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PIRACICABA – SP
2007
EFEITOS NA PERFORMANCE DE ATLETAS DE
HANDEBOL SUBMETIDAS A DOIS PROGRAMAS DE
TREINAMENTO
PIRACICABA – SP
2007
ii
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Ídico Luiz Pellegrinotti
(Orientador)
Profª. Drª. Camila Coelho Greco
(UNESP)
Prof. Dr. João Paulo Borin (UNIMEP)
iii
AGRADECIMENTOS
transcorrer de minha vida, a toda minha família pelo apoio, em especial aos meus pais
Antônio e Dade, que apesar da pouca instrução, foram sábios em me dar a oportunidade e
estatísticas dadas na fase final do trabalho. Aos amigos e companheiros de mestrado pela
componentes das equipes femininas de handebol de Batatais e Franca sem as quais não
seria possível a realização da pesquisa. Aos amigos Luis Fabiano (Bibi) e Haislan que me
Finalmente ao meu orientador, Prof. Dr. Ídico Luiz Pellegrinotti, pela boa
RESUMO
O objetivo desse estudo foi observar a variabilidade de performance de dois
grupos de atletas de handebol submetidas a dois programas de treinamento durante um
período 13 microciclos, sendo um modelo voltado ao trabalho integrado das capacidades
biomotoras e técnico-táticas na mesma sessão e outro modelo baseado a na teoria
clássica do treinamento desportivo, em que se trabalha separadamente a técnica e tática
dos componentes físicos. Foram selecionadas 16 atletas de handebol do sexo feminino,
com idade entre 15 e 21 anos, que apresentavam boas condições de saúde e integravam
as equipes das cidades de Batatais/SP e Franca/SP, que foram subdivididas em dois
grupos, um de treinamento integrado (GTI), formado por sete atletas, e outro grupo de
treinamento clássico (GTC), composto de nove atletas. As atletas foram submetidas aos
testes: Arremesso de Medicineball, Salto Vertical, Forward-Backward e determinação da
intensidade do limiar anaeróbio pelo Shuttle Run, em três momentos distintos, com o
objetivo de avaliar os programas de treinamento aplicados. Foram realizadas três coletas
de dados, a primeira na apresentação das atletas, a segunda após sete microciclos e a
terceira após mais seis microciclos. Com base na análise estatística dos dados, verificou-
se que no GTI houve um aumento da performance na impulsão vertical de 36,57 para
39,79 cm entre T1 e T3 e do limiar anaeróbio, de 8,8 km.h-1 para 9,2 km.h-1 no mesmo
período, entretanto a força de membros superiores apresentou uma diminuição
significante no decorrer das 13 semanas de estudo. Já o GTC apresentou um aumento
significativo da potência de membros inferiores, potência máxima de 50,38 para 56,49
watts, potência média de 40,93 para 48,92 watts e potência mínima de 33,21 para 41,96
watts; e do limiar anaeróbio, de 8,2 km.h-1 para 9,4 km.h-1, entre a primeira e a terceira
avaliação, da mesma forma que o GTI a força de membros superiores apresentou uma
diminuição, contudo a mesma não foi significativa. A performance de salto vertical deste
grupo apresentou um aumento significativo entre T1 e T2, 36,22 para 38,67 cm e entre a
T2 e T3 houve um decréscimo significante da performance, 38,67 para 36,00 cm, que
voltou ao patamar inicial.
Palavras-chave: Handebol, Treinamento, Performance.
v
ABSTRACT
The objective of this study was to observe the variability of performance of two
groups of athletes of handebol submitted the two programs of training during a period 13
microcycles, being a program come back to the integrated work of the biomotoras
capacities and technician-tactics in the same session and another established program in
the classic theory of the sports training, where if it separately works the technique and
tactics of the physical components. Sixteen athletes of handebol of the feminine sex had
been selected, with age between 15 and 21 years, that presented good conditions of
health and integrated the teams of the cities of Batatais/SP and Franca/SP, that had been
subdivided in two group one of integrated training (GTI), formed for seven athlete, and
another group of classic training (GTC), made up of nine athlete. The athletes had been
submitted to the tests: I hurl of Medicineball, Vertical Jump, Forward-Backward and
determination of the intensity of the anaerobic threshold for the Shuttle Run, at three
distinct moments, with the objective to evaluate the applied programs of training. Three
collections of data had been carried through, the first one in the presentation of the
athletes, the second after seven microcycles and the third after more six microcycles. On
the basis of the analysis statistics of the data, was verified that in the GTI it had an
increase of the performance in the vertical jump of 36,57 for 39,79 cm between T1
and T3 and of the anaerobic threshold, of 8,8 km.h-1 for 9,2 km.h-1 in the same
period, however the force of superior members presented a significant reduction in
elapsing of the 13 weeks of study. Already the GTC presented a significant
increase of the power of inferior members, maximum power of 50,38 for 56,49
watts, average power of 40,93 for 48,92 watts and minimum power of 33,21 for
41,96 watts; e of the anaerobic threshold, 8,2 km.h-1 for 9,4 km.h-1, between first
and the third evaluation, in the same way that the GTI the force of superior
members presented a reduction, however the same one was not significant. The
performance vertical jump of this group presented a significant increase between
T1 and T2, 36,22 for 38,67 cm and between the T2 and T3 it had a significant
decrease of the performance, 38,67 for 36,00 cm, that came back to the initial
platform.
Key Words: Handball, Training, Performance.
vi
SUMÁRIO
Páginas
AGRADECIMENTOS .................................................................................................. iii
RESUMO ..................................................................................................................... iv
ABSTRACT ................................................................................................................. v
SUMÁRIO ................................................................................................................... vi
LISTA DE TABELAS ................................................................................................... ix
LISTA DE QUADROS ................................................................................................. x
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... xi
I – INTRODUÇÃO ………………………………………………………………………….. 1
II – OBJETIVOS ...………………………………………………………………………….. 3
III – REVISÃO DA LITERATURA .……………………………………………………….. 4
1. TREINAMENTO………………………………………………………………................. 4
1.1. Periodização ........................................................................................................ 5
1.1.1. Microciclo .......................................................................................................... 8
1.1.2. Mesociclo .......................................................................................................... 9
1.1.3. Macrociclo ......................................................................................................... 10
1.2. Modelos de treinamento ...................................................................................... 12
1.3. Respostas a diferentes treinamentos ................................................................... 17
2. HANDEBOL ............................................................................................................. 21
2.1. Caracterização das demandas energéticas no handebol .................................... 21
2.2. Caracterização dos esforços no handebol ........................................................... 26
IV – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................ 32
1. AMOSTRA .............................................................................................................. 32
2. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ...................................................................... 32
3. PERIODIZAÇÃO APLICADA ................................................................................. 33
3.1. Treinamento proposto para o grupo experimental – Grupo de Treinamento
Integrado (GTI)............................................................................................................. 33
3.2. Treinamento proposto para o grupo controle – Grupo Treinamento Clássico
(GTC)........................................................................................................................... 36
4. AVALIAÇÕES – TESTES DE CONTROLE DE PERFORMANCE .......................... 38
4.1. Padrão de aplicação ............................................................................................. 38
vii
LISTA DE TABELAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE FIGURAS
I – INTRODUÇÃO
(MATVEEV, 1986).
e baixa intensidade (SANTOS, 1989; MAIS; GALVÃO; RIBEIRO, 1989; PEÑAS; GRAÑA,
duração, sendo que as exigências fisiológicas máximas no jogo não duram mais de quatro
2
a seis segundos, sendo freqüentes movimentações com alto nível de intensidade por até
40 segundos, com certo aumento da produção de lactato, que se repetem com pausas
incompletas, por isso deve-se garantir a capacidade do jogador de atuar com elevadas
taxas de ácido lático, para assim preservarem a máxima eficiência durante o jogo e para
que estados de fadiga não se instalem devido ao acúmulo do mesmo (PEÑAS; GRAÑAS,
2000). Cardinale (2006) afirma que o handebol moderno é um jogo rápido e vigoroso,
direção e movimentos técnicos em tempo muito curto que são determinados pela situação
tática do momento).
autores (AGUILA et al., 2002; LOSANO, 2001; LOSA et al., 2001; PIETRO, 2003; RIOS et
al., 2000), descrevem o modelo do treinamento integrado como uma nova metodologia do
procurando dessa maneira otimizar a preparação do atleta, já que todas as ações do jogo
Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi acompanhar os efeitos de dois modelos de
II – OBJETIVO
Geral:
Específico:
atletas de handebol.
4
1. TREINAMENTO
Segundo Zakharov (1992), o termo esporte, pode ser definido como parte da
realizada, sobre a base e durante todo o processo de uma atividade física especializada.
5
científico que auxilia o atleta a atingir alto nível de treinamento e desempenho, tornando-
2002).
1.1. Periodização
forma de ciclos de diferentes durações, tanto segundo as escalas de tempo a longo prazo,
denominados fases.
curto, médio e longo prazo (GOMES, 2002). O processo de treinamento, a longo prazo,
em três períodos:
competições;
da forma desportiva).
2002).
por um lado, no fato que a capacidade de carga que um atleta é capaz de suportar
do processo de treinar, sem os quais seria impossível projetar para o futuro a melhora do
ser interpretado a partir de uma série de decisões acerca dos métodos a serem
1.1.1. Microciclo
preparação do atleta que inclui uma série de seções de treino ou competições visando à
dura sete dias, entretanto de três a cinco dias já é suficiente para que ocorra uma
treinabilidade das qualidades físicas consideradas. A partir de cinco dias o risco de lesão
de finalidade específica, que visam desenvolver uma única capacidade física, associada
às ações negativas, pode constituir uma sobrecarga excessiva nos sistemas funcionais,
organismo do jovem atleta, mas não deixam de promover estímulos bastante eficazes
1.1.2. Mesociclo
trabalho executado. Um mesociclo bem estruturado permitirá uma melhor definição dos
mais conveniente. Mesociclo tem em média de vinte a trinta e cinco dias, três a cinco
algumas horas após a última sessão ou demorar alguns dias (GOMES, 2002).
pelos objetivos a serem atingidos, ao tempo disponível para treinar e o estado inicial de
mesmas devem ser aplicadas de tal forma que se evite ao máximo a repetição de cargas
1.1.3. Macrociclo
(DANTAS, 1995).
O autor utiliza o termo Grande Ciclo Anual (GCA), para definir uma fase completa de
semanas. Para desportos que prevêem duas etapas de competição, são necessárias 18 a
24 semanas, para outros que prevêem três etapas, são necessárias de 14 a 16 semanas.
com o mais importante sendo o microciclo, entretanto, cabe destacar que o autor não faz
referência a mesociclos.
11
temporária. A unidade dessas três fases, na estrutura de preparação do atleta, está ligada
preparação, o macrociclo pode repetir-se mais de uma vez, dependendo dos objetivos
de determinado desporto, além das leis objetivas que levam o organismo a uma
adaptação satisfatória. Dessa forma, o tipo de ciclo a ser utilizado deve ser aquele que
utilizados são basicamente de caráter geral. Na fase competitiva que se segue o objetivo
12
desporto. O modelo clássico foi divulgado desde a década de 1950 por Matveev. O
disputavam poucas competições a cada temporada, assim, o tempo era suficiente para
em bloco), proposto por Verkhoshanski (1998), foi elaborado no final da década de 1970 e
no decorrer dos anos foi continuamente aperfeiçoado com base nas contribuições
(etapas), bloco A (etapa base) que tem como objetivo principal o aumento do potencial
que apontam para a inclusão de algumas considerações. Segundo Moreira (2002), pode
ser necessária a inclusão de uma etapa de transição, sendo que sua duração ou, ainda, a
mas não seu volume. É importante salientar que este modelo não prevê um período
processo de treinamento em duas partes pouco coligadas entre elas, à preparação com
jogos na temporada, Gomes (2002) apresenta o modelo de cargas seletivas, que teve
origem em virtude do futebol não apresentar tempo suficiente para uma boa preparação
temporada que permanece durante todo o ciclo com o volume inalterado, procurando uma
treinamento a cada um mês durante o ciclo competitivo. Nesse sistema conhecido como
Moreira (2006) em seu estudo cita ainda um modelo que foi denominado de modelo
específicos dos desportos coletivos implica por um lado em pouca especificidade, já que a
situação real de jogo não se executa em separado, e por outro lado, em um aumento do
tempo de treinamento.
o treinamento deve ser planejado levando em conta as ações do jogo, ou seja, tem que se
reproduzir no treinamento aquilo que vai ser realizado no jogo (GOMES, 1999).
uma alternativa onde cada exercício do treinamento se identifica tanto com o aspecto
físico, como com o técnico-tático, podendo dessa forma, organizar um planejamento que
domínio da técnica, das estratégias e das regras básicas do mesmo. Nessa direção, a
gestos e a execução dos mesmos. Dessa forma, os estímulos técnicos representam uma
Pietro et al. (2003), apontam que o modelo de treinamento integrado pode ser
Entretanto, para poder realizar este tipo de treinamento é necessário ter um grande
Espar (2002) afirma que para se obter o ótimo rendimento do jogador e da equipe,
momento competitivo. Isto é, solicitando que os atletas efetuem ações com a intervenção
que permitam extrair deste modelo o máximo proveito. As três relações mais importantes
pode-se trabalhar de forma coletiva com diferentes capacidades (RIOS et al., 2000).
Dessa forma o modelo de treinamento integrado pode ser importante nos desportos
treinamento quando o mesmo for escasso. Entretanto, cabe ressaltar que a quantificação
especiais.
17
grupo submetido ao treinamento técnico e mais duas sessões de treinamento de força por
membros superiores, o que não ocorreu no grupo controle (goleiros) e no que realizou
(squat jump), o que não ocorreu no grupo que foi submetido ao treinamento de força.
máxima comparada ao treinamento que utiliza somente a carga de 70% da força dinâmica
máxima no agachamento.
18
denominado controle (n=21) utilizou bolas com o peso normal (bola oficial) para treinarem
e o segundo grupo (n=22) utilizou bolas 20% mais leves. O grupo controle não apresentou
treinamentos, treinando quatro vezes por semana, tendo cada sessão a duração de duas
horas. Os atletas foram avaliados antes do início da preparação (T1), após 7 semanas, ou
seja, ao final do bloco A (T2), após 13 semanas – ao final do bloco B (T3) e após 17
semanas (T4), pelos testes: antropometria; salto vertical (SV); pliométrico (SP); salto
sêxtuplo (Ssex) e RAST. Com base nos resultados o autor verificou que o modelo
atletas, tanto nos testes de saltos como no RAST, durante o período da pesquisa.
Altini Neto (2004), em seu estudo, submeteu um grupo de nove jovens atletas de
salto sêxtuplo, shuttle run, teste W 20 metros, arremesso de medicineball, teste de 1000
metros e testes de uma repetição máxima em membros superiores e inferiores. Com base
na análise dos dados o autor concluiu que na etapa geral do período preparatório houve
grupo (MTT) além dos treinos técnico/tático realizou treinos de resistência de força
Nos três modelos a duração da etapa preparatória foi de seis semanas, no MS e no MCX
preparatória (T0), final da etapa preparatória (T1), final da primeira metade da etapa de
competição (T2) e final da etapa de competição, pelos testes: salto horizontal saindo
parado (SHP); salto vertical com contra movimento no tapete de contato (SV); salto
horizontal triplo consecutivo – lado esquerdo (STCE) e lado direito (STCD); teste T
etapa preparatória (T0) as performances dos sujeitos dos três grupos não apresentaram
performance entre T0-T3, T1-T3 e T2-T3, o MCON demonstrou melhora somente entre
T0-T1 ambos os modelos apresentaram diminuição de performance, mas entre T1-T2, T1-
YO. Baseado nos achados, o autor afirma que os três Modelos investigados se mostraram
externos.
21
2. O HANDEBOL
modalidade caracterizada pelo confronto entre duas equipes e, assim como o espaço de
em uma quadra que mede 40 x 20 metros (m), sendo o espaço de jogo então de 800 m2.
Nas extremidades estão colocadas as balizas, existindo também uma área de gol de seis
metros a partir da linha de fundo, reduzindo assim o espaço de jogo dos jogadores de
linha que ali, na maioria dos casos, não podem penetrar (ELENO; BARELA; KOKOBUN,
2002).
Vários são os parâmetros fisiológicos que podem ser utilizados para qualificar o
desses parâmetros são mais fidedignos por suas análises serem mais precisas, mas
capacidade aeróbia de atletas de handebol, pois, Delamarche et al. (1987) verificaram por
22
possuía maior potência aeróbia não era necessariamente o mais ativo durante a partida.
apresentados por jovens indivíduos sedentários do sexo masculino 38,0 ± 6,2 ml.kg-1.min-1
durante teste no cicloergômetro (CAPUTO et al., 2005), Moe et al. (2005) em seu estudo
não ativos; e indivíduos não ativos durante teste no cicloergômetro e na esteira rolante
possua uma maior eficiência na remoção do ácido lático (EDER; HARALAMBIE, 1986).
Assim, os autores citam que jogadores bem treinados apresentam valores de consumo
Nessa direção Loftin et al. (1996) afirmam que as ações realizadas durante a
aeróbio e a intensidade do jogo está acima do limiar mínimo recomendado pelo Colégio
jogadores experientes com idade média de 47,2 anos, encontraram durante um teste
(sprints).
estudo de Rannou et al. (2001), aponta valores bem próximos em atletas franceses de
segunda divisão da Liga Nacional da França, verificaram valores que variavam de 160 a
180 batimentos por minuto (bpm). Os mesmos ainda colocam que o diagrama da FC teve
handebol. De modo geral, em uma partida de handebol, a FC pode alcançar valores entre
80% e 90% da FCmáx, com picos bem próximos aos valores máximos da FC dos atletas.
fatores externos, sendo encontrados taxas de 149 e 163 bpm, representando 80% e 88%
masculinos adultos de handebol (idade média de 23,2 ± 2,9 anos), segundo diferentes
situações defensivas e ofensivas, durante três jogos oficiais dos 42º Jogos Regionais da
Zona Leste do Estado de São Paulo – 1998, pode verificar que os resultados
FCmáx. Contudo, Retechuki et al. (2001), em seu estudo com meninas de 13 e 14 anos,
mostraram que essa população, pratica o handebol em percentuais elevados de sua FC,
De acordo com Cardinale (2006), apesar de útil, devemos olhar com cuidado para
campeonato italiano, foi observado que grande parte da partida a FC média girou em
torno de 150 bpm, o que nos mostra um trabalho aeróbio (70-85% da FCmáx). Entretanto,
afirmar que o metabolismo aeróbio é o mais importante no handebol, pode levar a uma
medida que ela é utilizada para realizar a ressíntese da ATP depletada. Assim, a
Dentro desse contexto, pode-se esperar que jogadores de handebol devam ter
demonstram em seu trabalho, que 60% dos jogadores de handebol do sexo masculino,
sugerindo que jogadores bem treinados dispõem de uma alta capacidade de recuperação
anaeróbio dos atletas de handebol é bem parecido com o dos velocistas, o que nos faz
treinados para tolerarem altos níveis de lactato, para assim preservarem a máxima
eficiência durante o jogo e para que estados de fadiga não se instalem devido ao acúmulo
do mesmo.
26
mostrado menores que 10 mM.L-1, não representado uma quantidade muito alta se
significa que o lactato não é um fator limitante no handebol, contudo o treinamento deve
processo de treinamento.
O handebol pode ser definido como um jogo em que os atletas realizam atividades
é de 60 minutos, porém em estudo realizado por Mais, Galvão e Ribeiro (1989), durante
19 minutos a bola não esteve em jogo. Segundo os autores que observaram o jogador
lateral direito da categoria júnior, concluíram que o mesmo esteve ativo por 55,5 minutos
e 4,5 minutos o jogador se manteve com pouca movimentação. Isto é explicado devido ao
protocolo utilizado, pois o mesmo inclui todo o período ativo do jogador independente das
atletas percorrem em média 4365 m, o número de passes por jogo para o central e para
3740,87±231,01 metros (m) durante uma partida, dos quais 1869,37±306,86 m no ataque
ataque quanto na defesa seguido pelos esforços de baixa e máxima intensidade. Embora
tabela 1, valores médios e tipos de deslocamentos realizados pelo lateral direito júnior.
se dá na defesa, devido às ações que são realizadas pelos jogadores nesta fase de jogo,
são nítidas, há inúmeras pausas e momentos de recuperação total ou parcial dos atletas.
Mais, Galvão e Ribeiro (1989) afirmam que a organização do jogo de handebol faz com
que a participação ativa durante uma partida não seja igual para todos os jogadores
dependendo da posição que o mesmo ocupa e da relação existente entre ele, seus
companheiros e o adversário, bem como, para a mesma posição a demanda pode variar
(BANGSBO, 1994).
Alexander e Boreskie (1989), em seu estudo verificaram que a relação esforço-pausa era
ainda que de um total de 145 “rallies”, registrados em três tempos de jogo, 66,9% tinham
duração inferior a 10 segundos. Loftin et al. (1996) encontraram a mesma relação de 1:1,
sendo que os atletas participavam de três rallies por minuto, ou seja, em média eram
sendo que o tempo e a intensidade são variados em função das necessidades que
No trabalho de Eleno, Barela e Kokobun (2002), com base nos dados do Comitê
partida de handebol é 4152 metros, dos quais 4114 metros sem a posse de bola e 37
metros com posse de bola. Já Cardinale (2006) afirma que os jogadores podem percorrer
importante ressaltar que os deslocamentos do atleta em quadra podem ser afetados por
em questão, todos esses fatores podem afetar a metragem percorrida pelo jogador em
quadra.
velocidade, não podendo ser consideradas como intensidade máxima, dessa forma é
preciso substituir o termo velocidade máxima pelo termo velocidade ótima (PEÑAS et al.,
2000). Esta redução se deve a existência da área de gol e limita a realização de esforços
máximos (ELENO; KOKOBUN, 2002). Essa limitação já havia sido observada por
Kokobun (2002) mostram outras situações que impõem demanda energética acima da
demanda energética, as mudanças de direção, 279 por jogo, e do ritmo de corrida, 190
por jogo, ambos os valores expressos em média e, segundo Cardinale (2006), durante o
ritmo e 16 saltos. O autor afirma ainda que os jogadores realizam 485 movimentos em
Esta definição que pode perfeitamente ser adotada pela categoria de desportos em que
forma individual, precisa ser variada dentro dos desportos coletivos. Os mesmos
da creatina fosfato (CP) que ocorre nos períodos de recuperação passiva. A energia do
sistema anaeróbio lático é poupada, evitando que o ácido lático se acumule rapidamente
energia anaeróbia seja importantíssima para os períodos de esforços intensos, uma vez
alto nível, parece que na atualidade a tendência é dar menos atenção a capacidade
durante o jogo sem limite de troca. Os autores afirmam ainda que a produção de potência
alterações recentes da regra do handebol, tal modalidade teve sua intensidade de jogo
física imposta aos jogadores em relação à estrutura específica de competição, para dessa
IV – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
1. AMOSTRA
2. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
formado por sete atletas com idade média de 17,3 ± 2,3, altura 1,62 ± 0,07 metros e 61,50
± 9,58 kg, e outro grupo de treinamento clássico (GTC), composto de nove atletas com
idade média de 16,78 ± 1,86, altura 1,65 ± 0,06 metros e 63,37 ± 11,77 kg. Durante o
decorrer da pesquisa, a equipe de Batatais disputou oito jogos e a equipe de Franca jogou
sete vezes, e ambas estavam na liderança da Copa AHB organizada pela Associação de
Handebol Brasileira.
no estudo, às atletas foram informadas sobre o tipo de vestimenta a ser utilizada para a
realização dos testes e os alimentos que deveriam ingerir na última refeição antes das
33
Livre e Esclarecido.
3. PERIODIZAÇÃO APLICADA
O GTI, que teve como base do seu planejamento a teoria do treinamento integrado
(AGUILA et al., 2002; LOSANO, 2001; LOSA et al., 2001; PIETRO, 2001; RIOS et al.,
2000) e a estrutura dos períodos adotada neste estudo foi a sugerida por Matveev (1996)
proposta para o período preparatório de 2006 (quadro1 e 2). O GTI formado por sete
total de 67 sessões de treino divididas em duas fases. Na primeira fase o treinamento foi
realizado cinco (05) vezes por semana, na primeira fase as sessões de treinamento
Na primeira fase foi priorizado o trabalho técnico por meio de exercícios com
nessa fase. No início deu-se ênfase ao trabalho técnico onde prevalecia o metabolismo
movimentação defensiva (defesa passiva) com saída para transição ofensiva sustentada
Após esse período inicial o trabalho anaeróbio foi priorizado, com intensidades
variando entre 80% e 100% da FCmáx do teste de Shuttle Run. A intensidade média
dessa fase é apresentada no anexo C. Os exercícios utilizados nesta fase foram aqueles
EXERCÍCIOS 1
E TÉCNICA CAHB 7
E VELOCIDADE CAHB 13
CAHB = jogos da Copa AHB, categoria júnior; CE = jogos da Copa do Estado de São Paulo, categoria
júnior; JAJ = participação nos Jogos Abertos da Juventude, categoria juvenil, JT = jogo treino; AV =
avaliações.
35
com duração de 30 a 60
EXERCÍCIOS segundos. ABR
Flexibilidade: alongamentos no 15,60%
INTEGRADOS início e final do treino.
Velocidade: sprints com
mudanças de direção seguidos 2,33%
OBJETIVO MAIOR de recepção, finta e arremesso.
Velocidade de reação: ao sinal,
saindo de determinada posição 0,60%
chegar rapidamente a bola
DESENVOLVIMENTO INTENSIDADE (exercício em dupla)
AERÓBIO (baixa intensidade) 2,64%
ESPECIAL
período do estudo.
O GTC formado por nove atletas foi acompanhado, em seus treinos, durante o
planejamento foi o desenvolvimento físico geral, para no segundo momento trabalhar com
não em se trabalhar em específico alguma capacidade, mesmo que trabalho físico fosse
inerente nessas sessões. Importante destacar que as sessões de treinamento físico eram
circulação.
aplicação da bateria dos testes de controle. Primeiro, os locais de realização dos testes
39
foram sempre os mesmo, sendo realizados no local específico de treino de cada equipe,
quadra poliesportiva.
horário de aplicação da bateria de testes foi sempre o mesmo, após as 16 horas. Foram
ressaltar que devido à diferença do número de sessões de treino por semana que existia
entre os grupos, as avaliações foram realizadas de forma que os dois grupos tivessem
medidas:
A massa corporal foi obtida utilizando uma balança do tipo Fillizola com precisão de
A estatura foi obtida por meio do estadiômetro existente para esta finalidade na
deveria estar em posição ortostática, com os pés unidos, braços ao longo do corpo
consiste na coleta e soma dos valores das dobras cutâneas tricipital, subescapular,
O Shuttle Run Test de 20 m (20MST) foi utilizado para determinação do LAn por
poliesportiva utilizada pelas equipes para treinamento. O teste foi adaptado, sendo
inicial foi de 8 Kmh-1 com incrementos de 0,5 Km.h-1 a cada 3 minutos. Ao final de cada
estágio houve uma pausa de aproximadamente 30 segundos para que fossem coletados
sangüíneo e determinação do Lan. O final do teste se deu quando a atleta não conseguiu
41
manter o ritmo, ficando três metros atrás da linha de 20 metros por duas vezes
consecutivas após o sinal do áudio ou, por sentir que não consegueria completar o
velocidades.
XL®).
utilizada pelas equipes para treinamento, sobre a linha lateral da quadra de voleibol.
e tendo cinco (05) minutos para se recuperar antes de se iniciar teste. O protocolo do
percurso de 35 metros que era realizado em idas e voltas com distâncias de 9m, 3m, 6m,
3m, 9m e 5m, o percurso era percorrido seis vezes com intervalo de 10 segundos entre as
séries (BORIN et al., 2003). Foi utilizado esse protocolo adaptado do original RAST com a
nessa distância.
42
fim 5 m
9m
3m
6m
3m
9m
início
seguintes equações:
Ou
Potência máxima;
Potência mínima;
Potência média: somando-se o tempo das seis séries de deslocamentos e dividindo esse
Índice de fadiga: (potência máxima – potência mínima) / tempo total das séries de
manter a potência por um longo período. Quanto maior o valor, melhor será a habilidade
alto valor do índice de fadiga, é necessário que o atleta melhore sua tolerância ao lactato.
O objetivo deste teste foi medir a altura do salto no plano vertical. O teste foi
realizado em uma superfície lisa, de três metros de altura, graduada de dois em dois
centímetros e pó de giz.
o braço estendido acima da cabeça, o mais alto possível, mantendo as plantas dos pés
em contanto com o solo, sem flexioná-los, então o mesmo fez uma marca com os dedos,
na posição mais alta que podia atingir. Para facilitar a leitura, os dedos estavam sujos
com pó de giz. O teste consiste em saltar o mais alto possível, sendo facultado a atleta, o
flexionamento das pernas e o balanço dos braços para a execução do salto. Foram
mais baixa feita pela atleta sem salto (MARINS; GIANNICHI, 1998).
44
O objetivo deste teste foi determinar a potência dos membros superiores e cintura
escapular. Para realização foi utilizado uma bola medicinal de 3 quilos, cadeira, fita
O teste foi aplicado na posição sentada em uma cadeira, a atleta nessa posição
segurou a bola medicinal com as duas mãos contra o peito e logo abaixo do queixo, com
tentativas executadas pela atleta, sendo dada a ela a oportunidade de realizar uma
tentativa para familiarização com o teste. As três tentativas foram realizadas uma após
outra; a distância aferida entre os pés dianteiros da cadeira e o primeiro ponto de contato
assepsia local com álcool e algodão, e a punção do lóbulo da orelha foi feita por meio de
uma lanceta descartável. A cada coleta a primeira gota de sangue foi descartada para
45
evitar contaminação da gota de sangue pelo suor. Após cada coleta, o sangue foi
concentrações de lactato por meio de um analisador de lactato modelo YSI 1500 SPORT
(Yellow Springs Inc. – USA). Este aparelho utiliza uma membrana biológica de celulose
acetato que contém a enzima L-lactato oxidase, ajustada sobre um eletrodo de platina,
5. ANÁLISE ESTATÍSTICA
desvio padrão (DP). As comparações dos dados obtidos por meio das três baterias de
o Anova Two-Way para dados paramétricos, com nível de significância p < 0,05 e quando
não foi verificada normalidade utilizou-se o Teste de Friedman para dados não
paramétricos, com nível de significância p < 0,05. Para comparar as variáveis entre os
grupos em cada momento, também foi realizado o Teste de Shapiro-Wilk para verificar a
o Test t para amostras independentes, com nível de significância p < 0,05 e quando
não foi verificada normalidade utilizou-se o Teste de Mann-Whitney, também com nível de
V – RESULTADOS
1. Antropometria
distintos: do início da etapa preparatória (T1), final da etapa preparatória geral (T2) e final
das atletas dos dois grupos não apresentou diferença significativa. Nos Apêndices E, F, G
e H, são apresentados os valores absolutos dos testes de controle nos três momentos,
significância intra-grupos nos três momentos das avaliações (p < 0,05), para o GTI e GTC,
respectivamente.
significativas intra-grupo entre as avaliações (p < 0,05) para nenhuma variável do GTI e
para GTC.
metros (m), nos três momentos da pesquisa e nível de significância entre as avaliações (p
< 0,05).
entre T2 e T1, e em seguida houve uma diminuição significativa de T2 para T3, com
em relação ao T1 e T2.
6 apresenta o nível de significância das variáveis comparadas entre os grupos nos três
momentos da pesquisa.
no handebol, em função das corridas curtas e rápidas, saltos e arremessos, entre outras
respectivamente.
49
Tabela 7 – Média e DP da Pmáx, Pmed, Pmin em watts.kg-1 e %If do GTI nos três
momentos da pesquisa e nível de significância entre as avaliações.
Avaliação Pmáx Pmed Pmin %IF
T1 48,06 ± 12,05 38,99 ± 9,21 33,71 ± 7,30 20,98 ± 11,32
T2 51,63 ± 8,31 44,82 ± 8,02* 39,08 ± 8,03* 17,50 ± 3,95
T3 48,79 ± 6,68 42,56 ± 7,19 37,15 ± 7,13 15,96 ± 3,25
Nível de Significância p = 0,18 p = 0,006 p = 0,049 p = 0,60
* p < 0,05 em relação a T1.
Tabela 8 – Média e DP da Pmáx, Pmed, Pmin em watts.kg-1 e %If do GTC nos três
momentos da pesquisa e nível de significância entre as avaliações.
Avaliação Pmáx Pmed Pmin %IF
T1 50,38 ± 12,74 40,93 ± 8,17 33,21 ± 5,28 23,14 ± 11,78
T2 58,03 ± 16,05 47,45 ± 9,34* 38,96 ± 7,44* 27,09 ± 15,92
T3 56,49 ± 13,19* 48,92 ± 8,82* 41,96 ± 6,86* 20,84 ± 11,44
Nível de Significância p = 0,01 p = 0,003 p = 0,002 p = 0,05
* p < 0,05 em relação a T1.
No GTI houve diferenças significativas dos valores de Pmed e Pmin entre T1 e T2,
significativa entre Pmáx, Pmed, Pmin e IF, a tabela 9 apresenta o nível de significância
22% entre T1-T2 e 16% entre T1-T3) de uma atletas. Já o GTC apresentou um aumento
pesquisa foram verificadas diferenças significativas entre Vlan, Fclan, Fcmáx e % Fcmáx ,
Tabela 12 – Resultado do teste estatístico (valor de p) do Teste Shuttle Run entre grupos.
Variável GTI X GTC (T1) GTI X GTC (T2) GTI X GTC (T3)
Quadro 5 – Percentual de alterações da IV, AM, LAN, PMÁX, PMED, PMIN e %IF.
GTI GTC
Variáveis 7 semanas 6 semanas 13 semanas 7 semanas 6 semanas 13 semanas
T1-T2 T2-T3 T1-T3 T1-T2 T2-T3 T1-T3
IV 4,89% 3,73% 8,81% 6,76% -6,90% -0,61%
AM -2,50% -8,44% -10,80% -7,40% 0,92% -6,50%
LAN 1,10% 3,37% 4,50% 11% 3,30% 14,60%
PMÁX 7,40% -5,50% 1,50% 15,20% -3,10% 12,10%
PMED 15,00% -5,04% 9,20% 15,90% 3,10% 19,50%
PMIN 15,90% -6,66% 10,20% 17,30% 7,70% 26,30%
%IF -16,59% -8,80% -23,93% 17,02% -23,07% -9,98%
52
VI – DISCUSSÃO
exigências da modalidade a ser treinada. A forma utilizada para esta análise vem sendo a
macrociclo.
aponta que o sistema neuromuscular foi exigido com o treinamento integrado e também
no considerado clássico. Contudo, a diferença existente entre os modelos foi que no GTI
a IV se apresentou mais sensível durante toda a programação, por outro lado no GTC a
significativo na performance do salto vertical (SV) (squat jump), enquanto o grupo que
recente, Gorostiaga et al. (2006) observaram durante uma temporada, a influência dos
nas ações de salto vertical. Nessa direção o modelo integrado pode exigir mais do
se um aumento da altura do salto com contra movimento e auxílio dos braços entre T1-T4
cargas complexas entre T1-T3 e T2-T3, enquanto o modelo de cargas seletivas não
positivos no SV tanto nos específicos quanto com cargas complexas. O que comprova
que os modelos integrados e em bloco com rigorosa aplicação no sistema a ser solicitado
poderão auxiliar muito na manutenção das capacidades por mais tempo durante a
corpo o que está de acordo com Skoufas et al. (2003), uma vez que o teste é realizado na
posição sentada, numa situação que não expressa especificidade do jogo. No GTC o
estudo aponta certa similaridade com o de Gorostiaga et al. (1999), que estudando dois
55
grupos de atletas de handebol verificaram que o grupo que foi submetido somente ao
forma, os resultados apresentados pelos dois modelos do presente estudo podem estar
19), sendo que os valores da terceira foram superiores aos da primeira e segunda.
56
freqüência de três sessões semanais, onde em cada sessão os indivíduos realizavam três
séries de três repetições de cada exercício proposto utilizando carga de 80% e 90% de
1RM. Os três grupos que eram compostos de 20 indivíduos foram divididos em grupos de
Nesse contexto, o protocolo dessa avaliação deve ser interpretado com cuidado, pois a
diminuição da força de membros superiores, quando poderia ser pela diminuição dos
decréscimo de performance.
maximizada.
durante a partida (RANNOU et al., 2001). Na mesma direção Gorostiaga et al. (2006),
do GTI, conforme demonstrado na tabela 7. Com relação à Pmáx o GTI entre T1 para T2
apresentou melhora na produção de potência de 7,40%, mas não foi não estatisticamente
diminuição de 5,50%, 5,04% e 6,66% para Pmáx, Pmed e Pmin. No GTC o T3 apresentou
Pmed e Pmin. Dessa forma, o modelo GTI aponta como valor do programa à melhora da
Pmed e Pmin, demonstrando que o grupo ficou mais homogêneo, contudo, a diminuição
(2002). O modelo GTC se mostrou mais eficiente, pois todas as variáveis melhoraram,
indicando que a trabalho de potência deve ser trabalhada por meio de exercícios
específicos.
58
sobre a potência desenvolvida pelo atleta na corrida, verificou que o modelo proposto,
proporcionou uma melhora significativa sobre a potência máxima absoluta entre T1-T4,
T2-T4 e T2-T3. A potência mínima absoluta também foi significativamente superior entre
e verificou que tanto o grupo de treinamento físico e técnico-tático (FTT) como o grupo de
para o índice potência máxima; com relação a potência média, o FTT apresentou um
aumento significativo entre T1-T2, sendo que a média dos resultados de T3 foram
mostraram melhoras nos valores médios das avaliações em ambos os grupos, entretanto,
proposto por Gomes (2002), verificaram por meio do RAST que somente a potência
média apresentou um aumento significante nos seus valores nos momentos dois (após
macrociclo).
59
Portanto o trabalho de modelo integrado deve ser rigorosamente acompanhado por meio
de teste com períodos mais curtos, pois só assim poderá manter a potência em
melhora nas avaliações periódicas, contudo, está forma de avaliação não é indicada
quando o modelo é integrado. Assim, com base nos achados é possível que o modelo de
forma que a carga seja incisiva para que tal evolução ocorra.
Várias pesquisas (DUARTE; DUARTE, 2001; FLOURIS et al., 2005; AZIZ et al.,
2005; FLOURIS et al., 2006; METSIOS et al., 2006) utilizaram o Teste de Shuttle Run (20
m), como proposto originalmente por Léger e Lambert (1982) e Léger et al. (1988), ou
seja, com estágios de dois minutos, para se determinar de forma indireta a potência
aeróbia. Contudo, Denadai et al. (2002), em seu trabalho, teve como um dos objetivos
lactato (3,5 mM) durante o Shuttle Run de 20 metros em jogadores de futebol, concluindo
que o emprego da concentração fixa para determinar o LAn apresenta boa validade e
excelente reprodutibilidade.
No presente estudo, que utilizou o protocolo sugerido por Denadai et al. (2002), o
dados apontam para uma maior sensibilidade das respostas ao LAn no modelo clássico.
diferença significativa de T3 para T1 e T2. Para essas variáveis o FTT foi superior que o
apresentaram diminuição de performance, mas entre T1-T2, T1-T3, T2-T3 e T0-T3 os dois
O LAn pode ser determinado por meio de vários protocolos, sendo importante que
rolante com o determinado pela VC, que foram avaliados no início e após 4 semanas de
61
modelo integrado como utiliza somente da quadra e das ações técnicas/táticas nos
organizar movimentações que exijam maior tempo de duração do esforço para que esse
fato não ocorra. Por outro lado, o modelo clássico que utiliza programações específicas,
intensidade seja mantida por maior tempo. Essa particularidade deve ser compreendida e
de determinado desporto, do nível dos atletas, do tempo disponível para realizar o treino,
além das leis objetivas que levam o organismo a uma adaptação satisfatória. Dessa
programado possuir jogos oficiais distantes uns dos outros. Assim a estruturação
possibilitou uma reorganização dos treinamentos de acordo com as respostas que eram
62
VII – CONCLUSÃO
5. A escolha do modelo deve levar em conta algumas variáveis, como o nível das
AZIZ, A. R.; CHIA, M. Y.; THE, K. C. Measured maximal oxygen uptake in a multi-stage
shuttle test and treadmill-run test in trained athletes. J Sports Med Phys Fitness.
Sep;45(3):306-14, 2005.
BOBBERT, M. F. et al. Why is countermovement jump height greater than squat jump
height? Medicine na Science in Sports and Exercise, v. 28, n. 11, pp. 1402-12, 1996.
CARTE, H.; JONES, A. M.; DOUST, J. H. Effect of 6 weeks of endurance training on the
lactate minimum speed. Journal of Sports Sciences. Volume 17, Number 12 / December
1, 1999.
DENADAI, B. S.; ORTIZ, M. J.; STELLA, S.; MELLO, M. T. Validade da velocidade crítica
para a determinação dos efeitos do treinamento no limiar anaeróbio em corredores de
endurance. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto. vol. 3, nº 1, pp. 16-23, 2003.
GOROSTIAGA, E. M. et al. Effects o fan entire season on physical fitness changes in elite
male handball players. Medicine & Science in Sports & Exercise, vol. 38, nº 2, pp. 357-
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HUNTER, J. P.; MARSHALL, R. N. Effects of power and flexibility training on vertical jump
technique. Med. Sci. Sports Exercise. Vol. 34. nº 3. pp. 478-486, 2002.
IZQUIERDO, M.; HÄKKINEN, K.; GONZÁLEZ-BADILLO, J. J.; IBÁÑEZ, J.;
GOROSTIAGA, E. M. Effects of long-term training specificity on maximal strength and
power of the upper and lower extremities in athletes from different sports. European
Journal Applied Physiology. Vol. 87: pp. 264-271, 2002.
JENSEN, J., et al. Effect of combined endurance, strength and sprint training on maximal
oxygen uptake, isometric strength and sprint performance in female elite handball players
during a season. Int. J. Sports Med., v. 18: 354-358, 1997.
MOREIRA, A.; OLIVEIRA, P. R.; OKANO, A. H.; SOUZA, M.; ARRUDA, M. A dinâmica de
alteração das medidas de força e o efeito posterior duradouro de treinamento em
basquetebolistas submetidos ao sistema de treinamento em bloco. Revista Brasileira de
Medicina do Esportes, v. 10, n. 4 – Jul/Ago., 2004.
RANNOU, F., et al. Physiological profile of handball players. The Journal of sports
medicine and physical fitness. 41(3): 349-353, setembro. 2001.
RIOS, L. J. C., et al., Efecto del entrenamiento integrado sobre la mejora de la fuerza de
impulsión em um lanzamiento em suspensión em balonmano. Revista Digital – Buenos
Aires. Año 5 – Nº 25 – Setiembre de 2000.
ROGLAN, L. T.; RAASTAD, T.; BORGESEN. Neuromuscular fatigue and recovery in elite
female handball players. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, v. 16:
267-273, 2006.
SOUZA, J., et al. Evolução da potência aeróbia máxima em atletas de handebol adulto
durante o período de preparação. Revista Treinamento Desportivo. 5(2): 29-34, 2000.
ANEXOS
71
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
PROJETO DE PESQUISA:
(Forward-Backward):
Para medir a potência de membros inferiores dos atletas utilizamos o teste Forward-
Backward – foi realizado na quadra poliesportiva utilizada pelas equipes para treinamento,
sobre a linha lateral da quadra de voleibol. Antes do teste a atleta foi pesada, realizando
antes de se iniciar teste. O protocolo do teste consistia em verificar o tempo gasto para
percorrer na máxima velocidade, seis vezes as distâncias de 9m, 3m, 6m, 3m, 9m e 5m
aumentada de forma progressiva em cada estágio até que o indivíduo não consiga
1982). A velocidade inicial será de 8 Km/h e aumentos de 0,5 Km/h a cada 3 minutos. Ao
final de cada estágio serão coletados 25 µl de sangue do lóbulo da orelha para posterior
análise do lactato sanguíneo. O LAn será determinado através interpolação linear, entre as
parede lisa, com os pés paralelos e executava o salto podendo utilizar o auxílio dos
braços, tentando atingir a altura máxima com uma das mãos tocado a parede no ponto
mais alto. Serão executadas três tentativas com intervalo de 1 minuto entre cada uma
delas e considerada para comparação a maior altura obtida nos três saltos.
objetivo deste teste é determinar a potência dos membros superiores e cintura escapular.
Serão necessárias uma bola medicinal de 3 quilos, cadeira, fita adesiva, corda e trena. O
Teste será aplicado na posição sentada em uma cadeira, o testando segura a bola
medicinal com as duas mãos contra o peito e logo abaixo do queixo, com os cotovelos o
mais próximo do tronco. A corda é colocada na altura do peito do testando para mantê-lo
seguro a cadeira e eliminar a ação de embalo durante o arremesso. O esforço deve ser
Toda pessoa submetida aos testes terá acesso a seus dados, bem como aos
Os riscos dos testes são aqueles inerentes a qualquer prática de exercícios físicos
extenuantes, riscos estes que podem ser esclarecidos pelo responsável e que tendem a
Os resultados dos testes poderão ser utilizados para pesquisa, sendo assegurado
consentimento.
autorizar a realização dos testes. Autorizo também, a utilização dos dados destes testes
para fins de pesquisa e a divulgação dos resultados destes testes por meio de quaisquer
____________________________ __________________________
_______________________________________
Batatais, _____/_____/2006.
76
ANEXO D – Variação do volume dos tipos de treino do GTI por microciclo durante o período do estudo.
1º microciclo 2º microciclo 3º microciclo 4º microciclo 5º microciclo 6º microciclo 7º microciclo
Treinos
5 sessões(400min) 5 sessões(360min) 4 sessões(310min) 5 sessões(340min) 5 sessões(425min) 5 sessões(330min) 5 sessões(300min)
Técnico/tático 63,75% 54,17% 64,52% 72,06% 82,35% 65,15% 60,00%
Resistência Muscular
Flexibilidade 16,25% 15,28% 17,74% 16,18% 11,76% 15,15% 11,67%
Velocidade (Sprint) 4,17% 0,00% 0,00% 0,00%
Velocidade de reação 6,06%
Resistência Aeróbia 3,75% 9,72% 6,06%
Potência (saltos)
Força (m. inferior)
Trabalho misto 12,50% 12,50% 12,90% 7,35% 0,00% 0,00% 25,00%
Recuperação 3,75% 4,17% 4,84% 4,41% 5,88% 7,58% 3,33%
8º microciclo 9º microciclo 10º microciclo 11º microciclo 12º microciclo 13º microciclo
Treinos
5 sessões(175min) 5 sessões(295min) 5 sessões (255min) 5 sessões(330min) 6 sessões(320min) 7 sessões(325min)
Técnico/tático 52,54% 23,53% 51,52% 40,63% 44,62%
Resistência Muscular 9,23%
Flexibilidade 22,86% 15,25% 11,76% 12,12% 15,63% 18,46%
Velocidade (Sprint) 7,58% 4,69%
Velocidade de reação 3,03%
Resistência Aeróbia 25,71%
Potência (saltos) 5,71% 3,92% 4,55% 4,69% 3,08%
Força (m. inferior) 5,08% 7,84% 9,38%
Trabalho misto 45,71% 20,34% 47,06% 18,18% 18,75% 18,46%
Recuperação 6,78% 5,88% 3,03% 6,25% 6,15%
78
ANEXO E
Resultados antropométricos do GTI nos três momentos do estudo
ATLETAS Antropometria 1 Antropometria 2 Antropometria 3
Altura Peso % Gordura IMC Altura Peso % Gordura IMC Altura Peso % Gordura IMC
P 1,68 61,5 18,54 21,79 1,68 64,4 18,74 22,82 1,68 63,0 18,07 22,32
S 1,53 47,4 13,00 20,25 1,53 47,0 13,60 20,08 1,54 47,2 13,97 19,90
L 1,69 79,5 24,04 27,84 1,69 80,2 25,96 28,08 1,69 82,9 26,81 29,03
M 1,6 58,4 15,42 22,81 1,6 60,7 16,49 23,71 1,61 58,6 16,58 22,61
B 1,71 57,9 17,44 19,80 1,71 58,5 17,99 20,01 1,71 59,2 17,56 20,25
L 1,61 63,8 23,88 24,61 1,61 62,5 23,79 24,11 1,61 63,0 24,49 24,30
S 1,55 62,0 24,98 25,81 1,55 63,1 23,85 26,26 1,56 64,6 24,33 26,55
MÉDIA 1,62 61,50 19,61 23,27 1,62 62,34 20,06 23,58 1,63 62,64 20,26 23,57
DP 0,07 9,58 4,72 2,96 0,07 9,80 4,54 2,98 0,07 10,65 4,87 3,32
ANEXO F
ANEXO H
FORWARD BACKWARD – GTI TESTE 1 (POTÊNCIA ABSOLUTA)
Tempo em cada série de
ATLETA Peso (kg) deslocamentos em segundos Resultados (watts/kg) %
1º 2º 3º 4º 5º 6º P.Máx. P.Mín. P.Méd. I.F.
P 61,5 12,06 12,14 12,38 12,72 12,80 12,69 42,95 35,92 38,95 9,40
S 47,4 12,37 13,31 12,53 12,57 12,61 12,46 30,68 24,63 28,75 7,98
L 79,5 11,37 11,40 11,98 11,83 12,74 12,41 66,26 47,10 57,07 26,71
M 58,4 12,21 12,06 12,72 13,25 12,84 13,04 40,79 30,75 35,01 13,18
B 57,9 10,77 11,26 11,77 12,96 13,40 13,52 56,15 34,87 41,88 28,88
L 63,8 11,15 11,59 11,62 12,79 14,01 14,19 56,38 27,35 39,44 38,52
St 62,0 13,29 12,07 12,78 13,52 14,20 14,41 43,19 25,38 31,71 22,19
MÉDIA 61,50 11,89 11,97 12,25 12,81 13,23 13,25 48,06 32,29 38,97 20,98
DP 9,58 0,86 0,69 0,46 0,54 0,65 0,82 12,05 7,88 9,21 11,32
82