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ARISTOTELES ORGANON caTeconias DA INTERPRETAGAO ANALITICOS ANTERIORES ANALITICOS POSTERIORES TOPICOS REFUTAGOES SoFisTICAS Tradugdo, Textos Adictonals¢ Notar Edson Bini ORGANON Categorias + Da Interpretagdo + Aneltics Anterlores ‘Analtcos Posteriores + Tépleos « Refuagées Sefsticas ARISTOTELES 41" Edigdo 2005 ‘Soper Estonia J Lot Via Esto Ala Auda roves Taoujaoe tes: Eason Bi Cape Enos Epo eves: Caro Vale esa Magan! Diptaro: sana omect po racer ao Canoe: 1308 Dados de Catalogo na Fonte (CF) Iternacinal ‘Short ran on; Calpe, De tpetuto, Acs eee Acai putas Tipe Parsee 7 he: ‘suse, borane nama eon Bn Bon SED PROT atts (Gora asnces Cap) Tasos egal: Byevor Kemnopa ep pos, Aaa rg, Aah Gos, Tena ule Ay Ison asr2859870 {Aes 2 ofa rigs 3. Pac | Thos 1, Se cones conse Ines pra clog stoma 1 Poco arise 185, EDIPRO — Edigdes Profissionais Ltda. us Cone de Sp Jou, 382 —Loerade (CEP a100.010- Sto Paso - SP Baal Fore (1) 3107-786 Fax (3) 3107-0061 mal edpyeeuolcom SUMARIO NOTA DOTRADUTOR DADOS BIOGRAFICOS ARISTOTELES: SUA OBRA, vv CRONOLOGIA 35 ORGANON a CATEGORIAS 9 DA INTERPRETAGAO a ANALITICOS ANTERIORES m Livro mi Livro 19 ANALITICOS POSTERIORES 251 Livro 251 Livro i is ‘TOPICOS 3a? Livro 347 Livro 378 Livro I Livro IV Livro V Livre VI Livro VIE sto Vill REFUTAGOES SOFISTICAS NOTA DO TRADUTOR © Organon, obra monumental onde Aristételes estabelece as ‘bases da Logica formal, esta entre as mais importantes e complexas ‘que nos foram legadas pelo Estat As dificuldades para traduzila séo variadas e desafiadoras, co ‘mecando pelas diferencas estruturais entre o grego antigo (lingua decinada e conceitualmente rca) e o portugues, idioma moderne ‘no declinado, A isso soma-se 0 estilo seco e breve do autor que trata, nesta ‘portunidade, de temas de grande abstracéo e pouco colorido. ‘Mas o fator mais complicante nesta tarefa, ainda que minimiza- do pelo empenho hercileo ¢ proficiente dos eruditos que estabe- leceram os textos, é constitu pela condigdo precéra e truncada nna qual chegaram posteridade os seis trtados que compoem 0 Grganon (sto sem nos atermos aos demais problemas que cercam cs excites do Estagrta~ ver Aristételes: sue obra). A preocupacéo maior deste tradutor foi preservar, na medida do possivel, 0 teor e o espirito dos tratados e devido, principal- ‘mente & alta teenicidade do Organon, o resultado em nosso ver- naculo néo pode deixar de ser um texto deselegante, destiuide de ritmo e por vezes, cansatvo ~ num nitide saerlio da forma em favor do contetdo, ono ansrorses -Onaanon ‘Mais ainda que as outras tradugdes que realizamos da filosofia carega (Platéo: As Leis e A Repubblica; Aristteles: Etica a Nicémaco €@ Metafsca), o Organon no admiteliberdades e fexibiizagbes, cembora se néo recortemos & paréfrase, também no nos aprisio- ramos rigidamente na literlidade. O recurso eventual & incluso de certos termos entre colchetes pera completaridéias formalmente truncadas foi adotado e indi- ‘amos, quando aproprido (em notas de rodapé) algumas interpo- laces felizs ou infelzes fetas ao longo do tempo por editores; nas clagées em grego, preterindo a erudicio a favor do didaismo, suprimimos a acentuagio gréficae juntamos a translteragao. Servimo-nos do texto em grego estabelecido por Immanuel Bekker, mas recoremos também, quando julgamos necessério, 205 texios de L. Minio-Paluello, W.D. Rosse J. Brunschwig. A fim de faciitar e agiizar a consulta ao Organon, fizemos constar & margem esquerda a consagrada numeragéo da edigao referencial de 1831, de Bekker. Cientes de nossaslimitagbese falhas, pedimos ao letor que jul- ‘gue nosso trabalho e manifeste sua apreciagéo, suas erticas e su ‘gestbes, que servo de diretrzes para tornar nosso labor menos, impertito, [sta tradugSo é dedicada ‘Leonor Macedo Bini, Be afetuosa, amiga inigualével, incentivadora constante ‘eregago consolador em todos os momentos difcets. aide DADOS BIOGRAFICOS Asistteles nasceu em Esagira (atualmente Tessalnica), cidade greg «entio calénia da Macedénia no litoal noroeste da peninsula da Calet- da cerca de trezentos quémetrs a norte de Atenas. O ano de seu nas ‘lento € duvidoso~ 385 cu, mas provavelmente, 384 aC. Filho de Nicémaco e Fstas, seu pai era médico e membro da fate nidade ou corporagio dos Aslepades (AaKmass, Ou sea, hos ou descendentes de Ascépios, o deus da medizina). A axle médica era trensnitda de pai para fio, Médico paticula de Amintas I (fi da Maceddnia e v0 de Alexan- Aro), Ncémaco momreu quando Arsttls tina apenas ste anes, tendo ‘desde entBo 0 menino sido educado por se tio Proxeno. Os fatos sobre a infincia, a adolesctncia ¢ a javentude de Aistteles so escassose dibos. Presume-se que durante o brevissimo periodo que ‘onviveu com opal, este o tena levado a Pela, capital da Macedénia 20 norte da Grésa, ¢tenhe sido iniciado nes rudimentes da medicina palo pale o io. O fata indscutie e relevant & que aos dezesete ou dezoto ‘ans 0 jovem Esti se transfert para Atenas e durante cerca de de- zenove anos frequeiou 2 Academia de Pliéo, deixandow somente ‘apés a motte do meste em 347 a, embora Diogenes Laércio (0 maior os bicgrafos de Arst6ees)aftme que ele a debou enquanto Patio sida ee vivo, "No h dvida que Ars6eles desenvoleu agos de amizade com se reste ¢ fol um de seus disefpulosfavontos. Mas fl Espeusipo que her- dou a diregso da Academia, 10-£00n0 Ansroress —nomnon (0 leitor nos pele aqul uma igeradireso, Espeutipo, inspirado no tlio e mais exten dislogo de Plat (As Leis), confers & Academia um norteamento franca @ profundamente ‘marcado pelo orfsmo ptagéico, que resuitow na rapa ransormagao {da Academia plattrica nim estabelecimento em que predominava 0 fertudo e 0 ensino das mafematicas, abalhande-se mais elementos de ‘eflexéo e principio plains do que popriamenteplatnicos Divergindo ftontalmente dessa oientagio matematzante e mistica da flosofi, Arstteles abandonou 2 Academia acompanhado de Out disciple de Plsdo, Xenécrates, 0 qual, cntudo, retoraria posterior- ‘mente & Academia, allando-se & orienta pitagozante de Espeusipo, mas desenvolvendo una concepeo propia 0s “fatos" que se seguem imodiatamenteacham se sob uma nuvem ‘de obsouidade, dando margem a conjeturas scutes Alguns autores pretendem que, logo apés ter detxado a Academia. A rtteles abu uma Escola de retéica com o intl de concorer com a famosa Exola de etree do soit sdraes, nize os discpulos do Est ita estarin © abastado Hérmias, que pouco tempo depois se tomaria fano de Aart (ou Atal, cidade-Estdo grea nareiao da él ‘Outros autores, como o perio Didgenes Larco, preferem ignorar a bipotese da exithcia de tal Escola e nao entrar em minicias quanto Bs ‘Gtcunstncias do inicio do relaconamento ente Aisttelese Heras Diégenes Larcolimitase a afirmar que alguns supunham que o eu ‘nuco Hlrmias era um favorito de Avisttaes, e cuts, diferentemente, sustenfam que 0 relcionamento e 0 parenlasco criados entre eles foram food fp — Busou cyan) seayproy sue sxp opsalon! 9 oeaucamo © aod ‘Susou"ogpiojue © ep Spepyey ey Jepunosde as 273 weosp nb sopenbe ered opin ap oupi> 9 mB spore wn ans an © “Topepmuucs eso eun opuenssa) saqo ep Sepa ep SouRt j= sho egpieciad opis! ep ojautsjosunap op Teva sous oe no ‘ongrond wopio wan Wnguy su2oue (ode, s Sopa) aP SISA oma Vag VS SLSR Temp aa uae CRONOLOGIA As datas sdo aC. ¢, na malela, aproximatvas, © os eventos indica dos contempam apenas os expects floric, politico e mila 481 - Criada a confederocdo das cidades Estados gregas comandeda, ‘pr Esparta para combate inimigo comms os pers. 480. Os gregos sio fragorosamente derotados pelos pers nas ‘Termes ( itm reduto de resistencia chefid por Led das de Espetae seus trezentos 6 ariqullade}; a acxdpole ¢des- fruida; no mesmo ano, demta dos persas em Salamina pela squad chefada pelo ateniense Temistocks. 4479 Fim da quera contra os pesas, com as vitéias dos gregos nas bolas de Pistia e Micale, 478-477 — A Grecia € novamente ameacada pelos pera formagso a Liga Dé, desta ver comandeda pelos atenienset. 469. Nascimento de Sécates em Atenas. 4468 - Os gregos drrtam os persas no mar. 4462 - Chegada de Anaxagoras de Clasmenes @ Atenas 462-461 ~ Promogio da govern democrtico em Atenas. 457 - Atenas conquista a Beécia. 4456 - Conclusso da consrugSo do templo de Zeus om Olimpia, 447 - 0 Partenon comega sr const, 444 - Protigoras de Abdera edige uma legislagso para a nova cod ria de Tao. caro ansrorees - nation 431. Imompe a guera do Peloponeso ene Atenas e Esparta, 429 Morte de Pécs, 427 - Nascimento de Patio em Atenas. 421 - Celbrada a paz enve Espartae Aen, 419 Renicio das hostlldadesente Esra e Atenas 418 - Derota dos atenienses na bata de Mantinga, 413 - Nova derrota dos ateniensesnabataha de Siracusa 4085 - Os ateniensess80 mais uma ver deratados pelos lacedeménios na Tri, 401 Atenas se rene a Esporte, 399. Mere de Socrates. 385 . FundacSo da Academia de Patio em Atenas. ‘384 - Nascimento de Aristéeles em Esta, ‘382 - Esparta toma a cdadela de Tebas. 378 - Celebradas a paz ea aang entre Espartae Tebos 367 - Chegada de Ariss a Atenas. 359 - Ascensso 20 tron da Macedénia de Felipe Il e comego de uns querras de conquitaeexpansio. 347 - Morte de Pato, 343. Avistteles se transfere para & Macedénia a assume a educagio de Alexandre. 338. Felipe I dertota os atenionses e sus aiados na bataha de Querondia ea conquista da Grécia &concetizada 336. Morte de Felipe Il ascensio de Alexandre ao trono da Mace- a6nia 335 - Fundagdo do Lceu em Atenas 334 Alexandre demota os persas na Betalha de Graco, 381 - Nova vitiia de Alexandre conta os pesas em Abel, 320 - Os perss s80 duramente castgados por Alexandre em Persé- pols, encerrandorse a expedigio conta os perses, 323 - Monte de Alexandre. 322. Transferencia de Avistétles para Caleis, na Eubéia; morte de Asistteles, ORGANON CATEGORIAS Quando as cosas tém apenas urn nome em comum e a def niggo de esséncia comespondente 0 nome € diferente, $80 chamadas de homdnlmas, Por exemplo, embora um ser hurna- ‘oe um retrato possam propriamente ambos ser chamadios de anima" s80 homénimos, pos tm somente 0 nome em €o- mum, as defirigbes de essincia que conespondem 0 nome sendo diferentes, considerando-se qu se for slictado que def- has qual ser um animal €tatando-se do ser humano e do retra- to, dards dos defnigdesdstintas apropiadas a cada caso As coisas so chamadas de sindnimas quando nfo s6 im 0 ‘mesmo nome, como este nome sigifica © mesmo em cada caso, apresenia a mesma dfinigéo comespondente. Deste modo, um ‘ser humano e um boi so chamades de onimals. O nome ¢ 0 mesmo em ambos os casos, ¢ asim também, a defnigio de cesséncia, pos se fore indagado sobre o que significa os dois serem chamados de animals, dards definigso idéniica em ambes (0s casos ease nome particle. Quando as coisas extaem seu préprio nome de uma out, recebendo uma nova forma verbal, dizemce que $80 parénimat. ‘Apaua Gao (zon apres ail seed, at etm, ein er, © ‘gu nara os gear rprsec uu 2 as 49-0000, anerovecs ~Oncavon 15 Assim, por exemplo, gramaico derva de grametia,corajoso de coragem e assim por dante* Poderos unio combina aqulo ue chemamos de pala wrest is, Corot 0 oad eh poses po exemplo, home core ou" homemn e ter co paso tue exon de formas nio combines sS0 Somer’ sho "cone were" e mises: 20 Eneanio, no ques referee caisas dias com sntcado, quarioempregnnes plas sen ax combinr, podeos Pe dea alg de um neko, embore ds oma eam presents trum sj. Por explo, posers red homer” ese Sn doqcle hom como suelo, mas harem No € ere fda em um sto, Por “en, presets, "encorado em Uist” nd quero dae presets ou encode como 25 So pats ever cont ram to ~ quero der que no pote exis como we 8 pre met eedo, Ect, ho Sse dase de cosas que eso pesrtss ot S80 enconvadas Sim sujto, ainda gut nio posam ser afrmodss, de modo Shum, de uakquer sate conecio, Um fament de cone then de ganaica exe no ina camo um ayo, pon nb pote ser predic de qual sujet cone. También Umma parcuar ess psn ou € encontrado mum compo {ton cor pica una al bas come aqua que entendemos por ‘Gm coer mas no pode ela memo sr afmada de gil hr suo ‘conerido, Coretamor que hi algunas os, ‘Theva no s fms de um jet como tar reser ‘bree mum suelo, Assim, po espe 0 conecmeno, 20 mes to tempo que preset nen sag ama cro Um Se 5 foé inet efad em ego gona Hs flor te cule case de cots qu nia podem nem ser nconadas tuto nem tampoac, ser fads de um (pr exemple, 2, Em ropa -ypomnaon 0 enyeenos. (grnatlas 0 gastos. A wadieto ‘Stuvegsvadh pretend pear erase ra pala coogi oe una Parra cione bean ou ae cee erro 09 homo (Gow se ere aceer ovo algeszode Tao pomsica quanto gamaieo {tm gorugecs aga oe codon mosolgearete So eo, apres Hi FF nounen —caveconas apso-41 este ou aquele homem ou caval, pois nada dest tipo se acha ‘um sujelto cu ¢ jamais afmado de um. De mancira mais ea com alia, nunca podemas afemar de um suelo © que em sua ‘atureza individual e também numescamente uno. No enlato, fem alguns casos nada impede que esta presente ou sea encon- ‘rad em um sto, Dste modo, um fagmento de conhecinen: to de gramstica ets presente, como disemos, numa alma 10 (Digamos) uma palawra a respeito. dos predicados aqui (Quando se pradiea esa cota ou aquela de uma outra cola como de um sujet, os predicados do predicado também se ~aplcardo ao suet. Predcames "homem” de um homer; as ‘sim, de “homem” predicamos “arimal. Por consequnt, deste 15 ou daquele homem podemes predicar “animal” também, uma ‘ver que um homem é tanto “animal” quanto "bomen". Quando os goneros nto s8o organizados um em fungéo do ‘outro, isto go heterogéneos endo subordinads ente sas lferencas seido em espéce. Tomemos, por exermplo, os géne ros arial e conheciment; “ter pés", ser “bipede", “alado” “aquatica” consitem diferengas animals. Mas nto se Gescobirs ‘29 nena para ditingue wma espécie pariculr de conhecimen: to, Nenhuma espécie de conhecimentodiferes de uma outa por ser “bipede”. Onde os gtneros, entetanto, sho subordinados, nada absol tamente os impede de tr as mesmas diferensas, pois predia ‘motos gfneror mas elevados ou maiotes dos géneros infeiores fu classe cubordinada. Eniio, as diferengas do predicado per- tencerdo também ao sje, 25 Cada uma das palavras ou expressées ndo combinadas sign fica uma das seguintes coisas: o que (a subsinca), quo gran de, quanto (a quantdade), que tipo de coisa (a qualidade, com ‘© que se rlaciona (a relagiol, onde (o lug), quando (0 te ‘po, qual a posture (a posi}, em quaisccunstincas (0 est 4 au condgdo), qué atvo, qual 0 faze (a agho), qubo pes 1, qual 6 sole (a paso), Exerplos, sumériamente flando, anarorees-Oncason 4e substincia so homer, cavalo; de quantdade, dois ebvados, {de comptimento, ts covads de compriment; de quolidade, ‘branco e gramatcal. Termos como metade, dobro, maior, indi- ‘cam rego, no mercado, no Lice e expresses similares ind fam lugar, enquanto a refeéncin € a0 tempo em expresses ‘como onter, © ano pasado, etc Deitado ou sentado indies Dposgao, calgado ou armada indica estado; cota ou queima Indea ado; €cortad ou € queimad indica paso. "Nenhum desis termos em si mesmo ¢ positvamente asset vo, Afmagées, bem como negagées, somente podem suit ‘quando estes terms eo combinadas ou unos. Ted asercao, ‘fimatva ou negative, tem que ser verdad ou fala, 0 que — ‘20 menos iso ~ est facltad a todos, mas um fepressdo go. combinada_(exemplos: “homem’ “Core” ou "wence") na pode ser nem verdadetra nem sr fl Substinea, em sua acepcbo mais pera e mals ett, na acepgio fundamental do termo, &aqulo que nio & nem dito de lum sujito nem em um sujlto. A ttulo de exemplos podemos tomar este homem em partular ov et cavalo em particular Enivetanto, realmente nos referimos a substancias secundérias, ‘aquelas dentro das quis ~ sendo eles espécies ~ esto inlutdas as substncia primaias ou primeiras eaquels dentro das quai endo estas géneros~ et20 conida as propiasespéces. Por ‘exemplo,incimos um homem particular na espécie denomina {a humana e a propria espe, por sua ver, ¢ inca no géne ro denominado animal Estes, a saber, ser humano e animal, de ‘outro mado espéciee género, 80, por consequite, substincias secundaria o que dssemos fica evidente que o nome ea definigso dos preticados podem ser ambos aimados do sujet. Por exer: lo, predicamos homem de um ser humano individual como 0 fujeto. O nome da espéce denominada homem (humana) € ‘afmaco de cada indivkluo prdicase bomem de um homem, [A definigSo ou siticado de homem se aplicars a um homem ‘de maneira anslog, pois um homem é tanto homem quanto ‘animal. O nome e 2 defnigho da espécie se aplcarSo, assim, ambos 20 sujet. i 2 Snaanon—CATESOMAS oono 49 Quando nos voltames, a0 contro, para coisas que estéo presentes ou #50 enconiadas num sujet, notemos que nO demos - a0 menos na moti dos casos - predicar seus no mes e defnigées desse suet. Com efto, a propia dfiicso ‘90° no seré aplivel em caso algum. Mas em alguns easos nada ‘os impede de usar 0 nome do sujeto, Tomemes o branco? como exemplo. Ore, © branco est, sem divide, num corpo e assim 6 predicado de um corpo uma vee que um corp, este taro, & que & chamado de bronco. A detnigio, contide, de brance nunca pode er predicada de qualquer corpo, 35 Todlas as outas coisas, salvo a substncia primasa,sio af. madias da primeira substania como suites ou esto nla pre- ‘sentes com seu suet, to se eldencla pelos casos paricula tes que tomamos & gusa de exemplos.Predicamos animal do hhomem [em geal, de sorte que predicams também animal de ‘21 qualquer ser humano particular, Se ndo exisisem indviduos dos quais se pudesse asim prediar, no se poder prediéio da espécie. Ademais, a cor etd no copa e, consaquentemente, também neste ou naquele compo, pois cas0 néo existisem cor. os nos qual ela pudesse também exist, ndo poderia estar, de ‘modo algum, no corpo (em geral). Em suma, todas as coisas, Sejam quaisforem, excto 0 que chamamos de substncias pi ‘mirias, sio prediados das substncias pimiias ou esto nests Dresenies como seus suites. E, supondo que no houvessem substances priméres, sera impossvel que existssem quasquer das outas coisas, Das substincas scundéia, a espécie € melhor dassifiads ‘como substania do que o abner: a espécie est mas préxima da substéncia priméta, enquanto o gine esté dla mais dis: tante. Supe que aguém te pergunta “O que ¢ isso?” relative 10. mente a uma substinea priméria. Tua resposa ser tanto mats insiutiva quanto mas propria ao sujeto, se mencionares sua espécle, do que se mencionares seu género. Toma, por exer po, este ou aquole ser humano. Farias uma exposigio mais eselarecedora se indicases a espéce, ou sea, homem, do que seo (oon). es, cona née means nas rguas modes ie min ree na ee ms norte (eh cope unvestan poteampl) qsjabrane, a ones, Anororees -Oncanon so clasficaszes como um animal. A primeira qualificaco Ihe & ‘mals perinente eprépria, ao passo que a segunda é demasindo ‘eral Ou, ainda, foma uma arvore em particular. Ao indicar a ferpéce ou que se tala de uma drore, apreseniarés um relato Inaisinsutivo do que indicando 0 género ou dizendo que se trata de uma planta ‘Ademals, as substincias pimérias,acima de tudo 0 mais, fo em jus a este nome uma vez que fermam a base de todas 2s ‘utras cosas, a quals, por seu tuno, sero seus prediados ou elas estado presents como seus sueitos. Mas precsamente como as substances primaras se stuam em face de tudo 0 mals ‘que existe, stunse também a espéie em relagio 20 género. A ‘spécle esd relacionada a0 género como © sueto ests relaio- ‘nado 20 predcado, Predicamos 0 genero da espécie, mas nun- 2, com eeito, podemos prdicay, inversamente, a espécie do ‘ero. Com base nesta azio adicional, nos € permiid susten- tar que das Substinclassecundivias a espéce € mais verdade ‘amentesubstincia do que o género, ‘Se nos volomos pare at préprias especies, [vemos que] ne numa, a menos que ej também um género, é mais substéncia ‘do que outa, Néo ha maior propriedade em chamar de homem tum homem eonereto ou individual do que chamar de cavalo um [eterminado] cavalo coneot. Assim também no que respeta| fs substanciae pimeiras: nenhma é mais substncia do que as ‘utes, pois este ou aquele homem, por exemplo, nSo poderia| ser mais veraderamente substincia do que, digamos, este ou ‘aquce bai ‘A pare, portant, das substineiasprimérias, somente espéce ‘eginero ene todos as demais coisa restates, s80 acertada tanto dassifcados como subsneas secundéras, vsto stem les unicamente que, ente todos os possvei predicados, def ‘nem a substncia primeira, [Com efeto] é somente pela especie (0 género que se pode defn este ou aquele homem de ume, ‘manera convenient ow apropriada.Etomnamos nossa defnio| ‘mais precisa indiando a especie ou “omen. do que inlcan- 0 género ou “animal”. Qualquer outa coisa mais que pds ‘semos indizar~ digamos “ele cone” ou "é branco” seria est nha a0 propésio em pauta. Asim, 36 epécies e géneros s30 ‘aeertadamente designados como substincia, exceto exclusiva ‘mente pelassubstncias primal. FF Sroawon—careconus 6 Por out lado, [o temo) substincia, no seu sentda extito aplca-se 8s substincias primévas de modo exclusive porque ‘do apenas constuem a base de todas as outs cols, como suprem todas estas de seus sujet, Exatamente como 2 subs ‘tincia priméra esti relacionade a tudo o mals, seja 0 que for, também o esto 0 gineroe a espécie nor quale essa substincia| ‘a inclda,rlaconada a todos os aributor no incluldas no ‘gineroe na espele, pos exes efo seus suet. Podemos dizer ‘que um homer 6 "versado em gramétca”. Consequentemente, também podemos dizer que sua espécie e gbnero (st 6, expe ‘humana e género animal) também sé "verados em grams ca" Isto ser aplisvel a todos of catos. Jamas estar presente num sujeto vale [como propriedade] para toda substanea, posto que o que chamamos de substan- a priméria ndo pode nem estar presente num sujito ner tampouco ser predicado de um. Quanto a substancia secund- ria, 05 seguintes pontos, entre ousos, provarao que esta no se fencontra num saeto. Predicamos “homer” de um homens entretanto, “homer” nao esi num sijeto, uma vez que a hhumanidede néo ests em um homem. E o que vale para a expécie, vole também para o género, pots afirma-se também a “animaidade” deste ou daquele homem em particular, mas ela no pode ser encontrada nee. Que se acresca 0 ponto sequin: te: quando uma coisa pode ser encontrada num sujet, nada nos impede de predicar 0 seu nome 20 sujeito em questa e, entretanto, no a definigao. Contudo, no que concerne a uma substanca secundéra, tanto © nome quanto a definigo apli camese também a0 caso do sujito. A defnigao da especie (0 hhomem ~ a espécie humana) e a do géneto (0 animal) 0 tsadasreferndo-se a um individuo humano, Porant, a subs ‘ca nao se enconta num sujet [Néo poder estar presente em suetos & veradelo, ndo a= ppenas com respeito &5 substincas, como também no que di Fespeito s dferengas. Assim, da espécie enominada “humana” pode-se der que "caminha sobre os pés" e que é “bipede”; ‘sas diferengas,contudo, no so encentadas nela, pois nem ‘uma nem outa esté no homem. Onde, por outo lado, sfima-se fa diferenga,afirma-e também sua definigSo. Supbe da especie enominada “humana” que deveias predear “que caminha sobre pés" A defiigo, incusve, desc abuto, ent, se api Aresrorees- Onesie cavia a ess espécie, uma ver que o homem, 0 ser hamano em ger, eftvamente caminha sobre ps. (Que as parts das substncias esto presents ou s6o encon- tradas tanto nos todos como em sujeios & um fato que diel ‘mente devers nos pertubar ou nos torar eceosos de sermos {orcad a casifcar todas esas partes como no sendo subs ‘tancias.Afinal, no qualifcamos “presente em um sujet” por “ndo como as partes em ur todo" Diferenga e subetnciaapresenlam igualmente a caracterisica comum de que, sempre ques prediearos, as predicamos como finbnimas, 8 que tis proposgbestém sempre indviduos ou es ‘écies por sujtos € indubitavel que a substancia primati, jax nas sndo predicada de qualquer cosa, jamais pode ela mesma ‘ predicado de qualquer proposigo que seja. Mas no ¢ 0 que come com a subslinca secundétia. A espicie é predicada de todor ot exemplos induduais, © género desies © a espécie. O {>} mesmo ocore também com as dferencas que, de manera aslo (tanta prediam das expéces quanto dos indvos. Ambas ‘define, ademais, ou a do gineroe da espéie, se apicam a ‘Subsiinelapriméria, © a da gine & expice, pos tudo que se aim do predcado seré também afsmado do sijelo. A defini. (0 de cada dierenga aplicas, silament, tanto a individuos (ano a expécies, enrtanto, com J observamos,s80sintni> ‘as as coisas que néo 86 possuem nome ido, como também 10 defnidas idenfcamente. Resa, por via d& conseqienia, {que em todas ae proposigies que terham por predicado uma ‘Substcia ou uma dierenga,o prodieado ésindnimo. ‘Toda substéncia parece determinada,* 0 que € indiscutvel mente verdadero no que tange as substinclas priméras. O que ‘ada uma denota @ uma unidade. Quanto &s substancas secun ‘rag, toler a Enguagem 0 faga assim parecer, como quando ‘dzzmes “animal”, -homem, mas tealmente no s trata dso, o's, 20 contro, o significado destas palaras € uma quaida- Se, Asubstaneia secundéia no é una e singular como o é, sem (uate, rum prog lato nana wage manos pésna Warten: tral quando srl (cose) pressor Se, MEO ‘gusomes aon [ones pansetor pms coal core pes '5, Hanae oyna own rfe munsrw (Pasa 6 ousia cot fede 1 semaine “ods sotanca prec sear om eterna + Snaanon—Caresonas os dvida, a primaia: ndo € do uno, com eft, mas do malipla, «qe predicamos realmente “animal”, *homem’. A espéce e 0 género, contudo, néo se lmitam a indiear qualidade, como pranco” indica meramente qualidade. O acidetal, ou seja, como “branco”, significa pura‘e simpesmente uma qualidade Mas a espcie¢ o gine determinam uma qualidade com rele. riocia & substrcia. Informam qual 0 tipo de substance, No que respeita ao gfnero,contudo, tal qualifcario deteminada cobre tum campo muito mals amplo do que cobre no que tange a es Décle. Se dizemos "animal, abarcamos mals do que abarcari ‘mos se dsséstemos “home” As substncias jamais tém contéios. Como poderiam as substincias rimavas tees. ese homem, por exemplo, aquele ‘animal? Nada thes € convo, E expécie © © genera no tém Contérios, Esta ceracteisica particular no perlence apenas & ‘substinca, pois di respeito a mutaeoutas(alegoris], ente as ‘uals, por exemplo, a quantidade. Dols cdvados de comprimen- 10 ndo possu conivrio; nem née codes de comprimento, tampouco 0 possi dez eu ainda qualquer cosa que Ie asere- Tho, a menos, com efsito, que alguém dissesse que grandee pequeno, muio e pouco S80 contéios. Quantidades definidas, entretano, por certo jamais tm conti. [Nenhuma substincia, pelo que parece, aprsenta gras ou fadite um mais e um menos. Nao quero dzer aqui que uma substanca no possa ser mais uerdadeiramente chamada de substancia e menos verdadeamente chamada de substinela do ‘que outas, De fato,disemos que pode. Mas entondo que ne ‘nhuma substinca como tl pode admit graduagéo em si mes- ‘ma, Por exemplo, a mesma substincia ~ homem ~ no pode realmente ser mois ou menos homem na comparagio onsige ‘mesmo ou com um auto homer. Este homem no & mois ho- mem do que aquele, como uma coisa branca & mais ou menos branca do que um outo objeto brarco o poss ser, ot coma um ‘objeto belo apresenta mais ou menos beleza do.que autos. A ‘mesma qualidade no mesmo objeto pode ser venesvardvel ‘quanto 20 grau, Por exemplo, um corpo, no caso de sr brane, qualficado de mas branco precsamente agora do que o era ‘u, no caso de quete,¢ qualiicado de mas ou menos quent, Uma substncia, orem, enquanto substineia, nfo € mals ou ‘menos do que em si mesma, Um hemem no & mais homem ansrorees —Onoaon [agora] do que 0 foi em algum momento do passado esto vale ove today as demaissubstinces, Por consegunt, a substancia| ho pode apresentar gras. (© que, enzetanto, se afigura ser 0 mats dsinivo na substén- cia € que, nio abstante la permaneca numericamente una e 2 ‘mesma, ¢capaz de receber qualileagées contéies. De outros [eategorias| distintas ‘da substinla, difelmente poderiamos aus um exempo que deiveste esta eavocterstica. Por xem lo, uma cor em partclar, numericamente una ea mesma, no pode, de modo algum, ser tanto preta quanto branca, e ume: eho, se una e idence, ndo pode, de manera alguma, ser tanto ‘bee quanto ms. sto se api a tudo salvo & substncia. A subs ‘ncn, ainda que permanecendo @ mesma, admte tas qualida- ‘des contigs, Urn mesmo indviduo se tra nara oportnida te paldo, quente ou bom, em outa mais escuo, fo ou mau. Isto ndo ccomre com qualquer outa [alegoia, embora se pu esse sustentar que asergdes ¢ opinies adritem contris, (quer ezer, que a mesma afrmagso possa parecer tanto verda- Selva quanta fala. Se, por exemplo, ve afima “ele ess sen {do isto pode ser verdadero ee se lvanta, enlgo se toma faso.E esi também com as opiniges. Pde te a opin, © verdadeiramente, de que esta ou aquela pessoa etd ventada e ho enfanto, une vee esta pessoa tena se levantado, se tl opi ‘ido persis seré fl, Alnda que admitsiemos essa excegio, a feria, com eft, do resto na sua maneia de acontcer, pols sempre que uma substincia amie ais qualficagées con trsias € através de uma mudanca em sl mesma. E airavés de tuma rudanga em si mesma que uma substinca que extava {quente se forma fra (tendo pesado de um estado para 0 uta} Su uma substncia que esta pido [ou branca se tora exc ‘a ou uma substinea que era boa se tora mi. E assim também fem todos os demais casos nos quais a substincia admite fais, ‘Guaidades, A aserg e 9 opinio, cntude, permanecem em s tnesmas completamente inateréueis em todos os aspectos. Se fsunem @ qualidade contéra, sendo ora verdadeites, ora falas € porque os fatos da situagbo terdo maudado. A assercio “ele sid sentado” & inaltersvel, porém contoeme as candies cexistentes a dasiicamos ora come verdadeira, ora como fale. ‘O que vale para as assergbes, vale igualmente para as opnioes. Em sua maneira, partano, de acontecer 6 realmente caactris ¥ naanon —Careconas 5 co & substincia admit qualidades contrérias através de uma, ‘mudanca em si mesma, Se alguém, prtanto, vies a fazer uma excosSo a favor das assergbes e das opines, sustentando que estas admitem tam- ‘bem qualiicagées contériae, ete sou ponto de vista sera, er verdade, heterodoxo, Se dissormos que assergbes ¢ opinioes ‘admitem tai qualfieasbes, teremoe que reconhecer que nso 80 las propria, mas alguma coisa mais que sfre mudanga, pois & por foga dos fates de cada caso, em virude de serem ou ni Serem fais, que ura assrgio ¢ classiieada como verdadeira ‘01 falsa. No 6 que a propria asserg soa capaz de admit ais ‘quaidades contrias; nada, numa pelaura, pode atrar a nats: raza de assrgbes e opinides e, percebendo que nenhuma mu- dade, pois uma vee que as partes mesmas do sido ocupam um certo expago e estas pares possuem um limite em comum. con tluise que também 28 pres do espago, que aquelas proprias partes ceupam, passuem exatamente mesmo lite term ‘omar das parts do séide, Como o tempo, & 0 espago. por fanto, continuo: suas partes se einem uma fenteira comum. Todas as quantdades so constuldas por partes, ¢ esas, como vimos, uardam posiges em referécia umes ds outes Ou ‘nfo epresentam fais posioes. AS partes de uma linha, por &- seemplo, precsam todas ter suas posgbesrelativas. Cada uma, indicutivelments, tem que estar stuada em algum lugar e cada uma pode ser claramente distinguida. Podes duer onde ests ‘stuada cada uma no plano e de qual tipo de parte & contigua ‘Asim, a8 partes do plano possuem posigio: novamente podes der onde cada uma esa tuada e de qual ipo de parte € con- tigua Iso vale Igualmente para os slides e 0 espago. Mas no ‘ae toca 20 nimero, € dferente Jamas poderias demonsar (que suas partes possuem suas posies relatives ou que seauer possuem posgoes. Tampouco poderias deteminar quals partes 20 contiguas ou adjacentes de quas pares. Algo ientco pode Ser dito também do tempo, uma vez que nenura parte do tempo ¢ duradoura; e como dace que aqullo que no dura pos- sul agua posgao? Do tempo seria melhor digr que suas par tes possuem ume ordem relatva, vito uma pate ser anterior a ato pono ent ova alo coos los r- ‘Groawon—careconus ‘uma outa, Analogamente, 0 mesmo poder sea dizer do mime 10, pols nimeros apresntam anteiridade ne contagem, © lum sendo anterior 20 do, 0 dos 0 tse asim por diate ‘Asim, no que tespeit 0 nimero, também nos € permiido ‘dizer que 35 partes possvem uma ordem reativa, mas que com ‘eerieza ndo postiem posiies Iso iguahmente srs apicsvel a0 discuso pos suas partes no tim exstncia duradoura, Mal io pronunciadae ej desvanecem, de sorte que, se deiam de exe fr, ndo podem ocupar nem lugar nem pasigao. Em sintse, das quantidades, portant, algumas so constiudas por partes poss doras de posi e outas por partes que no a possuem. Unicamente aqulo que mencionamos pode ser chamado de ‘quantdades no sentido mals esto, Ours cosas que so assim chamadas 0 $80 em um sentido Secundio, em conexao com falguma daquelas que petencem ao sentido pemaro. Vejamos lum exemplo 08 dots. Amide falamos de uma gronde quorsida- de de branco pelo fto da superficie coberta por el ser grande, {de uma ago ou proceso longos porque o tempo por ees ocu- pado ¢ longo. O nome quanidade nao pode ser aibudo com propriedade a tas coisas. Alguém pergunta a tl “Quanto durou _aquela aco?" Responders informando o tempo que necesiou para ser exeeutada, como “Levou um ano ou coisa que 0 va- tha, Alguée te pergunta "Qual o tamanho daquela coisa bran- a?" e respondes informando sobre otamanho da superficie por cla coberta. Téo grande como a supericie que cobre~ dirs ~ é ‘aquele objeto branco. Conseqientemente, 26 nicas quantida- des em acepsto esta so as que referimos;outas cosas assim designadas 36 podem revindcar al nome ~ se é que o podem ~ numa acepcao secundéia: numa espécie de maneira derwatva ( acdental, endo em fungSo de sua naturezaintrinseca Quantidades nunca possuem consis, o que se masta pe: fetamente evdente no caso de todas as quanidades definidas, elas quas entendo, por exemplo, “dois covados de compe mento" ou "tes cOvados de comprimento”, ou uma supertie, 04 algo deste tipo. Eas, esté claro, nao bin eontérios. Apesat diso, ¢ posse que alguém diga que "grande" e “pequens”, “muito” e “pouco” sho contéios. Estes sho, entetant, mais propriamenie falando, temos de relgdo, ¢ vendo assim, as ‘ois no so em si mesmgse isoladamente grandes ou peque= as: $80 sho por eamparacio. Assim, dizemes que uma colina € Es ansrorees —Snasnon ‘pequena, que um grée de miro & grande, mas na realidade fqueremos dizer maior ou menor do que cotas semlhantes do gener, pois nos referimos a algum padrdo extemo. Se taster ‘nos fossem usados obsoluloment, jamais deveriamos charar tuma eoina de pequena, como jamais deveramos chamar um 19730 de miho de grande. Assim, do mesmo modo, é permissive! fque digamos que um povoado tem mutos Fabiantes, © cue uma cidade como Atenas apenas poucos, enbora a populacéo ‘esta ukima seja muito aor, ou demas que ura casa cont ‘muitos (individvs] a0 passo que aqucles no teatro so poucos, ainda que ests superem mult em ndmero aqueles outros. En ‘quanto “dois cbvados de comprimento, "wes cOvados de com Pimento" e (expresses semalartes, portato signiiam quan- tidade, grande, pequeno e [palavas} similares no sgnicam ‘quentidade, mas relagso, envolvenda aigum padréo externo ou alga que esté acima e lem delas. E dbvio que estes dtimos termos 380 relatvos, demas, quaniades ono, nod hé que sla contri a fis termos, pos como supor que poss tr guakucr conto glo que nto ¢2prendio pos meso, masque tm que se ‘eletir a algum padrao extomo? Em segundo hgar, supde que Permitanos que grande, pequeno [temo] smote seam onrsnos ne cas, o meso sje ~ desire ia em um fe meemo tempo admit qslifiagees contéias © a6 coS35 feria ern si mesmar conti. Nio ocone por Yes cr @ Imes ecb tanto grande quano pequona? Se compareda ¢ lima cola €pequena, masse comparada a uma ou, @ ga ‘de E aerim a mesma cosa smttancamente ver @ se tanto arene quanto pequena ou a um tino e mesmo tempo dite {uaiiageesconrvos, Mas ao Watamas da substinga exabe IEcemos que da pode asi com smuhaneidade admits ualicgées E incontsve que a sbstnca ¢ rcoptiva de GunieagSs contra, mas no de una manera na qual um omem so mesmo tempo esa ano doente guano sd [el tua coisa sjo simutorcamente rela e banca. Tampouco de qualquer outa cota em moment algum ser asim qua fda, Porta, so grande, pequen, et fosem conte, lens seam para & mesos oF sous pion conti Se oncedermos, afoot do argumnto tanto que grande € © con tio de pequeno quanto que uma ea mesma coun pode eno y Sronnon —carecomas 2s ‘mesmo momento tanto grande quanto pequena, uma cosa ser © seu proprio contro. Iso ¢, todauia, mpossvel nada pode Ser contro asi mesmo. A condlsto é que estamos impossibl fados de descrever grande e pequeno, muito e powco como contrérios. Tampouco poderiam estes trmos ter contéris, falnda que alguém os clssfcase como temas nfo de reac mas de quantdade, [No que tange ao espago, a afimnagbo de que a quantdade ‘admite conti parece ganar mais plausibiidade, Acimo e aba 1x0 so chamados de consis quando se entende por abaio a tesido do cenito. Ese uso, enetano, provém da visio que ‘extraimos do mundo, uma vez que é nos exteros do mundo que 2 distinca do canto é a maior? Com eeio, € como se fosse desis contrios que a defnigSo de todos os demas contéios& ‘bid, pois defnimos como contérios os termos que, estando eNLRY (9 LN He ‘atte proctor ta aot pede pds 7 ‘Groawon—careconus senhor. Supée que efiminemes todos os seus outtos abuts ~ dina ielevantes~, fais como ser ee pede, recepivo de conhe: ‘mento ou hummano e retenhamos apenas ser ele um senor, © ‘entdo escravo ainda seria 0 corelatvo,signieando escravo o fexcravo de um senhor Por outro lado, suponhamos um comlativo nomeado incor- retamente. Neste caso, se suptimirmos seus abut, salvo oq lo em vicude do que era chamado de comeatvo, toda a come lacio se dewanecerd, Deinamos como conelatve de escravo, homer, e como conelatvo de asa, ave, Rela o abbuto senhor cde homens, enti, com efeo, a corelacéo que subse ente hhomem ¢ esrauoteré desaparecido; sem senhor no hi escre- v0, Reta 0 aributo alado de eve, entio a asa no seré mais lum relative, pois uma vee que no hé alado, a asa nfo tera comrelatva, E assim, em sinlese, ¢ preciso que indiquemos todos 03 ter- ‘mos conelaivos com exatidéo. Se houver um nome para ser ‘manuseado,entéo indcagio se revels el. Caso nfo exis jum nome, penso ser nesso dever inventar um. E evidente que ‘quando os nomesestio cometos, todos 0s termos velatvos $80 corelativos. Comelatvos perecem apresentar smultanedade natural, © ‘que na meioria dos casos ¢ verdadero, como, pot exemplo, Bo ‘Que se refer an dabro eA metade, A existénca de uma metade ‘determina que exista 0 dobro do qual ela é motade. A existéncla ‘de um senor implia a exsténia também de um escravo. Se existe um escrav, existe necessaramente um senhor Eo mes ‘mo ocore em todos os casos simares. Por outro lado, 0 Seguin te também vale para ees: a anulagio de um signica a anulagéo do outto, Por exemplo, se nao ha dobro, nio hi metade,evice- versa, se no ha metade, no hé dobro, o mesmo ocorendo ‘com todes 0s termos andiogos. Entetanto, © ponto de vista de ‘que 0$ corelatvos apresentam simultaneidade natural no se ‘figura verdadero em todos os casos, pols parece que o objeto {do conhecimento ¢ anterior a0 coaheciment, fou sea, exist fntes dese, Obtemos conhecimento comumente de cosas que j8 existe, pois em pouguisimos casos ou em caso algum pode ‘© nosso conherimento te vindo a ser juntamente com 0 proprio ‘objeto que le & peculiar. ansrorees -Gnasnon [No caso de ser 0 objeto do conhecimento suprimido, 0 co necimento mesmo ¢ anulado. O inves disto no é verdadei- ro, Seo objeto no mais exist, ndo poderé mais haver qualauer ‘onbesimento, nada havendo agora para conhecet. Se, ene tanto, deste ou daquele objeto nenhum conhecimento fol ainda adqurdo €possivel qu esse objeto, ele mesmo, exist, Tome-se ‘ exemplo da quadrature do circu, se podemos a so chara de ‘um tl objeto, Embora ela exsta como ur objeto, o conhecimen- to anda no existe Se todos os animals detassern de exist, 30 havetia entao conhecimento algum, ndo obsante pudessem ha ‘er nese caso, anda muitos objets do conhecmeno, E posse dizer 0 mesmo da percepeio. Enfendo que o obj to pateceta ser anterior 20 ato da percepgio. Na hipbtese de suprimifes 0 perceptive, suptimiias também a percepg8o, Afas- ta bu suprime a percepcio,e ¢ possiel que o percepvelsubsis- ta, umna ver que 0 alo da percepgdo implica ou envotve,primel- ramente, um corpo percebido, e eno um corpo no qual ele ‘corte, Portano, se supimires © perceptive, 0 proprio corpo ‘er suprimido, pos 0 corpo, ele mesmo, € perceptive. Eo cor po ndo senda existente, a peroepqo ters que debear de exis. Se removeres o perceptive, removers também a percepcio. A remogéo, porém, da percepgso no acateta a emogio de ais objets. Se 0 proprio animal for destuid, entio também a peteensio seré denruida, Os percepives,porém, ainda subsisi- Bo, fais como o corpo, o calor, 0 dogua, © amargare tudo o ‘mals que €sensivel, ‘A percepsto, ademals, & gerade juntamente com o sulito ‘que percebe, ot soja, com 0 proprio ser vivo. O perceptive, Contudo, € anterior ao ser uvo e & perceprio, porquato coisas tals como agua e fogo, das qua se compdem os seres vivos, txt antes de qualquer de fais eres eantetirmente a todos (0 atos da pereepgdo. O perceptive, podemos assim concutlo, Se aiguara como sendo anterior a percepgéo. ‘A opiniio de que nenhums substincia € reativa ~ opiniso comumente sustentada ~ pareceria estar abetta 90. questions mento, Deversela, tlver disto excetuar 0 caso de algumas ‘ubstincas secundéias. E indubitsvel que @ opini8o @ que al

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