estímulo e recuperação cria-se condições

do atleta melhorar seu nível de condicionamento, devendo-se não alterar as qualidades

físicas que estão sendo trabalhadas no transcurso do mesmo. Geralmente, o microciclo

dura sete dias, entretanto de três a cinco dias já é suficiente para que ocorra uma

treinabilidade das qualidades físicas consideradas. A partir de cinco dias o risco de lesão

aumenta (DANTAS, 1995).

As sessões de treinamento constituem a base de toda a estrutura fundamental do

processo de treinamento, durante as quais se aplicam os diferentes meios que

proporcionam o desenvolvimento das qualidades físicas, criando condições para que

processos de adaptação e readaptação dos atletas ocorram de forma eficaz.

No treinamento de jovens atletas, a utilização exclusiva de sessões de treinamento

de finalidade específica, que visam desenvolver uma única capacidade física, associada

às ações negativas, pode constituir uma sobrecarga excessiva nos sistemas funcionais,

extrapolando as possibilidades de adaptação orgânica. Portanto, se faz necessário

planejar as etapas iniciais da preparação, com predominância das sessões de finalidade,

ou seja, que promovam o desenvolvimento de mais de uma capacidade ao mesmo tempo,

estas sessões exercem menos influência nas esferas psicológicas e funcionais do


9

organismo do jovem atleta, mas não deixam de promover estímulos bastante eficazes

para aumentar o nível de capacidade física (PLATONOV; BULATOVA, 2003).

1.1.2. Mesociclo

É o elemento estrutural da periodização que possibilita a homogeneidade do

trabalho executado. Um mesociclo bem estruturado permitirá uma melhor definição dos

objetivos parciais, maior homogeneidade no trabalho executado e uma oscilação da carga

mais conveniente. Mesociclo tem em média de vinte a trinta e cinco dias, três a cinco

microciclos (DANTAS, 1995).

As cargas dos microciclos podem variar bastante dependendo do objetivo do mesociclo

e do nível de preparação do atleta. Dependendo do número de sessões de treino e sua

distribuição nos microciclos, o processo de recuperação, poderá terminar dentro de

algumas horas após a última sessão ou demorar alguns dias (GOMES, 2002).

A sucessão dos mesociclos durante um determinado período está condicionada

pelos objetivos a serem atingidos, ao tempo disponível para treinar e o estado inicial de

condicionamento do atleta. Para que as cargas de treinamento sejam eficazes, as

mesmas devem ser aplicadas de tal forma que se evite ao máximo a repetição de cargas

uniformes e de baixa intensidade durante períodos de tempo prolongados. Sendo assim

fundamental, que os microciclos que constituem um mesociclo devam se suceder de

acordo com esse princípio (GRANELL; CERVERA, 2003).


10

1.1.3. Macrociclo

O macrociclo é o conjunto de todas as frações do treinamento e suas ações

(DANTAS, 1995).

Verkhoshanski (1998) afirma que a organização do processo de treinamento deve

ter como base os princípios do treinamento e os princípios finais de preparação do atleta.

O autor utiliza o termo Grande Ciclo Anual (GCA), para definir uma fase completa de

desenvolvimento do processo de adaptação caracterizada pela transformação morfológica

relativamente estável do organismo, e, sobre esta base, da passagem deste a um novo, e

mais elevado, nível de capacidade específica de trabalho. O GCA representa a principal

forma de organização do treinamento e de acordo com o calendário de competições e

com os objetivos da preparação, sua duração completa é de aproximadamente 40 a 45

semanas. Para desportos que prevêem duas etapas de competição, são necessárias 18 a

24 semanas, para outros que prevêem três etapas, são necessárias de 14 a 16 semanas.

Portanto, de acordo com a especificidade do desporto em questão, o GCA pode durar um

ano, um semestre ou um período inferior a esses.

Para Bompa (2001), o primeiro componente da periodização consiste em uma

divisão do plano anual (macrociclo) em fases de treinamento mais curtas e mais

manejáveis. Essa divisão melhora a organização do treinamento e permite que o treinador

conduza o programa sistematicamente. Na maioria dos desportos, o ciclo de treinamento

é dividido em três fases principais: preparatória (pré-temporada), competitiva (temporada)

e de transição (fora de temporada). Cada fase do treinamento é dividida, ainda, em ciclos,

com o mais importante sendo o microciclo, entretanto, cabe destacar que o autor não faz

referência a mesociclos.
11

Segundo Gomes (2002), a forma desportiva é adquirida num processo de

preparação longo. O autor menciona que o processo de desenvolvimento da forma

desportiva acontece numa seqüência de três fases: a aquisição, a manutenção e a perda

temporária. A unidade dessas três fases, na estrutura de preparação do atleta, está ligada

a compreensão do macrociclo de preparação. Na estruturação do ciclo anual de

preparação, o macrociclo pode repetir-se mais de uma vez, dependendo dos objetivos

traçados no ano, podendo também apresentar mais de um pico de performance. O autor

aborda o macrociclo em período, preparatório, competitivo e transitório. O período

preparatório deve assegurar o desenvolvimento das capacidades funcionais do atleta,

utilizando etapas de preparação geral e especial. O período competitivo deve criar

condições para o aperfeiçoamento de diversos fatores da preparação desportiva e, o

período transitório contribui para a recuperação completa do potencial de adaptação do

organismo e serve como ligação entre os macrociclos.

É extremamente difícil apontar qual sistema de preparação deve ser utilizado

durante o ciclo anual, pois o planejamento anual depende do calendário de competições

de determinado desporto, além das leis objetivas que levam o organismo a uma

adaptação satisfatória. Dessa forma, o tipo de ciclo a ser utilizado deve ser aquele que

favoreça o bom desenvolvimento na preparação, levando o atleta a alcançar a melhor

forma física, técnica e psicológica, nas principais competições do ano.

Granell e Cervera (2003) denominam as fases preparatória, competitiva e de

transição do macrociclo, em três macrociclos diferentes, entretanto vamos abordá-las

como fases de um único macrociclo.

Na fase preparatória o objetivo central é a melhora da capacidade funcional do

desportista e se caracteriza por um aumento das cargas de treinamento. Os exercícios

utilizados são basicamente de caráter geral. Na fase competitiva que se segue o objetivo
12

é aumentar e estabilizar o rendimento a fim de atingir o melhor resultado do desportista

em competições programadas, nessa fase do treinamento, as cargas são

fundamentalmente de caráter específico, e as competições tem caráter fundamental. Já

na fase de transição o objetivo é reequilibrar e recuperar o organismo do atleta após um

período de desgaste muito grande (GRANELL; CERVERA, 2003).

1.2. Modelos de treinamento

Segundo Gomes (2002), a origem da orientação do trabalho no sentido de

aumentar as capacidades de rendimento na atividade física é tão antiga como o próprio

desporto. O modelo clássico foi divulgado desde a década de 1950 por Matveev. O

pesquisador, considerado o pai da periodização moderna do treinamento desportivo,

fundamentou suas explicações na Síndrome Geral de Adaptação (SGA).

Gomes (2002) afirma que Matveev atualizou e aprofundou os conhecimentos

apresentados pelos teóricos até a década de 50 e propôs para a organização do

treinamento as seguintes diretrizes:

 Periodização é influenciada pelas condições climáticas;

 O calendário de competições influi na organização do treinamento;

 As leis biológicas devem servir como sustentação para a periodização;

 A formação geral e especial devem ser respeitadas;

 O caráter contínuo do processo de treinamento;

 O incremento progressivo dos esforços de treinamento;


13

 Reafirmando a variação ondulante das cargas de treinamento sugerida por Ozolin

(1949) apud Gomes (2002).

O modelo de Matveev foi idealizado em um momento da história que os atletas

disputavam poucas competições a cada temporada, assim, o tempo era suficiente para

proporcionar a evolução da performance de forma gradativa. Entretanto, com a evolução

do desporto, após o modelo do pesquisador ter sido sistematizado, as competições

começaram a se tornar mais freqüentes e a partir desse momento foram idealizados os

modelos contemporâneos, dando origem a propostas específicas para cada modalidade

desportiva (GOMES, 2002).

O sistema de treinamento no grande ciclo de adaptação (modelo de treinamento

em bloco), proposto por Verkhoshanski (1998), foi elaborado no final da década de 1970 e

no decorrer dos anos foi continuamente aperfeiçoado com base nas contribuições

científicas e prático-metodológicas. O grande ciclo de adaptação é dividido em três blocos

(etapas), bloco A (etapa base) que tem como objetivo principal o aumento do potencial

motor do atleta (preparação física especial); bloco B (etapa especial) é principalmente

dirigido ao desenvolvimento da potência de trabalho do organismo no trabalho motor

específico em condições de competição e; bloco C (etapa das competições mais

importantes) que prevê a conclusão do ciclo de adaptação e a passagem do organismo

ao máximo nível de potência de trabalho, o aperfeiçoamento da técnica e, portanto, a

garantia da efetividade do processo de treinamento. Nesta perspectiva, surgiram aspectos

que apontam para a inclusão de algumas considerações. Segundo Moreira (2002), pode

ser necessária a inclusão de uma etapa de transição, sendo que sua duração ou, ainda, a

necessidade de sua realização será determinada pela magnitude da etapa de competição.


14

No modelo em bloco, as curvas A, B e C simbolizam os diversos objetivos do efeito

de treinamento das correspondentes cargas de treinamento em uma determinada etapa,

mas não seu volume. É importante salientar que este modelo não prevê um período

preparatório e um período de competição na sua interpretação tradicional, que dividia o

processo de treinamento em duas partes pouco coligadas entre elas, à preparação com

grande volume de cargas e a participação nas competições (VERKHOSHANSKI, 1998).

Procurando solucionar a dificuldade de distribuição de cargas de treinamento no

macrociclo, principalmente no futebol, que é uma modalidade que apresenta de 75 a 85

jogos na temporada, Gomes (2002) apresenta o modelo de cargas seletivas, que teve

origem em virtude do futebol não apresentar tempo suficiente para uma boa preparação

dos atletas antes do início dos jogos oficiais.

Como os desportos coletivos, de forma geral, não exigem o desenvolvimento das

capacidades máximas, Gomes (2002) elaborou um modelo de organização de cargas na

temporada que permanece durante todo o ciclo com o volume inalterado, procurando uma

forma de qualificação durante toda a temporada e alternando as capacidades de

treinamento a cada um mês durante o ciclo competitivo. Nesse sistema conhecido como

modelo de cargas seletivas, a exemplo do modelo em bloco, o alvo do aperfeiçoamento

está na capacidade de velocidade (GOMES, 2002).

Moreira (2006) em seu estudo cita ainda um modelo que foi denominado de modelo

de cargas complexas, onde a primeira etapa apresenta características do modelo de

cargas concentradas (treinamento em bloco) e a partir da segunda etapa o planejamento

passa a ter características do modelo de cargas seletivas.

Os modelos anteriormente citados se baseiam na aplicação de treinamentos físicos

dissociados do técnico e tático, contudo, o treinamento separado de cada um dos fatores


15

específicos dos desportos coletivos implica por um lado em pouca especificidade, já que a

situação real de jogo não se executa em separado, e por outro lado, em um aumento do

tempo de treinamento.

A especificidade é um fator importante na consecução dos objetivos, de forma que

o treinamento deve ser planejado levando em conta as ações do jogo, ou seja, tem que se

reproduzir no treinamento aquilo que vai ser realizado no jogo (GOMES, 1999).

Segundo Aguila e Turiño (2002), o modelo de treinamento integrado representa

uma alternativa onde cada exercício do treinamento se identifica tanto com o aspecto

físico, como com o técnico-tático, podendo dessa forma, organizar um planejamento que

culminará com a preparação ótima dos estímulos de treinamento.

Para se alcançar um rendimento ótimo em qualquer desporto, é necessário um

domínio da técnica, das estratégias e das regras básicas do mesmo. Nessa direção, a

melhoria das capacidades biomotoras de um desportista favorecem a aquisição dos

gestos e a execução dos mesmos. Dessa forma, os estímulos técnicos representam uma

forma de trabalho de condição física baseada na realização de movimentos específicos

da modalidade desportiva, de tal forma que se reproduz parcial ou integralmente o

conteúdo e a estrutura do jogo, cuja intensidade, duração e organização das tarefas se

orientam em direção a melhoria das capacidades biomotoras (LOSANO, 2001).

Pietro et al. (2003), apontam que o modelo de treinamento integrado pode ser

definido como a preparação integral (física-técnica-tática) consistente em favorecer o

desenvolvimento das capacidades biomotoras em contexto que intervêem na competição.

Entretanto, para poder realizar este tipo de treinamento é necessário ter um grande

conhecimento das características do desporto durante a competição.


16

Espar (2002) afirma que para se obter o ótimo rendimento do jogador e da equipe,

devemos desenvolver a capacidade de resolver problemas específicos que se

estabelecem durante a competição, treinando mediante situações mais parecidas com o

momento competitivo. Isto é, solicitando que os atletas efetuem ações com a intervenção

de diferentes fatores mesclados e de maneira simultânea. Entretanto, não se pode

integrar todas as habilidades e capacidades, a integração deve seguir algumas diretrizes

que permitam extrair deste modelo o máximo proveito. As três relações mais importantes

têm referência a três agrupamentos: força e técnica, velocidade de reação e tática

individual e resistência e sistema de jogo.

A utilização do modelo de treinamento integrado como meio de preparação, é um

modelo de trabalho que está se difundindo entre os treinadores de handebol. Utilizando-

se o mesmo pode-se combinar o trabalho de elementos técnicos, com muita ou pouca

tomada de decisão e o desenvolvimento de capacidades biomotoras, ao mesmo tempo

pode-se trabalhar de forma coletiva com diferentes capacidades (RIOS et al., 2000).

Dessa forma o modelo de treinamento integrado pode ser importante nos desportos

coletivos para proporcionar variedade ao trabalho físico, fixar aprendizagem técnica e

tática em condições de fadiga, além de otimizar a utilização do tempo durante o

treinamento quando o mesmo for escasso. Entretanto, cabe ressaltar que a quantificação

da carga de treinamento, que é influenciada pela relação existente entre volume e

intensidade, é extremamente complexa de ser determinada e controlada em desportos

coletivos, principalmente pela dificuldade de se controlar a intensidade nos exercícios

especiais.
17

1.3. Respostas a diferentes modelos de treinamento

No estudo de Gorostiaga et al. (1999), com adolescentes do sexo masculino,

praticantes de handebol, submetidos a dois modelos de treinamento, demonstraram que o

grupo submetido ao treinamento técnico e mais duas sessões de treinamento de força por

semana, durante seis semanas, apresentaram aumento de força máxima e dinâmica em

membros superiores, o que não ocorreu no grupo controle (goleiros) e no que realizou

somente treinos técnicos nesse período. Os autores também verificaram importante

aumento da velocidade de arremesso no grupo treinamento de força, o que é importante

no handebol, já que a velocidade de arremesso pode influenciar de forma decisiva na

partida. Já o grupo que realizou somente treinos específicos de handebol apresentou

tendência à estagnação e/ou a diminuição da velocidade de arremesso. Entretanto, nesse

mesmo grupo foi verificado um incremento significativo na performance do salto vertical

(squat jump), o que não ocorreu no grupo que foi submetido ao treinamento de força.

Rios et al. (2000) ao estudarem a performance de salto vertical com e sem

sobrecarga em 16 atletas de handebol do sexo masculino da categoria juvenil, que foram

divididos em grupo de treinamento integrado (TI) e grupo de treinamento clássico

(treinamento de força em sessões separadas do treino técnico) e submetidos a duas

sessões semanais durante sete semanas, verificaram que o TI obteve melhores

resultados em todos os tipos de saltos realizados na bateria de testes, concluindo que em

jogadores jovens, o treinamento integrado promove maior incremento de força dinâmica

máxima comparada ao treinamento que utiliza somente a carga de 70% da força dinâmica

máxima no agachamento.
18

Skoufas et al. (2003), em seu estudo, pesquisaram em 43 jovens atletas de

handebol, durante 20 semanas de treinamento e quatro de destreinamento, a influência

de dois programas de treinamento sobre a performance de arremesso, um grupo

denominado controle (n=21) utilizou bolas com o peso normal (bola oficial) para treinarem

e o segundo grupo (n=22) utilizou bolas 20% mais leves. O grupo controle não apresentou

diferenças significativas na velocidade de arremesso, por outro lado, o grupo experimental

apresentou um aumento significativo de desempenho e após quatro semanas de

destreino a performance manteve similar a apresentada ao final do treinamento,

sugerindo que a diminuição de resistência durante o treinamento que envolvem

movimentos balísticos pode ser vantajoso para os atletas.

No estudo de Moraes (2003), 10 atletas de Basquetebol da categoria infantil, foram

submetidos ao modelo de treinamento em bloco, que aliava saltos (pliometria) com o

desenvolvimento da velocidade de corrida. Os atletas foram submetidos a 17 semans de

treinamentos, treinando quatro vezes por semana, tendo cada sessão a duração de duas

horas. Os atletas foram avaliados antes do início da preparação (T1), após 7 semanas, ou

seja, ao final do bloco A (T2), após 13 semanas – ao final do bloco B (T3) e após 17

semanas (T4), pelos testes: antropometria; salto vertical (SV); pliométrico (SP); salto

sêxtuplo (Ssex) e RAST. Com base nos resultados o autor verificou que o modelo

proposto, proporcionou melhora significante sobre a performance neuromuscular dos

atletas, tanto nos testes de saltos como no RAST, durante o período da pesquisa.

Altini Neto (2004), em seu estudo, submeteu um grupo de nove jovens atletas de

voleibol a uma periodização linear de 34 semanas. No período preparatório foram

utilizados exercícios com o objetivo de melhorar o desempenho das ações motoras do

jogo. No período competitivo foram utilizados exercícios para manter os índices de

rendimento alcançados anteriormente, priorizando-se exercícios coletivos envolvendo a


19

técnica e a tática da modalidade. Como controle de performance foram realizados os

testes de altura de alcance máximo de bloqueio, altura de alcance máximo de ataque,

salto sêxtuplo, shuttle run, teste W 20 metros, arremesso de medicineball, teste de 1000

metros e testes de uma repetição máxima em membros superiores e inferiores. Com base

na análise dos dados o autor concluiu que na etapa geral do período preparatório houve

aumento dos índices de força de membros inferiores e superiores e da resistência geral;

na etapa especial, continuou-se com a tendência de aumento de força em membros

inferiores, resistência geral e agilidade, bem como no período competitivo ocorreu a

manutenção dos resultados, com exceção da força de membros superiores e agilidade,

que apresentaram diminuição de performance.

Ferreira (2005) em sua pesquisa submeteu 23 adolescentes do sexo masculino

praticantes de handebol a dois modelos de treinamento, o primeiro grupo (FTT) foi

submetido a treinos técnico/tático e a treinos de pliometria (corridas e saltos) e o segundo

grupo (MTT) além dos treinos técnico/tático realizou treinos de resistência de força

(musculação). Após 54 sessões de treino, ambos os grupo foram submetidos: a)

avaliação antropométrica; b) teste de potência anaeróbia; c) teste de potência aeróbia; d)

teste de impulsão vertical com caixas de 40 e 60 centímetros de altura e e) teste de

resistência de velocidade (RAST), sendo os mesmos realizados antes do início dos

treinamentos (T1), após 27 sessões (T2) e após 54 sessões (T3). Os resultados

mostraram melhoras nos valores médios das avaliações em ambos os grupos e

diferenças significativas em pelo menos um momento da pesquisa entre os grupos, sendo

que os resultados do FTT apresentaram-se superiores aos do MTT.

Moreira (2006), no seu estudo teve como objetivo verificar as diferenças de

performance de atletas de basquetebol adultos submetidos a três modelos de treinamento

diferentes. Os indivíduos foram divididos em três grupos com distintos modelos de


20

treinamento, sendo denominados: Modelo de cargas seletivas (MS), Modelo de cargas

concentradas (MCON) (treinamento em bloco) e Modelo de cargas complexas (MCX).

Nos três modelos a duração da etapa preparatória foi de seis semanas, no MS e no MCX

a etapa de competição teve a duração de 18 semanas e para o MCON um total de 16

semanas foram destinadas a etapa de competição, seis semanas de etapa especial ou

bloco B e 10 semanas de competição propriamente dita ou bloco C. Durante o período do

estudo os indivíduos foram avaliados em quatro momentos distintos: início da etapa

preparatória (T0), final da etapa preparatória (T1), final da primeira metade da etapa de

competição (T2) e final da etapa de competição, pelos testes: salto horizontal saindo

parado (SHP); salto vertical com contra movimento no tapete de contato (SV); salto

horizontal triplo consecutivo – lado esquerdo (STCE) e lado direito (STCD); teste T

adaptado 40 metros (C40) e Yo-Yo intermittent endurance test (YO-YO). No início da

etapa preparatória (T0) as performances dos sujeitos dos três grupos não apresentaram

diferenças significativas. Para a performance de SV o MCX apresentou incremento de

performance entre T0-T3, T1-T3 e T2-T3, o MCON demonstrou melhora somente entre

T1-T3, enquanto o MS não apresentou alterações. No C40 (velocidade de deslocamento

cíclico-acíclico) os três modelos apresentaram diminuição do tempo de teste, ou seja,

melhoraram sua performance, entretanto, em diferentes momentos. Já para o YO-YO

(teste de resistência à fadiga) somente o MCX e o MCON demonstraram alterações

estatisticamente significantes de desempenho durante o período de treinamento, entre o

T0-T1 ambos os modelos apresentaram diminuição de performance, mas entre T1-T2, T1-

T3, T2-T3 e T0-T3 os dois modelos demonstraram incremento de desempenho no YO-

YO. Baseado nos achados, o autor afirma que os três Modelos investigados se mostraram

eficazes. Entretanto, o MCX proporcionou maiores alterações nos marcadores funcionais

externos.
21

2. O HANDEBOL

No jogo de Handebol há um intenso contato físico entre os jogadores, pois é uma

modalidade caracterizada pelo confronto entre duas equipes e, assim como o espaço de

jogo, o tempo oficial de jogo também é considerável, sendo de 40 a 60 minutos,

dependendo da categoria, com um período de intervalo de 10 minutos. O jogo é realizado

em uma quadra que mede 40 x 20 metros (m), sendo o espaço de jogo então de 800 m2.

Nas extremidades estão colocadas as balizas, existindo também uma área de gol de seis

metros a partir da linha de fundo, reduzindo assim o espaço de jogo dos jogadores de

linha que ali, na maioria dos casos, não podem penetrar (ELENO; BARELA; KOKOBUN,

2002).

Logo é necessária, para o jogo de handebol, uma adequada preparação para a

movimentação, para o contato corporal e para a competição envolvendo os vários

domínios como: físico, técnico, tático, psicológico entre outros.

2.1. Caracterização das demandas energéticas no handebol

Vários são os parâmetros fisiológicos que podem ser utilizados para qualificar o

nível de capacidade funcional e verificar a intensidade de prática do jogo de handebol, tais

como consumo máximo de oxigênio (VO2máx), freqüência cardíaca (FC), lactato

sangüíneo e tabelas de esforço subjetivo (escala de Borg ou escala de Foster). Alguns

desses parâmetros são mais fidedignos por suas análises serem mais precisas, mas

todos estes métodos são reconhecidos e aceitos na literatura (SÁLVIO, 2003).

A utilização da mensuração do VO2máx não é um índice específico para analisar a

capacidade aeróbia de atletas de handebol, pois, Delamarche et al. (1987) verificaram por
22

meio de testes laboratoriais e de campo, que o desempenho do atleta e seu consumo

máximo de oxigênio não se correlacionavam positivamente, ou seja, um jogador que

possuía maior potência aeróbia não era necessariamente o mais ativo durante a partida.

Entretanto, os valores de VO2máx de atletas de handebol são superiores aos

apresentados por jovens indivíduos sedentários do sexo masculino 38,0 ± 6,2 ml.kg-1.min-1

durante teste no cicloergômetro (CAPUTO et al., 2005), Moe et al. (2005) em seu estudo

verificaram em mulheres jovem um VO2máx de 40,5 ± 5,6 ml.kg-1.min-1, Chatterjee et al.

(2004), demonstraram o VO2máx de 39,8 ± 1,03 ml.kg-1.min-1 em estudantes universitários

não ativos; e indivíduos não ativos durante teste no cicloergômetro e na esteira rolante

apresentaram valores de 36,7 ± 5,6 ml.kg-1.min-1 e 43,5 ± 7,0 ml.kg-1.min-1 (CAPUTO et

al., 2003), dessa forma um condicionamento aeróbio desenvolvido pode garantir a

recuperação das fontes anaeróbias, demonstrando que, os jogadores de handebol devem

ter capacidade aeróbia desenvolvida, apesar da importância do processo anaeróbio, para

que possam manter as características da intensidade de esforço durante a partida e

possua uma maior eficiência na remoção do ácido lático (EDER; HARALAMBIE, 1986).

Assim, os autores citam que jogadores bem treinados apresentam valores de consumo

máximo de oxigênio (VO2máx) de aproximadamente 59 ml.kg-1.min-1. Valores similares,

foram encontrados por Alexander e Boreskie (1989), ao estudarem atletas canadenses

veteranos de nível nacional, que apresentaram valores médios de 54 ml.kg-1.min-1.

Nessa direção Loftin et al. (1996) afirmam que as ações realizadas durante a

partida de handebol parecem apropriadas para manter ou aumentar o condicionamento

aeróbio e a intensidade do jogo está acima do limiar mínimo recomendado pelo Colégio

Americano de Esportes e Exercício. Os autores ao estudar as respostas fisiológicas em

jogadores experientes com idade média de 47,2 anos, encontraram durante um teste

máximo valores ligeiramente mais baixos de VO2máx, em decorrência da idade, em


23

média de 48 ml.kg-1.min-1. Já os pesquisadores Noruegueses Jesen et al. (1997) ao

estudarem atletas do sexo feminino encontraram valores de VO2máx que chegaram a

53,8 ml.kg-1.min-1 durante a temporada, após realizarem um programa de treinamento que

combinava seguidamente, períodos de treinamento de força, aeróbio e de velocidade

(sprints).

Souza et al. (2000), ao verificar em 21 atletas brasileiros de alto nível, estudaram o

VO2máx de forma indireta, e observaram que o valor médio foi de 50 ml.kg-1.min-1. O

estudo de Rannou et al. (2001), aponta valores bem próximos em atletas franceses de

nível internacional, o valor médio foi 58 ml.kg-1.min-1.

De acordo com Weineck (1999), a freqüência cardíaca (FC), é outro índice

fisiológico que fornece importantes informações para o estabelecimento da intensidade do

treino, e também sobre o estado de treinamento em que se encontra o atleta. E segundo

Borin (2000), a FC é um método fácil para mensurar a intensidade de esforço.

Delamarche et al. (1987), afirmam que durante uma partida de handebol a FC

apresenta-se de forma irregular e, em seu estudo com atletas do sexo masculino da

segunda divisão da Liga Nacional da França, verificaram valores que variavam de 160 a

180 batimentos por minuto (bpm). Os mesmos ainda colocam que o diagrama da FC teve

grande variação e o resultado ocorreu devido à constante alteração no ritmo inerente ao

handebol. De modo geral, em uma partida de handebol, a FC pode alcançar valores entre

80% e 90% da FCmáx, com picos bem próximos aos valores máximos da FC dos atletas.

Segundo dados do estudo de Alexander e Boreskie (1989), os resultados do

monitoramento da FC de atletas canadenses veteranos durante o jogo depende de vários

fatores externos, sendo encontrados taxas de 149 e 163 bpm, representando 80% e 88%

da FCmáx respectivamente, com picos próximos da FCmáx. De forma semelhante Loftin

et al. (1996), demonstraram um percentual de 85% da FCmáx, durante a prática do jogo.


24

Na mesma direção, Paes Neto (1999), ao estudar a FC em 15 jogadores

masculinos adultos de handebol (idade média de 23,2 ± 2,9 anos), segundo diferentes

situações defensivas e ofensivas, durante três jogos oficiais dos 42º Jogos Regionais da

Zona Leste do Estado de São Paulo – 1998, pode verificar que os resultados

apresentaram uma variação da FC de 157 a 168 bpm, aproximadamente 80-85 % da

FCmáx. Contudo, Retechuki et al. (2001), em seu estudo com meninas de 13 e 14 anos,

mostraram que essa população, pratica o handebol em percentuais elevados de sua FC,

com uma intensidade acima de 80% (80-100%), e que as mesmas suportaram

adequadamente o ritmo do jogo.

De acordo com Cardinale (2006), apesar de útil, devemos olhar com cuidado para

os dados a respeito da FC, pois ao demonstrar a FC média durante um jogo do

campeonato italiano, foi observado que grande parte da partida a FC média girou em

torno de 150 bpm, o que nos mostra um trabalho aeróbio (70-85% da FCmáx). Entretanto,

afirmar que o metabolismo aeróbio é o mais importante no handebol, pode levar a uma

diminuição do tempo de trabalho dedicado a capacidade anaeróbia, gerando um

decréscimo de performance na competição.

A FC oscila muito durante o jogo, devido às características intermitentes do

desporto em questão, alcançando picos próximos dos valores máximos demonstrando

uma significativa mobilização do sistema cardiovascular durante a partida que é uma

importante implicação para o treinamento.

O fornecimento de energia por vias anaeróbias é imprescindível no handebol, pois

são inerentes do desporto ações muito intensas e rápidas, sendo mobilizado

principalmente o sistema ATP-CP, que é a via mais rápida, em vários momentos da

partida. Entretanto, segundo Wilmore e Costill (2001), em corridas de curta distância

(sprints), a adenosina trifosfato (ATP) é mantida em concentrações relativamente


25

constante, mas a concentração de creatina fosfato (CP) diminui de forma constante à

medida que ela é utilizada para realizar a ressíntese da ATP depletada. Assim, a

capacidade para manter as concentrações de ATP com a energia derivada da CP é

limitada, sendo necessários outros processos para a formação de ATP.

Dentro desse contexto, pode-se esperar que jogadores de handebol devam ter

capacidade aeróbia desenvolvida para que os atletas possam manter as características

da intensidade de esforço durante a partida, realizando a ressíntese de ATP e para que

os mesmos possuam maior eficiência na remoção do lactato. Ao executar atividades em

esforço máximo, grande quantidade de lactato é produzida e evidencia-se em que medida

o sistema anaeróbio lático está fornecendo energia. Eder e Haralambie (1986),

demonstram em seu trabalho, que 60% dos jogadores de handebol do sexo masculino,

apresentam valores de concentração de lactato acima do limiar anaeróbio (LAn), podendo

ser encontrados valores entre 9 e 12 mM.L-1, principalmente no segundo tempo de jogo.

Ainda segundo os autores, após oito ou 10 minutos do término da partida os valores

apresentavam-se próximos aos de repouso, após atividades de baixa intensidade,

sugerindo que jogadores bem treinados dispõem de uma alta capacidade de recuperação

(oxidação de ácido lático).

Rannou et al. (2001), ao estudarem atletas franceses e internacionais de handebol,

velocistas, atletas de fundo e pessoas não treinadas, demonstraram que o metabolismo

anaeróbio dos atletas de handebol é bem parecido com o dos velocistas, o que nos faz

acreditar que essa via é a mais importante para a prática do jogo.

Segundo Eleno, Barela e Kokobun (2002), jogadores de handebol devem ser

treinados para tolerarem altos níveis de lactato, para assim preservarem a máxima

eficiência durante o jogo e para que estados de fadiga não se instalem devido ao acúmulo

do mesmo.
26

Segundo Cardinale (2006) durante o jogo de handebol os níveis de lactato tem se

mostrado menores que 10 mM.L-1, não representado uma quantidade muito alta se

comparada por exemplo com concentrações de um corredor de 400 metros. O que

significa que o lactato não é um fator limitante no handebol, contudo o treinamento deve

conter exercícios capazes de produzir quantidades de lactato que determinem adaptações

específicas nos jogadores.

2.2. Caracterização dos esforços no handebol

Segundo Mais, Galvão e Ribeiro (1989), o conhecimento preciso acerca do esforço

específico dos jogadores de handebol é necessário para orientar de forma racional o

processo de treinamento.

O handebol pode ser definido como um jogo em que os atletas realizam atividades

motoras, intensas e alternantes, em períodos de trabalho e pausa. O tempo oficial de jogo

é de 60 minutos, porém em estudo realizado por Mais, Galvão e Ribeiro (1989), durante

19 minutos a bola não esteve em jogo. Segundo os autores que observaram o jogador

lateral direito da categoria júnior, concluíram que o mesmo esteve ativo por 55,5 minutos

e 4,5 minutos o jogador se manteve com pouca movimentação. Isto é explicado devido ao

protocolo utilizado, pois o mesmo inclui todo o período ativo do jogador independente das

interrupções, exceto as indicadas pelo árbitro que possibilitava a cessação da atividade

do jogador. Entretanto, Alexander e Boreskie (1989), demonstraram em seu estudo que

somente em 47,3% do tempo total da partida, a bola esteve em movimento.

Segundo Santos (1989), durante a realização de uma partida de handebol os

atletas percorrem em média 4365 m, o número de passes por jogo para o central e para

os laterais é maior, os laterais são os que mais arremessam ao gol, o número de


27

deslocamentos curtos para os laterais é superior enquanto os extremos realizam um

número maior de deslocamentos de longa distância. Assim, a demanda energética

certamente é diferente para cada posição assumida por um atleta.

Os dados do estudo de Mais, Galvão e Ribeiro (1989), se referem ao lateral direito

da categoria júnior e, de acordo com os mesmos, são percorridos em média

3740,87±231,01 metros (m) durante uma partida, dos quais 1869,37±306,86 m no ataque

e 1871,50±195,33 m na defesa. Os esforços de intensidade média predominam tanto no

ataque quanto na defesa seguido pelos esforços de baixa e máxima intensidade. Embora

os esforços máximos ocorram em menor freqüência, os mesmos têm grande influência

nos momentos decisivos da partida.

Durante uma partida de handebol também são executados diversos

deslocamentos, em diversas direções. Mais, Galvão e Ribeiro (1989), apresentam na

tabela 1, valores médios e tipos de deslocamentos realizados pelo lateral direito júnior.

Tabela 1. Deslocamentos realizados durante uma partida de handebol.


Deslocamentos Frontal Lateral Diagonal Costas
Ataque 117 7 59 67
Defesa 102 67 75 81
Ataque/Defesa 51 3 7 13
Defesa/Ataque 52 2 7 5
Adaptado de Mais; Galvão; Ribeiro (1989), por Alves (2007).

A predominância é do deslocamento frontal, o que pode ser explicado pelo fato do

mesmo facilitar a velocidade e melhorar a visualização do campo de jogo, dos adversários

e, conseqüentemente, melhorar seu posicionamento. Em outras direções a predominância

se dá na defesa, devido às ações que são realizadas pelos jogadores nesta fase de jogo,

tendo como objetivo não perder do campo de visão o adversário e a bola.


28

Como mencionado acima, durante uma partida de handebol, as alterações de intensidade

são nítidas, há inúmeras pausas e momentos de recuperação total ou parcial dos atletas.

Mais, Galvão e Ribeiro (1989) afirmam que a organização do jogo de handebol faz com

que a participação ativa durante uma partida não seja igual para todos os jogadores

dependendo da posição que o mesmo ocupa e da relação existente entre ele, seus

companheiros e o adversário, bem como, para a mesma posição a demanda pode variar

de um jogo para outro sofrendo influência da movimentação em quadra, do estilo e da

estratégia do jogador. Além dos deslocamentos necessários e que geralmente incluem

corridas, os atletas executam outras atividades que também requerem fornecimento de

energia, tais como as mudanças de direção, as acelerações e as desacelerações, os

saltos, os arremessos, as interceptações, as paradas bruscas, etc.), essas atividades

características do esporte impõem maior demanda fisiológica ao custo energético da

corrida. A demanda energética sofre ainda influência do estilo, da estratégia, da

motivação, do contato com o solo e das habilidades características do esporte

(BANGSBO, 1994).

Alexander e Boreskie (1989), em seu estudo verificaram que a relação esforço-pausa era

de 9 segundos de esforço por 10 segundos de pausa (1:1). Os autores demonstraram

ainda que de um total de 145 “rallies”, registrados em três tempos de jogo, 66,9% tinham

duração inferior a 10 segundos. Loftin et al. (1996) encontraram a mesma relação de 1:1,

sendo que os atletas participavam de três rallies por minuto, ou seja, em média eram

submetidos a 10 segundos de esforço por 10 segundos de recuperação ativa.

Já Hernandez Moreno (1996) encontrou em seu estudo que a relação esforço

pausa no handebol é de 25 segundos de participação por 15 segundos de recuperação

(pausa), o que proporciona aproximadamente uma relação de 2:1.


29

Segundo Penas e Graña (2000), os períodos de atividade não são uniformes,

sendo que o tempo e a intensidade são variados em função das necessidades que

demandam o desporto, da mesma forma as pausas não têm duração constante.

No trabalho de Eleno, Barela e Kokobun (2002), com base nos dados do Comitê

Olímpico Espanhol, os autores demonstram que à distância percorrida durante uma

partida de handebol é 4152 metros, dos quais 4114 metros sem a posse de bola e 37

metros com posse de bola. Já Cardinale (2006) afirma que os jogadores podem percorrer

de 2000 a 6000 metros baseado em diferentes situações: posição em quadra, tática

defensiva e ofensiva, características da equipe e características do jogo em questão. É

importante ressaltar que os deslocamentos do atleta em quadra podem ser afetados por

diferentes parâmetros. A disposição tática, sua posição de jogo, características do jogo

em questão, todos esses fatores podem afetar a metragem percorrida pelo jogador em

quadra.

Contudo, convém salientar que, há uma redução do espaço disponível em quadra

para o deslocamento dos jogadores de linha (28 m de comprimento) assim sendo, a

intensidade máxima a qual os autores se referem correspondem às corridas de alta

velocidade, não podendo ser consideradas como intensidade máxima, dessa forma é

preciso substituir o termo velocidade máxima pelo termo velocidade ótima (PEÑAS et al.,

2000). Esta redução se deve a existência da área de gol e limita a realização de esforços

máximos (ELENO; KOKOBUN, 2002). Essa limitação já havia sido observada por

Kokubun e Daniel (1992), em estudo voltado as intensidades das diferentes atividades

realizadas numa partida de basquetebol.

Os dados do Comitê Olímpico Espanhol, apresentados por Eleno, Barela e

Kokobun (2002) mostram outras situações que impõem demanda energética acima da

necessária, sendo as atividades mais freqüentes e que aumentam consideravelmente a


30

demanda energética, as mudanças de direção, 279 por jogo, e do ritmo de corrida, 190

por jogo, ambos os valores expressos em média e, segundo Cardinale (2006), durante o

jogo de handebol, os jogadores realizam 279 mudanças de direção, 190 variações de

ritmo e 16 saltos. O autor afirma ainda que os jogadores realizam 485 movimentos em

alta intensidade em 60 minutos, oito (08) por minuto em média.

O handebol moderno se caracteriza por elevado nível de solicitação bioenergética

e pelo crescente incremento dos denominados esforços de alta intensidade. O incremento

da velocidade se reflete no maior número de ataques realizados durante o jogo. Do ponto

de vista desportivo, a velocidade representa a capacidade do indivíduo para realizar

diversos comportamentos motores em um tempo mínimo e com o máximo da eficácia.

Esta definição que pode perfeitamente ser adotada pela categoria de desportos em que

as ações velozes se caracterizam pelo caráter cíclico e as situações se constroem de

forma individual, precisa ser variada dentro dos desportos coletivos. Os mesmos

apresentam dois conceitos fundamentais que os diferenciam dos desportos individuais: a

integração grupal e a incerteza do espaço, razões pelas quais as adaptações técnico-

coordenativas que os jogadores realizam durante a execução das ações motoras se

manifestem no jogo mediante respostas espaços-temporais diversas e imprevisíveis

(PEÑAS; GRAÑA, 2000).

Durante uma partida de handebol os esforços se assemelham aos do método de

treinamento intermitente, pois, durante a mesma ocorre a alternância entre períodos de

movimentos realizados em alta intensidade e recuperação. A alternância entre uma série

de estímulos submáximos alternados com períodos de intervalo que proporcionam uma

recuperação parcial imposta frente ao estímulo aplicado é princípio básico do trabalho

intermitente ou intervalado (ELENO; BARELA; KOKOBUN, 2002; CARDINALE, 2006).


31

O trabalho intermitente possibilita realizar uma grande quantidade de exercícios em

alta intensidade, devido ao retardo do aparecimento da fadiga, em função da restauração

da creatina fosfato (CP) que ocorre nos períodos de recuperação passiva. A energia do

sistema anaeróbio lático é poupada, evitando que o ácido lático se acumule rapidamente

e em quantidades significantes (PLISK, 1991).

Já Bompa (2005), afirma que o sistema mais solicitado na produção de energia

durante uma partida de handebol é o metabolismo aeróbio, embora a produção de

energia anaeróbia seja importantíssima para os períodos de esforços intensos, uma vez

que favorece a aceleração, mudanças de direções, saltos, sprints e arremessos, sendo

dessa forma decisiva.

Entretanto, segundo achados do estudo de Gorostiaga et al. (2006), que

apresentam a velocidade de limiar anaeróbio (LAn) em torno de 12 km.h-1, em atletas de

alto nível, parece que na atualidade a tendência é dar menos atenção a capacidade

aeróbia e se priorizar o desenvolvimento da potência, já que pode-se alternar os atletas

durante o jogo sem limite de troca. Os autores afirmam ainda que a produção de potência

absoluta de salto e sprints são importantes características da performance neuromuscular

para se alcançar o sucesso no alto nível.

Na mesma direção Roglan; Borgesen (2006), afirmam que após algumas

alterações recentes da regra do handebol, tal modalidade teve sua intensidade de jogo

aumentada. Assim, os técnicos devem considerar a intensidade do jogo e a sobrecarga

física imposta aos jogadores em relação à estrutura específica de competição, para dessa

forma otimizar a participação dos mesmos durante a partida.


32

IV – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

1. AMOSTRA

Participaram deste estudo, 16 atletas de handebol do sexo feminino, com idade

entre 15 e 21 anos, com pelo menos um ano de experiência na modalidade e que

treinavam de cinco a seis vezes na semana. As atletas selecionadas apresentavam boas

condições de saúde e integravam as equipes das cidades de Batatais/SP e Franca/SP.

2. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

As atletas foram subdivididas em dois grupo um de treinamento integrado (GTI),

formado por sete atletas com idade média de 17,3 ± 2,3, altura 1,62 ± 0,07 metros e 61,50

± 9,58 kg, e outro grupo de treinamento clássico (GTC), composto de nove atletas com

idade média de 16,78 ± 1,86, altura 1,65 ± 0,06 metros e 63,37 ± 11,77 kg. Durante o

período da pesquisa as equipes participaram de competições em nível regional

organizado pela Associação de Handebol Brasileira – AHB; e pela Secretaria da

Juventude Esporte e Lazer do Estado de São Paulo, na categoria júnior. Durante o

decorrer da pesquisa, a equipe de Batatais disputou oito jogos e a equipe de Franca jogou

sete vezes, e ambas estavam na liderança da Copa AHB organizada pela Associação de

Handebol Brasileira.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIMEP, sob o

protocolo nº 55/05, conforme demonstrado no anexo A. Concordando com a participação

no estudo, às atletas foram informadas sobre o tipo de vestimenta a ser utilizada para a

realização dos testes e os alimentos que deveriam ingerir na última refeição antes das
33

avaliações. As voluntárias ou seus responsáveis assinaram um Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido.

3. PERIODIZAÇÃO APLICADA

3.1. Treinamento proposto para o Grupo de Treinamento Integrado (GTI).

O GTI, que teve como base do seu planejamento a teoria do treinamento integrado

(AGUILA et al., 2002; LOSANO, 2001; LOSA et al., 2001; PIETRO, 2001; RIOS et al.,

2000) e a estrutura dos períodos adotada neste estudo foi a sugerida por Matveev (1996)

e Zakharov (1992), tendo como principal objetivo o aperfeiçoamento técnico e tático da

equipe e paralelamente por meio de exercícios integrados buscou-se desenvolver as

capacidades biomotoras pertinentes ao desporto em questão, respeitando a periodização

proposta para o período preparatório de 2006 (quadro1 e 2). O GTI formado por sete

atletas, foi acompanhado, em seus treinos, durante o período de 13 microciclos, em um

total de 67 sessões de treino divididas em duas fases. Na primeira fase o treinamento foi

realizado cinco (05) vezes por semana, na primeira fase as sessões de treinamento

duravam aproximadamente 72,5 minutos e na segunda fase as sessões duravam por

volta de 50,5 minutos.

Na primeira fase foi priorizado o trabalho técnico por meio de exercícios com

intensidades de treinamento em torno de 65% a 85% da freqüência cardíaca máxima

(FCmáx) atingida no teste Shuttle Run. O Anexo C apresenta a média da intensidade

nessa fase. No início deu-se ênfase ao trabalho técnico onde prevalecia o metabolismo

aeróbio. Nesta fase do treinamento, os exercícios realizados foram principalmente,


34

exercícios de passes em deslocamento, engajamento posicional e em circulação,

movimentação defensiva (defesa passiva) com saída para transição ofensiva sustentada

e arremessos, dando-se ênfase ao volume.

Após esse período inicial o trabalho anaeróbio foi priorizado, com intensidades

variando entre 80% e 100% da FCmáx do teste de Shuttle Run. A intensidade média

dessa fase é apresentada no anexo C. Os exercícios utilizados nesta fase foram aqueles

que envolviam grande velocidade e pouco tempo de recuperação, transições ofensivas

diretas, ataque e transição defensiva rápida, movimentação defensiva constante (defesa

ativa) e exercícios de pliometria e tração combinados com fundamentos técnicos do

desporto. Quadro 1 apresenta a periodização aplicada e o Quadro 2 apresenta o

percentual dos exercícios realizados pelo GTI durante o período do estudo.

Quadro 1 – Periodização aplicada no período experimental GTI.


PERÍODO ETAPA CARACTERÍSTICAS FASES ESTRATÉGIAS JOGOS MICROCICLO MÊS

EXERCÍCIOS 1

INTEGRADOS MAIOR EXERCÍCIOS DE 2 FEV


PREPARATÓRIA

OBJETIVO VOLUME PASSE/RECEPÇÃO 3

DESENVOLVIMENTO INTENSIDADE FINALIZAÇÕES E 4

CAPACIDADE 65-85 % MOVIMENTAÇÕES 5


MAR
PREPARATÓRIO

AERÓBIA FCmáx OFENSIVAS 6

E TÉCNICA CAHB 7

EXERCÍCIOS MENOR SALTOS E SPRINTS JT – AV 8

INTEGRADOS VOLUME COMBINADOS CAHB 9 ABR


ESPECIAL

OBJETIVO INTENSIDADE COM ELEMENTOS CE 10

DESENVOLVIMENTO 80-100 % ESPECÍFICOS DO 11

POTÊNCIA ANAERÓBIA FCmáx JOGO JAJ 12 MAI

E VELOCIDADE CAHB 13

CAHB = jogos da Copa AHB, categoria júnior; CE = jogos da Copa do Estado de São Paulo, categoria

júnior; JAJ = participação nos Jogos Abertos da Juventude, categoria juvenil, JT = jogo treino; AV =

avaliações.
35

Quadro 2 – Período, etapa, as características do treinamento, as fases e o percentual dos


tipos de treinos realizados durante o período do estudo – GTI.
M 1-7
PERÍODO ETAPA CARACTERÍSTICAS FASES % DO TIPO DE TREINO MÊS
41,08 hs
TÉCNICO/TÁTICO:
Exercícios de passes com
movimentação;
EXERCÍCIOS Circulação de atletas e bola 67,00%
durante movimentação ofensiva; FEV
Fintas e Finalizações.
INTEGRADOS Flexibilidade: alongamentos no 14,85%
PREPARATÓRIA

início e final do treino.


OBJETIVO MAIOR Velocidade: transição ofensiva. 0,60%
Velocidade de reação: ao sinal,
saindo de determinada posição 0,80%
DESENVOLVIMENTO chegar rapidamente a bola
VOLUME (exercício em dupla)
CAPACIDADE AERÓBIO (baixa intensidade) 2,90% MAR
Corridas de aquecimento.
AERÓBIA TRABALHO MISTO: Jogos. 9,50%
RECUPERAÇÃO: Hidratação e 4,40%
E TÉCNICA pausa entre exercícios.
M 8-13
CARACTERÍSTICAS FASES TREINO
28,33 hs
TÉCNICO/TÁTICO 38,83%
Resistência Muscular:
Execução de saltos e arremessos 1,80%
PREPARATÓRIO

com duração de 30 a 60
EXERCÍCIOS segundos. ABR
Flexibilidade: alongamentos no 15,60%
INTEGRADOS início e final do treino.
Velocidade: sprints com
mudanças de direção seguidos 2,33%
OBJETIVO MAIOR de recepção, finta e arremesso.
Velocidade de reação: ao sinal,
saindo de determinada posição 0,60%
chegar rapidamente a bola
DESENVOLVIMENTO INTENSIDADE (exercício em dupla)
AERÓBIO (baixa intensidade) 2,64%
ESPECIAL

POTÊNCIA Corridas de aquecimento.


Pliometria:
Saltos seguidos de sprint de 15 m
ANAERÓBIA com mudança de direção,
recepção e arremesso;
E VELOCIDADE Saltos seguidos de sprint de 9-3- 3,53%
6-3 m, recepção, finta e MAI
arremesso;
Saltos em profundidade;
Dinâmica positiva (saltos para um
plano mais alto).
Força (membro inferior):
Sprints com tração durante 5 m, 3,81%
após liberação, sprint de 15 m,
recepção e arremesso.
TRABALHO MISTO: Jogos. 25,87%
RECUPERAÇÃO: Hidratação e 5,00%
pausa entre exercícios.
36

O anexo D demonstra a distribuição do volume por microciclo do GTI durante o

período do estudo.

3.2. Treinamento proposto para o Grupo Treinamento Clássico (GTC).

O GTC formado por nove atletas foi acompanhado, em seus treinos, durante o

período de 13 microciclos, em um total de 71 sessões de treino divididas em duas fases.

O planejamento apresentou características próximas ao Modelo de Cargas Seletivas

(Gomes, 2002), pois, na primeira fase o treinamento as sessões de treino apresentavam a

duração aproximada de 84 minutos e na segunda fase as sessões duravam 90 minutos,

não existindo diferença significativa de volume entre os períodos, sendo realizadas

alterações na intensidade das sessões de treino. Durante o primeiro período o objetivo do

planejamento foi o desenvolvimento físico geral, para no segundo momento trabalhar com

maior enfoque a parte técnica e tática da equipe. O programa de treinamento foi

desenvolvido pela comissão técnica da mesma, sem a participação dos pesquisadores. O

quadro 3 apresenta o volume de treino de cada trabalho desse planejamento. Na

periodização proposta as sessões de treino foram aplicadas de forma dissociadas,

sessões de treinamento físico (estímulos separadas para o desenvolvimento das

capacidades biomotoras) e sessões de treino técnico/tático, nesse momento a

preocupação era muito mais em proporcionar o incremento das habilidades técnicas e

não em se trabalhar em específico alguma capacidade, mesmo que trabalho físico fosse

inerente nessas sessões. Importante destacar que as sessões de treinamento físico eram

realizadas antes das técnicos/táticas, sendo proporcionado as atletas um pequeno

intervalo entre ambas (aproximadamente 15 minutos).


37

Quadro 3 – Período, etapa, as características do treinamento, as fases e o percentual dos


tipos de treinos realizados durante o período do estudo – GTC.
M 1-6
PERÍODO ETAPA CARACTERÍSTICAS TREINO MÊS
38,42 hs
TÉCNICO/TÁTICO 62,00%
AERÓBIO:
Corridas contínuas de velocidade
constante ou com aumentos 17,00%
progressivos;
EXERCÍCIOS Corridas intervaladas;
DISSOCIADOS Atividades recreativas.
ANAERÓBIO LÁTICO: FEV
PREPARATÓRIA

Corridas com mudança de direção


com recuperação incompleta;
Sprints de 30 m com recuperação
incompleta; 7,00%
RML de membros superiores e
OBJETIVO abdômen;
DESENVOLVIMENTO Exercícios de corrida e multi-saltos
FÍSICO GERAL combinados.
ANAERÓBIO ALÁTICO:
Sprints de 20 m com recuperação
completa; 6,00%
Deslocamentos laterais; MAR
Saltos em profundidade.
PREPARATÓRIO

TRABALHO MISTO: Jogos. 8,00%


M 7-13
CARACTERÍSTICAS TREINO
48,33 hs
TÉCNICO/TÁTICO 66,90%
AERÓBIO:
Corridas contínuas de velocidade
constante ou com aumentos
progressivos; 8,28%
Corridas intervaladas;
EXERCÍCIOS Hidroginástica;
DISSOCIADOS Atividades recreativas com bola. ABR
ANAERÓBIO LÁTICO:
Corridas com mudança de direção
ESPECIAL

com recuperação incompleta;


Circuito para m. inferiores; 8,63%
OBJETIVO Sprints de 20 m com recuperação
DESENVOLVIMENTO incompleta;
TÉCNICO/TÁTICO RML de membros superiores.
ANAERÓBIO ALÁTICO:
Sprints de 20 m com recuperação
completa;
Em dupla, exercícios de marcação 6,56%
(sem bola); MAI
Exercícios resistidos para membros
inferiores (2 sessões).
TRABALHO MISTO: Jogos. 9,66%
38

4. AVALIAÇÕES – TESTES DE CONTROLE DE PERFORMANCE

As avaliações foram realizadas em três momentos distintos. A primeira avaliação

foi realizada no momento da apresentação das atletas. A segunda e a terceira foram

realizadas no meio e no final do período do estudo.

O quadro 4 apresenta os momentos da realização das avaliações e um resumo dos

trabalhos realizados pelo GTI anteriormente a cada uma delas.

Quadro 4 – Descrição dos momentos de avaliação e um resumo de quais trabalhos foram


realizados pelo GTI anteriormente a cada um deles.
MOMENTO
DURAÇÃO PERÍODO ATIVIDADES
AVALIAÇÃO

Anteriormente a essa avaliação as atletas passaram pelo

1ª Avaliação Apresentação das atletas período transitório do macrociclo anterior constituído de um

período de férias de 40 dias.

Preparatório Foram realizados treinos com ênfase no trabalho técnico de

2ª Avaliação 34 sessões Geral fundamentos e movimentações em ataque posicional e em

circulação.

Foram realizados treinos com ênfase no desenvolvimento


Preparatório
3ª Avaliação 33 sessões da velocidade e na capacidade de suportar o acúmulo do
Especial
ácido láctico e a participação em jogos aumentou.

4.1. Padrão de aplicação

Visando diminuir os erros de avaliação foram estabelecidos alguns critérios para

aplicação da bateria dos testes de controle. Primeiro, os locais de realização dos testes
39

foram sempre os mesmo, sendo realizados no local específico de treino de cada equipe,

quadra poliesportiva.

Foi utilizado, em todas as aplicações da bateria de teste, o mesmo avaliador. O

horário de aplicação da bateria de testes foi sempre o mesmo, após as 16 horas. Foram

utilizados sempre os mesmo instrumentos de medidas. E sempre foi seguida a mesma

seqüência de aplicação da bateria de testes dentro da semana de avaliação. Importante

ressaltar que devido à diferença do número de sessões de treino por semana que existia

entre os grupos, as avaliações foram realizadas de forma que os dois grupos tivessem

realizado o mais próximo possível, o mesmo número de sessões.

4.1.2. Seqüência de aplicação dos testes de controle

1º dia: antropometria; salto vertical; arremesso de medicineball e forward/backward.

2º dia: Teste de Shuttle Run.

4.2. Bateria de testes e medidas

A aplicação da bateria de testes foi realizada antes do início do período

experimental, nas sessões de treino 35 e 37 e no final do período do estudo, seguindo o

planejamento prévio da periodização. A bateria de testes foi composta pelas seguintes

medidas:

4.2.1. Medidas antropométricas

Foram obtidos dados referentes à estatura (cm) e massa corporal (Kg).:


40

 A massa corporal foi obtida utilizando uma balança do tipo Fillizola com precisão de

0,1 Kg. Primeiramente, a balança foi calibrada e posteriormente a atleta se posicionou,

descalça, trajando bermuda e camiseta, na posição ortostática sobre a plataforma da

mesma, sendo realizado o ajuste do peso na graduação de cargas da própria balança;

 A estatura foi obtida por meio do estadiômetro existente para esta finalidade na

balança, com precisão de 0,5 centímetros. Para a mensuração da estatura, a atleta

deveria estar em posição ortostática, com os pés unidos, braços ao longo do corpo

com o olhar no horizonte. A atleta realizou uma inspiração máxima profunda, e em

seguida sua estatura foi aferida;

 O percentual de gordura foi determinado pelo protocolo de Faulkener. O protocolo

consiste na coleta e soma dos valores das dobras cutâneas tricipital, subescapular,

supraíliaca e abdominal, que são utilizadas na equação %G = ∑ DC x 0,153 + 5,783

(MARINS; GIANNICHI, 1998).

4.2.2. Determinação do LAn (km.h-1) e da FCmáx no Shuttle Run Test:

O Shuttle Run Test de 20 m (20MST) foi utilizado para determinação do LAn por

apresentar movimentação de vai e vem que é bem semelhante aos deslocamentos

realizados durante a partida de handebol, sendo o mesmo realizado na quadra

poliesportiva utilizada pelas equipes para treinamento. O teste foi adaptado, sendo

realizado de forma incremental numa distância de 20 m em idas e voltas. A velocidade

inicial foi de 8 Kmh-1 com incrementos de 0,5 Km.h-1 a cada 3 minutos. Ao final de cada

estágio houve uma pausa de aproximadamente 30 segundos para que fossem coletados

25 µl de sangue arterializado do lóbulo da orelha para posterior análise do lactato

sangüíneo e determinação do Lan. O final do teste se deu quando a atleta não conseguiu
41

manter o ritmo, ficando três metros atrás da linha de 20 metros por duas vezes

consecutivas após o sinal do áudio ou, por sentir que não consegueria completar o

estágio (LÉGER; LAMBERT, 1982).

O LAn foi determinado utilizando-se uma concentração fixa de 3,5 mM.L-1 de

lactato sangüíneo. A análise da concentração de lactato correspondente a 3,5 mM.L-1 foi

determinada por interpolação linear, entre as concentrações de lactato e suas respectivas

velocidades.

Durante a realização do teste foi realizada a mensuração direta da freqüência

cardíaca (FC), ao final de cada estágio, utilizando um freqüêncimetro (Polar Vantage

XL®).

4.2.3. Teste de Resistência de Velocidade (Forward-Backward):

Como no Shuttle Run, o Forward-Backward foi realizado na quadra poliesportiva

utilizada pelas equipes para treinamento, sobre a linha lateral da quadra de voleibol.

Antes do teste a atleta foi pesada, realizando em seguida um aquecimento de 10 minutos

e tendo cinco (05) minutos para se recuperar antes de se iniciar teste. O protocolo do

teste consistia em verificar o tempo gasto para percorrer na máxima velocidade, um

percurso de 35 metros que era realizado em idas e voltas com distâncias de 9m, 3m, 6m,

3m, 9m e 5m, o percurso era percorrido seis vezes com intervalo de 10 segundos entre as

séries (BORIN et al., 2003). Foi utilizado esse protocolo adaptado do original RAST com a

distância de 35 metros fracionada para procurar reproduzir as características específicas

da modalidade em questão, pois os atletas dificilmente realizam sprints em linha reta

nessa distância.
42

fim 5 m
9m
3m
6m
3m
9m
início

Figura 1 – Mapa dos deslocamentos utilizados no teste Forward-Backward.

A potência produzida em cada série de deslocamentos foi encontrada, utilizando as

seguintes equações:

Velocidade = distância / tempo;

Aceleração = velocidade / tempo;

Força = peso x aceleração;

Potência = força x velocidade.

Ou

Potência = peso x distância2/ tempo3.

Após a realização dos seis séries de deslocamentos, determinou-se:

Potência máxima;

Potência mínima;

Potência média: somando-se o tempo das seis séries de deslocamentos e dividindo esse

valor por seis;

Índice de fadiga: (potência máxima – potência mínima) / tempo total das séries de

deslocamentos (BORIN et al., 2003).

A potência máxima é determinada por meio de informações sobre a força e a

máxima velocidade de corrida. Já a potência mínima é a menor potência produzida e é

utilizada no cálculo do índice de fadiga. A potência média indica a habilidade do atleta em


43

manter a potência por um longo período. Quanto maior o valor, melhor será a habilidade

do atleta em manter a performance anaeróbia.

O índice de fadiga indica a taxa de declínio da potência do atleta. Apresentando um

alto valor do índice de fadiga, é necessário que o atleta melhore sua tolerância ao lactato.

O teste é realizado com base no programa de treinamento, sendo os resultados

comparados com a previsão dos resultados dos atletas em determinada fase do

programa, para verificar se os objetivos foram alcançados. Os resultados podem ser

utilizados para ajustes no programa de treinamento.

4.2.4. Determinação da altura do salto – Teste de Impulsão Vertical:

O objetivo deste teste foi medir a altura do salto no plano vertical. O teste foi

realizado em uma superfície lisa, de três metros de altura, graduada de dois em dois

centímetros e pó de giz.

A testanda assumiu a posição em pé, de lado para a superfície graduada, em com

o braço estendido acima da cabeça, o mais alto possível, mantendo as plantas dos pés

em contanto com o solo, sem flexioná-los, então o mesmo fez uma marca com os dedos,

na posição mais alta que podia atingir. Para facilitar a leitura, os dedos estavam sujos

com pó de giz. O teste consiste em saltar o mais alto possível, sendo facultado a atleta, o

flexionamento das pernas e o balanço dos braços para a execução do salto. Foram

realizadas três tentativas, computando-se o melhor dos três saltos

O resultado foi dado em centímetros, subtraindo-se a marca mais alta do salto da

mais baixa feita pela atleta sem salto (MARINS; GIANNICHI, 1998).
44

4.2.5. Determinação da força de membro superior – Arremesso de Medicineball:

O objetivo deste teste foi determinar a potência dos membros superiores e cintura

escapular. Para realização foi utilizado uma bola medicinal de 3 quilos, cadeira, fita

adesiva, corda e trena.

O teste foi aplicado na posição sentada em uma cadeira, a atleta nessa posição

segurou a bola medicinal com as duas mãos contra o peito e logo abaixo do queixo, com

os cotovelos o mais próximo do tronco. A corda foi colocada na altura do peito da

testanda para mantê-la segura a cadeira e eliminar a ação de embalo durante o

arremesso. O esforço foi realizado pelos braços e cintura escapular, evidenciando-se a

participação de qualquer outra parte do corpo.

Resultado: foi computada a distância, em centímetros, da melhor das três

tentativas executadas pela atleta, sendo dada a ela a oportunidade de realizar uma

tentativa para familiarização com o teste. As três tentativas foram realizadas uma após

outra; a distância aferida entre os pés dianteiros da cadeira e o primeiro ponto de contato

da bola medicinal com o solo (MARINS; GIANNICHI, 1998).

4.2.6. Análise do lactato sangüíneo

Na análise do lactato sangüíneo para se determinar a intensidade relativa ao LAn,

foram coletados 25 µl de sangue arterializado do lóbulo da orelha, ao final de cada estágio

do Teste Shuttle Run, utilizando-se capilares de vidro heparinizados e calibrados. Durante

a coleta de sangue, os avaliadores utilizaram luvas cirúrgicas descartáveis, fazendo

assepsia local com álcool e algodão, e a punção do lóbulo da orelha foi feita por meio de

uma lanceta descartável. A cada coleta a primeira gota de sangue foi descartada para
45

evitar contaminação da gota de sangue pelo suor. Após cada coleta, o sangue foi

imediatamente depositado em tubos tipo eppendorf de 1,5 ml contendo 50 µl de fluoreto

de sódio a 1%, com as amostras sendo posteriormente armazenadas em um recipiente

térmico com gelo e levadas ao laboratório para serem analisadas e determinadas as

concentrações de lactato por meio de um analisador de lactato modelo YSI 1500 SPORT

(Yellow Springs Inc. – USA). Este aparelho utiliza uma membrana biológica de celulose

acetato que contém a enzima L-lactato oxidase, ajustada sobre um eletrodo de platina,

fazendo a mensuração do lactato por meio de um método eletroquímico.

5. ANÁLISE ESTATÍSTICA

Calculou-se, com os valores obtidos para as variáveis estudadas, a média e o

desvio padrão (DP). As comparações dos dados obtidos por meio das três baterias de

avaliações foram primeiramente realizadas pelo Teste de Shapiro-Wilk para verificar a

normalidade dos resultados, quando os resultados apresentavam normalidade foi utilizado

o Anova Two-Way para dados paramétricos, com nível de significância p < 0,05 e quando

não foi verificada normalidade utilizou-se o Teste de Friedman para dados não

paramétricos, com nível de significância p < 0,05. Para comparar as variáveis entre os

grupos em cada momento, também foi realizado o Teste de Shapiro-Wilk para verificar a

normalidade dos resultados, quando os resultados apresentavam normalidade foi utilizado

o Test t para amostras independentes, com nível de significância p < 0,05 e quando

não foi verificada normalidade utilizou-se o Teste de Mann-Whitney, também com nível de

significância p < 0,05.


46

V – RESULTADOS

1. Antropometria

Durante o período do estudo as atletas foram avaliadas em três momentos

distintos: do início da etapa preparatória (T1), final da etapa preparatória geral (T2) e final

da etapa preparatória especial (T3). No início da etapa preparatória (T1) a performance

das atletas dos dois grupos não apresentou diferença significativa. Nos Apêndices E, F, G

e H, são apresentados os valores absolutos dos testes de controle nos três momentos,

para a amostra total (16 atletas).

As tabelas 2 e 3 apresentam os valores médios e desvio padrão (DP) dos índices

antropométricos: peso, estatura, percentual de gordura e IMC, assim como o nível de

significância intra-grupos nos três momentos das avaliações (p < 0,05), para o GTI e GTC,

respectivamente.

Tabela 2 – Características físicas e nível de significância entre as avaliações do grupo


submetido ao treinamento integrado no decorrer da pesquisa.
Avaliações Estatura (m) Peso (kg) %Gordura IMC (kg.m-2)
T1 1,62 ± 0,07 61,50 ± 9,58 19,61 ± 4,72 23,27 ± 2,96
T2 1,62 ± 0,07 62,34 ± 9,80 20,06 ± 4,54 23,58 ± 2,98
T3 1,63 ± 0,07 62,64 ± 10,65 20,26 ± 4,87 23,57 ± 3,32
Nível de Significância p = 0,99 p = 0,98 p = 0,97 p = 0,98

Tabela 3 – Características físicas e nível de significância entre as avaliações do grupo


submetido ao treinamento clássico no decorrer da pesquisa.
Avaliações Estatura (m) Peso (kg) %Gordura IMC (kg.m-2)
T1 1,65 ± 0,06 63,37 ± 11,77 18,43 ± 4,88 23,02 ± 2,99
T2 1,65 ± 0,06 63,31 ± 11,62 18,12 ± 4,75 23,00 ± 2,90
T3 1,66 ± 0,06 63,04 ± 11,07 17,95 ± 3,98 22,87 ± 2,73
Nível de Significância p = 1,00 p = 1,00 p = 0,98 p = 0,99
47

Analisando os dados antropométricos não foram verificadas diferenças

significativas intra-grupo entre as avaliações (p < 0,05) para nenhuma variável do GTI e

para GTC.

Entre os grupos em nenhum momento da pesquisa foi verificada diferença

significativa das variáveis antropométricas, a tabela 4 apresenta o nível de significância

das variáveis comparadas entre os grupos nos três momentos da pesquisa.

Tabela 4 – Resultado do teste estatístico (valor de p) dos índices antropométricos entre


grupos.
Variável GTI X GTC (T1) GTI X GTC (T2) GTI X GTC (T3)

Estatura 0,37 0,36 0,40


Peso 0,73 0,86 0,94
% Gordura 0,70 0,42 0,31
IMC 0,71 0,70 0,65

2. Impulsão Vertical (IV) e Arremesso de Medicineball (AM)

Em relação à força explosiva de membros inferiores e superiores a tabela 5

apresenta os valores médios e DP da impulsão e do arremesso de medicineball em

metros (m), nos três momentos da pesquisa e nível de significância entre as avaliações (p

< 0,05).

Tabela 5 – Valores médios e DP de Impulsão vertical em centímetros e arremesso de


medicineball em metros e nível de significância entre as avaliações.
GTI GTC
Avaliações IV AM IV AM
T1 36,57 ± 3,10 3,53 ± 0,46 36,22 ± 3,31 3,52 ± 0,16
T2 38,36 ± 2,81 3,44 ± 0,34 38,67 ± 3,35* 3,26 ± 0,55
# #
T3 39,79 ± 2,66 3,15 ± 0,37* 36,00 ± 4,92 3,29 ± 0,34
Nível de Significância p = 0,18 p = 0,005 p = 0,009 p = 0,17
* p < 0,05 em relação a T1. p < 0,05 em relação a T2.
#
48

No teste de impulsão parece haver uma tendência à estagnação e/ou incremento

de performance do GTI, já no GTC, ocorreu um aumento significativo da altura de salto

entre T2 e T1, e em seguida houve uma diminuição significativa de T2 para T3, com

valores similares a T1. No teste de arremesso de medicineball houve um decréscimo dos

valores em ambos os grupos, mas somente o T3 do GTI apresentou diferença significativa

em relação ao T1 e T2.

Entre os grupos em nenhum momento da pesquisa foi verificada diferença

significativa entre a altura de impulsão e distância de arremesso de medicineball, a tabela

6 apresenta o nível de significância das variáveis comparadas entre os grupos nos três

momentos da pesquisa.

Tabela 6 – Resultado do teste estatístico (valor de p) da impulsão vertical e arremesso


entre grupos.
Variável GTI X GTC (T1) GTI X GTC (T2) GTI X GTC (T3)
Impulsão Vertical 0,67 0,83 0,06
Arremesso Medicineball 0,95 0,45 0,43

3. Determinação da Potência Máxima (Pmáx), Média (Pmed), Mínima (Pmin) e Índice

de Fadiga (If) por meio do Teste de Resistência de Velocidade

A resistência de velocidade e a produção de potência são marcadores importantes

no handebol, em função das corridas curtas e rápidas, saltos e arremessos, entre outras

coisas. As tabelas 7 e 8 apresentam os valores das potências determinados pelo Teste

Forward-Backward e o nível de significância entre as avaliações, para os GTI e GTC,

respectivamente.
49

Tabela 7 – Média e DP da Pmáx, Pmed, Pmin em watts.kg-1 e %If do GTI nos três
momentos da pesquisa e nível de significância entre as avaliações.
Avaliação Pmáx Pmed Pmin %IF
T1 48,06 ± 12,05 38,99 ± 9,21 33,71 ± 7,30 20,98 ± 11,32
T2 51,63 ± 8,31 44,82 ± 8,02* 39,08 ± 8,03* 17,50 ± 3,95
T3 48,79 ± 6,68 42,56 ± 7,19 37,15 ± 7,13 15,96 ± 3,25
Nível de Significância p = 0,18 p = 0,006 p = 0,049 p = 0,60
* p < 0,05 em relação a T1.

Tabela 8 – Média e DP da Pmáx, Pmed, Pmin em watts.kg-1 e %If do GTC nos três
momentos da pesquisa e nível de significância entre as avaliações.
Avaliação Pmáx Pmed Pmin %IF
T1 50,38 ± 12,74 40,93 ± 8,17 33,21 ± 5,28 23,14 ± 11,78
T2 58,03 ± 16,05 47,45 ± 9,34* 38,96 ± 7,44* 27,09 ± 15,92
T3 56,49 ± 13,19* 48,92 ± 8,82* 41,96 ± 6,86* 20,84 ± 11,44
Nível de Significância p = 0,01 p = 0,003 p = 0,002 p = 0,05
* p < 0,05 em relação a T1.

No GTI houve diferenças significativas dos valores de Pmed e Pmin entre T1 e T2,

para as demais variáveis e momentos não existiram diferenças. O GTC apresentou

diferença significativa na Pmáx, Pmed e Pmin entre T1 e T3.

Entre os grupos em nenhum momento da pesquisa foi verificada diferença

significativa entre Pmáx, Pmed, Pmin e IF, a tabela 9 apresenta o nível de significância

das variáveis comparadas entre os grupos nos três momentos da pesquisa.

Tabela 9 – Resultado do teste estatístico (valor de p) do Teste Forward-Backward entre


grupos.
Variável GTI X GTC (T1) GTI X GTC (T2) GTI X GTC (T3)
Pmáx 0,77 0,81 0,19
Pmed 0,71 0,71 0,08
Pmin 0,87 0,97 0,20
IF 0,52 0,10 0,25
50

4. Determinação Lan (km.h-1), Fcmáx, FC relativa à intensidade do LAn (Fclan) e

percentual da FC relativo a intensidade de LAn (%Fcmáx) no Teste de Shuttle Run

Na intensidade do LAn determinada pelo 20MST, o GTI apresentou uma tendência

de aumento do condicionamento aeróbio, entretanto, esse aumento não foi significativo, o

que provavelmente, se deva a grande alteração negativa (diminuição de performance de

22% entre T1-T2 e 16% entre T1-T3) de uma atletas. Já o GTC apresentou um aumento

do T1 para o T3, sendo essa diferença significativa (tabelas 10 e 11).

Tabela 10 – Valores médios e DP das variáveis avaliadas pelo 20MST do GTI


Avaliação Vlan Fclan Fcmáx %Fcmáx
T1 8,8 ± 1,74 179,2 ± 21,33 197,9 ± 5,96 90,8 ± 12,60
T2 8,9 ± 1,20 182,3 ± 4,89 194,1 ± 4,26 94 ± 4,38
T3 9,2 ± 1,08* 175,4 ± 29,86 195,3 ± 4,11 90 ± 16,16
Nível de Significância p < 0,05 p = 0,90 p = 0,11 p = 0,87

Tabela 11 – Valores médios e DP das variáveis avaliadas pelo 20MST do GTC


Avaliação Vlan Fclan Fcmáx %Fcmáx
T1 8,2 ± 1,68 171,9 ± 27,94 199 ± 5,05 86,4 ± 13,54
T2 9,1 ± 0,91 182,7 ± 10,15 194,2 ± 6,61 94,1 ±4,53
T3 9,4 ± 0,65* 185,4 ± 7,92 197 ± 5,61 94,1 ± 3,41
Nível de Significância p < 0,01 p = 0,24 p = 0,37 p = 0,11
*
p < 0,05 em relação a T1

Assim como nas outras variáveis entre os grupos em nenhum momento da

pesquisa foram verificadas diferenças significativas entre Vlan, Fclan, Fcmáx e % Fcmáx ,

a tabela 12 apresenta o nível de significância das variáveis comparadas entre os grupos

nos três momentos da pesquisa.


51

Tabela 12 – Resultado do teste estatístico (valor de p) do Teste Shuttle Run entre grupos.

Variável GTI X GTC (T1) GTI X GTC (T2) GTI X GTC (T3)

VLAN 0,51 0,70 0,65


FCLAN 0,79 0,87 0,79
FCMáx 0,63 0,91 0,63
%FCMáx 0,71 0,79 0,56

O quadro 5 apresenta o percentual de alteração das variáveis estudadas nos GTI e

GTC durante o período de treinamento.

Quadro 5 – Percentual de alterações da IV, AM, LAN, PMÁX, PMED, PMIN e %IF.
GTI GTC
Variáveis 7 semanas 6 semanas 13 semanas 7 semanas 6 semanas 13 semanas
T1-T2 T2-T3 T1-T3 T1-T2 T2-T3 T1-T3
IV 4,89% 3,73% 8,81% 6,76% -6,90% -0,61%
AM -2,50% -8,44% -10,80% -7,40% 0,92% -6,50%
LAN 1,10% 3,37% 4,50% 11% 3,30% 14,60%
PMÁX 7,40% -5,50% 1,50% 15,20% -3,10% 12,10%
PMED 15,00% -5,04% 9,20% 15,90% 3,10% 19,50%
PMIN 15,90% -6,66% 10,20% 17,30% 7,70% 26,30%
%IF -16,59% -8,80% -23,93% 17,02% -23,07% -9,98%
52

VI – DISCUSSÃO

A Ciência da Motricidade Humana, principalmente na área do treinamento

desportivo analisa as funções e as reações musculares do atleta procurando adequar os

programas de treinamento às particularidades de cada indivíduo para atender às

exigências da modalidade a ser treinada. A forma utilizada para esta análise vem sendo a

avaliação em diferentes períodos, os quais fornecem subsídios para adequação da

prescrição e a organização do programa.

O handebol é considerado como desporto rápido e vigoroso, exigindo dos atletas a

realização de saltos, corridas, paradas bruscas, mudanças de direção e arremessos.

Assim, os programas devem ser acompanhados por avaliações que indiquem o

comportamento das capacidades e seu grau de desenvolvimento em cada fase do

macrociclo.

Nessa direção, o trabalho observou a performance das atletas de handebol

submetidas a dois modelos de treinamento e as discussões dos resultados apontaram os

momentos mais sensíveis da preparação de acordo com cada modelo analisado.

Teste de Impulsão Vertical

Na IV, o resultado do GTI do T1 para T3 mostrou uma melhora na altura de

8,81%, embora não estatisticamente significante. No GTC o T2 apresentou uma melhora

significativa em relação ao T1 de 6,77%, porém do T2 para T3 houve uma diminuição de

6,90%. Podem-se considerar os resultados de GTI, como uma tendência da melhora da

IV, tendo em vista que o resultado se manteve aumentando durante as 13 semanas de

treinamento integrado, ocasionado pela exigência a partir da oitava a décima terceira

semana do trabalho de saltos verticais e horizontais associados com deslocamentos,


53

trocas de direção e realização de recepções, fintas e arremessos. No GTC o treinamento

propiciou melhora no momento da intensa aplicação do trabalho específico, entre T1-T2,

não se mantendo quando da mudança de intensidade e volume para o treinamento

técnico-tático e exercícios físicos com característica anaeróbia lática. O trabalho aplicado

aponta que o sistema neuromuscular foi exigido com o treinamento integrado e também

no considerado clássico. Contudo, a diferença existente entre os modelos foi que no GTI

a IV se apresentou mais sensível durante toda a programação, por outro lado no GTC a

IV apresentou-se melhor no momento da carga específica aplicada, assim os resultados

apontam a necessidade da aplicação de exercícios que estimulem o sistema

neuromuscular para provocar incremento de performance, independente se os mesmos

forem realizados de forma dissociada ou integrada.

O presente estudo apresenta certa similaridade com o de Gorostiaga et al. (1999),

que estudaram em 19 adolescentes jogadores de handebol, submetidos a dois modelos

de treinamento; um grupo realizou somente treinos técnicos e teve um incremento

significativo na performance do salto vertical (SV) (squat jump), enquanto o grupo que

praticou treinos técnicos e treinamento de força não apresentou melhora. Em estudo

recente, Gorostiaga et al. (2006) observaram durante uma temporada, a influência dos

treinamentos de força com pesos livres e específicos da modalidade, velocidade,

endurance e técnico-tático no SV, não constataram alteração da produção de potência

nas ações de salto vertical. Nessa direção o modelo integrado pode exigir mais do

sistema neuromuscular no que tange a potência, em virtude dos deslocamentos e das

reações do ciclo de alongamento-estiramento (BOBBERT et al, 1996; UGRINOWITSCH &

BARBANTI, 1998) como explicitado no GTI e no trabalho de Rios et al. (2000).

Em trabalhos específicos, como o estudo de Moraes (2003) com adolescentes

praticantes de basquetebol submetidos a 17 semanas de treinamento em bloco, verificou-


54

se um aumento da altura do salto com contra movimento e auxílio dos braços entre T1-T4

e T2-T4. No trabalho de Moreira (2006) com atletas de basquetebol submetidos a três

modelos de treinamento, o autor verificou incremento de performance na IV nos grupos de

modelo de cargas concentradas (treinamento em bloco) entre T1-T3 e para o modelo de

cargas complexas entre T1-T3 e T2-T3, enquanto o modelo de cargas seletivas não

apresentou alterações no desempenho. Os dois trabalhos encontraram resultados

positivos no SV tanto nos específicos quanto com cargas complexas. O que comprova

que os modelos integrados e em bloco com rigorosa aplicação no sistema a ser solicitado

poderão auxiliar muito na manutenção das capacidades por mais tempo durante a

periodização (HUNTER; MARSHALL, 2002; MOREIRA 2004).

Teste de Arremesso de Medicineball

No AM, o GTI apresentou diminuição significativa de performance entre T1 e

T3, de 10,80%, e entre T2 e T3, de 8,44%. No GTC o T2 e T3 apresentaram decréscimo

em relação ao T1 de 7,40% e 6,50% respectivamente, porém os valores não foram

estatisticamente significantes. Com base nos resultados apresentados e na observação

da programação aplicada, a diminuição de performance do GTI pode estar relacionada a

falta de exercícios específicos durante o treinamento, entretanto, deve-se atentar para o

fato da falta de especificidade do teste quando comparado com os treinamentos, pois as

atletas realizam passes, lançamentos e arremessos que envolviam muitas partes do

corpo o que está de acordo com Skoufas et al. (2003), uma vez que o teste é realizado na

posição sentada, numa situação que não expressa especificidade do jogo. No GTC o

treinamento proporcionou a manutenção do desempenho do AM. Igualmente, o presente

estudo aponta certa similaridade com o de Gorostiaga et al. (1999), que estudando dois
55

grupos de atletas de handebol verificaram que o grupo que foi submetido somente ao

treinamento técnico-tático apresentou tendências à estabilização e/ou diminuição da

velocidade de arremesso, enquanto o segundo grupo que submeteu-se a treinos técnico-

tático e de força; os resultados indicaram aumento da velocidade de arremesso.

Na mesma direção, estudos relativos ao treinamento de força associado ao

técnico-tático demonstraram incremento na velocidade de arremesso paralelamente ao

aumento da performance do teste de 1RM, indicando que a combinação de treinamento

de força máxima com o treino específico e competição contribuem para o significante

incremento na força máxima e explosiva (específica) (JENSEN et al., 1997; IZQUIERDO

et al., 2002; MARQUES; GONZÁLEZ-BADILLO, 2006; GOROSTIAGA et al. 2006). Dessa

forma, os resultados apresentados pelos dois modelos do presente estudo podem estar

evidenciando a necessidade da aplicação de treinamento de força. Assim, é importante

dedicar atenção a esse tipo de treino em programas de treinamento de handebol,

principalmente no alto nível

Altini Neto (2004) estudou jovens atletas de voleibol submetidas a uma

periodização seguindo o modelo proposto por Matveev (1986) de 34 semanas, utilizando

o AM para avaliar a força explosiva de membros superiores, e verificou que o treinamento

somente proporcionou a manutenção da performance AM entre primeira avaliação e a

terceira e os valores da quarta avaliação (final da periodização) apresentaram-se inferior

em relação aos valores da segunda e terceira.

No estudo de Barazetti (2004), com 10 atletas de basquetebol da categoria juvenil,

submetidos a uma periodização de 19 semanas baseada no modelo de treinamento geral

sugerido por Bompa (2001), constatou que o treinamento propiciou incremento

significativo na performance de AM na segunda (semana 10) e terceira avaliação (semana

19), sendo que os valores da terceira foram superiores aos da primeira e segunda.
56

Montero (2006), em seu trabalho com indivíduos irregularmente ativos fisicamente

e atletas de basquetebol e futsal, submetidos a 12 semanas de treinamento de força com

freqüência de três sessões semanais, onde em cada sessão os indivíduos realizavam três

séries de três repetições de cada exercício proposto utilizando carga de 80% e 90% de

1RM. Os três grupos que eram compostos de 20 indivíduos foram divididos em grupos de

treinamento e grupos controle, composto de 10 indivíduos. Na performance de AM o

grupo de indivíduos irregularmente ativo treinado, o basquetebol treinado e o futsal

treinado apresentaram incremento significativo de performance demonstrando a eficiência

do treinamento de força para essas populações.

Os estudos relativos ao AM, anteriormente citados, corroboram com os achados

desta pesquisa em que o AM sofre influência da especificidade, pois somente quando

trabalhado conjuntamente com o treinamento de força apresentou valores de melhora.

Nesse contexto, o protocolo dessa avaliação deve ser interpretado com cuidado, pois a

relação teste-modalidade específica não traz aproximação aparente, podendo expressar

diminuição da força de membros superiores, quando poderia ser pela diminuição dos

gestos explosivos em decorrência da posição.

Outra implicação prática vai em direção a aplicação incisiva da carga de

treinamento dessa capacidade em membros superiores durante a programação do

treinamento, pois a falta de estímulos apropriados pode levar a estagnação e/ou ao

decréscimo de performance.

Determinação da Potência Máxima (Pmax), Média (Pmed), Mínima (Pmin) e Índice de

Fadiga (If) por meio do Teste de Resistência de Velocidade Forward/Backward

Izquierdo et al. (2002), afirmam que a habilidade do sistema neuromuscular em

produzir potência máxima parece ser crítica em desportos que necessitam de


57

performance elevada de sprint, saltos e arremessos, características pertinentes ao

handebol, que requer uma combinação ótima de força e velocidade de performance

maximizada.

Atualmente o handebol tem requerido grande capacidade anaeróbia, sendo que a

mesma tem influência sobre a força e a habilidade de sprint, determinante na performance

durante a partida (RANNOU et al., 2001). Na mesma direção Gorostiaga et al. (2006),

afirmam que a produção de potência absoluta de salto e sprints, somados a incrementos

de força e de velocidade de arremesso são importantes características da performance

neuromuscular para se alcançar o sucesso no alto nível no handebol. Os autores ainda

mencionam que maiores níveis absolutos de força e potencia muscular, proporcionam

clara vantagem em sustentar contrações musculares intensas que são requeridas em

alguns instantes no jogo.

Por meio da pesquisa observou-se a média dos valores de potência em watts.kg-1

do GTI, conforme demonstrado na tabela 7. Com relação à Pmáx o GTI entre T1 para T2

apresentou melhora na produção de potência de 7,40%, mas não foi não estatisticamente

significante, os resultados de Pmed e Pmin, entre T1 e T2, indicaram incremento

significativo de 15,00% e 15,90%, respectivamente, entretanto, de T2 para T3, houve uma

diminuição de 5,50%, 5,04% e 6,66% para Pmáx, Pmed e Pmin. No GTC o T3 apresentou

uma melhora significativa em relação ao T1 de 12,10%, 19,50% e 26,30 para Pmáx,

Pmed e Pmin. Dessa forma, o modelo GTI aponta como valor do programa à melhora da

Pmed e Pmin, demonstrando que o grupo ficou mais homogêneo, contudo, a diminuição

do volume implicou em não progressão da potência, corroborando com a teoria de Gomes

(2002). O modelo GTC se mostrou mais eficiente, pois todas as variáveis melhoraram,

indicando que a trabalho de potência deve ser trabalhada por meio de exercícios

específicos.
58

Importante observar a utilização de testes com similaridade dos gestos da

modalidade, como o estudo de Moraes (2003), com 10 atletas de Basquetebol da

categoria infantil, submetidos ao modelo de treinamento em bloco, durante 17 semanas,

utilizando o Teste de Resistência Anaeróbica de Sprint (RAST) para obter informações

sobre a potência desenvolvida pelo atleta na corrida, verificou que o modelo proposto,

proporcionou uma melhora significativa sobre a potência máxima absoluta entre T1-T4,

T2-T4 e T2-T3. A potência mínima absoluta também foi significativamente superior entre

T1-T4 e T2-T4, e ao observar a potência média absoluta os resultados foram

estatisticamente significativos entre T1-T4; T2-T3 e T2-T4.

Ferreira (2005) pesquisou adolescentes do sexo masculino praticantes de handebol

e verificou que tanto o grupo de treinamento físico e técnico-tático (FTT) como o grupo de

treinamento de força e técnico-tático (MTT) não apresentaram incremento significativo

para o índice potência máxima; com relação a potência média, o FTT apresentou um

aumento significativo entre T1-T2, sendo que a média dos resultados de T3 foram

superiores a T2 e T1, já o MTT apresentou diferença significativa somente entre T1-T3,

comportamento similar ocorreu com a produção de potência mínima. Os resultados

mostraram melhoras nos valores médios das avaliações em ambos os grupos, entretanto,

quando comparados, em vários momentos os valores do FTT foram estatisticamente

superiores aos do MTT.

O estudo de Souza (2006) com atletas juniores de futebol, submetidos a um

macrociclo (16 semanas) de treinamento baseado no modelo de cargas seletivas

proposto por Gomes (2002), verificaram por meio do RAST que somente a potência

média apresentou um aumento significante nos seus valores nos momentos dois (após

oito semanas de treino) e três (final do macrociclo) em relação ao momento um (início do

macrociclo).
59

A Pmed e Pmin de acordo com os estudos apresentados e os resultados deste

trabalho mostraram que as duas variáveis são sensíveis ao volume de treinamento.

Portanto o trabalho de modelo integrado deve ser rigorosamente acompanhado por meio

de teste com períodos mais curtos, pois só assim poderá manter a potência em

patamares ótimos de performance durante toda a temporada. O modelo aqui denominado

clássico, como recebe treinamento específico durante o período, tende a apresentar

melhora nas avaliações periódicas, contudo, está forma de avaliação não é indicada

quando o modelo é integrado. Assim, com base nos achados é possível que o modelo de

treinamento integrado possibilite o incremento da potencia de membros inferiores durante

a corrida, desde que se ajuste o volume e a intensidade aos exercícios aplicados, de

forma que a carga seja incisiva para que tal evolução ocorra.

Determinação do LAn no Teste de Shuttle Run de 20 metros

Várias pesquisas (DUARTE; DUARTE, 2001; FLOURIS et al., 2005; AZIZ et al.,

2005; FLOURIS et al., 2006; METSIOS et al., 2006) utilizaram o Teste de Shuttle Run (20

m), como proposto originalmente por Léger e Lambert (1982) e Léger et al. (1988), ou

seja, com estágios de dois minutos, para se determinar de forma indireta a potência

aeróbia. Contudo, Denadai et al. (2002), em seu trabalho, teve como um dos objetivos

analisar a validade e reprodutibilidade do LAn, determinado com concentração fixa de

lactato (3,5 mM) durante o Shuttle Run de 20 metros em jogadores de futebol, concluindo

que o emprego da concentração fixa para determinar o LAn apresenta boa validade e

excelente reprodutibilidade.

No presente estudo, que utilizou o protocolo sugerido por Denadai et al. (2002), o

GTI apresentou incremento significativo na velocidade em quilômetros por hora do LAn de


60

4,50% do T1 para T3. Na mesma direção, o treinamento propiciou entre T1 e T2 e entre

T1 e T3 uma melhora significativa de 11% e 14,60% respectivamente para o GTC, os

dados apontam para uma maior sensibilidade das respostas ao LAn no modelo clássico.

Tal ocorrência, provavelmente se deu em virtude do volume de corridas terem sido

aplicados separadamente do trabalho técnico-tático, utilizando-se do método de exercício

de carga variável (GOMES, 2002) e com controle específico da intensidade para o

período de aplicação dessa capacidade.

Ferreira (2005) em sua pesquisa com adolescentes praticantes de handebol,

verificou que somente o FTT apresentou incremento significativo na performance no teste

de potência aeróbia de T1 para T2, T1 para T3 e T2 para T3; na equação de Tanaka

(1986) utilizada para predizer a velocidade de limiar anaeróbio, o FTT apresentou

diferença significativa de T3 para T1 e T2. Para essas variáveis o FTT foi superior que o

MTT nos três momentos do estudo.

No estudo de Moreira (2006), com relação à performance do YO-YO (teste de

resistência à fadiga) somente o modelo de cargas complexas (MCX) e o modelo de

cargas concentradas (MCON) demonstraram alterações estatisticamente significantes de

desempenho durante o período de treinamento, entre o T0-T1 ambos os modelos

apresentaram diminuição de performance, mas entre T1-T2, T1-T3, T2-T3 e T0-T3 os dois

modelos demonstraram incremento de desempenho.

O LAn pode ser determinado por meio de vários protocolos, sendo importante que

os testes apresentem características incrementais. Denadai et al. (2003), em seu estudo

com 17 corredores de fundo, procurando observar a validade da velocidade crítica (VC)

em determinar os efeitos do treinamento no LAn, comparou o LAn determinado em esteira

rolante com o determinado pela VC, que foram avaliados no início e após 4 semanas de
61

treinamento e verificaram aumento significativo de performance nos dois índices, existindo

correlação significante entre a velocidade do LAn e a VC.

No trabalho de Carte et al. (1999), dezesseis indivíduos após seis semanas de

treinamento de endurance, apresentaram um incremento significativo na velocidade de

corrida associada ao LAn e a velocidade de corrida associada a concentração de 3 mM.

Os dois modelos pesquisados apontam melhorias no LAn, o mesmo encontrado

nos trabalhos anteriormente citados, que se utilizaram de programações de treinamento

separados, portanto a intensidade é um fator determinante para essa capacidade. O

modelo integrado como utiliza somente da quadra e das ações técnicas/táticas nos

treinamentos, deve-se ter muito cuidado em relação a intensidade, sendo necessário

organizar movimentações que exijam maior tempo de duração do esforço para que esse

fato não ocorra. Por outro lado, o modelo clássico que utiliza programações específicas,

aplica a intensidade em espaços maiores que o ambiente de jogo, permitindo que a

intensidade seja mantida por maior tempo. Essa particularidade deve ser compreendida e

aplicada de forma que o sistema tático contribua para a melhoria do LAn.

É extremamente difícil apontar qual modelo de preparação deve ser utilizado

durante o ciclo anual, pois o planejamento anual depende do calendário de competições

de determinado desporto, do nível dos atletas, do tempo disponível para realizar o treino,

além das leis objetivas que levam o organismo a uma adaptação satisfatória. Dessa

forma, os modelos aplicados foram importantes na preparação das atletas, pois as

variáveis observadas apresentaram-se, em diferentes fases, com valores percentuais

indicando a assimilação das cargas aplicadas durante o ciclo de treinamento. Entretanto o

programa de treinamento clássico foi mais eficiente em razão do calendário desportivo

programado possuir jogos oficiais distantes uns dos outros. Assim a estruturação

possibilitou uma reorganização dos treinamentos de acordo com as respostas que eram
62

apresentadas durante a temporada, o que acarretou em melhores resultados nos

diferentes momentos das avaliações.

Nessa direção o treinamento clássico é importante para uma fase de busca de

melhores resultados das capacidades individualizadas. Por outro lado o modelo de

treinamento integrado é importante quando o campeonato é longo e com jogos muito

próximos, pois é proporcionada a comissão técnica, entre uma partida e outra, a

oportunidade de corrigir falhas táticas e técnicas da equipe ou alterar a estratégia de um

jogo para outro e manter as capacidades biomotoras em níveis satisfatórios para

competição, já que o tempo não é suficiente para realizar treinamentos técnicos/táticos

dissociados do físico. O modelo integrado nesse estudo permitiu observar que as

capacidades avaliadas, com exceção da força explosiva de membros superiores, se

mantiveram em patamares de performance atlética de bom nível. Entretanto, os achados

apontam que o programa de treinamento integrado necessita ser mais estudado,

perspectivando encontrar o volume e a intensidade que melhor se ajuste na busca da

ascensão das capacidades durante a periodização.


63

VII – CONCLUSÃO

Com base nos resultados da pesquisa, conclui-se que:

1. Os dois modelos apresentaram resultados positivos no SV;

2. Para a performance de AM os resultados apresentados pelos dois modelos do

presente estudo podem estar evidenciando a necessidade da aplicação de

treinamento de força máxima e explosiva;

3. A potência por meio de corrida, o treinamento no modelo GTC se mostrou mais

eficiente, pois todas as variáveis melhoraram, indicando que a trabalho de potência

deve ser trabalhada por meio de exercícios específicos;

4. Os dois modelos pesquisados apontam melhorias no LAn, contudo, o modelo

clássico apresentou incremento com maior magnitude;

5. A escolha do modelo deve levar em conta algumas variáveis, como o nível das

atletas, o tempo disponível para treinar e a forma da competição.

6. O programa de treinamento integrado necessita ser mais estudado, perspectivando

encontrar o volume e a intensidade, ou seja, a modelação que melhor se ajuste na

busca da ascensão das capacidades durante a periodização;

7. O modelo integrado aponta que sua utilização será adequada em campeonatos

longos e com muitos jogos oficiais.


64

VIII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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70

ANEXOS
71

ANEXO A – Certificado de aprovação do estudo pelo Comitê de Ética da UNIMEP


72

ANEXO B – Modelo do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Universidade Metodista de Piracicaba UNIMEP

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

ÁREA: PERFORMANCE HUMANA

PROJETO DE PESQUISA:

“EFEITOS NA PERFORMANCE DE ATLETAS DE HANDEBOL

SUBMETIDAS A DOIS PROGRAMAS DE TREINAMENTO”

Orientador: Prof. Dr. Ídico Luiz Pellegrinotti

Mestrando: Thiago Cândido Alves

Determinação da potência máxima, mínima, média e índice de fadiga

(Forward-Backward):

Para medir a potência de membros inferiores dos atletas utilizamos o teste Forward-

Backward – foi realizado na quadra poliesportiva utilizada pelas equipes para treinamento,

sobre a linha lateral da quadra de voleibol. Antes do teste a atleta foi pesada, realizando

em seguida um aquecimento de 10 minutos e tendo cinco (05) minutos para se recuperar

antes de se iniciar teste. O protocolo do teste consistia em verificar o tempo gasto para

percorrer na máxima velocidade, seis vezes as distâncias de 9m, 3m, 6m, 3m, 9m e 5m

em movimentos de idas e voltas, com intervalo de 10 segundos entre as séries.

Determinação do Limiar Anaeróbio (LAn) no Shuttle Run Test:

O Shuttle Run Test de 20 m (20MST) será realizado em superfície plana não

escorregadia. É um teste incremental para avaliar a potência aeróbia, sendo realizado


73

numa distância de 20 m em idas e voltas, com incremento na velocidade. A velocidade é

aumentada de forma progressiva em cada estágio até que o indivíduo não consiga

acompanhar o ritmo ou decida interromper o estágio em curso. (LÉGER; LAMBERT,

1982). A velocidade inicial será de 8 Km/h e aumentos de 0,5 Km/h a cada 3 minutos. Ao

final de cada estágio serão coletados 25 µl de sangue do lóbulo da orelha para posterior

análise do lactato sanguíneo. O LAn será determinado através interpolação linear, entre as

concentrações de lactato e suas respectivas velocidades.

Determinação de força (potencia) de membros superiores e inferiores:

Para teste de impulsão vertical parado o atleta se posicionará lateralmente de uma

parede lisa, com os pés paralelos e executava o salto podendo utilizar o auxílio dos

braços, tentando atingir a altura máxima com uma das mãos tocado a parede no ponto

mais alto. Serão executadas três tentativas com intervalo de 1 minuto entre cada uma

delas e considerada para comparação a maior altura obtida nos três saltos.

Determinação da força de membro superior – Arremesso da bola medicinal: O

objetivo deste teste é determinar a potência dos membros superiores e cintura escapular.

Serão necessárias uma bola medicinal de 3 quilos, cadeira, fita adesiva, corda e trena. O

Teste será aplicado na posição sentada em uma cadeira, o testando segura a bola

medicinal com as duas mãos contra o peito e logo abaixo do queixo, com os cotovelos o

mais próximo do tronco. A corda é colocada na altura do peito do testando para mantê-lo

seguro a cadeira e eliminar a ação de embalo durante o arremesso. O esforço deve ser

realizado pelos braços e cintura escapular, evidenciando-se a participação de qualquer

outra parte do corpo.

Direitos das pessoas submetidas aos testes:


74

Toda pessoa submetida aos testes terá acesso a seus dados, bem como aos

resultados finais. Os resultados não serão divulgados ou levados ao conhecimento de

pessoas estranhas ao Laboratório de Avaliação Física, sem autorização expressa da

pessoa submetida ao teste. Todo participante terá o direito de abandonar o teste a

qualquer momento sem prestar qualquer tipo de esclarecimento. No entanto, deverá

comunicar sua decisão ao responsável o quanto antes.

Risco dos testes:

Os riscos dos testes são aqueles inerentes a qualquer prática de exercícios físicos

extenuantes, riscos estes que podem ser esclarecidos pelo responsável e que tendem a

ser minimizados com a presença de um profissional da área de saúde (médico), bem

como pelas condições de pronto atendimento em caso de acidente.

Utilização dos dados em pesquisa:

Os resultados dos testes poderão ser utilizados para pesquisa, sendo assegurado

o anonimato do indivíduo, desde que autorizada expressamente nesse termo de

consentimento.

Eu, ________________________________________ pai ou responsável do (a)

aluno (a) _____________________________________, portador do R.G.

_______________________ tenho ciência de meus direitos e deveres, concordo em

autorizar a realização dos testes. Autorizo também, a utilização dos dados destes testes

para fins de pesquisa e a divulgação dos resultados destes testes por meio de quaisquer

meios de divulgação ou pessoa.


75

____________________________ __________________________

Assinatura da atleta Assinatura do pai ou responsável

_______________________________________

Prof. Responsável: Thiago Cândido Alves

Batatais, _____/_____/2006.
76

ANEXO C – Gráfico da variação de intensidade de treino durante o período do estudo.


77

ANEXO D – Variação do volume dos tipos de treino do GTI por microciclo durante o período do estudo.
1º microciclo 2º microciclo 3º microciclo 4º microciclo 5º microciclo 6º microciclo 7º microciclo
Treinos
5 sessões(400min) 5 sessões(360min) 4 sessões(310min) 5 sessões(340min) 5 sessões(425min) 5 sessões(330min) 5 sessões(300min)
Técnico/tático 63,75% 54,17% 64,52% 72,06% 82,35% 65,15% 60,00%
Resistência Muscular
Flexibilidade 16,25% 15,28% 17,74% 16,18% 11,76% 15,15% 11,67%
Velocidade (Sprint) 4,17% 0,00% 0,00% 0,00%
Velocidade de reação 6,06%
Resistência Aeróbia 3,75% 9,72% 6,06%
Potência (saltos)
Força (m. inferior)
Trabalho misto 12,50% 12,50% 12,90% 7,35% 0,00% 0,00% 25,00%
Recuperação 3,75% 4,17% 4,84% 4,41% 5,88% 7,58% 3,33%
8º microciclo 9º microciclo 10º microciclo 11º microciclo 12º microciclo 13º microciclo
Treinos
5 sessões(175min) 5 sessões(295min) 5 sessões (255min) 5 sessões(330min) 6 sessões(320min) 7 sessões(325min)
Técnico/tático 52,54% 23,53% 51,52% 40,63% 44,62%
Resistência Muscular 9,23%
Flexibilidade 22,86% 15,25% 11,76% 12,12% 15,63% 18,46%
Velocidade (Sprint) 7,58% 4,69%
Velocidade de reação 3,03%
Resistência Aeróbia 25,71%
Potência (saltos) 5,71% 3,92% 4,55% 4,69% 3,08%
Força (m. inferior) 5,08% 7,84% 9,38%
Trabalho misto 45,71% 20,34% 47,06% 18,18% 18,75% 18,46%
Recuperação 6,78% 5,88% 3,03% 6,25% 6,15%
78
ANEXO E
Resultados antropométricos do GTI nos três momentos do estudo
ATLETAS Antropometria 1 Antropometria 2 Antropometria 3
Altura Peso % Gordura IMC Altura Peso % Gordura IMC Altura Peso % Gordura IMC
P 1,68 61,5 18,54 21,79 1,68 64,4 18,74 22,82 1,68 63,0 18,07 22,32
S 1,53 47,4 13,00 20,25 1,53 47,0 13,60 20,08 1,54 47,2 13,97 19,90
L 1,69 79,5 24,04 27,84 1,69 80,2 25,96 28,08 1,69 82,9 26,81 29,03
M 1,6 58,4 15,42 22,81 1,6 60,7 16,49 23,71 1,61 58,6 16,58 22,61
B 1,71 57,9 17,44 19,80 1,71 58,5 17,99 20,01 1,71 59,2 17,56 20,25
L 1,61 63,8 23,88 24,61 1,61 62,5 23,79 24,11 1,61 63,0 24,49 24,30
S 1,55 62,0 24,98 25,81 1,55 63,1 23,85 26,26 1,56 64,6 24,33 26,55
MÉDIA 1,62 61,50 19,61 23,27 1,62 62,34 20,06 23,58 1,63 62,64 20,26 23,57
DP 0,07 9,58 4,72 2,96 0,07 9,80 4,54 2,98 0,07 10,65 4,87 3,32

Resultados antropométricos do GTC nos três momentos do estudo


ATLETAS Antropometria 1 Antropometria 2 Antropometria 3
Altura Peso % Gordura IMC Altura Peso % Gordura IMC Altura Peso % Gordura IMC
D 1,63 54,9 13,77 20,66 1,63 54,4 11,93 20,47 1,64 54,5 14,09 20,26
J 1,70 83,5 27,36 28,89 1,7 82,0 25,41 28,37 1,70 80,7 21,19 27,92
K 1,76 81,0 25,24 26,15 1,76 81,1 25,61 26,18 1,77 80,3 26,68 25,78
Da 1,70 62,0 16,22 21,58 1,695 64,3 17,96 22,38 1,70 62,7 16,58 21,82
A 1,57 51,5 14,47 20,89 1,57 52,2 13,89 21,18 1,57 51,5 14,70 20,89
L 1,66 56,5 16,43 20,5 1,66 55,9 15,99 20,29 1,66 56,6 17,21 20,54
F 1,61 57,7 15,61 22,26 1,61 57,5 15,58 22,18 1,61 57,5 15,10 22,18
G 1,65 68,4 20,61 25,12 1,65 68,7 19,72 25,23 1,65 68,5 19,45 25,16
De 1,61 54,8 16,14 21,14 1,61 53,7 17,03 20,72 1,61 55,1 16,54 21,26
MÉDIA 1,65 63,37 18,43 23,02 1,65 63,31 18,12 23,00 1,66 63,04 17,95 22,87
DP 0,06 11,77 4,88 2,99 0,06 11,62 4,75 2,90 0,06 11,07 3,98 2,73
79

ANEXO F

Resultados dos índices de força de membros inferiores e superiores do GTI


T1 T2 T3
ATLETAS Impulsão Arremesso Impulsão Arremesso Impulsão Arremesso
Vertical Medicineball Vertical Medicineball Vertical Medicineball
P 39 3,93 41 3,73 38 3,13
S 40 3,04 39 3,18 36 2,755
L 34 4,2 34,5 3,79 40,5 3,62
M 38 3,03 41 3,22 39,5 2,865
B 39 3,5 41 3,38 44 3,06
L 33 3,78 36 3,82 42 3,68
S 33 3,235 36 2,96 38,5 2,92
MÉDIA 36,57 3,53 38,36 3,44 39,79 3,15
DP 3,10 0,46 2,81 0,34 2,66 0,37

Resultados dos índices de força de membros inferiores e superiores do GTC


T1 T2 T3
ATLETAS Impulsão Arremesso Impulsão Arremesso Impulsão Arremesso
Vertical Medicineball Vertical Medicineball Vertical Medicineball
D 38 3,54 40 3,48 40 3,26
J 34 3,63 38 3,97 36 3,85
K 34 3,63 37 3,65 31 3,675
Da 31 3,5 32 2,81 31 3,32
A 36 3,4 42 2,24 35 2,88
L 36 3,44 38 2,89 31 3,08
F 43 3,81 44 3,81 46 3,525
G 37 3,45 38 3,2 37 3,1
De 37 3,28 39 3,25 37 2,92
MÉDIA 36,22 3,52 38,67 3,26 36,00 3,29
DP 3,31 0,16 3,35 0,55 4,92 0,34
80
ANEXO G
Resultados do Teste de Shuttle Run (SRUN) do GTI durante o período do estudo
SRUN 1 SRUN 2 SRUN 3
ATLETA
LAn (km/h) FC (LAn) FCMáx %FCMáx LAn (km/h) FC (LAn) FCMáx %FCMáx LAn (km/h) FC (LAn) FCMáx %FCMáx
P 8,3 169,9 201 84,5 6,5 177,0 199 88,9 7,1 109,5 200 54,8
S 9,7 191,9 203 94,5 9,2 180,3 194 92,9 9,8 191,3 194 98,6
L 11,1 208,9 190 109,9 9,7 185,1 193 95,9 10,3 188,2 190 99,1
M 10,3 185,2 199 93,1 10,2 187,9 191 98,4 9,7 181,5 198 91,7
B 7,3 165,9 193 86,0 9,5 187,5 191 98,2 9,9 197,2 196 100,6
L 6,1 143,4 206 69,6 8,6 175,6 201 87,4 8,8 175,6 199 88,2
S 8,6 189,5 193 98,2 8,8 182,4 190 96,0 8,8 184,3 190 97,0
MÉDIA 8,77 179,24 197,86 90,83 8,93 182,26 194,14 93,96 9,20 175,37 195,29 89,99
DP 1,74 21,33 5,96 12,60 1,20 4,89 4,26 4,38 1,08 29,86 4,11 16,16

Resultados do Teste de Shuttle Run (SRUN) do GTC durante o período do estudo


SRUN 1 SRUN 2 SRUN 3
ATLETA
LAn (km/h) FC (LAn) FCMáx %FCMáx LAn (km/h) FC (LAn) FCMáx %FCMáx LAn (km/h) FC (LAn) FCMáx %FCMáx
D 9,6 194,3 196 99,1 10,0 183,2 189 96,9 9,8 181,8 199 91,4
J 8,2 193,1 207 93,3 9,3 195,8 198 98,9 9,1 194,1 208 93,3
K 5,1 116,0 200 58,0 8,3 181,0 193 93,8 8,8 182,9 193 94,8
Da 6,0 139,2 195 71,4 7,5 169,9 197 86,2 8,7 184,8 191 96,8
A 9,2 188,9 197 95,9 8,7 169,7 193 87,9 9,6 183,0 190 96,3
L 8,9 183,9 196 93,8 9,3 183,2 197 93,0 9,6 186,4 197 94,6
F 7,6 160,3 195 82,2 9,0 179,9 182 98,8 8,7 171,5 197 87,1
G 9,0 177,5 197 90,1 9,5 181,1 193 93,8 9,6 184,0 196 93,9
De 10,1 194,3 208 93,4 10,6 200,2 206 97,2 10,7 199,7 202 98,9
MÉDIA 8,19 171,94 199,00 86,36 9,13 182,67 194,22 94,07 9,40 185,36 197,00 94,10
DP 1,68 27,94 5,05 13,54 0,91 10,15 6,61 4,53 0,65 7,92 5,61 3,41
81

ANEXO H
FORWARD BACKWARD – GTI TESTE 1 (POTÊNCIA ABSOLUTA)
Tempo em cada série de
ATLETA Peso (kg) deslocamentos em segundos Resultados (watts/kg) %
1º 2º 3º 4º 5º 6º P.Máx. P.Mín. P.Méd. I.F.
P 61,5 12,06 12,14 12,38 12,72 12,80 12,69 42,95 35,92 38,95 9,40
S 47,4 12,37 13,31 12,53 12,57 12,61 12,46 30,68 24,63 28,75 7,98
L 79,5 11,37 11,40 11,98 11,83 12,74 12,41 66,26 47,10 57,07 26,71
M 58,4 12,21 12,06 12,72 13,25 12,84 13,04 40,79 30,75 35,01 13,18
B 57,9 10,77 11,26 11,77 12,96 13,40 13,52 56,15 34,87 41,88 28,88
L 63,8 11,15 11,59 11,62 12,79 14,01 14,19 56,38 27,35 39,44 38,52
St 62,0 13,29 12,07 12,78 13,52 14,20 14,41 43,19 25,38 31,71 22,19
MÉDIA 61,50 11,89 11,97 12,25 12,81 13,23 13,25 48,06 32,29 38,97 20,98
DP 9,58 0,86 0,69 0,46 0,54 0,65 0,82 12,05 7,88 9,21 11,32
82

FORWARD BACKWARD – GTI TESTE 2 (POTÊNCIA ABSOLUTA)


Tempo em cada série de
ATLETA Peso (kg) deslocamentos em segundos Resultados (watts/kg) %
1º 2º 3º 4º 5º 6º P.Máx. P.Mín. P.Méd. I.F.
P 64,4 11,57 11,75 12,42 12,22 12,52 11,82 50,94 40,20 45,09 14,85
S 47 10,97 11,12 11,14 11,63 12,16 12,24 43,61 31,40 37,46 17,64
L 80,2 11,29 11,23 11,64 11,64 12,12 12,06 69,37 55,18 61,97 20,27
M 60,7 11,46 11,78 11,84 12,10 12,08 12,01 49,41 41,97 44,35 10,43
B 58,5 11,20 11,68 11,77 12,34 12,45 11,94 51,01 37,14 42,53 19,44
L 62,5 11,83 12,15 12,36 12,50 12,78 13,20 46,24 33,29 39,48 17,32
St 63,1 11,50 11,81 11,87 12,08 12,64 13,10 50,82 34,38 42,88 22,52
MÉDIA 62,34 11,5 11,81 11,87 12,08 12,64 13,1 50,82 34,38 42,88 22,52
DP 9,80 0,28 0,36 0,44 0,33 0,28 0,57 8,31 8,03 8,02 3,95
83

FORWARD BACKWARD – GTI TESTE 3 (POTÊNCIA ABSOLUTA)


Tempo em cada série de deslocamentos
ATLETA Peso (kg) em segundos Resultados (watts/kg) %
1º 2º 3º 4º 5º 6º P.Máx. P.Mín. P.Méd. I.F.
P 63,0 11,60 11,77 12,33 12,20 12,60 12,96 49,44 35,45 42,09 19,04
S 47,2 11,05 11,10 11,20 11,57 12,24 12,74 42,85 27,96 36,57 21,30
L 82,9 11,82 11,74 12,06 11,99 12,48 12,26 62,76 52,25 57,90 14,53
M 58,6 11,60 11,81 11,84 12,10 12,08 12,69 45,99 35,13 41,34 15,06
B 59,2 11,82 12,10 12,39 12,55 12,76 12,39 43,91 34,91 38,59 12,17
L 63,0 11,57 11,93 12,35 12,05 12,42 12,35 49,83 40,28 43,46 13,14
St 64,6 11,92 12,75 12,61 13,08 13,01 13,24 46,72 34,10 38,00 16,48
MÉDIA 62,64 11,63 11,89 12,11 12,22 12,51 12,66 48,79 37,15 42,56 15,96
DP 10,65 0,29 0,49 0,47 0,48 0,31 0,36 6,68 7,57 7,19 3,25
84

FORWARD BACKWARD – GTC TESTE 1 (POTÊNCIA ABSOLUTA)


Tempo em cada série de
ATLETA Peso (kg) deslocamentos em segundos Resultados (watts/kg) %
1º 2º 3º 4º 5º 6º P.Máx. P.Mín. P.Méd. I.F.
D 54,9 11,23 11,46 11,78 12,52 12,30 11,63 47,49 34,27 40,72 18,64
J 83,5 11,39 11,45 12,10 13,26 14,36 14,19 69,22 34,54 48,89 45,19
K 81,0 11,77 11,78 12,44 12,73 13,20 13,71 60,85 38,50 49,60 29,56
Da 62,0 12,47 12,78 12,75 13,44 13,66 13,23 39,17 29,80 34,17 11,96
A 51,5 12,19 11,82 11,85 11,78 12,23 12,91 38,59 29,32 35,35 12,74
L 56,5 12,40 12,72 13,07 13,42 13,64 14,07 36,30 24,85 29,96 14,44
F 57,7 11,10 12,65 11,88 12,20 12,98 12,92 51,68 32,32 38,08 26,27
G 68,4 10,74 10,91 11,62 11,67 12,50 11,93 67,64 42,90 54,24 35,66
De 54,8 11,65 11,88 12,05 12,15 12,50 12,75 42,46 32,39 37,33 13,80
MÉDIA 63,4 11,66 11,94 12,17 12,57 13,04 13,04 50,38 33,21 40,93 23,14
DP 11,8 0,60 0,65 0,49 0,68 0,73 0,88 12,74 5,28 8,17 11,78
85

FORWARD BACKWARD – GTC TESTE 2 (POTÊNCIA ABSOLUTA)


Tempo em cada série de
ATLETA Peso (kg) deslocamentos em segundos Resultados (watts/kg) %
1º 2º 3º 4º 5º 6º P.Máx. P.Mín. P.Méd. I.F.
D 54,4 11,29 11,27 11,89 12,27 12,14 12,09 46,55 36,12 40,35 14,71
J 82,0 10,66 10,91 11,79 12,73 13,09 12,48 82,92 44,78 59,01 53,23
K 81,1 11,08 11,67 12,34 12,87 12,54 12,09 73,04 46,60 56,08 36,42
Da 64,3 12,36 11,92 12,10 12,19 12,22 12,36 46,51 41,71 43,48 6,55
A 52,2 11,39 11,40 11,68 11,85 12,77 11,79 43,27 30,71 38,82 17,74
L 55,9 11,53 11,60 11,92 12,18 12,50 12,81 44,67 32,58 38,75 16,68
F 57,5 11,68 10,90 11,54 11,47 13,43 11,92 54,39 29,11 42,65 35,64
G 68,7 10,17 10,68 11,04 10,96 11,37 11,87 80,13 50,32 63,06 45,11
De 53,7 11,10 10,90 11,28 11,41 11,52 11,93 50,80 38,74 44,87 17,69
MÉDIA 63,3 11,25 11,25 11,73 11,99 12,40 12,15 58,03 38,96 47,45 27,09
DP 11,6 0,62 0,43 0,40 0,63 0,67 0,34 16,04 7,44 9,34 15,92
86

FORWARD BACKWARD – GTC TESTE 3 (POTÊNCIA ABSOLUTA)


Tempo em cada série de
ATLETA Peso (kg) deslocamentos em segundos Resultados (watts/kg) %
1º 2º 3º 4º 5º 6º P.Máx. P.Mín. P.Méd. I.F.
D 54,5 11,18 11,20 11,38 11,19 11,81 11,31 47,84 40,53 45,78 10,74
J 80,7 12,55 11,77 11,74 12,36 13,28 12,48 61,17 42,21 52,35 25,57
K 80,3 10,98 12,62 11,72 12,33 12,46 11,69 74,31 48,94 57,35 35,34
Da 62,7 12,09 12,06 11,55 12,49 12,58 13,12 49,91 34,01 41,17 21,53
A 51,5 11,18 11,01 11,57 11,23 11,64 11,76 47,33 38,79 42,58 12,50
L 56,6 11,78 11,86 11,93 12,09 12,49 12,07 42,41 35,58 39,82 9,46
F 57,5 10,87 10,72 10,90 11,24 12,22 11,47 57,18 38,65 49,74 27,49
G 68,5 10,14 10,70 10,61 10,97 11,44 10,82 80,48 56,12 66,98 37,68
De 55,1 11,36 11,22 11,61 11,64 11,61 11,53 47,79 42,80 44,50 7,23
MÉDIA 63,0 11,35 11,46 11,44 11,72 12,17 11,80 56,49 41,96 48,92 20,84
DP 11,1 0,71 0,65 0,42 0,59 0,60 0,68 13,19 6,86 8,82 11,44

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